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Documento Político: Sobre a Tem á tic a do 5 3º Congresso N a cional

       Esse texto tem como intenção auxiliar na construção da temática do nosso 53º
CONEA – Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia. Iremos partir de uma
análise material do momento que vivemos em nossa federação, fazendo também uma
leitura da conjuntura do campo brasileiro, do movimento estudantil e dos movimentos
sociais, para enfim propor um eixo temático que organize nossas discussões, nossos
trabalhos no congresso e sirva de acúmulo para nossa executiva, contemplando as
deliberações do último congresso. Os seguintes pontos estão organizados na ótica das
temáticas, abordando marginalmente outros pontos

1. Balanço do último período

       Podemos dizer, a grosso modo, que nos últimos anos pudemos observar o
aumento da discussão e consequentemente o acúmulo teórico em algumas bandeiras,
temáticas, discussões e conteúdos. São eles: Agroecologia, Movimentos Sociais,
Educação Popular, Gênero e Relações Internacionais.
       A Agroecologia tem estado presente em nossas últimas atividades, a ressaltar o
51º CONEA, em Porto Alegre, ano de 2008. Além de ser tema de um congresso recente,
tivemos também diversos encontros regionais de agroecologia (ERA), duas edições do
Curso de Formação em Agroecologia (CFA) em 2007 e 2008, realização do Congresso
Brasileiro e do Latino Americano de Agroecologia e a experiência do Encontro Nacional
de Grupos de Agroecologia em novembro último, além de outras atividades locais e
regionais que construímos e/ou acompanhamos.
       Os Movimentos Sociais tem dado a tônica de nossos últimos espaços, em especial
no último congresso em piracicaba, onde tivemos como chamada “FEAB: os Estudantes
na luta do Povo”. Além disso, tivemos a aproximação com os companheiros de diversos
movimentos da Via Campesina em várias atividades, articulações, campanhas e
trouxemos sua simbologia e suas pautas para dentro de nossa federação. Cabe lembrar
também os últimos Estágios Interdisciplinares de Vivência que nos últimos anos surgiram
e se consolidaram, contribuindo também no estreitamento e compreensão dos
movimentos sociais populares. Podemos citar como exemplos o EIV estadual de São
Paulo, o de Sergipe e a experiência do EIV pará
       Na educação popular tivemos um avanço através dos últimos trabalhos do NTP de
educação, do esforço em inserir de metodologias e debates sobre educação popular em
nossos espaços de militância e também em espaços mais amplos como CONEA,
novamente recordando o 51º Congresso que pautou de forma contundente a educação
popular. No campo da discussão de Gênero, consolidou-se as plenárias de mulheres e de
gênero em nosso espaços desde 2006, sendo que ano após ano tivemos um
aprimoramento de nossas metodologias e debates nesses espaços, além da inserção de
diversas companheiras em fóruns e mobilizações das mulheres da Via Campesina.
       Finalmente as Relações Internacionais foram reforçadas, retomando aqui alguns
momentos importantes: a realização do CLACEEA em Curitiba e a tarefa de Coordenação
Geral da Conclaea assumida pela FEAB e tocada com grande valentia pelos
companheiros que se despreenderam nas “giras” nos mais diversos países da América
Latina. Sem contar a crescente participação de internacionalistas em nossos eventos tais
como CONEA, EIVs, entre outros, sempre trazendo elementos políticos e culturais que
enriquecem nossa federação com suas intervenções e o contato com nossa militância.

2. Análise conjuntural e das demandas da Federação

      Após essa primeira análise, vamos nos debruçar na tarefa de apontar a temática do
nosso próximo congresso, momento importante de diálogo com a base estudantil e
também de acúmulo político, para que possamos apontar nossos desafios
organizacionais e deliberar sobre o próximo período que virá. Para isso deve-se coletar
elementos da atual conjuntura nos mais amplos aspectos, até chegar em nossa
federação, enxergar o possível cenário conjuntural que enfrentaremos ano que vem e
como devemos nos preparar para que tenhamos sucesso na realização do nosso 53º
CONEA.

2.1. Análise conjuntural

        Atravessamos atualmente um momento de profunda crise estrutural e cíclica do
capitalismo mundial, que teve sua manifestação mais declarada no ano de 2008 e seus
reflexos se desdobram nas economias de todo o mundo. De acordo com a maioria das
forças e pensadores do campo da esquerda, ainda teremos seus reflexos por mais muito
tempo ainda, entendendo que a crise atual tem seu início não na crise financeira
explicitada no último ano, mas sim nas dificuldades do próprio sistema em enfrentar e
superar seus impasses produtivos. Em geral observamos no último período a acentuação
de sintomas de ataque a classe trabalhadora como arrocho salarial, aumento do
desemprego, desaceleração do crescimento econômico mundial, aumento da truculência
das forças reacionárias, crescentes tensionamentos entre os movimentos sociais
organizados e o aparato defensor do capital.
        Nacionalmente os dois mandatos do governo Lula e seu fracasso em realizar as
mudanças que aspirava o movimento social, combinado com suas iniciativas de cunho
neoliberal como as sucessivas medidas de reforma universitária que precarizam cada vez
mais a universidade, a ausência de um devido programa de reforma agrária, a conivência
e colaboração com o agronegócio e com o capital financeiro internacional, contribuiu para
que se agravasse a divisão e a confusão teórica da esquerda como um todo, fazendo com
que se refreasse a mobilização popular através de políticas de cunho social de
distribuição de renda e demais medidas paliativas. O apoio quase irrestrito de entidades
como a CUT e a UNE ao governo também contribuiu para que o movimento social não
conseguisse responder aos anseios reais de sua base social. O próximo ano será um ano
eleitoral e ainda não está claro quais serão os candidatos do campo da esquerda,
observando-se dificuldades para construir uma frente que uma as diversas forças, além
da candidata da situação, que não apresenta uma mudança positiva sob a ótica dos
movimentos sociais.
        Aproximando essa análise para a Via Campesina e seus movimentos, enxerga-se
claramente uma ofensiva do campo da direita, incluindo seus governos em todos os
níveis, seu aparelho midiático e os grandes grupos econômicos mundiais. Essa ofensiva
acentuou a violência no campo, os conflitos em torno da terra e dos recursos naturais, a
exploração do trabalhador do campo e a criminalização dos movimentos sociais. Aumenta
sistematicamente o número de lideranças presas e perseguidas, a tentativa de tirar a
legalidade das mobilizações populares e a desmoralização dos movimentos perante a
sociedade.
        No movimento estudantil observamos a tentativa de consolidar alternativas de
organização a nível nacional com criação da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre,
que ainda não se firmou enquanto opção para a maioria do movimento estudantil
classista. A União Nacional dos Estudantes continua a sofrer com o aparelhismo da UJS e
não representa um fórum onde se articulem políticas coerentes com a necessidade de
enfrentamento. As executivas de curso ou movimento estudantil de área, aumentaram
ligeiramente sua legitimidade na base estudantil e sua capacidade de empreender lutas
contra o capital na educação e na sociedade, porém o Fórum Nacional de Executivas de
curso ainda não é capaz de articular nacionalmente políticas combativas.
        Na FEAB temos o reflexo de todos os itens citados anteriormente, com diferentes
intensidades. Elementos próprios que merecem ser citados são a elevação de nosso
debate político e sua radicalização, com o aumento da nossa compreensão enquanto
movimento estudantil comprometido com a classe trabalhadora e nossa inserção na Via
Campesina. Porém isso causou um relativo afastamento das pautas estudantis mais
próximas ao estudante, fato este que acarretou a diminuição no número de participantes
em nossos espaços massivos tem ocorrido seguidamente, seja em nossos encontros
nacionais ou regionais. Apesar disso, tivemos algum crescimento na formação política de
nossos militantes, através da realização de nosso último curso nacional de formação,
realizado conjuntamente com os nossos parceiros da Associação Brasileira de Estudantes
de Engenharia Florestal, com a representação também da Entidade Nacional dos
Estudantes de Biologia e Associação Brasileira de Estudantes de Filosofia. Cabe ressaltar
também a dificuldade que o curso teve em apontar perspectivas para a continuidade da
formação política, apesar do esforço nesse sentido.
        Temos na FEAB então o seguinte quadro: de aprofundamento no debate dos
movimentos sociais populares e de relativo afastamento da federação com a realidade
dos estudantes de agronomia, resultando em um contorno político mais elevado e definido
e diminuição de nossa base social. Obviamente esse quadro é decorrente em parte do
problemático momento conjuntural que vivemos nas mais diversas esferas e em parte de
nossas escolhas e decisões enquanto movimento partindo da análise da realidade, sendo
essas escolhas e decisões foram ora positivas, ora negativas, em maior ou menor grau.
         Vale dizer que nesse momento de crise do capital as forças de esquerda
permanecem divididas, com dificuldades de construir pautas amplas que unam os
diferentes campos de pensamento, vide os percalços surgidos na campanha O Petróleo
Tem Que Ser Nosso, aonde nós estivemos presentes. Tanto a esquerda como um todo
não conseguiu apresentar uma alternativa a classe trabalhadora como o movimento
estudantil e também a FEAB não conseguiu avançar claramente na superação das
dificuldades impostas pela conjuntura, ainda que houveram no último período avanços
alguns casos.

2.2 Demandas para a FEAB

       Após a sucinta exposição conjuntural, nos situamos para construir uma proposta
temática para a Federação, baseados nos desafios colocados pela conjuntura geral, do
movimento estudantil e do movimento estudantil de agronomia. Somado isso ao resgate
dos elementos temáticos sobre o qual conseguimos acumular no último período, está
desenhado o quadro material e teórico recente que vivemos.
       A crescente diminuição de nossa base social, ou seja, o menor número de
estudantes que se reconhecem e se referenciam pela FEAB, é motivo de preocupação
ainda que consideremos que isso é em parte reflexo da conjuntura que vivemos, visto que
o estudante de agronomia está cada vez mais refém da alienação imposta pela mídia,
pelo sistema educacional e pelo desaquecimento das lutas dentro da universidade. Porém
não podemos nos eximir da necessidade constante de buscar alternativas para superar
esse momento.
       O acúmulo teórico e a elevação do debate que observamos nos últimos anos
também não devem ser deixados de lado, ou seja, não podemos retroceder no campo
político e sim avançar a partir dele, através do reforço de nossa formação política, da
ampliação de nosso diálogo com outras organizações e da contínua articulação em lutas
conjuntas, seja com o movimento estudantil, seja com o movimento social popular. Um
dos grandes anseios de nossos companheiros e companheiras explicitado em nosso
último congresso é a de como, nesse complexo momento, podemos consolidar nossa
militância e aproximar novos estudantes para nossa federação.
        Sendo assim, a temática que deve nortear nosso congresso deve cumprir dois
pontos essenciais: (a) o de diálogo com a realidade material do estudante de agronomia,
para que possamos aproximá-lo e (b) o de acúmulo teórico e político para a federação,
para manter nossa coerência e qualidade de atuação. Passemos então para análise
desses dois pontos.
        a) Para que consigamos de fato estabelecer uma ponte de diálogo com o estudante
comum de agronomia, temos que entender como trabalhar a partir das contradições
colocadas à frente do mesmo, para que a partir da observação, crítica e compreensão
dessas contradições o indivíduo seja capaz de avançar em seu nível de consciência. Que
contradições são essas? Pois bem, enquanto indivíduo que está inserido em uma
sociedade divida em classes, podemos dizer, pelo menos no plano teórico, que o
estudante está de fato sujeito a vivenciar todas as contradições dessa sociedade. Porém,
obviamente, existem contradições que estão mais próximas de sua realidade, assim como
contradições mais distantes.
        Na tentativa de elevar o nível de consciência do estudante, temos que explorar as
contradições que estão mais próximas do mesmo, para que tenhamos sucesso nessa
tentativa de maneira mais simples, e em espaços seguintes, passarmos para as mais
distantes para que o estudante adquira de fato um nível de consciência cada vez mais
crítico. Temos então que avaliar quais as contradições que estão mais próximas de sua
realidade.
        Pensemos então no que está colocado à frente do estudante de agronomia. Um
primeiro elemento que podemos citar é a própria universidade. Uma universidade que é
mantida pelo conjunto da sociedade, mas onde apenas uns poucos se inserem e esses
poucos produzem conhecimento para os interesses do capital em detrimento dos
interesses da classe trabalhadora. Outro elemento que está a frente do estudante é a
problemática da técnica. O estudante de agronomia vive em um mundo onde as
pressões ambientais, ecológicas e de biodiversidade estão cada vez maiores, porém as
técnicas apresentadas à ele na academia vão em direção oposta a essa demanda da
sociedade e do modelo de agricultura necessário no país. Além disso, como terceiro
elemento de relevância, o estudante de agronomia também está diante de um impasse
que atravessa técnicas, que é a questão da terra, sua posse e seu uso. O futuro
agrônomo desde o início da sua formação já depara com temas como a reforma agrária, o
latifúndio, os conflitos do campo a grilagem de terras, entre outros. Dessas contradições
citadas podemos derivar diversas outras como a falta de democracia na universidade, a
pouca presença da agroecologia em nossos currículos, soberania alimentar, etc.
        Temos então três contradições, próximas do estudante, que podemos considerar
principais, sem ignorar outras que porventura existam: qual deveria ser a função da
universidade e qual é seu papel de fato, as técnicas que nos são apresentadas que não
condizem com as reais necessidades da sociedade e a contradição latifúndio exportador –
agricultura camponesa voltada as necessidades internas. Essas três contradições estão
próximas ao estudante de agronomia e a partir delas é possível chegar à raiz do sistema
capitalista.
        b) Tendo em vista os pontos que entendemos que avançamos no último período,
temos agora a tarefa de como, partindo deles, podemos avançar em outros pontos e
bandeiras que estão em defasagem ou que necessitam de aprofundamento. Também
temos que levar em conta o momento conjuntural que vive o movimento estudantil, em
particular o da agronomia e a ofensiva sofrida pelos movimentos sociais populares com
dos quais somos aliados. Esse momento conjuntural também foi definido anteriormente.
       Dentre nossas bandeiras, uma clara demanda colocada é avançar no debate de
formação profissional, deixado um pouco de lado nos últimos anos. Essa bandeira tem
um grande valor se considerarmos a sua capacidade de diálogo com os estudantes e
como a partir dela podemos atingir outros pontos, como por exemplo, a inserção das
transnacionais na universidade e sua influência no perfil do profissional da agronomia,
voltado ao agronegócio, entre outras. O debate de formação profissional compreende
também como iremos atuar no campo brasileiro, compreende a agroecologia em
contraposição ao modelo do agronegócio.
       Podemos dizer também que é impossível fazer um qualificado debate em torno da
formação profissional sem abordar a universidade de maneira ampla, entendendo a
mesma como uma ferramenta do capital e um espaço de disputa de consciência que se
configura como um dos nossos principais locais de atuação enquanto movimento.
Carecemos também de definir qual o nosso papel dentro do movimento estudantil geral,
pois historicamente a FEAB se colocou como referência dentro do ME, articulando através
dele e com ele importantes lutas no campo da educação.
       A crescente ofensiva do capital perante os movimentos sociais, aprofundada com
a eclosão da crise econômica mundial, nos coloca uma clara demanda: a de solidariedade
aos movimentos sociais, contrários à criminalização dos mesmos. Nesse momento de
crise é de vital importância que reforcemos nossa opção pela classe trabalhadora, para
que isso oriente nossas ações e evite que caiamos em lutas estritamente corporativas,
pois as lutas corporativas tendem a ser lutas conservadoras e não transformadoras.
Devemos entender as lutas dentro do sistema como lutas importantes de serem travadas,
para acumulação de forças no cenário de luta de classes e para escancarar as
contradições do capitalismo. A luta em defesa da universidade, pela qualidade do ensino,
da reforma agrária, contra os transgênicos, contra o latifúndio, contra o agronegócio e etc
devem ter um claro contorno classista, apontando para uma perspectiva de transformação
da sociedade.
       Temos portanto que acumular em nosso congresso os seguintes pontos: o debate
em torno da formação profissional, da universidade e defesa dos movimentos sociais e
suas pautas, tendo como plano de fundo a luta anticapitalista.

   3. Proposição temática

        Considerando tudo o que foi abordado e explicitado, ainda que de maneira pouco
profunda em alguns momentos, cabe a nós propor uma temática ampla, que contemple
nossa necessidade de diálogo com a nossa base estudantil e também os temas traçados
enquanto importantes para o momento assim como os demandados pelo momento
histórico. Tarefa de fato complexa se considerarmos a amplitude do que foi abordado
nesse documento.
        Resta-nos então a pergunta: qual o tema que inclua tanto as contradições que
serão exploradas para estabelecer um diálogo com os estudantes (a técnica, a
universidade e a questão da terra) como também as bandeiras que devemos amadurecer
dentro da FEAB (formação profissional, movimentos sociais e novamente a
universidade)? Interessante ressaltar dois pontos. Que tanto é tático discutir a
universidade e seu papel como é necessário acumular o debate em torno do tema. Outro
ponto é de que mesmo que no último período observamos um avanço no debate de
movimentos sociais, o mesmo não está esgotado e necessita ser constantemente avivado
dentro da federação pela sua importância política. Enfim a temática ampla, que abarca
toda a imensidão de pontos para a nossa federação, pode se resumir em dois eixos:
Universidade e Questão Agrária.
      Através do debate de Universidade, conseguimos atingir pontos de crucial
relevância como:
    – a formação profissional e a alienação técnica que vivemos pela imposição do
       pacote tecnológico que dá preferência ao agronegócio e sua devastação ao invés
       da agroecologia e do conhecimento tradicional, a pulverização do curso de
       agronomia e sua redução tecnicista em detrimento de uma formação holística e
       emancipatória, seu modelo impositor de extensão em oposição da atuação nos
       moldes da educação popular;
    – Sua mercantilização, as transnacionais na universidade impondo os desejos do
       capital internacional sobre as reais necessidades do povo brasileiro que mantém
       toda essa estrutura arcaica, antidemocrática, com cada vez menos autonomia
       perante a governos, cada vez mais precarizada e de acesso restrito;
    – o movimento estudantil e sua importância como movimento social, a necessidade
       de se retomar seu caráter classista em defesa da soberania nacional e da
       transformação da sociedade. Construir nossa identidade de movimento estudantil.
      Já abordando a Questão Agrária, ampliamos nossa temática para além dos muros
da universidade:
    – Colocar reforma agrária na ordem do dia, sendo ela de cunho popular, necessária
       para o desenvolvimento nacional.
    – A necessidade de abandonar o agronegócio e construir uma alternativa popular
       para o campo brasileiro, abrangendo a agroecologia, a defesa da
       agrobiodiversidade, o conhecimento tradicional do campesinato.
    – O combate ao modelo tecnológico atual, que se utiliza dos transgênicos e dos
       agrotóxicos para manter um modelo completamente insustentável do ponto de vista
       social, ambiental e econômico.
    – Explicitar a crise desse modelo de agricultura, em todos os níveis, sua
       insustentabilidade total e seu desserviço a classe trabalhadora.
    – Reforçar nossa aliança e defender os movimentos sociais do campo, contra a
       criminalização dos mesmos, compreendendo que sua luta contínua e incansável
       contra o capital compartilha de nossos anseios por transformação da sociedade e
       do campo brasileiro, nosso futuro local de atuação profissional.

      Além do exposto nesses tópicos, essas duas temáticas casadas abrem
precedentes para a inclusão de diversos outros pontos, que explorem nossas
necessidades táticas e estratégicas, não se encerrando o debate em torno de nossa
pauta e nosso tema nesse documento.

      Crise na agricultura: as contradições da universidade e do campo brasileiro.

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Documento Político: Sobre a Temática do 53º CONEA, 2010.

  • 1. Documento Político: Sobre a Tem á tic a do 5 3º Congresso N a cional Esse texto tem como intenção auxiliar na construção da temática do nosso 53º CONEA – Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia. Iremos partir de uma análise material do momento que vivemos em nossa federação, fazendo também uma leitura da conjuntura do campo brasileiro, do movimento estudantil e dos movimentos sociais, para enfim propor um eixo temático que organize nossas discussões, nossos trabalhos no congresso e sirva de acúmulo para nossa executiva, contemplando as deliberações do último congresso. Os seguintes pontos estão organizados na ótica das temáticas, abordando marginalmente outros pontos 1. Balanço do último período Podemos dizer, a grosso modo, que nos últimos anos pudemos observar o aumento da discussão e consequentemente o acúmulo teórico em algumas bandeiras, temáticas, discussões e conteúdos. São eles: Agroecologia, Movimentos Sociais, Educação Popular, Gênero e Relações Internacionais. A Agroecologia tem estado presente em nossas últimas atividades, a ressaltar o 51º CONEA, em Porto Alegre, ano de 2008. Além de ser tema de um congresso recente, tivemos também diversos encontros regionais de agroecologia (ERA), duas edições do Curso de Formação em Agroecologia (CFA) em 2007 e 2008, realização do Congresso Brasileiro e do Latino Americano de Agroecologia e a experiência do Encontro Nacional de Grupos de Agroecologia em novembro último, além de outras atividades locais e regionais que construímos e/ou acompanhamos. Os Movimentos Sociais tem dado a tônica de nossos últimos espaços, em especial no último congresso em piracicaba, onde tivemos como chamada “FEAB: os Estudantes na luta do Povo”. Além disso, tivemos a aproximação com os companheiros de diversos movimentos da Via Campesina em várias atividades, articulações, campanhas e trouxemos sua simbologia e suas pautas para dentro de nossa federação. Cabe lembrar também os últimos Estágios Interdisciplinares de Vivência que nos últimos anos surgiram e se consolidaram, contribuindo também no estreitamento e compreensão dos movimentos sociais populares. Podemos citar como exemplos o EIV estadual de São Paulo, o de Sergipe e a experiência do EIV pará Na educação popular tivemos um avanço através dos últimos trabalhos do NTP de educação, do esforço em inserir de metodologias e debates sobre educação popular em nossos espaços de militância e também em espaços mais amplos como CONEA, novamente recordando o 51º Congresso que pautou de forma contundente a educação popular. No campo da discussão de Gênero, consolidou-se as plenárias de mulheres e de gênero em nosso espaços desde 2006, sendo que ano após ano tivemos um aprimoramento de nossas metodologias e debates nesses espaços, além da inserção de diversas companheiras em fóruns e mobilizações das mulheres da Via Campesina. Finalmente as Relações Internacionais foram reforçadas, retomando aqui alguns momentos importantes: a realização do CLACEEA em Curitiba e a tarefa de Coordenação Geral da Conclaea assumida pela FEAB e tocada com grande valentia pelos companheiros que se despreenderam nas “giras” nos mais diversos países da América
  • 2. Latina. Sem contar a crescente participação de internacionalistas em nossos eventos tais como CONEA, EIVs, entre outros, sempre trazendo elementos políticos e culturais que enriquecem nossa federação com suas intervenções e o contato com nossa militância. 2. Análise conjuntural e das demandas da Federação Após essa primeira análise, vamos nos debruçar na tarefa de apontar a temática do nosso próximo congresso, momento importante de diálogo com a base estudantil e também de acúmulo político, para que possamos apontar nossos desafios organizacionais e deliberar sobre o próximo período que virá. Para isso deve-se coletar elementos da atual conjuntura nos mais amplos aspectos, até chegar em nossa federação, enxergar o possível cenário conjuntural que enfrentaremos ano que vem e como devemos nos preparar para que tenhamos sucesso na realização do nosso 53º CONEA. 2.1. Análise conjuntural Atravessamos atualmente um momento de profunda crise estrutural e cíclica do capitalismo mundial, que teve sua manifestação mais declarada no ano de 2008 e seus reflexos se desdobram nas economias de todo o mundo. De acordo com a maioria das forças e pensadores do campo da esquerda, ainda teremos seus reflexos por mais muito tempo ainda, entendendo que a crise atual tem seu início não na crise financeira explicitada no último ano, mas sim nas dificuldades do próprio sistema em enfrentar e superar seus impasses produtivos. Em geral observamos no último período a acentuação de sintomas de ataque a classe trabalhadora como arrocho salarial, aumento do desemprego, desaceleração do crescimento econômico mundial, aumento da truculência das forças reacionárias, crescentes tensionamentos entre os movimentos sociais organizados e o aparato defensor do capital. Nacionalmente os dois mandatos do governo Lula e seu fracasso em realizar as mudanças que aspirava o movimento social, combinado com suas iniciativas de cunho neoliberal como as sucessivas medidas de reforma universitária que precarizam cada vez mais a universidade, a ausência de um devido programa de reforma agrária, a conivência e colaboração com o agronegócio e com o capital financeiro internacional, contribuiu para que se agravasse a divisão e a confusão teórica da esquerda como um todo, fazendo com que se refreasse a mobilização popular através de políticas de cunho social de distribuição de renda e demais medidas paliativas. O apoio quase irrestrito de entidades como a CUT e a UNE ao governo também contribuiu para que o movimento social não conseguisse responder aos anseios reais de sua base social. O próximo ano será um ano eleitoral e ainda não está claro quais serão os candidatos do campo da esquerda, observando-se dificuldades para construir uma frente que uma as diversas forças, além da candidata da situação, que não apresenta uma mudança positiva sob a ótica dos movimentos sociais. Aproximando essa análise para a Via Campesina e seus movimentos, enxerga-se claramente uma ofensiva do campo da direita, incluindo seus governos em todos os níveis, seu aparelho midiático e os grandes grupos econômicos mundiais. Essa ofensiva acentuou a violência no campo, os conflitos em torno da terra e dos recursos naturais, a exploração do trabalhador do campo e a criminalização dos movimentos sociais. Aumenta sistematicamente o número de lideranças presas e perseguidas, a tentativa de tirar a legalidade das mobilizações populares e a desmoralização dos movimentos perante a sociedade. No movimento estudantil observamos a tentativa de consolidar alternativas de organização a nível nacional com criação da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre,
  • 3. que ainda não se firmou enquanto opção para a maioria do movimento estudantil classista. A União Nacional dos Estudantes continua a sofrer com o aparelhismo da UJS e não representa um fórum onde se articulem políticas coerentes com a necessidade de enfrentamento. As executivas de curso ou movimento estudantil de área, aumentaram ligeiramente sua legitimidade na base estudantil e sua capacidade de empreender lutas contra o capital na educação e na sociedade, porém o Fórum Nacional de Executivas de curso ainda não é capaz de articular nacionalmente políticas combativas. Na FEAB temos o reflexo de todos os itens citados anteriormente, com diferentes intensidades. Elementos próprios que merecem ser citados são a elevação de nosso debate político e sua radicalização, com o aumento da nossa compreensão enquanto movimento estudantil comprometido com a classe trabalhadora e nossa inserção na Via Campesina. Porém isso causou um relativo afastamento das pautas estudantis mais próximas ao estudante, fato este que acarretou a diminuição no número de participantes em nossos espaços massivos tem ocorrido seguidamente, seja em nossos encontros nacionais ou regionais. Apesar disso, tivemos algum crescimento na formação política de nossos militantes, através da realização de nosso último curso nacional de formação, realizado conjuntamente com os nossos parceiros da Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal, com a representação também da Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia e Associação Brasileira de Estudantes de Filosofia. Cabe ressaltar também a dificuldade que o curso teve em apontar perspectivas para a continuidade da formação política, apesar do esforço nesse sentido. Temos na FEAB então o seguinte quadro: de aprofundamento no debate dos movimentos sociais populares e de relativo afastamento da federação com a realidade dos estudantes de agronomia, resultando em um contorno político mais elevado e definido e diminuição de nossa base social. Obviamente esse quadro é decorrente em parte do problemático momento conjuntural que vivemos nas mais diversas esferas e em parte de nossas escolhas e decisões enquanto movimento partindo da análise da realidade, sendo essas escolhas e decisões foram ora positivas, ora negativas, em maior ou menor grau. Vale dizer que nesse momento de crise do capital as forças de esquerda permanecem divididas, com dificuldades de construir pautas amplas que unam os diferentes campos de pensamento, vide os percalços surgidos na campanha O Petróleo Tem Que Ser Nosso, aonde nós estivemos presentes. Tanto a esquerda como um todo não conseguiu apresentar uma alternativa a classe trabalhadora como o movimento estudantil e também a FEAB não conseguiu avançar claramente na superação das dificuldades impostas pela conjuntura, ainda que houveram no último período avanços alguns casos. 2.2 Demandas para a FEAB Após a sucinta exposição conjuntural, nos situamos para construir uma proposta temática para a Federação, baseados nos desafios colocados pela conjuntura geral, do movimento estudantil e do movimento estudantil de agronomia. Somado isso ao resgate dos elementos temáticos sobre o qual conseguimos acumular no último período, está desenhado o quadro material e teórico recente que vivemos. A crescente diminuição de nossa base social, ou seja, o menor número de estudantes que se reconhecem e se referenciam pela FEAB, é motivo de preocupação ainda que consideremos que isso é em parte reflexo da conjuntura que vivemos, visto que o estudante de agronomia está cada vez mais refém da alienação imposta pela mídia, pelo sistema educacional e pelo desaquecimento das lutas dentro da universidade. Porém não podemos nos eximir da necessidade constante de buscar alternativas para superar esse momento. O acúmulo teórico e a elevação do debate que observamos nos últimos anos
  • 4. também não devem ser deixados de lado, ou seja, não podemos retroceder no campo político e sim avançar a partir dele, através do reforço de nossa formação política, da ampliação de nosso diálogo com outras organizações e da contínua articulação em lutas conjuntas, seja com o movimento estudantil, seja com o movimento social popular. Um dos grandes anseios de nossos companheiros e companheiras explicitado em nosso último congresso é a de como, nesse complexo momento, podemos consolidar nossa militância e aproximar novos estudantes para nossa federação. Sendo assim, a temática que deve nortear nosso congresso deve cumprir dois pontos essenciais: (a) o de diálogo com a realidade material do estudante de agronomia, para que possamos aproximá-lo e (b) o de acúmulo teórico e político para a federação, para manter nossa coerência e qualidade de atuação. Passemos então para análise desses dois pontos. a) Para que consigamos de fato estabelecer uma ponte de diálogo com o estudante comum de agronomia, temos que entender como trabalhar a partir das contradições colocadas à frente do mesmo, para que a partir da observação, crítica e compreensão dessas contradições o indivíduo seja capaz de avançar em seu nível de consciência. Que contradições são essas? Pois bem, enquanto indivíduo que está inserido em uma sociedade divida em classes, podemos dizer, pelo menos no plano teórico, que o estudante está de fato sujeito a vivenciar todas as contradições dessa sociedade. Porém, obviamente, existem contradições que estão mais próximas de sua realidade, assim como contradições mais distantes. Na tentativa de elevar o nível de consciência do estudante, temos que explorar as contradições que estão mais próximas do mesmo, para que tenhamos sucesso nessa tentativa de maneira mais simples, e em espaços seguintes, passarmos para as mais distantes para que o estudante adquira de fato um nível de consciência cada vez mais crítico. Temos então que avaliar quais as contradições que estão mais próximas de sua realidade. Pensemos então no que está colocado à frente do estudante de agronomia. Um primeiro elemento que podemos citar é a própria universidade. Uma universidade que é mantida pelo conjunto da sociedade, mas onde apenas uns poucos se inserem e esses poucos produzem conhecimento para os interesses do capital em detrimento dos interesses da classe trabalhadora. Outro elemento que está a frente do estudante é a problemática da técnica. O estudante de agronomia vive em um mundo onde as pressões ambientais, ecológicas e de biodiversidade estão cada vez maiores, porém as técnicas apresentadas à ele na academia vão em direção oposta a essa demanda da sociedade e do modelo de agricultura necessário no país. Além disso, como terceiro elemento de relevância, o estudante de agronomia também está diante de um impasse que atravessa técnicas, que é a questão da terra, sua posse e seu uso. O futuro agrônomo desde o início da sua formação já depara com temas como a reforma agrária, o latifúndio, os conflitos do campo a grilagem de terras, entre outros. Dessas contradições citadas podemos derivar diversas outras como a falta de democracia na universidade, a pouca presença da agroecologia em nossos currículos, soberania alimentar, etc. Temos então três contradições, próximas do estudante, que podemos considerar principais, sem ignorar outras que porventura existam: qual deveria ser a função da universidade e qual é seu papel de fato, as técnicas que nos são apresentadas que não condizem com as reais necessidades da sociedade e a contradição latifúndio exportador – agricultura camponesa voltada as necessidades internas. Essas três contradições estão próximas ao estudante de agronomia e a partir delas é possível chegar à raiz do sistema capitalista. b) Tendo em vista os pontos que entendemos que avançamos no último período, temos agora a tarefa de como, partindo deles, podemos avançar em outros pontos e bandeiras que estão em defasagem ou que necessitam de aprofundamento. Também
  • 5. temos que levar em conta o momento conjuntural que vive o movimento estudantil, em particular o da agronomia e a ofensiva sofrida pelos movimentos sociais populares com dos quais somos aliados. Esse momento conjuntural também foi definido anteriormente. Dentre nossas bandeiras, uma clara demanda colocada é avançar no debate de formação profissional, deixado um pouco de lado nos últimos anos. Essa bandeira tem um grande valor se considerarmos a sua capacidade de diálogo com os estudantes e como a partir dela podemos atingir outros pontos, como por exemplo, a inserção das transnacionais na universidade e sua influência no perfil do profissional da agronomia, voltado ao agronegócio, entre outras. O debate de formação profissional compreende também como iremos atuar no campo brasileiro, compreende a agroecologia em contraposição ao modelo do agronegócio. Podemos dizer também que é impossível fazer um qualificado debate em torno da formação profissional sem abordar a universidade de maneira ampla, entendendo a mesma como uma ferramenta do capital e um espaço de disputa de consciência que se configura como um dos nossos principais locais de atuação enquanto movimento. Carecemos também de definir qual o nosso papel dentro do movimento estudantil geral, pois historicamente a FEAB se colocou como referência dentro do ME, articulando através dele e com ele importantes lutas no campo da educação. A crescente ofensiva do capital perante os movimentos sociais, aprofundada com a eclosão da crise econômica mundial, nos coloca uma clara demanda: a de solidariedade aos movimentos sociais, contrários à criminalização dos mesmos. Nesse momento de crise é de vital importância que reforcemos nossa opção pela classe trabalhadora, para que isso oriente nossas ações e evite que caiamos em lutas estritamente corporativas, pois as lutas corporativas tendem a ser lutas conservadoras e não transformadoras. Devemos entender as lutas dentro do sistema como lutas importantes de serem travadas, para acumulação de forças no cenário de luta de classes e para escancarar as contradições do capitalismo. A luta em defesa da universidade, pela qualidade do ensino, da reforma agrária, contra os transgênicos, contra o latifúndio, contra o agronegócio e etc devem ter um claro contorno classista, apontando para uma perspectiva de transformação da sociedade. Temos portanto que acumular em nosso congresso os seguintes pontos: o debate em torno da formação profissional, da universidade e defesa dos movimentos sociais e suas pautas, tendo como plano de fundo a luta anticapitalista. 3. Proposição temática Considerando tudo o que foi abordado e explicitado, ainda que de maneira pouco profunda em alguns momentos, cabe a nós propor uma temática ampla, que contemple nossa necessidade de diálogo com a nossa base estudantil e também os temas traçados enquanto importantes para o momento assim como os demandados pelo momento histórico. Tarefa de fato complexa se considerarmos a amplitude do que foi abordado nesse documento. Resta-nos então a pergunta: qual o tema que inclua tanto as contradições que serão exploradas para estabelecer um diálogo com os estudantes (a técnica, a universidade e a questão da terra) como também as bandeiras que devemos amadurecer dentro da FEAB (formação profissional, movimentos sociais e novamente a universidade)? Interessante ressaltar dois pontos. Que tanto é tático discutir a universidade e seu papel como é necessário acumular o debate em torno do tema. Outro ponto é de que mesmo que no último período observamos um avanço no debate de movimentos sociais, o mesmo não está esgotado e necessita ser constantemente avivado dentro da federação pela sua importância política. Enfim a temática ampla, que abarca toda a imensidão de pontos para a nossa federação, pode se resumir em dois eixos:
  • 6. Universidade e Questão Agrária. Através do debate de Universidade, conseguimos atingir pontos de crucial relevância como: – a formação profissional e a alienação técnica que vivemos pela imposição do pacote tecnológico que dá preferência ao agronegócio e sua devastação ao invés da agroecologia e do conhecimento tradicional, a pulverização do curso de agronomia e sua redução tecnicista em detrimento de uma formação holística e emancipatória, seu modelo impositor de extensão em oposição da atuação nos moldes da educação popular; – Sua mercantilização, as transnacionais na universidade impondo os desejos do capital internacional sobre as reais necessidades do povo brasileiro que mantém toda essa estrutura arcaica, antidemocrática, com cada vez menos autonomia perante a governos, cada vez mais precarizada e de acesso restrito; – o movimento estudantil e sua importância como movimento social, a necessidade de se retomar seu caráter classista em defesa da soberania nacional e da transformação da sociedade. Construir nossa identidade de movimento estudantil. Já abordando a Questão Agrária, ampliamos nossa temática para além dos muros da universidade: – Colocar reforma agrária na ordem do dia, sendo ela de cunho popular, necessária para o desenvolvimento nacional. – A necessidade de abandonar o agronegócio e construir uma alternativa popular para o campo brasileiro, abrangendo a agroecologia, a defesa da agrobiodiversidade, o conhecimento tradicional do campesinato. – O combate ao modelo tecnológico atual, que se utiliza dos transgênicos e dos agrotóxicos para manter um modelo completamente insustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico. – Explicitar a crise desse modelo de agricultura, em todos os níveis, sua insustentabilidade total e seu desserviço a classe trabalhadora. – Reforçar nossa aliança e defender os movimentos sociais do campo, contra a criminalização dos mesmos, compreendendo que sua luta contínua e incansável contra o capital compartilha de nossos anseios por transformação da sociedade e do campo brasileiro, nosso futuro local de atuação profissional. Além do exposto nesses tópicos, essas duas temáticas casadas abrem precedentes para a inclusão de diversos outros pontos, que explorem nossas necessidades táticas e estratégicas, não se encerrando o debate em torno de nossa pauta e nosso tema nesse documento. Crise na agricultura: as contradições da universidade e do campo brasileiro.