Apostila de-portugues-

Terezinha Côgo Venturim
Terezinha Côgo VenturimPROFESSOR em FUNCAB
Concursos 
Públicos 
Nível 2º Grau
FONOLOGIA 
Fonologia é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro. 
Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra. 
O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas, 
podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro. 
Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das 
palavras. 
Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas. 
Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode 
ser representado pelas seguintes letras: 
s = mesa 
x = exato 
z = azarado 
O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em 
abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa 
fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em 
certas interjeições e na formação dos dígrafos. 
· Classificação dos fonemas 
Vogais - são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar 
vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São 
silábicos, isto é, constituem a base da sílaba. 
/ a / / â / / é / / ê / / / i / / / ó / / õ / / u / / 
Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal. 
can-tai a = vogal i = semivogal 
le-vou o = vogal u = semivogal 
Observação: 
1) As letras e e o também podem representar semivogal: 
2) põe = [põi] mão = [mãu] 
3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos 
pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal. 
4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca 
Encontros Vocálicos 
Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de 
consoante. Os encontros vocálicos podem ser: 
DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS. 
Ditongo 
Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser: 
Crescentes 
A semivogal antecede a vogal:
perícia 
espécie 
fastio 
vácuo 
ténue 
água 
Decrescentes 
A vogal antecede a semivogal: 
pai 
feito 
varapau 
réu 
biscoito 
muito 
Orais 
O som sai só pela boca: 
saia 
farnéis 
fugiu 
boi 
uivar 
Nasais 
O som sai pela boca e fossas nasais: 
mãe 
cãimbra 
vem 
mão 
comeram 
Abertas 
au, mau, éu, ilhéu, ói, dói 
Fechadas 
eu, seu, oi, foi, õe, põe 
Tritongo 
Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal + 
semivogal) na mesma sílaba: 
Paraguai , enxaguei, saguão 
Hiato 
É o encontro de vogais em sílabas diferentes: 
ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o 
Encontros Consonantais 
É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais: 
Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. 
Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na 
Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas 
diferentes. 
ap-to, cac-to, as-pec-to
Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos 
descritos. 
fel-tro dis-pli-cen-te des-tro 
Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou 
simples sinais de nasalização . 
Observação: 
Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra 
sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso] 
Dígrafos 
Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, 
sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, 
exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, 
quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras 
separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não. 
arroz = ar-roz 
assar = as-sar 
nascer = nas-cer 
desço = des-ço 
exceção = ex-ce-ção 
alho = a-lho 
banho = ba-nho 
cacho = ca-cho 
querida = que-ri-da - Kerida; 
sangue = san-gue 
Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras 
com um fonema vocálico. 
sangue = san-gue 
Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único 
dífono é representado pela letra X 
- axila 
- fixo 
· Sílaba 
Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O 
seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser 
formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte: 
a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei; 
b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci; 
c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca; 
d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-ma-vel- 
men-te. 
· Acento Tônico 
Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas 
as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita. 
As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que 
não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e 
postônicas as que figuram depois da tônica:
pa - re - de 
|| || || 
atona tônica átona 
pretônica postônica 
Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica, 
própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a 
correspondência: 
ca - fé 
|| || 
átona tônica 
|| 
ca - fe - zal 
|| || || 
átona subtônica tônica 
Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em: 
a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci; 
b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel; 
c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca. 
· Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades 
a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó... 
b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha: 
mas, de, no... 
· Ortoepia 
A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação 
das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou 
fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente. 
Pronúncia correta Pronúncia errada 
Caranguejo carangueijo 
Beneficência beneficiência 
Camundongo camondongo 
Empecilho impecilho 
Mendigo mendingo 
Mortadela mortandela 
Reivindicar reinvidicar 
Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica. 
Pronúncia correta Pronúncia errada 
Avaro ávaro 
Condor côndor 
Circuito circuíto 
Filantropo filântropo 
Fluido fluído 
Ibero íbero 
Pudico púdico
ORTOGRAFIA OFICIAL 
Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a 
correta representação escrita das palavras. 
O alfabeto português 
Letras maiúsculas 
A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z 
Letras minúsculas 
a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z 
Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e 
seus derivados. 
Diferença entre letra e fonema. 
Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente. 
Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado. 
Mato Pato 
/m/ /p/ 
Fonema fonema 
Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas. 
EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS 
X ou CH ?  Emprega-se X 
a. Após um ditongo: 
caixa - paixão - peixe. 
Exceção: recauchutar e seus derivados. 
b. Após o grupo inicial en: 
enxada - enxergar - enxame 
Exceção: 
· encher e seus derivados (que vêm de cheio) 
·palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de 
chapéu) 
c. Após o grupo inicial me: 
mexer - México - mexerica 
Exceção: mecha 
d. Nas palavras de origem indígena ou africana: 
Xingu - Xavante 
e. Nas palavras inglesas aportuguesadas: 
xerife - xampu
G ou J?  Emprega-se G 
a. Nos substantivos terminados em: 
· agem: aragem - friagem 
· igem: origem - fuligem 
· ugem: ferrugem 
Exceções: pajem - lambujem 
b. Nas palavras terminadas em: 
· ágio: pedágio 
· égio: colégio 
· ígio: prestígio 
· ógio: relógio 
· úgio: refúgio 
Emprega-se  J 
a. Nas formas verbais terminadas em: jar 
· arranjar (arranjei, arranjamos) 
· viajar (viajo, viajaram) 
b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe: 
jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji 
c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j: 
laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja). 
S ou Z ?  Emprega-se S 
a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s: 
casebre, casinha, casarão (de casa) 
pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise) 
Exceção: catequizar (catequese) 
b. Nos sufixos 
- ês - esa: português - portuguesa 
chinês - chinesa 
- ense, oso, osa (que formam adjetivos): 
paraense - orgulhoso - caprichosa 
- isa (indicando feminino): 
poetisa - profetisa 
c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar 
d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer: 
pus, puseste, quis, quiseram 
Emprega-se  Z 
a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z: 
razão - razoável; raiz - enraizado 
b. Nos sufixos:
- ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos) 
AdjetivoSubstantivo abstrato 
Surdo  Surdez 
Avaro  Avareza 
Belo  Beleza 
· izar (que formam verbos): 
civilizar, humanizar, escravizar 
· iza - ção (que formam substantivos): 
civilização, humanização 
S, SS ou Ç ? Emprega-se  S 
Verbos com nd- Substantivos com ns 
Distender Distensão 
Ascender  Ascensão 
Emprega-se SS 
Verbos com ced - Substantivos com cess 
Ceder  Cessão 
Conceder Concessão 
·Emprega-se  Ç 
Verbos com ter- Substantivos com tenção 
ConterContenção 
Deter Detenção 
Atente para a grafia de: 
- acrescentar 
- adolescência 
- consciência 
- isciplina 
- fascinação 
- piscina 
- nascer 
- obsceno 
- ressuscitar 
- seiscentos. 
·X 
Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/: 
- experiência 
- Sexta 
- sintaxe 
- texto. 
· Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/: 
clímax 
- intoxicar
- nexo 
- reflexo 
- sexagésimo 
- sexo 
- tóxico. 
·XC 
· Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/: 
- excesso 
- exceção 
- excedente 
- excepcional. 
E ou I ? Emprega-se  E 
a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães 
b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar 
Abençoe 
perdoe 
continue 
efetue 
c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto 
Emprega-se I 
Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra) 
H 
· A letra H não representa nenhum som 
· É usada nos dígrafos: nh - lh - ch 
· É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem 
· Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo 
Palavras homófonas 
Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch: 
· Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel) 
· Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã) 
· Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos) 
· Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez) 
· Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco) 
· Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto) 
· Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto) 
Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste 
gráfico: 
· Cozer (cozinhar) e coser (costurar) 
· Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender) 
· Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior) 
· Acender (iluminar) e ascender (subir)
· Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta) 
· Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular) 
· Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher) 
· Censo (recenseamento) e senso (juízo) 
· Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão 
(reunião). 
· Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo) 
· Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo) 
· Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante) 
· Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade) 
· Paço (palácio) e passo (passada) 
Algumas palavras parônimas: 
· Área (superfície) e ária (melodia) 
· Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir) 
· Delatar (denunciar) e dilatar (estender) 
· Descrição (representação) e discrição (reserva) 
· Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga) 
· Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar) 
· Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho) 
· Eminente (excelente) e iminente (imediato) 
· Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo) 
· Recrear (divertir) e recriar (criar de novo) 
· Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical) 
· Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso) 
DICAS DE ORTOGRAFIA 
Qual a série certinha? 
a) civilizar, analisar, pesquizar 
b) civilizar, analizar, pesquizar 
c) civilisar, analisar, pesquisar 
d) civilizar, analisar, pesquisar 
A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo: 
civil civilizar 
municipal municipalizar 
Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem 
que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe 
-ar, não -izar: 
análise analisar 
pesquisa pesquisar 
resposta do teste:D 
Que opção está todinha certa? 
a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes. 
b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez. 
c. Ele quis fazer a transação, mas não fes. 
d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.
É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z 
nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s: 
quis, 
quisemos, 
quiseram; 
quiser, 
quisesse, 
queséssemos, 
quisesse. 
O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z, 
escreve-se com z: 
faz 
fazemos 
fazem 
fiz 
fez 
fizemos 
fizeram 
fizer 
fizermos 
fizerem 
fizesse 
fizéssemos 
fizessem. 
resposta do teste:D 
Está certinha a grafia de: 
a. garçom 
b. garçon 
c. garssom 
d. garsson 
a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final. 
resposta do teste: A 
Estão certinhas as palavras da série: 
a. maciês, camponês, solidês, frigidês 
b. maciez, camponez, solidez, frigidez 
c. maciez, camponês, solidez, frigidez 
d. maciez, camponês, solidez, frigidês 
Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a 
lição. 
Providência: saber de onde veio a palavra. 
Se do adjetivo, é hora do z: 
macio (maciez) 
embriagado (embriaguez) 
líquido (liquidez) 
sólido (solidez) 
frígido (frigidez)
Se do substantivo, o s pede passagem: 
Portugal (português) 
corte (cortês) 
economia (economês) 
campo (camponês) 
resposta do teste:C 
Estão certinhas as palavras: 
a. rúbrica, previlégio 
b. rubrica, previlégio 
c. rúbrica, privilégio 
d. rubrica, privilégio 
Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz 
previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E 
privilégio se escreve com i. 
resposta do teste: D 
Estão escritas como manda o figurino as palavras da série: 
a. eu apóio, o apôio 
b. eu apóio, o apoio 
c. eu apoio, o apoio 
d. eu apoio, o apôio 
O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em 
qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados: 
herói 
jóia 
jibóia 
idéia 
assembléia 
céu 
escarcéus. 
Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos: 
* i-déi-a 
* as-sem-bléi-a 
resposta do teste: B
DIFERENTES EMPREGOS DO PORQUE. 
POR QUE 
Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas. 
Exemplos: 
· Por que você fez isso? 
·Quero saber por que você fez isso. 
· Por que você não foi à festa? 
·Gostaria de saber por que você não foi à festa. 
O QUE pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por O QUAL, A QUAL, 
OS QUAIS, AS QUAIS. 
Exemplos: 
·A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá. 
·Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei. 
·É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando. 
Observação: também quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida. 
Exemplos: 
·Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada. 
·Não sei por que motivo ele não veio. 
·Não sei por que (por que motivo) ele não veio. 
Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final, 
reticências). 
Exemplos: 
·Você vai sair a esta hora da noite por quê? 
·Ele não viajou por quê? 
·Se ele mentiu, eu queria saber por quê! 
·Mãe, preciso de cem reais? 
Por quê? 
PORQUE 
Porque: equivale à PORQUANTO, POR CAUSA DE. 
Exemplos: 
·Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal) 
·Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa) 
·Ele não foi porque estava doente. (causal) 
·Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa) 
·Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa) 
Porquê: artigos O ou UM. equivale à a razão. 
Exemplos: 
·Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje. 
·Quero saber o porquê da sua decisão. 
·Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.
DICA DE PORQUE E PORQUÊ 
Qual é a frase certa? 
a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se. 
b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se. 
c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se. 
d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se. 
A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal: 
Maria se atrasou porque perdeu o ônibus. 
Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas. 
A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional. 
Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A 
conjunção porque responde na bucha: 
Por que precisamos beber muita água? 
Porque a umidade do ar está baixa. 
PORQUÊ 
Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E 
geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome. 
Quer ver? 
Não sei o porquê da decisão da juíza. 
Há muitos porquês sem resposta. 
Ficou intrigado com dois porquês. 
resposta do teste: D 
Forma e grafia 
PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS EM 
NOSSO DIA-A-DIA 
A / HÁ (em função do espaço de tempo). 
A (preposição): Ela voltará daqui a meia hora. (tempo futuro) 
HÁ (verbo HAVER): Ela saiu há dez minutos. (tempo decorrido) 
A PAR / AO PAR 
Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada. 
A par: 
Significa bem informado, ciente 
Exemplo: 
Estou a par da situação.
Ao par: 
Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros. 
Exemplo: 
Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par. 
AONDE / ONDE / DE ONDE. 
AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR. 
Exemplos: 
· Aonde você vai? 
· Aonde você quer chegar? 
ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar. 
Exemplos: 
· Onde você está? 
·A casa onde moro é muito antiga. 
DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência. 
Exemplos: 
· De onde você saiu? 
·Donde você surgiu? 
AS PARTÍCULAS ATÉ E NEM. 
Até é uma partícula que traz a idéia de inclusão. 
Exemplo: 
· Até o diretor estava presente no show dos alunos. 
Nem deve ser usado quando houver idéia de exclusão. 
Exemplo: 
·Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona. 
BASTANTE / BASTANTES. 
Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural) 
quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha. 
Exemplos: 
·Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes. 
·Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros. 
DICA 
Qual das frases está certinha? 
a. Tenho bastante amigos que estudam bastante. 
b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante. 
c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes. 
d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes. 
Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se 
mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de 
plural:
·Estudei bastante. 
·Trabalho bastante. 
·Maria anda bastante. 
·Diana era bastante querida. 
·Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau. 
·Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal. 
Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural. 
·Estudei bastante (muito). 
·Diana era bastante (muito) querida. 
·Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal. 
Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele. 
Mais: é substituível por muitos ou muitas: 
·Tenho bastantes (muitos) amigos. 
·Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida. 
·Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida. 
resposta do teste: B 
HAJA VISTO ou HAJA VISTA? 
Deve-se empregar a expressão haja vista, já que a palavra vista, neste caso, é invariável. Haja 
vista significa por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista. 
Compare: quando se usa a expressão tendo em vista, ninguém diz tendo em visto. Então, não 
esqueça: haja vista = tendo em vista. 
Exemplos: 
Haja vista o grande evento deste domingo. 
Haja vista os concursos deste ano. 
HUM / UM. 
Em português, o numeral é UM, e não hum. HUM é interjeição: palavra ou expressão usada 
para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc). 
Exemplos: 
·Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada. 
·Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado! 
Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem um mil reais, nem hum mil 
reais. É MIL REAIS. 
MAS / MAIS 
Mas: indica idéia contrária. 
Conjunção adversativa, equivalendo a porém 
Ex.: Fui, mas não queria ir. 
Mais: 
a) Pronome: 
Exemplo: 
Há mais meninos do que meninas na sala. 
b) Advérbio de intensidade 
Exemplo: 
Não fale mais!
MAL / MAU 
Mal: 
a) Advérbio (opõe-se a bem) 
Exemplo: 
Ele agiu mal 
b) Substantivo (opõe-se a bem) 
Exemplo: 
Ele só pratica o mal. 
c) Conjunção, indicando tempo 
Exemplo: 
Mal cheguei, você saiu. 
Mau: 
É adjetivo 
Exemplo: 
Quem tem medo do lobo mau? 
MEIO / MEIA. 
MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à 
UM TANTO, UM POUCO. 
Exemplos: 
·Os alunos estavam meio cansados. 
·Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião. 
MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando 
com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele. 
Exemplos: 
·Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim. 
·Ela só sabe dizer meias verdades. 
·Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa 
da concordância com HORA que está implícita na expressão.) 
A palavra MEIO pode ainda se apresentar como um substantivo, significando MANEIRA, 
MODO, CAMINHO. Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será 
empregada no masculino. 
Exemplos: 
·Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa. 
·Os fins justificam os meios. (Maquiavel) 
NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE 
Na medida em que: 
Equivale a porque, já que, um vez que, exprimindo relação de causa. 
Exemplo: 
Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.
À medida que: 
Equivale a à proporção que 
Exemplo: 
À medida que escurecia, crescia o meu medo. 
QUE / QUÊ 
Que: monossílabo átono 
Pode ser: 
A - Pronome:(O) que você faz aqui? 
B - conjunção:Pedi que ele viesse 
C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto. 
Quê: monossílabo tônico 
Pode ser: 
A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências. 
Você precisa de quê: 
B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa) 
Ele tem um quê de especial. 
Denotação X Conotação 
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as 
situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase Isso é um castelo 
de areia, pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa 
construção feita na areia da praia em forma de castelo; conotativamente, ocorrência incerta, 
sem solidez. 
Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. 
Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico. 
Signo 
Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há 
necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um 
conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um 
elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um 
elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a 
abóbora é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa 
a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween. 
Signo = significante + significado. 
Significado = idéia ou conceito (inteligível) 
Sentido Próprio 
Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido 
que a palavra tem originalmente.
Sentido Figurado 
Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo 
de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio: 
Exemplos: 
A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio) 
A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado) 
À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio) 
A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão.(sentido figurado) 
Figuras de sintaxe 
Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o 
enunciado mais condensado e incisivo. 
Exemplos: 
As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua 
num dia de Sol. 
Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos 
elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma 
incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz. 
Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos. 
[omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...]; 
Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que 
quisesse]; 
Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)]; 
Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça] 
Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase 
sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de 
realidades muito diferentes. 
Exemplos: 
Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios] 
Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos] 
Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração 
anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa. 
É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou 
expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a 
ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da 
língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso). 
Exemplos:
Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora) 
Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima) 
Eu nasci há dez mil anos atrás (se é há, só pode ser atrás) 
Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo) 
A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso 
de objeto pleonástico) 
Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser 
considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma 
característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada. 
É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim 
de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de 
inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise. 
Exemplo: 
Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe). 
Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente 
apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que 
interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de 
inversão. 
Exemplos: 
A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de 
seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente]. 
Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o 
verbo e o sujeito). 
É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição + 
substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante. 
Exemplos: 
Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o 
termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)] 
Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim, 
são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes 
do determinado (ávido)] 
Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem 
natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste, 
segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins 
estilísticos. 
Exemplos: 
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante (ordem 
natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)
Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem 
natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade). 
(ou antecipação): 
Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior. 
Exemplos: 
O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão 
(o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)] 
Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi 
deslocado para antes da oração principal (parece)] 
Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas 
(aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos 
enunciados. 
Exemplos: 
Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção 
alguma para ligar as orações). 
Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os 
termos que complementam o verbo ter). 
Consiste na repetição significativa da conjunção e. Como é fácil perceber, a repetição da 
conjunção tem um carácter intensificador. 
E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda 
esperava arrastar uns anos. 
Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a 
conjunção coordenativa aditiva e). 
Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção 
coordenativa aditiva nem). 
Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na 
linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a 
frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical. 
Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter 
efeitos expressivos. 
Exemplos: 
O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito 
de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática 
esperada). 
Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor 
decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar) 
Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige 
experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com 
uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.
É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de 
concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia 
feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de 
pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra) 
Exemplos: 
São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque 
concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo] 
Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo 
ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de 
tratamento Vossa excelência é homem] 
Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a 
primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do 
plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é 
paulista; de que ele se inclui entre os paulistas] 
A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no 
plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular] 
Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o 
emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural. 
É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e 
intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau 
superlativo. 
Exemplos: 
Aquela moça era linda, linda, linda. 
E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia. 
O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar. 
Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na 
verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia. 
Exemplos: 
Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando). 
Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa). 
Figuras de Palavras 
É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como, 
assim como, bem como, tal qual, etc.). 
Exemplos: 
Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; 
houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)
Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve, 
pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais) 
Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de 
semelhança). 
Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora. 
Exemplos: 
Aquela mulher é uma baleia. 
É fácil perceber que a palavra baleia não é o termo mais adequado para caracterizar uma 
pessoa, visto que uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente 
aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira, 
se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora 
assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia). 
Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste 
caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada). 
Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais. 
Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve 
um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de 
metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma 
qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a 
bondade) 
Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar 
muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o 
trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos 
de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da 
palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência) 
Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade. 
o autor pela obra 
Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares. 
o local de fabrico pelo produto 
Bebemos um porto. 
o material de que é feito pelo objeto 
Gosta de cristais. 
o efeito pela causa 
Respeitem os meus cabelos brancos. 
o físico pelo moral 
Ele é uma boa cabeça. 
o sinal pela coisa significada 
A cruz e a espada engrandeceram Portugal. 
O instrumento pela pessoa que dele se utiliza 
Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos 
utilizados para comer) 
O recipiente (continente) pelo conteúdo
Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas 
garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas 
que moram nos Estados Unidos assistem...) 
O singular pelo plural 
O paulista adora trabalhar (Os paulistas...) 
A matéria pelo objeto 
Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)? 
Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão. 
Exemplos: 
-É noite: e, sob o azul morno e calado, 
Concebem os jasmins e os corações. 
Gomes Leal 
Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra azul, associa-se a uma sensação táctil 
(morno) e a uma auditiva (calado). 
- Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)] 
- Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)]. 
(ou antonomásia): 
Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas. 
Exemplos: 
- Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves). 
- O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento). 
- Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)? 
- Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café) 
Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais 
maiúsculas. 
Figuras de Pensamentos 
Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos. 
Exemplos: 
E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se. 
Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão (Castro Alves). 
É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da 
seqüência do pensamento.
Exemplo: 
- Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui? 
(note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém). 
Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão 
de um fonema. 
- Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso) 
É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação 
de cunho desagradável e chocante. 
Exemplos: 
- Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu). 
- Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele 
finalmente descansou. 
É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase. 
Exemplos: 
- Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação 
ascendente, do menor para o maior). 
- Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para 
o menor). 
Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário 
do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por 
parte do receptor (leitor ou ouvinte). 
Exemplos: 
- Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de 
microondas. 
- Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha 
sido completamente esvaziada durante um assalto)... 
É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste 
numa expressão exagerada da realidade. 
Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os 
nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de 
lágrimas... 
Trazem ferocidade e furor tanto, 
Que a vivos medo e a mortos faz espanto. 
Camões
Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole 
pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos 
adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos. 
(ou personificação): 
É a atribuição de características humanas a seres não-humanos. 
Exemplos: 
O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma 
edificação). 
Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana 
atribuída a um astro). 
É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a 
interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado. 
Exemplos: 
- Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa). 
- Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da 
mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com 
arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta). 
Consiste em consertar uma afirmação anterior. 
Exemplos: 
Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam 
trabalhar. 
Ele, aliás, todos eles me traíram. 
Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos. 
Exemplo: 
- Era iminente o fim do eminente político. 
Reunião de palavras contraditórias, paradoxais. 
Exemplos: 
- covarde valentia. 
- inocente culpa.
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL 
Falado e Escrito / Formal e Informal 
Linguagem coloquial ( Informal ) 
Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos 
perguntou: 
- Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ? 
- Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José 
bastante animado. 
- É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo. 
GÍRIA 
A gíria é um elemento de linguagem que 
denota expressividade e revela grande 
criatividade, desde que, naturalmente, 
adequada à mensagem, ao meio e ao 
receptor. 
Mesmo que seja criativa a gíria só é 
admitida na língua falada. Sendo que a 
língua escrita não a tolera. Só em casos 
especiais na comunicação entre amigos, 
familiares, namorados, sendo que isto é 
caracterizada pela linguagem informal. 
Linguagem formal 
No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-aluno, 
agora seu colega. O professor diz-lhe: 
- Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! 
- Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem 
pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas. 
- Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável. 
A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério 
sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo 
numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um 
discurso e ao conversar com amigos num bar). 
Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições 
materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao 
descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um 
vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.
Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e 
sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é 
formal versus informal e não escrito versus falado. 
Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a 
língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até 
certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita 
pela gramática escolar. 
Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é 
que se empreguem as variedades informais da língua. 
Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao 
grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta. 
Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade, 
por um lado, e entre informalidade e fala, por outro. 
De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada. 
Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus 
de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o 
informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua); 
O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência 
(formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua 
especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores, 
nem totalmente informal, pela natureza intelectual do assunto tratado)(semi-formal) e a 
conversação diária (informal). 
Exemplos na modalidade escrita: 
· do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático; 
· do formal - um verbete de enciclopédia; 
· do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa); 
· do informal - um bilhete. 
Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a 
necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não 
existindo nos dois últimos. 
Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado 
a cada situação, a saber: 
· o status dos interlocutores; 
· o local, o assunto; 
· o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro); 
· a modalidade escrita ou oral e 
· a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação. 
O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação. 
Precisamos levar em conta 
124) A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na 
interação verbal ou oral; 
125) o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala; 
126) e o papel desempenhado pela língua. 
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
LINGUAGEM INFORMAL LINGUAGEM FORMAL 
Poder igual Hierarquia de poder (não igual) 
Contato freqüente Contato não freqüente 
Grande envolvimento afetivo Pouco envolvimento afetivo 
Léxico coloquial (abreviações e gírias) Léxico formal (formas não abreviadas e não 
emprego de gírias) 
Emprego de apelidos e diminutivos Emprego de títulos 
Expressões de afeto e despreocupação com a 
polidez 
Expressões de deferência e preocupação com 
a polidez 
Uso de expressões que indicam opinião Uso de expressões que indicam sugestão 
Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na 
empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto, 
inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que 
requerem certa formalidade. 
Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são 
chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: 
127)mais formal, 
128)menos formal; 
129)mais distante, 
130)menos distante. 
Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação 
em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por 
exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da 
Faculdade. 
É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de 
interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos 
acadêmicos ou empresariais. 
Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos 
identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as 
mais diversas a que somos postos. 
Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam 
elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os: 
( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos 
sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de 
subsistência 
( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha 
educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse 
subir na vida. 
( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do 
banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão 
que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco. 
( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos. 
( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas 
decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora 
Universitária.
Tema para discussão 
A palavra bóia-fria é uma linguagem formal ou uma linguagem informal? 
A palavra bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é 
utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos 
acadê(é)micos. 
Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O Bóia-fria: Acumulação e 
Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello 
empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria 
(São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóias-frias 
sem restrições. 
Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à 
vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por 
exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um 
bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo 
termo mais formal: 
« o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído 
como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa 
jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços». 
Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas 
ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como 
se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos. 
DIVISÃO SILÁBICA 
A divisão silábica obedece às seguintes regras: 
Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R). 
Exemplos: 
re - cla - mar 
re - ple - to 
pa - trão 
observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte 
integrante da primeira sílaba. 
Exemplos: 
mne - mô - ni - co 
pneu - má - ti - co 
pseu - dô - ni . mo 
Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados 
por duas consoantes. 
Exemplos: 
advento(ad - ven - to) 
obtuso(ob - tu - so)
sucção(suc - ção) 
nafta (naf - ta) 
constar(cons - tar) 
abstrato(abs - tra - to) 
magnólia (mag - nó - lia) 
Não se separam ditongos: 
Exemplos: 
ópio(ó - pio) 
coitado(coi - ta - do) 
peixe(pei - xe) 
muito(mui - to) 
fiéis(fi - éis) 
capitães(ca - pi - tães) 
Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando, 
assim, a separação de alguns deles. 
- ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo. 
história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria) 
piada(pi - a - da)(pia - da) 
Não se separam tritongos. 
Exemplos: 
Uruguai(U - ru - guai) 
saguão(sa - guão) 
Separam-se os hiatos: 
Exemplos: 
Saara(Sa - a - ra) 
vôo(vô - o) 
rainha(ra - i - nha) 
Dígrafos: 
Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC. 
Exemplos: 
carro(car - ro) 
assassino(as - sas - si - no) 
nascimento(nas - ci - men - to) 
nasça(nas - ça) 
exceto(ex - ce - to) 
Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU. 
Exemplos: 
palha(pa - lha) 
unha(u - nha) 
cave(cha - ve) 
guerra(guer - ra) 
queixa(quei-xa) 
Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras. 
(prefixos, radicais, etc)
Exemplos: 
transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co) 
bisavó (bi - sa - vô) 
Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa. 
Exemplos: 
sub - ter - râ - neo 
sub - ma - ri - no 
Exceções: 
su - bes - ti - mar 
su - bes - ti - ma - do 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
REGRAS BÁSICAS 
a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas. 
Exemplos: 
lâmpada, médico, matemática. 
b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em: 
Ps: Fórceps 
L: Útil 
I (s) Táxi (s) 
X: Tórax 
Ão (s) Órgão (s) 
Us: Bônus 
à (s): Irmã (s) 
R: Caráter 
Um (uns) Álbum (álbuns) 
c) Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em: 
A (s): Pá 
E (s): Pé 
O (s): Pó 
Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra. 
Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte. 
esse homem 
a escola 
que bonito 
Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior. 
ensinei-vos 
diz-me 
encontrámo-lo
Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte. 
digo-vo-lo 
reparti-lo-emos 
Regras Especiais 
Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas) 
São acentuados: 
a) Quando a 2ª letra do hiato for i ou u tônicos, seguidos ou não de s, (na mesma sílaba). 
Exemplos: saída, saúva, baú, país 
Obs.: Se o i ou u não vierem seguidos de s, a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada. 
Exemplos: ruim, raiz, rainha. 
b) Os grupos ee (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver. 
Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem 
c) Os grupos oo: magôo, perdôo. 
Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba) 
São acentuadas. 
As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu 
Exemplos: anéis, caracóis, céus 
Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado. 
Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos. 
DICAS - ACENTUAÇÃO 
1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é: 
a) urubú, cajú, ví, lí 
b) urubu, caju, vi, li 
c) urubu, caju, ví, lí 
d) urubú, cajú, vi, li 
As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando 
terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju, 
urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo. 
resposta da questão:B 
2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é: 
a) ítem, ítens, éden, édens 
b) item, itens, eden, edens 
c) ítem, itens, éden, edens 
d) item, itens, éden, edens 
Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem. 
Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens, 
garagens, nuvens. 
Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as 
bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen 
(hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).
resposta do teste: D 
3) Qual a série correta? 
a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo 
b) canta-lo, vende-lo, parti-lo 
c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo 
d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo 
É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e 
e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou 
grampinho: 
sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la 
café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo 
vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo 
tupi, guarani, comi, parti-lo 
caju, urubu, Aracaju 
resposta do teste:C 
4) Qual a opção certinha da silva? 
a. sofá, café, caqui, cipó, caju 
b. sofá, café, caquí, cipó, caju 
c. sofá, café, caquí, cipó, cajú 
d. sofá, café, caqui, cipó, cajú 
Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u 
têm alergia a acento. 
resposta do teste:A 
Trema 
Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra u for pronunciada.. 
Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo 
Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos 
Considerar somente a forma verbal (sem o pronome) 
Em amá-lo - amá - é oxítona terminada em a e, por isso, leva acento. 
Em incluí-lo - incluí - o í tônico do hiato é acentuado. 
Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em i e, por isso, não é acentuado. 
Acentos diferenciais 
Ele tem Ele vem 
Eles têm Eles vêm 
Ele mantém Ele convém 
Eles 
Eles 
mantêm 
convêm 
Ele pode (verbo poder, presente do indicativo) 
Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo) 
Pôr (verbo)
Por (preposição) 
Pára (do verbo parar) 
Para (preposição) 
Côa, côas (verbo coar) 
Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia 
Pela (s) (contratação de preposição + artigo) 
Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de) 
Pêlo (s) (substantivo) 
Pélo (forma do verbo pelar) 
Pelo, pelos (preposição + artigo) 
Pêra (fruta) 
Péra (pedra) 
Pera (preposição arcaica) 
Pôla (ramo novo de árvore) 
Pola (contratação arcaica de preposição e artigo) 
Emprega-se hífen: 
1) para unir pronomes átonos a verbos: 
exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei 
2) para separar palavras no final da linha: 
exemplo: liber- / tar 
3) para separar os sufixos: 
exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada 
graficamente ou por tônica nasal 
Sabiá-guaçu 
Cajá-mirim 
Capim-açu 
4) Em palavras compostas formadas por: 
Substantivo + substantivo: salário - família 
Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque 
Substantivo + adjetivo: amor-perfeito 
Adjetivo + substantivo: má-criação 
Verbo + substantivo: arranha-céu 
Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo 
Verbo + verbo: pisca-pisca 
Advérbio + adjetivo: sempre-viva 
Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc. 
5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo 
elemento: 
a) 
Além - aquém - recém - 
além-túmulo aquém-mar recém-nascido 
b) 
pós - pré - pró -
pós-datar pré-primário pró-alfabetização 
c) 
bem - sem - terminados em ditongo nasal: 
bem-querer sem-vergonha 
d) 
sota - soto - vice - 
sota-vento soto-mestre vice-rei 
e) 
ex-ex- 
aluno 
f) 
co -, no sentido de juntamente: 
co-autor co-seno 
6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen. 
Auto -: auto-hemoterapia 
Neo -: neo-expressionismo 
Proto -: proto-árido 
Pseudo -: pseudo-herói 
Intra -: intra-ocular 
Extra -: extra-oficial 
Infra -: infra-estrutura 
Supra -: supra-renal 
Ultra -: ultra-som 
Contra -: contra-ataque 
Semi -: semi-reta 
Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc. 
7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por 
hífen: 
Ante -: ante-sala 
Anti -: anti-higiênico 
Arqui -: arqui-rabino 
Sobre -: sobre-humano 
Mas: antebraço, antiofídico, etc. 
8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por 
hífen: 
Inter -: inter-hemisfério 
Super -: super-homem 
Mas: interestadual, supersônico 
9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por 
hífen: 
Circum -: circum-hospitalar 
Com -: com-hospedado 
Mal -: mal-humorado 
Pan -: pan-americano 
(exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.) 
10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser 
separados por hífen:
Ab: ab-rogar 
Ob: ob-robar 
Sob: sob-roda 
Mas: abjurar, oblongo, sobestar 
11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen: 
Sub-ramo, sub-base 
Mas: subsolo, subdelegado 
12) Algumas locuções que se escrevem com hífen: 
À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis 
13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem: 
À beira de 
A baixo de 
A fim de 
A menos que 
Em volta de 
Na medida em que 
Uma vez que 
Um a um 
Uma a uma 
Etc. 
DICAS - HÍFEN 
1) Estão certinhas as palavras da série: 
a) micro-saia, macro-região, mini-eleição 
b) micro-saia, macrorregião, minieleição 
c) microssaia, macrorregião, mini-eleição 
d) microssaia, macrorregião, minieleição 
Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie, 
microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia. 
resposta do teste:D 
2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é: 
a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real 
b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal 
c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real 
d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal 
Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho 
antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano, 
semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo 
coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil, 
semimorto. 
resposta do teste:C 
3) O hífen está correto na palavra: 
a) anti-malufismo 
b) anti-imperialismo 
c) anti-judaísmo 
d) anti-Malan
Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro. 
Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras. 
Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome 
que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio? 
Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa 
antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, micro- 
Brasília, anti-Malan, super-Camdessus. 
resposta do teste:D 
Como se escrever os símbolos das unidades de medida: 
Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente 
após o número: 
2 cm, 
29 km, 
2h 15min, 
80 km/h. 
Exceção: 1t.; 203 t. 
O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um 
traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00. 
PONTUAÇÃO 
Emprega-se Vírgula ( , ) 
· Entre as orações coordenadas assindéticas. 
Exemplo: 
Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar. 
· Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. 
Exemplo: 
O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.= 
· Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado. 
Exemplo: 
Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo. 
· Nas expressões: isto é, por exemplo, ou melhor, ou por outra, ou seja, quero dizer, 
digo, digo melhor. 
Exemplo: 
Isto é bom, ou melhor, é ótimo. 
· Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas. 
Exemplo: 
Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero. 
· Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando 
intercaladas na sua principal. 
Exemplos: 
Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso 
Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.
· Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem 
intercaladas. 
Exemplo: 
Quando eu cheguei, ele já havia saído. 
· Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam 
entre dois verbos. 
Exemplo: 
Pudemos, finalmente, ficar sozinhos. 
· Para separar termos aos quais queremos dar realce. 
Exemplo: 
As telhas, levou-as o vento. 
· Para indicar que houve elipse de verbo. 
Exemplo: 
Ela foi para a praia e ele, para o campo. 
· Para separar os topônimos, nas datas. 
Exemplo: 
Ribeirão Preto, 16 de março de 1999. 
Não se emprega Vírgula ( , ) 
· Entre o sujeito e o verbo. 
Exemplos: 
Minha mãe, viajou. (incorreto). 
Minha mãe viajou. (correto). 
· Entre o verbo e seu complemento. 
Exemplos: 
Vimos, o filme. (incorreto) 
Vimos o filme. (correto) 
· Entre o substantivo e o adjunto adnominal. 
Exemplos: 
Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) 
Meu bom amigo não estava em casa. (correto) 
· Como norma geral, antes da conjunção e. 
Exemplos: 
Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) 
Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto) 
Obs.: Se depois do e, o termo seguinte for pleonástico ou se o e for repetido enfaticamente, a 
vírgula se torna obrigatória. 
Exemplos: 
Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa) 
E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac) 
· Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre 
vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser 
separada por vírgula. 
Exemplo: 
Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)
· Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto. 
Exemplos: 
Caixa Postal, 158 (incorreto) 
Caixa Postal 158 (correto) 
Casa, 35 (incorreto) 
Casa 35 (correto) 
Ponto Final ( . ) 
· Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa. 
Exemplo: 
Não pudemos sair de casa, pois chovia demais. 
· É empregado também em abreviações. 
Exemplo: 
Sr., V. Exa., pág., etc. 
Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; ) 
· Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por 
conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem 
diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar 
enumerações longas dentro das quais existam vírgulas. 
Exemplo: 
Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora 
deste mundo. 
· Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens 
enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc. 
Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade 
humana, tem por fim: 
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e 
dos demais grupos que compõem a comunidade; 
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; 
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; 
d) ...................................; 
e) ...................................; 
f) ...................................; 
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou 
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. 
· Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou 
um esclarecimento. 
Exemplos: 
a) - Então, ele disse 
- Não quero mais ver você. 
b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais. 
· Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de 
igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a 
finalidade, etc. que se pretende ressaltar. 
Exemplo:
Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão! 
Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? ) 
· Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. 
Exemplo: 
Quantos anos você tem? 
Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação. 
Exemplo: 
Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha. 
Emprega-se ponto de exclamação ( ! ) 
· Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, 
admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc. 
Exemplos: 
Fica, por favor! 
Nossa! 
Reticências ( ... ) 
· Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: 
hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida. 
Exemplo: 
Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ... 
· São empregadas em citações: 
Exemplo: 
No trecho do texto: ... que a situação financeira deixada pelo Estado ..., qual é a função 
sintática de situação financeira? 
Emprega-se Travessão ( - ) 
· Para indicar a fala da personagem. 
Exemplo: 
Ele gritou a plenos pulmões: 
Elisa! 
· Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da 
personagem (nesse caso, são empregados dois travessões): 
· Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas. 
Exemplo: 
E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta. 
Empregam-se Aspas (   ) 
· No início e no final de uma citação textual. 
Exemplos:
É a sua vida que eu quero bordar na minha 
Como se eu fosse o passo e você fosse a linha. (Gilberto Gil) 
· Para destacar palavras ou expressões. 
Exemplo: 
Ele era um bom homem. Homem com h maiúsculo. 
· Nos títulos de obras artísticas ou científicas: 
Exemplo: 
Senhora é um livro de José de Alencar. 
Empregam-se os Parênteses ( ) 
· Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo - 
intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo. 
Exemplo: 
E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação. 
· Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas. 
Exemplos: 
Reproduzidos no bordado 
A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza 
(Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983) 
COLCHETES ( [ ] ) 
Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários. 
ASTERISCO ( * ) 
Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar, 
PARÁGRAFO ( § ) 
É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc. 
DICA - PONTUAÇÃO 
O ponto está certinho na frase: 
a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. 
b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.. 
c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. 
d) Vi carros, lojas, ônibus, etc.... 
A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se 
outro ponto para indicar o fim do período? 
Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, 
bananas, pêras, abacaxis, etc. 
resposta do teste:C 
SEMÂNTICA
É o estudo do sentido das palavras de uma língua. 
A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos: 
Família de idéias 
São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma 
idéia. 
Veja a relação a seguir: 
- casa, 
- moradia, 
- lar, 
- abrigo, 
- residência, 
- sobrado, 
- apartamento, 
- cabana. 
Todas essas palavras representam a mesma idéia: 
lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias. 
Observe outros exemplos: 
· revista, 
· jornal, 
· biblioteca, 
· livro, 
· casaco, 
· paletó, 
· roupa, 
· blusa, 
· camisa, 
· jaqueta, 
· serra, 
· rio, 
· montanha, 
· lago, 
· ilha, 
· riacho, 
· planalto. 
· telefonista, 
· motorista, 
· costureira, 
· escriturário, 
· professor, etc. 
Sinonímia 
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou 
semelhantes - SINÔNIMOS. 
Exemplos:
Cômico - engraçado 
Débil - fraco, frágil 
Distante - afastado, remoto 
Antonímia 
É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados 
diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. 
Exemplos: 
Economizar - gastar 
Bem - mal 
Bom - ruim 
Homonímia 
É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, 
possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS. 
As homônimas podem ser: 
Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) 
são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. 
Exemplos: 
gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) 
Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar) 
Homófonas heterográficas (ou homófonas) 
são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. 
Exemplos: 
cela (substantivo) - sela (verbo) 
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo) 
Cerrar (verbo) - serrar (verbo) 
Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) 
são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. 
Exemplos: 
cura (verbo) - cura (substantivo) 
Verão (verbo) - verão (substantivo) 
Cedo (verbo) - cedo (advérbio) 
Paronímia 
É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, 
mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
Exemplos: 
cavaleiro - cavalheiro 
Absolver - absorver 
Comprimento - cumprimento 
Polissemia 
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. 
Exemplos: 
Ele ocupa um alto posto na empresa. 
Abasteci meu carro no posto da esquina. 
Os convites eram de graça. 
Os fiéis agradecem a graça recebida. 
MORFOLOGIA 
Primeira parte 
· Estrutura das Palavras 
· Origem das Palavras 
· Formação das Palavras 
ESTRUTURA DAS PALAVRAS 
Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo 
que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido. 
Datas 
Os magos janeiram dia 6 
Os peixes abrilam dia 1 
A Virgem setembra dia 8 
Os mortos novembram dia 2 
(MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183) 
Elementos Mórficos
Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada Maluco beleza? É muito 
interessante. Um trecho diz assim : 
Eu do meu lado aprendendo a ser louco 
Um maluco total, na loucura real 
Controlando a minha maluquez 
Misturada com minha lucidez 
PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia. 
São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218 
Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na 
palavra lucidez: significa qualidade ou estado de lúcido. Lúcido, por sua vez, significa brilhante 
como a luz. Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa luz. Por 
essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as 
faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa 
a inteligência. 
Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os 
autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o 
estado ou doença de maluco, a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se 
mistura com lucidez! 
O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma 
palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos 
janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém 
entenderia a nova palavra. 
Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós 
estudamos a estrutura das palavras. 
Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta 
da seguinte maneira: 
Os jovens que picham e emporcalham a cidade 
Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações: 
Sujo sujão sujinho 
Suja sujona sujar 
Sujos sujeira 
Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a 
outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou 
diminutivo, etc. 
-o (elemento que indica o gênero masculino) 
-a (elemento que indica o gênero feminino) 
-(o) s (elemento que indica o número plural) 
-ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino) 
-ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino) 
-eira (elemento que indica qualidade, propriedade) 
-inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino) 
-(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o 
infinitivo do verbo) 
Sj- 
As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades 
possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.
Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A 
terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica. 
Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas 
são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir 
palavras como sol e mar. 
Classificação dos elementos mórficos 
Observe as seguintes palavras 
alun o 
alun a 
alun inhos 
lun ato 
pedr a 
pedr as 
pedr eiras 
pedr ada 
ferr o 
ferr os 
ferr agens 
ferr inho 
menin o 
menin os 
menin inhos 
menin ice 
lúc ido 
luc idez 
luc ipotente 
luc ímetro 
Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento 
comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses 
elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome 
de cognatas. 
Desinências 
Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao 
gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural. 
Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou 
seja, se ela é masculina ou feminina. 
Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural. 
Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no 
plural, recebem o nome de desinências. 
Existem dois tipos de desinências: 
· desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes. 
radical desinência nominal 
genêro número 
alun a s 
menin o s 
· desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos 
verbos. 
desinência verbal 
tempo e modo número e pessoa 
amá va mos 
vende sse m 
Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das 
flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo. 
O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos 
mecanismos de concordância nominal e verbal. 
Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir 
as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das 
desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes. 
Vogal temática 
Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao 
radical.
Observe: 
radical desinência 
am va 
O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va. 
Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos 
precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para 
receber a desinência. 
Dessa forma: 
am a va 
radical desinência 
Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática. 
Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo. 
Veja abaixo. 
Vogal Temática Conjugação exemplo 
a primeira am - a - va 
e segunda vend - e - ra 
i terceira part - i - sse 
TEMA 
Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas 
são, respectivamente: ama -, vende- e parti- . 
Prefixos e sufixos 
Observe as seguintes palavras: 
leal feliz camisola 
desleal infeliz camiseta 
lealdade felizmente descamisado 
Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, - 
mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos 
podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou 
depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e 
sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões 
gramaticais. 
Exemplos de Prefixos 
Ateu 
Supermercado 
pré-história 
Exemplos de Sufixos 
amoroso 
livraria 
lapisinho 
Vogais e consoantes de ligação
Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante 
para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma, 
não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de 
ligação. Veja os exemplos abaixo. 
ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS 
Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de 
algumas palavras que você comumente usa: 
- sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);; 
- abajur vem do francês (abat-jour) ; 
- carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer casa do branco); 
- samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer umbigada); 
- alfaiate vem do árabe (al-khaiãT). 
A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua 
falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos 
e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua. 
Alguns radicais de origem grega 
Radical Significado Exemplo 
· Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura) 
· Aero ...................... ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar) 
· Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo) 
· Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas) 
· Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos) 
· Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento) 
· Antropo................homem ....................... Antropologia (estudo dos grupos humanos) 
· Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas) 
· Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais) 
· Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas) 
· Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo) 
· Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo ) 
· Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica ) 
· Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros) 
· Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos) 
· Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som) 
· Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita) 
· Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração) 
· Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo) 
· Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células) 
· Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo) 
· Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo) 
· Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores) 
· Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)
· Demo...................povo......................................................democracia (governo do povo) 
· Eco......................casa..............ecologia (estudo das relações entre os seres vivos e seu ambiente) 
· Etimo.................origem.................................................etimologia (estudo das origens) 
· Etno................Raça, povo...............................................etnologia (estudo das raças) 
· Fago..........que ou aquele que come.....................antropófago (aquele que come carne humana) 
· Filo......................amigo.......................................................filósofo (amigo do saber) 
· Fobia............medo , aversão...............................................fotofobia (aversão à luz) 
· Gastro..............estômago............................................gastrite (inflamação do estômago) 
· Geo.......................terra........................................................geologia (estudo da terra) 
· Grafia..................escrita......................................................ortografia (escrita correta) 
· Hemo...................sangue............................................hemorragia (derramamento de sangue) 
· Hidro.....................água.....................................hidroginástica (ginástica realizada dentro d'àgua) 
· Hipno.....................sono........................................................hipnofobia (medo de dormir) 
· hipo......................cavalo ........................................hipódromo (local onde correm cavalos) 
· homo..............mesmo, igual........................................homônimo (que tem o mesmo nome) 
· lito.........................pedra...............................................litogravura (gravura feita em pedra) 
· mega....................grande........................................................magalópole (grande cidade) 
· metro...................medida......................................................cronômetro (o que mede o tempo) 
· micro..................pequeno.........................................................micróbio (pequeno ser vivo) 
· morfo...................forma........................................................morfologia (estudo das formas) 
· necro....................morto..............................................................necrologia (lista de mortos) 
· neo.......................novo............................................................neologismo (palavra nova) 
· orto...............certo/ correto.....................................................ortografia (escrita correta) 
· pato....................doença........................................................patologia (estudo das doenças) 
· poli.......................muitos........................................................polissílabo (que tem muitas sílabas) 
· pseudo.................falso.............................................................pseudônimo (falso nome) 
· psico.....................alma..............................................................psicologia (estudo da alma) 
· taqui.....................rápido..............................................................taquigrafia (escrita rápida) 
· teca....................coleção ...........................................................mapoteca (coleção de mapas) 
· tele........................longe .........................................................telefone (o que fala para longe) 
· teo.........................deus.........................................................teocracia (governo dos deuses) 
· termo...............temperatura...........................................termômetro (o que mede a temperatura) 
· trofia............desenvolvimento........................................atrofia (ausência de desenvolvimento) 
· xeno.................estrangeiro....................................................xenofobia (aversão ao estrangeiro) 
· zoo.......................animal.........................................................zoologia (estudo dos animais) 
Alguns radicais de origem latina 
radical significado Exemplo 
·agri.................................campo...............................................Agricultor (que cultiva o campo ) 
·arbori.............................árvore................................................arborizar (plantar árvores) 
·avi..................................ave.....................................................aviário (local onde se vendem aves) 
·beli.................................guerra................................................belicoso (habituado à guerra) 
·capiti..............................cabeça..............................................decapitar (cortar a cabeça) 
·cida...............................que mata............................................inseticida (que mata insetos) 
·cola..........que cultiva, que habita...........vitícola (que cultiva vinhas) - silvícola (que habita as florestas) 
·fero...................que contém, que produz...............................aurífero (que contém ou produz ouro) 
·fide...................................fé....................................................Fidedigno (digno de fé) 
·forme............................forma.................................................biforme (que possui duas formas) 
·frater.............................irmão.................................................fraternidade (irmandade)
·fugo.............................que foge.............................................lucífugo (que foge da luz) 
·loco................................lugar.................................................localizar (fixar o lugar) 
·ludo................................jogo................................ludoterapia (tratamento psicológico por meio de jogos) 
·mater.............................mãe...................................................materno (relativo a mãe) 
·multi..............................muito..................................................multilateral (muitos lados) 
·paro........................que produz.............................................ovíparo (que produz ovos) 
·pater.............................pai.....................................................paterno (relativo a pai) 
·pede.............................pé......................................................pedestre (que anda a pé) 
·pisci............................peixe...................................................piscoso (cheio d epeixes) 
·pluri............................vários..................................................pluricelular (que possui várias células) 
puer...........................criança.................................................pueril (infantil) 
quadri.........................quatro.................................................quadrimotor (que tem quatro motores) 
silva..........................floresta.................................................silvícola (Qua habita as florestas) 
umbra.......................sombra..................................................penumbra (quase sombra) 
voro.........................que come...............................................carnívoro (que come carne) 
Alguns prefixos de origem grega 
prefixo significado exemplo 
a, an negação, privação ateu, anarquia 
anfi duplicidade.dualidade anfíbio, anfiteatro 
anti ação contrária antiaéreo, antipatia 
arce, arqui superioridade arcebispo, arquiduque 
dia movimento através diagonal, diâmetro 
dis mau estado, dificuldade disenteria, dispnéia 
endo posição interior endoscópio, endotérmico 
epi posição superior epiderme 
eu bem, bom eufemismo, eufonia 
hemi metade hemisfério 
hiper excesso hipertensão 
meta transformação metamorfose, metáfora 
oni tudo, todo onipresente 
para ao lado de paralelo, parágrafo 
peri em torno de perímetro, periscópio 
sin simultaneidade simpatia 
Alguns prefixos de origem latina 
prefixo significado exemplo 
ambi duplicidade ambivalente, ambidestro 
ante anterioridade antebraço, antepor 
bi, bis dois bienal, bisavô 
circum movimento em torno circunferência, circunavegação 
cis posição aquém cisplatino, cisalpino 
contra oposição contradizer, contra-ataque 
infra posição inferior, abaixo infravermelho, infra-assinado 
intra, intro posição interior intravenoso, introvertido 
justa posição ao lado justapor 
mal, male mal malcriado, maledicente 
multi muitos multinacional, multicolor 
pen quase península, penumbra 
per movimento através percorrer, perambular 
Resumo: 
Elementos mórficossão unidades significativas que formam as palavras. 
Radical é o elemento mórfico que funciona como base do significado e é comum a palavras de mesma 
família. 
Desinênciassão elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. 
Vogal temática é a vogal que, em alguns casos, junta-se ao radical, preparando-o para receber as 
desinências. 
Temaé o radical já acrescido da vogal temática.
Apostila de-portugues-
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Apostila de-portugues-

  • 2. FONOLOGIA Fonologia é a parte da gramática que estuda as palavras sob o aspecto sonoro. Fonemas são as unidades fônicas distintivas da palavra. O número de fonemas é limitado dentro de um sistema lingüístico. Com poucos fonemas, podemos formar uma grande quantidade de signos, simplesmente comutando um por outro. Assim: lata, mata, pata,data, etc. Trocados os fonemas, altera-se logicamente o significado das palavras. Letras são os sinais gráficos que representam os fonemas. Uma letra pode representar fonemas diferentes. É o caso de fonema /z/, por exemplo, que pode ser representado pelas seguintes letras: s = mesa x = exato z = azarado O alfabeto português possui 23 letras: a, b, c, d ... Além destas, temos k, w e y, empregadas em abreviaturas, símbolos e na transcrição de nomes próprios estrangeiros. A letra h não representa fonema algum. Aparece em certas palavras por força da etimologia ou da tradição escrita, em certas interjeições e na formação dos dígrafos. · Classificação dos fonemas Vogais - são fonemas que fazem vibrar as cordas vocais, em cuja produção a corrente de ar vinda dos pulmões não encontra obstáculos. São doze, e não cinco como muitos imaginam. São silábicos, isto é, constituem a base da sílaba. / a / / â / / é / / ê / / / i / / / ó / / õ / / u / / Semivogais - são os fonemas /i/ e /u/ quando formam sílabas com uma vogal. can-tai a = vogal i = semivogal le-vou o = vogal u = semivogal Observação: 1) As letras e e o também podem representar semivogal: 2) põe = [põi] mão = [mãu] 3) Consoantes - são fonemas resultantes de obstáculos encontrados pela corrente de ar vinda dos pulmões. São assilábicos porque não podem formar sílaba sem auxílio de uma vogal. 4) bo-ca, ca-sa, da-do, fa-ca Encontros Vocálicos Seqüência de fonemas vocálicos na mesma sílaba ou em sílabas distintas, sem intermediação de consoante. Os encontros vocálicos podem ser: DITONGOS, TRITONGOS ou HIATOS. Ditongo Ocorrência de uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. O ditongo podem ser: Crescentes A semivogal antecede a vogal:
  • 3. perícia espécie fastio vácuo ténue água Decrescentes A vogal antecede a semivogal: pai feito varapau réu biscoito muito Orais O som sai só pela boca: saia farnéis fugiu boi uivar Nasais O som sai pela boca e fossas nasais: mãe cãimbra vem mão comeram Abertas au, mau, éu, ilhéu, ói, dói Fechadas eu, seu, oi, foi, õe, põe Tritongo Seqüência de três fonemas vocálicos, sem intermediação de consoante (semivogal + vogal + semivogal) na mesma sílaba: Paraguai , enxaguei, saguão Hiato É o encontro de vogais em sílabas diferentes: ru-im , a-inda , goi-aba , chei-o Encontros Consonantais É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais: Encontro Consonantal Perfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na Encontro Consonantal Imperfeito = É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. ap-to, cac-to, as-pec-to
  • 4. Encontro Consonantal Misto = É o agrupamento consonantal que mistura os dois modos descritos. fel-tro dis-pli-cen-te des-tro Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização . Observação: Lembre-se de que encontro consonantal é a seqüência de fonemas, e não de letras. Na palavra sexo, por exemplo, ocorre encontro consonantal porque o x representa dois fonemas: [sekso] Dígrafos Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc, lh, nh, ch, qu, gu. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch, qu, gu, não. arroz = ar-roz assar = as-sar nascer = nas-cer desço = des-ço exceção = ex-ce-ção alho = a-lho banho = ba-nho cacho = ca-cho querida = que-ri-da - Kerida; sangue = san-gue Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico. sangue = san-gue Dífono = É o conjunto de dois fonemas representados por uma única letra. No português, o único dífono é representado pela letra X - axila - fixo · Sílaba Ao fonema ou conjunto de fonema emitidos num só impulso expiratório dá-se o nome de sílaba. O seu centro é sempre uma vogal, pois sem ela não pode haver sílaba. Uma palavra pode ser formada por uma ou mais sílabas, recebendo a classificação seguinte: a) monossílabos - vocábulos que apresentam apenas uma vogal: nó, já, rei; b) dissílabos - vocábulos que apresentam duas vogais: da-do, cor-da, sa-ci; c) trissílabos - vocábulos que apresentam três vogais: sa-la-da, ca-lo-te, pi-po-ca; d) polissílabos - vocábulos que apresentam quatro ou mais vogais: tri-ân-gu-lo, ca-fe-zi-nho, a-ma-vel- men-te. · Acento Tônico Acento tônico é a maior intensidade de voz de uma sílaba. É importante observar que nem todas as sílabas tônicas são marcadas com acento gráfico. Este é um mero sinal de escrita. As sílabas sobre as quais incide o acento tônico são chamadas de tônicas, sendo átonas as que não recebem tal acento. São pretônicas as sílabas átonas que se posicionam antes da tônica, e postônicas as que figuram depois da tônica:
  • 5. pa - re - de || || || atona tônica átona pretônica postônica Além das sílabas tônicas e átonas, existe uma de intensidade intermediária chamada subtônica, própria de palavras derivadas e correspondente à tônica da palavra primitiva. Vejamos a correspondência: ca - fé || || átona tônica || ca - fe - zal || || || átona subtônica tônica Conforme a posição do acento tônico, os vocábulos classificam-se em: a) oxítonos - a última sílaba é a tônica: gua-ra-ná, ca-fé, sa-ci; b) paroxítonos - a penúltima sílaba é a tônica: pa-re-de, pe-te-ca, so-lú-vel; c) proparoxítonos - antepenúltima sílaba é a tônica: mé-di-co, ân-gu-lo, ló-gi-ca. · Classificação dos monossílabos quanto à tonicidades a) monossílabos tônicos - são proferidos sem apoio na palavra vizinha: más, dê, nó... b) monossílabos átonos - não têm autonomia fonética, ou seja, apóiam-se na palavra vizinha: mas, de, no... · Ortoepia A ortoepia trata da correta pronúncia das palavras quanto à emissão de vogais e articulação das consoantes de maneira perfeita, bem como, à escolha do timbre correto, seja ele aberto ou fechado, pronúncia esta que interfere na maneira de se escrever corretamente. Pronúncia correta Pronúncia errada Caranguejo carangueijo Beneficência beneficiência Camundongo camondongo Empecilho impecilho Mendigo mendingo Mortadela mortandela Reivindicar reinvidicar Prosódia trata da correta pronúncia das palavras quanto à posição da sílada tônica. Pronúncia correta Pronúncia errada Avaro ávaro Condor côndor Circuito circuíto Filantropo filântropo Fluido fluído Ibero íbero Pudico púdico
  • 6. ORTOGRAFIA OFICIAL Ortografia (orto = correto / grafia = escrita) é a parte da gramática que se preocupa com a correta representação escrita das palavras. O alfabeto português Letras maiúsculas A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-X-Z Letras minúsculas a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z Empregamos, além dessas letras, o K k, W w, Y y em abreviaturas, siglas, nomes estrangeiros e seus derivados. Diferença entre letra e fonema. Já visto em ¨FONOLOGIA¨ mas nunca é demais estudá-los novamente. Fonemas: unidades sonoras capazes de estabelecer diferenças de significado. Mato Pato /m/ /p/ Fonema fonema Letras: sinais gráficos criados para a representação escrita das línguas. EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS X ou CH ? Emprega-se X a. Após um ditongo: caixa - paixão - peixe. Exceção: recauchutar e seus derivados. b. Após o grupo inicial en: enxada - enxergar - enxame Exceção: · encher e seus derivados (que vêm de cheio) ·palavras iniciadas por ch que receberam o prefixo en: encharcar (de charco); enchapelar (de chapéu) c. Após o grupo inicial me: mexer - México - mexerica Exceção: mecha d. Nas palavras de origem indígena ou africana: Xingu - Xavante e. Nas palavras inglesas aportuguesadas: xerife - xampu
  • 7. G ou J? Emprega-se G a. Nos substantivos terminados em: · agem: aragem - friagem · igem: origem - fuligem · ugem: ferrugem Exceções: pajem - lambujem b. Nas palavras terminadas em: · ágio: pedágio · égio: colégio · ígio: prestígio · ógio: relógio · úgio: refúgio Emprega-se J a. Nas formas verbais terminadas em: jar · arranjar (arranjei, arranjamos) · viajar (viajo, viajaram) b. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe: jibóia, pajé, canjica, manjericão, berinjela, moji c. Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com j: laranjeira (de laranja); lojista, lojinha (de loja). S ou Z ? Emprega-se S a. Nas palavras que derivam de outras que se escrevem com s: casebre, casinha, casarão (de casa) pesquisar (de pesquisa); analisar (de análise) Exceção: catequizar (catequese) b. Nos sufixos - ês - esa: português - portuguesa chinês - chinesa - ense, oso, osa (que formam adjetivos): paraense - orgulhoso - caprichosa - isa (indicando feminino): poetisa - profetisa c. Após ditongo: coisa, lousa, pousar d. Nas formas do verbo pôr (e seus derivados) e querer: pus, puseste, quis, quiseram Emprega-se Z a . Nas palavras derivadas de outras que se escrevem com z: razão - razoável; raiz - enraizado b. Nos sufixos:
  • 8. - ez, eza (que formam substantivos abstratos a partir de adjetivos) AdjetivoSubstantivo abstrato Surdo Surdez Avaro Avareza Belo Beleza · izar (que formam verbos): civilizar, humanizar, escravizar · iza - ção (que formam substantivos): civilização, humanização S, SS ou Ç ? Emprega-se S Verbos com nd- Substantivos com ns Distender Distensão Ascender Ascensão Emprega-se SS Verbos com ced - Substantivos com cess Ceder Cessão Conceder Concessão ·Emprega-se Ç Verbos com ter- Substantivos com tenção ConterContenção Deter Detenção Atente para a grafia de: - acrescentar - adolescência - consciência - isciplina - fascinação - piscina - nascer - obsceno - ressuscitar - seiscentos. ·X Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /s/: - experiência - Sexta - sintaxe - texto. · Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com X, mas que têm o som de /ks/: clímax - intoxicar
  • 9. - nexo - reflexo - sexagésimo - sexo - tóxico. ·XC · Atente para a grafia de algumas palavras que se escrevem com XC, mas que têm o som de /s/: - excesso - exceção - excedente - excepcional. E ou I ? Emprega-se E a. Nos ditongos nasais: mãe, cães, capitães b. Nas formas dos verbos com infinitivos terminados em : oar e uar Abençoe perdoe continue efetue c. Em palavras como: se, senão, quase, sequer, irrequieto Emprega-se I Somente no ditongo interno: cãibra (ou câimbra) H · A letra H não representa nenhum som · É usada nos dígrafos: nh - lh - ch · É usada em algumas interjeições: ah, oh, hem · Sobrevive por tradição em Bahia mas desaparece nos derivados: baiano, baianismo Palavras homófonas Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre x e ch: · Brocha (pequeno prego) e broxa (pincel) · Chá (nome de uma bebida) e xá (título de antigo soberano do Irã) · Chácara (propriedade rural) e xácara (narrativa popular em versos) · Cheque (ordem de pagamento) xeque (jogada de xadrez) · Cocho (vasilha para alimentar animais) e coxo (manco) · Tacha (pequeno prego) e taxa (imposto) · Tachar (pôr defeito em) e taxar (cobrar imposto) Exemplos de palavras homófonas que se distinguem pelo contraste entre z e s e pelo contraste gráfico: · Cozer (cozinhar) e coser (costurar) · Prezar (ter em consideração) e presar (prender, apreender) · Traz (do verbo trazer) e trás (parte posterior) · Acender (iluminar) e ascender (subir)
  • 10. · Acento (sinal gráfico) e assento (onde se senta) · Caçar (perseguir a caça) e cassar (anular) · Cegar (tornar cego) e segar (cortar para colher) · Censo (recenseamento) e senso (juízo) · Cessão (ato de ceder), seção ( departamento - parte ou divisão ) secção ( corte ) sessão (reunião). · Concerto (harmonia musical) e conserto (reparo) · Espiar (ver, espreitar) e expiar (sofrer castigo) · Incipiente (principalmente) e insipiente (ignorante) · Intenção (propósito) e intensão (esforço, intensidade) · Paço (palácio) e passo (passada) Algumas palavras parônimas: · Área (superfície) e ária (melodia) · Deferir (conceder) e diferir (adiar ou divergir) · Delatar (denunciar) e dilatar (estender) · Descrição (representação) e discrição (reserva) · Despensa (compartimento) e dispensa (desobriga) · Emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar) · Emigrante (o que sai do próprio país) e imigrante (o que entra em um país estranho) · Eminente (excelente) e iminente (imediato) · Peão (que anda a pé) e pião (brinquedo) · Recrear (divertir) e recriar (criar de novo) · Se (pronome átono, conjunção) e si (pronome tônico, nota musical) · Vultuoso (atacado de vultuosidade, ou seja, congestão na face) e vultoso (volumoso) DICAS DE ORTOGRAFIA Qual a série certinha? a) civilizar, analisar, pesquizar b) civilizar, analizar, pesquizar c) civilisar, analisar, pesquisar d) civilizar, analisar, pesquisar A gente usa o sufixo -izar para formar verbos derivados de adjetivo: civil civilizar municipal municipalizar Há palavras que já têm o s no radical delas. Aí a gente tem que respeitar a família. Mantemos o s. E acrescentamos-lhe -ar, não -izar: análise analisar pesquisa pesquisar resposta do teste:D Que opção está todinha certa? a. Ele quiz fazer a transação, mas não fes. b. Ele quiz fazer a transação, mas não fez. c. Ele quis fazer a transação, mas não fes. d. Ele quis fazer a transação, mas não fez.
  • 11. É essa mesma. Você acertou em cheio. O verbo querer não tem z no nome. Então não terá z nunca. Quando soar o som z, não duvide: escreva s: quis, quisemos, quiseram; quiser, quisesse, queséssemos, quisesse. O verbo fazer tem z no infinitivo. Ele permanece fiel à letrinha. Todas as vezes que soar z, escreve-se com z: faz fazemos fazem fiz fez fizemos fizeram fizer fizermos fizerem fizesse fizéssemos fizessem. resposta do teste:D Está certinha a grafia de: a. garçom b. garçon c. garssom d. garsson a. Você acertou em cheio. Garçom se escreve assim. Com m final. resposta do teste: A Estão certinhas as palavras da série: a. maciês, camponês, solidês, frigidês b. maciez, camponez, solidez, frigidez c. maciez, camponês, solidez, frigidez d. maciez, camponês, solidez, frigidês Com s ou z? Se houver um dicionário por perto, consulte-o. Sem o paizão, o jeito é aprender a lição. Providência: saber de onde veio a palavra. Se do adjetivo, é hora do z: macio (maciez) embriagado (embriaguez) líquido (liquidez) sólido (solidez) frígido (frigidez)
  • 12. Se do substantivo, o s pede passagem: Portugal (português) corte (cortês) economia (economês) campo (camponês) resposta do teste:C Estão certinhas as palavras: a. rúbrica, previlégio b. rubrica, previlégio c. rúbrica, privilégio d. rubrica, privilégio Dizer rúbrica? Cruz-credo! Só o ex-ministro Kandir. Ele não deixa por menos. Também diz previlégio. Seguir-lhe o exemplo? Só bobo. Rubrica é paroxítona. A sílaba tônica cai no bri. E privilégio se escreve com i. resposta do teste: D Estão escritas como manda o figurino as palavras da série: a. eu apóio, o apôio b. eu apóio, o apoio c. eu apoio, o apoio d. eu apoio, o apôio O ói faz parte de um grupo seleto. É o dos ditongos abertos. Joga no time do éi e do éu. Em qualquer circunstância, no singular ou plural, eles são acentuados: herói jóia jibóia idéia assembléia céu escarcéus. Atenção, ditongo vive junto e não abre. Na separação silábica, mantenha-os coladinhos: * i-déi-a * as-sem-bléi-a resposta do teste: B
  • 13. DIFERENTES EMPREGOS DO PORQUE. POR QUE Por que : tanto nas orações interrogativas diretas quanto nas indiretas. Exemplos: · Por que você fez isso? ·Quero saber por que você fez isso. · Por que você não foi à festa? ·Gostaria de saber por que você não foi à festa. O QUE pode ser ainda um pronome relativo, podendo ser substituído por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS. Exemplos: ·A razão por que (pela qual) não fui à sua festa, você logo saberá. ·Só eu sei as esquinas por que (pelas quais) passei. ·É um drama por que (pelo qual) muitos estão passando. Observação: também quando houver a palavra motivo antes, depois ou subentendida. Exemplos: ·Desconheço os motivos por que (pelos quais) a viagem foi adiada. ·Não sei por que motivo ele não veio. ·Não sei por que (por que motivo) ele não veio. Por quê: seguido de um sinal de pontuação forte (pontos de interrogação, de exclamação, final, reticências). Exemplos: ·Você vai sair a esta hora da noite por quê? ·Ele não viajou por quê? ·Se ele mentiu, eu queria saber por quê! ·Mãe, preciso de cem reais? Por quê? PORQUE Porque: equivale à PORQUANTO, POR CAUSA DE. Exemplos: ·Não saí ontem porque estava chovendo muito (causal) ·Ele viajou, porque foi chamado para assinar o contrato. (explicativa) ·Ele não foi porque estava doente. (causal) ·Abra a janela, porque o calor está insuportável. (explicativa) ·Ele deve estar em casa, porque a luz está acesa. (explicativa) Porquê: artigos O ou UM. equivale à a razão. Exemplos: ·Não estou entendendo o porquê de tanta alegria em você hoje. ·Quero saber o porquê da sua decisão. ·Estamos esperando que você nos dê um porquê para tal atitude.
  • 14. DICA DE PORQUE E PORQUÊ Qual é a frase certa? a. Vera Michel se internou por que quer desintoxicar-se. b. Vera Michel se internou porquê quer desintoxicar-se. c. Vera Michel se internou por quê quer desintoxicar-se. d. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se. A conjunção porque sabe das coisas. Conhece a causa de tudo. Por isso se chama causal: Maria se atrasou porque perdeu o ônibus. Vera Michel se internou porque quer desintoxicar-se das drogas. A Encol foi pro beleléu porque tinha administração pouco profissional. Quando a gente faz uma pergunta começada com por que, a resposta pede sempre uma causa. A conjunção porque responde na bucha: Por que precisamos beber muita água? Porque a umidade do ar está baixa. PORQUÊ Quando usar porquê? Só se a palavrinha for substantivo. Aí significa causa. Tem plural. E geralmente vem acompanhada de artigo, numeral ou pronome. Quer ver? Não sei o porquê da decisão da juíza. Há muitos porquês sem resposta. Ficou intrigado com dois porquês. resposta do teste: D Forma e grafia PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE APRESENTAM MAIS DÚVIDAS EM NOSSO DIA-A-DIA A / HÁ (em função do espaço de tempo). A (preposição): Ela voltará daqui a meia hora. (tempo futuro) HÁ (verbo HAVER): Ela saiu há dez minutos. (tempo decorrido) A PAR / AO PAR Segundo Soares Abreu a forma ao par é errada. A par: Significa bem informado, ciente Exemplo: Estou a par da situação.
  • 15. Ao par: Indica relação de equivalência ou igualdade entre valores financeiros. Exemplo: Algumas moedas mantêm o câmbio praticamente ao par. AONDE / ONDE / DE ONDE. AONDE: com verbos que indicam movimento, um destino, como o verbo IR. Exemplos: · Aonde você vai? · Aonde você quer chegar? ONDE: com verbos que indicam permanência, como o verbo estar. Exemplos: · Onde você está? ·A casa onde moro é muito antiga. DE ONDE ou DONDE: com verbos que indicam procedência. Exemplos: · De onde você saiu? ·Donde você surgiu? AS PARTÍCULAS ATÉ E NEM. Até é uma partícula que traz a idéia de inclusão. Exemplo: · Até o diretor estava presente no show dos alunos. Nem deve ser usado quando houver idéia de exclusão. Exemplo: ·Nem mesmo os jornalistas credenciados puderam entrar no camarim da Madona. BASTANTE / BASTANTES. Esta palavra, que originalmente é um advérbio, somente varia em número (singular ou plural) quando empregada como pronome adjetivo para concordar com o substantivo que a acompanha. Exemplos: ·Os candidatos estavam bastante (advérvio) confiantes. ·Aquela livraria possui bastantes (pronome) livros raros. DICA Qual das frases está certinha? a. Tenho bastante amigos que estudam bastante. b. Tenho bastantes amigos que estudam bastante. c. Tenho bastante amigos que estudam bastantes. d. Tenho bastantes amigos que estudam bastantes. Bastante é palavrinha bivalente. Ora é advérbio; ora, pronome indefinido. Como advérbio, ela se mete na vida de verbos, adjetivos ou dos próprios advérbios. Fica invariável. Não quer saber de plural:
  • 16. ·Estudei bastante. ·Trabalho bastante. ·Maria anda bastante. ·Diana era bastante querida. ·Maria é bastante crescidinha para saber distinguir entre o bom e o mau. ·Depois do tombo, o garoto ficou bastante mal. Macete: o advérbio é sempre substituível por muito. Assim, sem plural. ·Estudei bastante (muito). ·Diana era bastante (muito) querida. ·Depois do tombo, o garoto ficou bastante (muito) mal. Como pronome, o bastante acompanha o substantivo. E concorda com ele. Mais: é substituível por muitos ou muitas: ·Tenho bastantes (muitos) amigos. ·Recebeu bastantes (muitos) foras ao longo da vida. ·Teve bastantes (muitas) oportunidades na vida. resposta do teste: B HAJA VISTO ou HAJA VISTA? Deve-se empregar a expressão haja vista, já que a palavra vista, neste caso, é invariável. Haja vista significa por causa de, devido a, uma vez que, visto que, já que, porque, tendo em vista. Compare: quando se usa a expressão tendo em vista, ninguém diz tendo em visto. Então, não esqueça: haja vista = tendo em vista. Exemplos: Haja vista o grande evento deste domingo. Haja vista os concursos deste ano. HUM / UM. Em português, o numeral é UM, e não hum. HUM é interjeição: palavra ou expressão usada para expressar uma reação (dor, alegria, espanto, irritação, admiração, etc). Exemplos: ·Comprei um relógio de ouro para dar à minha namorada. ·Hum... você deve estar mesmo muito apaixonado! Observação: Assim também, o extenso de R$1.000,00 não é nem um mil reais, nem hum mil reais. É MIL REAIS. MAS / MAIS Mas: indica idéia contrária. Conjunção adversativa, equivalendo a porém Ex.: Fui, mas não queria ir. Mais: a) Pronome: Exemplo: Há mais meninos do que meninas na sala. b) Advérbio de intensidade Exemplo: Não fale mais!
  • 17. MAL / MAU Mal: a) Advérbio (opõe-se a bem) Exemplo: Ele agiu mal b) Substantivo (opõe-se a bem) Exemplo: Ele só pratica o mal. c) Conjunção, indicando tempo Exemplo: Mal cheguei, você saiu. Mau: É adjetivo Exemplo: Quem tem medo do lobo mau? MEIO / MEIA. MEIO: Como advérbio, modifica o adjetivo com o qual se relaciona, sendo invariável; equivale à UM TANTO, UM POUCO. Exemplos: ·Os alunos estavam meio cansados. ·Daniela ficou meio preocupada com a sua viagem de avião. MEIO: como numeral fracionário adjetivo, sofrerá as flexões de gênero e número, concordando com o substantivo ao qual se refere e que geralmente vem depois dele. Exemplos: ·Pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo para mim. ·Ela só sabe dizer meias verdades. ·Nossa reunião ficou marcada para meio-dia e meia (MEIA por causa da concordância com HORA que está implícita na expressão.) A palavra MEIO pode ainda se apresentar como um substantivo, significando MANEIRA, MODO, CAMINHO. Neste caso, ela sofrerá apenas a flexão de número, pois sempre será empregada no masculino. Exemplos: ·Acho o metrô o melhor meio de transporte de massa. ·Os fins justificam os meios. (Maquiavel) NA MEDIDA EM QUE / À MEDIDA QUE Na medida em que: Equivale a porque, já que, um vez que, exprimindo relação de causa. Exemplo: Na medida em que a prefeitura não faz nada, a população carente sofre.
  • 18. À medida que: Equivale a à proporção que Exemplo: À medida que escurecia, crescia o meu medo. QUE / QUÊ Que: monossílabo átono Pode ser: A - Pronome:(O) que você faz aqui? B - conjunção:Pedi que ele viesse C - partícula expletiva:Quase (que) morri de susto. Quê: monossílabo tônico Pode ser: A - pronome no final da frase, antes de ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências. Você precisa de quê: B - substantivo (= alguma coisa, certa coisa) Ele tem um quê de especial. Denotação X Conotação Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase Isso é um castelo de areia, pode atribuir a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa construção feita na areia da praia em forma de castelo; conotativamente, ocorrência incerta, sem solidez. Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico. Signo Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo. O signo lingüístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a abóbora é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween. Signo = significante + significado. Significado = idéia ou conceito (inteligível) Sentido Próprio Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido que a palavra tem originalmente.
  • 19. Sentido Figurado Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio: Exemplos: A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio) A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado) À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio) A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão.(sentido figurado) Figuras de sintaxe Designa a omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. A sua utilização torna o enunciado mais condensado e incisivo. Exemplos: As escadas escuras. A porta e a luz, de repente, nos olhos desabituados. A luz forte da rua num dia de Sol. Neste exemplo, em cada uma das frases foi omitido o verbo, ficando cada uma delas reduzida aos elementos essenciais. O resultado são três pequenos traços descritivos, sugerindo de forma incisiva o salto abrupto da escuridão para a luz. Eu vi coisas lindas, realmente emocionantes; ela, coisas abomináveis, terríveis aos seus olhos. [omitiu-se o verbo ver em ela (viu) coisas abomináveis...]; Rico, podia fazer o que quisesse [omitiu-se a oração inteira: (Porque era) rico, podia fazer o que quisesse]; Empreste-me essa folha [omitiu-se de papel: folha (de papel)]; Todos esperamos se faça justiça [omitiu-se a conjunção que: esperamos (que) se faça justiça] Um adjetivo ou um verbo ligam-se, simultaneamente, a realidades concretas e abstratas. Quase sempre o zeugma tem um grande impacto sobre o leitor, devido à associação inesperada de realidades muito diferentes. Exemplos: Na terra dele só havia mato; na minha, só prédios. [...na minha, só (havia) prédios] Meus primos conheciam todos. Eu, poucos. [Eu (conhecia) poucos] Observação: quando a flexão do verbo omitido é exatamente a mesma do verbo da oração anterior, tem se a zeugma simples. Quando a flexão é diferente, tem-se a zeugma complexa. É a reiteração, a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou expressão. É reconhecido como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso). Exemplos:
  • 20. Vamos sair fora! (se é sair, obviamente é para fora) Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho? (se é subir, obviamente é para cima) Eu nasci há dez mil anos atrás (se é há, só pode ser atrás) Essa empresa tem o monopólio exclusivo da banana (se é monopólio, obviamente é exclusivo) A mim, você não me engana (o verbo enganar tem dois complementos - a mim e me; eis um caso de objeto pleonástico) Observação:um recurso literário bastante difundido é o epíteto de natureza, que não deve ser considerado como um pleonasmo vicioso. Serve, por fins estilísticos, para reforçar uma característica que já é natural ao ser. Exemplos: céu azul, pedra dura, chuva molhada. É, como o próprio nome diz, qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido. Podem-se considerar como tipos de inversão o hipérbato, a anástrofe a prolepse e a sínquise. Exemplo: Sua mãe eu nunca conheci (a ordem natural seria Eu nunca conheci sua mãe). Tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente apareceriam unidos, por meio da interposição de um elemento interferente, isto é, algo que interfere. Hoje em dia, porém, costuma-se tomar o hipérbato como sinônimo de qualquer tipo de inversão. Exemplos: A roupa, você verá, preta que comprei é linda [aqui o núcleo do sujeito (roupa) foi separado de seu adjunto adnominal (preta) por meio de uma oração interferente]. Compraram as mulheres vários presentes para os maridos (aqui houve a simples inversão entre o verbo e o sujeito). É a inversão entre termo determinante (aquele que determina, constituído de preposição + substantivo) e o determinado, que passa a vir depois do determinante. Exemplos: Da igreja estava ela na frente [a ordem natural seria Ela estava na frente da igreja; Da igreja é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (frente)] Aqueles rapazes, sim, por dinheiro são muito ávidos [a ordem natural seria Aqueles rapazes, sim, são muito ávidos por dinheiro; Por dinheiro é o termo determinante, que, na anástrofe, veio antes do determinado (ávido)] Essa palavra vem do grego (sýgchysis) e significa confusão. É a inversão muito violenta na ordem natural dos termos, de modo que a sua compreensão seja seriamente prejudicada. Consiste, segundo alguns autores, em um vício de linguagem, e não em uma figura de sintaxe com fins estilísticos. Exemplos: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante (ordem natural: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico)
  • 21. Da verdade aquelas pessoas todas muito honestas você pode acreditar que sabiam (ordem natural: Você pode acreditar que todas aquelas pessoas, muito honestas, sabiam da verdade). (ou antecipação): Deslocamento do termo de uma oração para a oração anterior. Exemplos: O Ministro do Planejamento dizem que vai pedir demissão [o sujeito da oração vai pedir demissão (o Ministro do Planejamento) foi deslocado para antes da oração principal (dizem)] Essas frutas parece que não prestam [o sujeito da oração não prestam (Essas frutas) foi deslocado para antes da oração principal (parece)] Vem do grego, syndeton, que significa conjunção. É a ausência de conjunções coordenativas (aquelas que ligam orações ou termos coordenados, independentes) no encadeamento dos enunciados. Exemplos: Ela me olhava, lavava, olhava novamente, espirrava, voltava a trabalhar (não apareceu conjunção alguma para ligar as orações). Eu nunca tive glória, amores, dinheiro, perdão (não apareceu conjunção alguma para ligar os termos que complementam o verbo ter). Consiste na repetição significativa da conjunção e. Como é fácil perceber, a repetição da conjunção tem um carácter intensificador. E sofria crises -- más crises... Enfim, com a graça de Deus, e regime, e leite, e descanso, ainda esperava arrastar uns anos. Ela me olhava, e lavava, e olhava novamente, e espirrava, e voltava a trabalhar (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva e). Eu nunca tive glória, nem amores, nem dinheiro, nem perdão (foi repetida a conjunção coordenativa aditiva nem). Consiste na alteração da construção sintáctica a meio da frase. O anacoluto é muito frequente na linguagem falada. A rapidez do discurso e a impossibilidade de construir mentalmente toda a frase, faz com que, em frases mais longas, se perca a coerência lógico-gramatical. Essa possibilidade é, por vezes, intencionalmente utilizada na linguagem literária para obter efeitos expressivos. Exemplos: O José, sinceramente parece que ele está ficando louco (perceba que O José deveria ser sujeito de uma oração, mas ficou sem predicado, solto na frase; houve a quebra da seqüência sintática esperada). Cantar, sei que todos devem cantar (viu como o verbo cantar está sobrando? Parece que o autor decidiu mudar a ordem da oração, sem nos avisar) Observação: o anacoluto deve ser usado cuidadosamente na linguagem escrita. Exige experiência, estilo e intencionalidade por parte de quem escreve, para que não se confunda com uma confusão mental ou deficiências de estruturação do texto.
  • 22. É a concordância que se faz com a idéia, e não com a palavra expressa. É também chamada de concordância ideológica. Há três tipos de silepse: de gênero (a concordância se faz com a idéia feminina ou masculina); de número (a concordância se faz com a idéia singular ou plural); e de pessoa (a concordância se faz com uma pessoa gramatical diferente da expressa pela palavra) Exemplos: São Paulo realmente é linda [silepse de gênero - o adjetivo linda ficou no feminino porque concorda com a idéia (a cidade de) São Paulo] Vossa Excelência pode ficar tranqüilo e calmo [silepse de gênero - os adjetivos tranqüilo e calmo ficaram no masculino porque concordam com a idéia: a pessoa a quem se dirige o pronome de tratamento Vossa excelência é homem] Os paulistas somos bem tratados no Paraná [silepse de pessoa - o verbo ser concorda com a primeira pessoa do plural (nós), apesar de o sujeito expresso ser Os paulistas (terceira pessoa do plural). Com esse recurso, o emissor da mensagem quis passar a idéia de que ele também é paulista; de que ele se inclui entre os paulistas] A gente não quer só alimento. Queremos amor e paz [silepse de número - o verbo querer ficou no plural, e seu sujeito oculto (A gente) é singular] Observação: a principal diferença entre silepse de pessoa e de número é que na de pessoa o emissor da mensagem se inclui no sujeito de terceira pessoa do plural. É a repetição de palavras que tem por finalidade exprimir a idéia de insistência, progressão e intensificação. Quando se repetem adjetivos ou advérbios, é uma maneira de se fazer o grau superlativo. Exemplos: Aquela moça era linda, linda, linda. E, enquanto tudo isso acontecia, a garota crescia, crescia. O sol estava claro, claro; eu mal podia enxergar. Consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres. É, na verdade, um dos processos de formação das palavras, que cabe à Morfologia. Exemplos: Ouviu o tilintar das moedas (o verbo tilintar imita o som de moedas se entrechocando). Quando a insultei, slapt! (a palavra slapt imita o ruído provocado por um tapa). Figuras de Palavras É a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, etc.). Exemplos: Minha irmã é bondosa como um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo como)
  • 23. Age o neto tal quais os avós (existe uma semelhança de ações entre o neto e os avós; houve, pois, uma comparação, que se estabeleceu por meio do conectivo tal quais) Substituição da palavra adequada por outra, com base numa comparação implícita (relação de semelhança). Um exemplo poderá ajudar-nos a compreender melhor a natureza da metáfora. Exemplos: Aquela mulher é uma baleia. É fácil perceber que a palavra baleia não é o termo mais adequado para caracterizar uma pessoa, visto que uma mulher não é uma baleia. No entanto, a expressão é linguisticamente aceitável, porque todos os falantes de português percebem sem dificuldade que, dessa maneira, se põe em destaque um traço característico daquela mulher (a gordura). Na verdade, a metáfora assenta sobre uma comparação implícita (Aquela mulher é gorda como uma baleia). Frequentemente, uma expressão concentra, não um, mas dois ou mais recursos estilísticos. Neste caso, podemos dizer que estamos perante uma metáfora hiperbólica (expressão exagerada). Os salgueiros mergulham as longas cabeleiras nas águas dos canais. Minha irmã é um anjo (existe uma relação de qualificações entre a irmã e o anjo; como não houve um conectivo que estabelecesse a relação comparativa, chama-se a essa comparação mental de metáfora. A palavra anjo não está sendo utilizada em seu sentido original; foi tomada como uma qualificação. Cabe ao receptor saber que a característica em comum entre os dois seres é a bondade) Tenho que viajar muito. São os ossos do ofício (que características em comum têm o ato de viajar muito e os ossos? É simples: viajar muito é uma das exigências, uma das partes que compõem o trabalho do emissor dessa mensagem; os ossos são algumas das partes que compõem os corpos de alguns seres vivos. Houve a transferência do sentido de componente, algo necessário, da palavra ossos para o ato de viajar. Cabe ao receptor decodificar essa transferência) Consiste em atribuir a uma coisa o nome de outra com base numa relação de contiguidade. o autor pela obra Comprou um Van Gogh por um milhão de dólares. o local de fabrico pelo produto Bebemos um porto. o material de que é feito pelo objeto Gosta de cristais. o efeito pela causa Respeitem os meus cabelos brancos. o físico pelo moral Ele é uma boa cabeça. o sinal pela coisa significada A cruz e a espada engrandeceram Portugal. O instrumento pela pessoa que dele se utiliza Júlio sem dúvida é um excelente garfo (Júlio come muito; o garfo é um dos instrumentos utilizados para comer) O recipiente (continente) pelo conteúdo
  • 24. Jonas já bebeu duas garrafas de uísque (ele bebeu, na verdade, o conteúdo de duas garrafas de uísque); Os Estados Unidos assistem ao espetáculo das eleições (as pessoas que moram nos Estados Unidos assistem...) O singular pelo plural O paulista adora trabalhar (Os paulistas...) A matéria pelo objeto Você tem fogo (isqueiro ou fósforos)? Consiste numa associação de sensações diferentes na mesma expressão. Exemplos: -É noite: e, sob o azul morno e calado, Concebem os jasmins e os corações. Gomes Leal Nestes versos a sensação de cor, implícita na palavra azul, associa-se a uma sensação táctil (morno) e a uma auditiva (calado). - Você gosta de cheiro-verde [como um cheiro (olfato) pode ser verde (visão)] - Que voz aveludada Renata tem [como um som (audição) pode ser aveludado (tato)]. (ou antonomásia): Consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito por poucas. Exemplos: - Gosto muito da obra do Poeta dos Escravos (antonomásia para Castro Alves). - O Rei do Futebol já fez mais de mil golos (antonomásia para Edson Arantes do Nascimento). - Tu gostas da Terra da Garoa (antonomásia para cidade de São Paulo)? - Eis a terra do ouro verde (antonomásia para café) Observação: note que somente as antonomásias referentes a nomes próprios têm iniciais maiúsculas. Figuras de Pensamentos Aproximação de duas palavras ou idéias com sentidos contrários, opostos. Exemplos: E Carlos, jovem de idade e velho de espírito, aproximou-se. Era o porvir - em frente do passado, A liberdade - em face à Escravidão (Castro Alves). É a interpelação inesperada de um ente real ou imaginário que se faz com a interrupção da seqüência do pensamento.
  • 25. Exemplo: - Sei de minhas condição vil e efêmera. Sei também de minhas fraquezas. Tu, que queres aqui? (note que a seqüência foi interrompida bruscamente com a evocação de alguém). Observação: não confundir apóstrofe com apóstrofo, que é o sinal gráfico que indica a supressão de um fonema. - Tomei dois copos d'água (o apóstrofo indica que o fonema e foi supresso) É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação de cunho desagradável e chocante. Exemplos: - Infelizmente ele se foi (em vez de ele morreu). - Nem a quimioterapia deteve o avanço da doença ruim. Depois de agonizar por uma semana, ele finalmente descansou. É a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase. Exemplos: - Carlos, inesperadamente, assustou-se. Depois, gritou, aterrorizou-se e morreu (gradação ascendente, do menor para o maior). - Ela é uma bandida, uma enganadora, uma sem-vergonha (gradação descendente, do maior para o menor). Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por parte do receptor (leitor ou ouvinte). Exemplos: - Aquele sujeito era realmente um gênio. Teve a brilhante idéia de secar o cachorro no forno de microondas. - Meus parabéns pelo seu serviço (considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha sido completamente esvaziada durante um assalto)... É um recurso estilístico muito frequente, tanto na literatura, como na linguagem corrente. Consiste numa expressão exagerada da realidade. Quando pretendemos destacar determinado aspecto, tendemos a exagerá-lo, de tal modo que os nossos atos comunicativos diários estão repletos de hipérboles: chove a cântaros, rios de lágrimas... Trazem ferocidade e furor tanto, Que a vivos medo e a mortos faz espanto. Camões
  • 26. Nesta passagem bem conhecida d' Os Lusíadas é fácil sentir o efeito expressivo que a hipérbole pode adquirir. Para enaltecer o valor dos portugueses, põe-se em destaque a ferocidade dos adversários, que é tal que causa espanto aos próprios mortos. (ou personificação): É a atribuição de características humanas a seres não-humanos. Exemplos: O prédio sorria perante os trabalhadores (sorrir é uma atitude humana atribuída a um imóvel, uma edificação). Depois que o sol me cumprimentou, dirigi-me à cozinha (cumprimentar é uma atitude humana atribuída a um astro). É a suspensão de uma idéia ou de um pensamento, deixando a cargo do leitor ou ouvinte a interpretação/inferência do que deveria ou poderia ser mencionado. Exemplos: - Eu fiz toda a minha tarefa. Carla... bem... ela... (podemos deduzir que Carla não fez a tarefa). - Hoje eu tenho meu arroz e o meu feijão. Amanhã... (podemos deduzir que o emissor da mensagem não tenha certeza de que terá algo para comer amanhã; ou de que será feijão com arroz. A correta inferência dependerá do contexto em que a reticência estiver inserta). Consiste em consertar uma afirmação anterior. Exemplos: Todos os deputados se reuniram para trabalhar. Ou melhor, para fazer-nos pensar que iriam trabalhar. Ele, aliás, todos eles me traíram. Aproximação de palavras com sons semelhantes, mas de significados distintos. Exemplo: - Era iminente o fim do eminente político. Reunião de palavras contraditórias, paradoxais. Exemplos: - covarde valentia. - inocente culpa.
  • 27. LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL Falado e Escrito / Formal e Informal Linguagem coloquial ( Informal ) Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos perguntou: - Como é que é, Zé ? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula ? - Normal ! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma esplanada -respondeu José bastante animado. - É isso. Vou nessa! - disse Marcos apertando o passo. GÍRIA A gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. Mesmo que seja criativa a gíria só é admitida na língua falada. Sendo que a língua escrita não a tolera. Só em casos especiais na comunicação entre amigos, familiares, namorados, sendo que isto é caracterizada pela linguagem informal. Linguagem formal No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-aluno, agora seu colega. O professor diz-lhe: - Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! - Como está, professor? É bom revê-lo - sorriu o ex-aluno emocionado. - O senhor nem pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas. - Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável. A distinção linguagem popular / linguagem cuidada, por exemplo, apóia-se num critério sociocultural, ao passo que a distinção linguagem informal / linguagem oratória se apóia sobretudo numa diferença de situação (o mesmo indivíduo não empregará a mesma linguagem ao fazer um discurso e ao conversar com amigos num bar). Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geralmente em função de restrições materiais: dificilmente poderá um comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao descrever e comentar uma partida ao vivo. De modo geral, a linguagem cuidada emprega um vocabulário mais preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da linguagem comum.
  • 28. Para resolver esse impasse se poderia, à primeira vista, propor a obediência à norma na escrita e sua flexibilização na fala, o que, no entanto, seria ainda inexato. Na verdade, a dicotomia correta é formal versus informal e não escrito versus falado. Em circunstâncias formais, a comunidade espera que se empregue, seja escrevendo ou falando, a língua-padrão (cf. ing. standard language), entendida aqui como a variedade formal culta e até certo ponto supra-regional do idioma, que corresponde, em parte ao menos, à língua descrita pela gramática escolar. Em situações informais, ao contrário, seja na fala ou na escrita, a expectativa da comunidade é que se empreguem as variedades informais da língua. Em outras palavras: o binômio decisivo para a obediência à norma gramatical é o referente ao grau de formalidade da comunicação e não à natureza oral ou escrita desta. Não se conclua daí, entretanto, que não haja correlação entre modalidade escrita e formalidade, por um lado, e entre informalidade e fala, por outro. De fato, a comunicação escrita tende a ser mais formal do que a falada. Na verdade, a oposição formal / informal é uma simplificação didática. Há no mínimo quatro graus de formalidade (registros) no português do Brasil: o ultraformal, o formal, o semiformal e o informal, de que são exemplos, respectivamente (no uso oral da língua); O discurso solene de um paraninfo numa cerimônia de formatura (ultraformal), uma conferência (formal), uma conversa entre cientistas que se conhecem há muito tempo sobre assunto de sua especialidade (que não ficará totalmente formal, pela intimidade existente entre os interlocutores, nem totalmente informal, pela natureza intelectual do assunto tratado)(semi-formal) e a conversação diária (informal). Exemplos na modalidade escrita: · do ultraformal - certos textos jurídicos e um ou outro texto burocrático; · do formal - um verbete de enciclopédia; · do semiformal - uma crônica esportiva (na mídia immpressa); · do informal - um bilhete. Ainda numa visão um tanto esquemática, mas didaticamente necessária, diríamos que a necessidade de obediência à norma gramatical existe no registro ultraformal e no formal, não existindo nos dois últimos. Além do grau de formalidade, outros fatores interferem na escolha do tipo de linguagem adequado a cada situação, a saber: · o status dos interlocutores; · o local, o assunto; · o gênero textual (o que é virtude num gênero pode ser defeito em outro); · a modalidade escrita ou oral e · a natureza monolocutiva ou interlocutiva, privada ou pública etc. da comunicação. O princípio geral, porém, é sempre o mesmo: o da adequação. Precisamos levar em conta 124) A quem nossos textos ou palavras se dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal ou oral; 125) o assunto sobre o qual versa o texto ou a fala; 126) e o papel desempenhado pela língua. Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
  • 29. LINGUAGEM INFORMAL LINGUAGEM FORMAL Poder igual Hierarquia de poder (não igual) Contato freqüente Contato não freqüente Grande envolvimento afetivo Pouco envolvimento afetivo Léxico coloquial (abreviações e gírias) Léxico formal (formas não abreviadas e não emprego de gírias) Emprego de apelidos e diminutivos Emprego de títulos Expressões de afeto e despreocupação com a polidez Expressões de deferência e preocupação com a polidez Uso de expressões que indicam opinião Uso de expressões que indicam sugestão Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na empresa, ou mesmo em nossas falas elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial e às vezes em interlocuções orais que requerem certa formalidade. Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: 127)mais formal, 128)menos formal; 129)mais distante, 130)menos distante. Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da Faculdade. É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos ou empresariais. Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações as mais diversas a que somos postos. Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os: ( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de subsistência ( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse subir na vida. ( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco. ( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos. ( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora Universitária.
  • 30. Tema para discussão A palavra bóia-fria é uma linguagem formal ou uma linguagem informal? A palavra bóia-fria está dicionarizada (no Aurélio ou no Michaellis) há pelo menos 15 anos e já é utilizada hoje como um vocábulo comum, não só pela imprensa, em geral, mas até mesmo pelos acadê(é)micos. Ao publicar o seu primeiro grande estudo sobre o tema em 1975, O Bóia-fria: Acumulação e Miséria (Petrópolis: Ed. Vozes, 6.ª edição, 1978; 1.ª ed.: 1975), Maria Conceição D'Incao e Mello empregou aspas. Nove anos depois, a autora as dispensaria em Qual é a Questão do Bóia-fria (São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984), revelando assim que o discurso formal já aceitava os bóias-frias sem restrições. Os documentos oficiais, no entanto, ainda não permitem que eles andem completamente à vontade pelos textos formais. A instrução normativa n.º 84 do INSS, de dezembro de 2002, por exemplo, fala de trabalhador volante, mas esclarece, entre parênteses, que este não passa de um bóia-fria. Duas linhas depois, no mesmo item, a palavra reaparece sem que seja precedida pelo termo mais formal: « o trabalhador volante (bóia-fria) que presta serviço a agenciador de mão-de-obra, constituído como pessoa jurídica, observado que, quando o agenciador não estiver constituído como pessoa jurídica, o bóia-fria e o agenciador serão considerados empregados do tomador de serviços». Num discurso que se queira absolutamente formal, a palavra sempre pode ser usada entre aspas ou da forma como o INSS o fez. Num discurso informal, não precisaria da fatiota das aspas. Como se sabe, o bóia-fria tem uma flexibilidade ainda maior que a dos discursos. DIVISÃO SILÁBICA A divisão silábica obedece às seguintes regras: Encontros consonantais inseparáveis (formados, geralmente por L/R). Exemplos: re - cla - mar re - ple - to pa - trão observação:Quando uma palavra começar por consoante não seguida de vogal, torna-se parte integrante da primeira sílaba. Exemplos: mne - mô - ni - co pneu - má - ti - co pseu - dô - ni . mo Encontros consonantais separáveis ocorrem no interior das palavras e, geralmente, são formados por duas consoantes. Exemplos: advento(ad - ven - to) obtuso(ob - tu - so)
  • 31. sucção(suc - ção) nafta (naf - ta) constar(cons - tar) abstrato(abs - tra - to) magnólia (mag - nó - lia) Não se separam ditongos: Exemplos: ópio(ó - pio) coitado(coi - ta - do) peixe(pei - xe) muito(mui - to) fiéis(fi - éis) capitães(ca - pi - tães) Observação: Muitos ditongos crescentes são classificados, também como hiatos, justificando, assim, a separação de alguns deles. - ia, -ie, -ia, -ua, -ue, -uo. história(his - tó - ri - a)(his - tó - ria) piada(pi - a - da)(pia - da) Não se separam tritongos. Exemplos: Uruguai(U - ru - guai) saguão(sa - guão) Separam-se os hiatos: Exemplos: Saara(Sa - a - ra) vôo(vô - o) rainha(ra - i - nha) Dígrafos: Separam-se os RR / SS / SÇ /XC / SC. Exemplos: carro(car - ro) assassino(as - sas - si - no) nascimento(nas - ci - men - to) nasça(nas - ça) exceto(ex - ce - to) Não se separam os LH/ NH/ CH/ GU/QU. Exemplos: palha(pa - lha) unha(u - nha) cave(cha - ve) guerra(guer - ra) queixa(quei-xa) Não se levam em conta os elementos mórficos das palavras. (prefixos, radicais, etc)
  • 32. Exemplos: transatlântico (tran - sa - tlân - ti - co) bisavó (bi - sa - vô) Obs.: Somente o prefixo sub acompanhado de certas palavras, não se separa. Exemplos: sub - ter - râ - neo sub - ma - ri - no Exceções: su - bes - ti - mar su - bes - ti - ma - do ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRAS BÁSICAS a) Proparoxítonas (acento tônico na antepenúltima sílaba): todas são acentuadas. Exemplos: lâmpada, médico, matemática. b) Paroxítonas (acento tônico na penúltima sílaba): são acentuadas as terminadas em: Ps: Fórceps L: Útil I (s) Táxi (s) X: Tórax Ão (s) Órgão (s) Us: Bônus à (s): Irmã (s) R: Caráter Um (uns) Álbum (álbuns) c) Oxítonas (acento tônico na última sílaba) são acentuadas as terminadas em: A (s): Pá E (s): Pé O (s): Pó Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra. Proclíticas:subordinadas ao acento da palavra seguinte. esse homem a escola que bonito Apoclíticas:subordinadas ao acento da palavra anterior. ensinei-vos diz-me encontrámo-lo
  • 33. Mesoclíticas: subordinadas ao acento da palavra anterior ou seguinte. digo-vo-lo reparti-lo-emos Regras Especiais Hiatos: (vogal + vogal em sílabas separadas) São acentuados: a) Quando a 2ª letra do hiato for i ou u tônicos, seguidos ou não de s, (na mesma sílaba). Exemplos: saída, saúva, baú, país Obs.: Se o i ou u não vierem seguidos de s, a 2ª letra do hiato não deverá ser acentuada. Exemplos: ruim, raiz, rainha. b) Os grupos ee (terminação), exclusiva dos verbos crer, dar, ler e ver. Exemplos: crêem, dêem, lêem, vêem c) Os grupos oo: magôo, perdôo. Ditongos: (vogal + semivogal na mesma sílaba ou semivogal + vogal na mesma sílaba) São acentuadas. As vogais tônicas dos ditongos abertos éi, ói, éu Exemplos: anéis, caracóis, céus Obs.: Se a vogal do ditongo aberto não for tônica, o ditongo não será acentuado. Exemplos: chapeuzinho, pasteizinhos. DICAS - ACENTUAÇÃO 1) A série em que as palavras estão acentuadas do jeito que o professor manda é: a) urubú, cajú, ví, lí b) urubu, caju, vi, li c) urubu, caju, ví, lí d) urubú, cajú, vi, li As palavras, há anos, firmaram um pacto. As oxítonas aliaram-se às monossílabas. Quando terminadas em i e u e antecedidas de consoante, nunca têm acento. É o caso de caju, Aracaju, urubu, maracatus, fugi, descobri, parti-lo; vi, li, nu, cru, pu-lo. resposta da questão:B 2) A série em que todas as palavras estão grafadas como o professor manda é: a) ítem, ítens, éden, édens b) item, itens, eden, edens c) ítem, itens, éden, edens d) item, itens, éden, edens Item é paroxítona terminada em em. Joga no mesmo time de jovem, homem, garagem, nuvem. Uns e outros não agüentam acento nem no singular nem no plural: itens, jovens, homens, garagens, nuvens. Atenção, navegantes. A regra vale para as paroxítonas terminadas em en. No singular, as bichinhas têm acento. No plural, ficam iguaizinhas à turma dos homens, jovens e itens: hífen (hifens), éden (edens), hímen (himens), pólen (polens).
  • 34. resposta do teste: D 3) Qual a série correta? a) cantá-lo, vendê-lo, partí-lo b) canta-lo, vende-lo, parti-lo c) cantá-lo, vendê-lo, parti-lo d) cantá-lo, vende-lo, partí-lo É a velha história da acentuação gráfica. A gente põe acentinho nas oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u estão fora. Com elas, nada de chapeuzinho ou grampinho: sofá, sofás, está, estás, cantá-la, comprá-la café, cafés, você, vocês, vendê-lo, comê-lo vovó, vovós, vovô, vovôs, pô-lo tupi, guarani, comi, parti-lo caju, urubu, Aracaju resposta do teste:C 4) Qual a opção certinha da silva? a. sofá, café, caqui, cipó, caju b. sofá, café, caquí, cipó, caju c. sofá, café, caquí, cipó, cajú d. sofá, café, caqui, cipó, cajú Acentuam-se as oxítonas terminadas em a, e e o seguidas ou não de s. As terminadas em i e u têm alergia a acento. resposta do teste:A Trema Coloca-se trema sobre os grupos gue, gui, que, qui, quando a letra u for pronunciada.. Exemplos: lingüiça, agüentei, seqüestro, tranqüilo Formas Verbais seguidas de Pronomes Oblíquos Considerar somente a forma verbal (sem o pronome) Em amá-lo - amá - é oxítona terminada em a e, por isso, leva acento. Em incluí-lo - incluí - o í tônico do hiato é acentuado. Em conduzi-lo è conduzi é oxítona terminada em i e, por isso, não é acentuado. Acentos diferenciais Ele tem Ele vem Eles têm Eles vêm Ele mantém Ele convém Eles Eles mantêm convêm Ele pode (verbo poder, presente do indicativo) Ele pôde (verbo poder, pretérito perfeito do indicativo) Pôr (verbo)
  • 35. Por (preposição) Pára (do verbo parar) Para (preposição) Côa, côas (verbo coar) Coa, coas (preposição com + artigo a(s)) ............... comum em poesia Pela (s) (contratação de preposição + artigo) Péla (s) (do verbo pelar = tirar a pele de) Pêlo (s) (substantivo) Pélo (forma do verbo pelar) Pelo, pelos (preposição + artigo) Pêra (fruta) Péra (pedra) Pera (preposição arcaica) Pôla (ramo novo de árvore) Pola (contratação arcaica de preposição e artigo) Emprega-se hífen: 1) para unir pronomes átonos a verbos: exemplos: disseram-me, pintá-lo-ei 2) para separar palavras no final da linha: exemplo: liber- / tar 3) para separar os sufixos: exemplos: - açu, - guaçu, - mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente ou por tônica nasal Sabiá-guaçu Cajá-mirim Capim-açu 4) Em palavras compostas formadas por: Substantivo + substantivo: salário - família Substantivo + preposição + substantivo: pé-de-moleque Substantivo + adjetivo: amor-perfeito Adjetivo + substantivo: má-criação Verbo + substantivo: arranha-céu Adjetivo + adjetivo: verde-amarelo Verbo + verbo: pisca-pisca Advérbio + adjetivo: sempre-viva Outras combinações: leva-e-traz, reco-reco, deus-nos-acuda, etc. 5) Prefixos separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo elemento: a) Além - aquém - recém - além-túmulo aquém-mar recém-nascido b) pós - pré - pró -
  • 36. pós-datar pré-primário pró-alfabetização c) bem - sem - terminados em ditongo nasal: bem-querer sem-vergonha d) sota - soto - vice - sota-vento soto-mestre vice-rei e) ex-ex- aluno f) co -, no sentido de juntamente: co-autor co-seno 6) Se o 2º elemento começar por h, r, s, ou vogal, alguns prefixos devem ser separados por hífen. Auto -: auto-hemoterapia Neo -: neo-expressionismo Proto -: proto-árido Pseudo -: pseudo-herói Intra -: intra-ocular Extra -: extra-oficial Infra -: infra-estrutura Supra -: supra-renal Ultra -: ultra-som Contra -: contra-ataque Semi -: semi-reta Mas: neoclássico, infravermelho, contradança, etc. 7) Se o 2º elemento principiar por h, r ou s, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Ante -: ante-sala Anti -: anti-higiênico Arqui -: arqui-rabino Sobre -: sobre-humano Mas: antebraço, antiofídico, etc. 8) Se o 2º elemento principiar por h ou r, os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen: Inter -: inter-hemisfério Super -: super-homem Mas: interestadual, supersônico 9) Se o 2º elemento principiar por h ou vogal, os prefixos que se seguem devem vir separados por hífen: Circum -: circum-hospitalar Com -: com-hospedado Mal -: mal-humorado Pan -: pan-americano (exceção: panarmônico, malandança, malcriado, circunlóqui, etc.) 10) Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), os prefixos que se seguem devem ser separados por hífen:
  • 37. Ab: ab-rogar Ob: ob-robar Sob: sob-roda Mas: abjurar, oblongo, sobestar 11) Se o 2º elemento principiar por r (múltiplo) ou b, o prefixo sub- deve ser separado por hífen: Sub-ramo, sub-base Mas: subsolo, subdelegado 12) Algumas locuções que se escrevem com hífen: À-toa, vice-versa, zás-trás, tão-só, tão-somente, visà-vis 13) Algumas locuções que se escrevem sem hífem: À beira de A baixo de A fim de A menos que Em volta de Na medida em que Uma vez que Um a um Uma a uma Etc. DICAS - HÍFEN 1) Estão certinhas as palavras da série: a) micro-saia, macro-região, mini-eleição b) micro-saia, macrorregião, minieleição c) microssaia, macrorregião, mini-eleição d) microssaia, macrorregião, minieleição Micro joga no time dos alérgicos a hífen. Tem por companheiros micro e maxi: microssérie, microssaia, microempresa, minissaia, minirrádio, minieleição, macrorregião, macroeconomia. resposta do teste:D 2) A série em que todas as palavras estão certinhas da silva é: a. semi-final, semi-árido, semi-selvagem, semi-real b. semifinal, semiárido, semisselvagem, semirreal c. semifinal, semi-árido, semi-selvagem, semi-real d. semifinal, semi-árido, semisselvagem, semirreal Semi, que significa metade, meio, pede o tracinho antes da vogal, h, r e s: semi-árido, semi-humano, semi-real, semi-selvagem. Fora isso, é tudo coladinho: semicírculo, semifinal, semiportátil, semimorto. resposta do teste:C 3) O hífen está correto na palavra: a) anti-malufismo b) anti-imperialismo c) anti-judaísmo d) anti-Malan
  • 38. Há prefixos que não suportam hífen. Com eles é tudo coladinho. É o caso de mini, micro, agro. Outros aceitam o tracinho só quando seguidos de palavras começadas com determinadas letras. Vale lembrar anti (h, r, s) ou super (h, r). Até aí tudo bem. Mas há um problema. Às vezes, o nome que os segue é substantivo próprio. O que fazer? Pôr a letra maiúscula no meio? Não. O português só aceita letra grande no início da palavra. No caso, cessa tudo que a musa antiga canta. Fica o dito pelo não dito. Usa-se hífen sem dó nem piedade: mini-FHC, micro- Brasília, anti-Malan, super-Camdessus. resposta do teste:D Como se escrever os símbolos das unidades de medida: Emprega-se letra minúscula, sem ponto, sem s (para indicar plural), de preferência imediatamente após o número: 2 cm, 29 km, 2h 15min, 80 km/h. Exceção: 1t.; 203 t. O símbolo do real deve ser colocado sem espaço entre ele e o numeral. O cifrão tem apenas um traço sobreposto e não dois . Exemplo: R$230,00. PONTUAÇÃO Emprega-se Vírgula ( , ) · Entre as orações coordenadas assindéticas. Exemplo: Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar. · Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Exemplo: O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.= · Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado. Exemplo: Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo. · Nas expressões: isto é, por exemplo, ou melhor, ou por outra, ou seja, quero dizer, digo, digo melhor. Exemplo: Isto é bom, ou melhor, é ótimo. · Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas. Exemplo: Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero. · Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando intercaladas na sua principal. Exemplos: Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.
  • 39. · Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem intercaladas. Exemplo: Quando eu cheguei, ele já havia saído. · Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos. Exemplo: Pudemos, finalmente, ficar sozinhos. · Para separar termos aos quais queremos dar realce. Exemplo: As telhas, levou-as o vento. · Para indicar que houve elipse de verbo. Exemplo: Ela foi para a praia e ele, para o campo. · Para separar os topônimos, nas datas. Exemplo: Ribeirão Preto, 16 de março de 1999. Não se emprega Vírgula ( , ) · Entre o sujeito e o verbo. Exemplos: Minha mãe, viajou. (incorreto). Minha mãe viajou. (correto). · Entre o verbo e seu complemento. Exemplos: Vimos, o filme. (incorreto) Vimos o filme. (correto) · Entre o substantivo e o adjunto adnominal. Exemplos: Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) Meu bom amigo não estava em casa. (correto) · Como norma geral, antes da conjunção e. Exemplos: Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto) Obs.: Se depois do e, o termo seguinte for pleonástico ou se o e for repetido enfaticamente, a vírgula se torna obrigatória. Exemplos: Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa) E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac) · Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser separada por vírgula. Exemplo: Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)
  • 40. · Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto. Exemplos: Caixa Postal, 158 (incorreto) Caixa Postal 158 (correto) Casa, 35 (incorreto) Casa 35 (correto) Ponto Final ( . ) · Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa. Exemplo: Não pudemos sair de casa, pois chovia demais. · É empregado também em abreviações. Exemplo: Sr., V. Exa., pág., etc. Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; ) · Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar enumerações longas dentro das quais existam vírgulas. Exemplo: Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora deste mundo. · Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc. Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade; b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem; c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; d) ...................................; e) ...................................; f) ...................................; g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. · Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou um esclarecimento. Exemplos: a) - Então, ele disse - Não quero mais ver você. b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais. · Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a finalidade, etc. que se pretende ressaltar. Exemplo:
  • 41. Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão! Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? ) · Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta. Exemplo: Quantos anos você tem? Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação. Exemplo: Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha. Emprega-se ponto de exclamação ( ! ) · Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc. Exemplos: Fica, por favor! Nossa! Reticências ( ... ) · Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida. Exemplo: Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ... · São empregadas em citações: Exemplo: No trecho do texto: ... que a situação financeira deixada pelo Estado ..., qual é a função sintática de situação financeira? Emprega-se Travessão ( - ) · Para indicar a fala da personagem. Exemplo: Ele gritou a plenos pulmões: Elisa! · Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da personagem (nesse caso, são empregados dois travessões): · Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas. Exemplo: E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta. Empregam-se Aspas ( ) · No início e no final de uma citação textual. Exemplos:
  • 42. É a sua vida que eu quero bordar na minha Como se eu fosse o passo e você fosse a linha. (Gilberto Gil) · Para destacar palavras ou expressões. Exemplo: Ele era um bom homem. Homem com h maiúsculo. · Nos títulos de obras artísticas ou científicas: Exemplo: Senhora é um livro de José de Alencar. Empregam-se os Parênteses ( ) · Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo - intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo. Exemplo: E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação. · Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas. Exemplos: Reproduzidos no bordado A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza (Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983) COLCHETES ( [ ] ) Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários. ASTERISCO ( * ) Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar, PARÁGRAFO ( § ) É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc. DICA - PONTUAÇÃO O ponto está certinho na frase: a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. b) Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc.. c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. d) Vi carros, lojas, ônibus, etc.... A útlima palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se outro ponto para indicar o fim do período? Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, pêras, abacaxis, etc. resposta do teste:C SEMÂNTICA
  • 43. É o estudo do sentido das palavras de uma língua. A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos: Família de idéias São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma idéia. Veja a relação a seguir: - casa, - moradia, - lar, - abrigo, - residência, - sobrado, - apartamento, - cabana. Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias. Observe outros exemplos: · revista, · jornal, · biblioteca, · livro, · casaco, · paletó, · roupa, · blusa, · camisa, · jaqueta, · serra, · rio, · montanha, · lago, · ilha, · riacho, · planalto. · telefonista, · motorista, · costureira, · escriturário, · professor, etc. Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS. Exemplos:
  • 44. Cômico - engraçado Débil - fraco, frágil Distante - afastado, remoto Antonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Exemplos: Economizar - gastar Bem - mal Bom - ruim Homonímia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS. As homônimas podem ser: Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar) Conserto (substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar) Homófonas heterográficas (ou homófonas) são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) Cessão (substantivo) - sessão (substantivo) Cerrar (verbo) - serrar (verbo) Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) Verão (verbo) - verão (substantivo) Cedo (verbo) - cedo (advérbio) Paronímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita - PARÔNIMOS.
  • 45. Exemplos: cavaleiro - cavalheiro Absolver - absorver Comprimento - cumprimento Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de graça. Os fiéis agradecem a graça recebida. MORFOLOGIA Primeira parte · Estrutura das Palavras · Origem das Palavras · Formação das Palavras ESTRUTURA DAS PALAVRAS Toda a graça deste texto está na brincadeira que o poeta faz com as palavras. Ele cria um jogo que a língua permite e nós o aceitamos porque percebemos seu sentido. Datas Os magos janeiram dia 6 Os peixes abrilam dia 1 A Virgem setembra dia 8 Os mortos novembram dia 2 (MENDES, Murilo. Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.p.183) Elementos Mórficos
  • 46. Você conhece a música de Raul Seixas e Cláudio Roberto intitulada Maluco beleza? É muito interessante. Um trecho diz assim : Eu do meu lado aprendendo a ser louco Um maluco total, na loucura real Controlando a minha maluquez Misturada com minha lucidez PASSOS, Sylvio e BUDA, Tonihho, Raul Seixas- Uma antalogia. São Paulo, Martin Claret, 1992.p.218 Mistura boa, não é, um pouco de maluquez misturada a um pouco de lucidez... Vamos pensar na palavra lucidez: significa qualidade ou estado de lúcido. Lúcido, por sua vez, significa brilhante como a luz. Como você pode observar, são palavras que derivam de luci-, que significa luz. Por essa razão, também empregamos lúcido para indicar a pessoa que usa a inteligência, as faculdades mentais, ou seja, a pessoa iluminada, e lucidez para indicar a qualidade de quem usa a inteligência. Mas o interessante nos versos acima é a palavra maluquez, que não existe nos dicionários. Os autores criaram essa palavra para rimar com lucidez. Nos dicionários encontramos, para indicar o estado ou doença de maluco, a palavra maluquice. Mas aí não ficaria bom, maluquice não se mistura com lucidez! O importante, o que gostaríamos que você entendesse, é o fato de os autores terem criado uma palavra obedecendo a algumas regras, como também fez Murilo Mendes ao criar os verbos janeirar, abrilar, setembrar e novembrar. Se essas regras não tivesse sido seguidas, ninguém entenderia a nova palavra. Para conhecer e compreender as palavras, e até brincar com elas ou criar novas, é que nós estudamos a estrutura das palavras. Agora vamos supor que a palavra sujões apareça numa manchete de jornal ou revista, disposta da seguinte maneira: Os jovens que picham e emporcalham a cidade Poderíamos brincar com essa palavra, promovendo ligeiras alterações: Sujo sujão sujinho Suja sujona sujar Sujos sujeira Repare que, nessa brincadeira, uma parte da palavra não sofreu alteração ( suj- ); no entanto, a outra parte mudou para indicar gênero masculino ou feminino, número plural, grau aumentativo ou diminutivo, etc. -o (elemento que indica o gênero masculino) -a (elemento que indica o gênero feminino) -(o) s (elemento que indica o número plural) -ão (elemento que indica o grau aumentativo masculino) -ona (elemento que indica o grau aumentativo feminino) -eira (elemento que indica qualidade, propriedade) -inho (elemento que indica o grau diminutivo masculino) -(a) r (elementos que indicam a primeira conjugação e o infinitivo do verbo) Sj- As palavras podem, portanto, ser divididas em unidades menores. Repare que essas unidades possuem caráter significativo, isto é, informam alguma coisa.
  • 47. Damos o nome de elementos mórficos a essas unidades significativas que formam as palavras. A terefa de dividir as palavras em seus elementos mórficos recebe o nome de análise mórfica. Nem sempre será possível dividir as palavras em seus elementos mórficos, já que algumas delas são indivisíveis, isto é, não comportam divisão em unidades menores. É impossível dividir palavras como sol e mar. Classificação dos elementos mórficos Observe as seguintes palavras alun o alun a alun inhos lun ato pedr a pedr as pedr eiras pedr ada ferr o ferr os ferr agens ferr inho menin o menin os menin inhos menin ice lúc ido luc idez luc ipotente luc ímetro Verifique que, em cada família de palavras, a base do significado está contida num elemento comum. Nos exemplos acima, esses elementos são: alun-, pedr-, ferr-, menin- e luc-. A esses elementos damos o nome de radical. Às palavras que possuem um mesmo radical damos o nome de cognatas. Desinências Você deve ter notado que alguns elementos mórficos estão indicando se a palavra pertence ao gênero masculino ou feminino, ou se ela está no plural. Nas palavras aluna e menino, os elementos -a e -o estão indicando o gênero da palavra, ou seja, se ela é masculina ou feminina. Já em pedras e meninos, o elemento -s está indicando que a palavra está no plural. Esses elementos mórficosque indicam se a palavra é masculina ou feminina, ou se ela está no plural, recebem o nome de desinências. Existem dois tipos de desinências: · desinências nominais: indicam as flexões gramaticais de gênero e número dos nomes. radical desinência nominal genêro número alun a s menin o s · desinências verbais: indicam as flexões gramaticais de tempo, modo, número e pessoa dos verbos. desinência verbal tempo e modo número e pessoa amá va mos vende sse m Observação: O conhecimentro das desinências nominais será importante para o estudo das flexões de gênero e número das classes de palavras variáveis, como o substantivo e o adjetivo. O conhecimento das desinências nominais e verbais será essencial para a compreensão dos mecanismos de concordância nominal e verbal. Esses assuntos serão estudados adiante nesta gramática. Por ora, basta que você saiba distinguir as desinências nominais das verbais. Quando formos estudar os verbos, trataremos das desinências verbais e das flexões que elas indicam com mais detalhes. Vogal temática Muitas vezes, sobretudo nos verbos, é impossível acrescentar a desinência diretamente ao radical.
  • 48. Observe: radical desinência am va O radical do verbo amar é am-. Tente acrescentar a esse radical a desinência verbal -va. Como, nesse caso, é impossível acrescentarmos a desinência diretamente ao radical, vamos precisar colocar entre esses dois elementos mórficos uma vogal, a fim de preparar o radical para receber a desinência. Dessa forma: am a va radical desinência Essa vogal que, em alguns casos, acrescentamos ao radical chama-se vogal temática. Nos verbos, as vogais temáticas são três: -a, -e, -i e indicam a que conjunção pertence o verbo. Veja abaixo. Vogal Temática Conjugação exemplo a primeira am - a - va e segunda vend - e - ra i terceira part - i - sse TEMA Ao radical já acrescido da vogal temática damos o nome de tema. Nos exemplos acima, os temas são, respectivamente: ama -, vende- e parti- . Prefixos e sufixos Observe as seguintes palavras: leal feliz camisola desleal infeliz camiseta lealdade felizmente descamisado Note que acrescentamos aos radicais (leal-, feliz- e camis-) elementos mórficos (des-, -dade, in-, - mente,-ola, -eta, des-, -ado), que formaram palavras novas. Veja ainda, que esses elementos podem ser colocados antes do radical (como em infeliz), quando são chamados de prefixos, ou depois do radical (como em lealdade), quando são chamados de sufixos. Sufixos aumentativos e sufixos diminutivos são elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. Exemplos de Prefixos Ateu Supermercado pré-história Exemplos de Sufixos amoroso livraria lapisinho Vogais e consoantes de ligação
  • 49. Há casos em que, na junção de elementos mórficos, intercalamos uma vogal ou uma consoante para facilitar a pronúncia. Como essas vogais e consoantes não possuem significação alguma, não são consideradas elementos mórficos. A elas, damos o nome de vogal ou consoante de ligação. Veja os exemplos abaixo. ORIGEM DAS PALAVRAS PORTUGUESAS Na língua portuguesa, encontramos palavras provenientes de diversos idiomas. Veja agora a origem de algumas palavras que você comumente usa: - sanduíche vem do inglês (Sandwich, nome de um nobre inglês que teria inventado esse tipo de comida);; - abajur vem do francês (abat-jour) ; - carioca vem do tupi (kari' oca, quer dizer casa do branco); - samba vem de um dialeto africano ( semba, quer dizer umbigada); - alfaiate vem do árabe (al-khaiãT). A maioria das palavras da língua portuguesa, no entanto, ou vem do grego ou do latim, que era a língua falada no antigo Império Romano. É importante que você tome contato com alguns radicais e prefixos gregos e latinos, pois isso o ajudará muito a compreender o significado das palavras de nossa língua. Alguns radicais de origem grega Radical Significado Exemplo · Acro ....................... alto.......................................... acrofobia (medo de altura) · Aero ...................... ar.......................................Aeronáutica (navegação pelo ar) · Agogo ................o que conduz......................... Demagogo (o que conduz o povo) · Agro...................... campo .................. Agronomia (ciência que estuda as atividades agrícolas) · Algia ..................... dor ............................ Nevralgia (dor que se estende pelos nervos) · Anemo...................vento ................... Anemômetro (aparelho que mede a velocidade do vento) · Antropo................homem ....................... Antropologia (estudo dos grupos humanos) · Aristo ............o melhor ...... aristocracia (governo de um reduzido grupo de pessoas priviliegiadas) · Arítmo ................número..........aritmética (Matemática que estuda os números inteiros e racionais) · Arqueo.................antigo ................................ Arqueologia (estudo de coisas antigas) · Arquia.................governo..........................................anarquia (ausência de governo) · Auto.............de/ por sí mesmo.............................Automóvel (que se move por sí mesmo ) · Baro................pressão, peso....................barômetro (aparelho que mede a pressão atmosférica ) · Biblio......................livro..............................................biblioteca (coleção de livros) · Bio..........................vida..........................................biologia (estudo dos seres vivos) · Caco......................mau......................................................cacofonia (mau som) · Cali.........................belo....................................................caligrafia (bela escrita) · Cardio.................coração...........................................Cardiologia (estudo do coração) · Cefalo.................cabeça.........................................encefalite (inflamação do encéfalo) · Cito......................célula...............................................citologia (estudo das células) · Cosmo................mundo............................................cosmopolita (cidadão do mundo) · Cracia................governo...............................................democracia (governo do povo) · Cromo...................cor.......................................cromatismo (distribuição harmoniosa de cores) · Crono..................tempo................................................cronômetro (o que mede o tempo)
  • 50. · Demo...................povo......................................................democracia (governo do povo) · Eco......................casa..............ecologia (estudo das relações entre os seres vivos e seu ambiente) · Etimo.................origem.................................................etimologia (estudo das origens) · Etno................Raça, povo...............................................etnologia (estudo das raças) · Fago..........que ou aquele que come.....................antropófago (aquele que come carne humana) · Filo......................amigo.......................................................filósofo (amigo do saber) · Fobia............medo , aversão...............................................fotofobia (aversão à luz) · Gastro..............estômago............................................gastrite (inflamação do estômago) · Geo.......................terra........................................................geologia (estudo da terra) · Grafia..................escrita......................................................ortografia (escrita correta) · Hemo...................sangue............................................hemorragia (derramamento de sangue) · Hidro.....................água.....................................hidroginástica (ginástica realizada dentro d'àgua) · Hipno.....................sono........................................................hipnofobia (medo de dormir) · hipo......................cavalo ........................................hipódromo (local onde correm cavalos) · homo..............mesmo, igual........................................homônimo (que tem o mesmo nome) · lito.........................pedra...............................................litogravura (gravura feita em pedra) · mega....................grande........................................................magalópole (grande cidade) · metro...................medida......................................................cronômetro (o que mede o tempo) · micro..................pequeno.........................................................micróbio (pequeno ser vivo) · morfo...................forma........................................................morfologia (estudo das formas) · necro....................morto..............................................................necrologia (lista de mortos) · neo.......................novo............................................................neologismo (palavra nova) · orto...............certo/ correto.....................................................ortografia (escrita correta) · pato....................doença........................................................patologia (estudo das doenças) · poli.......................muitos........................................................polissílabo (que tem muitas sílabas) · pseudo.................falso.............................................................pseudônimo (falso nome) · psico.....................alma..............................................................psicologia (estudo da alma) · taqui.....................rápido..............................................................taquigrafia (escrita rápida) · teca....................coleção ...........................................................mapoteca (coleção de mapas) · tele........................longe .........................................................telefone (o que fala para longe) · teo.........................deus.........................................................teocracia (governo dos deuses) · termo...............temperatura...........................................termômetro (o que mede a temperatura) · trofia............desenvolvimento........................................atrofia (ausência de desenvolvimento) · xeno.................estrangeiro....................................................xenofobia (aversão ao estrangeiro) · zoo.......................animal.........................................................zoologia (estudo dos animais) Alguns radicais de origem latina radical significado Exemplo ·agri.................................campo...............................................Agricultor (que cultiva o campo ) ·arbori.............................árvore................................................arborizar (plantar árvores) ·avi..................................ave.....................................................aviário (local onde se vendem aves) ·beli.................................guerra................................................belicoso (habituado à guerra) ·capiti..............................cabeça..............................................decapitar (cortar a cabeça) ·cida...............................que mata............................................inseticida (que mata insetos) ·cola..........que cultiva, que habita...........vitícola (que cultiva vinhas) - silvícola (que habita as florestas) ·fero...................que contém, que produz...............................aurífero (que contém ou produz ouro) ·fide...................................fé....................................................Fidedigno (digno de fé) ·forme............................forma.................................................biforme (que possui duas formas) ·frater.............................irmão.................................................fraternidade (irmandade)
  • 51. ·fugo.............................que foge.............................................lucífugo (que foge da luz) ·loco................................lugar.................................................localizar (fixar o lugar) ·ludo................................jogo................................ludoterapia (tratamento psicológico por meio de jogos) ·mater.............................mãe...................................................materno (relativo a mãe) ·multi..............................muito..................................................multilateral (muitos lados) ·paro........................que produz.............................................ovíparo (que produz ovos) ·pater.............................pai.....................................................paterno (relativo a pai) ·pede.............................pé......................................................pedestre (que anda a pé) ·pisci............................peixe...................................................piscoso (cheio d epeixes) ·pluri............................vários..................................................pluricelular (que possui várias células) puer...........................criança.................................................pueril (infantil) quadri.........................quatro.................................................quadrimotor (que tem quatro motores) silva..........................floresta.................................................silvícola (Qua habita as florestas) umbra.......................sombra..................................................penumbra (quase sombra) voro.........................que come...............................................carnívoro (que come carne) Alguns prefixos de origem grega prefixo significado exemplo a, an negação, privação ateu, anarquia anfi duplicidade.dualidade anfíbio, anfiteatro anti ação contrária antiaéreo, antipatia arce, arqui superioridade arcebispo, arquiduque dia movimento através diagonal, diâmetro dis mau estado, dificuldade disenteria, dispnéia endo posição interior endoscópio, endotérmico epi posição superior epiderme eu bem, bom eufemismo, eufonia hemi metade hemisfério hiper excesso hipertensão meta transformação metamorfose, metáfora oni tudo, todo onipresente para ao lado de paralelo, parágrafo peri em torno de perímetro, periscópio sin simultaneidade simpatia Alguns prefixos de origem latina prefixo significado exemplo ambi duplicidade ambivalente, ambidestro ante anterioridade antebraço, antepor bi, bis dois bienal, bisavô circum movimento em torno circunferência, circunavegação cis posição aquém cisplatino, cisalpino contra oposição contradizer, contra-ataque infra posição inferior, abaixo infravermelho, infra-assinado intra, intro posição interior intravenoso, introvertido justa posição ao lado justapor mal, male mal malcriado, maledicente multi muitos multinacional, multicolor pen quase península, penumbra per movimento através percorrer, perambular Resumo: Elementos mórficossão unidades significativas que formam as palavras. Radical é o elemento mórfico que funciona como base do significado e é comum a palavras de mesma família. Desinênciassão elementos mórficos que se colocam depois do radical para indicar flexões gramaticais. Vogal temática é a vogal que, em alguns casos, junta-se ao radical, preparando-o para receber as desinências. Temaé o radical já acrescido da vogal temática.