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Universidade Tuiuti do Paraná – UTP
Pós-Graduação em Cinema
Cinema Indústria
Profº Me. Tom Lisboa
Acadêmico Ivanir França
Heróis no cinema: a escalada industrial e suas vergonhas
expostas
Desde seu surgimento, o cinema vale-se de adaptações para conquistar e
aproximar o público por meio do que já o é íntimo. Georges Méliès talvez
tenha sido o pioneiro a colher na literatura (Da Terra à Lua de Júlio Verne)
inspiração para o cinema (La Voyage dans la lune).
Atualmente vê-se uma crescente busca por “novas” histórias literárias,
musicais, releituras cinematográficas e, talvez, a mais rentável pelo apelo ao
público fiel - a adaptação de Histórias em Quadrinhos (HQs).
Batman, Superman, Spiderman, Dreed e outras HQs menos conhecidas do
grande público (Bullet to the Head, Le bleu est une couleur chaude, Poulet
aux prunes, Snowpiercer ...) vêm ganhando suas versões cinematográficas,
algumas “fiéis”, outras, dentro da concepção de críticos e especialistas,
lamentáveis. No entanto, antes de tecer adjetivos a estas transposições é
preciso entender as diferenças de linguagem propostas às plataformas.
Ambos lidam com palavras e imagens. O cinema reforça isso com
o som e a ilusão do movimento real. Os quadrinhos precisam fazer
uma alusão a tudo isso a partir de uma plataforma estática
impressa. O cinema usa a fotografia e uma tecnologia sofisticada a
fim de transmitir imagens realistas. Mais uma vez, os quadrinhos
estão limitados à impressão. O cinema pretende transmitir uma
experiência real, enquanto os quadrinhos a narram. Essas
singularidades, claro, afetam as tentativas de aproximação do
cineasta e do cartunista. (EISNER, 2005 apud NOGUEIRA, 2012).
Entende-se que embora similares, o cinema transforma o espectador em
elemento passivo frente ao ecrã, pois a obra está pré-definida pela
montagem, fotografia e pelo som. Já nas HQs a sobreposição das imagens
exige um maior “esforço” do leitor para preencher os espaços deixados entre
um quadro e outro, além de, claro, não ter o recurso do áudio, pontuando e
abrindo os sentidos do leitor, guiando-o apenas pela sequência imagética e
seus recursos. “Ou seja, a forma como o conceito de movimento é trabalhado
em ambos os casos se diferem.” (MAIA;GARCIA, 2012)
Em relação ao som, Michel Chion (2008) explica: “as percepções sonora e
visual têm, cada qual, a sua velocidade própria: de uma forma sucinta, o
ouvido analisa, trabalha e sintetiza mais depressa que o olho”.
Há várias razões para isso: em primeiro lugar, para os ouvintes, o
som e o veículo da linguagem, e uma frase falada faz o ouvido
trabalhar mais depressa (comparativamente, a leitura com os olhos
é, salvo treino especial, no surdos, por exemplo, sensivelmente
mais lenta. (CHION, 2008. pág. 16).
Nesse contexto, a justaposição das obras em mídias díspares forma dois
ideais diferenciados. Um pela visão dos roteiristas e criadores das HQs e
outra na visão dos roteiristas e do diretor de uma película, que trespassam a
ideia inicial do quadrinho expandindo as possibilidades narrativas. Para
CORDEIRO (2011), “o cinema pretende transmitir uma experiência real,
enquanto os quadrinhos a narram”.
Encontramos, portanto, em ambas as plataformas, produtos únicos que
convergem e somam-se narrativamente, abrindo o arco histórico e o cânone
original das histórias. Essas mudanças, muitas vezes, causam desconforto a
fãs e até mesmo a autores, que criticam veementemente algumas
adaptações mal interpretadas ou com foco ao largo da original.
No entanto, embora - ao serem transpostas a outra linguagem - as obras
perpassem por críticas, sendo amadas ou odiadas, elas têm como objetivo
final a venda, e mesmo execradas por fãs e autores, as adaptações, se
obtiverem lucros, ou por motivos de manutenção de direito à marca, tendem
a serem estendidas e continuadas à exaustão comercial.
Em outras palavras, o cinema, assim como as HQs seguem a toada da
indústria cultural. Teorizada por Theodor Adorno e Marx Horkheimer, o
conceito trabalha a ideia de que os bens culturais são produzidos em lote,
como mercadoria padronizada, ou seja, a produção de um filme segue a
mesma lógica da produção de um automóvel.
Pode ser que as novas condições assim criadas pelas técnicas de
reprodução, em paralelo, deixem intacto o conteúdo da obra de
arte; mas, de qualquer maneira, desvalorizam seu hic et nunc.
Acontece o mesmo, sem dúvida, com outras coisas além da obra
de arte, por exemplo, com a paisagem cinematográfica; porém,
quando se trata de obra de arte, tal desvalorização atinge-a no
ponto mais sensível, onde ela é vulnerável como não o são objetos
naturais: em sua autenticidade. O que caracteriza a autenticidade
de uma coisa é tudo aquilo que ela contém e é originalmente
transmissível, desde sua duração material até seu poder de
testemunho histórico. Como este próprio testemunho baseia-se
naquela duração, na hipótese da reprodução, onde o primeiro
elemento (duração) escapa aos homens, o segundo – o
testemunho histórico da coisa fica identicamente abalado. Nada
demais certamente, mas o que fica assim abalado é a própria
autoridade da coisa (BENJAMIN, apud GOMES, 2011).
Dentro desse conceito vemos a construção em escala industrial de
adaptações que resultaram em filmes vergonhosos como Batman Forever
(1995) e Batman & Robin (1997) de Joel Schumacher.
Orçado em 100 milhões de dólares, o filme, ao estrear nos Estados
Unidos, no dia 7 de julho de 1995, foi simplesmente malhado por
crítica e público. Entretanto, inexplicavelmente tornou-se um
sucesso de bilheteria e arrecadou 336 milhões de dólares em todo
o mundo, sendo o segundo filme mais visto daquele ano. Era como
se o público não acreditasse que um filme do Batman pudesse ser
tão ruim e tivesse que conferir por conta própria. (CALLARI, 2012.
pág, 149)
O desastre de Schumacher expõem as falhas da produção em massa que
nesse caso só foram possíveis graças ao sucesso de Batman (1989) e
Batman Returns (1992) dirigidos por Tim Burton. Embora os longas tenham
obtido um certo sucesso e arrecadado juntos US$ 574 milhões, alguns
afagos não bem recebidos definharam a escabrosa dupla de Schumacher.
Batman & Robin, além de inúmeras indicações1
ao Framboesa de Ouro
(prêmio anual concedida nos EUA aos piores filmes) de 1998, foi agraciado
pela revista Empire2
com a primeira colocação dos piores filmes da história.
Esse “sucesso” levou aos executivos da Warner engavetar novos projetos do
Homem Morcego até 2005.
Outro exemplo de adaptação desastrosa após um sucesso inicial está na
trilogia Spider-man (2002; 2004; 2007) de Sam Raimi. Considerado o maior
herói da Marvel e um dos mais importantes da humanidade com sucesso
ilibado em HQs, games, séries animadas e em mangás, o “amigão da
vizinhança” só recebeu sua primeira adaptação oficial ao cinema em 2002.
“Um dos principais motivos para a demora e constantes adiamentos foram
brigas judiciais envolvendo várias empresas – entre elas, 20th
Century Fox,
Sony, Marvel, MGM, 21st Century Film Corporation e Viacom.” (CALLARI,
2012. pág, 280)”.
Após algumas concessões, os direitos de marca e transposição
permaneceram com a Marvel e com a Sony, esta detendo o poder do herói
às telas do cinema. Segundo o site Omelete, esse direito permanece na Sony
desde que sejam produzidos filmes da franquia de três em três anos. Rumor
que abastece boatos de após a finalização da atual franquia - The Amazing
Spider-man de Marc Webb - seja produzido um filme baseado na juventude
da Tia May. Caso confirmado, o longa pode desvirtuar o cânone do cabeça
de teia, pois colocaria Peter Parker (Homem Aranha) como filho de May.
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1	
  Foi nomeado para a categoria de Pior Filme, Pior Diretor, Pior Remake ou Sequência, Pior Roteiro,
Pior Canção Original (The End is The Beginning is The End, do cantor americano Billy Crogan), Pior
Ator Coadjuvante (Arnold Shwarzenegger e Chris O’Donnel), Pior Atriz Coadjuvante (Uma Thurman,
Pior Dulpa (George Clooney e Chris O’Donnel) e Desrespeito à Vida Humana e à propriedade Privada.
Curiosamente, o único “prêmio” que levou foi na categoria de Pior Atriz Coadjuvante (Alicia
Silverstone). (CALLARI, 2012. pág, 150).	
  
2	
  Esse filme de 1997, em que Clooney interpreta o Homem-Morcego, ao lado de Chris O'Donnell
(Robin) e Alicia Silverstone (Batgirl), "venceu" uma pesquisa feita pela Internet pela revista Empire para
escolher a obra mais desastrosa da história do cinema. A revista disse que a "bomba" não só venceu a
votação como obteve quase o triplo de votos do segundo colocado - "A Reconquista", com John
Travolta, uma adaptação de um romance de L. Ron Hubbard, fundador da religião chamada
Cientologia. (UOL, 2010).	
  
No entanto, segundo a própria Sony, um possível filme estrelado pela Tia
May – jovem - está fora dos planos do estúdio, que concentra seus esforços
na produção dos longas Venom3
e Sexteto Sinistro4
.
Spider-man de uma ponta a outra
Spider-man (2002) foi criado imerso em camadas que o haviam consagrado
nos quadrinhos nos últimos 40 anos. “Sam Raimi e David Koepp
transpuseram às telas todos os elementos que o fizeram o Homem-Aranha
ser um dos personagens mais adorados de todos os tempos e ainda o
mostraram para um novo público.” (CALLARI, 2012. pág, 281). O filme
arrecadou em todo mundo mais de US$ 822 milhões, o que deu a Raimi carta
branca para o próximo filme – Spider man 2.
As poucas críticas expostas ao primeiro filme, foram aqui suprimidas. Tobey
Maguire (Peter Parker), mais à vontade no papel, assume o característico
humor do personagem nos quadrinhos e aliado ao equilíbrio dado ao filme
traz uma película fiel às HQs.
Demonstrando o mesmo cuidado do original em conferir maior
dimensão aos seus personagens, O Homem-Aranha 2 é um
exemplo raro de filme de super-herói que investe mais nos diálogos
do que na ação: Peter Parker está constantemente avaliando suas
escolhas e as consequências que estas podem trazer para as vidas
das pessoas que ama e, revelando a insegurança típica de um
homem jovem (outro mérito do roteiro), está sempre pedindo
conselhos para os adultos que o cercam, de sua tia May ao
cientista Otto Octavius, passando até mesmo por um médico. Com
isso, Peter torna-se um herói vulnerável, muito mais próximo do
espectador do que a maior parte dos demais ícones da Marvel.
(VILLAÇA, 2004).
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
3	
  Venom é um dos principais inimigos do Homem Aranha. “[...] é um simbionte alienígena e parasita
acoplado ao corpo truculento de Eddie Brock. [...] Extremamente fort, resistente, ágil e veloz, ele pode
disparar teias orgânicas, aderir a superfícies, tem um fator de cura acelerado e sua presença não
dispara o sentido aranha de Peter” (CALLARI, 2012. pág, 312).	
  
4	
  O Sexteto Sinistro é um grupo formado por vilões inimigos do Homem-Aranha. A composição original
do Sexteto traz: Dr. Octopus (idealizador do grupo), Electro, Abutre, Homem-Areia, Rino e Shocker. A
primeira aparição do Sexteto aconteceu em 1964 na HQ Amazing Spider-man Anual 01, de Stan Lee e
Steve Ditko. No cinema o grupo será formado por Electro, Duende Verde, Dr. Octopus, Rino, Caçador e
Mystério. 	
  
A qualidade irretocável do longa concedeu a Raimi idealizar Spider-man 3 e a
sua disposição um orçamento “faraônico” (US$ 260 milhões). Contudo, a
exemplo do ocorrido com o Cavaleiro da Trevas na década de 90, o longa
fracassou notoriamente. Inúmeros fatores corroboraram ao retumbante
fracasso: o exorbitante orçamento, a pressão de produtores (financiadores do
projeto), e o maior erro atribuído a Raimi: deixar de lado o principal trunfo dos
seus antecessores, o roteiro.
Sem direcionamento, o filme contou com três vilões não resolvidos (New
Globin – James Franco; Sandman – Thomas Haden Church e Venom –
Thoper Grace), sendo Venom uma imposição comercial do estúdio, uma vez
que Raimi sempre foi categórico ao afirmar que detestava o personagem e
não tinha interesse em utilizá-lo. Raimi nutre preferência por Adrian Toomes:
o Abutre – clássico vilão na cronologia original. “Um dos maiores equívocos
da película foi recontar a morte do tio Ben para tentar inserir Flint Marko
(Sandman) na cronologia e aumentar o conflito emocional entre Peter Parker
e o vilão. Um verdadeiro insulto à inteligência do público.” (CALLARI, 2012.
pág, 285).
O maior erro de Homem-Aranha 3 é primário e encontrado em
grande parte dos filmes de Hollywood: a necessidade de amarrar
obsessivamente todos os personagens e obrigatoriamente inseri-
los dentro do arco narrativo. Mania de curso de roteiro do tipo
"receita de bolo" (quem já leu qualquer coisa do Syd Field sabe do
que estou falando), em que todos os personagens precisam partir
de um ponto e chegar noutro, aprender alguma coisa, crescer.
Diabos, por que eles não podem passar o filme inteiro sem
aprender coisa alguma? Por que todos os antagonistas têm que
dividir núcleos dramáticos? (BORGO, 2007).
Mesmo com todos os problemas de roteiro, desencontros e a dificuldade
sobre-humana de lidar com tríade de vilões, tanto para o Aranha quanto para
Raimi, o longa obteve a mais alta arrecadação da trilogia: US$ 890 milhões.
Foi o único da trilogia não indicado ao Oscar.
Porém, embora escarrados pela crítica e por fãs - ao contrário da obra
irretocável conquistada por Nolan na trilogia Batman (2005; 2008; 2012), a
nova transposição do cabeça de teia segue abalada, agora pelas mãos de
Marc Webb e seu reboot em Amazing Spider-man. “Dez anos. Foi esse o
tempo necessário para que o Homem-Aranha chegasse aos cinemas,
rendesse três filmes, esgotasse a fórmula decepcionando com um terceiro
capítulo patético e finalmente ganhasse uma “reimaginação”. (VILLAÇA,
2012).
Mesmo numa época dominada pelo déficit absoluto de atenção dos
espectadores, chega a assustar que uma obra seja descartada pelo
próprio estúdio com tamanha rapidez – e pior do que isso é só
perceber que a nova versão acaba cometendo alguns dos mesmos
erros que condenaram Homem-Aranha 3 ao fracasso,
potencializando o lado “emo” de Peter Parker e criando uma
historinha de amor que poderia facilmente render ao longa o rótulo
de “Homem-Aranha para crepusculetes”. (VILLAÇA, 2012).
O esgotamento da fábula do herói – receita de bolo à concepção de filmes
hollywoodianos - não desmede apenas a inteligência do espectador como
desrespeita o cânone das HQs. No entanto, segundo Matt Tolmach, produtor
do Sexteto Sinistro: “Nada é sagrado. Quero dizer, será o melhor Sexteto
Sinistro que você pode imaginar, mas fará sentido no mundo que estamos
construindo”.
Em outras palavras, somos a indústria, quer goste ou não, será do nosso
jeito.
REFERÊNCIAS
BATMAN E ROBIN, com George Clooney, é eleito o pior filme da história em
pesquisa online. UOL, 2010.
Disponível em: <	
  http://cinema.uol.com.br/ultnot/reuters/2010/02/03/batman-e-robin-
com-george-clooney-e-eleito-o-pior-filme-da-historia-em-pesquisa-online.jhtm>.
Acesso em: 14 dez. 2014
BORGO, Érico. Homem-Aranha 3. Omelete, 2007. Disponível em:
<	
  http://omelete.uol.com.br/cinema/homem-aranha-3/#.VI9etaTF_xh>. Acesso em: 14
dez. 2014.
CALLARI, Alexandre. Quadrinhos no Cinema. São Paulo. Évora, 2012.
CHION, Michel. A Audiovisão - som e imagem no cinema. Lisboa. Texto & Grafia,
2011.
GOMES, Jáder de Oliveira. A Metamorfose do Morcego: Batman na transposiçãoo
das histórias em quadrinhos para o cinema. 62 f. 2011. Monografia (Graduação em
Jornalismo) – Universidade de Fortaleza – Unifor. Fortaleza, 2011.
MAIA, Alessandra; GARCIA, Yuri. Dos Quadrinhos ao Cinema: um estudo sobre a
adaptação e a estética em “Scott Pilgrim”. Rio de Janeiro, 2012.
NOGUEIRA, Cícero de Brito. Transposição do HQ para o Cinema. In: Revista FSA.
Teresina: V.9 n.2 art 6 p. 81 -97, ago./dez. 2012.
VILLAÇA, Pablo. Homem-Aranha 2. Cinema em Cena, 2004. Disponível em:
<	
  http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=1607%20-
>. Acesso em: 14 dez. 2014
VILLAÇA, Pablo. O Espetacular Homem-Aranha. Cinema em Cena, 2012.
Disponível em:
<	
  http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=5902>.
Acesso em: 14 dez. 2014.

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Adaptações de HQs no cinema

  • 1. Universidade Tuiuti do Paraná – UTP Pós-Graduação em Cinema Cinema Indústria Profº Me. Tom Lisboa Acadêmico Ivanir França Heróis no cinema: a escalada industrial e suas vergonhas expostas Desde seu surgimento, o cinema vale-se de adaptações para conquistar e aproximar o público por meio do que já o é íntimo. Georges Méliès talvez tenha sido o pioneiro a colher na literatura (Da Terra à Lua de Júlio Verne) inspiração para o cinema (La Voyage dans la lune). Atualmente vê-se uma crescente busca por “novas” histórias literárias, musicais, releituras cinematográficas e, talvez, a mais rentável pelo apelo ao público fiel - a adaptação de Histórias em Quadrinhos (HQs). Batman, Superman, Spiderman, Dreed e outras HQs menos conhecidas do grande público (Bullet to the Head, Le bleu est une couleur chaude, Poulet aux prunes, Snowpiercer ...) vêm ganhando suas versões cinematográficas, algumas “fiéis”, outras, dentro da concepção de críticos e especialistas, lamentáveis. No entanto, antes de tecer adjetivos a estas transposições é preciso entender as diferenças de linguagem propostas às plataformas. Ambos lidam com palavras e imagens. O cinema reforça isso com o som e a ilusão do movimento real. Os quadrinhos precisam fazer uma alusão a tudo isso a partir de uma plataforma estática impressa. O cinema usa a fotografia e uma tecnologia sofisticada a fim de transmitir imagens realistas. Mais uma vez, os quadrinhos estão limitados à impressão. O cinema pretende transmitir uma experiência real, enquanto os quadrinhos a narram. Essas singularidades, claro, afetam as tentativas de aproximação do cineasta e do cartunista. (EISNER, 2005 apud NOGUEIRA, 2012). Entende-se que embora similares, o cinema transforma o espectador em elemento passivo frente ao ecrã, pois a obra está pré-definida pela
  • 2. montagem, fotografia e pelo som. Já nas HQs a sobreposição das imagens exige um maior “esforço” do leitor para preencher os espaços deixados entre um quadro e outro, além de, claro, não ter o recurso do áudio, pontuando e abrindo os sentidos do leitor, guiando-o apenas pela sequência imagética e seus recursos. “Ou seja, a forma como o conceito de movimento é trabalhado em ambos os casos se diferem.” (MAIA;GARCIA, 2012) Em relação ao som, Michel Chion (2008) explica: “as percepções sonora e visual têm, cada qual, a sua velocidade própria: de uma forma sucinta, o ouvido analisa, trabalha e sintetiza mais depressa que o olho”. Há várias razões para isso: em primeiro lugar, para os ouvintes, o som e o veículo da linguagem, e uma frase falada faz o ouvido trabalhar mais depressa (comparativamente, a leitura com os olhos é, salvo treino especial, no surdos, por exemplo, sensivelmente mais lenta. (CHION, 2008. pág. 16). Nesse contexto, a justaposição das obras em mídias díspares forma dois ideais diferenciados. Um pela visão dos roteiristas e criadores das HQs e outra na visão dos roteiristas e do diretor de uma película, que trespassam a ideia inicial do quadrinho expandindo as possibilidades narrativas. Para CORDEIRO (2011), “o cinema pretende transmitir uma experiência real, enquanto os quadrinhos a narram”. Encontramos, portanto, em ambas as plataformas, produtos únicos que convergem e somam-se narrativamente, abrindo o arco histórico e o cânone original das histórias. Essas mudanças, muitas vezes, causam desconforto a fãs e até mesmo a autores, que criticam veementemente algumas adaptações mal interpretadas ou com foco ao largo da original. No entanto, embora - ao serem transpostas a outra linguagem - as obras perpassem por críticas, sendo amadas ou odiadas, elas têm como objetivo final a venda, e mesmo execradas por fãs e autores, as adaptações, se
  • 3. obtiverem lucros, ou por motivos de manutenção de direito à marca, tendem a serem estendidas e continuadas à exaustão comercial. Em outras palavras, o cinema, assim como as HQs seguem a toada da indústria cultural. Teorizada por Theodor Adorno e Marx Horkheimer, o conceito trabalha a ideia de que os bens culturais são produzidos em lote, como mercadoria padronizada, ou seja, a produção de um filme segue a mesma lógica da produção de um automóvel. Pode ser que as novas condições assim criadas pelas técnicas de reprodução, em paralelo, deixem intacto o conteúdo da obra de arte; mas, de qualquer maneira, desvalorizam seu hic et nunc. Acontece o mesmo, sem dúvida, com outras coisas além da obra de arte, por exemplo, com a paisagem cinematográfica; porém, quando se trata de obra de arte, tal desvalorização atinge-a no ponto mais sensível, onde ela é vulnerável como não o são objetos naturais: em sua autenticidade. O que caracteriza a autenticidade de uma coisa é tudo aquilo que ela contém e é originalmente transmissível, desde sua duração material até seu poder de testemunho histórico. Como este próprio testemunho baseia-se naquela duração, na hipótese da reprodução, onde o primeiro elemento (duração) escapa aos homens, o segundo – o testemunho histórico da coisa fica identicamente abalado. Nada demais certamente, mas o que fica assim abalado é a própria autoridade da coisa (BENJAMIN, apud GOMES, 2011). Dentro desse conceito vemos a construção em escala industrial de adaptações que resultaram em filmes vergonhosos como Batman Forever (1995) e Batman & Robin (1997) de Joel Schumacher. Orçado em 100 milhões de dólares, o filme, ao estrear nos Estados Unidos, no dia 7 de julho de 1995, foi simplesmente malhado por crítica e público. Entretanto, inexplicavelmente tornou-se um sucesso de bilheteria e arrecadou 336 milhões de dólares em todo o mundo, sendo o segundo filme mais visto daquele ano. Era como se o público não acreditasse que um filme do Batman pudesse ser tão ruim e tivesse que conferir por conta própria. (CALLARI, 2012. pág, 149) O desastre de Schumacher expõem as falhas da produção em massa que nesse caso só foram possíveis graças ao sucesso de Batman (1989) e Batman Returns (1992) dirigidos por Tim Burton. Embora os longas tenham
  • 4. obtido um certo sucesso e arrecadado juntos US$ 574 milhões, alguns afagos não bem recebidos definharam a escabrosa dupla de Schumacher. Batman & Robin, além de inúmeras indicações1 ao Framboesa de Ouro (prêmio anual concedida nos EUA aos piores filmes) de 1998, foi agraciado pela revista Empire2 com a primeira colocação dos piores filmes da história. Esse “sucesso” levou aos executivos da Warner engavetar novos projetos do Homem Morcego até 2005. Outro exemplo de adaptação desastrosa após um sucesso inicial está na trilogia Spider-man (2002; 2004; 2007) de Sam Raimi. Considerado o maior herói da Marvel e um dos mais importantes da humanidade com sucesso ilibado em HQs, games, séries animadas e em mangás, o “amigão da vizinhança” só recebeu sua primeira adaptação oficial ao cinema em 2002. “Um dos principais motivos para a demora e constantes adiamentos foram brigas judiciais envolvendo várias empresas – entre elas, 20th Century Fox, Sony, Marvel, MGM, 21st Century Film Corporation e Viacom.” (CALLARI, 2012. pág, 280)”. Após algumas concessões, os direitos de marca e transposição permaneceram com a Marvel e com a Sony, esta detendo o poder do herói às telas do cinema. Segundo o site Omelete, esse direito permanece na Sony desde que sejam produzidos filmes da franquia de três em três anos. Rumor que abastece boatos de após a finalização da atual franquia - The Amazing Spider-man de Marc Webb - seja produzido um filme baseado na juventude da Tia May. Caso confirmado, o longa pode desvirtuar o cânone do cabeça de teia, pois colocaria Peter Parker (Homem Aranha) como filho de May.                                                                                                                           1  Foi nomeado para a categoria de Pior Filme, Pior Diretor, Pior Remake ou Sequência, Pior Roteiro, Pior Canção Original (The End is The Beginning is The End, do cantor americano Billy Crogan), Pior Ator Coadjuvante (Arnold Shwarzenegger e Chris O’Donnel), Pior Atriz Coadjuvante (Uma Thurman, Pior Dulpa (George Clooney e Chris O’Donnel) e Desrespeito à Vida Humana e à propriedade Privada. Curiosamente, o único “prêmio” que levou foi na categoria de Pior Atriz Coadjuvante (Alicia Silverstone). (CALLARI, 2012. pág, 150).   2  Esse filme de 1997, em que Clooney interpreta o Homem-Morcego, ao lado de Chris O'Donnell (Robin) e Alicia Silverstone (Batgirl), "venceu" uma pesquisa feita pela Internet pela revista Empire para escolher a obra mais desastrosa da história do cinema. A revista disse que a "bomba" não só venceu a votação como obteve quase o triplo de votos do segundo colocado - "A Reconquista", com John Travolta, uma adaptação de um romance de L. Ron Hubbard, fundador da religião chamada Cientologia. (UOL, 2010).  
  • 5. No entanto, segundo a própria Sony, um possível filme estrelado pela Tia May – jovem - está fora dos planos do estúdio, que concentra seus esforços na produção dos longas Venom3 e Sexteto Sinistro4 . Spider-man de uma ponta a outra Spider-man (2002) foi criado imerso em camadas que o haviam consagrado nos quadrinhos nos últimos 40 anos. “Sam Raimi e David Koepp transpuseram às telas todos os elementos que o fizeram o Homem-Aranha ser um dos personagens mais adorados de todos os tempos e ainda o mostraram para um novo público.” (CALLARI, 2012. pág, 281). O filme arrecadou em todo mundo mais de US$ 822 milhões, o que deu a Raimi carta branca para o próximo filme – Spider man 2. As poucas críticas expostas ao primeiro filme, foram aqui suprimidas. Tobey Maguire (Peter Parker), mais à vontade no papel, assume o característico humor do personagem nos quadrinhos e aliado ao equilíbrio dado ao filme traz uma película fiel às HQs. Demonstrando o mesmo cuidado do original em conferir maior dimensão aos seus personagens, O Homem-Aranha 2 é um exemplo raro de filme de super-herói que investe mais nos diálogos do que na ação: Peter Parker está constantemente avaliando suas escolhas e as consequências que estas podem trazer para as vidas das pessoas que ama e, revelando a insegurança típica de um homem jovem (outro mérito do roteiro), está sempre pedindo conselhos para os adultos que o cercam, de sua tia May ao cientista Otto Octavius, passando até mesmo por um médico. Com isso, Peter torna-se um herói vulnerável, muito mais próximo do espectador do que a maior parte dos demais ícones da Marvel. (VILLAÇA, 2004).                                                                                                                           3  Venom é um dos principais inimigos do Homem Aranha. “[...] é um simbionte alienígena e parasita acoplado ao corpo truculento de Eddie Brock. [...] Extremamente fort, resistente, ágil e veloz, ele pode disparar teias orgânicas, aderir a superfícies, tem um fator de cura acelerado e sua presença não dispara o sentido aranha de Peter” (CALLARI, 2012. pág, 312).   4  O Sexteto Sinistro é um grupo formado por vilões inimigos do Homem-Aranha. A composição original do Sexteto traz: Dr. Octopus (idealizador do grupo), Electro, Abutre, Homem-Areia, Rino e Shocker. A primeira aparição do Sexteto aconteceu em 1964 na HQ Amazing Spider-man Anual 01, de Stan Lee e Steve Ditko. No cinema o grupo será formado por Electro, Duende Verde, Dr. Octopus, Rino, Caçador e Mystério.  
  • 6. A qualidade irretocável do longa concedeu a Raimi idealizar Spider-man 3 e a sua disposição um orçamento “faraônico” (US$ 260 milhões). Contudo, a exemplo do ocorrido com o Cavaleiro da Trevas na década de 90, o longa fracassou notoriamente. Inúmeros fatores corroboraram ao retumbante fracasso: o exorbitante orçamento, a pressão de produtores (financiadores do projeto), e o maior erro atribuído a Raimi: deixar de lado o principal trunfo dos seus antecessores, o roteiro. Sem direcionamento, o filme contou com três vilões não resolvidos (New Globin – James Franco; Sandman – Thomas Haden Church e Venom – Thoper Grace), sendo Venom uma imposição comercial do estúdio, uma vez que Raimi sempre foi categórico ao afirmar que detestava o personagem e não tinha interesse em utilizá-lo. Raimi nutre preferência por Adrian Toomes: o Abutre – clássico vilão na cronologia original. “Um dos maiores equívocos da película foi recontar a morte do tio Ben para tentar inserir Flint Marko (Sandman) na cronologia e aumentar o conflito emocional entre Peter Parker e o vilão. Um verdadeiro insulto à inteligência do público.” (CALLARI, 2012. pág, 285). O maior erro de Homem-Aranha 3 é primário e encontrado em grande parte dos filmes de Hollywood: a necessidade de amarrar obsessivamente todos os personagens e obrigatoriamente inseri- los dentro do arco narrativo. Mania de curso de roteiro do tipo "receita de bolo" (quem já leu qualquer coisa do Syd Field sabe do que estou falando), em que todos os personagens precisam partir de um ponto e chegar noutro, aprender alguma coisa, crescer. Diabos, por que eles não podem passar o filme inteiro sem aprender coisa alguma? Por que todos os antagonistas têm que dividir núcleos dramáticos? (BORGO, 2007). Mesmo com todos os problemas de roteiro, desencontros e a dificuldade sobre-humana de lidar com tríade de vilões, tanto para o Aranha quanto para Raimi, o longa obteve a mais alta arrecadação da trilogia: US$ 890 milhões. Foi o único da trilogia não indicado ao Oscar. Porém, embora escarrados pela crítica e por fãs - ao contrário da obra irretocável conquistada por Nolan na trilogia Batman (2005; 2008; 2012), a nova transposição do cabeça de teia segue abalada, agora pelas mãos de
  • 7. Marc Webb e seu reboot em Amazing Spider-man. “Dez anos. Foi esse o tempo necessário para que o Homem-Aranha chegasse aos cinemas, rendesse três filmes, esgotasse a fórmula decepcionando com um terceiro capítulo patético e finalmente ganhasse uma “reimaginação”. (VILLAÇA, 2012). Mesmo numa época dominada pelo déficit absoluto de atenção dos espectadores, chega a assustar que uma obra seja descartada pelo próprio estúdio com tamanha rapidez – e pior do que isso é só perceber que a nova versão acaba cometendo alguns dos mesmos erros que condenaram Homem-Aranha 3 ao fracasso, potencializando o lado “emo” de Peter Parker e criando uma historinha de amor que poderia facilmente render ao longa o rótulo de “Homem-Aranha para crepusculetes”. (VILLAÇA, 2012). O esgotamento da fábula do herói – receita de bolo à concepção de filmes hollywoodianos - não desmede apenas a inteligência do espectador como desrespeita o cânone das HQs. No entanto, segundo Matt Tolmach, produtor do Sexteto Sinistro: “Nada é sagrado. Quero dizer, será o melhor Sexteto Sinistro que você pode imaginar, mas fará sentido no mundo que estamos construindo”. Em outras palavras, somos a indústria, quer goste ou não, será do nosso jeito.
  • 8. REFERÊNCIAS BATMAN E ROBIN, com George Clooney, é eleito o pior filme da história em pesquisa online. UOL, 2010. Disponível em: <  http://cinema.uol.com.br/ultnot/reuters/2010/02/03/batman-e-robin- com-george-clooney-e-eleito-o-pior-filme-da-historia-em-pesquisa-online.jhtm>. Acesso em: 14 dez. 2014 BORGO, Érico. Homem-Aranha 3. Omelete, 2007. Disponível em: <  http://omelete.uol.com.br/cinema/homem-aranha-3/#.VI9etaTF_xh>. Acesso em: 14 dez. 2014. CALLARI, Alexandre. Quadrinhos no Cinema. São Paulo. Évora, 2012. CHION, Michel. A Audiovisão - som e imagem no cinema. Lisboa. Texto & Grafia, 2011. GOMES, Jáder de Oliveira. A Metamorfose do Morcego: Batman na transposiçãoo das histórias em quadrinhos para o cinema. 62 f. 2011. Monografia (Graduação em Jornalismo) – Universidade de Fortaleza – Unifor. Fortaleza, 2011. MAIA, Alessandra; GARCIA, Yuri. Dos Quadrinhos ao Cinema: um estudo sobre a adaptação e a estética em “Scott Pilgrim”. Rio de Janeiro, 2012. NOGUEIRA, Cícero de Brito. Transposição do HQ para o Cinema. In: Revista FSA. Teresina: V.9 n.2 art 6 p. 81 -97, ago./dez. 2012. VILLAÇA, Pablo. Homem-Aranha 2. Cinema em Cena, 2004. Disponível em: <  http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=1607%20- >. Acesso em: 14 dez. 2014 VILLAÇA, Pablo. O Espetacular Homem-Aranha. Cinema em Cena, 2012. Disponível em: <  http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=5902>. Acesso em: 14 dez. 2014.