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Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros
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CHAMADA MCTI/MDA-INCRA/CNPq N° 19/2014 - FORTALECIMENTO DA
JUVENTUDE RURAL
PROJETO
Agroecologia, inovação e sustentabilidade: ressignificando a relação do
jovem com o campo
PROPONENTE
Profa. Dra. Nina Paula Laranjeira
INSTITUIÇÃO EXECUTORA
Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros - UnB Cerrado/UnB
BRASÍLIA – NOVEMBRO/2014
UniversidadedeBrasília –UnB
Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros
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RESUMO
O êxodo rural em sítios de produção da agricultura familiar e em projetos de assentamento da reforma
agrária é parte importante dadinâmica fundiáriae populacional rural brasileira, com reflexos nas cidades e
no campo. Por um lado diminuem os produtores na agricultura familiar e por outro aumentam os
consumidores nas cidades. A faixa etária mais afetada são os jovens que saem em busca de um mundo
“melhor” e quem sabe pode ajudar na melhoria da condição financeira da família que deixa para trás.
Ressignificar,valorizar e revitalizar os laços afetivos dos jovens com o território em que vivem procurando
dar sentido e importância a sua própria existência local é o perfil do trabalho que o Centro de Estudos do
Cerrado na Chapada dos Veadeiros (Centro UnB Cerrado) vem realizando com os jovens no município de
AltoParaíso de Goiás.No CentroUnB Cerradofuncionao Núcleode Segurança Alimentar e Nutricional, que
desenvolve ostrabalhosde ensino,pesquisae extensão emSegurançaAlimentar e Nutricional, com foco na
produção de alimentos de base agroecológica junto aos jovens e a produtores rurais.
Diante da imensa importância da Chapada dos Veadeiros para o abastecimento dos mananciais das águas
originárias no Planalto Central, pela biodiversidade e conservação, e mesmo para encontrar soluções de
produçãoque diminuamoimpactoantrópico,o CentroUnB Cerradose propõe estenderaos assentamentos
rurais dos municípios de Colinas do Sul e São João D’Aliança a metodologia de trabalho que sua equipe
técnica já vem realizando com tecnologias de base agroecológica com a orientação para produção de auto
sustentação e de geração de renda.
A proposta se estrutura em ação integrada de ensino, pesquisa e assistência técnica e extensão rural,
procurando atender as comunidades, através do envolvimento dos jovens com a realização de projetos
produtivos inseridos nos sítios de produção familiares. Procura seguir uma linha pedagógica onde a
autonomiagradativa,aexperimentaçãoinovadora capaz de superar dificuldades e a reconexão com a terra
como meio de sobrevivência poderão despertar parte dos 50 jovens camponeses a resistirem no campo,
querpelapermanênciaimediataviabilizandotecnologicamente e economicamente iniciativas já existentes,
ou mesmose dedicandoaosestudosque possamampliarasustentabilidade de uma cultura agrária de base
Agroecológica com o objetivo de retornar no futuro melhor preparado.
O processo formativo em Agroecologia e Sustentabilidade terá a duração de dois anos, com carga horária
total de 1000 horas,com atividadespresenciais - encontrosregionais,oficinas, visitas de intercâmbio; e em
projetos a serem desenvolvidos em cada unidade familiar de produção, procurando integrá-los ao
agroecossistema existente. Como orientação pedagógica, estaremos procurando trabalhar com o
aprendizadoatravésdo“aprenderfazer,fazendo”,pelaação-reflexão-ação,que proporcionaodiálogoentre
teoria, prática e conhecimentos já existentes.
Destaque especialserá dado à formação em temáticas sobre as Águas e os Ecossistemas do Cerrado. Como
forma de ampliar a interatividade e o aprendizado, estamos propondo trabalhar com ferramentas de
comunicação, que utilizam a linguagem atualmente acessível e atrativa aos jovens para assim
potencializarem seus estudos e pesquisas com a formatação de produtos midiáticos com conteúdos
apreendidos no curso de Agroecologia e Sustentabilidade. Da mesma forma, a organização e participação
social e o acesso a políticas públicas, estão em pauta na proposta apresentada.
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Outra grande contribuição deste projeto será para pesquisa científica aplicada, por meio da realização de
experimentos, associados à resolução de problemas específicos dos sítios familiares de produção. Estas
pesquisas darão maior segurança e estabilidade à economia rural, possibilitando novos avanços
socioambientaisparaa região,viabilizadoscomestaorientaçãoparao processode Transição Agroecológica,
em respeito ao meio ambiente
Por fim,pelorespeito à importância dos títulos ambientais de Reserva da Biosfera do Cerrado, hot spot do
Cerrado, da APA PousoAlto,e igualmentepelarede formadapelasinúmerasunidadesde conservaçãocomo
o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e diversas Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o
Centro UnB Cerrado se alinha com os princípios do Desenvolvimento Territorial com Base na Conservação
propondoumaprodução alimentar combase na Agroecologia,que gere a segurança alimentar e nutricional
necessária e que seja de menor impacto social e ambiental, contribuindo diretamente com a melhoria e
manutenção do qualidade de vida das populações da Chapada dos Veadeiros.
PALAVRAS-CHAVE: Juventude do Campo, Segurança Alimentar e Nutricional, Agroecologia,
Sustentabilidade, Educomunicação, Organização e Participação Social.
I. APRESENTAÇÃO
O projetoaqui apresentadotemcomofoco a Juventude Rural de comunidades de trêsmunicípiosda
Chapada dos Veadeiros: Alto Paraíso de Goiás, São João D´Aliança e Colinas do Sul.
Pretende atuar relacionando três das linhas temáticas propostas neste edital, com foco central na
linha “d”, tendo as linhas “e” e “f” como complementares, oferecendo suporte metodológico para a
formação dos jovens, formação esta centrada em Agroecologia e Sustentabilidade.
Linhas Temáticas:
d) Agroecologiae Sustentabilidade na produção agrícola, pecuária, atividadespluriativase manejo
de recursosnaturais nos assentamentosrurais, agricultura familiare comunidades tradicionais;
e) Comunicação,ProjetosArtísticose Culturaisemcomunidadesde assentamentosrurais,
agriculturafamiliare comunidadestradicionais;
f) Uso de metodologiasparticipativasaplicadasàpesquisa,assistênciatécnicae extensãorural.
Trata-se de proposta integrada de pesquisa, ensino e extensão a ser executada na região de
abrangênciadoCentroUnB Cerrado:a Chapadados Veadeiros.SerádesenvolvidapeloNúcleo de Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN), criado por meio da chamada do CNPq nº 82/ 2013, no Centro de Estudos do
Cerrado da Chapada dos Veadeiros – UnB Cerrado, espaço da Universidade de Brasília sediado em Alto
Paraíso de Goiás.
Objetiva-se com este projeto, dar continuidade ao trabalho realizado pelo Centro UnB Cerrado
desde 2011, por meio do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, com jovens da cidade e do
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campo,agora fortalecido pelacriaçãodoNúcleode SAN (fevereiro/2014) e o aporte técnico-científico para a
extensão inovadora.
Da mesmaforma,este projetovemfortalecere consolidaro referido Núcleo, ampliando suas ações
com jovens para mais dois municípios da Chapada dos Veadeiros: Colinas do Sul e São João D´Aliança.
Ressalta-se a importância da formação em agroecologia e sustentabilidade para cerca de 50 jovens
assentadosdosdoismunicípiosreferidos,assimcomoapossibilidadede reuni-los,trazendo também jovens
de AltoParaíso, possibilitandointercâmbio e fortalecendo a identidade da juventude rural da Chapada dos
Veadeiros.
A propostaresponde aosanseiosdoColegiadoTerritorial doTerritórioda Cidadania da Chapada dos
Veadeiros(TCCV),que é aformaçãopara jovensdaregiãoemAgroecologiae areconexãodajuventuderural
com a vidano campo. Assim,naplenáriarealizadapeloTCCV nosdias 06 e 07 de novembro de 2014, em São
João D´Aliança, o projeto foi aprovado e será apoiado e monitorado por este coletivo.
Com este projeto,novopassoestásendodadoparaa consolidação dasaçõesde agroecologiae SAN,
de fundamental importância para a sustentabilidade da região, para a conservação do Cerrado e para a
qualidade de vida das populações do campo.
Alémdametodologiaconsolidadaparao trabalhocom a juventude rural,oferecemos infraestrutura
e equipe capacitadapara ações de pesquisa e extensão com juventude, SAN, agroecologia e comunicação.
II. JUSTIFICATIVA
A Chapada dos Veadeiros está localizada no ponto culminante do Planalto Central. É uma das
microrregiõesde Goiás,pertencenteàmesorregião Norte Goiano. Integram a Microrregião da Chapada dos
Veadeirososmunicípiosde: AltoParaísode Goiás, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Monte Alegre
de Goiás, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás, totalizando uma área de 21.475,60 Km² de
campos de altitude com belezas cênicas exuberantes e paisagens características, entre planaltos, vales,
veredas de buritis, canyons, centenas de cachoeiras e nascentes, que valeram à Chapada dos Veadeiros o
título de “Berço das águas do Brasil Central”.
Pelas limitações do próprio relevo a região permanece parcialmente intacta com pouca ação
antrópica. As formações vegetais presentes são de grande importância ecológica para o Bioma Cerrado,
ocorrendo grandes endemismos representados nas diversas fitofisionomias ocorrentes como: campos
limpos, campos sujos, campos ruprestes, campos úmidos, cerrado “sensu stricto”, cerradão, carrascos,
matas mesofíticas e matas ciliares. Esta biodiversidade vegetal propiciou uma igualmente preciosa fauna
interespecífica, também endêmica, à região que tem sido objeto de diversos estudos mais aprofundados.
No coração da Chapadase localiza o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Criado em 1961, é
ladeadoporimensasáreasde Cerradointactas,representandoomaiorblocode Cerradocontínuo do Estado
de Goiás. Reconhecida a importância ambiental da região, foram criadas várias categorias de unidades de
conservação. Além do Parque Nacional, estas unidades foram reconhecidas como Patrimônio Natural da
Humanidade e conferido à região o título de Reserva da Biosfera do Cerrado, reconhecida e apoiada pela
UNESCO, no ano 2000.
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Todas estas Unidades de Conservação têm como objetivo a preservação e o estudo científico do
imenso e pouco conhecido patrimônio genético do Cerrado. Por outro lado, os municípios da região
apresentam dificuldades para lidar com este potencial para gerar riqueza e qualidade de vida para a
população.O Índice de DesenvolvimentoHumano (IDH) médio dos municípios da Chapada dos Veadeiros é
0,68. Algunsdosproblemasnaregiãojustificam esse índice, a saber: baixo nível de escolaridade, educação
de baixa qualidade, alto desemprego, pouca oportunidade para jovens, flutuações sazonais de postos de
trabalho em função do turismo (em alguns municípios).
A populaçãototal da Chapadados Veadeirosé de 60.267 habitantes,dosquais 21.398 vivem na área
rural, o que corresponde a 35,51% do total1
. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), a Chapada dos Veadeiros possui 3.347 agricultores familiares, 1.412 famílias assentadas, 06
comunidades quilombolas e 01 terra indígena. Assim, não obstante os baixos índices socioeconômicos, a
Chapadados Veadeirosguarda,alémde patrimônionatural, significativadiversidade cultural,decorrente de
diferentes ondas históricas de ocupação da região.
No entanto, grande parte da população local não tem oportunidades de formação adequada para
associar aos seus saberes e fazeres tradicionais, os conhecimentos técnico-científicos necessários para a
melhoria de suas iniciativas de trabalho, geração de renda e alimentação saudável, com base no
aproveitamento sustentável das riquezas naturais da Chapada dos Veadeiros.
Considerando a necessidade de conservação da região, é evidente então o papel da agricultura
familiar, sobretudo com ênfase na produção agropecuária de base agroecológica, o que irá contribuir
diretamente com a melhoria da qualidade de vida de sua população, ainda mantenedora de uma cultura
rural fortemente adaptada às condições produtivas locais.
A conservação desta sociodiversidade associada às riquezas naturais, em uma das últimas áreas
remanescentes do Bioma Cerrado no Estado de Goiás, com foco no bem estar social, geração de renda,
segurança alimentar e qualidade de vida é o objetivo maior do Centro UnB Cerrado, criado e instalado na
cidade de Alto Paraíso de Goiás no início de 2011.
Em 2011, o Centro UnB Cerrado passou a fazer parte do colegiado territorial do Território da
CidadaniaChapadadosVeadeiros,e em2013 passoua fazerparte do NúcleoDiretivo,ocupandoasecretaria
geral.Esta participaçãonospermitiuconhecerasquestõesregionaise entraremcontatocom lideranças dos
assentamentos beneficiados nesta proposta.
A experiência desses quase quatro anos de atuação formal do Centro UnB Cerrado mostra que a
vocação da região é ainda rural e que há real potencial para que sua população diminua a condição de
pobreza em que se encontra, sobretudo pela possibilidade de ampliação da produção com base
agroecológica e melhoria da alimentação.
As carências observadas em assentamentos da reforma agrária, sobretudo aquelas relacionadas à
permanênciadojovem, sua profissionalização e a infraestrutura necessária para isso, motivam e orientam
pragmaticamente esta proposta.
Em ColinasdoSul vamos trabalhar com 04 assentamentos da Reforma Agrária. Dentre esses, 03 são
mais recentes (cerca de 05 anos) – PA Boa Esperança (32 famílias), PA Córrego do Bonito (69 famílias), PA
(1 Fonte: http://www.territoriosdacidadania.gov.br/)
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Terra Mãe (99 famílias).Paraestes sóagora os lotesestãosendooficialmentedemarcados e a previsão é de
receberem o material para a construção das casas em 2015. O número de famílias está sendo revisto neste
processo de demarcação de lotes e aprovação do PDA. Há poços furados nas áreas coletivas, mas tem
funcionamentoprecário. As famílias criam as mais diversas soluções, alternativas, para obter água. Poucos
produzem, mas não há números seguros. Para o PA Terra Mãe, o presidente da associação relata haver 18
agricultores com DAP provisória, mas poucos chegam a comercializar de forma substancial, dominando o
plantio de subsistência. Não há luz, e o Programa Luz para Todos deve também contemplá-los no próximo
ano. O quarto assentamento, Angico, já tem cerca de 15 anos de existência, com 20 famílias assentadas e
por isso contam com casa, luz e água. Segundo o presidente da associação deste assentamento, cerca de
80% dosagricultorescontacom DAPdefinitiva,trabalhae vive daterra.Entre esses,08 comercializamparao
PAA.
Em São João D´Aliança o assentamento focal é o Mingau, o qual conta com 79 famílias, assentadas
há 17 anos.Possuemáguae luz.De acordo com o presidente daassociação,cercade 40% das casas se utiliza
de cisternas.Há algunspoçoscoletivose individuais, mas dois deles, construídos pelo INCRA, estão fora de
uso por problemas diversos. Cerca de 30 famílias se beneficiam do Rio das Brancas, mas para as demais o
acessoà água é maisdifícil,havendoaindafamíliascomdificuldade de acesso à água para plantio. A maioria
plantae vive daterra,entretantoencontramdificuldadede comercializarpelafalta de transporte para levar
para a Feira, que acontece aos domingos e quarta feiras, na cidade. Neste assentamento, o desafio é a
transição agroecológica, pois de acordo com o presidente da associação, os que plantam sem o uso de
agrotóxicos são em menor número. Entretanto, ele informa que a comunidade tem grande interesse na
transiçãoagroecológicae na conservaçãoe reflorestamentosdasáreasde proteçãopermanente, sobretudo
as nascentes.
A permanênciadojovemnocampoé uma preocupaçãoconstante emtodas as comunidades citadas,
que vêemseusfilhosevadindoembuscade uma vida melhor do que a que é atualmente oferecida a estes,
na atual conjuntura. Após a conclusão do ensino médio a maioria migra para as cidades maiores, ou ainda
durante o tempo de escola, vão para a cidade próxima.
Não há dados sobre a real situação socioeconômica desses assentamentos e tampouco sobre a
situaçãodos jovense osnúmerosdaevasão.Assim, olevantamentodessesdadosé objetivodestapesquisa,
de forma a guiar a execução das ações de extensão.
Observa-se,atualmente ampliaçãonaofertade políticas públicas para a agricultura familiar e para a
juventude, porém, mesmo com a criação de estruturas administrativas, políticas e programas voltados
especificamente à juventude rural ser um marco institucional de disputa política no Estado e ainda, com
políticasdesenvolvidasparaa agriculturafamiliarque aumentamapossibilidade de permanência do jovem
no campo, estudos mostram que os atuais programas federais são considerados insuficientes para uma
transformação social significativa para atual situação da juventude rural (Barcelos, 2012)2
.
O acessoa essaspolíticasnão é diretoe depende daorganização desses jovens e fortalecimento da
identidadede agricultor, e da cultura do campo. A partir desse trabalho de fortalecimento da identidade e
organização,deve surgira motivaçãonecessáriaà profissionalização, produção e desenvolvimento de suas
2
BARCELLOS, Sérgio Botton. As políticas públicas para a juventude rural: balanço, perspectivas e questões para o debate. 2012;
Disponível em:<http://www.slideshare.net/sergiobbarcellos/as-politicas-publicas-para-a-juventude-rural-balanco-perspectivas-e-
questoes-para-o-debate> Acesso: nov. 2013.
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comunidades.Paralelamente, a descoberta da agroecologia como a ciência do sujeito do campo, com suas
tecnologias sociais voltadas para a saúde do solo e equilíbrio com a natureza, tem se mostrado capaz de
reconstruir os vínculos com a terra e com a cultura do campo.
A falta de acesso a tecnologias no campo é entendida por esta equipe como forte agravante para a
evasão do jovem. Assim sendo, a proposta de trabalhar com comunicação e inclusão digital é vista neste
projetocomofator importante paratrazera motivaçãoalmejada. Darvisibilidade àsvirtudes e às conquistas
individuais e comunitárias, assim como a importância da agricultura familiar para nossa sociedade, tem se
mostrado como instrumento importante, não só para motivar os jovens e os agricultores adultos, com
também para melhorar gradativamente a segurança alimentar e nutricional nas cidades.
Assim, a proposta é transversalizar o uso de formatos de mídia, procurando sempre que possível
conjugar e articular diferentes modos de canalizar informação. Por exemplo, criação de conteúdos que
poderãoserdistribuídosnão apenas de forma impressa, mas por meio de filmes, programas de web rádio,
podcastveiculadasnainternetde formagratuitapermitindoofertacontínua de conteúdos e a promoção de
pesquisas para a produção de novos conteúdos.
A comunicaçãobaseadanosprincípiosda democratização,promoção da autonomia e emancipação,
se materializaquandohácondiçõesde acessoàcomunicação, direitode todos.Issosignificanãosó acessar a
informação e os bens culturais (midiatizados ou não), mas também o acesso à participação na criação e na
gestão de conteúdos variados.
É preciso promover a popularização do uso dos meios a partir da experiência aprendiz e diálogo
interativo constante entre estudantes, educadores, pesquisadores e comunicólogos, entre outros
profissionais.
Segundo Caporal e Costabeber (2007)3
a Agroecologia pode ser a base para a mudança
socioambiental gradativa. Deve ser compreendida como uma ciência que estabelece as bases para a
construção de estilos de agriculturas sustentáveis e de estratégias de desenvolvimento rural sustentável.
Pode ser entendida como um enfoque científico destinado a apoiar a transição dos atuais modelos de
desenvolvimentorural e de agricultura convencionais para estilos de desenvolvimento rural e agriculturas
sustentáveis. A partir de um enfoque sistêmico, adota o agroecossistema como unidade de análise,
proporcionando as bases científicas para a transição das agriculturas.
Na Agroecologia é central o conceito de transição agroecológica que ocorre através do tempo nas
formas de manejo dos agroecossistemas. O enfoque da transição agroecológica é complexo, tanto sob o
pontode vistatecnológico,comometodológicoe organizacional.SegundoGliessman(2000), apud Caporal e
Costabeber (2007)4
, podemos distinguir três níveis fundamentais no processo de transição ou conversão
para agroecossistemassustentáveis.Oprimeirodizrespeito ao incremento das práticas convencionais para
reduzirouso e consumode insumosexternoscaros,escassose daninhosaomeioambiente.Osegundonível
de transição se refere à substituição de insumos e práticas convencionais por práticas e insumos
3 CAPORAL, F. R. Agroecologia:alguns conceitos e princípios / por Francisco Roberto Caporal e José Antônio Costabeber; 24p.
Brasília:MDA/SAF/DATER-IICA, 2007.
4 Conforme ainda Caporale Costabeber, 2007, agroecossistema é a unidade fundamental de estudo, nos qual os ciclos minerais, as
transformações energéticas, os processos biológicos e as relaçõessócio-econômicas sãovistase analisadasem seu conjunto. Nesta
perspectiva, parece evidente a necessidade de adotar-se um enfoque holísticoe sistêmico em todas as intervenções que visem
transformar ecossistemas em agroecossistemas.
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alternativos. O terceiro e mais complexo nível da transição é representado pelo redesenho dos
agroecossistemas, para que estes funcionem com base em novos conjuntos de processos ecológicos.
Juntamente com a mudança do paradigma tecnológico relativo à melhoria e manutenção
permanente dos sítios de produção de alimentos, com sua conversão para agroecossistemas de base
agroecológica é preciso ampliar a capacidade de suporte ambiental.
Esse direcionamento se faz necessário pelo constante crescimento da população e mesmo pelo
enfrentamento das questões ambientais mais sérias: em uma dimensão externa a chegada da fronteira
agrícola da soja e das estradas com seus impactos e riscos ambientais; e em uma dimensão interna tanto a
prática descontrolada de se colocar fogo todos os anos sem o uso dos conhecimentos tradicionais de seu
manejo, quanto a perda da fertilidade dos sítios de produção de alimentos cultivados e mesmo a criação
extensiva de gado sem critérios técnicos de sustentabilidade. Principalmente as últimas têm contribuído
fortemente comaexaustãodosrecursosambientaisdisponíveise perdadasegurançaalimentar tradicional.
A necessidadede refertilização dos locais de plantio com metodologias e princípios agroecológicos
de recuperação de solos degradados se faz necessária e urgente para que possamos conduzir a agricultura
para patamaresmaissustentáveiscomamanutenção daagrobiodiversidadedossítiosde produçãopor mais
tempo. Nomeiorural,a mudançaparcial dosistemade produçãotradicional familiar solidária, espontânea,
para uma forma induzida pela agricultura convencional, vem ampliando a erosão genética das plantas
cultivadas, com o abandono de sementes e técnicas ancestrais de manejo agrícola. Alguns anciãos sábios
possuemaindaconhecimentos sobre as particularidades dos ecossistemas presentes no Cerrado, o que os
levou a criarem um forte movimento de resistência pela manutenção de sua cultura. Algumas práticas
culturais são mais fortes e constantes em uma parcela pequena de famílias e comunidades que ainda
mantêm suas raízes vigorosas sustentando a cultura rural.
Realizar a presente proposta significa contribuir com a formação de consciência crítica entre os
jovenssobre procedimentosde base agroecológicade produção de alimentos, demonstrando a viabilidade
prática de se permanecer em um mesmo sítio de produção com sustentabilidade tecnológica, ambiental e
econômica.
TransiçãoAgroecológicaé o caminhoparaa sustentabilidade nocampo,onde naturezae a cultura
necessariamente necessitamde preservação,cuidadose ressignificação,processoque se dácom intensa
participaçãosocial e parceriascom entidadese instituições.
As atividades de pesquisa e extensão aqui propostas incluem a área de planejamento, execução e
monitoramentode projetos direcionados à agroecologia, segurança alimentar e nutricional e à geração de
renda.Estaremosiniciandoaconstruçãode metodologiase geraçãode conhecimentos que com o tempo se
transformam em tecnologias sociais de largo uso com autonomia e sustentabilidade.
Por último, é importante tratarmos da escolha do formato do curso proposto. A experiência desta
equipe,que temconvividocomascomunidadesdaChapadadosVeadeiros de formaintensa,especialmente
com os jovens, mostra que o formato de curso técnico para esta faixa etária é inadequado, pois estão
cursando o ensino básico, o que não permite que se utilize a pedagogia da alternância. A vantagem
apresentada pela ação proposta é a possibilidade do intenso convívio da equipe com as comunidades,
considerandoque amaiorparte da equipe vivenaregião,oque possibilitaaçãointensivajuntoao jovem e à
comunidade.Operfil docursooferecido temcomofocoa Agroecologia,e amplia seus conteúdos para levar
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o jovem a analisar sua realidade e buscar alternativas para transformá-la, usando ferramentas como a
comunicação,organização,participaçãoe controle social.Destaforma,encontramosdificuldadesemrealizar
parcerias com o ensino formal, para certificação como curso técnico. As instituições que oferecem curso
técnico têm seus cursos já definidos, cujo formato difere da proposta aqui apresentada. Neste caso, a
certificaçãoimplicariaemcriaçãode novocurso porestasinstituições, o que demanda tempo, o que não se
justifica já que esta é uma demanda pontual.
III. CONTEXTO E HISTÓRICO DA PESQUISA E EXTENSÃO
A ação formativavoltadaaosjovenscomeçouem2011, com a execuçãodo PROJETO “Estruturação e
Implantação deCentrosdePesquisa e Extensão na Universidade de Brasília e no Distrito Federal”, cuja Meta
4, intitulada “Estruturação e Implantação do Centro de Estudos Avançados do Cerrado da UnB, na Chapada
dos Veadeiros”,contemplaeste Centrode Estudos.Tal projetodisponibilizou80bolsasde iniciaçãocientífica
e extensãojúnior,peloperíodode doisanos. Em2013, executadasessasmetas,aMeta 3 do mesmoProjeto,
cedeunovasbolsas,que aindaestãoemfase de execução e sãoofertadascomocontrapartidaneste projeto.
Em 2011 foi criado o Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, a fim de oferecer
atividadesde pesquisae extensão para bolsistas juniores e ainda formação complementar, sob a forma de
cursos de extensão. Observou-se a baixa qualidade do ensino local e a falta de preparo dos bolsistas para
realizar as atividades propostas pelos projetos dos professores, e por isso necessitavam de contato mais
prolongado e complementação de estudos, a fim de poderem participar dos projetos.
Naquele anode 2011, foram entãoofertadosos Cursos de Extensão para capacitar de forma técnica
e profissional os jovens, na cidade e em áreas rurais, além da participação dos bolsistas nos projetos de
pesquisa e extensão coordenados pelos professores da UnB. Nas áreas rurais os cursos foram de
Agroecologia, com carga horária de 200 horas.
A experiência de 2011 nas áreas rurais, apesar de algumas resistências iniciais dos jovens, obteve
grande sucesso,sobretudo pela investigação realizada por estes sobre suas comunidades, que resultou na
publicação de cartilhas em 2012. Cada cartilha serviu para produzir conhecimentos e disseminá-lo para a
comunidade de forma a resgatar parte da sua cultura. A atividade dos jovens consistiu no levantamento,
pelos próprios bolsistas, de diversos aspectos das comunidades envolvidas, como forma de valorização e
consolidação da identidade de cada uma. (Cartilhas - Laranjeira et al (org.), 2012 a, b e c)5
.
Em 2013, nas áreas rurais, passamos a trabalhar com projetos individuais participando de forma
maisdiretana formaçãodos jovens.Cadaumdelescomeçouumaatividade produtivade base agroecológica
na propriedade de suafamília,coma participaçãodosfamiliaresnosprojetos,recebendo orientações sobre
segurança alimentar e diversificação da produção. Além disso, houve grande troca de experiências entre
membrosdaequipe e agricultores,sobre questões práticasdo uso de bases agroecológicas na agropecuária
desenvolvida nas unidades de produção familiar.
5 LARANJEIRA, N.P.;GASPARINI, C.B.;Câmara, C.B. (org.). Assentamento Sílvio Rodrigues& Cidade da Fraternidade, Alto Paraíso de
Goiás. Brasília:UnB, 2012. Coleção Riquezas da Cha pada dos Veadeiros. V. 1. 31 p. (Cartilha)
LARANJEIRA, N.P.;GASPARINI, C.B.;BERNARDES, S.;(org.). Comunidade doSertão, AltoParaíso de Goiás. Brasília:UnB, 2012. Col eção
Riquezas da Chapada dos Veadeiros. V. 2. 36 p. (Cartilha)
LARANJEIRA, N.P.;MEIRELES, C. da C.;GASPARINI, C.B. (org.). Povoado doMoinho, AltoParaísode Goiás. Brasília:UnB, 2012. Coleção
Riquezas da Chapada dos Veadeiros. V.3. 23 p. (Cartilha)
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Outro enfoque foi dado na cidade, onde um grupo de bolsistas realizou pesquisa em quintais dos
principais bairros, concluindo que o cultivo de frutas, hortaliças e outros alimentos ainda é uma realidade
comum na cidade, mas que poderia ser incrementada.
O Programa de Bolsas para o Ensino Básico do Centro UnB Cerrado em 2014 foi incorporado ao
Núcleo de SAN (Chamada CNPq nº 82/2103) e pretende-se dar continuidade a este, agora por meio desta
proposta, estendendo para outros municípios.
Neste Núcleo, priorizamos a segurança alimentar e a valorização do agricultor como um dos
protagonistas da saúde da população e do serviço prestado na conservação do cerrado e das águas,
contribuindo com a sustentabilidade ambiental regional. Apoiamos o planejamento para transição
agroecológica e sustentabilidade dos sítios de produção de base agroecológica, com a ampliação da
biodiversidade agroalimentar e a produção orgânica de base agroecológica, envolvendo os jovens e suas
famílias. Assim, a valorização do campo como base para a qualidade de vida e saúde e a harmonização da
relação campo-cidade são afirmados como eixos de nossa proposta requerendo um trabalho educativo
contínuo, em diversos níveis da sociedade.
A valorização e ampliação da produção agrícola de base agroecológica de alimentos, requer várias
vertentes de atuação, desde a formação de jovens e agricultores para produção e venda desses produtos,
nos mercadoslocaise institucionais; como a sensibilização e informação da população sobre a importância
do fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica, disseminando informações sobre o valor
nutricional e preparação desses alimentos.
O ProjetoCozinhaEscolade AltoParaíso,desenvolvidonoNúcleo,contribui narealizaçãode oficinas
de educação alimentar e ambiental e visam preparar a população para a valorização e consumo dos
alimentos de origem agroecológica, cuja experiência realizada será multiplicada nos assentamentos de
Colinas do Sul e São João D´Aliança.
Está tambémemexecução oProjetode Extensãoe Ação Continuada (PEAC) intitulado Alimentação
Sustentável: Nutrição e Educação, que desde 2011 tem atuado com atividades integradas de Educação
Ambiental e Nutricional,e que realizouinúmerasoficinas,comacomunidade e com os jovens bolsistas, nas
áreas urbanase rurais. Este projeto produziu um Guia de Alimentação Saudável e Sustentável para Escolas
(RODRIGUES, 2011)6
, que foi distribuído no Encontro de Merendeiras (coorganizado pelo Centro UnB
Cerrado, em 2012) e também nas escolas locais, com o objetivo de difundir técnicas pedagógicas para a
prática da educação alimentar e propor a utilização de receitas de fácil execução e de boa aceitação.
Foi realizada pesquisa sobre SAN com pessoas da cidade e das áreas rurais do município de Alto
Paraíso de Goiás. Verificou-se que em 44% dos domicílios houve garantia de acesso aos alimentos em
quantidade e qualidade adequados, estando tais famílias em Segurança Alimentar, mas em 32% das
residências, detectou-se Insegurança Alimentar Leve e em 24% dos domicílios, insegurança alimentar de
moderadaa grave.Os resultadosencontradosmostramque osgraus de Segurança e Insegurança Alimentar
estão abaixo da média estadual (Goiás) e da nacional, o que pode estar relacionado às condições sócio
econômicas do município. Outro aspecto relevante encontrado foi que, embora grande parte das famílias
6 RODRIGUES, L.P.F. Guiade Promoçãoda Alimentação Saudável e Sustentável para Escolas. Bra sília: Universidade de Brasília,
Decanato de Extensão, 2011. 44p.
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possuahorta (emquintaisou no campo), os moradores não consomem regularmente o que é produzido, o
que reforça o padrão de consumo do tipo urbano (CARVALHO et al, 2012)7
.
Estes resultados motivaram estender a pesquisa de SAN com a população urbana e rural do
município de Colinas do Sul, que será realizada no ano de 2015, como meta do Núcleo de SAN.
A parceriaentre UnB Cerradoe a CooperFrutosdo Paraíso vemse estreitando,sobretudoapartirde
2012, com o objetivode valorizar a agricultura familiar de base agroecológica e incentivar a reprodução de
sementes de variedades crioulasdaregião. Pormeio dessa parceria, tem sido realizada anualmente, desde
2011, a Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, onde são mostradas, comercializadas,
doadas e/outrocadas sementese mudasdocerradoe agroecológicas,abrindoodiálogosobre osmétodose
a necessidade de conservação das mesmas para as práticas de uma agropecuária de base agroecológica na
região.
A Cooper Frutos do Paraíso atua em cinco dos oito municípios da região, entre eles os três
municípios focais deste trabalho, orientando e intermediando a comercialização da produção dos
agricultores junto aos programas de compras governamentais, PAA e PNAE.
Desta forma, o Núcleo de SAN sente-se preparado para ampliar suas ações para o contexto de
Assentamentos da Reforma Agrária de outros municípios da Chapada dos Veadeiros.
IV. PROBLEMA A SER ABORDADO
A manutenção da população jovem no campo tem sido o foco das atenções deste Centro nas áreas
rurais em várias de suas ações. Essa permanência passa pelo protagonismo dos produtores jovens, pela
valorização e ressignificação da cultura rural e pela geração de renda suficiente para mudar a realidade de
vida, com base na geração e adoção de tecnologias sociais apropriadas, que é parte do universo do jovem
camponês.
A busca constante pela autonomia da propriedade rural é o grande desafio a ser enfrentado pelas
famílias,que se ressentem da falta de assistência técnica e de orientação para acesso às políticas públicas.
Neste contexto, o jovem tem dificuldade de se posicionar, de encontrar seu espaço como agricultor. A
adolescênciarepresenta momento de dúvida, e a orientação vinda de fora, por meio de formação técnica,
pode despertar no jovem a motivação para a profissionalização em áreas de conhecimento agroecológico.
Isso tem nos levado a orientar a inserção dos projetos dos jovens no sítio de produção como um
todo, procurando estabelecer sinergia entre os processos agroecológicos preexistentes e desses com os
novos processos preconizados pelos produtores jovens do Programa de Bolsas.
Dessa forma estabelece-se também maior interatividade entre os familiares, que se descobrem
como parte de uma atividade única, o “sitio de produção”, onde o projeto proposto pelo jovem é apenas o
focoinicial daprática extensionista.Daípor diante o espaço doméstico e peridoméstico se confundem e se
integramcomo restante do sítiode produção,ampliandoaspossibilidadesde relacionamentodosuniversos
de vida feminino e masculino em um processo de ajustamento, resultando relações de gênero mais
7 CARVALHO, R.C.; OTANÁSIO, P. N.; MACIEL, A.N.; ROQUE-SPECHT, V.F.; NARDOTO, G.B.; RODRIGUES, L.P.F. Lev antamento do grau de
insegurança alimentar e dos recursos alimentares disponív eis no município de Alto Paraíso de Goiás. In: 18o Congresso de Iniciação Científ ica da UnB -
UnB 50 anos: Pesquisa e Inov ação, 2012, Brasília. Programação de 18o Congresso de Iniciação Científ ica da UnB - UnB 50 anos: Pesquisa e Inov ação.
Brasília: UnB, 2012. v . 1. p. 92-92.
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equânimes. Quando essa dinâmica se instaura, a verdadeira identidade da agricultura em família pode ser
reestabelecidae istoé pontorelevante destapesquisa: a perda, de forma acelerada, da identidade cultural
das populações do campo e do sentido da agricultura familiar.
Acreditamos, e isso será testado nesta pesquisa, que o trabalho integrado comunidade-família-
jovemé capaz de tornar maiságil e eficienteoprocesso de despertar e fortalecer a identidade dos sujeitos
do campo, e a relação de pertencimento ao ambiente e à cultura do campo.
A revitalizaçãoe aressignificação da cultura do campo fazem parte dos objetivos desta proposta. A
valorização do campo como base para a qualidade de vida e saúde, e a harmonização da relação campo-
cidade são eixos importantes. Por isso, requerem trabalho educativo contínuo, em diversos níveis da
sociedade.
Outra questãoimportante aserenfrentadaneste contexto,e que afastao jovem do ambiente rural,
é a falta d´água, enfrentada por muitas famílias nos assentamentos estudados. O direito à água potável é
básico para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento dos agroecossistemas de produção de
alimentos. Em maior ou menos grau, todos os assentamentos tem dificuldade de acesso a água suficiente
para produção.
Em três dosassentamentosde ColinasdoSul – PA´s Boa Esperança, Córrego do Bonito e Terra Mãe -
a questãoé mais complexa, pois a maioria dos assentados não recebeu ainda material para construção das
casas definitivas e encontra-seem habitações improvisadas, como acampamentos. Também não há luz nas
unidades familiares e somente alguns conseguem obter água de nascentes ou córregos vizinhos. Esses
assentamentopossuem, emsuasáreascoletivas,poçosfuradospelaFUNASA,entretanto o INCRA não criou
a estrutura para a distribuição de água e os poços não estão sendo usados.
Os PA´s Angico em Colinas do Sul e Mingau em São João D´Aliança já são regularizados, contando
com luze água encanada.Nestes,amaior parte dosagricultorestem DAP definitiva. Entretanto, há famílias
que têm dificuldade com a água para plantio.
Desta forma, a precariedade em que vivem muitas famílias nos impõe ser parceiros no
enfrentamentodessasquestõesde forma clara, lúcida. O jovem deve conhecer os mecanismos de acesso a
seusdireitose aprenderabuscaralternativasdentro deste contexto, não só por meio de políticas públicas,
como também pelo desenvolvimento de tecnologias sociais inovadoras. Para tanto, devem pesquisar
alternativas agroecológicas para a produção, e trocar experiências com demais agricultores.
Resumidamente, o problema a ser enfrentado é de como acender entre os jovens o desejo e a
firmeza de permanecer no campo, como profissionais da agricultura, mas também como agentes de
transformaçãodas condiçõesemque vivemhoje.Acreditamosque issopossase dar por meio da tomada de
consciência do potencial de sua identidade de sujeito do campo, da possibilidade de acesso à políticas
públicas e do desenvolvimento de tecnologias sociais de base agroecológica, abrindo novos horizontes
profissionais, que sejam motivo de orgulho para a juventude rural.
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V. OBJETIVOS
IV.1. Objetivo Geral
Estimular a permanência do jovem no campo a partir de processo formativo em Agroecologia e
Sustentabilidade envolvendo as respectivas comunidades.
IV.2. Objetivos Específicos
1. Formar 50 jovens, em Agroecologia e Sustentabilidade, por meio de curso profissionalizante;
2. Realizar pesquisas socioambientais e socioeconômicas nos assentamentos atendidos;
3. Identificar, gerar e difundir práticas inovadoras e tecnologias sociais de base agroecológica,
viabilizando a estabilidade de agroecossistemas;
4. Promover, de forma integrada, o resgate cultural, a segurança alimentar e nutricional, o acesso a
políticas públicas e o manejo para a conservação ambiental;
5. Correlacionar conhecimentos sobre água e cerrado de forma a promover a conservação do
patrimônio ambiental;
6. Fortalecer a identidade e autonomia do jovem, enquanto sujeito do campo, e sua capacidade de
organização e participação social, despertando o sentimento de pertencimento ao lugar e à região
da Chapada dos Veadeiros;
7. Contribuir para a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores e dispositivos
móveis,introduzindo os jovens no uso dos recursos tecnológicos básicos e na geração de produtos
diversos da comunicação.
V. METAS:
 Trabalhar com 50 jovens do campo, durante dois anos, em processo formativo com base em
Agroecologia,SAN,conservaçãodoambiente(cerradoe água),sustentabilidade,comunicação, ética
e cidadania;
 Realizar20 oficinasde Educação Alimentare Nutricional com ascomunidadesenvolvidas,de formaa
melhorar a segurança alimentar e nutricional das comunidades;
 Produzir15 diferentesprodutosde educomunicação(chamadasde rádio,cartilha,folders,blog,etc.)
junto com esses jovens, sobre as temáticas do projeto;
 Desenvolver e difundir 10 experimentos inovadores de agroecologia junto com os jovens;
 Divulgar os diversos usos dos frutos do cerrado de forma a melhorar a alimentação, tendo como
base a coleta sustentável e o respeito pela biodiversidade do cerrado;
 Realizar 02 encontros de jovens do Núcleo de SAN do Centro UnB Cerrado.
VI. INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO
 Nº de famílias envolvidas nas diversas ações;
 Projetos agroecológicos e experimentos desenvolvidos pelos jovens;
 Produção dos jovens para a divulgação da agricultura familiar, da produção agroecológica e da
alimentação sustentável;
 Melhoria na alimentação das famílias envolvidas, a partir do aumento do consumo de alimentos
regionais e menos industrializados;
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 Outros indicadores a serem construídos junto com os diversos grupos envolvidos e também pela
equipe de pesquisadores.
VII. METODOLOGIA
VII.1. Aspectos Gerais da Pesquisa e do Curso
A abordagem do projeto é transdisciplinar e utiliza-se de metodologias amparadas nos seguintes pilares:
 Promoção da melhoria da vida no meio rural de forma participativa, multidisciplinar e
interdisciplinar;
 Respeito às especificidades e particularidades culturais, promovendo a equidade de gênero,
geracional, racial, étnica e religiosa;
 Princípios e fundamentos da agroecologia com foco na segurança alimentar e nutricional, e na
geração de renda, com garantia da qualidade de vida;
 Apoio no acesso ás políticas públicas, com acompanhamento continuado e individualizado, para a
introdução e/ou resgate de tecnologias apropriadas para cada família;
 Respeito ao meio ambiente e seus recursos com foco no uso consciente e sustentável e na
conservação.
O Centro UnB Cerrado considera e valoriza a perspectiva de gênero, em todas suas instâncias técnicas e
administrativas,circunscrevendoasatividadesdasmulheres, em que são reveladas as formas ancestrais de
colheita e beneficiamento tradicional dos produtos oriundos da flora, com o estudo da relação
trabalho/produto/matéria-primajuntamente comaprodução doconhecimentoetnobotânico e a circulação
dos recursos genéticos.
A metodologiaparticipativanaabordageminterdisciplinarnão abre espaço para verdades absolutas, únicas
e singulares.Possibilitaverapluralidade,asdiferençase particularidades de cada realidade, dos diferentes
olhares, por meio dos quais o debate é possível. O processo de trocas é certo, e a busca do consenso, o
motivo do diálogo na construção coletiva – participativa.
Destaforma,empreenderprojetossocioambientaiscomintencionalidades que partem de uma perspectiva
coletiva/participativapossibilitaoexercíciodaautonomiae o reconhecimentoda alteridade, premissas que
conduzema umaresponsabilidade,aumcompromissoéticoe de governança entre todos os envolvidos em
alcançar determinados objetivos.
Alémdisso,nasaulas,sempre que possível,seráprivilegiado o formato de oficinas, pois entendemos que a
prática é a melhor forma de transformar hábitos e realidades, internalizando novos saberes e fazeres. A
prática traz emsi a possibilidadedareflexãoque dialogacoma teoriae com os saberes disponíveis entre os
educandos. A partir daí, abre-se a possibilidade da construção de novos conhecimentos, adequados às
transformações necessárias identificadas no processo prático de aprendizagem.
As horas indiretas serão executadas pelos jovens individualmente ou em grupo. As atividades de
agroecologiaserãoacompanhadaspeloprofessor,que visitaráregularmenteasunidadesfamiliarese poderá
proporpráticas empequenosgrupos,reunindo jovens vizinhos e seus familiares. Estas visitas são de suma
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importância para o envolvimento da família e a integração da ação do jovem com o projeto de produção
familiar. Como o foco do curso é a agroecologia, os projetos relacionados à produção familiar de base
agroecológica são obrigatórios. Os jovens serão encorajados e apoiados para realizar experimentos
agroecológicos. A resolução de problemas com base em metodologias e experimentos científicos será
adotada como método para resgatar a dimensão “agricultor-pesquisador”.
Uma vez que, estas comunidades constroem seu “modo de vida” com base numa relação íntima, de
dependência da natureza e conhecimento profundo sobre os seus ciclos naturais, elas desenvolvem
estratégias de manejo dos recursos naturais, sendo todo esse conhecimento transferido de geração em
geração, com as pessoas mais velhas exercendo papel central na transmissão de valores e práticas.
Diante disso, propõe-se, em consonância com os princípios político-pedagógicos do PRONERA (pág. 18)8
,
uma abordagem para a realização de formação e extensão que possibilite: conhecer o contexto local;
construir e manter espaços de diálogos entre os produtores e jovens e destes com a equipe de extensão;
compreenderalinguagem/visãosobre aprópriarealidade;realizaroexercícioda escuta sensível a cerca das
mais diversas questões ligadas a tal realidade; estimular reflexões destes sobre seus modos de vida no
contexto produtivo e, sobretudo, trabalhar no fortalecimento dos grupos, por meio do aporte de
informações sobre os objetivos que se pretende alcançar, motivando-os para o desenvolvimento de suas
potencialidades.
A pesquisadesenvolvidaparalelamenteaoprocessoformativodosjovenstem como base a pesquisa-ação e
como princípioepistemológico a transdisciplinaridade, pois lida diretamente com a realidade, para buscar
nestaos elementosque propiciemastransformaçõesnecessárias,identificadaspelos próprios atores locais.
A pesquisa-ação,que fazparte dametodologia do projeto, foi desenvolvida por Michel Thiollent (2002)9
, e
supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, dentre outros, podendo o pesquisador
respondercommaioreficiênciaaosproblemase situaçõesabordadas.Confere um caráter transformador às
situações, facilita a busca de soluções, pois permite ao pesquisador ficar atento às exigências teóricas e
práticas para equacionar os problemas relevantes, dentro de uma situação social.
Entre as diversasdefiniçõespossíveis,daremosaseguinte:apesquisa-açãoé umtipode pesquisasocial com
base empíricaque é concebidae realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual, os pesquisadores e os participantes representativos, da situação ou do
problema, estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2002, p.14).
A pesquisa-ação permite o acompanhamento e avaliação dos problemas encontrados investigando uma
iniciativa coletiva de forma participativa.
8 THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2002, 107p.
9 BRASIL, PRONERA: Manual de Operações. Brasília: MDA/INCRA. Portaria INCRA nº 282, 26 de abril de 2004.
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VII.2. Processo Formativo
O Curso será destinado a jovens de assentamentos rurais dos municípios de Colinas do Sul e São João
D´Aliança.O cursoofereceráaulase oficinaspresenciase paralelamenteatividades individuais ou em grupo
em suas comunidades, cumprindo horas indiretas.
Esta organização está dentro do espírito proposto pelo PRONERA e denominado de “tempo escola” e
“tempocomunidade”.Nestecasoespecífico,emque osparticipantesestão cursando o ensino básico, estes
doismomentosintercalam-se no cotidiano dos educandos, que não podem se afastar por períodos longos,
pois tem que comparecer à escola durante quase todo o ano.
Pretende-se trabalhar com cerca de 25 jovens de cada um dos municípios.
A experiênciadestaequipetemmostradoque trabalharsomente com o jovem, sem envolver o restante da
comunidade, não traz o comprometimento necessário da família no apoio às ações que o jovem precisa
desenvolver.Issofragilizaovínculoda iniciativadojovemcomasatividadesdaunidade familiar,dificultando
sua integraçãonocontextoprodutivofamiliar.Naverdade,nestesassentamentos,a situação da família é na
maioria das vezes muito frágil, por uma série de problemas colocados anteriormente. A própria família
necessita de apoio e orientação, quer seja sobre agroecologia ou sobre acesso a mercados ou melhoria da
segurança alimentar.
Por isso,ocurso estáplanejadoparaoferecerparte das aulasdentroda própriacomunidade (alémde outros
espaços),incluindo reuniõescoma comunidade e promovendoseuenvolvimentono processo. Desta forma,
o processoformativoestende-se tambémàsfamílias.Oacompanhamentodosprojetospelos professoresvai
procurar reunir pessoas da comunidade, que devem acompanhar experimentos agroecológicos e a
implantação de outras tecnologias.
O processoformativo oferecidoaosjovensé compostode horaspresenciaise horasindiretas,nasquais eles
devemdesenvolverpesquisasagroecológicasemsuasunidades familiares, com suas respectivas famílias, e
realizar eventos e encontros para discussão de temas de seu interesse.
No trabalhocomjovensdesenvolvidopeloNúcleode SAN a comunicação tem sido importante instrumento
para o envolvimento e motivação, além de proporcionar a inclusão digital. A Educomunicação é definida
como “um conjuntode açõesdestinadasaintegraras práticaseducativasaoestudosistemáticodossistemas
de comunicação,[...] criare fortalecerecossistemascomunicativosabertos,dialógicose criativosemespaços
educativosquebrandoahierarquianadistribuiçãodosaber,justamente pelo reconhecimento de que todas
as pessoasenvolvidasnofluxode informaçãosãoprodutorasde culturae melhoraro coeficiente expressivo
e comunicativo das ações educativas." 10
Neste contexto,aspossibilidadesde usodasmídiascomoforma de afirmara identidadedojovemdo campo
são muitas: o uso da fotografia para retratar a realidade, trazendo olhar mais crítico e inovador para as
questõescotidianas; a criação de web rádio que permite dar voz ao jovem permitindo que este exerça sua
cidadania;a difusãodoconhecimentoconstruídopelosjovens emformatosvariados(blogs,cartilhas,textos,
vídeos, áudios). Essas ferramentas possibilitam ressignificar os movimentos comunicativos inspirados na
linguagemdomercadodaprodução de bensculturais,masque vãose resolvernoâmbitodaeducaçãocomo
10 SOARES, I. O.. Mas, afinal, o que é Educomunicação? Universidade de São Paulo Núcleo de Comunicação e Educação da
Universidade de São Paulo. 1996. Disponível em:http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/27.pdf. Acesso em 5/11/2014.
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uma das formas de reprodução de organização de poder da comunidade, como um lugar de cidadania,
aquele índice do qual emergem nas esteticidades e eticidades (modos de perceber e estar no mundo).11
Buscamosdessamaneira,promoveraexpressãocomunicativadosjovens permitindo o acesso democrático
à produção e difusãode informaçõese facilitaroprocesso ensino-aprendizagem através do uso das mídias,
partindo do pressuposto de que se aprende não só nas instituições por meio de uma educação formal .
Observa-se que a linguagem das tecnologias de comunicação está presente no cotidiano dos jovens, nos
relacionamentos sociais e nas práticas comunicativas comunitárias.
Algumas ferramentas de pesquisa serão utilizadas, trazendo subsídios ao processo formativo, e buscando
elementos para que as ações de extensão tenham maior efetividade.
1. Diagnóstico socioeconômico e socioambiental das famílias incluindo produção e sistemas
produtivos, saúde, alimentação (SAN), saneamento básico, esgotamento sanitário, preservação
ambiental, educação, consumo, entre outras.
Realizadopormeiode questionárioscomasfamíliasenvolvidas,caracterizandosuasituaçãoinicial e
gerando indicadores de monitoramento e avaliação.
2. Caracterização das Unidades de Produção Familiar de base agroecológica, por meio de registros
fotográficos, construção de croquis, relatórios de campo e registro das coordenadas com uso de
GPS.
Levantamento feito pelos estudantes, como parte do processo formativo, orientado pelos
professores.
3. Interaçãocom os moradoresemcircunstânciasespeciaise eventosorganizadospelas comunidades.
4. Mobilizaçãoe organizaçãosocial e comunitária,fortalecendoasredessociaisexistentes,propiciando
equilíbrio,desenvolvimento,confiançasocial,tendo como ponto de partida a realização de oficinas
educativas, onde o “aprender fazendo” seja um elemento facilitador para desenvolver
potencialidades, atitudes cooperativas e fortalecimento do capital social;
5. Mapeamentoagroambiental participativo, por intermédio de mapa falado, visando a investigação,
monitoramento,avaliaçãoe planejamentode ações, em processo de construção participativa onde
um mapa temáticoe as discussõesagregadasaele fornecerãodadossobre aqualidade ambiental da
área, auxiliando na identificação e localização de elementos naturais e/ou antrópicos.
Os itens 3, 4 e 5 são efetivados junto às comunidades em reuniões periódicas, como parte da
formação dos estudantes.
O curso será baseado em vivências, oficinas e debates. Estão em pauta, as formas de se relacionar com o
meioonde viveme osproblemasenfrentadosnocotidiano,favorecendoabusca de alternativas construídas
coletivamente. Atua-se desta forma, no sentido de transformação de um ser humano sujeitado, alienado,
emum ser humanoativo,sujeitode suahistóriae de seuprocesso,parao embasamentode umageração de
jovens autônomos e críticos, com capacidade de intervir na vida cotidiana em todos os seus âmbitos.
A relação do Curso com a comunidade e o Processo Seletivo:
A relação com as lideranças das associações dos assentamentos foi iniciada na elaboração deste projeto,
quando se dispuseram a mobilizar seus associados no momento da execução. Foi com eles pactuada a
construção coletiva da dinâmica do curso e o desenvolvimento de tecnologias apropriadas.
11SCHAUN, Angela. Educomunicação: reflexões e princípios, RJ:Mauad, 2002, 128p.
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Uma vez aprovada esta proposta, durante o mês de fevereiro, em etapa preparatória para o curso, serão
realizadas reuniões com as comunidades, no formato de oficina, com o objetivo de ouvir as famílias cujos
jovenstêm interesse em participar do curso e demais interessados. Nessas oficinas são colhidos subsídios
para a montagem do cronograma de aulas e suas temáticas. O olhar da comunidade sobre seu ambiente,
seus sonhos e desafios a serem enfrentados trarão elementos para o trabalho com os jovens. Desta forma
ficaestabelecido odiálogocomas famílias,elementoimportantenoprocesso formativo. Espera-se também
construircritériosde seleçãoe avaliaçãojuntocoma comunidade. Condição para a participação do jovem é
a participação da família em encontros periódicos de avaliação, assim como o apoio à ação do jovem na
comunidade.
O CURSO:
Agroecologia e Sustentabilidade no Cerrado
Carga horária: 1000 horas – 700 horas presenciais e 300 horas indiretas, divididos em 5 Módulos, durante 2
anos, em 30 semanas por semestre.
As horas presenciais acontecem nas comunidades durante a semana, em horário contrário às aulas da
educação formal. Mensalmente os dois grupos serão reunidos na Fazenda Escola Bona Espero, sábado e
domingo, onde podempernoitar.Nesteespaço,háacessoà internet e possibilidade de grande diversidade
de oficinas, por tratar-se de espaço que possibilita vivência com o cerrado, viveiro, construção de hortas e
também a culinária.
Módulos: (horas totais para cada módulo, sempre 30% são indiretas)
Agroecologia – 550 horas: Primeiro ano – Formação Básica - O Ser Humano; Ecologia e Geografia;
Agroecologia; água na agropecuária; estudo do solo; nutrição vegetal e animal, agriculturas de base
agroecológica; manejo de pragas e doenças; sementes. Segundo ano – Formação Avançada –
Experimentação Científica; Clima; Sistemas integrados de produção de alimentos; manejo de
remanescentes de cerrado; bioindicadores; melhoramento participativo; energia rural;
contabilidade agrária; planejamento da produção; processamento de alimentos; certificação
solidária e comercialização.
As práticas - sempre privilegiadas neste curso - envolvem: desenvolvimentode plantios (SAF’s,hortas e
pomares agroecológicos, comunitários ou individuais); coletas de sementes (criação de Bancos de
Sementes); produção e trocas de sementes de hortaliças, cereais e leguminosas; produção de
biofertilizantes, bokashi; alternativas ecológicas para prevenção e controle de pragas, análise de solos por
meio de kit de análise, para avaliação de parâmetros físico-químicos ligados à fertilidade e necessários ao
equilíbrio da zoo e meso fauna no solo.
Segurança Alimentar e Nutricional - 80 horas: conceitos importantes, o papel da agricultura familiar,
educação nutricional, alimentação sustentável, oficina de preparação de alimentos. PANC - Plantas
AlimentíciasNão Convencionais (Hortaliças Tradicionais), males dos alimentos industrializados (aditivos e
conservantes), vegetarianismo, informações nos rótulos dos alimentos.
Água e Cerrado - 150 horas: O BiomaCerradoe suasfitofisionomias,principaisameaças, fragilidades, usos e
conservação. Identificação de plantas e animais do Cerrado. Ecologia. Ciclos de energia nos ecossistemas.
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Oficinas de Exsicatas associadas à identificação das espécies de plantas importantes e "úteis" do Cerrado.
Recursos hídricossuperficiaise subterrâneos:conceitosde baciahidrográfica e aquíferos, dinâmica, ciclo da
água, usos múltiplos e impactos antrópicos sobre a disponibilidade hídrica e a qualidade das águas para
diferentesusos, contaminação. Tecnologias para conservação, reuso e recuperação de recursos hídricos. O
curso terá enfoque especial para as bacias hidrográficas da Chapada dos Veadeiros, consideradas para os
estudos de casos. O curso envolverá oficinas, treinamento técnico para uso de kits de análise para
monitoramento, controle da qualidade da água das cisternas, caixas d´água, poços construídos nos
assentamentos.
Organização e Participação Social - 80 horas: Observação e pesquisas sobre a comunidade e cultura local e
regional, identidade, o sujeito do campo. Acesso a políticas públicas para a juventude. Metodologias de
facilitação de reuniões, estratégias de mobilização, organização de redes e de eventos. Organização e
controle social. Os coletivos da Chapada dos Veadeiros: a Rede Pouso Alto Agroecologia, Território da
Cidadania, grupos de jovens, entre outros. As práticas deste módulo são desenvolvidas durante o
planejamento e a realização de reuniões com a comunidade e nos encontros de jovens.
Comunicação - 140 horas: Fotografia, produção de vídeos, construção de blogs, web radio, elaboração de
textose notícias, produção de folders e banners. Pesquisa na Internet. Elaboração de planos de trabalho e
relatórios. Registro fotográfico das atividades e formação de um banco de imagens para divulgação dos
resultadosdostrabalhose produçãode material didático.Oficinasde Fotografia, capacitando os envolvidos
na produção de imagens (fixa - "still" e vídeo -"movie") a partir de dispositivos eletrônicos e digitais
(celularese câmerascompactassuper-zoom- as"bridges"),identificadacomomovimentode InclusãoVisual
que está em sintonia com o movimento de Inclusão Digital.
Outras atividades presenciais:
Serãorealizados doisencontros durante oprojeto,comtodososjovens,incluindoosjovens de Alto Paraíso,
na Fazenda Escola Bona Espero, onde estes terão oportunidade de trocar experiências e planejar a criação
de rede ou grupo de jovens da Chapada dos Veadeiros.
Serão também realizadas 08 visitas - 04 com jovens de cada município – ao DF e Entorno, mas
principalmente e em outras áreas da Chapada dos Veadeiros, incluindo comunidades tradicionais – para
trocas de experiências,valorizaçãodasexperiênciasregionais e fomento da Rede Pouso Alto Agroecologia.
As Horas Indiretas
Dentrodo conceitoda agroecologia, os conhecimentos das demais disciplinas darão base para a realização
de atividadescomo: diagnósticode suapropriedade;pesquisassobre acomunidade e aregião; elaboração e
execução de projeto agroecológico junto com a família ou comunitário; elaboração de produtos de
comunicação, entre outros que vão sendo propostas no decorrer do curso, de acordo com as decisões
tomadas pelos jovens.
A organizaçãode eventose pequenasatividadesnacomunidade sãotambémprojetospossíveis e apoiados,
e espera-se que surjam espontaneamente. Os encontros de jovens previstos neste processo formativo
devem ser planejados e elaborados por eles.
A questão da Água
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Por tratar-se de questão grave e previamente conhecida, estamos propondo experimento já definido. A
Estação Experimental de Tecnologias Sociais – EstaçãoLuz, é um grupo que atua na região com o Projeto
Caravana da Luz. Este grupose propôsa inserirjovens desteprojeto no processo formativo para construção
de cisternas.Assim,estamossolicitandorecursosparaa compra de material paraconstrução de 08 cisternas,
por meio de parceria com o EstaçãoLuz. As cisternas seriam construídas por meio de mutirões nos
assentamentos. Estas cisternas coletam água da chuva e poderão ser implantadas somente em
assentamentos que já possuem casas construídas. Os assentamentos de Colinas de Sul devem iniciar a
construção das casas em 2015.
O resultadoda instalação dessas cisternas será monitorado pela equipe deste projeto, a fim de avaliar sua
eficiência e ajustes à cada situação. Em que medida elas ajudam a resolver a situação da água das famílias
beneficiárias?Porque?Como?Serãoquestões algumasdasquestões a serem respondidas a fim de replicar
posteriormente em outras unidades familiares.
VII.3. A contribuição dos Jovens de Alto Paraíso de Goiás
Estes jovens já vêm trabalhando com o Centro UnB Cerrado há mais tempo e já têm seus projetos
agroecológicos em andamento. São oriundos de três comunidades rurais: Assentamento Sílvio Rodrigues,
Povoado do Moinho e Comunidade do Sertão. O intercâmbio de experiências entre esses jovens já é uma
realidade e deve ser multiplicado.
Propõe-se que este grupo – cerca de 15 jovens, que mantém seus projetos e encontros com a equipe do
Núcleo de SAN, mantenha contato regular com os jovens cursistas. Esse contato pode ser sob a forma de
visitas técnicas, encontros na Fazenda Bona Espero, ou outras formas propostas pelos próprios jovens.
VIII. PRINCIPAISCONTRIBUIÇÕESCIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS
O Centro UnB Cerrado, agora por meio do Núcleo de Segurança Alimentar e Nutricional, tem dedicado
esforçosà criação de metodologiase técnicas educativas e agroecológicas, capazes de formar pessoas para
uma vida sustentável, com qualidade e harmonia com o ambiente. Desta forma, este projeto continuará
trabalhando nesta direção e objetiva, como inovação e contribuições científicas e tecnológicas:
 desenvolvimento, aprimoramento, inovação e disseminação de tecnologias sociais aplicadas à
agroecologia e difusão destas e daquelas já disponíveis na Chapada dos Veadeiros;
 produção de material educativo e estratégias de comunicação para a realidade da região, a fim de
dar visibilidade à agroecologia, à agricultura familiar e à SAN;
 desenvolvimentoe implantaçãode tecnologiassociaisque auxiliem a mobilização e organização de
jovensdocampo,conectando-osaoutrosgruposjovense à Rede PousoAlto Agroecologia, de forma
de fortalecê-la;
 divulgação dos conhecimentos produzidos por meio de cartilhas e através da participação de
bolsistas em simpósios com enfoque na agroecologia, entre outros.
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IX. PARCEIRAS
FazendaEscolaBona Espero – Localizadaa 12 Km de AltoParaíso emdireçãoà ColinasdoSul,este espaço
conta com internet,vastasáreasde cerradoconservado,áreasde hortas,pomar e viveiros,alojamentopara
60 pessoas e área de camping.Alémdisso,agestãodoespaçoé feitapelaUniãoPlanetária,que tem
expertisenaáreade educomunicaçãoe apoiaráomódulode Comunicaçãooferecidonocurso.
Cooper Frutos do Paraíso - Orientar e viabilizar a interrelação de produtores com os programas
governamentaisde comprasinstitucionais(PAA e PNAE) e comosmercadoslocais.Inserireste projetocomo
beneficiário do PAA de cada município envolvido.
TerritóriodaCidadaniaChapadados Veadeiros –Visibilidade às ações do Projeto, mobilização e articulação
dos atores.
SecretariaMunicipal de Educaçãode ColinasdoSul – suporte para o transporte para as aulas, apesar de não
terem condições de financiar o combustível.
Associaçõesdos Projetosde Assentamento BoaEsperança,CórregodoBonito, TerraMãe e Angico(Colinas
do Sul) e do PA Mingau (SãoJoãoD´Aliança) - mobilizaçãodacomunidade e apoionabuscade condições
necessáriasàrealizaçãodasaulase oficinas.
NEPEAS/FUP – apoiotécnico nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, especificamente colaborando
com a gestão participativa de propriedades da agricultura familiar da Chapada dos Veadeiros e
planejamento e gestão de agroecossistemas sustentáveis e palestras sobre temas específicos.
NEPEAS/FUP/UnB – Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Sustentabilidade –
coordenador Flávio Costa.
Objetivos do NEPEAS:
 Desenvolveraçõeseducativas, de pesquisa e extensão voltadas para o fortalecimento da transição
agroecológica nas comunidades do Entorno do DF e Nordeste Goiano.
 Construirestratégiasque possibilitemaconsolidaçãoinstitucionaldoNEPEAS/FUPenquanto espaço
acadêmico estratégico no desenvolvimento de pesquisas e atividades de ensino e extensão
especialmente para capacitação de assentados e agricultores familiares.
 Articularsinergiasentre ostrabalhosde pesquisa,ensinoextensãoagroecológicae desenvolvimento
sustentável em andamento na FUP.
X. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Por meiode reuniões e oficinas da equipe e desta com a comunidade. Desta forma, a avaliação vai
acontecendo de forma processual e os indicadores vão sendo produzidos a partir dessas discussões e dos
dados levantados nas pesquisas.
Visitas monitoradas aos experimentos propostos e desenvolvidos pelos jovens em suas unidades
familiares irão gerar dados para uma avaliação continuada do processo de assimilação de conteúdos e
aprendizagem das tecnologias. A qualidade das atividades e ações propostas pelos jovens e de seus
resultados são importantes indicadores.
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21
Será dadoretornoperiódico ao colegiado do Território da Cidadania Chapada dos Veadeiros, como
forma de colher sugestões e críticas.
XI. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que,aofinal docurso,boa parte dos estudantes se identifique comaagroecologia,e queira
continuarseutrabalhona comunidade,ou darcontinuidade aosestudos nestaáreaouem outrastemáticas
relacionadasàagriculturafamiliar. Devemtambémterdesenvolvidoacapacidade de atuar na implantaçãoe
monitoramento de sistemasde produçãoagroecológicos empropriedadesparticulares ouinstituiçõesafins.
Espera-se melhoraraproduçãode alimentos e a qualidade de vida dos beneficiários, por meio do acesso a
políticas públicas, pela inclusão digital o pelo domínio de novas tecnologias sociais.
Os bolsistas terão ampliado os conhecimentos sobre a água, o Bioma Cerrado e seus recursos e principais
fragilidades assim como as possibilidades de uso mais consciente e sustentável.
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XII. ORÇAMENTO DETALHADO
XII.1. Orçamento Geral:
Item Quantidade de meses/valor mensal total Valor (R$) Valor total (R$)
05 Bolsas EXP B 24 meses – 15.000,00 3.000,00/mês 360.000,00
20 Bolsas ITI B 24 meses – 3.220,00 161,00/mês 77.280,00
2 Bolsas ITI A 24 meses – 800,00 400,00/mês 19.200,00
14 Bolsas ATP B 24 meses - 5.600,00 400,00/mês 134.400,00
Total em Bolsas: 590.880,00
Combustível –
abastecimento de veículos
para equipe de campo,
ônibus e vans para
deslocamento de bolsistas
Ver detalhamento Diversos 26.598,00
Materiais de consumo tinta para impressoras, toner, flips chats (2) e
respectivo papel, pen drives, HD externo,
materiais de expediente, papel fotográfico,
Diversos 15.000,00
Materiais para apoio aos
projetos agroecológicos de
cursistas e experimentos
(consumo)
Arames e telas para cercas, sementes e mudas,
plástico para estufas, saquinhos para mudas,
Diversos 25.000,00
Materiais para o módulo
“água e cerrado” (consumo)
10 Kits de análise de água 680,00 6.800,00
Materiais para o módulo
“água e cerrado” (consumo)
10 Kits de análise de solo 800,00 8.000,00
Materiais para o módulo
“água e cerrado” (consumo)
materiais para as oficinas (experimentos) -
tarugos de nylon ou teflon, chapas de acrílico,
massa plástica, tintas, placas de madeira, caixas
de isopor.
Diversos 5.000,00
Material construção de 10
cisternas (consumo)
Ver orçamento detalhado abaixo 2.100,00 16.800,00
Total Consumo 103.198,00
Diárias para deslocamento
da equipe, de parceiros, de
palestrantes e motoristas
150 diárias –trabalhos decampo, motorista para
as visitas técnicas, participação em eventos
científicos. Parte da equipe não reside na região.
187,83 28.174,50
Pessoa Jurídica – serviços
de gráficas
Folders,banners,impressões de mapas,cartilhas,
outros
Diversos 30.000,00
Pessoa Jurídica – serviços
especializados de
informática
manutenção de equipamentos, assistência
técnica para sites.
Diversos 6.000,00
Pessoa Jurídica – serviço de
alimentação dos encontros
de final de semana
16 encontros do curso – alimentação para 50
jovens e equipe.
02 encontros com jovens dos 03 municípios – 80
jovens
38.000,00
Total Pessoa Jurídica 74.000,00
Passagens aéreas Participação em congressos e seminários dos
membros da equipe
6.000,00
Total de Custeio 211.372,50
Total Geral 802.252,50
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23
XXII.1.1. Detalhamento de uso de combustível:
Origem Destino Finalidade Quantida
de de
viagens
Km média
(ida e volta)
Km
total
Litros
de
combus
tível
quantos e
quem são os
participantes
Viagens realizadas com carros pequenos – predomina combustível gasolina, rendimento médiode 10Km/litro
Alto
Paraíso
Visitas preparatórias,de
pesquisae emtempode
férias
12 150 km 1.800 180 Equipe -1 a 4
pessoas
Alto
Paraíso
São João Visitaspreparatórias,de
pesquisae emtempode
férias
12 150 km 1.800 180 Equipe -1 a 4
pessoas
Alto
Paraíso
Colinas
do Sul
Aulas do curso na
comunidade e visitasde
supervisão de projetos.
03
viagens
semanais
– 60
semanas
150 km 27.000 2.700 Equipe -1 a 4
pessoas
Alto
Paraíso
São João Aulas do curso na
comunidade e visitasde
supervisão de projetos.
03
viagens
semanais
– 60
semanas
150 km 27.000 2.700 Equipe -1 a 4
pessoas
5.760 l
Preço Médio do
combustível R$ 3,50
(predomina gasolina)
Total R$ 20.160,00
Viagens realizadas com microônibus – predomínio do combustível diesel, rendimento médiode 05Km/litro
Comuni
dades A definir
Visitas de troca de
experiências
08
viagens
500 km 4.000 800 Jovens
cursistas - 15
a 25
Comuni
dades
Bona
Espero
02 Encontros dosjovens 6 viagens 150 km 900 450 Jovens de 3
municípios
Colinas
do Sul
Bona
Espero
Encontros mensais – 4
por semestre – 16
encontros em dois anos
16
viagens
120 km 1.920 384 Jovens de
Colinas do
Sul – 25
São
João
Bona
Espero
Encontros mensais – 4
por semestre – 16 em
dois anos
16
viagens
160 km 2.560 512 Jovens de
São João –
25
2.146
Preço do combustível –
diesel S10– R$ 3,00
3,00 x 2.146 Total R$ 6.438,00
CÁLCULO FINAL TOTAL
COMBUSTÍ-
VEL R$
26.598,00
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24
XII.1.2. Detalhamento da construção de Cisternas (fornecido pelo EstaçãoLuz):
N° Nome Quantidade
01 Malha pop14x14x4,2mm – 3X2M 11 unidades
02 Telade viveiro 01 rolo
03 Arame recozido 03 rolos
04 Areiamédialavadapeneirada 4m³
05 Brita mediaN1 01m³
06 Cimento 22 sacos
06 Vedacit18 litros 01 balde
07 Cano 50mm marrom SOLDAVEL 1 barra 6m
09 Joelho90° 40mm branco 04
10 Registrode esferade PVC50mm plásticomarron 02
11 Tê 50mm marrom 01
12 Flanger50mm marrom 01
13 Cano PVC100mm 8 BARRAS
14 Cap 100mm 06
15 Joelho90° 100mm 07
16 Joelho45° 100mm 04
17 Torneira¾ jardimPLASTICO 02
18 Luva 100mm 06
19 Adaptador75 x 100mm esgotobranco 04
20 Cap 50mm marrom 01
21 Tê 100 x 100 x 100 mm 04
22 Sombrite 30% 15 m
23 Cano PVC75 mm branco 01 metro
24 Vergalhão5/16 02 Barras
Valor aproximado: R$2.100,00
XII.2. Contrapartida do Centro UnB Cerrado:
Bolsa de Extensão e
Iniciação Científica Jr.
Valor Período Valor total Beneficiários
18 bolsas R$ 250,00 24 meses R$ 108.000,00 Estudantes do Ensino Básico –
cursistas
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Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros
UnB Cerrado
25
XII.3. Distribuição de bolsas:
EXP B Coordenador Geral Organização Geral de atividades e
cronogramas.
EXP B Coordenador Pedagógico Responsável pela elaboração de Planos de
Trabalhosdosbolsistascursistase organização
pedagógica das atividades.
EXP B Coordenador de Agroecologia Responsável pela orientação e
monitoramento de projetos e experimentos
de base agroecológica.
EXP B Coordenador de Educomunicação e Cidadania Responsável pelas atividades de sua área e
pelaformalizaçãodos projetos e certificações
dos cursos junto à UnB.
EXP B Coordenador de SAN Responsável pelas atividades de sua área e
acompanhamento de famílias em situação de
insegurança alimentar.
ITI A Estudantes de Graduação Acompanhamento dos projetos de
comunicação e agroecologia
ITI B Jovenscursandooensinomédioque participam
do curso
Cursistas
ATP B Jovens ou agricultores com experiência
exemplar em agroecologia ou liderança
comunitária que participam do curso
Cursistas e Monitores dos Projetos
XIII. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
Bolsas – valor mensal de R$ 24.620,00
Ano 2015 2016
Trimestres Jan-mar. Abril-jun. Jul-set. Out.- dez. Jan-mar. Abril-jun. Jul-set. Out.- dez. Totais
Material Consumo 5.000,00 5.000,00 5.000,00 15.000,00
Combustível 3.000,00 4.000,00 3.000,00 4.000,00 3.000,00 4.000,00 3.000,00 2.598,00 26.598,00
Custeio – apoio a
projetos
5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 25.000,00
Kits de análise de
água
6.800,00 6.800,00
Kits de análise de
solo
8.000,00 8.000,00
materiais para as
experimentos
2.000,00 2.000,00 2.000,00 6.000,00
Cisternas 8.400,00 8.400,00 16.800,00
Diárias 2.000,00 5.000,00 5.000,00 2.000,00 5.000,00 5.000,00 4.174,50 28.174,50
PJ - gráfica 3.000,00 3.000,00 10.000,00 3.000,00 11.000,00 30.000,00
PJ - manutenção 2.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 5.000,00
PJ –alimentação 3.000,00 8.000,00 4.000,00 4.000,00 3.000,00 8.000,00 4.000,00 4.000,00 38.000,00
Passagens aéreas 2.000,00 2.000,00 2.000,00 6.000,00
21.400,00 43.800,00 12.000,00 34.000,00 25.400,00 31.000,00 21.000,00 22.772,50 211.372,50
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Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros
UnB Cerrado
26
XIV. IDENTIFICAÇÃO DE TODOS OS PARTICIPANTES DO PROJETO
Nome Relação Institucional Função no Projeto/ área de
atuação
Currículo
Lattes
CPF
Nina Paula
Laranjeira
Professora Adjunta da UnB
- Centro UnB Cerrado
Coordenadora, extensionista,
pesquisadora/ educação
ambiental aplicada à cultura
da sustentabilidade
SIM 732.800.467-34
Lívia Penna Firme
Rodrigues
Professora Adjunta da UnB
- Centro UnB Cerrado e
Faculdade de Planaltina
Extensionista, pesquisadora/
educação nutricional, SAN.
SIM 23097078487
Carlos Salgado Membro Colaborador –
Centro UnB Cerrado
Extensionista, pesquisador/
agroecologia e SAN
SIM 11321059434
César Adriano de
Souza Barbosa
Membro Colaborador –
Centro UnB Cerrado
Extensionista,pesquisador/
agroecologia
SIM 26119503854
Eduardo
Monteiro Bentes
Professor Assistente da
UnB – Faculdade de
Comunicação
Extensionista, pesquisador/
comunicação
SIM 11253355134
Sandra de Fátima
Oliveira
Professora Adjunta IV da
Universidade Federal de
Goiás
Pesquisadora/Educação
ambiental aplicada à cultura
da sustentabilidade
SIM 33679096100
Mariana Crepaldi Colaboradora - Núcleo de
Estudos em Agricultura
Familiar - UFG
Extensionista, pesquisador/
Educação Ambiental/
agroecologia e SAN
SIM 19207455803
Cristiana
Chamberlain
Franco
Membro Colaborador –
Centro UnB Cerrado
Extensionista/comunicação SIM 58997962191
Amanda Ferreira
de Torres
Membro Colaborador –
Centro UnB Cerrado
Extensionista/ Educação
Ambiental aplicada à cultura
da sustentabilidade
SIM 90154924172
Nilcionir Costa
Ferreira Garcez
Membro Colaborador –
Centro UnB Cerrado
Extensionista/ Educação
Ambiental aplicada à cultura
da sustentabilidade
SIM 52467309134
Mieko Ferreira
Kanegae
Professora visitante -
Centro UnB Cerrado
Extensionista/ Cerrado uso e
conservação
SIM 84433922153
Valéria Regina
Bellotto
Professora Adjunta da UnB
- Centro UnB Cerrado e
Instituto de Química
Pesquisadora, extensionista/
Recursos hídricos: usos,
conservação e qualidade de
água.
SIM 12270546881
Maria Neuza da
Silva Oliveira
Pesquisadora do Programa
de Pós-Graduação em
Meio Ambiente e
Desenvolvimento Rural
(MADER) – UnB Planaltina
Pesquisadora, extensionista /
educação, extensão rural.
SIM 77006550149
Bruno Gonzaga
Agapito da Veiga
Professor IF Goiano Pesquisador, extensionista/
gestão de recursos hídricos,
educação ambiental
SIM 02221911717
XV. INFRA-ESTRUTURA DO CENTRO UNB CERRADO
O Centro UnB Cerrado conta hoje com pequena sede provisória, alugada na cidade de Alto Paraíso,
entretantoasobras da sede definitivaestãoemfase de conclusãoe dentrode 6 mesesestaremosinstalados
no novo espaço.
UniversidadedeBrasília –UnB
Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros
UnB Cerrado
27
Este espaçoé constituído por cerca de 1200 m2 de área construída e 47.000 m2 de área total,onde poderão
serimplantadas atividades de base agroecológicas correlacionadasàs atividadesdacozinhaescola, montada
em espaço do Centro UnB Cerrado especialmente planejado para esta função. O espaço conta ainda com
laboratório de informática, salas de aula, auditório e biblioteca. Também um laboratório de biologia onde
ocorrerão as aulas do curso de licenciatura a distância em ciências biológicas da UAB.
Contamos com uma caminhonete e um motorista para realização de atividades de campo.
O Centro UnB Cerrado admite membros colaboradores: pesquisadores e extensionistas de outras
instituições ou autônomos que queiram desenvolver seus trabalhos junto ao Centro. Assim, todos os
participantesque nãosejamservidoresdaUnBpoderão fazer parte formalmente deste projeto, de forma a
facilitar o acesso a esta estrutura.
Além disso, oferecemos:
 Experiênciacomjovensdesde 2011, desenvolvendometodologiade trabalhoparaformaçãoem
agroecologia,SAN e educomunicação;
 Professoresdoutores comexpertise em:cerrado,agroecologia,água,SAN,educaçãopara
sustentabilidade.
 Equipe comformação pedagógicacomjuventude,trabalhandojuntadesde 2011;
 Núcleode SAN – metodologiae expertise emSAN,relacionandoproduçãoagroecológicade
alimentos,sustentabilidade e SAN.Possibilidadede parceriacomjovensde AltoParaíso,criando
rede.
 Certificadode cursosde extensãoparaosparticipantes,pelaUnB;
 Equipamentos –notebooks,datashow,carro(umacaminhonete),equipamentoparaediçãode
vídeos,impressoraalasercolorida,câmarasfotográficas.
 20 bolsaspor 20 mesesparaestudantesdoensinomédio,novalorde R$ 250,00.

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Formação de jovens rurais em agroecologia na Chapada dos Veadeiros

  • 1. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 0 CHAMADA MCTI/MDA-INCRA/CNPq N° 19/2014 - FORTALECIMENTO DA JUVENTUDE RURAL PROJETO Agroecologia, inovação e sustentabilidade: ressignificando a relação do jovem com o campo PROPONENTE Profa. Dra. Nina Paula Laranjeira INSTITUIÇÃO EXECUTORA Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros - UnB Cerrado/UnB BRASÍLIA – NOVEMBRO/2014
  • 2. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 1 RESUMO O êxodo rural em sítios de produção da agricultura familiar e em projetos de assentamento da reforma agrária é parte importante dadinâmica fundiáriae populacional rural brasileira, com reflexos nas cidades e no campo. Por um lado diminuem os produtores na agricultura familiar e por outro aumentam os consumidores nas cidades. A faixa etária mais afetada são os jovens que saem em busca de um mundo “melhor” e quem sabe pode ajudar na melhoria da condição financeira da família que deixa para trás. Ressignificar,valorizar e revitalizar os laços afetivos dos jovens com o território em que vivem procurando dar sentido e importância a sua própria existência local é o perfil do trabalho que o Centro de Estudos do Cerrado na Chapada dos Veadeiros (Centro UnB Cerrado) vem realizando com os jovens no município de AltoParaíso de Goiás.No CentroUnB Cerradofuncionao Núcleode Segurança Alimentar e Nutricional, que desenvolve ostrabalhosde ensino,pesquisae extensão emSegurançaAlimentar e Nutricional, com foco na produção de alimentos de base agroecológica junto aos jovens e a produtores rurais. Diante da imensa importância da Chapada dos Veadeiros para o abastecimento dos mananciais das águas originárias no Planalto Central, pela biodiversidade e conservação, e mesmo para encontrar soluções de produçãoque diminuamoimpactoantrópico,o CentroUnB Cerradose propõe estenderaos assentamentos rurais dos municípios de Colinas do Sul e São João D’Aliança a metodologia de trabalho que sua equipe técnica já vem realizando com tecnologias de base agroecológica com a orientação para produção de auto sustentação e de geração de renda. A proposta se estrutura em ação integrada de ensino, pesquisa e assistência técnica e extensão rural, procurando atender as comunidades, através do envolvimento dos jovens com a realização de projetos produtivos inseridos nos sítios de produção familiares. Procura seguir uma linha pedagógica onde a autonomiagradativa,aexperimentaçãoinovadora capaz de superar dificuldades e a reconexão com a terra como meio de sobrevivência poderão despertar parte dos 50 jovens camponeses a resistirem no campo, querpelapermanênciaimediataviabilizandotecnologicamente e economicamente iniciativas já existentes, ou mesmose dedicandoaosestudosque possamampliarasustentabilidade de uma cultura agrária de base Agroecológica com o objetivo de retornar no futuro melhor preparado. O processo formativo em Agroecologia e Sustentabilidade terá a duração de dois anos, com carga horária total de 1000 horas,com atividadespresenciais - encontrosregionais,oficinas, visitas de intercâmbio; e em projetos a serem desenvolvidos em cada unidade familiar de produção, procurando integrá-los ao agroecossistema existente. Como orientação pedagógica, estaremos procurando trabalhar com o aprendizadoatravésdo“aprenderfazer,fazendo”,pelaação-reflexão-ação,que proporcionaodiálogoentre teoria, prática e conhecimentos já existentes. Destaque especialserá dado à formação em temáticas sobre as Águas e os Ecossistemas do Cerrado. Como forma de ampliar a interatividade e o aprendizado, estamos propondo trabalhar com ferramentas de comunicação, que utilizam a linguagem atualmente acessível e atrativa aos jovens para assim potencializarem seus estudos e pesquisas com a formatação de produtos midiáticos com conteúdos apreendidos no curso de Agroecologia e Sustentabilidade. Da mesma forma, a organização e participação social e o acesso a políticas públicas, estão em pauta na proposta apresentada.
  • 3. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 2 Outra grande contribuição deste projeto será para pesquisa científica aplicada, por meio da realização de experimentos, associados à resolução de problemas específicos dos sítios familiares de produção. Estas pesquisas darão maior segurança e estabilidade à economia rural, possibilitando novos avanços socioambientaisparaa região,viabilizadoscomestaorientaçãoparao processode Transição Agroecológica, em respeito ao meio ambiente Por fim,pelorespeito à importância dos títulos ambientais de Reserva da Biosfera do Cerrado, hot spot do Cerrado, da APA PousoAlto,e igualmentepelarede formadapelasinúmerasunidadesde conservaçãocomo o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, e diversas Reservas Particulares do Patrimônio Natural, o Centro UnB Cerrado se alinha com os princípios do Desenvolvimento Territorial com Base na Conservação propondoumaprodução alimentar combase na Agroecologia,que gere a segurança alimentar e nutricional necessária e que seja de menor impacto social e ambiental, contribuindo diretamente com a melhoria e manutenção do qualidade de vida das populações da Chapada dos Veadeiros. PALAVRAS-CHAVE: Juventude do Campo, Segurança Alimentar e Nutricional, Agroecologia, Sustentabilidade, Educomunicação, Organização e Participação Social. I. APRESENTAÇÃO O projetoaqui apresentadotemcomofoco a Juventude Rural de comunidades de trêsmunicípiosda Chapada dos Veadeiros: Alto Paraíso de Goiás, São João D´Aliança e Colinas do Sul. Pretende atuar relacionando três das linhas temáticas propostas neste edital, com foco central na linha “d”, tendo as linhas “e” e “f” como complementares, oferecendo suporte metodológico para a formação dos jovens, formação esta centrada em Agroecologia e Sustentabilidade. Linhas Temáticas: d) Agroecologiae Sustentabilidade na produção agrícola, pecuária, atividadespluriativase manejo de recursosnaturais nos assentamentosrurais, agricultura familiare comunidades tradicionais; e) Comunicação,ProjetosArtísticose Culturaisemcomunidadesde assentamentosrurais, agriculturafamiliare comunidadestradicionais; f) Uso de metodologiasparticipativasaplicadasàpesquisa,assistênciatécnicae extensãorural. Trata-se de proposta integrada de pesquisa, ensino e extensão a ser executada na região de abrangênciadoCentroUnB Cerrado:a Chapadados Veadeiros.SerádesenvolvidapeloNúcleo de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), criado por meio da chamada do CNPq nº 82/ 2013, no Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros – UnB Cerrado, espaço da Universidade de Brasília sediado em Alto Paraíso de Goiás. Objetiva-se com este projeto, dar continuidade ao trabalho realizado pelo Centro UnB Cerrado desde 2011, por meio do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, com jovens da cidade e do
  • 4. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 3 campo,agora fortalecido pelacriaçãodoNúcleode SAN (fevereiro/2014) e o aporte técnico-científico para a extensão inovadora. Da mesmaforma,este projetovemfortalecere consolidaro referido Núcleo, ampliando suas ações com jovens para mais dois municípios da Chapada dos Veadeiros: Colinas do Sul e São João D´Aliança. Ressalta-se a importância da formação em agroecologia e sustentabilidade para cerca de 50 jovens assentadosdosdoismunicípiosreferidos,assimcomoapossibilidadede reuni-los,trazendo também jovens de AltoParaíso, possibilitandointercâmbio e fortalecendo a identidade da juventude rural da Chapada dos Veadeiros. A propostaresponde aosanseiosdoColegiadoTerritorial doTerritórioda Cidadania da Chapada dos Veadeiros(TCCV),que é aformaçãopara jovensdaregiãoemAgroecologiae areconexãodajuventuderural com a vidano campo. Assim,naplenáriarealizadapeloTCCV nosdias 06 e 07 de novembro de 2014, em São João D´Aliança, o projeto foi aprovado e será apoiado e monitorado por este coletivo. Com este projeto,novopassoestásendodadoparaa consolidação dasaçõesde agroecologiae SAN, de fundamental importância para a sustentabilidade da região, para a conservação do Cerrado e para a qualidade de vida das populações do campo. Alémdametodologiaconsolidadaparao trabalhocom a juventude rural,oferecemos infraestrutura e equipe capacitadapara ações de pesquisa e extensão com juventude, SAN, agroecologia e comunicação. II. JUSTIFICATIVA A Chapada dos Veadeiros está localizada no ponto culminante do Planalto Central. É uma das microrregiõesde Goiás,pertencenteàmesorregião Norte Goiano. Integram a Microrregião da Chapada dos Veadeirososmunicípiosde: AltoParaísode Goiás, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás, totalizando uma área de 21.475,60 Km² de campos de altitude com belezas cênicas exuberantes e paisagens características, entre planaltos, vales, veredas de buritis, canyons, centenas de cachoeiras e nascentes, que valeram à Chapada dos Veadeiros o título de “Berço das águas do Brasil Central”. Pelas limitações do próprio relevo a região permanece parcialmente intacta com pouca ação antrópica. As formações vegetais presentes são de grande importância ecológica para o Bioma Cerrado, ocorrendo grandes endemismos representados nas diversas fitofisionomias ocorrentes como: campos limpos, campos sujos, campos ruprestes, campos úmidos, cerrado “sensu stricto”, cerradão, carrascos, matas mesofíticas e matas ciliares. Esta biodiversidade vegetal propiciou uma igualmente preciosa fauna interespecífica, também endêmica, à região que tem sido objeto de diversos estudos mais aprofundados. No coração da Chapadase localiza o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Criado em 1961, é ladeadoporimensasáreasde Cerradointactas,representandoomaiorblocode Cerradocontínuo do Estado de Goiás. Reconhecida a importância ambiental da região, foram criadas várias categorias de unidades de conservação. Além do Parque Nacional, estas unidades foram reconhecidas como Patrimônio Natural da Humanidade e conferido à região o título de Reserva da Biosfera do Cerrado, reconhecida e apoiada pela UNESCO, no ano 2000.
  • 5. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 4 Todas estas Unidades de Conservação têm como objetivo a preservação e o estudo científico do imenso e pouco conhecido patrimônio genético do Cerrado. Por outro lado, os municípios da região apresentam dificuldades para lidar com este potencial para gerar riqueza e qualidade de vida para a população.O Índice de DesenvolvimentoHumano (IDH) médio dos municípios da Chapada dos Veadeiros é 0,68. Algunsdosproblemasnaregiãojustificam esse índice, a saber: baixo nível de escolaridade, educação de baixa qualidade, alto desemprego, pouca oportunidade para jovens, flutuações sazonais de postos de trabalho em função do turismo (em alguns municípios). A populaçãototal da Chapadados Veadeirosé de 60.267 habitantes,dosquais 21.398 vivem na área rural, o que corresponde a 35,51% do total1 . Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Chapada dos Veadeiros possui 3.347 agricultores familiares, 1.412 famílias assentadas, 06 comunidades quilombolas e 01 terra indígena. Assim, não obstante os baixos índices socioeconômicos, a Chapadados Veadeirosguarda,alémde patrimônionatural, significativadiversidade cultural,decorrente de diferentes ondas históricas de ocupação da região. No entanto, grande parte da população local não tem oportunidades de formação adequada para associar aos seus saberes e fazeres tradicionais, os conhecimentos técnico-científicos necessários para a melhoria de suas iniciativas de trabalho, geração de renda e alimentação saudável, com base no aproveitamento sustentável das riquezas naturais da Chapada dos Veadeiros. Considerando a necessidade de conservação da região, é evidente então o papel da agricultura familiar, sobretudo com ênfase na produção agropecuária de base agroecológica, o que irá contribuir diretamente com a melhoria da qualidade de vida de sua população, ainda mantenedora de uma cultura rural fortemente adaptada às condições produtivas locais. A conservação desta sociodiversidade associada às riquezas naturais, em uma das últimas áreas remanescentes do Bioma Cerrado no Estado de Goiás, com foco no bem estar social, geração de renda, segurança alimentar e qualidade de vida é o objetivo maior do Centro UnB Cerrado, criado e instalado na cidade de Alto Paraíso de Goiás no início de 2011. Em 2011, o Centro UnB Cerrado passou a fazer parte do colegiado territorial do Território da CidadaniaChapadadosVeadeiros,e em2013 passoua fazerparte do NúcleoDiretivo,ocupandoasecretaria geral.Esta participaçãonospermitiuconhecerasquestõesregionaise entraremcontatocom lideranças dos assentamentos beneficiados nesta proposta. A experiência desses quase quatro anos de atuação formal do Centro UnB Cerrado mostra que a vocação da região é ainda rural e que há real potencial para que sua população diminua a condição de pobreza em que se encontra, sobretudo pela possibilidade de ampliação da produção com base agroecológica e melhoria da alimentação. As carências observadas em assentamentos da reforma agrária, sobretudo aquelas relacionadas à permanênciadojovem, sua profissionalização e a infraestrutura necessária para isso, motivam e orientam pragmaticamente esta proposta. Em ColinasdoSul vamos trabalhar com 04 assentamentos da Reforma Agrária. Dentre esses, 03 são mais recentes (cerca de 05 anos) – PA Boa Esperança (32 famílias), PA Córrego do Bonito (69 famílias), PA (1 Fonte: http://www.territoriosdacidadania.gov.br/)
  • 6. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 5 Terra Mãe (99 famílias).Paraestes sóagora os lotesestãosendooficialmentedemarcados e a previsão é de receberem o material para a construção das casas em 2015. O número de famílias está sendo revisto neste processo de demarcação de lotes e aprovação do PDA. Há poços furados nas áreas coletivas, mas tem funcionamentoprecário. As famílias criam as mais diversas soluções, alternativas, para obter água. Poucos produzem, mas não há números seguros. Para o PA Terra Mãe, o presidente da associação relata haver 18 agricultores com DAP provisória, mas poucos chegam a comercializar de forma substancial, dominando o plantio de subsistência. Não há luz, e o Programa Luz para Todos deve também contemplá-los no próximo ano. O quarto assentamento, Angico, já tem cerca de 15 anos de existência, com 20 famílias assentadas e por isso contam com casa, luz e água. Segundo o presidente da associação deste assentamento, cerca de 80% dosagricultorescontacom DAPdefinitiva,trabalhae vive daterra.Entre esses,08 comercializamparao PAA. Em São João D´Aliança o assentamento focal é o Mingau, o qual conta com 79 famílias, assentadas há 17 anos.Possuemáguae luz.De acordo com o presidente daassociação,cercade 40% das casas se utiliza de cisternas.Há algunspoçoscoletivose individuais, mas dois deles, construídos pelo INCRA, estão fora de uso por problemas diversos. Cerca de 30 famílias se beneficiam do Rio das Brancas, mas para as demais o acessoà água é maisdifícil,havendoaindafamíliascomdificuldade de acesso à água para plantio. A maioria plantae vive daterra,entretantoencontramdificuldadede comercializarpelafalta de transporte para levar para a Feira, que acontece aos domingos e quarta feiras, na cidade. Neste assentamento, o desafio é a transição agroecológica, pois de acordo com o presidente da associação, os que plantam sem o uso de agrotóxicos são em menor número. Entretanto, ele informa que a comunidade tem grande interesse na transiçãoagroecológicae na conservaçãoe reflorestamentosdasáreasde proteçãopermanente, sobretudo as nascentes. A permanênciadojovemnocampoé uma preocupaçãoconstante emtodas as comunidades citadas, que vêemseusfilhosevadindoembuscade uma vida melhor do que a que é atualmente oferecida a estes, na atual conjuntura. Após a conclusão do ensino médio a maioria migra para as cidades maiores, ou ainda durante o tempo de escola, vão para a cidade próxima. Não há dados sobre a real situação socioeconômica desses assentamentos e tampouco sobre a situaçãodos jovense osnúmerosdaevasão.Assim, olevantamentodessesdadosé objetivodestapesquisa, de forma a guiar a execução das ações de extensão. Observa-se,atualmente ampliaçãonaofertade políticas públicas para a agricultura familiar e para a juventude, porém, mesmo com a criação de estruturas administrativas, políticas e programas voltados especificamente à juventude rural ser um marco institucional de disputa política no Estado e ainda, com políticasdesenvolvidasparaa agriculturafamiliarque aumentamapossibilidade de permanência do jovem no campo, estudos mostram que os atuais programas federais são considerados insuficientes para uma transformação social significativa para atual situação da juventude rural (Barcelos, 2012)2 . O acessoa essaspolíticasnão é diretoe depende daorganização desses jovens e fortalecimento da identidadede agricultor, e da cultura do campo. A partir desse trabalho de fortalecimento da identidade e organização,deve surgira motivaçãonecessáriaà profissionalização, produção e desenvolvimento de suas 2 BARCELLOS, Sérgio Botton. As políticas públicas para a juventude rural: balanço, perspectivas e questões para o debate. 2012; Disponível em:<http://www.slideshare.net/sergiobbarcellos/as-politicas-publicas-para-a-juventude-rural-balanco-perspectivas-e- questoes-para-o-debate> Acesso: nov. 2013.
  • 7. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 6 comunidades.Paralelamente, a descoberta da agroecologia como a ciência do sujeito do campo, com suas tecnologias sociais voltadas para a saúde do solo e equilíbrio com a natureza, tem se mostrado capaz de reconstruir os vínculos com a terra e com a cultura do campo. A falta de acesso a tecnologias no campo é entendida por esta equipe como forte agravante para a evasão do jovem. Assim sendo, a proposta de trabalhar com comunicação e inclusão digital é vista neste projetocomofator importante paratrazera motivaçãoalmejada. Darvisibilidade àsvirtudes e às conquistas individuais e comunitárias, assim como a importância da agricultura familiar para nossa sociedade, tem se mostrado como instrumento importante, não só para motivar os jovens e os agricultores adultos, com também para melhorar gradativamente a segurança alimentar e nutricional nas cidades. Assim, a proposta é transversalizar o uso de formatos de mídia, procurando sempre que possível conjugar e articular diferentes modos de canalizar informação. Por exemplo, criação de conteúdos que poderãoserdistribuídosnão apenas de forma impressa, mas por meio de filmes, programas de web rádio, podcastveiculadasnainternetde formagratuitapermitindoofertacontínua de conteúdos e a promoção de pesquisas para a produção de novos conteúdos. A comunicaçãobaseadanosprincípiosda democratização,promoção da autonomia e emancipação, se materializaquandohácondiçõesde acessoàcomunicação, direitode todos.Issosignificanãosó acessar a informação e os bens culturais (midiatizados ou não), mas também o acesso à participação na criação e na gestão de conteúdos variados. É preciso promover a popularização do uso dos meios a partir da experiência aprendiz e diálogo interativo constante entre estudantes, educadores, pesquisadores e comunicólogos, entre outros profissionais. Segundo Caporal e Costabeber (2007)3 a Agroecologia pode ser a base para a mudança socioambiental gradativa. Deve ser compreendida como uma ciência que estabelece as bases para a construção de estilos de agriculturas sustentáveis e de estratégias de desenvolvimento rural sustentável. Pode ser entendida como um enfoque científico destinado a apoiar a transição dos atuais modelos de desenvolvimentorural e de agricultura convencionais para estilos de desenvolvimento rural e agriculturas sustentáveis. A partir de um enfoque sistêmico, adota o agroecossistema como unidade de análise, proporcionando as bases científicas para a transição das agriculturas. Na Agroecologia é central o conceito de transição agroecológica que ocorre através do tempo nas formas de manejo dos agroecossistemas. O enfoque da transição agroecológica é complexo, tanto sob o pontode vistatecnológico,comometodológicoe organizacional.SegundoGliessman(2000), apud Caporal e Costabeber (2007)4 , podemos distinguir três níveis fundamentais no processo de transição ou conversão para agroecossistemassustentáveis.Oprimeirodizrespeito ao incremento das práticas convencionais para reduzirouso e consumode insumosexternoscaros,escassose daninhosaomeioambiente.Osegundonível de transição se refere à substituição de insumos e práticas convencionais por práticas e insumos 3 CAPORAL, F. R. Agroecologia:alguns conceitos e princípios / por Francisco Roberto Caporal e José Antônio Costabeber; 24p. Brasília:MDA/SAF/DATER-IICA, 2007. 4 Conforme ainda Caporale Costabeber, 2007, agroecossistema é a unidade fundamental de estudo, nos qual os ciclos minerais, as transformações energéticas, os processos biológicos e as relaçõessócio-econômicas sãovistase analisadasem seu conjunto. Nesta perspectiva, parece evidente a necessidade de adotar-se um enfoque holísticoe sistêmico em todas as intervenções que visem transformar ecossistemas em agroecossistemas.
  • 8. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 7 alternativos. O terceiro e mais complexo nível da transição é representado pelo redesenho dos agroecossistemas, para que estes funcionem com base em novos conjuntos de processos ecológicos. Juntamente com a mudança do paradigma tecnológico relativo à melhoria e manutenção permanente dos sítios de produção de alimentos, com sua conversão para agroecossistemas de base agroecológica é preciso ampliar a capacidade de suporte ambiental. Esse direcionamento se faz necessário pelo constante crescimento da população e mesmo pelo enfrentamento das questões ambientais mais sérias: em uma dimensão externa a chegada da fronteira agrícola da soja e das estradas com seus impactos e riscos ambientais; e em uma dimensão interna tanto a prática descontrolada de se colocar fogo todos os anos sem o uso dos conhecimentos tradicionais de seu manejo, quanto a perda da fertilidade dos sítios de produção de alimentos cultivados e mesmo a criação extensiva de gado sem critérios técnicos de sustentabilidade. Principalmente as últimas têm contribuído fortemente comaexaustãodosrecursosambientaisdisponíveise perdadasegurançaalimentar tradicional. A necessidadede refertilização dos locais de plantio com metodologias e princípios agroecológicos de recuperação de solos degradados se faz necessária e urgente para que possamos conduzir a agricultura para patamaresmaissustentáveiscomamanutenção daagrobiodiversidadedossítiosde produçãopor mais tempo. Nomeiorural,a mudançaparcial dosistemade produçãotradicional familiar solidária, espontânea, para uma forma induzida pela agricultura convencional, vem ampliando a erosão genética das plantas cultivadas, com o abandono de sementes e técnicas ancestrais de manejo agrícola. Alguns anciãos sábios possuemaindaconhecimentos sobre as particularidades dos ecossistemas presentes no Cerrado, o que os levou a criarem um forte movimento de resistência pela manutenção de sua cultura. Algumas práticas culturais são mais fortes e constantes em uma parcela pequena de famílias e comunidades que ainda mantêm suas raízes vigorosas sustentando a cultura rural. Realizar a presente proposta significa contribuir com a formação de consciência crítica entre os jovenssobre procedimentosde base agroecológicade produção de alimentos, demonstrando a viabilidade prática de se permanecer em um mesmo sítio de produção com sustentabilidade tecnológica, ambiental e econômica. TransiçãoAgroecológicaé o caminhoparaa sustentabilidade nocampo,onde naturezae a cultura necessariamente necessitamde preservação,cuidadose ressignificação,processoque se dácom intensa participaçãosocial e parceriascom entidadese instituições. As atividades de pesquisa e extensão aqui propostas incluem a área de planejamento, execução e monitoramentode projetos direcionados à agroecologia, segurança alimentar e nutricional e à geração de renda.Estaremosiniciandoaconstruçãode metodologiase geraçãode conhecimentos que com o tempo se transformam em tecnologias sociais de largo uso com autonomia e sustentabilidade. Por último, é importante tratarmos da escolha do formato do curso proposto. A experiência desta equipe,que temconvividocomascomunidadesdaChapadadosVeadeiros de formaintensa,especialmente com os jovens, mostra que o formato de curso técnico para esta faixa etária é inadequado, pois estão cursando o ensino básico, o que não permite que se utilize a pedagogia da alternância. A vantagem apresentada pela ação proposta é a possibilidade do intenso convívio da equipe com as comunidades, considerandoque amaiorparte da equipe vivenaregião,oque possibilitaaçãointensivajuntoao jovem e à comunidade.Operfil docursooferecido temcomofocoa Agroecologia,e amplia seus conteúdos para levar
  • 9. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 8 o jovem a analisar sua realidade e buscar alternativas para transformá-la, usando ferramentas como a comunicação,organização,participaçãoe controle social.Destaforma,encontramosdificuldadesemrealizar parcerias com o ensino formal, para certificação como curso técnico. As instituições que oferecem curso técnico têm seus cursos já definidos, cujo formato difere da proposta aqui apresentada. Neste caso, a certificaçãoimplicariaemcriaçãode novocurso porestasinstituições, o que demanda tempo, o que não se justifica já que esta é uma demanda pontual. III. CONTEXTO E HISTÓRICO DA PESQUISA E EXTENSÃO A ação formativavoltadaaosjovenscomeçouem2011, com a execuçãodo PROJETO “Estruturação e Implantação deCentrosdePesquisa e Extensão na Universidade de Brasília e no Distrito Federal”, cuja Meta 4, intitulada “Estruturação e Implantação do Centro de Estudos Avançados do Cerrado da UnB, na Chapada dos Veadeiros”,contemplaeste Centrode Estudos.Tal projetodisponibilizou80bolsasde iniciaçãocientífica e extensãojúnior,peloperíodode doisanos. Em2013, executadasessasmetas,aMeta 3 do mesmoProjeto, cedeunovasbolsas,que aindaestãoemfase de execução e sãoofertadascomocontrapartidaneste projeto. Em 2011 foi criado o Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, a fim de oferecer atividadesde pesquisae extensão para bolsistas juniores e ainda formação complementar, sob a forma de cursos de extensão. Observou-se a baixa qualidade do ensino local e a falta de preparo dos bolsistas para realizar as atividades propostas pelos projetos dos professores, e por isso necessitavam de contato mais prolongado e complementação de estudos, a fim de poderem participar dos projetos. Naquele anode 2011, foram entãoofertadosos Cursos de Extensão para capacitar de forma técnica e profissional os jovens, na cidade e em áreas rurais, além da participação dos bolsistas nos projetos de pesquisa e extensão coordenados pelos professores da UnB. Nas áreas rurais os cursos foram de Agroecologia, com carga horária de 200 horas. A experiência de 2011 nas áreas rurais, apesar de algumas resistências iniciais dos jovens, obteve grande sucesso,sobretudo pela investigação realizada por estes sobre suas comunidades, que resultou na publicação de cartilhas em 2012. Cada cartilha serviu para produzir conhecimentos e disseminá-lo para a comunidade de forma a resgatar parte da sua cultura. A atividade dos jovens consistiu no levantamento, pelos próprios bolsistas, de diversos aspectos das comunidades envolvidas, como forma de valorização e consolidação da identidade de cada uma. (Cartilhas - Laranjeira et al (org.), 2012 a, b e c)5 . Em 2013, nas áreas rurais, passamos a trabalhar com projetos individuais participando de forma maisdiretana formaçãodos jovens.Cadaumdelescomeçouumaatividade produtivade base agroecológica na propriedade de suafamília,coma participaçãodosfamiliaresnosprojetos,recebendo orientações sobre segurança alimentar e diversificação da produção. Além disso, houve grande troca de experiências entre membrosdaequipe e agricultores,sobre questões práticasdo uso de bases agroecológicas na agropecuária desenvolvida nas unidades de produção familiar. 5 LARANJEIRA, N.P.;GASPARINI, C.B.;Câmara, C.B. (org.). Assentamento Sílvio Rodrigues& Cidade da Fraternidade, Alto Paraíso de Goiás. Brasília:UnB, 2012. Coleção Riquezas da Cha pada dos Veadeiros. V. 1. 31 p. (Cartilha) LARANJEIRA, N.P.;GASPARINI, C.B.;BERNARDES, S.;(org.). Comunidade doSertão, AltoParaíso de Goiás. Brasília:UnB, 2012. Col eção Riquezas da Chapada dos Veadeiros. V. 2. 36 p. (Cartilha) LARANJEIRA, N.P.;MEIRELES, C. da C.;GASPARINI, C.B. (org.). Povoado doMoinho, AltoParaísode Goiás. Brasília:UnB, 2012. Coleção Riquezas da Chapada dos Veadeiros. V.3. 23 p. (Cartilha)
  • 10. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 9 Outro enfoque foi dado na cidade, onde um grupo de bolsistas realizou pesquisa em quintais dos principais bairros, concluindo que o cultivo de frutas, hortaliças e outros alimentos ainda é uma realidade comum na cidade, mas que poderia ser incrementada. O Programa de Bolsas para o Ensino Básico do Centro UnB Cerrado em 2014 foi incorporado ao Núcleo de SAN (Chamada CNPq nº 82/2103) e pretende-se dar continuidade a este, agora por meio desta proposta, estendendo para outros municípios. Neste Núcleo, priorizamos a segurança alimentar e a valorização do agricultor como um dos protagonistas da saúde da população e do serviço prestado na conservação do cerrado e das águas, contribuindo com a sustentabilidade ambiental regional. Apoiamos o planejamento para transição agroecológica e sustentabilidade dos sítios de produção de base agroecológica, com a ampliação da biodiversidade agroalimentar e a produção orgânica de base agroecológica, envolvendo os jovens e suas famílias. Assim, a valorização do campo como base para a qualidade de vida e saúde e a harmonização da relação campo-cidade são afirmados como eixos de nossa proposta requerendo um trabalho educativo contínuo, em diversos níveis da sociedade. A valorização e ampliação da produção agrícola de base agroecológica de alimentos, requer várias vertentes de atuação, desde a formação de jovens e agricultores para produção e venda desses produtos, nos mercadoslocaise institucionais; como a sensibilização e informação da população sobre a importância do fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica, disseminando informações sobre o valor nutricional e preparação desses alimentos. O ProjetoCozinhaEscolade AltoParaíso,desenvolvidonoNúcleo,contribui narealizaçãode oficinas de educação alimentar e ambiental e visam preparar a população para a valorização e consumo dos alimentos de origem agroecológica, cuja experiência realizada será multiplicada nos assentamentos de Colinas do Sul e São João D´Aliança. Está tambémemexecução oProjetode Extensãoe Ação Continuada (PEAC) intitulado Alimentação Sustentável: Nutrição e Educação, que desde 2011 tem atuado com atividades integradas de Educação Ambiental e Nutricional,e que realizouinúmerasoficinas,comacomunidade e com os jovens bolsistas, nas áreas urbanase rurais. Este projeto produziu um Guia de Alimentação Saudável e Sustentável para Escolas (RODRIGUES, 2011)6 , que foi distribuído no Encontro de Merendeiras (coorganizado pelo Centro UnB Cerrado, em 2012) e também nas escolas locais, com o objetivo de difundir técnicas pedagógicas para a prática da educação alimentar e propor a utilização de receitas de fácil execução e de boa aceitação. Foi realizada pesquisa sobre SAN com pessoas da cidade e das áreas rurais do município de Alto Paraíso de Goiás. Verificou-se que em 44% dos domicílios houve garantia de acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequados, estando tais famílias em Segurança Alimentar, mas em 32% das residências, detectou-se Insegurança Alimentar Leve e em 24% dos domicílios, insegurança alimentar de moderadaa grave.Os resultadosencontradosmostramque osgraus de Segurança e Insegurança Alimentar estão abaixo da média estadual (Goiás) e da nacional, o que pode estar relacionado às condições sócio econômicas do município. Outro aspecto relevante encontrado foi que, embora grande parte das famílias 6 RODRIGUES, L.P.F. Guiade Promoçãoda Alimentação Saudável e Sustentável para Escolas. Bra sília: Universidade de Brasília, Decanato de Extensão, 2011. 44p.
  • 11. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 10 possuahorta (emquintaisou no campo), os moradores não consomem regularmente o que é produzido, o que reforça o padrão de consumo do tipo urbano (CARVALHO et al, 2012)7 . Estes resultados motivaram estender a pesquisa de SAN com a população urbana e rural do município de Colinas do Sul, que será realizada no ano de 2015, como meta do Núcleo de SAN. A parceriaentre UnB Cerradoe a CooperFrutosdo Paraíso vemse estreitando,sobretudoapartirde 2012, com o objetivode valorizar a agricultura familiar de base agroecológica e incentivar a reprodução de sementes de variedades crioulasdaregião. Pormeio dessa parceria, tem sido realizada anualmente, desde 2011, a Feira de Sementes e Mudas da Chapada dos Veadeiros, onde são mostradas, comercializadas, doadas e/outrocadas sementese mudasdocerradoe agroecológicas,abrindoodiálogosobre osmétodose a necessidade de conservação das mesmas para as práticas de uma agropecuária de base agroecológica na região. A Cooper Frutos do Paraíso atua em cinco dos oito municípios da região, entre eles os três municípios focais deste trabalho, orientando e intermediando a comercialização da produção dos agricultores junto aos programas de compras governamentais, PAA e PNAE. Desta forma, o Núcleo de SAN sente-se preparado para ampliar suas ações para o contexto de Assentamentos da Reforma Agrária de outros municípios da Chapada dos Veadeiros. IV. PROBLEMA A SER ABORDADO A manutenção da população jovem no campo tem sido o foco das atenções deste Centro nas áreas rurais em várias de suas ações. Essa permanência passa pelo protagonismo dos produtores jovens, pela valorização e ressignificação da cultura rural e pela geração de renda suficiente para mudar a realidade de vida, com base na geração e adoção de tecnologias sociais apropriadas, que é parte do universo do jovem camponês. A busca constante pela autonomia da propriedade rural é o grande desafio a ser enfrentado pelas famílias,que se ressentem da falta de assistência técnica e de orientação para acesso às políticas públicas. Neste contexto, o jovem tem dificuldade de se posicionar, de encontrar seu espaço como agricultor. A adolescênciarepresenta momento de dúvida, e a orientação vinda de fora, por meio de formação técnica, pode despertar no jovem a motivação para a profissionalização em áreas de conhecimento agroecológico. Isso tem nos levado a orientar a inserção dos projetos dos jovens no sítio de produção como um todo, procurando estabelecer sinergia entre os processos agroecológicos preexistentes e desses com os novos processos preconizados pelos produtores jovens do Programa de Bolsas. Dessa forma estabelece-se também maior interatividade entre os familiares, que se descobrem como parte de uma atividade única, o “sitio de produção”, onde o projeto proposto pelo jovem é apenas o focoinicial daprática extensionista.Daípor diante o espaço doméstico e peridoméstico se confundem e se integramcomo restante do sítiode produção,ampliandoaspossibilidadesde relacionamentodosuniversos de vida feminino e masculino em um processo de ajustamento, resultando relações de gênero mais 7 CARVALHO, R.C.; OTANÁSIO, P. N.; MACIEL, A.N.; ROQUE-SPECHT, V.F.; NARDOTO, G.B.; RODRIGUES, L.P.F. Lev antamento do grau de insegurança alimentar e dos recursos alimentares disponív eis no município de Alto Paraíso de Goiás. In: 18o Congresso de Iniciação Científ ica da UnB - UnB 50 anos: Pesquisa e Inov ação, 2012, Brasília. Programação de 18o Congresso de Iniciação Científ ica da UnB - UnB 50 anos: Pesquisa e Inov ação. Brasília: UnB, 2012. v . 1. p. 92-92.
  • 12. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 11 equânimes. Quando essa dinâmica se instaura, a verdadeira identidade da agricultura em família pode ser reestabelecidae istoé pontorelevante destapesquisa: a perda, de forma acelerada, da identidade cultural das populações do campo e do sentido da agricultura familiar. Acreditamos, e isso será testado nesta pesquisa, que o trabalho integrado comunidade-família- jovemé capaz de tornar maiságil e eficienteoprocesso de despertar e fortalecer a identidade dos sujeitos do campo, e a relação de pertencimento ao ambiente e à cultura do campo. A revitalizaçãoe aressignificação da cultura do campo fazem parte dos objetivos desta proposta. A valorização do campo como base para a qualidade de vida e saúde, e a harmonização da relação campo- cidade são eixos importantes. Por isso, requerem trabalho educativo contínuo, em diversos níveis da sociedade. Outra questãoimportante aserenfrentadaneste contexto,e que afastao jovem do ambiente rural, é a falta d´água, enfrentada por muitas famílias nos assentamentos estudados. O direito à água potável é básico para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento dos agroecossistemas de produção de alimentos. Em maior ou menos grau, todos os assentamentos tem dificuldade de acesso a água suficiente para produção. Em três dosassentamentosde ColinasdoSul – PA´s Boa Esperança, Córrego do Bonito e Terra Mãe - a questãoé mais complexa, pois a maioria dos assentados não recebeu ainda material para construção das casas definitivas e encontra-seem habitações improvisadas, como acampamentos. Também não há luz nas unidades familiares e somente alguns conseguem obter água de nascentes ou córregos vizinhos. Esses assentamentopossuem, emsuasáreascoletivas,poçosfuradospelaFUNASA,entretanto o INCRA não criou a estrutura para a distribuição de água e os poços não estão sendo usados. Os PA´s Angico em Colinas do Sul e Mingau em São João D´Aliança já são regularizados, contando com luze água encanada.Nestes,amaior parte dosagricultorestem DAP definitiva. Entretanto, há famílias que têm dificuldade com a água para plantio. Desta forma, a precariedade em que vivem muitas famílias nos impõe ser parceiros no enfrentamentodessasquestõesde forma clara, lúcida. O jovem deve conhecer os mecanismos de acesso a seusdireitose aprenderabuscaralternativasdentro deste contexto, não só por meio de políticas públicas, como também pelo desenvolvimento de tecnologias sociais inovadoras. Para tanto, devem pesquisar alternativas agroecológicas para a produção, e trocar experiências com demais agricultores. Resumidamente, o problema a ser enfrentado é de como acender entre os jovens o desejo e a firmeza de permanecer no campo, como profissionais da agricultura, mas também como agentes de transformaçãodas condiçõesemque vivemhoje.Acreditamosque issopossase dar por meio da tomada de consciência do potencial de sua identidade de sujeito do campo, da possibilidade de acesso à políticas públicas e do desenvolvimento de tecnologias sociais de base agroecológica, abrindo novos horizontes profissionais, que sejam motivo de orgulho para a juventude rural.
  • 13. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 12 V. OBJETIVOS IV.1. Objetivo Geral Estimular a permanência do jovem no campo a partir de processo formativo em Agroecologia e Sustentabilidade envolvendo as respectivas comunidades. IV.2. Objetivos Específicos 1. Formar 50 jovens, em Agroecologia e Sustentabilidade, por meio de curso profissionalizante; 2. Realizar pesquisas socioambientais e socioeconômicas nos assentamentos atendidos; 3. Identificar, gerar e difundir práticas inovadoras e tecnologias sociais de base agroecológica, viabilizando a estabilidade de agroecossistemas; 4. Promover, de forma integrada, o resgate cultural, a segurança alimentar e nutricional, o acesso a políticas públicas e o manejo para a conservação ambiental; 5. Correlacionar conhecimentos sobre água e cerrado de forma a promover a conservação do patrimônio ambiental; 6. Fortalecer a identidade e autonomia do jovem, enquanto sujeito do campo, e sua capacidade de organização e participação social, despertando o sentimento de pertencimento ao lugar e à região da Chapada dos Veadeiros; 7. Contribuir para a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores e dispositivos móveis,introduzindo os jovens no uso dos recursos tecnológicos básicos e na geração de produtos diversos da comunicação. V. METAS:  Trabalhar com 50 jovens do campo, durante dois anos, em processo formativo com base em Agroecologia,SAN,conservaçãodoambiente(cerradoe água),sustentabilidade,comunicação, ética e cidadania;  Realizar20 oficinasde Educação Alimentare Nutricional com ascomunidadesenvolvidas,de formaa melhorar a segurança alimentar e nutricional das comunidades;  Produzir15 diferentesprodutosde educomunicação(chamadasde rádio,cartilha,folders,blog,etc.) junto com esses jovens, sobre as temáticas do projeto;  Desenvolver e difundir 10 experimentos inovadores de agroecologia junto com os jovens;  Divulgar os diversos usos dos frutos do cerrado de forma a melhorar a alimentação, tendo como base a coleta sustentável e o respeito pela biodiversidade do cerrado;  Realizar 02 encontros de jovens do Núcleo de SAN do Centro UnB Cerrado. VI. INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO  Nº de famílias envolvidas nas diversas ações;  Projetos agroecológicos e experimentos desenvolvidos pelos jovens;  Produção dos jovens para a divulgação da agricultura familiar, da produção agroecológica e da alimentação sustentável;  Melhoria na alimentação das famílias envolvidas, a partir do aumento do consumo de alimentos regionais e menos industrializados;
  • 14. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 13  Outros indicadores a serem construídos junto com os diversos grupos envolvidos e também pela equipe de pesquisadores. VII. METODOLOGIA VII.1. Aspectos Gerais da Pesquisa e do Curso A abordagem do projeto é transdisciplinar e utiliza-se de metodologias amparadas nos seguintes pilares:  Promoção da melhoria da vida no meio rural de forma participativa, multidisciplinar e interdisciplinar;  Respeito às especificidades e particularidades culturais, promovendo a equidade de gênero, geracional, racial, étnica e religiosa;  Princípios e fundamentos da agroecologia com foco na segurança alimentar e nutricional, e na geração de renda, com garantia da qualidade de vida;  Apoio no acesso ás políticas públicas, com acompanhamento continuado e individualizado, para a introdução e/ou resgate de tecnologias apropriadas para cada família;  Respeito ao meio ambiente e seus recursos com foco no uso consciente e sustentável e na conservação. O Centro UnB Cerrado considera e valoriza a perspectiva de gênero, em todas suas instâncias técnicas e administrativas,circunscrevendoasatividadesdasmulheres, em que são reveladas as formas ancestrais de colheita e beneficiamento tradicional dos produtos oriundos da flora, com o estudo da relação trabalho/produto/matéria-primajuntamente comaprodução doconhecimentoetnobotânico e a circulação dos recursos genéticos. A metodologiaparticipativanaabordageminterdisciplinarnão abre espaço para verdades absolutas, únicas e singulares.Possibilitaverapluralidade,asdiferençase particularidades de cada realidade, dos diferentes olhares, por meio dos quais o debate é possível. O processo de trocas é certo, e a busca do consenso, o motivo do diálogo na construção coletiva – participativa. Destaforma,empreenderprojetossocioambientaiscomintencionalidades que partem de uma perspectiva coletiva/participativapossibilitaoexercíciodaautonomiae o reconhecimentoda alteridade, premissas que conduzema umaresponsabilidade,aumcompromissoéticoe de governança entre todos os envolvidos em alcançar determinados objetivos. Alémdisso,nasaulas,sempre que possível,seráprivilegiado o formato de oficinas, pois entendemos que a prática é a melhor forma de transformar hábitos e realidades, internalizando novos saberes e fazeres. A prática traz emsi a possibilidadedareflexãoque dialogacoma teoriae com os saberes disponíveis entre os educandos. A partir daí, abre-se a possibilidade da construção de novos conhecimentos, adequados às transformações necessárias identificadas no processo prático de aprendizagem. As horas indiretas serão executadas pelos jovens individualmente ou em grupo. As atividades de agroecologiaserãoacompanhadaspeloprofessor,que visitaráregularmenteasunidadesfamiliarese poderá proporpráticas empequenosgrupos,reunindo jovens vizinhos e seus familiares. Estas visitas são de suma
  • 15. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 14 importância para o envolvimento da família e a integração da ação do jovem com o projeto de produção familiar. Como o foco do curso é a agroecologia, os projetos relacionados à produção familiar de base agroecológica são obrigatórios. Os jovens serão encorajados e apoiados para realizar experimentos agroecológicos. A resolução de problemas com base em metodologias e experimentos científicos será adotada como método para resgatar a dimensão “agricultor-pesquisador”. Uma vez que, estas comunidades constroem seu “modo de vida” com base numa relação íntima, de dependência da natureza e conhecimento profundo sobre os seus ciclos naturais, elas desenvolvem estratégias de manejo dos recursos naturais, sendo todo esse conhecimento transferido de geração em geração, com as pessoas mais velhas exercendo papel central na transmissão de valores e práticas. Diante disso, propõe-se, em consonância com os princípios político-pedagógicos do PRONERA (pág. 18)8 , uma abordagem para a realização de formação e extensão que possibilite: conhecer o contexto local; construir e manter espaços de diálogos entre os produtores e jovens e destes com a equipe de extensão; compreenderalinguagem/visãosobre aprópriarealidade;realizaroexercícioda escuta sensível a cerca das mais diversas questões ligadas a tal realidade; estimular reflexões destes sobre seus modos de vida no contexto produtivo e, sobretudo, trabalhar no fortalecimento dos grupos, por meio do aporte de informações sobre os objetivos que se pretende alcançar, motivando-os para o desenvolvimento de suas potencialidades. A pesquisadesenvolvidaparalelamenteaoprocessoformativodosjovenstem como base a pesquisa-ação e como princípioepistemológico a transdisciplinaridade, pois lida diretamente com a realidade, para buscar nestaos elementosque propiciemastransformaçõesnecessárias,identificadaspelos próprios atores locais. A pesquisa-ação,que fazparte dametodologia do projeto, foi desenvolvida por Michel Thiollent (2002)9 , e supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, dentre outros, podendo o pesquisador respondercommaioreficiênciaaosproblemase situaçõesabordadas.Confere um caráter transformador às situações, facilita a busca de soluções, pois permite ao pesquisador ficar atento às exigências teóricas e práticas para equacionar os problemas relevantes, dentro de uma situação social. Entre as diversasdefiniçõespossíveis,daremosaseguinte:apesquisa-açãoé umtipode pesquisasocial com base empíricaque é concebidae realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual, os pesquisadores e os participantes representativos, da situação ou do problema, estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2002, p.14). A pesquisa-ação permite o acompanhamento e avaliação dos problemas encontrados investigando uma iniciativa coletiva de forma participativa. 8 THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2002, 107p. 9 BRASIL, PRONERA: Manual de Operações. Brasília: MDA/INCRA. Portaria INCRA nº 282, 26 de abril de 2004.
  • 16. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 15 VII.2. Processo Formativo O Curso será destinado a jovens de assentamentos rurais dos municípios de Colinas do Sul e São João D´Aliança.O cursoofereceráaulase oficinaspresenciase paralelamenteatividades individuais ou em grupo em suas comunidades, cumprindo horas indiretas. Esta organização está dentro do espírito proposto pelo PRONERA e denominado de “tempo escola” e “tempocomunidade”.Nestecasoespecífico,emque osparticipantesestão cursando o ensino básico, estes doismomentosintercalam-se no cotidiano dos educandos, que não podem se afastar por períodos longos, pois tem que comparecer à escola durante quase todo o ano. Pretende-se trabalhar com cerca de 25 jovens de cada um dos municípios. A experiênciadestaequipetemmostradoque trabalharsomente com o jovem, sem envolver o restante da comunidade, não traz o comprometimento necessário da família no apoio às ações que o jovem precisa desenvolver.Issofragilizaovínculoda iniciativadojovemcomasatividadesdaunidade familiar,dificultando sua integraçãonocontextoprodutivofamiliar.Naverdade,nestesassentamentos,a situação da família é na maioria das vezes muito frágil, por uma série de problemas colocados anteriormente. A própria família necessita de apoio e orientação, quer seja sobre agroecologia ou sobre acesso a mercados ou melhoria da segurança alimentar. Por isso,ocurso estáplanejadoparaoferecerparte das aulasdentroda própriacomunidade (alémde outros espaços),incluindo reuniõescoma comunidade e promovendoseuenvolvimentono processo. Desta forma, o processoformativoestende-se tambémàsfamílias.Oacompanhamentodosprojetospelos professoresvai procurar reunir pessoas da comunidade, que devem acompanhar experimentos agroecológicos e a implantação de outras tecnologias. O processoformativo oferecidoaosjovensé compostode horaspresenciaise horasindiretas,nasquais eles devemdesenvolverpesquisasagroecológicasemsuasunidades familiares, com suas respectivas famílias, e realizar eventos e encontros para discussão de temas de seu interesse. No trabalhocomjovensdesenvolvidopeloNúcleode SAN a comunicação tem sido importante instrumento para o envolvimento e motivação, além de proporcionar a inclusão digital. A Educomunicação é definida como “um conjuntode açõesdestinadasaintegraras práticaseducativasaoestudosistemáticodossistemas de comunicação,[...] criare fortalecerecossistemascomunicativosabertos,dialógicose criativosemespaços educativosquebrandoahierarquianadistribuiçãodosaber,justamente pelo reconhecimento de que todas as pessoasenvolvidasnofluxode informaçãosãoprodutorasde culturae melhoraro coeficiente expressivo e comunicativo das ações educativas." 10 Neste contexto,aspossibilidadesde usodasmídiascomoforma de afirmara identidadedojovemdo campo são muitas: o uso da fotografia para retratar a realidade, trazendo olhar mais crítico e inovador para as questõescotidianas; a criação de web rádio que permite dar voz ao jovem permitindo que este exerça sua cidadania;a difusãodoconhecimentoconstruídopelosjovens emformatosvariados(blogs,cartilhas,textos, vídeos, áudios). Essas ferramentas possibilitam ressignificar os movimentos comunicativos inspirados na linguagemdomercadodaprodução de bensculturais,masque vãose resolvernoâmbitodaeducaçãocomo 10 SOARES, I. O.. Mas, afinal, o que é Educomunicação? Universidade de São Paulo Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo. 1996. Disponível em:http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/27.pdf. Acesso em 5/11/2014.
  • 17. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 16 uma das formas de reprodução de organização de poder da comunidade, como um lugar de cidadania, aquele índice do qual emergem nas esteticidades e eticidades (modos de perceber e estar no mundo).11 Buscamosdessamaneira,promoveraexpressãocomunicativadosjovens permitindo o acesso democrático à produção e difusãode informaçõese facilitaroprocesso ensino-aprendizagem através do uso das mídias, partindo do pressuposto de que se aprende não só nas instituições por meio de uma educação formal . Observa-se que a linguagem das tecnologias de comunicação está presente no cotidiano dos jovens, nos relacionamentos sociais e nas práticas comunicativas comunitárias. Algumas ferramentas de pesquisa serão utilizadas, trazendo subsídios ao processo formativo, e buscando elementos para que as ações de extensão tenham maior efetividade. 1. Diagnóstico socioeconômico e socioambiental das famílias incluindo produção e sistemas produtivos, saúde, alimentação (SAN), saneamento básico, esgotamento sanitário, preservação ambiental, educação, consumo, entre outras. Realizadopormeiode questionárioscomasfamíliasenvolvidas,caracterizandosuasituaçãoinicial e gerando indicadores de monitoramento e avaliação. 2. Caracterização das Unidades de Produção Familiar de base agroecológica, por meio de registros fotográficos, construção de croquis, relatórios de campo e registro das coordenadas com uso de GPS. Levantamento feito pelos estudantes, como parte do processo formativo, orientado pelos professores. 3. Interaçãocom os moradoresemcircunstânciasespeciaise eventosorganizadospelas comunidades. 4. Mobilizaçãoe organizaçãosocial e comunitária,fortalecendoasredessociaisexistentes,propiciando equilíbrio,desenvolvimento,confiançasocial,tendo como ponto de partida a realização de oficinas educativas, onde o “aprender fazendo” seja um elemento facilitador para desenvolver potencialidades, atitudes cooperativas e fortalecimento do capital social; 5. Mapeamentoagroambiental participativo, por intermédio de mapa falado, visando a investigação, monitoramento,avaliaçãoe planejamentode ações, em processo de construção participativa onde um mapa temáticoe as discussõesagregadasaele fornecerãodadossobre aqualidade ambiental da área, auxiliando na identificação e localização de elementos naturais e/ou antrópicos. Os itens 3, 4 e 5 são efetivados junto às comunidades em reuniões periódicas, como parte da formação dos estudantes. O curso será baseado em vivências, oficinas e debates. Estão em pauta, as formas de se relacionar com o meioonde viveme osproblemasenfrentadosnocotidiano,favorecendoabusca de alternativas construídas coletivamente. Atua-se desta forma, no sentido de transformação de um ser humano sujeitado, alienado, emum ser humanoativo,sujeitode suahistóriae de seuprocesso,parao embasamentode umageração de jovens autônomos e críticos, com capacidade de intervir na vida cotidiana em todos os seus âmbitos. A relação do Curso com a comunidade e o Processo Seletivo: A relação com as lideranças das associações dos assentamentos foi iniciada na elaboração deste projeto, quando se dispuseram a mobilizar seus associados no momento da execução. Foi com eles pactuada a construção coletiva da dinâmica do curso e o desenvolvimento de tecnologias apropriadas. 11SCHAUN, Angela. Educomunicação: reflexões e princípios, RJ:Mauad, 2002, 128p.
  • 18. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 17 Uma vez aprovada esta proposta, durante o mês de fevereiro, em etapa preparatória para o curso, serão realizadas reuniões com as comunidades, no formato de oficina, com o objetivo de ouvir as famílias cujos jovenstêm interesse em participar do curso e demais interessados. Nessas oficinas são colhidos subsídios para a montagem do cronograma de aulas e suas temáticas. O olhar da comunidade sobre seu ambiente, seus sonhos e desafios a serem enfrentados trarão elementos para o trabalho com os jovens. Desta forma ficaestabelecido odiálogocomas famílias,elementoimportantenoprocesso formativo. Espera-se também construircritériosde seleçãoe avaliaçãojuntocoma comunidade. Condição para a participação do jovem é a participação da família em encontros periódicos de avaliação, assim como o apoio à ação do jovem na comunidade. O CURSO: Agroecologia e Sustentabilidade no Cerrado Carga horária: 1000 horas – 700 horas presenciais e 300 horas indiretas, divididos em 5 Módulos, durante 2 anos, em 30 semanas por semestre. As horas presenciais acontecem nas comunidades durante a semana, em horário contrário às aulas da educação formal. Mensalmente os dois grupos serão reunidos na Fazenda Escola Bona Espero, sábado e domingo, onde podempernoitar.Nesteespaço,háacessoà internet e possibilidade de grande diversidade de oficinas, por tratar-se de espaço que possibilita vivência com o cerrado, viveiro, construção de hortas e também a culinária. Módulos: (horas totais para cada módulo, sempre 30% são indiretas) Agroecologia – 550 horas: Primeiro ano – Formação Básica - O Ser Humano; Ecologia e Geografia; Agroecologia; água na agropecuária; estudo do solo; nutrição vegetal e animal, agriculturas de base agroecológica; manejo de pragas e doenças; sementes. Segundo ano – Formação Avançada – Experimentação Científica; Clima; Sistemas integrados de produção de alimentos; manejo de remanescentes de cerrado; bioindicadores; melhoramento participativo; energia rural; contabilidade agrária; planejamento da produção; processamento de alimentos; certificação solidária e comercialização. As práticas - sempre privilegiadas neste curso - envolvem: desenvolvimentode plantios (SAF’s,hortas e pomares agroecológicos, comunitários ou individuais); coletas de sementes (criação de Bancos de Sementes); produção e trocas de sementes de hortaliças, cereais e leguminosas; produção de biofertilizantes, bokashi; alternativas ecológicas para prevenção e controle de pragas, análise de solos por meio de kit de análise, para avaliação de parâmetros físico-químicos ligados à fertilidade e necessários ao equilíbrio da zoo e meso fauna no solo. Segurança Alimentar e Nutricional - 80 horas: conceitos importantes, o papel da agricultura familiar, educação nutricional, alimentação sustentável, oficina de preparação de alimentos. PANC - Plantas AlimentíciasNão Convencionais (Hortaliças Tradicionais), males dos alimentos industrializados (aditivos e conservantes), vegetarianismo, informações nos rótulos dos alimentos. Água e Cerrado - 150 horas: O BiomaCerradoe suasfitofisionomias,principaisameaças, fragilidades, usos e conservação. Identificação de plantas e animais do Cerrado. Ecologia. Ciclos de energia nos ecossistemas.
  • 19. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 18 Oficinas de Exsicatas associadas à identificação das espécies de plantas importantes e "úteis" do Cerrado. Recursos hídricossuperficiaise subterrâneos:conceitosde baciahidrográfica e aquíferos, dinâmica, ciclo da água, usos múltiplos e impactos antrópicos sobre a disponibilidade hídrica e a qualidade das águas para diferentesusos, contaminação. Tecnologias para conservação, reuso e recuperação de recursos hídricos. O curso terá enfoque especial para as bacias hidrográficas da Chapada dos Veadeiros, consideradas para os estudos de casos. O curso envolverá oficinas, treinamento técnico para uso de kits de análise para monitoramento, controle da qualidade da água das cisternas, caixas d´água, poços construídos nos assentamentos. Organização e Participação Social - 80 horas: Observação e pesquisas sobre a comunidade e cultura local e regional, identidade, o sujeito do campo. Acesso a políticas públicas para a juventude. Metodologias de facilitação de reuniões, estratégias de mobilização, organização de redes e de eventos. Organização e controle social. Os coletivos da Chapada dos Veadeiros: a Rede Pouso Alto Agroecologia, Território da Cidadania, grupos de jovens, entre outros. As práticas deste módulo são desenvolvidas durante o planejamento e a realização de reuniões com a comunidade e nos encontros de jovens. Comunicação - 140 horas: Fotografia, produção de vídeos, construção de blogs, web radio, elaboração de textose notícias, produção de folders e banners. Pesquisa na Internet. Elaboração de planos de trabalho e relatórios. Registro fotográfico das atividades e formação de um banco de imagens para divulgação dos resultadosdostrabalhose produçãode material didático.Oficinasde Fotografia, capacitando os envolvidos na produção de imagens (fixa - "still" e vídeo -"movie") a partir de dispositivos eletrônicos e digitais (celularese câmerascompactassuper-zoom- as"bridges"),identificadacomomovimentode InclusãoVisual que está em sintonia com o movimento de Inclusão Digital. Outras atividades presenciais: Serãorealizados doisencontros durante oprojeto,comtodososjovens,incluindoosjovens de Alto Paraíso, na Fazenda Escola Bona Espero, onde estes terão oportunidade de trocar experiências e planejar a criação de rede ou grupo de jovens da Chapada dos Veadeiros. Serão também realizadas 08 visitas - 04 com jovens de cada município – ao DF e Entorno, mas principalmente e em outras áreas da Chapada dos Veadeiros, incluindo comunidades tradicionais – para trocas de experiências,valorizaçãodasexperiênciasregionais e fomento da Rede Pouso Alto Agroecologia. As Horas Indiretas Dentrodo conceitoda agroecologia, os conhecimentos das demais disciplinas darão base para a realização de atividadescomo: diagnósticode suapropriedade;pesquisassobre acomunidade e aregião; elaboração e execução de projeto agroecológico junto com a família ou comunitário; elaboração de produtos de comunicação, entre outros que vão sendo propostas no decorrer do curso, de acordo com as decisões tomadas pelos jovens. A organizaçãode eventose pequenasatividadesnacomunidade sãotambémprojetospossíveis e apoiados, e espera-se que surjam espontaneamente. Os encontros de jovens previstos neste processo formativo devem ser planejados e elaborados por eles. A questão da Água
  • 20. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 19 Por tratar-se de questão grave e previamente conhecida, estamos propondo experimento já definido. A Estação Experimental de Tecnologias Sociais – EstaçãoLuz, é um grupo que atua na região com o Projeto Caravana da Luz. Este grupose propôsa inserirjovens desteprojeto no processo formativo para construção de cisternas.Assim,estamossolicitandorecursosparaa compra de material paraconstrução de 08 cisternas, por meio de parceria com o EstaçãoLuz. As cisternas seriam construídas por meio de mutirões nos assentamentos. Estas cisternas coletam água da chuva e poderão ser implantadas somente em assentamentos que já possuem casas construídas. Os assentamentos de Colinas de Sul devem iniciar a construção das casas em 2015. O resultadoda instalação dessas cisternas será monitorado pela equipe deste projeto, a fim de avaliar sua eficiência e ajustes à cada situação. Em que medida elas ajudam a resolver a situação da água das famílias beneficiárias?Porque?Como?Serãoquestões algumasdasquestões a serem respondidas a fim de replicar posteriormente em outras unidades familiares. VII.3. A contribuição dos Jovens de Alto Paraíso de Goiás Estes jovens já vêm trabalhando com o Centro UnB Cerrado há mais tempo e já têm seus projetos agroecológicos em andamento. São oriundos de três comunidades rurais: Assentamento Sílvio Rodrigues, Povoado do Moinho e Comunidade do Sertão. O intercâmbio de experiências entre esses jovens já é uma realidade e deve ser multiplicado. Propõe-se que este grupo – cerca de 15 jovens, que mantém seus projetos e encontros com a equipe do Núcleo de SAN, mantenha contato regular com os jovens cursistas. Esse contato pode ser sob a forma de visitas técnicas, encontros na Fazenda Bona Espero, ou outras formas propostas pelos próprios jovens. VIII. PRINCIPAISCONTRIBUIÇÕESCIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS O Centro UnB Cerrado, agora por meio do Núcleo de Segurança Alimentar e Nutricional, tem dedicado esforçosà criação de metodologiase técnicas educativas e agroecológicas, capazes de formar pessoas para uma vida sustentável, com qualidade e harmonia com o ambiente. Desta forma, este projeto continuará trabalhando nesta direção e objetiva, como inovação e contribuições científicas e tecnológicas:  desenvolvimento, aprimoramento, inovação e disseminação de tecnologias sociais aplicadas à agroecologia e difusão destas e daquelas já disponíveis na Chapada dos Veadeiros;  produção de material educativo e estratégias de comunicação para a realidade da região, a fim de dar visibilidade à agroecologia, à agricultura familiar e à SAN;  desenvolvimentoe implantaçãode tecnologiassociaisque auxiliem a mobilização e organização de jovensdocampo,conectando-osaoutrosgruposjovense à Rede PousoAlto Agroecologia, de forma de fortalecê-la;  divulgação dos conhecimentos produzidos por meio de cartilhas e através da participação de bolsistas em simpósios com enfoque na agroecologia, entre outros.
  • 21. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 20 IX. PARCEIRAS FazendaEscolaBona Espero – Localizadaa 12 Km de AltoParaíso emdireçãoà ColinasdoSul,este espaço conta com internet,vastasáreasde cerradoconservado,áreasde hortas,pomar e viveiros,alojamentopara 60 pessoas e área de camping.Alémdisso,agestãodoespaçoé feitapelaUniãoPlanetária,que tem expertisenaáreade educomunicaçãoe apoiaráomódulode Comunicaçãooferecidonocurso. Cooper Frutos do Paraíso - Orientar e viabilizar a interrelação de produtores com os programas governamentaisde comprasinstitucionais(PAA e PNAE) e comosmercadoslocais.Inserireste projetocomo beneficiário do PAA de cada município envolvido. TerritóriodaCidadaniaChapadados Veadeiros –Visibilidade às ações do Projeto, mobilização e articulação dos atores. SecretariaMunicipal de Educaçãode ColinasdoSul – suporte para o transporte para as aulas, apesar de não terem condições de financiar o combustível. Associaçõesdos Projetosde Assentamento BoaEsperança,CórregodoBonito, TerraMãe e Angico(Colinas do Sul) e do PA Mingau (SãoJoãoD´Aliança) - mobilizaçãodacomunidade e apoionabuscade condições necessáriasàrealizaçãodasaulase oficinas. NEPEAS/FUP – apoiotécnico nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, especificamente colaborando com a gestão participativa de propriedades da agricultura familiar da Chapada dos Veadeiros e planejamento e gestão de agroecossistemas sustentáveis e palestras sobre temas específicos. NEPEAS/FUP/UnB – Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Sustentabilidade – coordenador Flávio Costa. Objetivos do NEPEAS:  Desenvolveraçõeseducativas, de pesquisa e extensão voltadas para o fortalecimento da transição agroecológica nas comunidades do Entorno do DF e Nordeste Goiano.  Construirestratégiasque possibilitemaconsolidaçãoinstitucionaldoNEPEAS/FUPenquanto espaço acadêmico estratégico no desenvolvimento de pesquisas e atividades de ensino e extensão especialmente para capacitação de assentados e agricultores familiares.  Articularsinergiasentre ostrabalhosde pesquisa,ensinoextensãoagroecológicae desenvolvimento sustentável em andamento na FUP. X. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Por meiode reuniões e oficinas da equipe e desta com a comunidade. Desta forma, a avaliação vai acontecendo de forma processual e os indicadores vão sendo produzidos a partir dessas discussões e dos dados levantados nas pesquisas. Visitas monitoradas aos experimentos propostos e desenvolvidos pelos jovens em suas unidades familiares irão gerar dados para uma avaliação continuada do processo de assimilação de conteúdos e aprendizagem das tecnologias. A qualidade das atividades e ações propostas pelos jovens e de seus resultados são importantes indicadores.
  • 22. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 21 Será dadoretornoperiódico ao colegiado do Território da Cidadania Chapada dos Veadeiros, como forma de colher sugestões e críticas. XI. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se que,aofinal docurso,boa parte dos estudantes se identifique comaagroecologia,e queira continuarseutrabalhona comunidade,ou darcontinuidade aosestudos nestaáreaouem outrastemáticas relacionadasàagriculturafamiliar. Devemtambémterdesenvolvidoacapacidade de atuar na implantaçãoe monitoramento de sistemasde produçãoagroecológicos empropriedadesparticulares ouinstituiçõesafins. Espera-se melhoraraproduçãode alimentos e a qualidade de vida dos beneficiários, por meio do acesso a políticas públicas, pela inclusão digital o pelo domínio de novas tecnologias sociais. Os bolsistas terão ampliado os conhecimentos sobre a água, o Bioma Cerrado e seus recursos e principais fragilidades assim como as possibilidades de uso mais consciente e sustentável.
  • 23. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 22 XII. ORÇAMENTO DETALHADO XII.1. Orçamento Geral: Item Quantidade de meses/valor mensal total Valor (R$) Valor total (R$) 05 Bolsas EXP B 24 meses – 15.000,00 3.000,00/mês 360.000,00 20 Bolsas ITI B 24 meses – 3.220,00 161,00/mês 77.280,00 2 Bolsas ITI A 24 meses – 800,00 400,00/mês 19.200,00 14 Bolsas ATP B 24 meses - 5.600,00 400,00/mês 134.400,00 Total em Bolsas: 590.880,00 Combustível – abastecimento de veículos para equipe de campo, ônibus e vans para deslocamento de bolsistas Ver detalhamento Diversos 26.598,00 Materiais de consumo tinta para impressoras, toner, flips chats (2) e respectivo papel, pen drives, HD externo, materiais de expediente, papel fotográfico, Diversos 15.000,00 Materiais para apoio aos projetos agroecológicos de cursistas e experimentos (consumo) Arames e telas para cercas, sementes e mudas, plástico para estufas, saquinhos para mudas, Diversos 25.000,00 Materiais para o módulo “água e cerrado” (consumo) 10 Kits de análise de água 680,00 6.800,00 Materiais para o módulo “água e cerrado” (consumo) 10 Kits de análise de solo 800,00 8.000,00 Materiais para o módulo “água e cerrado” (consumo) materiais para as oficinas (experimentos) - tarugos de nylon ou teflon, chapas de acrílico, massa plástica, tintas, placas de madeira, caixas de isopor. Diversos 5.000,00 Material construção de 10 cisternas (consumo) Ver orçamento detalhado abaixo 2.100,00 16.800,00 Total Consumo 103.198,00 Diárias para deslocamento da equipe, de parceiros, de palestrantes e motoristas 150 diárias –trabalhos decampo, motorista para as visitas técnicas, participação em eventos científicos. Parte da equipe não reside na região. 187,83 28.174,50 Pessoa Jurídica – serviços de gráficas Folders,banners,impressões de mapas,cartilhas, outros Diversos 30.000,00 Pessoa Jurídica – serviços especializados de informática manutenção de equipamentos, assistência técnica para sites. Diversos 6.000,00 Pessoa Jurídica – serviço de alimentação dos encontros de final de semana 16 encontros do curso – alimentação para 50 jovens e equipe. 02 encontros com jovens dos 03 municípios – 80 jovens 38.000,00 Total Pessoa Jurídica 74.000,00 Passagens aéreas Participação em congressos e seminários dos membros da equipe 6.000,00 Total de Custeio 211.372,50 Total Geral 802.252,50
  • 24. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 23 XXII.1.1. Detalhamento de uso de combustível: Origem Destino Finalidade Quantida de de viagens Km média (ida e volta) Km total Litros de combus tível quantos e quem são os participantes Viagens realizadas com carros pequenos – predomina combustível gasolina, rendimento médiode 10Km/litro Alto Paraíso Visitas preparatórias,de pesquisae emtempode férias 12 150 km 1.800 180 Equipe -1 a 4 pessoas Alto Paraíso São João Visitaspreparatórias,de pesquisae emtempode férias 12 150 km 1.800 180 Equipe -1 a 4 pessoas Alto Paraíso Colinas do Sul Aulas do curso na comunidade e visitasde supervisão de projetos. 03 viagens semanais – 60 semanas 150 km 27.000 2.700 Equipe -1 a 4 pessoas Alto Paraíso São João Aulas do curso na comunidade e visitasde supervisão de projetos. 03 viagens semanais – 60 semanas 150 km 27.000 2.700 Equipe -1 a 4 pessoas 5.760 l Preço Médio do combustível R$ 3,50 (predomina gasolina) Total R$ 20.160,00 Viagens realizadas com microônibus – predomínio do combustível diesel, rendimento médiode 05Km/litro Comuni dades A definir Visitas de troca de experiências 08 viagens 500 km 4.000 800 Jovens cursistas - 15 a 25 Comuni dades Bona Espero 02 Encontros dosjovens 6 viagens 150 km 900 450 Jovens de 3 municípios Colinas do Sul Bona Espero Encontros mensais – 4 por semestre – 16 encontros em dois anos 16 viagens 120 km 1.920 384 Jovens de Colinas do Sul – 25 São João Bona Espero Encontros mensais – 4 por semestre – 16 em dois anos 16 viagens 160 km 2.560 512 Jovens de São João – 25 2.146 Preço do combustível – diesel S10– R$ 3,00 3,00 x 2.146 Total R$ 6.438,00 CÁLCULO FINAL TOTAL COMBUSTÍ- VEL R$ 26.598,00
  • 25. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 24 XII.1.2. Detalhamento da construção de Cisternas (fornecido pelo EstaçãoLuz): N° Nome Quantidade 01 Malha pop14x14x4,2mm – 3X2M 11 unidades 02 Telade viveiro 01 rolo 03 Arame recozido 03 rolos 04 Areiamédialavadapeneirada 4m³ 05 Brita mediaN1 01m³ 06 Cimento 22 sacos 06 Vedacit18 litros 01 balde 07 Cano 50mm marrom SOLDAVEL 1 barra 6m 09 Joelho90° 40mm branco 04 10 Registrode esferade PVC50mm plásticomarron 02 11 Tê 50mm marrom 01 12 Flanger50mm marrom 01 13 Cano PVC100mm 8 BARRAS 14 Cap 100mm 06 15 Joelho90° 100mm 07 16 Joelho45° 100mm 04 17 Torneira¾ jardimPLASTICO 02 18 Luva 100mm 06 19 Adaptador75 x 100mm esgotobranco 04 20 Cap 50mm marrom 01 21 Tê 100 x 100 x 100 mm 04 22 Sombrite 30% 15 m 23 Cano PVC75 mm branco 01 metro 24 Vergalhão5/16 02 Barras Valor aproximado: R$2.100,00 XII.2. Contrapartida do Centro UnB Cerrado: Bolsa de Extensão e Iniciação Científica Jr. Valor Período Valor total Beneficiários 18 bolsas R$ 250,00 24 meses R$ 108.000,00 Estudantes do Ensino Básico – cursistas
  • 26. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 25 XII.3. Distribuição de bolsas: EXP B Coordenador Geral Organização Geral de atividades e cronogramas. EXP B Coordenador Pedagógico Responsável pela elaboração de Planos de Trabalhosdosbolsistascursistase organização pedagógica das atividades. EXP B Coordenador de Agroecologia Responsável pela orientação e monitoramento de projetos e experimentos de base agroecológica. EXP B Coordenador de Educomunicação e Cidadania Responsável pelas atividades de sua área e pelaformalizaçãodos projetos e certificações dos cursos junto à UnB. EXP B Coordenador de SAN Responsável pelas atividades de sua área e acompanhamento de famílias em situação de insegurança alimentar. ITI A Estudantes de Graduação Acompanhamento dos projetos de comunicação e agroecologia ITI B Jovenscursandooensinomédioque participam do curso Cursistas ATP B Jovens ou agricultores com experiência exemplar em agroecologia ou liderança comunitária que participam do curso Cursistas e Monitores dos Projetos XIII. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO Bolsas – valor mensal de R$ 24.620,00 Ano 2015 2016 Trimestres Jan-mar. Abril-jun. Jul-set. Out.- dez. Jan-mar. Abril-jun. Jul-set. Out.- dez. Totais Material Consumo 5.000,00 5.000,00 5.000,00 15.000,00 Combustível 3.000,00 4.000,00 3.000,00 4.000,00 3.000,00 4.000,00 3.000,00 2.598,00 26.598,00 Custeio – apoio a projetos 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 25.000,00 Kits de análise de água 6.800,00 6.800,00 Kits de análise de solo 8.000,00 8.000,00 materiais para as experimentos 2.000,00 2.000,00 2.000,00 6.000,00 Cisternas 8.400,00 8.400,00 16.800,00 Diárias 2.000,00 5.000,00 5.000,00 2.000,00 5.000,00 5.000,00 4.174,50 28.174,50 PJ - gráfica 3.000,00 3.000,00 10.000,00 3.000,00 11.000,00 30.000,00 PJ - manutenção 2.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 5.000,00 PJ –alimentação 3.000,00 8.000,00 4.000,00 4.000,00 3.000,00 8.000,00 4.000,00 4.000,00 38.000,00 Passagens aéreas 2.000,00 2.000,00 2.000,00 6.000,00 21.400,00 43.800,00 12.000,00 34.000,00 25.400,00 31.000,00 21.000,00 22.772,50 211.372,50
  • 27. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 26 XIV. IDENTIFICAÇÃO DE TODOS OS PARTICIPANTES DO PROJETO Nome Relação Institucional Função no Projeto/ área de atuação Currículo Lattes CPF Nina Paula Laranjeira Professora Adjunta da UnB - Centro UnB Cerrado Coordenadora, extensionista, pesquisadora/ educação ambiental aplicada à cultura da sustentabilidade SIM 732.800.467-34 Lívia Penna Firme Rodrigues Professora Adjunta da UnB - Centro UnB Cerrado e Faculdade de Planaltina Extensionista, pesquisadora/ educação nutricional, SAN. SIM 23097078487 Carlos Salgado Membro Colaborador – Centro UnB Cerrado Extensionista, pesquisador/ agroecologia e SAN SIM 11321059434 César Adriano de Souza Barbosa Membro Colaborador – Centro UnB Cerrado Extensionista,pesquisador/ agroecologia SIM 26119503854 Eduardo Monteiro Bentes Professor Assistente da UnB – Faculdade de Comunicação Extensionista, pesquisador/ comunicação SIM 11253355134 Sandra de Fátima Oliveira Professora Adjunta IV da Universidade Federal de Goiás Pesquisadora/Educação ambiental aplicada à cultura da sustentabilidade SIM 33679096100 Mariana Crepaldi Colaboradora - Núcleo de Estudos em Agricultura Familiar - UFG Extensionista, pesquisador/ Educação Ambiental/ agroecologia e SAN SIM 19207455803 Cristiana Chamberlain Franco Membro Colaborador – Centro UnB Cerrado Extensionista/comunicação SIM 58997962191 Amanda Ferreira de Torres Membro Colaborador – Centro UnB Cerrado Extensionista/ Educação Ambiental aplicada à cultura da sustentabilidade SIM 90154924172 Nilcionir Costa Ferreira Garcez Membro Colaborador – Centro UnB Cerrado Extensionista/ Educação Ambiental aplicada à cultura da sustentabilidade SIM 52467309134 Mieko Ferreira Kanegae Professora visitante - Centro UnB Cerrado Extensionista/ Cerrado uso e conservação SIM 84433922153 Valéria Regina Bellotto Professora Adjunta da UnB - Centro UnB Cerrado e Instituto de Química Pesquisadora, extensionista/ Recursos hídricos: usos, conservação e qualidade de água. SIM 12270546881 Maria Neuza da Silva Oliveira Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (MADER) – UnB Planaltina Pesquisadora, extensionista / educação, extensão rural. SIM 77006550149 Bruno Gonzaga Agapito da Veiga Professor IF Goiano Pesquisador, extensionista/ gestão de recursos hídricos, educação ambiental SIM 02221911717 XV. INFRA-ESTRUTURA DO CENTRO UNB CERRADO O Centro UnB Cerrado conta hoje com pequena sede provisória, alugada na cidade de Alto Paraíso, entretantoasobras da sede definitivaestãoemfase de conclusãoe dentrode 6 mesesestaremosinstalados no novo espaço.
  • 28. UniversidadedeBrasília –UnB Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros UnB Cerrado 27 Este espaçoé constituído por cerca de 1200 m2 de área construída e 47.000 m2 de área total,onde poderão serimplantadas atividades de base agroecológicas correlacionadasàs atividadesdacozinhaescola, montada em espaço do Centro UnB Cerrado especialmente planejado para esta função. O espaço conta ainda com laboratório de informática, salas de aula, auditório e biblioteca. Também um laboratório de biologia onde ocorrerão as aulas do curso de licenciatura a distância em ciências biológicas da UAB. Contamos com uma caminhonete e um motorista para realização de atividades de campo. O Centro UnB Cerrado admite membros colaboradores: pesquisadores e extensionistas de outras instituições ou autônomos que queiram desenvolver seus trabalhos junto ao Centro. Assim, todos os participantesque nãosejamservidoresdaUnBpoderão fazer parte formalmente deste projeto, de forma a facilitar o acesso a esta estrutura. Além disso, oferecemos:  Experiênciacomjovensdesde 2011, desenvolvendometodologiade trabalhoparaformaçãoem agroecologia,SAN e educomunicação;  Professoresdoutores comexpertise em:cerrado,agroecologia,água,SAN,educaçãopara sustentabilidade.  Equipe comformação pedagógicacomjuventude,trabalhandojuntadesde 2011;  Núcleode SAN – metodologiae expertise emSAN,relacionandoproduçãoagroecológicade alimentos,sustentabilidade e SAN.Possibilidadede parceriacomjovensde AltoParaíso,criando rede.  Certificadode cursosde extensãoparaosparticipantes,pelaUnB;  Equipamentos –notebooks,datashow,carro(umacaminhonete),equipamentoparaediçãode vídeos,impressoraalasercolorida,câmarasfotográficas.  20 bolsaspor 20 mesesparaestudantesdoensinomédio,novalorde R$ 250,00.