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Nível 2º Grau
FONOLOGIA

Fonologia é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro.

Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra.
O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas,
podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro.
Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das
palavras.

Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas.
Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode
ser representado pelas seguintes letras:
s = mesa
x = exato
z = azarado

O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em
abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa
fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em
certas interjeições e na formação dos dígrafos.

•      Classificação dos fonemas

Vogais - são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar
vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São
silábicos, isto é, constituem a base da sílaba.

                              /a//â//é//ê///i///ó//õ//u//

Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal.
can-tai a = vogal i = semivogal
le-vou o = vogal u = semivogal

Observação:

1) As letras e e o também podem representar semivogal:
2) põe = [põi] mão = [mãu]
3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos
pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal.
4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca

Encontros Vocálicos
Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de
consoante. Os encontros vocálicos podem ser:

DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS.
Ditongo
Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser:
Crescentes
A semivogal antecede a vogal:
perícia
espécie
fastio
vácuo
ténue
água

Decrescentes
A vogal antecede a semivogal:
pai
feito
varapau
réu
biscoito
muito

Orais
O som sai só pela boca:
saia
farnéis
fugiu
boi
uivar

Nasais
O som sai pela boca e fossas nasais:
mãe
cãimbra
vem
mão
comeram

Abertas
au, mau, éu, ilhéu, ói, dói

Fechadas
eu, seu, oi, foi, õe, põe

Tritongo
Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal +
semivogal) na mesma sílaba:

Paraguai , enxaguei, saguão

Hiato
É o encontro de vogais em sílabas diferentes:
ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o

Encontros Consonantais
É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:
Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba.
Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na

Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas
diferentes.
ap-to, cac-to, as-pec-to
Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos
descritos.
fel-tro dis-pli-cen-te des-tro

Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou
simples sinais de nasalização .

Observação:
Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra
sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso]


Dígrafos
Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss,
sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais,
exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos,
quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras
separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não.

arroz = ar-roz
assar = as-sar
nascer = nas-cer
desço = des-ço
exceção = ex-ce-ção
alho = a-lho
banho = ba-nho
cacho = ca-cho
querida = que-ri-da - Kerida;
sangue = san-gue

Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras
com um fonema vocálico.

sangue = san-gue

Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único
dífono é representado pela letra X
- axila
- fixo

   • Sílaba
Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O
seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser
formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte:

a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei;
b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci;
c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca;
d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-ma-
vel-men-te.

   • Acento Tônico
Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas
as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita.
As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que
não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e
postônicas as que figuram depois da tônica:
pa -          re -          de
   ||             ||            ||
atona        tônica        átona
pretônica                 postônica

Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica,
própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a
correspondência:
 ca -       fé
 ||         ||
átona tônica
    ||
  ca -       fe      -      zal
    ||         ||              ||
átona subtônica        tônica

Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em:
a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci;
b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel;
c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca.

               • Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades
a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó...
b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha:
mas, de, no...

   • Ortoepia
     A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação
das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou
fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente.
                          Pronúncia correta                Pronúncia errada
Caranguejo                   carangueijo
Beneficência                 beneficiência
Camundongo                   camondongo
Empecilho                    impecilho
Mendigo                      mendingo
Mortadela                    mortandela
Reivindicar                  reinvidicar

     Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica.

                        Pronúncia correta                   Pronúncia errada
Avaro                        ávaro
Condor                       côndor
Circuito                     circuíto
Filantropo                   filântropo
Fluido                       fluído
Ibero                        íbero
Pudico                       púdico
ORTOGRAFIA OFICIAL

  Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a
correta representação escrita das palavras.

                                     O alfabeto português
Letras maiúsculas
A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z

Letras minúsculas
a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z

Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e
seus derivados.

Diferença entre letra e fonema.
                     Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente.

Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado.

Mato                  Pato
/m/                   /p/
Fonema                fonema

Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas.


                        EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS

                              X ou CH ?                Emprega-se "X"

a. Após um ditongo:
caixa - paixão - peixe.
Exceção: recauchutar e seus derivados.

b. Após o grupo inicial en:
enxada - enxergar - enxame
Exceção:
•      encher e seus derivados (que vêm de cheio)
•palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de
chapéu)

c. Após o grupo inicial me:
mexer - México - mexerica

Exceção: mecha

d. Nas palavras de origem indígena ou africana:
Xingu - Xavante

e. Nas palavras inglesas aportuguesadas:
xerife - xampu
G ou J?                Emprega-se "G"
a. Nos substantivos terminados em:
•          agem: aragem - friagem
•          igem: origem - fuligem
•          ugem: ferrugem

Exceções: pajem - lambujem

b. Nas palavras terminadas em:
• ágio: pedágio
• égio: colégio
• ígio: prestígio
• ógio: relógio
• úgio: refúgio


                                     Emprega-se             "J"

a. Nas formas verbais terminadas em: jar
• arranjar (arranjei, arranjamos)
• viajar (viajo, viajaram)

b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe:
jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji

c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j:
laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja).


                             S ou Z ?                Emprega-se "S"

a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s:
casebre, casinha, casarão (de casa)
pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise)
Exceção: catequizar (catequese)

b. Nos sufixos
- ês - esa: português - portuguesa
chinês - chinesa
- ense, oso, osa (que formam adjetivos):
paraense - orgulhoso - caprichosa
- isa (indicando feminino):
poetisa - profetisa

c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar
d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer:
 pus, puseste, quis, quiseram


                                     Emprega-se             "Z"

a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z:
razão - razoável; raiz - enraizado

b. Nos sufixos:
- ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos)

AdjetivoSubstantivo abstrato
Surdo Surdez
Avaro Avareza
Belo     Beleza

• izar (que formam verbos):
civilizar, humanizar, escravizar
• iza - ção (que formam substantivos):
civilização, humanização


                            S, SS ou Ç ? Emprega-se                   "S"

Verbos com nd- Substantivos com ns

Distender    Distensão
Ascender     Ascensão

                                     Emprega-se         "SS"

Verbos com ced - Substantivos com cess
Ceder    Cessão
Conceder Concessão


                                    •Emprega-se           "Ç"

Verbos com ter- Substantivos com tenção
Conter Contenção
Deter Detenção

Atente para a grafia de:
- acrescentar
- adolescência
- consciência
- isciplina
- fascinação
- piscina
- nascer
- obsceno
- ressuscitar
- seiscentos.


                                               •X

Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/:
- experiência
- Sexta
- sintaxe
- texto.

• Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/:
clímax
- intoxicar
-   nexo
-   reflexo
-   sexagésimo
-   sexo
-   tóxico.


                                              •XC
•    Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/:
-   excesso
-   exceção
-   excedente
-   excepcional.


                                E ou I ?          Emprega-se         "E"

a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães
b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar
Abençoe
perdoe
continue
efetue
c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto


                                      Emprega-se        "I"

Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra)


                                               H

•   A letra "H" não representa nenhum som
•   É usada nos dígrafos: nh - lh - ch
•   É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem
•   Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo



                                 Palavras homófonas
Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch:
• Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel)
• Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã)
• Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos)
• Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez)
• Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco)
• Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto)
• Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto)

Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste
gráfico:
• Cozer (cozinhar) e coser (costurar)
• Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender)
• Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior)
• Acender (iluminar) e ascender (subir)
•    Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta)
•    Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular)
•    Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher)
•    Censo (recenseamento) e senso (juízo)
•    Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão
     (reunião).
•    Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo)
•    Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo)
•    Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante)
•    Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade)
•    Paço (palácio) e passo (passada)

Algumas palavras parônimas:
• Área (superfície) e ária (melodia)
• Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir)
• Delatar (denunciar) e dilatar (estender)
• Descrição (representação) e discrição (reserva)
• Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga)
• Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar)
• Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho)
• Eminente (excelente) e iminente (imediato)
• Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo)
• Recrear (divertir) e recriar (criar de novo)
• Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical)
• Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso)

                                DICAS DE ORTOGRAFIA
Qual a série certinha?

a) civilizar, analisar, pesquizar
b) civilizar, analizar, pesquizar
c) civilisar, analisar, pesquisar
d) civilizar, analisar, pesquisar

A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo:
civil  civilizar
municipal municipalizar

Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem
que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe
-ar,      não     -izar:

análise  analisar
pesquisa pesquisar


    resposta do teste:D

Que opção está todinha certa?

a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes.
b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez.
c. Ele quis fazer a transação, mas não fes.
d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.
É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z
nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s:
quis,
quisemos,
quiseram;
quiser,
quisesse,
queséssemos,
quisesse.

O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z,
escreve-se com z:
faz
fazemos
fazem
fiz
fez
fizemos
fizeram
fizer
fizermos
fizerem
fizesse
fizéssemos
fizessem.


  resposta do teste:D

Está certinha a grafia de:
a. garçom
b. garçon
c. garssom
d. garsson

a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final.


  resposta do teste: A

Estão certinhas as palavras da série:

a. maciês, camponês, solidês, frigidês
b. maciez, camponez, solidez, frigidez
c. maciez, camponês, solidez, frigidez
d. maciez, camponês, solidez, frigidês

Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a
lição.
Providência: saber de onde veio a palavra.
Se do adjetivo, é hora do z:
macio (maciez)
embriagado (embriaguez)
líquido (liquidez)
sólido (solidez)
frígido (frigidez)
Se do substantivo, o s pede passagem:
Portugal (português)
corte (cortês)
economia (economês)
campo (camponês)


  resposta do teste:C

Estão certinhas as palavras:

a. rúbrica, previlégio
b. rubrica, previlégio
c. rúbrica, privilégio
d. rubrica, privilégio

Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz
previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E
privilégio se escreve com i.


  resposta do teste: D

Estão escritas como manda o figurino as palavras da série:

a. eu apóio, o apôio
b. eu apóio, o apoio
c. eu apoio, o apoio
d. eu apoio, o apôio

O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em
qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados:
herói
jóia
jibóia
idéia
assembléia
céu
escarcéus.

Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos:
* i-déi-a
* as-sem-bléi-a


  resposta do teste: B
DIFERENTES EMPREGOS DO "PORQUE".



                                           POR QUE
Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas.
Exemplos:
•     Por que você fez isso?
•Quero saber por que você fez isso.
•     Por que você não foi à festa?
•Gostaria de saber por que você não foi à festa.

O "QUE" pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por "O QUAL", "A QUAL",
"OS QUAIS", "AS QUAIS".
Exemplos:
•A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá.
•"Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei."
•É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando.

Observação: também quando houver a palavra "motivo" antes, depois ou subentendida.
Exemplos:
•Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada.
•Não sei por que motivo ele não veio.
•Não sei por que (por que motivo) ele não veio.

Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final,
reticências).
Exemplos:
•Você vai sair a esta hora da noite por quê?
•Ele não viajou por quê?
•Se ele mentiu, eu queria saber por quê!
•"Mãe, preciso de cem reais?"
"Por quê?"



                                            PORQUE

Porque:     equivale à "PORQUANTO", "POR CAUSA DE".
Exemplos:
•Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal)
•Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa)
•Ele não foi porque estava doente. (causal)
•Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa)
•Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa)

Porquê: artigos "O" ou "UM". equivale à "a razão".
Exemplos:
•Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje.
•Quero saber o porquê da sua decisão.
•Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.
DICA DE PORQUE E PORQUÊ

Qual é a frase certa?

a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se.
b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se.
c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se.
d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se.

A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal:
Maria se atrasou porque perdeu o ônibus.
Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas.
A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional.

Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A
conjunção porque responde na bucha:
 Por que precisamos beber muita água?
 Porque a umidade do ar está baixa.



                                           PORQUÊ
Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E
geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome.
Quer ver?

Não sei o porquê da decisão da juíza.
Há muitos porquês sem resposta.
Ficou intrigado com dois porquês.

resposta do teste: D



                                      Forma e grafia

   PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS EM
                      NOSSO DIA-A-DIA

                           A / HÁ (em função do espaço de tempo).

A (preposição): "Ela voltará daqui a meia hora." (tempo futuro)
HÁ (verbo HAVER): "Ela saiu há dez minutos." (tempo decorrido)


                                        A PAR / AO PAR

Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada.

A par:
Significa "bem informado", "ciente"

Exemplo:
Estou a par da situação.
Ao par:
Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros.
Exemplo:
Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par.

                                 AONDE / ONDE / DE ONDE.

AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR.
Exemplos:
•     Aonde você vai?
•     Aonde você quer chegar?

ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar.
Exemplos:
•      Onde você está?
•A casa onde moro é muito antiga.

DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência.
Exemplos:
•     De onde você saiu?
•Donde você surgiu?


                           AS PARTÍCULAS "ATÉ" E "NEM".

"Até" é uma partícula que traz a idéia de inclusão.
Exemplo:
•     Até o diretor estava presente no show dos alunos.

"Nem" deve ser usado quando houver idéia de exclusão.
Exemplo:
•"Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona."


                                 BASTANTE / BASTANTES.

Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural)
quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha.
Exemplos:
•Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes.
•Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros.

DICA
Qual das frases está certinha?

a. Tenho bastante amigos que estudam bastante.
b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante.
c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes.
d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes.

Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se
mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de
plural:
•Estudei bastante.
•Trabalho bastante.
•Maria anda bastante.
•Diana era bastante querida.
•Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau.
•Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal.

Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural.
•Estudei bastante (muito).
•Diana era bastante (muito) querida.
•Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal.

Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele.
Mais: é substituível por muitos ou muitas:
•Tenho bastantes (muitos) amigos.
•Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida.
•Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida.

resposta do teste: B


                               HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

Deve-se empregar a expressão "haja vista", já que a palavra "vista", neste caso, é invariável. Haja
vista significa "por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista".
Compare: quando se usa a expressão "tendo em vista", ninguém diz "tendo em visto". Então, não
esqueça: haja vista = tendo em vista.
Exemplos:
Haja vista o grande evento deste domingo.
Haja vista os concursos deste ano.


                                          HUM / UM.

Em português, o numeral é "UM", e não "hum". "HUM" é interjeição: palavra ou expressão usada
para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc).
Exemplos:
•"Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada."
•"Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado!"
Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem "um mil reais", nem "hum mil
reais". É "MIL REAIS".


                                         MAS / MAIS

Mas: indica idéia contrária.
Conjunção adversativa, equivalendo a "porém"
Ex.: Fui, mas não queria ir.

Mais:
a) Pronome:
Exemplo:
Há mais meninos do que meninas na sala.

b) Advérbio de intensidade
Exemplo:
Não fale mais!
MAL / MAU

Mal:
a) Advérbio (opõe-se a "bem")
Exemplo:
Ele agiu mal

b) Substantivo (opõe-se a "bem")
Exemplo:
Ele só pratica o mal.

c) Conjunção, indicando tempo
Exemplo:
Mal cheguei, você saiu.

Mau:
É adjetivo
Exemplo:
Quem tem medo do lobo mau?

                                        MEIO / MEIA.

MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à
"UM TANTO", "UM POUCO".
Exemplos:
•Os alunos estavam meio cansados.
•Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião.

MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando
com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele.
Exemplos:
•Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim.
•Ela só sabe dizer meias verdades.
•Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa
da concordância com HORA que está implícita na expressão.)

A palavra "MEIO" pode ainda se apresentar como um substantivo, significando "MANEIRA,
MODO, CAMINHO". Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será
empregada no masculino.
Exemplos:
•Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa.
•"Os fins justificam os meios." (Maquiavel)

                       NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE

Na medida em que:
Equivale a "porque", "já que", "um vez que", exprimindo relação de causa.
Exemplo:
Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.
À medida que:
Equivale a "à proporção que"
Exemplo:
À medida que escurecia, crescia o meu medo.




                                            QUE / QUÊ
Que: monossílabo átono
Pode ser:
A - Pronome:(O) que você faz aqui?
B - conjunção:Pedi que ele viesse
C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto.

Quê: monossílabo tônico
Pode ser:
A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências.
                     Você precisa de quê:
B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa)
                     Ele tem um quê de especial.



                                  Denotação X Conotação
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as
situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo
de areia", pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa
"construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, "ocorrência incerta,
sem solidez".
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.


                                                Signo
Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há
necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um
conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um
elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um
elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a
"abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa
a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween.


Signo = significante + significado.


Significado = idéia ou conceito (inteligível)




                                         Sentido Próprio
 Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido
                              que a palavra tem originalmente.
Sentido Figurado

Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo
de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio:
Exemplos:
A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio)
A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado)
À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio)
"A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão".(sentido figurado)



                                      Figuras de sintaxe



Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o
enunciado mais condensado e incisivo.
Exemplos:
   As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua
   num dia de Sol.
Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos
elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma
incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz.
Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos.
[omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...];
Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que
quisesse];
Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)];
Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça]




Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase
sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de
realidades muito diferentes.
Exemplos:
Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios]
Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos]
Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração
anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa.




É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou
expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a
ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da
língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso).
Exemplos:
Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora)
Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima)
"Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser atrás)
Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo)
A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso
de objeto pleonástico)
Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser
considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma
característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada.




É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim
de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de
inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise.
Exemplo:
Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe).




Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente
apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que
interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de
inversão.
Exemplos:
A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de
seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente].
Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o
verbo e o sujeito).




É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição +
substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante.
Exemplos:
Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o
termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)]
Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim,
são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes
do determinado (ávido)]




Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem
natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste,
segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins
estilísticos.
Exemplos:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante" (ordem
natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)
Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem
natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade).




                                        (ou antecipação):
Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior.
Exemplos:
O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão
(o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)]
Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi
deslocado para antes da oração principal (parece)]




Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas
(aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos
enunciados.
Exemplos:
Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção
alguma para ligar as orações).
Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os
termos que complementam o verbo ter).




Consiste na repetição significativa da conjunção "e". Como é fácil perceber, a repetição da
conjunção tem um carácter intensificador.
E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda
esperava arrastar uns anos.
Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a
conjunção coordenativa aditiva e).
Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção
coordenativa aditiva nem).




Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na
linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a
frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical.
Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter
efeitos expressivos.
Exemplos:
O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito
de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática
esperada).
Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor
decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar)
Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige
experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com
uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.
É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de
concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia
feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de
pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra)
Exemplos:
São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque
concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo]
Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo
ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de
tratamento Vossa excelência é homem]
Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a
primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do
plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é
paulista; de que ele se inclui entre os paulistas]
A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no
plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular]
Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o
emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural.




É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e
intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau
superlativo.
Exemplos:
Aquela moça era linda, linda, linda.
E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia.
O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar.




Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na
verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia.
Exemplos:
Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando).
Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa).


                                 Figuras de Palavras


É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como,
assim como, bem como, tal qual, etc.).
Exemplos:
Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo;
houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)
Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve,
pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais)




Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de
semelhança).
Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora.
Exemplos:
Aquela mulher é uma baleia.
É fácil perceber que a palavra "baleia" não é o termo mais adequado para caracterizar uma
pessoa, visto que "uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente
aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira,
se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora
assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia).
Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste
caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada).
Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais.
Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve
um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de
metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma
qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a
bondade)
Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar
muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o
trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos
de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da
palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência)




Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade.
   o autor pela obra
   Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares.
   o local de fabrico pelo produto
   Bebemos um porto.
   o material de que é feito pelo objeto
   Gosta de cristais.
   o efeito pela causa
   Respeitem os meus cabelos brancos.
   o físico pelo moral
   Ele é uma boa cabeça.
   o sinal pela coisa significada
   A cruz e a espada engrandeceram Portugal.
   O instrumento pela pessoa que dele se utiliza
   Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos
   utilizados para comer)
   O recipiente (continente) pelo conteúdo
Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas
   garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas
   que moram nos Estados Unidos assistem...)
   O singular pelo plural
   O paulista adora trabalhar (Os paulistas...)
   A matéria pelo objeto
   Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)?




Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão.
Exemplos:
   -É noite: e, sob o azul morno e calado,
   Concebem os jasmins e os corações.
                                                                                  Gomes Leal
Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra "azul", associa-se a uma sensação táctil
("morno") e a uma auditiva ("calado").
- Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)]
- Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)].




                                        (ou antonomásia):
Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas.
Exemplos:
- Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves).
- O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento).
- Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)?
- Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café)
Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais
maiúsculas.


                             Figuras de Pensamentos


Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos.
Exemplos:
E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se.
"Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão" (Castro Alves).




É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da
seqüência do pensamento.
Exemplo:
- Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui?
(note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém).
Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão
de um fonema.
- Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso)




É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação
de cunho desagradável e chocante.
Exemplos:
- Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu).
- Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele
finalmente descansou.




É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase.
Exemplos:
- Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação
ascendente, do menor para o maior).
- Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para
o menor).




Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário
do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por
parte do receptor (leitor ou ouvinte).
Exemplos:
- Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de
microondas.
- Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha
sido completamente esvaziada durante um assalto)...




É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste
numa expressão exagerada da realidade.
Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os
nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de
lágrimas...
   Trazem ferocidade e furor tanto,
   Que a vivos medo e a mortos faz espanto.
                                                                                       Camões
Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole
pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos
adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos.




                                       (ou personificação):
É a atribuição de características humanas a seres não-humanos.
Exemplos:
O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma
edificação).
Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana
atribuída a um astro).




É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a
interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado.
Exemplos:
- Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa).
- Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da
mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com
arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta).




Consiste em consertar uma afirmação anterior.
Exemplos:
Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam
trabalhar.
Ele, aliás, todos eles me traíram.




Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos.
Exemplo:
- Era iminente o fim do eminente político.




Reunião de palavras contraditórias, paradoxais.

Exemplos:

- "covarde valentia".
- "inocente culpa".
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL

                        Falado e Escrito / Formal e Informal

Linguagem coloquial ( Informal )
   Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos
   perguntou:
   - Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ?
   - Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José
   bastante animado.
   - É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo.

                                            GÍRIA
                           A gíria é um elemento de linguagem que
                           denota expressividade e revela grande
                           criatividade, desde que, naturalmente,
                           adequada à mensagem, ao meio e ao
                           receptor.
                           Mesmo que seja criativa a gíria só é
                           admitida na língua falada. Sendo que a
                           língua escrita não a tolera. Só em casos
                           especiais na comunicação entre amigos,
                           familiares, namorados, sendo que isto é
                           caracterizada pela linguagem informal.



Linguagem formal
   No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-
   aluno, agora seu colega. O professor diz-lhe:
   - Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo!
   - Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem
   pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas.
   - Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável.


A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério
sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo
numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um
discurso e ao conversar com amigos num bar).
Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições
materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao
descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um
vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.
Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e
sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é
formal versus informal e não escrito versus falado.
Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a
língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até
certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita
pela gramática escolar.
Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é
que se empreguem as variedades informais da língua.
Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao
grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta.
Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade,
por um lado, e entre informalidade e fala, por outro.
De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada.
Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus
de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o
informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua);
O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência
(formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua
especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores,
nem totalmente informal, pela natureza "intelectual" do assunto tratado)(semi-formal) e a
conversação diária (informal).
Exemplos na modalidade escrita:
•      do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático;
•      do formal - um verbete de enciclopédia;
•      do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa);
•      do informal - um bilhete.
Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a
necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não
existindo nos dois últimos.
Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado
a cada situação, a saber:
•       o status dos interlocutores;
•      o local, o assunto;
•      o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro);
•      a modalidade escrita ou oral e
•      a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação.
O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação.


                                   Precisamos levar em conta
           124)      A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na
              interação verbal ou oral;
           125)       o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala;
           126)       e o papel desempenhado pela língua.
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
LINGUAGEM INFORMAL                           LINGUAGEM FORMAL
         Poder igual                                Hierarquia de poder (não igual)
         Contato freqüente                          Contato não freqüente
         Grande envolvimento afetivo                Pouco envolvimento afetivo
         Léxico coloquial (abreviações e gírias)    Léxico formal (formas não abreviadas e não
                                                    emprego de gírias)
         Emprego de apelidos e diminutivos          Emprego de títulos
         Expressões de afeto e despreocupação com a Expressões de deferência e preocupação com
         polidez                                    a polidez
         Uso de expressões que indicam opinião      Uso de expressões que indicam sugestão



Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na
empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto,
inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que
requerem certa formalidade.


Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são
chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem:
127)mais formal,
128)menos formal;
129)mais distante,
130)menos distante.
Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação
em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por
exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da
Faculdade.
É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de
interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos
acadêmicos ou empresariais.
Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos
identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as
mais diversas a que somos postos.
Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam
elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os:
   ( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos
        sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de
        subsistência
   ( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha
        educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse
        subir na vida.
   ( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do
        banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão
        que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco.
   ( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos.
   ( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas
       decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora
       Universitária.
Tema para discussão


             A palavra "bóia-fria" é uma linguagem formal ou uma linguagem informal?


A palavra bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é
utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos
acadê(é)micos.
Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O "Bóia-fria": Acumulação e
Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello
empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria
(São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóias-
frias sem restrições.
Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à
vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por
exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um
bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo
termo mais formal:
« o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído
como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa
jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços».
Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas
ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como
se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos.




                                    DIVISÃO SILÁBICA

A divisão silábica obedece às seguintes regras:

Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R).

Exemplos:
re - cla - mar
re - ple - to
pa - trão

observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte
integrante da primeira sílaba.

Exemplos:
mne - mô - ni - co
pneu - má - ti - co
pseu - dô - ni . mo

Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados
por duas consoantes.

Exemplos:
advento(ad - ven - to)
obtuso(ob - tu - so)
sucção(suc - ção)
nafta (naf - ta)
constar(cons - tar)
abstrato(abs - tra - to)
magnólia (mag - nó - lia)

Não se separam ditongos:

Exemplos:
ópio(ó - pio)
coitado(coi - ta - do)
peixe(pei - xe)
muito(mui - to)
fiéis(fi - éis)
capitães(ca - pi - tães)

Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando,
assim, a separação de alguns deles.

- ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo.
história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria)
piada(pi - a - da)(pia - da)

Não se separam tritongos.

Exemplos:
Uruguai(U - ru - guai)
saguão(sa - guão)

Separam-se os hiatos:
Exemplos:
Saara(Sa - a - ra)
vôo(vô - o)
rainha(ra - i - nha)

Dígrafos:
Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC.

Exemplos:
carro(car - ro)
assassino(as - sas - si - no)
nascimento(nas - ci - men - to)
nasça(nas - ça)
exceto(ex - ce - to)

Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU.

Exemplos:
palha(pa - lha)
unha(u - nha)
cave(cha - ve)
guerra(guer - ra)
queixa(quei-xa)


Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras.
(prefixos, radicais, etc)
Exemplos:
transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co)
bisavó       (bi - sa - vô)

Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa.

Exemplos:
sub - ter - râ - neo
sub - ma - ri - no

Exceções:
su - bes - ti - mar
su - bes - ti - ma - do




                                  ACENTUAÇÃO GRÁFICA
                                    REGRAS BÁSICAS

a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas.

Exemplos:
lâmpada, médico, matemática.

b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em:

Ps:                                  Fórceps
L:                                   Útil
I (s)                                Táxi (s)
X:                                   Tórax
Ão (s)                               Órgão (s)
Us:                                  Bônus
à (s):                               Irmã (s)
R:                                   Caráter
Um (uns)                             Álbum (álbuns)


c) Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em:

A (s):           Pá
E (s):           Pé
O (s):           Pó

Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra.

Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte.
esse homem
a escola
que bonito

Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior.
ensinei-vos
diz-me
encontrámo-lo
Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte.
digo-vo-lo
reparti-lo-emos


                                     Regras Especiais

Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas)

São acentuados:
a) Quando a 2ª letra do hiato for "i" ou "u" tônicos, seguidos ou não de "s", (na mesma sílaba).
Exemplos: saída, saúva, baú, país

Obs.: Se o "i" ou "u" não vierem seguidos de "s", a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada.
Exemplos: ruim, raiz, rainha.

b) Os grupos "ee" (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver.
Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem

c) Os grupos oo: magôo, perdôo.

Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba)

São acentuadas.
As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu
Exemplos: anéis, caracóis, céus

Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado.
Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos.

                                  DICAS - ACENTUAÇÃO
1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é:

a) urubú, cajú, ví, lí
b) urubu, caju, vi, li
c) urubu, caju, ví, lí
d) urubú, cajú, vi, li

As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando
terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju,
urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo.

resposta da questão:B

2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é:
a) ítem, ítens, éden, édens
b) item, itens, eden, edens
c) ítem, itens, éden, edens
d) item, itens, éden, edens

Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem.
Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens,
garagens, nuvens.
Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as
bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen
(hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).
resposta do teste: D

3) Qual a série correta?

a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo
b) canta-lo, vende-lo, parti-lo
c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo
d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo

É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e
e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou
grampinho:

sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la
café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo
vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo
tupi, guarani, comi, parti-lo
caju, urubu, Aracaju

resposta do teste:C

4) Qual a opção certinha da silva?

a. sofá, café, caqui, cipó, caju
b. sofá, café, caquí, cipó, caju
c. sofá, café, caquí, cipó, cajú
d. sofá, café, caqui, cipó, cajú

Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u
têm alergia a acento.

resposta do teste:A

                                                Trema

Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra "u" for pronunciada..
Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo

Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos

Considerar somente a forma verbal (sem o pronome)
Em amá-lo - "amá" - é oxítona terminada em "a" e, por isso, leva acento.
Em incluí-lo - incluí - o "í" tônico do hiato é acentuado.
Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em "i" e, por isso, não é acentuado.

Acentos diferenciais

       Ele tem         Ele vem
       Eles têm        Eles vêm
       Ele mantém      Ele convém
       Eles            Eles
       mantêm          convêm

Ele pode (verbo poder, presente do indicativo)
Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo)

Pôr (verbo)
Por (preposição)

Pára (do verbo parar)
Para (preposição)

Côa, côas (verbo coar)
Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia

Pela (s) (contratação de preposição + artigo)
Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de)

Pêlo (s) (substantivo)
Pélo (forma do verbo pelar)
Pelo, pelos (preposição + artigo)

Pêra (fruta)
Péra (pedra)
Pera (preposição arcaica)

Pôla (ramo novo de árvore)
Pola (contratação arcaica de preposição e artigo)


                                     Emprega-se hífen:

1) para unir pronomes átonos a verbos:
exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei

2) para separar palavras no final da linha:
exemplo: liber- / tar

3) para separar os sufixos:
exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada
graficamente ou por tônica nasal
Sabiá-guaçu
Cajá-mirim
Capim-açu

4) Em palavras compostas formadas por:

Substantivo + substantivo: salário - família
Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque
Substantivo + adjetivo: amor-perfeito
Adjetivo + substantivo: má-criação
Verbo + substantivo: arranha-céu
Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo
Verbo + verbo: pisca-pisca
Advérbio + adjetivo: sempre-viva

Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc.

5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo
elemento:
a)
            Além -                aquém -                 recém -
         além-túmulo           aquém-mar            recém-nascido

b)
           pós -                       pré -                           pró -
pós-datar                pré-primário               pró-alfabetização

c)
         bem -                      sem -   terminados em ditongo nasal:
      bem-querer               sem-vergonha

d)
           sota -               soto -                   vice -
        sota-vento         soto-mestre               vice-rei

e)
            ex-
         ex-aluno

f)
                     co -,       no sentido de juntamente:
        co-autor         co-seno

6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen.
Auto -: auto-hemoterapia
Neo -: neo-expressionismo
Proto -: proto-árido
Pseudo -: pseudo-herói
Intra -: intra-ocular
Extra -: extra-oficial
Infra -: infra-estrutura

Supra -: supra-renal
Ultra -: ultra-som
Contra -: contra-ataque
Semi -: semi-reta
Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc.

7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por
hífen:
Ante -: ante-sala
Anti -: anti-higiênico
Arqui -: arqui-rabino
Sobre -: sobre-humano
Mas: antebraço, antiofídico, etc.

8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por
hífen:
Inter -: inter-hemisfério
Super -: super-homem
Mas: interestadual, supersônico

9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por
hífen:
Circum -: circum-hospitalar
Com -: com-hospedado
Mal -: mal-humorado
Pan -: pan-americano

(exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.)

10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser
separados por hífen:
Ab: ab-rogar
Ob: ob-robar
Sob: sob-roda
Mas: abjurar, oblongo, sobestar

11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen:
Sub-ramo, sub-base
Mas: subsolo, subdelegado

12) Algumas locuções que se escrevem com hífen:
À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis

13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem:
À beira de
A baixo de
A fim de
A menos que
Em volta de
Na medida em que
Uma vez que
Um a um
Uma a uma
Etc.

                                        DICAS - HÍFEN
1) Estão certinhas as palavras da série:
a) micro-saia, macro-região, mini-eleição
b) micro-saia, macrorregião, minieleição
c) microssaia, macrorregião, mini-eleição
d) microssaia, macrorregião, minieleição

Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie,
microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia.

resposta do teste:D

2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é:
a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real
b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal
c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real
d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal

Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho
antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano,
semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo
coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil,
semimorto.

resposta do teste:C

3) O hífen está correto na palavra:

a) anti-malufismo
b) anti-imperialismo
c) anti-judaísmo
d) anti-Malan
Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro.
Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras.
Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome
que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio?
Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa
antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, micro-
Brasília, anti-Malan, super-Camdessus.

resposta do teste:D

               Como se escrever os símbolos das unidades de medida:
Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente
após o número:
2 cm,
29 km,
2h 15min,
80 km/h.
Exceção: 1t.; 203 t.

O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um
traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00.




                                      PONTUAÇÃO

                              Emprega-se Vírgula ( , )
•            Entre as orações coordenadas assindéticas.
Exemplo:
     Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar.

• Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção.
Exemplo:
     O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.=

• Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado.
Exemplo:
    Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo.

• Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer",
"digo", "digo melhor".
Exemplo:
       Isto é bom, ou melhor, é ótimo.

• Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas.
Exemplo:
    Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero.

• Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando
intercaladas na sua principal.
Exemplos:
      Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso
      Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.
• Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem
intercaladas.
Exemplo:
       Quando eu cheguei, ele já havia saído.

•     Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam
entre dois verbos.
Exemplo:
      Pudemos, finalmente, ficar sozinhos.

•   Para separar termos aos quais queremos dar realce.
Exemplo:
    As telhas, levou-as o vento.

• Para indicar que houve elipse de verbo.
Exemplo:
     Ela foi para a praia e ele, para o campo.

• Para separar os topônimos, nas datas.
Exemplo:
     Ribeirão Preto, 16 de março de 1999.



                             Não se emprega Vírgula ( , )

• Entre o sujeito e o verbo.
Exemplos:
    Minha mãe, viajou. (incorreto).
    Minha mãe viajou. (correto).

• Entre o verbo e seu complemento.
Exemplos:
    Vimos, o filme. (incorreto)
    Vimos o filme. (correto)

• Entre o substantivo e o adjunto adnominal.
Exemplos:
    Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto)
    Meu bom amigo não estava em casa. (correto)

•    Como norma geral, antes da conjunção e.
Exemplos:
    Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto)
    Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto)

Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a
vírgula se torna obrigatória.
Exemplos:
Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa)
E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac)

• Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre
vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser
separada por vírgula.
Exemplo:
Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)
• Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto.
Exemplos:
    Caixa Postal, 158 (incorreto)
    Caixa Postal 158 (correto)
    Casa, 35 (incorreto)
    Casa 35 (correto)


                                       Ponto Final ( . )

• Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa.
Exemplo:
    Não pudemos sair de casa, pois chovia demais.

• É empregado também em abreviações.
Exemplo:
    Sr., V. Exa., pág., etc.

                             Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; )


• Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por
conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem
diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar
enumerações longas dentro das quais existam vírgulas.

Exemplo:
Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora
deste mundo.

•     Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens
enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc.

Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por fim:
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e
dos demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
d) ...................................;
e) ...................................;
f) ...................................;
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.

•    Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou
um esclarecimento.

Exemplos:
    a) - Então, ele disse
        - Não quero mais ver você.
    b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais.

• Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de
igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a
finalidade, etc. que se pretende ressaltar.

Exemplo:
Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão!



                      Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? )

• Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta.
Exemplo:
    Quantos anos você tem?

Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação.
Exemplo:
      Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha.


                       Emprega-se ponto de exclamação ( ! )

•    Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa,
admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc.
Exemplos:
     Fica, por favor!
     Nossa!

                                      Reticências ( ... )

• Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando:
hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida.
Exemplo:
       Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ...

• São empregadas em citações:
Exemplo:
        No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função
sintática de "situação financeira"?

                                Emprega-se Travessão ( - )


• Para indicar a fala da personagem.
Exemplo:
    Ele gritou a plenos pulmões:
    Elisa!

•    Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da
personagem (nesse caso, são empregados dois travessões):

• Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas.
Exemplo:
     E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta.


                               Empregam-se Aspas ( " " )

• No início e no final de uma citação textual.
Exemplos:
"É a sua vida que eu quero bordar na minha
         Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil)

• Para destacar palavras ou expressões.
Exemplo:
     Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo.

• Nos títulos de obras artísticas ou científicas:
Exemplo:
    "Senhora" é um livro de José de Alencar.

                                    Empregam-se os Parênteses (           )

• Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo -
intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo.
Exemplo:
       E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação.

• Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas.
Exemplos:
    "Reproduzidos no bordado
    A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza"
(Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983)



                                                   COLCHETES ( [ ] )
Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários.

                                                    ASTERISCO ( * )
Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar,

                                                   PARÁGRAFO ( § )
É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc.

                                                DICA - PONTUAÇÃO
O ponto está certinho na frase:

a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda..
b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc..
c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.
d) Vi carros, lojas, ônibus, etc....

A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se
outro ponto para indicar o fim do período?
Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas,
bananas, pêras, abacaxis, etc.

resposta do teste:C




                                                           SEMÂNTICA
É o estudo do sentido das palavras de uma língua.
                     A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos:

Família de idéias
São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma
idéia.

Veja a relação a seguir:
- casa,
- moradia,
- lar,
- abrigo,
- residência,
- sobrado,
- apartamento,
- cabana.

Todas essas palavras representam a mesma idéia:
lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias.

Observe outros exemplos:
•     revista,
•     jornal,
•     biblioteca,
•     livro,
•     casaco,
•     paletó,
•     roupa,
•     blusa,
•     camisa,
•     jaqueta,
•     serra,
•     rio,
•     montanha,
•     lago,
•     ilha,
•     riacho,
•     planalto.
•     telefonista,
•     motorista,
•     costureira,
•     escriturário,
•     professor, etc.



                                         Sinonímia
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou
semelhantes - SINÔNIMOS.

Exemplos:
Cômico - engraçado
Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto


                                          Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados
diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Exemplos:
Economizar - gastar
Bem - mal
Bom - ruim


                                         Homonímia
É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes,
possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

                                As homônimas podem ser:
                        Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas)
são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.

Exemplos:
gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)


                        Homófonas heterográficas (ou homófonas)
são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.

Exemplos:
cela (substantivo) - sela (verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar (verbo)


                   Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos)
são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.

Exemplos:
cura (verbo) - cura (substantivo)
Verão (verbo) - verão (substantivo)
Cedo (verbo) - cedo (advérbio)


                                          Paronímia

É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes,
mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
Exemplos:

cavaleiro - cavalheiro
Absolver - absorver
Comprimento - cumprimento


                                          Polissemia
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.

Exemplos:

Ele ocupa um alto posto na empresa.
Abasteci meu carro no posto da esquina.

Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.



                                 MORFOLOGIA
                                           Primeira parte




                         •       Estrutura das Palavras


                             •    Origem das Palavras


                         •       Formação das Palavras




                             ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo
que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido.

Datas
Os magos janeiram dia 6
Os peixes abrilam dia 1
A Virgem setembra dia 8
Os mortos novembram dia 2

                                                     (MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183)



                                  Elementos Mórficos
Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada "Maluco beleza"? É muito
interessante. Um trecho diz assim :

Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Um maluco total, na loucura real
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez
                                                          PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia.
                                                                                  São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218


Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na
palavra lucidez: significa "qualidade ou estado de lúcido". Lúcido, por sua vez, significa "brilhante
como a luz". Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa "luz". Por
essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as
faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa
a inteligência.
Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os
autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o
"estado ou doença de maluco", a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se
mistura com lucidez!
O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma
palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos
janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém
entenderia a nova palavra.
Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós
estudamos a estrutura das palavras.
Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta
da seguinte maneira:




                       Os jovens que picham e emporcalham a cidade

Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações:

                       Sujo        sujão        sujinho
                       Suja        sujona       sujar
                       Sujos       sujeira
Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a
outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou
diminutivo, etc.

            -o (elemento que indica o gênero masculino)
            -a (elemento que indica o gênero feminino)
            -(o) s (elemento que indica o número plural)
            -ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino)
 Sj-        -ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino)
            -eira (elemento que indica qualidade, propriedade)
            -inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino)
            -(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o
             infinitivo do verbo)

As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades
possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.
Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A
terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica.
Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas
são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir
palavras como sol e mar.

                     Classificação dos elementos mórficos
                                   Observe as seguintes palavras
    alun o          pedr   a           ferr    o           menin    o        lúc   ido
    alun a          pedr   as          ferr    os          menin    os       luc   idez
    alun inhos      pedr   eiras       ferr    agens       menin    inhos    luc   ipotente
    lun ato         pedr   ada         ferr    inho        menin    ice      luc   ímetro

Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento
comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses
elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome
de cognatas.

                                          Desinências
Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao
gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural.
Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou
seja, se ela é masculina ou feminina.
Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural.
Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no
plural, recebem o nome de desinências.

Existem dois tipos de desinências:

•     desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes.

                             radical     desinência     nominal
                           genêro             número
                 alun        a                  s
                 menin       o                  s

•     desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos
      verbos.

                                                desinência verbal
                                              tempo e modo número e pessoa
                 amá        va                mos
                 vende     sse                 m

Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das
flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo.
O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos
mecanismos de concordância nominal e verbal.
Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir
as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das
desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes.

                                        Vogal temática
Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao
radical.
Observe:

  radical    desinência
    am          va

O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va.

Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos
precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para
receber a desinência.

Dessa forma:
                                       am          a         va
                                     radical            desinência

Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática.
Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo.
Veja abaixo.

Vogal Temática        Conjugação          exemplo
       a                primeira            am - a - va
       e                segunda             vend - e - ra
       i                terceira             part - i - sse



                                               TEMA
Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas
são, respectivamente: ama -, vende- e parti- .

                                     Prefixos e sufixos
Observe as seguintes palavras:
       leal     feliz      camisola
       desleal  infeliz    camiseta
       lealdade felizmente descamisado

Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, -
mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos
podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou
depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e
sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões
gramaticais.

                                      Exemplos de Prefixos
                                                 Ateu
                                          Supermercado
                                            pré-história
                                       Exemplos de Sufixos
                                               amoroso
                                                livraria
                                               lapisinho

                           Vogais e consoantes de ligação
Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante
para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma,
não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de
ligação. Veja os exemplos abaixo.




                                 ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS

Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de
algumas palavras que você comumente usa:
- sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);;
- abajur vem do francês (abat-jour) ;
- carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer "casa do branco");
- samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer "umbigada");
- alfaiate vem do árabe (al-khaiãT).

A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua
falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos
e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua.


                                                       Alguns radicais de origem grega
Radical            Significado                                                      Exemplo
•         Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura)
•         Aero ......................   ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar)
•         Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo)
•         Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas)
•         Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos)
•         Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento)
•         Antropo................homem .......................          Antropologia (estudo dos grupos humanos)
•         Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas)
•         Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais)
•         Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas)
•         Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo)
•         Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo )
•         Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica )
•         Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros)
•         Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos)
•         Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som)
•         Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita)
•         Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração)
•         Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo)
•         Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células)
•         Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo)
•         Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo)
•         Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores)
•         Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)
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Concursos Públicos: Fonologia, Ortografia e Acentuação

  • 2. FONOLOGIA Fonologia é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro. Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra. O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas, podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro. Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das palavras. Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas. Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode ser representado pelas seguintes letras: s = mesa x = exato z = azarado O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em certas interjeições e na formação dos dígrafos. • Classificação dos fonemas Vogais - são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São silábicos, isto é, constituem a base da sílaba. /a//â//é//ê///i///ó//õ//u// Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal. can-tai a = vogal i = semivogal le-vou o = vogal u = semivogal Observação: 1) As letras e e o também podem representar semivogal: 2) põe = [põi] mão = [mãu] 3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal. 4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca Encontros Vocálicos Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de consoante. Os encontros vocálicos podem ser: DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS. Ditongo Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser: Crescentes A semivogal antecede a vogal:
  • 3. perícia espécie fastio vácuo ténue água Decrescentes A vogal antecede a semivogal: pai feito varapau réu biscoito muito Orais O som sai só pela boca: saia farnéis fugiu boi uivar Nasais O som sai pela boca e fossas nasais: mãe cãimbra vem mão comeram Abertas au, mau, éu, ilhéu, ói, dói Fechadas eu, seu, oi, foi, õe, põe Tritongo Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal + semivogal) na mesma sílaba: Paraguai , enxaguei, saguão Hiato É o encontro de vogais em sílabas diferentes: ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o Encontros Consonantais É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais: Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. ap-to, cac-to, as-pec-to
  • 4. Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos descritos. fel-tro dis-pli-cen-te des-tro Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização . Observação: Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso] Dígrafos Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não. arroz = ar-roz assar = as-sar nascer = nas-cer desço = des-ço exceção = ex-ce-ção alho = a-lho banho = ba-nho cacho = ca-cho querida = que-ri-da - Kerida; sangue = san-gue Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico. sangue = san-gue Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único dífono é representado pela letra X - axila - fixo • Sílaba Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte: a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei; b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci; c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca; d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-ma- vel-men-te. • Acento Tônico Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita. As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e postônicas as que figuram depois da tônica:
  • 5. pa - re - de || || || atona tônica átona pretônica postônica Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica, própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a correspondência: ca - fé || || átona tônica || ca - fe - zal || || || átona subtônica tônica Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em: a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci; b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel; c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca. • Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó... b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha: mas, de, no... • Ortoepia A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente. Pronúncia correta Pronúncia errada Caranguejo carangueijo Beneficência beneficiência Camundongo camondongo Empecilho impecilho Mendigo mendingo Mortadela mortandela Reivindicar reinvidicar Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica. Pronúncia correta Pronúncia errada Avaro ávaro Condor côndor Circuito circuíto Filantropo filântropo Fluido fluído Ibero íbero Pudico púdico
  • 6. ORTOGRAFIA OFICIAL Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a correta representação escrita das palavras. O alfabeto português Letras maiúsculas A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z Letras minúsculas a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e seus derivados. Diferença entre letra e fonema. Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente. Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado. Mato Pato /m/ /p/ Fonema fonema Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas. EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS X ou CH ? Emprega-se "X" a. Após um ditongo: caixa - paixão - peixe. Exceção: recauchutar e seus derivados. b. Após o grupo inicial en: enxada - enxergar - enxame Exceção: • encher e seus derivados (que vêm de cheio) •palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de chapéu) c. Após o grupo inicial me: mexer - México - mexerica Exceção: mecha d. Nas palavras de origem indígena ou africana: Xingu - Xavante e. Nas palavras inglesas aportuguesadas: xerife - xampu
  • 7. G ou J? Emprega-se "G" a. Nos substantivos terminados em: • agem: aragem - friagem • igem: origem - fuligem • ugem: ferrugem Exceções: pajem - lambujem b. Nas palavras terminadas em: • ágio: pedágio • égio: colégio • ígio: prestígio • ógio: relógio • úgio: refúgio Emprega-se "J" a. Nas formas verbais terminadas em: jar • arranjar (arranjei, arranjamos) • viajar (viajo, viajaram) b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe: jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j: laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja). S ou Z ? Emprega-se "S" a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s: casebre, casinha, casarão (de casa) pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise) Exceção: catequizar (catequese) b. Nos sufixos - ês - esa: português - portuguesa chinês - chinesa - ense, oso, osa (que formam adjetivos): paraense - orgulhoso - caprichosa - isa (indicando feminino): poetisa - profetisa c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer: pus, puseste, quis, quiseram Emprega-se "Z" a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z: razão - razoável; raiz - enraizado b. Nos sufixos:
  • 8. - ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos) AdjetivoSubstantivo abstrato Surdo Surdez Avaro Avareza Belo Beleza • izar (que formam verbos): civilizar, humanizar, escravizar • iza - ção (que formam substantivos): civilização, humanização S, SS ou Ç ? Emprega-se "S" Verbos com nd- Substantivos com ns Distender Distensão Ascender Ascensão Emprega-se "SS" Verbos com ced - Substantivos com cess Ceder Cessão Conceder Concessão •Emprega-se "Ç" Verbos com ter- Substantivos com tenção Conter Contenção Deter Detenção Atente para a grafia de: - acrescentar - adolescência - consciência - isciplina - fascinação - piscina - nascer - obsceno - ressuscitar - seiscentos. •X Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/: - experiência - Sexta - sintaxe - texto. • Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/: clímax - intoxicar
  • 9. - nexo - reflexo - sexagésimo - sexo - tóxico. •XC • Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/: - excesso - exceção - excedente - excepcional. E ou I ? Emprega-se "E" a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar Abençoe perdoe continue efetue c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto Emprega-se "I" Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra) H • A letra "H" não representa nenhum som • É usada nos dígrafos: nh - lh - ch • É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem • Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo Palavras homófonas Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch: • Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel) • Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã) • Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos) • Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez) • Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco) • Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto) • Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto) Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste gráfico: • Cozer (cozinhar) e coser (costurar) • Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender) • Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior) • Acender (iluminar) e ascender (subir)
  • 10. Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta) • Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular) • Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher) • Censo (recenseamento) e senso (juízo) • Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão (reunião). • Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo) • Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo) • Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante) • Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade) • Paço (palácio) e passo (passada) Algumas palavras parônimas: • Área (superfície) e ária (melodia) • Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir) • Delatar (denunciar) e dilatar (estender) • Descrição (representação) e discrição (reserva) • Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga) • Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar) • Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho) • Eminente (excelente) e iminente (imediato) • Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo) • Recrear (divertir) e recriar (criar de novo) • Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical) • Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso) DICAS DE ORTOGRAFIA Qual a série certinha? a) civilizar, analisar, pesquizar b) civilizar, analizar, pesquizar c) civilisar, analisar, pesquisar d) civilizar, analisar, pesquisar A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo: civil civilizar municipal municipalizar Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe -ar, não -izar: análise analisar pesquisa pesquisar resposta do teste:D Que opção está todinha certa? a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes. b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez. c. Ele quis fazer a transação, mas não fes. d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.
  • 11. É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s: quis, quisemos, quiseram; quiser, quisesse, queséssemos, quisesse. O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z, escreve-se com z: faz fazemos fazem fiz fez fizemos fizeram fizer fizermos fizerem fizesse fizéssemos fizessem. resposta do teste:D Está certinha a grafia de: a. garçom b. garçon c. garssom d. garsson a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final. resposta do teste: A Estão certinhas as palavras da série: a. maciês, camponês, solidês, frigidês b. maciez, camponez, solidez, frigidez c. maciez, camponês, solidez, frigidez d. maciez, camponês, solidez, frigidês Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a lição. Providência: saber de onde veio a palavra. Se do adjetivo, é hora do z: macio (maciez) embriagado (embriaguez) líquido (liquidez) sólido (solidez) frígido (frigidez)
  • 12. Se do substantivo, o s pede passagem: Portugal (português) corte (cortês) economia (economês) campo (camponês) resposta do teste:C Estão certinhas as palavras: a. rúbrica, previlégio b. rubrica, previlégio c. rúbrica, privilégio d. rubrica, privilégio Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E privilégio se escreve com i. resposta do teste: D Estão escritas como manda o figurino as palavras da série: a. eu apóio, o apôio b. eu apóio, o apoio c. eu apoio, o apoio d. eu apoio, o apôio O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados: herói jóia jibóia idéia assembléia céu escarcéus. Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos: * i-déi-a * as-sem-bléi-a resposta do teste: B
  • 13. DIFERENTES EMPREGOS DO "PORQUE". POR QUE Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas. Exemplos: • Por que você fez isso? •Quero saber por que você fez isso. • Por que você não foi à festa? •Gostaria de saber por que você não foi à festa. O "QUE" pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por "O QUAL", "A QUAL", "OS QUAIS", "AS QUAIS". Exemplos: •A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá. •"Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei." •É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando. Observação: também quando houver a palavra "motivo" antes, depois ou subentendida. Exemplos: •Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada. •Não sei por que motivo ele não veio. •Não sei por que (por que motivo) ele não veio. Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final, reticências). Exemplos: •Você vai sair a esta hora da noite por quê? •Ele não viajou por quê? •Se ele mentiu, eu queria saber por quê! •"Mãe, preciso de cem reais?" "Por quê?" PORQUE Porque: equivale à "PORQUANTO", "POR CAUSA DE". Exemplos: •Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal) •Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa) •Ele não foi porque estava doente. (causal) •Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa) •Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa) Porquê: artigos "O" ou "UM". equivale à "a razão". Exemplos: •Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje. •Quero saber o porquê da sua decisão. •Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.
  • 14. DICA DE PORQUE E PORQUÊ Qual é a frase certa? a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se. b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se. c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se. d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se. A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal: Maria se atrasou porque perdeu o ônibus. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas. A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional. Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A conjunção porque responde na bucha: Por que precisamos beber muita água? Porque a umidade do ar está baixa. PORQUÊ Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome. Quer ver? Não sei o porquê da decisão da juíza. Há muitos porquês sem resposta. Ficou intrigado com dois porquês. resposta do teste: D Forma e grafia PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS EM NOSSO DIA-A-DIA A / HÁ (em função do espaço de tempo). A (preposição): "Ela voltará daqui a meia hora." (tempo futuro) HÁ (verbo HAVER): "Ela saiu há dez minutos." (tempo decorrido) A PAR / AO PAR Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada. A par: Significa "bem informado", "ciente" Exemplo: Estou a par da situação.
  • 15. Ao par: Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros. Exemplo: Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par. AONDE / ONDE / DE ONDE. AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR. Exemplos: • Aonde você vai? • Aonde você quer chegar? ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar. Exemplos: • Onde você está? •A casa onde moro é muito antiga. DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência. Exemplos: • De onde você saiu? •Donde você surgiu? AS PARTÍCULAS "ATÉ" E "NEM". "Até" é uma partícula que traz a idéia de inclusão. Exemplo: • Até o diretor estava presente no show dos alunos. "Nem" deve ser usado quando houver idéia de exclusão. Exemplo: •"Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona." BASTANTE / BASTANTES. Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural) quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha. Exemplos: •Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes. •Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros. DICA Qual das frases está certinha? a. Tenho bastante amigos que estudam bastante. b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante. c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes. d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes. Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de plural:
  • 16. •Estudei bastante. •Trabalho bastante. •Maria anda bastante. •Diana era bastante querida. •Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau. •Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal. Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural. •Estudei bastante (muito). •Diana era bastante (muito) querida. •Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal. Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele. Mais: é substituível por muitos ou muitas: •Tenho bastantes (muitos) amigos. •Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida. •Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida. resposta do teste: B HAJA VISTO ou HAJA VISTA? Deve-se empregar a expressão "haja vista", já que a palavra "vista", neste caso, é invariável. Haja vista significa "por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista". Compare: quando se usa a expressão "tendo em vista", ninguém diz "tendo em visto". Então, não esqueça: haja vista = tendo em vista. Exemplos: Haja vista o grande evento deste domingo. Haja vista os concursos deste ano. HUM / UM. Em português, o numeral é "UM", e não "hum". "HUM" é interjeição: palavra ou expressão usada para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc). Exemplos: •"Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada." •"Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado!" Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem "um mil reais", nem "hum mil reais". É "MIL REAIS". MAS / MAIS Mas: indica idéia contrária. Conjunção adversativa, equivalendo a "porém" Ex.: Fui, mas não queria ir. Mais: a) Pronome: Exemplo: Há mais meninos do que meninas na sala. b) Advérbio de intensidade Exemplo: Não fale mais!
  • 17. MAL / MAU Mal: a) Advérbio (opõe-se a "bem") Exemplo: Ele agiu mal b) Substantivo (opõe-se a "bem") Exemplo: Ele só pratica o mal. c) Conjunção, indicando tempo Exemplo: Mal cheguei, você saiu. Mau: É adjetivo Exemplo: Quem tem medo do lobo mau? MEIO / MEIA. MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à "UM TANTO", "UM POUCO". Exemplos: •Os alunos estavam meio cansados. •Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião. MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele. Exemplos: •Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim. •Ela só sabe dizer meias verdades. •Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa da concordância com HORA que está implícita na expressão.) A palavra "MEIO" pode ainda se apresentar como um substantivo, significando "MANEIRA, MODO, CAMINHO". Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será empregada no masculino. Exemplos: •Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa. •"Os fins justificam os meios." (Maquiavel) NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE Na medida em que: Equivale a "porque", "já que", "um vez que", exprimindo relação de causa. Exemplo: Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.
  • 18. À medida que: Equivale a "à proporção que" Exemplo: À medida que escurecia, crescia o meu medo. QUE / QUÊ Que: monossílabo átono Pode ser: A - Pronome:(O) que você faz aqui? B - conjunção:Pedi que ele viesse C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto. Quê: monossílabo tônico Pode ser: A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências. Você precisa de quê: B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa) Ele tem um quê de especial. Denotação X Conotação Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, "ocorrência incerta, sem solidez". Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico. Signo Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween. Signo = significante + significado. Significado = idéia ou conceito (inteligível) Sentido Próprio Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido que a palavra tem originalmente.
  • 19. Sentido Figurado Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio: Exemplos: A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio) A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado) À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio) "A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão".(sentido figurado) Figuras de sintaxe Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o enunciado mais condensado e incisivo. Exemplos: As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua num dia de Sol. Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz. Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos. [omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...]; Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que quisesse]; Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)]; Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça] Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de realidades muito diferentes. Exemplos: Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios] Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos] Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa. É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso). Exemplos:
  • 20. Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora) Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima) "Eu nasci há dez mil anos atrás" (se é há, só pode ser atrás) Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo) A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso de objeto pleonástico) Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada. É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise. Exemplo: Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe). Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de inversão. Exemplos: A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente]. Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o verbo e o sujeito). É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição + substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante. Exemplos: Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)] Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim, são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (ávido)] Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste, segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins estilísticos. Exemplos: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante" (ordem natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)
  • 21. Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade). (ou antecipação): Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior. Exemplos: O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão (o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)] Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi deslocado para antes da oração principal (parece)] Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas (aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos enunciados. Exemplos: Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção alguma para ligar as orações). Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os termos que complementam o verbo ter). Consiste na repetição significativa da conjunção "e". Como é fácil perceber, a repetição da conjunção tem um carácter intensificador. E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda esperava arrastar uns anos. Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva e). Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva nem). Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical. Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter efeitos expressivos. Exemplos: O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática esperada). Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar) Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.
  • 22. É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra) Exemplos: São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo] Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de tratamento Vossa excelência é homem] Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é paulista; de que ele se inclui entre os paulistas] A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular] Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural. É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau superlativo. Exemplos: Aquela moça era linda, linda, linda. E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia. O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar. Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia. Exemplos: Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando). Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa). Figuras de Palavras É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, etc.). Exemplos: Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)
  • 23. Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais) Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de semelhança). Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora. Exemplos: Aquela mulher é uma baleia. É fácil perceber que a palavra "baleia" não é o termo mais adequado para caracterizar uma pessoa, visto que "uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira, se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia). Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada). Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais. Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a bondade) Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência) Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade. o autor pela obra Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares. o local de fabrico pelo produto Bebemos um porto. o material de que é feito pelo objeto Gosta de cristais. o efeito pela causa Respeitem os meus cabelos brancos. o físico pelo moral Ele é uma boa cabeça. o sinal pela coisa significada A cruz e a espada engrandeceram Portugal. O instrumento pela pessoa que dele se utiliza Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos utilizados para comer) O recipiente (continente) pelo conteúdo
  • 24. Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas que moram nos Estados Unidos assistem...) O singular pelo plural O paulista adora trabalhar (Os paulistas...) A matéria pelo objeto Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)? Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão. Exemplos: -É noite: e, sob o azul morno e calado, Concebem os jasmins e os corações. Gomes Leal Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra "azul", associa-se a uma sensação táctil ("morno") e a uma auditiva ("calado"). - Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)] - Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)]. (ou antonomásia): Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas. Exemplos: - Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves). - O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento). - Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)? - Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café) Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais maiúsculas. Figuras de Pensamentos Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos. Exemplos: E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se. "Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão" (Castro Alves). É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da seqüência do pensamento.
  • 25. Exemplo: - Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui? (note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém). Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão de um fonema. - Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso) É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação de cunho desagradável e chocante. Exemplos: - Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu). - Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele finalmente descansou. É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase. Exemplos: - Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação ascendente, do menor para o maior). - Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para o menor). Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por parte do receptor (leitor ou ouvinte). Exemplos: - Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de microondas. - Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha sido completamente esvaziada durante um assalto)... É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste numa expressão exagerada da realidade. Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de lágrimas... Trazem ferocidade e furor tanto, Que a vivos medo e a mortos faz espanto. Camões
  • 26. Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos. (ou personificação): É a atribuição de características humanas a seres não-humanos. Exemplos: O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma edificação). Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana atribuída a um astro). É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado. Exemplos: - Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa). - Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta). Consiste em consertar uma afirmação anterior. Exemplos: Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam trabalhar. Ele, aliás, todos eles me traíram. Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos. Exemplo: - Era iminente o fim do eminente político. Reunião de palavras contraditórias, paradoxais. Exemplos: - "covarde valentia". - "inocente culpa".
  • 27. LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL Falado e Escrito / Formal e Informal Linguagem coloquial ( Informal ) Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos perguntou: - Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ? - Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José bastante animado. - É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo. GÍRIA A gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. Mesmo que seja criativa a gíria só é admitida na língua falada. Sendo que a língua escrita não a tolera. Só em casos especiais na comunicação entre amigos, familiares, namorados, sendo que isto é caracterizada pela linguagem informal. Linguagem formal No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex- aluno, agora seu colega. O professor diz-lhe: - Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! - Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas. - Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável. A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um discurso e ao conversar com amigos num bar). Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.
  • 28. Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é formal versus informal e não escrito versus falado. Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita pela gramática escolar. Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é que se empreguem as variedades informais da língua. Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta. Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade, por um lado, e entre informalidade e fala, por outro. De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada. Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua); O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência (formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores, nem totalmente informal, pela natureza "intelectual" do assunto tratado)(semi-formal) e a conversação diária (informal). Exemplos na modalidade escrita: • do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático; • do formal - um verbete de enciclopédia; • do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa); • do informal - um bilhete. Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não existindo nos dois últimos. Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado a cada situação, a saber: • o status dos interlocutores; • o local, o assunto; • o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro); • a modalidade escrita ou oral e • a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação. O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação. Precisamos levar em conta 124) A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal ou oral; 125) o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala; 126) e o papel desempenhado pela língua. Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
  • 29. LINGUAGEM INFORMAL LINGUAGEM FORMAL Poder igual Hierarquia de poder (não igual) Contato freqüente Contato não freqüente Grande envolvimento afetivo Pouco envolvimento afetivo Léxico coloquial (abreviações e gírias) Léxico formal (formas não abreviadas e não emprego de gírias) Emprego de apelidos e diminutivos Emprego de títulos Expressões de afeto e despreocupação com a Expressões de deferência e preocupação com polidez a polidez Uso de expressões que indicam opinião Uso de expressões que indicam sugestão Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que requerem certa formalidade. Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: 127)mais formal, 128)menos formal; 129)mais distante, 130)menos distante. Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da Faculdade. É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos ou empresariais. Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as mais diversas a que somos postos. Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os: ( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de subsistência ( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse subir na vida. ( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco. ( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos. ( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora Universitária.
  • 30. Tema para discussão A palavra "bóia-fria" é uma linguagem formal ou uma linguagem informal? A palavra bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos acadê(é)micos. Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O "Bóia-fria": Acumulação e Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria (São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóias- frias sem restrições. Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo termo mais formal: « o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços». Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos. DIVISÃO SILÁBICA A divisão silábica obedece às seguintes regras: Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R). Exemplos: re - cla - mar re - ple - to pa - trão observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte integrante da primeira sílaba. Exemplos: mne - mô - ni - co pneu - má - ti - co pseu - dô - ni . mo Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados por duas consoantes. Exemplos: advento(ad - ven - to) obtuso(ob - tu - so)
  • 31. sucção(suc - ção) nafta (naf - ta) constar(cons - tar) abstrato(abs - tra - to) magnólia (mag - nó - lia) Não se separam ditongos: Exemplos: ópio(ó - pio) coitado(coi - ta - do) peixe(pei - xe) muito(mui - to) fiéis(fi - éis) capitães(ca - pi - tães) Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando, assim, a separação de alguns deles. - ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo. história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria) piada(pi - a - da)(pia - da) Não se separam tritongos. Exemplos: Uruguai(U - ru - guai) saguão(sa - guão) Separam-se os hiatos: Exemplos: Saara(Sa - a - ra) vôo(vô - o) rainha(ra - i - nha) Dígrafos: Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC. Exemplos: carro(car - ro) assassino(as - sas - si - no) nascimento(nas - ci - men - to) nasça(nas - ça) exceto(ex - ce - to) Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU. Exemplos: palha(pa - lha) unha(u - nha) cave(cha - ve) guerra(guer - ra) queixa(quei-xa) Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras. (prefixos, radicais, etc)
  • 32. Exemplos: transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co) bisavó (bi - sa - vô) Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa. Exemplos: sub - ter - râ - neo sub - ma - ri - no Exceções: su - bes - ti - mar su - bes - ti - ma - do ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRAS BÁSICAS a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas. Exemplos: lâmpada, médico, matemática. b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em: Ps: Fórceps L: Útil I (s) Táxi (s) X: Tórax Ão (s) Órgão (s) Us: Bônus à (s): Irmã (s) R: Caráter Um (uns) Álbum (álbuns) c) Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em: A (s): Pá E (s): Pé O (s): Pó Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra. Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte. esse homem a escola que bonito Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior. ensinei-vos diz-me encontrámo-lo
  • 33. Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte. digo-vo-lo reparti-lo-emos Regras Especiais Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas) São acentuados: a) Quando a 2ª letra do hiato for "i" ou "u" tônicos, seguidos ou não de "s", (na mesma sílaba). Exemplos: saída, saúva, baú, país Obs.: Se o "i" ou "u" não vierem seguidos de "s", a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada. Exemplos: ruim, raiz, rainha. b) Os grupos "ee" (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver. Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem c) Os grupos oo: magôo, perdôo. Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba) São acentuadas. As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu Exemplos: anéis, caracóis, céus Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado. Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos. DICAS - ACENTUAÇÃO 1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é: a) urubú, cajú, ví, lí b) urubu, caju, vi, li c) urubu, caju, ví, lí d) urubú, cajú, vi, li As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju, urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo. resposta da questão:B 2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é: a) ítem, ítens, éden, édens b) item, itens, eden, edens c) ítem, itens, éden, edens d) item, itens, éden, edens Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem. Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens, garagens, nuvens. Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen (hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).
  • 34. resposta do teste: D 3) Qual a série correta? a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo b) canta-lo, vende-lo, parti-lo c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou grampinho: sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo tupi, guarani, comi, parti-lo caju, urubu, Aracaju resposta do teste:C 4) Qual a opção certinha da silva? a. sofá, café, caqui, cipó, caju b. sofá, café, caquí, cipó, caju c. sofá, café, caquí, cipó, cajú d. sofá, café, caqui, cipó, cajú Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u têm alergia a acento. resposta do teste:A Trema Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra "u" for pronunciada.. Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos Considerar somente a forma verbal (sem o pronome) Em amá-lo - "amá" - é oxítona terminada em "a" e, por isso, leva acento. Em incluí-lo - incluí - o "í" tônico do hiato é acentuado. Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em "i" e, por isso, não é acentuado. Acentos diferenciais Ele tem Ele vem Eles têm Eles vêm Ele mantém Ele convém Eles Eles mantêm convêm Ele pode (verbo poder, presente do indicativo) Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo) Pôr (verbo)
  • 35. Por (preposição) Pára (do verbo parar) Para (preposição) Côa, côas (verbo coar) Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia Pela (s) (contratação de preposição + artigo) Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de) Pêlo (s) (substantivo) Pélo (forma do verbo pelar) Pelo, pelos (preposição + artigo) Pêra (fruta) Péra (pedra) Pera (preposição arcaica) Pôla (ramo novo de árvore) Pola (contratação arcaica de preposição e artigo) Emprega-se hífen: 1) para unir pronomes átonos a verbos: exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei 2) para separar palavras no final da linha: exemplo: liber- / tar 3) para separar os sufixos: exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente ou por tônica nasal Sabiá-guaçu Cajá-mirim Capim-açu 4) Em palavras compostas formadas por: Substantivo + substantivo: salário - família Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque Substantivo + adjetivo: amor-perfeito Adjetivo + substantivo: má-criação Verbo + substantivo: arranha-céu Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo Verbo + verbo: pisca-pisca Advérbio + adjetivo: sempre-viva Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc. 5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo elemento: a) Além - aquém - recém - além-túmulo aquém-mar recém-nascido b) pós - pré - pró -
  • 36. pós-datar pré-primário pró-alfabetização c) bem - sem - terminados em ditongo nasal: bem-querer sem-vergonha d) sota - soto - vice - sota-vento soto-mestre vice-rei e) ex- ex-aluno f) co -, no sentido de juntamente: co-autor co-seno 6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen. Auto -: auto-hemoterapia Neo -: neo-expressionismo Proto -: proto-árido Pseudo -: pseudo-herói Intra -: intra-ocular Extra -: extra-oficial Infra -: infra-estrutura Supra -: supra-renal Ultra -: ultra-som Contra -: contra-ataque Semi -: semi-reta Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc. 7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Ante -: ante-sala Anti -: anti-higiênico Arqui -: arqui-rabino Sobre -: sobre-humano Mas: antebraço, antiofídico, etc. 8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Inter -: inter-hemisfério Super -: super-homem Mas: interestadual, supersônico 9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por hífen: Circum -: circum-hospitalar Com -: com-hospedado Mal -: mal-humorado Pan -: pan-americano (exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.) 10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen:
  • 37. Ab: ab-rogar Ob: ob-robar Sob: sob-roda Mas: abjurar, oblongo, sobestar 11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen: Sub-ramo, sub-base Mas: subsolo, subdelegado 12) Algumas locuções que se escrevem com hífen: À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis 13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem: À beira de A baixo de A fim de A menos que Em volta de Na medida em que Uma vez que Um a um Uma a uma Etc. DICAS - HÍFEN 1) Estão certinhas as palavras da série: a) micro-saia, macro-região, mini-eleição b) micro-saia, macrorregião, minieleição c) microssaia, macrorregião, mini-eleição d) microssaia, macrorregião, minieleição Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie, microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia. resposta do teste:D 2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é: a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano, semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil, semimorto. resposta do teste:C 3) O hífen está correto na palavra: a) anti-malufismo b) anti-imperialismo c) anti-judaísmo d) anti-Malan
  • 38. Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro. Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras. Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio? Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, micro- Brasília, anti-Malan, super-Camdessus. resposta do teste:D Como se escrever os símbolos das unidades de medida: Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente após o número: 2 cm, 29 km, 2h 15min, 80 km/h. Exceção: 1t.; 203 t. O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00. PONTUAÇÃO Emprega-se Vírgula ( , ) • Entre as orações coordenadas assindéticas. Exemplo: Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar. • Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Exemplo: O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.= • Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado. Exemplo: Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo. • Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer", "digo", "digo melhor". Exemplo: Isto é bom, ou melhor, é ótimo. • Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas. Exemplo: Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero. • Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando intercaladas na sua principal. Exemplos: Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.
  • 39. • Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem intercaladas. Exemplo: Quando eu cheguei, ele já havia saído. • Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos. Exemplo: Pudemos, finalmente, ficar sozinhos. • Para separar termos aos quais queremos dar realce. Exemplo: As telhas, levou-as o vento. • Para indicar que houve elipse de verbo. Exemplo: Ela foi para a praia e ele, para o campo. • Para separar os topônimos, nas datas. Exemplo: Ribeirão Preto, 16 de março de 1999. Não se emprega Vírgula ( , ) • Entre o sujeito e o verbo. Exemplos: Minha mãe, viajou. (incorreto). Minha mãe viajou. (correto). • Entre o verbo e seu complemento. Exemplos: Vimos, o filme. (incorreto) Vimos o filme. (correto) • Entre o substantivo e o adjunto adnominal. Exemplos: Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) Meu bom amigo não estava em casa. (correto) • Como norma geral, antes da conjunção e. Exemplos: Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto) Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a vírgula se torna obrigatória. Exemplos: Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa) E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac) • Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser separada por vírgula. Exemplo: Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)
  • 40. • Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto. Exemplos: Caixa Postal, 158 (incorreto) Caixa Postal 158 (correto) Casa, 35 (incorreto) Casa 35 (correto) Ponto Final ( . ) • Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa. Exemplo: Não pudemos sair de casa, pois chovia demais. • É empregado também em abreviações. Exemplo: Sr., V. Exa., pág., etc. Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; ) • Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar enumerações longas dentro das quais existam vírgulas. Exemplo: Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora deste mundo. • Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc. Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade; b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; d) ...................................; e) ...................................; f) ...................................; g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. • Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou um esclarecimento. Exemplos: a) - Então, ele disse - Não quero mais ver você. b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais. • Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a finalidade, etc. que se pretende ressaltar. Exemplo:
  • 41. Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão! Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? ) • Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. Exemplo: Quantos anos você tem? Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação. Exemplo: Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha. Emprega-se ponto de exclamação ( ! ) • Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc. Exemplos: Fica, por favor! Nossa! Reticências ( ... ) • Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida. Exemplo: Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ... • São empregadas em citações: Exemplo: No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função sintática de "situação financeira"? Emprega-se Travessão ( - ) • Para indicar a fala da personagem. Exemplo: Ele gritou a plenos pulmões: Elisa! • Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da personagem (nesse caso, são empregados dois travessões): • Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas. Exemplo: E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta. Empregam-se Aspas ( " " ) • No início e no final de uma citação textual. Exemplos:
  • 42. "É a sua vida que eu quero bordar na minha Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil) • Para destacar palavras ou expressões. Exemplo: Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo. • Nos títulos de obras artísticas ou científicas: Exemplo: "Senhora" é um livro de José de Alencar. Empregam-se os Parênteses ( ) • Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo - intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo. Exemplo: E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação. • Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas. Exemplos: "Reproduzidos no bordado A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza" (Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983) COLCHETES ( [ ] ) Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários. ASTERISCO ( * ) Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar, PARÁGRAFO ( § ) É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc. DICA - PONTUAÇÃO O ponto está certinho na frase: a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.. c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. d) Vi carros, lojas, ônibus, etc.... A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se outro ponto para indicar o fim do período? Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc. resposta do teste:C SEMÂNTICA
  • 43. É o estudo do sentido das palavras de uma língua. A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos: Família de idéias São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma idéia. Veja a relação a seguir: - casa, - moradia, - lar, - abrigo, - residência, - sobrado, - apartamento, - cabana. Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias. Observe outros exemplos: • revista, • jornal, • biblioteca, • livro, • casaco, • paletó, • roupa, • blusa, • camisa, • jaqueta, • serra, • rio, • montanha, • lago, • ilha, • riacho, • planalto. • telefonista, • motorista, • costureira, • escriturário, • professor, etc. Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS. Exemplos:
  • 44. Cômico - engraçado Débil - fraco, frágil Distante - afastado, remoto Antonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Exemplos: Economizar - gastar Bem - mal Bom - ruim Homonímia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS. As homônimas podem ser: Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar) Homófonas heterográficas (ou homófonas) são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) Cessão (substantivo) - sessão (substantivo) Cerrar (verbo) - serrar (verbo) Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) Verão (verbo) - verão (substantivo) Cedo (verbo) - cedo (advérbio) Paronímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
  • 45. Exemplos: cavaleiro - cavalheiro Absolver - absorver Comprimento - cumprimento Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graça. Os fiéis agradecem a graça recebida. MORFOLOGIA Primeira parte • Estrutura das Palavras • Origem das Palavras • Formação das Palavras ESTRUTURA DAS PALAVRAS Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido. Datas Os magos janeiram dia 6 Os peixes abrilam dia 1 A Virgem setembra dia 8 Os mortos novembram dia 2 (MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183) Elementos Mórficos
  • 46. Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada "Maluco beleza"? É muito interessante. Um trecho diz assim : Eu do meu lado aprendendo a ser louco Um maluco total, na loucura real Controlando a minha maluquez Misturada com minha lucidez PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia. São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218 Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na palavra lucidez: significa "qualidade ou estado de lúcido". Lúcido, por sua vez, significa "brilhante como a luz". Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa "luz". Por essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa a inteligência. Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o "estado ou doença de maluco", a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se mistura com lucidez! O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém entenderia a nova palavra. Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós estudamos a estrutura das palavras. Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta da seguinte maneira: Os jovens que picham e emporcalham a cidade Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações: Sujo sujão sujinho Suja sujona sujar Sujos sujeira Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou diminutivo, etc. -o (elemento que indica o gênero masculino) -a (elemento que indica o gênero feminino) -(o) s (elemento que indica o número plural) -ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino) Sj- -ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino) -eira (elemento que indica qualidade, propriedade) -inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino) -(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o infinitivo do verbo) As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.
  • 47. Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica. Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir palavras como sol e mar. Classificação dos elementos mórficos Observe as seguintes palavras alun o pedr a ferr o menin o lúc ido alun a pedr as ferr os menin os luc idez alun inhos pedr eiras ferr agens menin inhos luc ipotente lun ato pedr ada ferr inho menin ice luc ímetro Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome de cognatas. Desinências Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural. Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou seja, se ela é masculina ou feminina. Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural. Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no plural, recebem o nome de desinências. Existem dois tipos de desinências: • desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes. radical desinência nominal genêro número alun a s menin o s • desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos verbos. desinência verbal tempo e modo número e pessoa amá va mos vende sse m Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo. O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos mecanismos de concordância nominal e verbal. Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes. Vogal temática Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao radical.
  • 48. Observe: radical desinência am va O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va. Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para receber a desinência. Dessa forma: am a va radical desinência Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática. Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo. Veja abaixo. Vogal Temática Conjugação exemplo a primeira am - a - va e segunda vend - e - ra i terceira part - i - sse TEMA Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas são, respectivamente: ama -, vende- e parti- . Prefixos e sufixos Observe as seguintes palavras: leal feliz camisola desleal infeliz camiseta lealdade felizmente descamisado Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, - mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. Exemplos de Prefixos Ateu Supermercado pré-história Exemplos de Sufixos amoroso livraria lapisinho Vogais e consoantes de ligação
  • 49. Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma, não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de ligação. Veja os exemplos abaixo. ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de algumas palavras que você comumente usa: - sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);; - abajur vem do francês (abat-jour) ; - carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer "casa do branco"); - samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer "umbigada"); - alfaiate vem do árabe (al-khaiãT). A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua. Alguns radicais de origem grega Radical Significado Exemplo • Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura) • Aero ...................... ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar) • Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo) • Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas) • Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos) • Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento) • Antropo................homem ....................... Antropologia (estudo dos grupos humanos) • Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas) • Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais) • Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas) • Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo) • Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo ) • Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica ) • Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros) • Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos) • Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som) • Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita) • Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração) • Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo) • Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células) • Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo) • Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo) • Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores) • Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)