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Amor e História
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   estória...
Ah! As intermináveis guerras da Idade Média!
        Na Península Ibérica, vivem ainda Mouros, a Reconquista não está concluída.


                                                   castelhana destinada a casar com o
                                                   Princípe Real Pedro, herdeiro da Coroa,
                                                   unem-se os dois Reis cristãos para lutar
                                                   contra os Mouros. A estrondosa vitória
          El-REI D. AFONSO IV                      dos Cristãos na Batalha do Salado daria
             DE PORTUGAL
                                                   a D. Afonso IV o cognome de O Bravo!
          Afonso IV de Portugal e Afonso XI
   de Castela haviam-se guerreado, mas em
                                                        Ficou escrito, para a
   1340, quando chega a Portugal D.
   Constança Manuel, mais uma princesa             História:


      «Ali se volveo a lide dos reis cristãos e dos Mouros mui danosa e
                                                   esforçados
mui crua e sem piedade. Os Mouros eram muito esforçados e feridores de
todas as partes.
        (…)
       Os Portugueses andavam por a lide ferindo e derribando, e diziam
                    “Senhores,
una contra outros: “Senhores, este é o nosso dia (…) e este é o dia da
vitória e da honra dos fidalgos.”»
                                                          (In Narrativas dos Livros de Linhagens)




         No séquito de D. Constança
Manuel, como sua açafata e amiga dilecta,
vinha D. Inês López de Castro, dama de alta
 ANTES DO QUADRO II
estirpe.
         Por tempo de peleja chegava, sem
poder imaginar príncipe herdeiro aque, por Constança Manuel, no Paço de Lisboa, onde entrara
          Vem o uma outra guerra receber
 comdela, ia incendiar o luzimento devidos a uma Rainha, pois com o Infante herdeiro da coroa
mor   toda a pompa e o reino de Portugal.
portuguesa casara já por procuração, lá longe em Castela, sem que jamais tivesse, antes,
conhecido o esposo que lhe havia sido destinado.
        Ah, as mulheres de alta estirpe, meros peões nos tabuleiros de alianças das nações,
vítimas dos jogos políticos dos reis!


         Casadas para ligar coroas,
 consolidar tratados de paz, ou
 repudiadas por motivos estratégicos ou
 pelos caprichos dos reis, às vezes…
 mortas de desgosto pelo desprezo de
 seus esposos, como Constança, ou
 degoladas, como Inês.
         Para nós, no século XXI, era o
 mundo virado de pernas ao ar…




       Caíram os olhos de Pedro em Inês: foi como sentença de morte que lhe tivesse
lançado; caíram os olhos de Constança sobre Pedro: foi como se doença ruim a tocasse e logo
começasse a definhar, por não poder competir com tal amor.




        Lenda criada no século XVI deve ser o putativo encontro entre D. Afonso IV e D. Inês
López de Castro «nas casas do mosteiro de Santa Clara» (Crónica dos Primeiros Sete Reis), em
Coimbra… se é que Inês aí esteve alguma vez. Lá que, para separar os amantes, o Rei enviou
Inês para longe, isso é certo. Para Coimbra… vá-se lá saber quando, ao certo!
Quem          narra       os
                                                       acontecimentos ligados à tragédia e
                                                       à morte de Inês de Castro são o
                                                       cronista Fernão Lopes, na Crónica de
                                                       D. Pedro I, e Gomes Eanes de
                                                       Zurara, seu sucessor à frente da
                                                       Torre do Tombo, mas… nenhum dos
                                                       dois    foi     contemporâneo    dos
                                                       acontecimentos.


        E poeta maior, entre os maiores, Luís de Camões, se referiu à Inês enamorada que, de
terra em terra, se queria, a todo o custo, afastar de Pedro:


       «Estava a linda Inês posta em sossego…»

       No íntimo de D. Afonso IV, grande e dolorosa luta se travava.
       Fala-se, muitas vezes, em «razões de estado» contra «razões do coração».
       E se acrescentássemos mais alguns dados ao perfil do Rei?


         D. Afonso IV foi um bom Rei. Protegeu os concelhos, ou seja, o povo, contra os abusos
da aristocracia e governou bem em condições difíceis.
         Quando há guerra, não sobram braços para trabalhar e produzir; terra transformada
em campo de guerra não é sítio para agricultura ou para fazer pastar gado, e a população tinha
vindo a aumentar muito desde já há alguns séculos. Como evitar a falta de alimentos? E a
Peste Negra de 1348, que tanta população matou, veio agravar uma grave crise económica e
social. El-Rei D. Afonso IV de Portugal esteve à altura da situação e, ademais, no campo da
Justiça, foi exemplar. Recolherá os frutos seu filho Pedro I, O Justiceiro…

        D. Afonso IV foi um monarca a quem não se conheceram, nem amantes, nem filhos
bastardos, ao contrário do que aconteceu com, praticamente, todos os reis. Por isso devia ser-
lhe insuportável a situação de mancebia em que viviam seu filho Pedro e Inês.
        Mais convictos poderemos ficar acerca deste facto a partir, não só, do exemplo que
dava em sua vida o próprio Afonso IV, mas também se lermos alguns documentos régios de
que ele fez lei. Por exemplo, entendia que a mais importante das virtudes cristãs era a
castidade:


      «(…) E porque entre todas as outras virtudes castidade é a melhor e
mais principal virtude para apresentar as almas ante Deus …»
E mais:

      «(…) Ordenamos e pomos por lei que depois que às mulheres seus
maridos morrerem vivam em castidade e honestamente…»
       Também promulgou leis que puniam o adultério e contra os homens que tinham
barregãs (amantes), para quem dispunha que fossem


                    degredados
        «açoitados, degredados e difamados para sempre».
                                                                 (In Ordenações d’El-rei D. Duarte)



        Rei de uma só Rainha, a D. Afonso IV devia repugnar aquilo que, na época, se chamava
«comércio carnal», entre o filho e Inês. Mas ele sabia que o Infante Pedro três filhos tinha, já,
com D. Inês, … e que essas crianças eram seus netos.

       Ora não acharam as altas nobrezas de Portugal e de Castela, ou seja, os Pachecos e os
Pérez de Castro, ambas ambiciosas, melhor ocasião para pressionar o Rei!

       Esquecendo agora Inês López de Castro, temos que lembrar que os Pérez de Castro
ofereceram a D. Pedro I o trono de Castela!!! Traidores ao seu país? Claro! Mas assim
acrescentariam pontos à importância que tinham no seio da nobreza peninsular.
       Ora… foi Álvaro Pérez de Castro, o próprio irmão de Inês, que ofereceu Castela a D.
Pedro de Portugal!!!



        Que fazer?
        Segundo o cronista Rui de Pina, que escreveu, porém, um século e meio (150 anos!!!)
depois dos acontecimentos, Afonso IV era pressionado para mandar executar Inês antes que
falecesse, facto


        «que não podia tardar, pois que era muito velho»
para que

     «não deixasse [a Inês de Castro] no reino viva e seu filho o infante
Pedro não ficasse em seu poder dela.»
                                                                    (In Crónica de D. Pedro)



        Na voz do povo, Inês era mal vista. Os Castros eram mal vistos.
Poetas, como André de Resende, deram voz aos desejos dos que advogavam a sua
condenação e morte.
                                  «Se a logo não matais,
                                  Não sereis nunca temido
                                                     mandais
                                    Nem farão o que mandais
                                    Pois tão cedo vos mudais do conselho que era
                                    havido.
                                     [Depois de combinado que se mataria Inês, Afonso IV
                                     hesita…]


                                     Olhai quão justa querela
                                     Tendes, pois por amor dela vosso filho
                                     quer estar sem casar e nos quer dar
                                     muita guerra com Castela.

                                        sua
                                   Com sua morte escusareis
                                   Muitas mortes, muitos danos;
                                   Vós, Senhor, descansareis
                                   E a vós e a nós dareis
                               Paz para duzentos anos.»
                                                   (In Cancioneiro Geral de Garcia de Resende)




        1344. Falece D. Constança Manuel, ao que parece depois de ter posto no mundo o
Infante D. Fernando.
        1355. É degolada Inês de Castro, segundo a lenda nos Paços de Santa Clara que a
Rainha Santa Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis, ali estabelecera.
        1357. Falece D. Afonso IV, torturado pelo desfecho do caso «Inês de Castro».
1360. Em Cantanhede, D. Pedro I de
                                                 Portugal declara solenemente que em vida
                                                 de Inês de Castro com ela casara e, por isso,
                                                 legítimos eram seus filhos.

                                                 1360. Por ordem de El-rei D. Pedro I, o
                                                 corpo de Inês de Castro é trasladado para o
                                                 Mosteiro de Alcobaça. De Inês de Castro,
                                                 ficaram órfãos três filhos.




     Mas… e onde jazia a sua Inês de loira cabeleira, Inês que
sorte não teve?
         Para Inês, quis Pedro o melhor sepulcro, obra-prima do gótico português, grande arca
colocada no maior e mais moderno Mosteiro do país, que não nenhuma dessas pequenas
igrejas românicas do Norte! Só a Abadia de Santa Maria de Alcobaça, de nervuradas abóbadas
apontadas ao céu, como sugerindo que em nenhum outro lugar podia estar Inês senão no éter,
rodeada pelos anjos, perto de Deus!!!

        É pois na mole dada por D. Afonso Henriques à Ordem de Cister, motivo acrescido para
honrar Inês, que os fidalgos desfilam, dobram o joelho diante do sepulcro, reconhecem D. Inês
de Castro como a Rainha de D. Pedro I, o sexto rei de Portugal.




       (Ficou, na tradição, que Pedro sentou o cadáver de Inês num trono, a corou Rainha e aí
obrigou a nobreza a render-lhe homenagem… Mas o povo sempre gostou do macabro…)
Pelas afiladas frestas das
                                                   janelas altas e pelos óculos da igreja,
                                                   feixes de luz sobre cada um vem cair,
                                                   como dedos acusadores, ou punhais a
                                                   que o poupou D. Pedro, mesmo
                                                   conhecendo o pecado de ter mal
                                                   aconselhado Afonso IV. Da rosácea
                                                   maior vem cair avassalador jorro de
                                                   mais intensa e acutilante luz sobre
                                                   algum fidalgo de culpa dobrada, que o
                                                   pune para seu espanto e temor. E cai
                                                   o tíbio, apoia-se com horror à arca
                                                   tumular e enfrenta a tremer o cadáver
                                                   fétido, em decomposição, em quem
                                                   tem que reconhecer legítima Rainha
                                                   de Portugal…




       E o destino dos matadores?

         No seu leito de morte, Afonso IV aconselha-os a que fujam de Portugal: ele sabe que o
filho, D. Pedro, não cumprirá a promessa que, com a mão sobre a Bíblia, fez a sua mãe, a
Rainha D. Beatriz, em como perdoara aos executores de Inês e não os perseguiria.

        Mas… a seu pedido, Pedro, o Cru, de Castela, envia Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves
para Portugal e D. Pedro, o Justiceiro, de Portugal, fará executá-los de forma bárbara, à sua
frente, na própria sala do palácio onde janta. Tanta frieza, a deste homem desnorteado, ferido
de morte!
        Diogo Lopes Pacheco, esse, conseguiu fugir para França…




       Assim foi inaugurada, como templo sepulcral, a Abadia de Santa Maria de Alcobaça:
recebendo aquela que, só depois de morta foi Rainha.
                                                                     Prof. Manuela Almeida
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês

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O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês

  • 1. Amor e História cruzam-se nesta estória...
  • 2. Ah! As intermináveis guerras da Idade Média! Na Península Ibérica, vivem ainda Mouros, a Reconquista não está concluída. castelhana destinada a casar com o Princípe Real Pedro, herdeiro da Coroa, unem-se os dois Reis cristãos para lutar contra os Mouros. A estrondosa vitória El-REI D. AFONSO IV dos Cristãos na Batalha do Salado daria DE PORTUGAL a D. Afonso IV o cognome de O Bravo! Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Castela haviam-se guerreado, mas em Ficou escrito, para a 1340, quando chega a Portugal D. Constança Manuel, mais uma princesa História: «Ali se volveo a lide dos reis cristãos e dos Mouros mui danosa e esforçados mui crua e sem piedade. Os Mouros eram muito esforçados e feridores de todas as partes. (…) Os Portugueses andavam por a lide ferindo e derribando, e diziam “Senhores, una contra outros: “Senhores, este é o nosso dia (…) e este é o dia da vitória e da honra dos fidalgos.”» (In Narrativas dos Livros de Linhagens) No séquito de D. Constança Manuel, como sua açafata e amiga dilecta, vinha D. Inês López de Castro, dama de alta ANTES DO QUADRO II estirpe. Por tempo de peleja chegava, sem poder imaginar príncipe herdeiro aque, por Constança Manuel, no Paço de Lisboa, onde entrara Vem o uma outra guerra receber comdela, ia incendiar o luzimento devidos a uma Rainha, pois com o Infante herdeiro da coroa mor toda a pompa e o reino de Portugal.
  • 3. portuguesa casara já por procuração, lá longe em Castela, sem que jamais tivesse, antes, conhecido o esposo que lhe havia sido destinado. Ah, as mulheres de alta estirpe, meros peões nos tabuleiros de alianças das nações, vítimas dos jogos políticos dos reis! Casadas para ligar coroas, consolidar tratados de paz, ou repudiadas por motivos estratégicos ou pelos caprichos dos reis, às vezes… mortas de desgosto pelo desprezo de seus esposos, como Constança, ou degoladas, como Inês. Para nós, no século XXI, era o mundo virado de pernas ao ar… Caíram os olhos de Pedro em Inês: foi como sentença de morte que lhe tivesse lançado; caíram os olhos de Constança sobre Pedro: foi como se doença ruim a tocasse e logo começasse a definhar, por não poder competir com tal amor. Lenda criada no século XVI deve ser o putativo encontro entre D. Afonso IV e D. Inês López de Castro «nas casas do mosteiro de Santa Clara» (Crónica dos Primeiros Sete Reis), em Coimbra… se é que Inês aí esteve alguma vez. Lá que, para separar os amantes, o Rei enviou Inês para longe, isso é certo. Para Coimbra… vá-se lá saber quando, ao certo!
  • 4. Quem narra os acontecimentos ligados à tragédia e à morte de Inês de Castro são o cronista Fernão Lopes, na Crónica de D. Pedro I, e Gomes Eanes de Zurara, seu sucessor à frente da Torre do Tombo, mas… nenhum dos dois foi contemporâneo dos acontecimentos. E poeta maior, entre os maiores, Luís de Camões, se referiu à Inês enamorada que, de terra em terra, se queria, a todo o custo, afastar de Pedro: «Estava a linda Inês posta em sossego…» No íntimo de D. Afonso IV, grande e dolorosa luta se travava. Fala-se, muitas vezes, em «razões de estado» contra «razões do coração». E se acrescentássemos mais alguns dados ao perfil do Rei? D. Afonso IV foi um bom Rei. Protegeu os concelhos, ou seja, o povo, contra os abusos da aristocracia e governou bem em condições difíceis. Quando há guerra, não sobram braços para trabalhar e produzir; terra transformada em campo de guerra não é sítio para agricultura ou para fazer pastar gado, e a população tinha vindo a aumentar muito desde já há alguns séculos. Como evitar a falta de alimentos? E a Peste Negra de 1348, que tanta população matou, veio agravar uma grave crise económica e social. El-Rei D. Afonso IV de Portugal esteve à altura da situação e, ademais, no campo da Justiça, foi exemplar. Recolherá os frutos seu filho Pedro I, O Justiceiro… D. Afonso IV foi um monarca a quem não se conheceram, nem amantes, nem filhos bastardos, ao contrário do que aconteceu com, praticamente, todos os reis. Por isso devia ser- lhe insuportável a situação de mancebia em que viviam seu filho Pedro e Inês. Mais convictos poderemos ficar acerca deste facto a partir, não só, do exemplo que dava em sua vida o próprio Afonso IV, mas também se lermos alguns documentos régios de que ele fez lei. Por exemplo, entendia que a mais importante das virtudes cristãs era a castidade: «(…) E porque entre todas as outras virtudes castidade é a melhor e mais principal virtude para apresentar as almas ante Deus …»
  • 5. E mais: «(…) Ordenamos e pomos por lei que depois que às mulheres seus maridos morrerem vivam em castidade e honestamente…» Também promulgou leis que puniam o adultério e contra os homens que tinham barregãs (amantes), para quem dispunha que fossem degredados «açoitados, degredados e difamados para sempre». (In Ordenações d’El-rei D. Duarte) Rei de uma só Rainha, a D. Afonso IV devia repugnar aquilo que, na época, se chamava «comércio carnal», entre o filho e Inês. Mas ele sabia que o Infante Pedro três filhos tinha, já, com D. Inês, … e que essas crianças eram seus netos. Ora não acharam as altas nobrezas de Portugal e de Castela, ou seja, os Pachecos e os Pérez de Castro, ambas ambiciosas, melhor ocasião para pressionar o Rei! Esquecendo agora Inês López de Castro, temos que lembrar que os Pérez de Castro ofereceram a D. Pedro I o trono de Castela!!! Traidores ao seu país? Claro! Mas assim acrescentariam pontos à importância que tinham no seio da nobreza peninsular. Ora… foi Álvaro Pérez de Castro, o próprio irmão de Inês, que ofereceu Castela a D. Pedro de Portugal!!! Que fazer? Segundo o cronista Rui de Pina, que escreveu, porém, um século e meio (150 anos!!!) depois dos acontecimentos, Afonso IV era pressionado para mandar executar Inês antes que falecesse, facto «que não podia tardar, pois que era muito velho» para que «não deixasse [a Inês de Castro] no reino viva e seu filho o infante Pedro não ficasse em seu poder dela.» (In Crónica de D. Pedro) Na voz do povo, Inês era mal vista. Os Castros eram mal vistos.
  • 6. Poetas, como André de Resende, deram voz aos desejos dos que advogavam a sua condenação e morte. «Se a logo não matais, Não sereis nunca temido mandais Nem farão o que mandais Pois tão cedo vos mudais do conselho que era havido. [Depois de combinado que se mataria Inês, Afonso IV hesita…] Olhai quão justa querela Tendes, pois por amor dela vosso filho quer estar sem casar e nos quer dar muita guerra com Castela. sua Com sua morte escusareis Muitas mortes, muitos danos; Vós, Senhor, descansareis E a vós e a nós dareis Paz para duzentos anos.» (In Cancioneiro Geral de Garcia de Resende) 1344. Falece D. Constança Manuel, ao que parece depois de ter posto no mundo o Infante D. Fernando. 1355. É degolada Inês de Castro, segundo a lenda nos Paços de Santa Clara que a Rainha Santa Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis, ali estabelecera. 1357. Falece D. Afonso IV, torturado pelo desfecho do caso «Inês de Castro».
  • 7. 1360. Em Cantanhede, D. Pedro I de Portugal declara solenemente que em vida de Inês de Castro com ela casara e, por isso, legítimos eram seus filhos. 1360. Por ordem de El-rei D. Pedro I, o corpo de Inês de Castro é trasladado para o Mosteiro de Alcobaça. De Inês de Castro, ficaram órfãos três filhos. Mas… e onde jazia a sua Inês de loira cabeleira, Inês que sorte não teve? Para Inês, quis Pedro o melhor sepulcro, obra-prima do gótico português, grande arca colocada no maior e mais moderno Mosteiro do país, que não nenhuma dessas pequenas igrejas românicas do Norte! Só a Abadia de Santa Maria de Alcobaça, de nervuradas abóbadas apontadas ao céu, como sugerindo que em nenhum outro lugar podia estar Inês senão no éter, rodeada pelos anjos, perto de Deus!!! É pois na mole dada por D. Afonso Henriques à Ordem de Cister, motivo acrescido para honrar Inês, que os fidalgos desfilam, dobram o joelho diante do sepulcro, reconhecem D. Inês de Castro como a Rainha de D. Pedro I, o sexto rei de Portugal. (Ficou, na tradição, que Pedro sentou o cadáver de Inês num trono, a corou Rainha e aí obrigou a nobreza a render-lhe homenagem… Mas o povo sempre gostou do macabro…)
  • 8. Pelas afiladas frestas das janelas altas e pelos óculos da igreja, feixes de luz sobre cada um vem cair, como dedos acusadores, ou punhais a que o poupou D. Pedro, mesmo conhecendo o pecado de ter mal aconselhado Afonso IV. Da rosácea maior vem cair avassalador jorro de mais intensa e acutilante luz sobre algum fidalgo de culpa dobrada, que o pune para seu espanto e temor. E cai o tíbio, apoia-se com horror à arca tumular e enfrenta a tremer o cadáver fétido, em decomposição, em quem tem que reconhecer legítima Rainha de Portugal… E o destino dos matadores? No seu leito de morte, Afonso IV aconselha-os a que fujam de Portugal: ele sabe que o filho, D. Pedro, não cumprirá a promessa que, com a mão sobre a Bíblia, fez a sua mãe, a Rainha D. Beatriz, em como perdoara aos executores de Inês e não os perseguiria. Mas… a seu pedido, Pedro, o Cru, de Castela, envia Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves para Portugal e D. Pedro, o Justiceiro, de Portugal, fará executá-los de forma bárbara, à sua frente, na própria sala do palácio onde janta. Tanta frieza, a deste homem desnorteado, ferido de morte! Diogo Lopes Pacheco, esse, conseguiu fugir para França… Assim foi inaugurada, como templo sepulcral, a Abadia de Santa Maria de Alcobaça: recebendo aquela que, só depois de morta foi Rainha. Prof. Manuela Almeida