Ficha Informativa - Experiência de Niremberg e Khorana
1. Ficha Informativa
Experiência de Niremberg e Khorana
Após a descoberta da existência de uma relação entre a sequência de nucleótidos do RNA mensageiro e a
sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica, os cientistas admitiram que, decifrando o código do m
RNA, ficaria igualmente decifrado o código do DNA.
A decifração do código genético foi feita progressivamente a partir de sínteses do RNA mensageiro.
No início dos anos 60, um bioquímico americano, Severo Ochoa, e um biólogo francês, M. Grunberg-
Manago, conseguiram isolar a enzima que catalisa a formação do m RNA — a RNA-polimerase.
Utilizando esta enzima, Marshall Niremberg e J. Heinrich Malhei sintetizaram uma molécula de RNA
formada unicamente por nucleótidos de uracilo (RNA-poli U). Ao adicionarem este «falso» m RNA a um
extracto bacteriano contendo todos os componentes necessários à síntese proteica, verificaram que o
polipéptido formado era constituído apenas por um tipo de aminoácidos — a fenilalanina.
Tal evidência levou Niremberg a considerar que tinha descoberto o processo de decifrar o código genético,
já que o tripleto UUU do m RNA (AAA no DNA) deveria significar fenilalanina na linguagem do código
genético.
Utilizando uma técnica semelhante com outras moléculas de m RNA, igualmente sintetizadas em
laboratório, foi demonstrado que o tripleto AAA especifica o aminoácido lisina e que o tripleto CCC codi-
fica o aminoácido prolina.
Na sequência das experiências de Niremberg e no sentido de aprofundar a decifração do código genético, H.
Gobind Khorana sintetizou moléculas de m RNA mais complexas. Essas moléculas eram constituídas por
uma sequência de nucleótidos com dois tipos de bases azotadas, em alternância, como por exemplo:
ACACACACA... A cadeia polipeptídica sintetizada com este m RNA era formada por dois tipos de
aminoácidos: treonina e histidina.
2. Os resultados obtidos por Khorana permitiram concluir que diferentes combinações de três nucleótidos do
m RNA (por exemplo, AÇA ou CAC) codificam diferentes aminoácidos; além disso, vieram confirmar que
o código genético é sequenciado e que a sua leitura pode, teoricamente, iniciar-se em qualquer ponto.
Um outro tipo de experiências, desenvolvidas por Niremberg e seus colaboradores, que se revelaram de
extrema importância na decifração total do código genético, tiveram como base a observação de que bastava
uma sequência de três nucleótidos de m RNA para que um outro RNA transportador de um determinado
aminoácido (t RNA) se ligasse ao ribossoma. Com base nesta evidência e utilizando extractos de
Escherichia coli a que adicionaram tripletos de m RNA e os t RNA ligados a aminoácidos específicos,
identificaram o aminoácido que correspondia a cada tripleto de m RNA.
Todos estes, e outros trabalhos, permitiram que, no início da década de 60, o código genético estivesse
decifrado e fossem conhecidas as suas características.