2. Um ser híbrido
Va mos tentar solucionar um problema conceitual sobre o que seja o corpo, o espírito e a alma, posto
que se tornaram termos banalizados e generalizados para as três partes do ser humano e que se colocam
numas os atributos de outras, deixando os incautos desinformados e confusos.
O ser humano é muito simples, ainda que complexas as suas relações e conexões, dependentes da consci-
ência que cada um tem do universo em que vive e atua. É um ser híbrido, sistêmico, composto de partes
vísiveis e invisíveis, e para estudá-lo, nessas perspectivas, é necessário utilizar conhecimentos de várias
origens e culturas.
Fala-se da totalidade do ser humano, de modo geral ou como objetivo a ser alcançado pelo Homem em sua
passagem terrestre, mas os componentes e elementos dessa totalidade são tratados em fragmentos, o que
dificulta a sua compreensão.
Tomamos da Alquimia (de Paracelso e Flamel) a composição do corpo humano; do conhecimento hindu/
tibetano e dos teósofos, a constituição do espírito; da cultura tolteca e dos Mensageiros Celestes, a alma
com seus centros de consciência, por onde circula o que é consciente, a luminosidade da percepção, o Eu.
O ser humano é composto de três partes, que os antigos denominaram corpo físico, alma e espírito. Na vi-
são alquímica de Flamel e Paracelso, as partes se integram de tal forma, que só é possível conhecê-las em
separado depois da morte, quando cessa o calor humano (fogo). Aí teremos: o corpo que volta à terra como
enxofre; o espírito que se desconecta da alma, reduzido a sal; e a alma que deixa o corpo, evolando como a
fumaça de mercúrio.
A totalidade do ser deve ser conhecida por
todos aqueles que se aventuram pela estrada
do conhecimento ou das práticas mágicas.
3. Para diferenciar as partes, Paracelso usou de um exemplo simples, que permite compreender o que são. Um
palito de fósforo, queimando até apagar, mostrará uma fumaça que se evola (a alma), a cinza que resta (o espíri-
to) e o corpo que queima (terra, enxofre) e desaparece.
Tanto a alma e o espírito como o corpo dispõem de centros perceptivos e, juntos, formam o ser luminoso
que os videntes de todas as épocas relataram e procuraram atingir.
Nas suas relações com o universo, o ser luminoso é confrontado ou afetado por cinco naturezas, o que le-
vou Paracelso a admitir que, no corpo físico, além dos sete centros conhecidos, interagiam também cinco
outras entidades.
Sobre o espírito, Paracelso assegurou que ele surgia no homem nos primeiros momentos do nascimento e
se separava com a morte. Sua finalidade é desenvolver-se e fazer a conexão do corpo e da alma por meio de
sete chakras, centros ou vórtices de força. Eles permitem influxo de energia para o corpo, mantendo-o fun-
cionando com a alma.
Esse ser luminoso que todos somos (em potencial), na verdade, encerra doze dimensões passíveis de serem
atingidas a partir de centros específicos da alma do Eu Consciente, que é justamente quem organiza, conecta
e controla todos eles.
4. As cinco entidades físicas
I - A Múmia
A entidade astral é uma coisa indefinida e invisível. É o ar que mantém e conserva a vida de todas as
coisas do universo dotadas de sentimento. Todavia, dos astros (e planetas) emanam tão só o frio, o calor, a
seca, a umidade, a digestão e outras propriedades desse tipo e, não, as influências astrológicas. Se a entida-
de astral deixasse de existir, a vida não seria possível e nem os astros prosperariam em suas evoluções.
Entretanto, como se diz na Alquimia, os astros não afetam diretamente o ser humano, ainda que de algu-
ma forma possam matá-lo, ferí-lo ou deixá-lo doente por meio do cheiro, respiração (vapor) e do suor das
estrelas misturados com o ar.
Assim, para sobreviver, o homem, como todas as criaturas, precisa de um filtro em seu firmamento, que conser-
ve seu corpo vivo, em sua própria substância, e acalente o ar que o envolve.
Esse algo se chama “princípio M” (M de múmia), que foi bem empregado pelos egípcios em suas
mumificações. É a casca do ser luminoso, visto como um ovo (filosófico).
Para sobreviver, o homem, como todas as
criaturas, precisa de um filtro em seu
firmamento.
5. II - O Microcosmo
A entidade natural reproduz no corpo, semelhantemente ao que ocorre no cosmos, o seu firmamento e
suas constelações próprias em movimentos harmônicos. Apesar de serem diferentes em sua essência, os
astros do céu também estão presentes no corpo. Assim é que correlacionamos a Terra com o corpo; o Sol
com o coração – seus raios são com o sangue; a Lua com o cérebro; Saturno com o baço; Marte com a bilis;
Vênus com os rins; Mercúrio com os pulmões; Júpiter com o fígado etc.
A entidade natural, o microcosmo, cuida para que cada astro e planeta desse firmamento pessoal desen-
volva suas evoluções, sem que uma órbita entre em outra. Ela faz esse trabalho num tempo determinado,
cuidando para que o corpo, seus órgãos, membros e humores cumpram a predestinação que cada um
carrrega consigo.
A entidade natural é que controla os humores e licores (líquidos corporais), enfatizando uma de suas com-
pleições (colérica, sangüínea, melancólica ou fleugmática) e reconhecendo o ácido, o amargo, o doce e o
salgado. É o corpo que se exercita ou movimenta com seu organismo em constante desgaste.
A entidade natural faz esse trabalho num
tempo determinado, cuidando para que o
corpo, seus órgãos, membros e humores
cumpram a predestinação que cada um
carrrega consigo.
6. III - O Alquimista interno
No corpo do ser humano, existe uma outra entidade que atua como um alquimista, separando o vene-
no contido nas coisas estranhas do alimento. Pois é certo que todas as coisas da natureza são perfeitas em
si mesmas, mas quando elas se separam e se misturam a outras tornam-se venenosas ou imperfeitas.
O alquimista interno se ocupa em separar o mau do bom, colorindo-os para serem melhor identificados.
Conduzir o processo digestivo é sua função.
Paracelso denominava esse alquimista de
entidade dos venenos.
7. IV - O Duplo-étérico
De início, temos de dizer que a entidade espiritual não é o mesmo que espírito (parte imaterial do ser
humano, que une a alma ao corpo por meio de diversos centros de energia). Ela é assim chamada por ser
invisível e impalpável. Um nome que lhe fica bem é duplo-etérico. Sua finalidade é conservar o corpo da
mesma maneira como o ar protege as criaturas contra a asfixia.
Os termos espírito, mente e razão, principalmente, têm significados variados, segundo a disciplina que os estu-
da, advindo daí grande confusão de conceitos. Assim, quando falamos da entidade espiritual não estamos nos
referindo ao espírito ou à alma, ou ainda à mente, mas tão somente ao conjunto energético, que reflete a aparên-
cia da pessoa e se liga a esta, por meio do centro da vontade, que se encontra na alma do ser.
Estreitamente conectado ao molde humano, o duplo cuida para que algumas funções humanas essenciais se
desenvolvam no plano físico, proporcionando a troca de informações e dados entre o Eu Consciente e a realida-
de percebida:
- animus (porção de fluído universal manipulado no coração), que dá coragem, valores morais, he-
roismo, arrojo e impetuosidade;
- anima (porção de fluído universal), que dá vitalidade ao corpo e o defende instintivamente da morte;
Esta entidade não é vista normalmente pelos
- mens (responsável pelo discernimento entre o bem e o mal), que atua por meio da intuição e da órgãos dos sentidos corporais, mas é
contemplação, e, não, pelo estudo; substancial, visível, tangível e sensível para
outros duplos.
- ratio (iluminador do entendimento), que busca a verdade e percebe a sutileza dos conceitos, sendo
diferente da Razão (apenas semelhança de processo), que é um instrumento da alma para orientar o falar,
o expressar.
8. - intellectus (responsável pelo entendimento), que dá a compreensão sobre nós mesmos e nossa di-
vindade por meio do estudo e da observação;
- spiritus (força agregadora de todos os princípios e entidades), que mantém o equilíbrio corporal e
dá coerência à existência.
Esse duplo benficia-se nossas sensações e meditações, mas está sujeito a sofrer, tolerar e suportar por si
mesmo as mesmas coisas que acontecem ao corpo. É contra o duplo que agem os nigromantes, os encanta-
mentos e outras influências ocultas.
Aliás, como asseverava Paracelso, essa entidade não é vista normalmente pelos órgãos dos sentidos corpo-
rais, mas é substancial, visível, tangível e sensível para outros duplos, que utilizam uma linguagem especi-
al com a qual conversam livremente, sem nenhuma relação com os discursos humanos.
Esse duplo tem importância especial para o ser humano, no plano físico, porque é nele que um ser
inorgânico chamado de predador, diabo ou lúcifer se conecta para produzir e consumir energias negati-
vas, interferindo nos sentimentos e emoções e nas relações de afinidades, inimizades ou ódios.
Por fim, resta dizer que o duplo-etérico
(apesar das semelhanças)
nada tem a ver com o corpo sonhador
(ou sósia) dos xamãs, que é criado
com a arte de sonhar,
resultando assim, exclusivamente,
da vontade e do querer, e não do corpo.
9. V - O Molde Divino
A entidade divina é o molde do homem, a fôrma, o padrão de energia de cada atributo humano. É a
estampa, a matriz, a impressão, a aparência divina do ser humano, destituído de qualquer poder de aju-
dar-nos, recompensar-nos ou punir-nos pelos nossos acertos ou erros.
É um protótipo estático sem qualquer outro poder que o de manter nossa individualidade e nossa coesão
corporal. Não é o criador onipotente e onisciente, e nem deve ser confundido com Deus, que é o Eu Superi-
or, o Supremo Senhor do Universo.
Conectada ao duplo-etérico, a entidade divina
transmite a ele as qualidades de humanidade
que o corpo físico, por si só, não tem.
10. a ponte entre a alma e o corpo
A neurologia, a física quântica e as ciências psíquicas avançaram muito em seus conhecimentos da
parte mais material do ser humano, composto de aglomerados de energia que cumprem funções distintas
e interrelacionadas. Daí que a visão do corpo humano expandiu-se dos órgãos e membros, que compõem
sua anatomia mais visível (um terço do seu ser), para seus limites físicos situados nos umbrais da mente.
Justamente ali onde o corpo se conecta com o espírito.
Por considerar que a palavra “espírito” tem inúmeros sentidos e pode ser interpretrada segundo o conhe-
cimento que cada pessoa guarde dele, teceremos um novo conceito em que se expurgará alguns equívocos.
Observo que os estudiosos, referindo-se ao espírito, descrevem-no como o duplo-etérico, o corpo astral, a
mente perceptiva, o corpo sutil, o inconsciente e subconsciente, o ego (self) superior, a alma humana, e ou-
tros. Até se referem ao espírito, como sendo o abstrato, as coisas de Deus, a parte imaterial do ser humano,
enfim, aquilo que não está visível e que às vezes toma modos fantasmagóricos. Mas essas visões descrevem
apenas a parte mais refinada da energia que envolve o corpo humano, hoje tão bem tratado pela ciência
quântica. Mas não é o Espírito.
A noção de espírito que estudamos agora tem uma outra conotação. Em verdade, defenderemos o conheci-
mento apresentado pelos filósofos, teósofos, cientistas, videntes e religiosos de todas as épocas e culturas.
O que ocorre é apenas a remoção de um equívoco de nomenclatura, que se tornou genérico e confuso, im-
pedindo a pessoa de se conhecer melhor e de perceber os componentes do seu ser total.
O espírito energético
11. Ocorpo humano é tão perfeito em si mesmo, que até nos confunde quando o vemos em suas energias,
perfeitamente dispostas para atender as condições de vida requeridas pela Terra, o sistema solar e a Via
Láctea. Podemos compará-lo a um equipamento superavançado, que permite a uma pessoa (o Eu Consci-
ente) viver neste planeta e realizar a sua experiência existencial.
Por comparação grosseira, é como um escafandro em águas profundas. Este é como o corpo físico. Dentro
está o homem, o espírito, que recebe ar e se comunica com seu controlador, o Eu, numa embarcação estaci-
onada na superfície (a alma). O controlador dispõe de vários mecanismos e sistemas que lhe possibilitam
perceber e experimentar o que é vivenciado pelo escafandro, transmitido pelo homem e percebido na em-
barcação. Assim funcionam a alma, seu sistema espiritual e seu corpo experimentador sob as atenções do
Eu Consciente.
Assim, o espírito é um veículo pelo qual fluem as correntes vitais que mantém o corpo vivo, e que serve de
elo ou ponte para transferir as emanações de pensamentos e emoções para a alma (a segunda terça parte
invisível do ser humano) ou através dela receber comandos do Eu. É por meio dele que a alma utiliza o
corpo físico, a mente, o duplo-etérico, outras criaturas e energias que estão nos planos astral e causal. É
por meio dele ainda que a alma processa as suas experiências terrenas, propiciando ao Eu evoluir com os É por meio dele que a alma utiliza o corpo
resultados e criar novas possibilidades. físico, a mente, o duplo-etérico, outras
Enunciado de outra forma, é o Eu Consciente quem dispõe de uma alma eletromagnética, conectada a um criaturas e energias que estão
espírito energético, que controla um corpo de entidades físicas e mentais, em busca de experiência e nos planos astral e causal.
autoconhecimento.
12. Vórtices energizadores do espírito
O Espírito pode ser descrito como um corpo sutil, composto de uma rede de filamentos condutores de
energia (os nadis) que se ligam a inúmeros centros, dentre os quais se destacam sete vórtices especiais
(chakras), bastante estudados pelos teósofos e filósofos tibetanos, budistas, chineses e indus, entre tantos,
incluindo os xamãs e os místicos. E sobre isso não há o que acrescentar, a não ser que devemos manter esse
veículo limpo, saudável e funcionando bem.
A literatura sobre os sete chakras e nadis é bastante rica e de muito proveito para aqueles que desejam me-
lhorar a percepção, a saúde geral, avançar no caminho do conhecimento ou encontrar prazer na existên-
cia. O que apresentamos aqui é apenas uma noção sobre o espírito e o seu papel vital, para que de imediato
se tenha uma concepção precisa de sua anatomia etérea.
– O primeiro chakra é o rádico, fundamental, situado na base da espinha dorsal. Recebe energia
Uma rede de filamentos condutores
primária da Terra, a força elétrica da criação que ali se encontra com o fogo interior, produzindo o calor
de energia (os nadis) que se ligam
humano. Influencia no olfato e estimula o conhecimento da fala.
a inúmeros centros
– O segundo chakra é o esplênico, situado na raiz dos órgãos genitais. Sua função é especializar,
subdividir e difundir a vitalidade dimanante do Sol. Influencia o paladar e estimula a função dos rins e
da região adbominal inferior (incluindo as pernas).
– O terceiro é o umbilical, situado na região lombar oposta ao umbigo, no plexo solar. Influencia
todo o sistema digestivo e o sentido da vista. Está vinculado ao ciclo menstrual das mulheres e
intimamente relacionado com os sentimentos e as emoções.
13. – O quarto é o cardíaco, situado no coração, onde está o centro do ser irradiante. Influencia o
sentido do tato, o pênis, todo o sistema circulatório e o sistema locomotor.
– O quinto é o laríngeo, situado na base da garganta. Influencia o sentido da audição, a pele, a
boca e o sistema respiratório. É a porta de entrada da sabedoria e do conhecimento mais elevado.
– O sexto é o frontal, o terceiro olho, o centro de comando, situado entre as sombrancelhas.
Realimenta as faculdades mentais do ser humano e aviva a consciência individual sobre a divindade da
qual faz parte.
– O sétimo é coronário, situado acima do topo da cabeça, é o ponto de união das três principais
artérias que conectam todos os demais chakras, com suas extensas redes de nadis. Um ponto focal
transcendental por onde a alma entra e sai do corpo físico no nascimento e na morte.
O espirito é, portanto, um veículo invísível, que interpenetra o corpo físico e, ao mesmo tempo, se conecta
à alma para transferir-lhe as ondulações de pensamentos, sentimentos e emoções vividos no plano físico e
mental. É apenas um meio pelo qual fluem as correntes vitais ou energias que mantêm o corpo vivo. Não se
confunde com a alma, nem com a entidade espiritual (o duplo-etérico) do corpo físico e nem com o abs-
trato, Deus ou qualquer outro nome que se queira referenciar.
É apenas um meio pelo qual fluem
as correntes vitais ou energias que mantêm
o corpo vivo.
14. As energias do espírito
As energias que circulam pelos chakras e nadis do espírito são de diversas modalidades, mas algumas
são muito especiais, como a eletromagnética, o fogo serpentino, a vitalidade e a energia de Vida.
O fogo serpentino, ou kundalini, é semelhante a um fogo líquido que se difunde por todo o ser quando a
vontade o atualiza e circula em espiral como uma serpente. A principal função desta energia, resultante
da eletricidade e magnetismo da terra, é que ao passar pelos chakras ela os aviva e os converte em eficazes
pontos de conexão entre o corpo e a alma. Este fluído eletromagnético mantém constante a circulação das
energias do espírito por todo o ser, especialmente pelos nervos e nadis.
A vitalidade, como a luz e o calor, dimana continuamente do sol, sendo conhecida por prana, a energia
mais material que circula pelo espírito. São aqueles pontinhos de luz, que se mexem para todos os lados e
que podemos perceber em dias ensolarados, olhando para o céu azul. É o alimento do espírito e regula a
saúde do corpo por onde passa.
O fluxo de energia de vida que desce da alma para o corpo, está sintonizada de modo a passar por uma tela
de textura compacta, constituída por uma camada de átomos físicos ultérrimos, muito comprimidos e
banhados por energia divina, que protege o ser de outras modalidades de energia e impede a comunica-
ção direta entre a alma e o plano físico.
15. Essas energias, resta ainda a dizer, não estão relacionadas com a vida mental e emocional do ser huma-
no, mas tão-somente com o seu bem-estar corporal. Todavia, também penetram pelos chakras energias que
podem qualificar-se de psíquicas e astrais. Os dois primeiros chakras (fundamental e esplênico) não ma-
nifestam nenhuma das energias mencionadas, mas o chakra umbilical e os demais situados acima são
como portas de entrada para as energias que afetam a consciência humana.
Sobre esta parte espiritual do ser humano, o teósofo C. W Leadbeater esclarece que a natureza toma pre-
cauções para resguardar os chakras de energias estranhas, mas este não é o seu propósito central. Há um
processo normal de abrí-los, isto é, de compreender sua constituição e beneficiar-se de suas atividades. Para
isso, a pessoa deve construir sua própria visão do espírito e aperfeiçoar-se de modo que os seus chakras
possam atuar conscientemente.
Compreender sua constituição
e beneficiar-se de suas atividades...
16. uma alma com espírito e corpo À medida que a pessoa evolui
na sua compreensão do Eu, ela acrescenta
Equí
ou aperfeiçoa um ponto em seu ser.
Alguns pontos foram aglutinados
no início da Humanidade,
vocos observados sobre o espírito os encontramos também em toda literatura sobre a alma, to-
outros estão sendo agora.
mada, na maioria dos casos, no sentido de espírito humano, emanação da divindade, o abstrato, Deus. Não
se faz a diferenciação dos dois termos e há muitas suposições divergentes e genéricas. A teosofia complica
muito, a filosofia evita estudá-la fora dos dogmas, o ocultismo a mistifica e ritualiza e os tradutores, poe-
tas, canalizadores e médiuns a confundem com seus próprios conhecimentos e experiências. De um confu-
so explicando a confusão não pode sair alguma coisa lúcida, apesar de as explicações conterem muito da
verdade.
E a questão é muito simples: o ser humano, o Eu Consciente, possui uma alma que lhe permite perceber
experiências e conhecimentos, e emprega para isso (dependendo de seu desenvolvimento evolutivo) um
espírito energético, composto de vórtices e filamentos interconectados, e um corpo físico autônomo, com-
posto de um organismo biológico e de entidades não-orgânicas, que garantem a subsistência do ser, mes-
mo quando desconhece a sua totalidade.
A alma é um aglomerado de emanações, formando vários pontos especializados, que se conectam a inú-
meras fontes localizadas em outras dimensões, e que lhe permite perceber, estar consciente, memorizar e
arquivar suas experiências e observações, com o fim de enriquecer a sua própria concepção do Eu – uma
bolha de luz e escuridão incognoscíveis – buscando seu autoconhecimento e sua perfeição criativa.
Enquanto o duplo-etérico e o espírito podem ser observados pelos videntes e místicos, a alma só é percebi-
da quando a totalidade do ser é situada no Eu Supremo ou quando se tratar de fé ou de crenças. São dois
caminhos, mas um só destino: o Eu perceber sua unidade trina. É isso o que procuramos de gerações em
gerações.
17. Os doze campos eletromagnéticos da alma
Segundo os ensinamentos toltecas de Juan Matus, registrados por Carlos Castañeda, a totalidade do ser
é um conglomerado de milhares de vórtices giratórios, em sua maioria energéticos, que se destacam, no
espírito, como centros de vitalidade (os sete chakras e a rede de nadis), e
na alma, como pontos de consciência, conectados no espírito, no corpo e
a algo lá fora (os doze campos eletromagnéticos da percepção e da cons-
ciência).
Os antigos videntes toltecas destacavam oito campos eletromagnéticos
na alma de um ser humano evoluido, aos quais alguns seres pleiadianos
acrescentaram mais quatro, um deles ainda desconhecido, mas perfeita-
mente compreensível e coerente.
I - Um dos campos mais importantes é o da vontade, que está ligado dire-
tamente a outros nove, denominados por suas características de ver, sen-
tir, sonhar, tonal, nagual, planetário, solar, galáctico e um ponto que pode
ser conectado para além da Via Lactea. Outro campo importante é o da
razão, interligado diretamente com o ponto chamado de falar que, por
sua vez, está ligado a sonhar, sentir e ver, e, assim, indiretamente ligado a
vontade. Aos campos do tonal, nagual, solar, galáctico e ao outro só é pos-
sível se conectar através da vontade. Não estão acessíveis a sonhar, sentir,
ver, razão e falar.
O campo da vontade compreende o controle máximo sobre os centros energéticos do espírito e dos níveis Um conglomerado de milhares de vórtices
de eficiência do corpo. É o poder manifesto do Eu Consciente - agente aglutinador dos campos e chakras, giratórios.
ordenador da forma humana, o Deus pessoal – que se irradia da parte média do ser humano. A vontade
pode ser usada para perceber o universo e suas particularidades.
18. II - O campo de sonhar realiza o processo de descarregar os sonhos comuns (gerados no duplo-etérico) e de
transformá-los numa conscientização controlada por meio de atenção voluntária. No sonhar, o Eu forja
um corpo sonhador, em réplica perfeita do corpo físico (porém sem os olhos), um sósia viajante, que o leva
a qualquer lugar dos mundos alcançáveis pelo ser humano. Não se confunde com o duplo-etéreo, nem com
o espírito, que têm outras funções.
III - O campo do sentir proporciona o desenvolvimento das emoções e dos sentimentos, em relação ao mun-
do que nos rodeia. É o campo auxiliar do ver.
IV e V - A razão e o falar são bem conhecidos e respondem ou refletem o que se passa no tonal. O falar é o
campo da expressão e da comunicação do ser humano, enquanto a razão é a coordenadora da mente em
seus diversos planos.
Oito campos eletromagnéticos na alma
VI - O campo de ver proporciona uma outra sensação, a de saber alguma coisa sem resquício de dúvida,
de um ser humano evoluido,
diferente do olhar comum. Ele transmite a voz do Eu Consciente que conta o que é o quê, que dá explica-
aos quais alguns seres pleiadianos
ções, que permite o conhecimento direto, sem o processamento da razão, mas conjugado com o sentir. Os
acrescentaram mais quatro, um deles
campos de sentir e ver funcionam juntos.
ainda desconhecido, mas perfeitamente
VII - O campo do tonal é o organizador do mundo e protetor do ser, além de reunir todo o conhecimento e
compreensível e coerente.
toda a sabedoria alcançados pelo Eu Consciente. É o responsável pela sociabilidade. Inclui tudo o que é
conhecido, tudo que tem nome. Este campo tem dois polos: a parte externa, dura, controlando a ação e o
agir, e a parte interior, mais suave e complexa, controlando a decisão e o julgamento.
19. VIII - O campo do nagual é a parte do ser humano para a qual não há descrições, palavras, nomes, sensa-
ções ou conhecimento. A ele só tem acesso o corpo energético do sonhador. É a única parte do Eu capaz de
criar e de fazer coisas inconcebíveis, dependendo da percepção reforçada pela vontade. Está relacionado
ao misterioso e infinito mundo que cerca o ser humano, em dado momento e lugar. É a partir do nagual
que a pessoa pode acessar os outros campos do ser, compreendê-los, e até manejá-los, como se faz com os
oito anteriores.
IX - O campo de conexão com a Terra, onde se desenvolve a vida humana, neste estágio, recebe e processa as
emanações da Natureza e estimula a troca de percepções entre o planeta e a rede cósmica. É a parte do ser
que desenvolve a consciência planetária, e alimenta o chakra raiz, e, a partir deste, todos os centros do es-
pírito.
X - O campo de conexão com o sistema solar, recebe emanações relacionadas à reprodução, à preservação
da vida e à temporalidade. Está conectado a vários pontos do espírito, acendendo a kundalini. Proporcio-
na o intercâmbio de conhecimentos e percepções com o sistema solar e a rede cósmica.
XI - O campo de conexão com a Via Láctea, processa e seleciona emissões provindas de vários pontos da
galáxia, levando o ser humano a ampliar sua concepção do Universo e do Infinito. Quando este campo
está ativo, permite conexão com inteligências alienígenas e aspectos da Criação até então insuspeitáveis.
Dá a consciência do ser cósmico.
XII - O campo de conexão de algum ponto fora da galáxia, em outros mundos, permite ao corpo sonhador
conectar-se com outras possibilidades dimensionais, outras civilizações. A ativação deste campo depende
da evolução e uso consciente dos demais campos. Faz a ligação do Eu Consciente com algo indescritível, do
qual faz parte.
20. O Eu e os seres inorgânicos
Obs ervando o que foi dito sobre os três corpos que perfazem a totalidade do ser humano podemos
enunciar uma nova concepção. A totalidade do ser é o conjunto de possibilidades, recursos e instrumen-
tos manejados pelo Eu Consciente – o brilho da consciência – que tem uma atenção para cada nível de
realização do ser.
A primeira atenção é a consciência normal que lida com o mundo diário do corpo físico, com o conheci-
do. A segunda atenção lida com as coisas do espírito, com o desconhecido. E a terceira atenção é a consci-
ência intensificada que lida com a sincronia dos corpos físico e espiritual, e que propicia ao Eu a consci-
ência total do ser e suas conexões e implicações cósmicas.
Uma das possibilidades evolucionárias que um Eu pode realizar, quando compreende sua totalidade, é
usar suas atenções para perceber o que vai pelo mar escuro da consciência, reconhecendo o que é parte de
si e o que lhe é estranho.
Por exemplo, o corpo sonhador, o sósia, que não se confunde com a parte espiritual do corpo físico ou du-
plo-etérico, é um corpo energético desenvolvido pelo Eu por meio dos centros do sonhar e da vontade (da
alma) e que lhe permite viajar e perceber diversos aspectos do desconhecido.
Nessa viagem no desconhecido, o corpo sonhador do Eu não está sozinho, pois em seu caminho existem
seres inorgânicos que interagem com ele, tornando-se batedores ou opositores. Eles são como espias imó-
veis mandados pelo reino inorgânico em estranhos fluxos de energia opaca. São exploradores de energia e
consciência do Eu Sonhador. É preciso identificá-los e isolá-los.
21. Uma instalação forânea
Out ro fato energético, estranho à totalidade do ser, é um predador das profundezas do desconhecido,
fora do reino da sintaxe, que assume os preceitos existenciais do Eu, tornando-se senhor e mestre da vida.
Muitas vezes foi identificado como o Diabo, Lúcifer, Demônio, Satã etc.
Os videntes o vêem como uma sombra que interage com os chakras coronário e frontal (principalmente),
apesar de se ter notícia de que pode conectar-se com outros chakras envolvidos na consciência, como o
umbilical, cardíaco e laríngeo.
Conectados ao duplo-etérico, são eles que nos dão nossos sistemas de crenças, as idéias do bem e do mal, os
costumes sociais, nossas esperanças e expectativas, sonhos de sucesso e fracasso, nossa ganância, avareza e
covardia. São eles que nos tornam complacentes, rotineiros e egomaníacos. Suas mentes são barrocas, con-
traditórias, morosas e medrosas de serem descobertas.
Esse predador também é um ser inorgânico e seu alimento é a energia luminosa produzida pelos lampejos
de sua consciência, a partir de pseudopreocupações mundanas, o que dificulta e muitas vezes impede a
evolução do Eu Consciente.
Pouco há que se possa fazer com essa instalação forânea ou alienígena. Ela sempre estará a postos com sua
consciência pesada, manobrando a existência com sentimentos e emoções negativos para se aproveitar dos
resultados.
22. O que se pode fazer, então, é prestar atenção nos três níveis de realização do ser, ver que tipo de energia está
sendo produzida e procurar evitar aquelas que sirvam de alimento para o Predador. Vai reduzir bastante
seu poder de intrusão e conflito e aumentar a capacidade do Eu perceber-se como um ponto de aglutinação
de emanações e energias de um universo incognoscível.
O homem pode espalhar-se
até o Infinito desconhecido, pois tem nele
suas raízes. Não existem limites
para a consciência.
23. Walk-in
Um walk-in é um Ser Celestial (sem corpo, espírito e alma) que se acerca da pessoa, quando esta não vê
mais perspectivas nem expectativas nem esperanças em sua vida. Nessa situações, ele se aproxima e assu-
me o controle do ser desamparado, como se fosse seu próprio Eu Consciente.
Algumas vezes, sem ocupar nenhuma parte do ser, ele pode também manter estreita ligação com o Eu Cons-
ciente, passando a atuar como parceiro de uma meta comum.
O walk-in não se confunde com a incorporação de espíritos, possessões etc. Também é bem diferente do
Predador, que é um consumidor de brilho de consciência. Provem daquelas regiões que ficam para além
das galáxias – aquele outro ponto do universo alcançável pelo Eu Consciente por meio do décimo-segun-
do centro da alma, que se atinge com a vontade intensificada navegando no nagual.
O walk-in, na verdade, é um Eu Consciente altamente evoluído e motivado por um objetivo humanitário As experiências do walk-in se comunicam com
universal, que precisa de um corpo/espírito/alma para executar sua obra. São como ajudantes da auto- o Eu Consciente e avivam sua evolução.
compreensão para o Eu Consciente perceber seu Eu Superior Eu Sou o que Eu Sou. São semeadores de con-
ceitos novos sobre a terra e o universo humano.
A entrada de um walk-in na vida de um ser, o transforma lenta e profundamente em outra pessoa. De re-
pente, algo dispara uma nova concepção da vida, uma nova visão de humanidade. Há uma mudança sen-
sível na pessoa que acolhe um walk-in. O interessante é que este não assume o controle sem a aquiescência
do Eu Consciente original e nem antes de ajudá-lo em suas dívidas kármicas. O único problema com o
walk-in é que quando entra em uma vida isso é definitivo; não há como voltar ao Eu antigo, até que se
complete o tempo para o qual o ser foi destinado.
24. Eu Sou o que Eu Sou
E Eu é a consciência de ser, silenciosa e incorpórea, que se faz sonora e corpórea. É o inaudível que se
torna audível; o invisível que se torna visível; a visão que permite ver o que se não vê; a audição que permi-
te ouvir o que se não ouve.
Basta pensar Eu e um mar de pensamentos se agitará dentro da cabeça. É uma criação do Eu, que é, ao mes-
mo tempo, o pensador e o pensamento.
Basta sentir Eu para abrir uma fonte de sentimentos. Também uma criação do Eu, que é, ao mesmo tempo,
aquilo que sente e aquilo que é sentido.
Pelo mero pronunciar Eu é trazido à vida uma multidão de palavras, cada qual símbolo de alguma coisa;
cada coisa, símbolo de um mundo; cada mundo, parte de um universo. É outra criação do Eu, o qual é, ao
mesmo tempo, o criador e a criatura.
Eu Sou o que Sou, Deus em ação e compreensão.
O Eu é a fonte da qual tudo flui
e à qual tudo reflui.
25. Nada pode servir sem que
seja servido, servindo,
e nada pode ser servido sem
que sirva o servente.
Este escrito vem da Grande Potência Infinita.
E, por isso, será guardado, escondido, velado e deposto na morada
onde a raiz de tudo tem seus fundamentos.
O verdadeiro conhecimento sempre foi escondido
e dado somente àqueles que o merecem. Existem muitos
segredos e vários deles estão vindo à luz em nosso tempo.
Não se sabe com certeza quem foi o autor deste ensaio.
O verdadeiro autor é aquele cuja obra é anônima,
pois deste modo ninguém se interpõe
entre o leitor e o que está escrito.