SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Vozes da Sociedade
Jacob Mey
“Discurso”
VII. QUEM DISCURSA? DISCURSO E DIÁLOGO
 Diferentes concepções de discurso:

discurso como sinônimo de texto/discurso como o
conjunto das relações que caracterizam uma
formação social (Foucault)/discurso como objeto
apropriado aos estudos pragmáticos – teórico e
prático ou aplicado-contexto/
 Discurso x Conversação
 Análise do Discurso e Análise da Conversação
“Texto é algo produzido o tempo todo: literalmente, a produção
do texto, enquanto existirem produtores de textos, nunca chega
a uma parada”

•Organização da ‘gramática do texto’:
Categorias gramaticais=‘categorias do discurso’;
Conexões semânticas = ‘coerência’;
Conexões estruturais (sintáticas e outras)= ‘coesão’

•Análise crítica do discurso ‘a escola de Lancaster’
“Discurso não é simplesmente aquilo que traduz lutas ou
sistemas de dominação, mas é a coisa para a qual e pela qual há
lutas, o discurso é o poder a ser tomado”.
A(s) escola(s) ‘francesa(s)’:
Foucault e Bourdieu
• Foucault e Fairclough fundamentam suas teorias na
inteligibilidade de outras teorias e achados, e tentam fazêlas adequar-se ao mundo.
• Foucault teoriza a prática da linguagem e as relações de
poder.
• Fairclough efetiva a linguagem da prática.
• Bourdieu constrói suas teorias a partir das práticas que
observa entre as pessoas.
Conclusão sobre diálogo, discurso e sociedade
.
• “A pluralidade de discursos refletindo a complexidade interna de
nossa sociedade é o que distingue uma visão pragmática do uso da
linguagem de uma mais descritiva, mais tradicional.”
• “ O diálogo como esforço humano comum, é engendrado e
controlado pela sociedade na qual se origina”.
• “ O consumidor dependente, receptivo, é igualmente, um
processador independente e, como tal, um participante criativo na
empreitada do letramento.”
• A única forma de sair dessa determinação social é ser socialmente
engajado. Um processo revolucionário-cultural.
“ As vozes da sociedade, bem como as da literatura são, por sua própria
natureza, sempre potencialmente subversivas ( p. 194)
VIII : QUEM “ IMPLIC(IT)A” IMPLIC(IT)AÇÃO TEXTUAL
“ Como a literatura e a pragmática se relacionam?”(p. 196)
Autor e leitor: “ O estudo pragmático da atividade literária focaliza os
traços que caracterizam o aspecto dialético da produção literária: o texto
como um processo de expressão em palavras( wording) originado e
guiado pelo autor , mas simultaneamente orientado e ativado pelo
leitor”(p. 197)
Autor e narrador:
“A relevância pragmática da distinção entre autor e narrador está nas
diferentes abordagens dos leitores em relação à produção e,
respectivamente , ao consumo de um texto. É importante para os
leitores perceberem que a persona do narrador não se identifica à de
qualquer outro personagem. O autor a também não pode ser
identificado com as ações e opiniões dos personagens ” (p. 199)
Mecanismos textuais
Referência

“... ele voltou para casa somente para encontrá-la a esposa de seu odiado

primo e mãe de muitos pequenos com as características dele mas sem serem
dele.” (S. Byatt, Angels and Insects, p. 176)
Tempo verbal
“John já havia completado seu artigo na semana passada.”
Ehrlich propõe: TF – tempo de fala
TE – tempo do evento
TR – tempo de referência
“A leitura é um ato cooperativo; (…). Somente através de um ato pragmático
de leitura pode um texto se realizar como texto; na ausência de tal ato, e de
seu ator correspondente, o leitor, 'as letras da literatura' permanecerão
mortas para sempre.” (p. 206)
Leitura como ato pragmático
Atos de fala

para serem válidos, necessitam de
um contexto apropriado;

Atos pragmáticos

não dependem tanto das
palavras usadas quanto das circunstâncias que
conduzem, e acompanham, tais palavras.

- “(...) implica um convite em aberto ao leitor para
unir-se ao autor na co-criação de sua história,
preenchendo as lacunas que o texto deixa
abertas.”
Letramento
Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita
denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais
como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes
objetivos.
O letramento não é o que torna as pessoas letradas, mas sim a
maneira como essas pessoas funcionam em um discurso societal
utilizando suas próprias vozes. O letramento é como a cultura:
não é um objeto, ou um objetivo em si; é uma função na
sociedade ou, mais precisamente, um meio de funcionamento.
Letramento
Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita
denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais
como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes
objetivos.
O letramento não é o que torna as pessoas letradas, mas sim a
maneira como essas pessoas funcionam em um discurso societal
utilizando suas próprias vozes. O letramento é como a cultura:
não é um objeto, ou um objetivo em si; é uma função na
sociedade ou, mais precisamente, um meio de funcionamento.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Bronckart - os gêneros e tipos de discurso
Bronckart - os gêneros e tipos de discursoBronckart - os gêneros e tipos de discurso
Bronckart - os gêneros e tipos de discursoRaquel Salcedo Gomes
 
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologia
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaGêneros discursivos, formas de textualização e tipologia
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaAdail Sobral
 
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)Autoria (Análise do Discurso 2019.2)
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)RmuloReinaldo
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAmábile Piacentine
 
Bakhtin e a psicologia
Bakhtin e a psicologiaBakhtin e a psicologia
Bakhtin e a psicologiamarumbi
 
O ensino de literatura na educação profissional de
O ensino de literatura na educação profissional deO ensino de literatura na educação profissional de
O ensino de literatura na educação profissional deThiago Soares
 
Gêneros textuais e o ensino da língua
Gêneros textuais e o ensino da línguaGêneros textuais e o ensino da língua
Gêneros textuais e o ensino da línguaHilda Cordeiro
 
Teoria Textual - contexto ideologia e discurso
Teoria Textual - contexto ideologia e discursoTeoria Textual - contexto ideologia e discurso
Teoria Textual - contexto ideologia e discursoProfFernandaBraga
 
Língua portuguesa na educação profissional de nível médio
Língua portuguesa na educação profissional de nível médioLíngua portuguesa na educação profissional de nível médio
Língua portuguesa na educação profissional de nível médioThiago Soares
 
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptGêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptpnaicdertsis
 

Mais procurados (20)

Bronckart - os gêneros e tipos de discurso
Bronckart - os gêneros e tipos de discursoBronckart - os gêneros e tipos de discurso
Bronckart - os gêneros e tipos de discurso
 
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv   introdução ao pensamento de bakhtinAula iv   introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
 
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologia
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaGêneros discursivos, formas de textualização e tipologia
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologia
 
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)Autoria (Análise do Discurso 2019.2)
Autoria (Análise do Discurso 2019.2)
 
Um bairro literário
Um bairro literárioUm bairro literário
Um bairro literário
 
Marxismo e filosofia da linguagem - Bakhtin
Marxismo e filosofia da linguagem - BakhtinMarxismo e filosofia da linguagem - Bakhtin
Marxismo e filosofia da linguagem - Bakhtin
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
 
Gêneros textuais e ensino
Gêneros textuais e ensinoGêneros textuais e ensino
Gêneros textuais e ensino
 
Bakhtin e a psicologia
Bakhtin e a psicologiaBakhtin e a psicologia
Bakhtin e a psicologia
 
Gêneros textuais
Gêneros textuaisGêneros textuais
Gêneros textuais
 
O ensino de literatura na educação profissional de
O ensino de literatura na educação profissional deO ensino de literatura na educação profissional de
O ensino de literatura na educação profissional de
 
Gêneros textuais e o ensino da língua
Gêneros textuais e o ensino da línguaGêneros textuais e o ensino da língua
Gêneros textuais e o ensino da língua
 
Esquema Bakhtin
Esquema BakhtinEsquema Bakhtin
Esquema Bakhtin
 
Teoria Textual - contexto ideologia e discurso
Teoria Textual - contexto ideologia e discursoTeoria Textual - contexto ideologia e discurso
Teoria Textual - contexto ideologia e discurso
 
Língua portuguesa na educação profissional de nível médio
Língua portuguesa na educação profissional de nível médioLíngua portuguesa na educação profissional de nível médio
Língua portuguesa na educação profissional de nível médio
 
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto pptGêneros de discurso e gêneros de texto ppt
Gêneros de discurso e gêneros de texto ppt
 
Bakhtin simone
Bakhtin simoneBakhtin simone
Bakhtin simone
 
Generos Textuais
Generos TextuaisGeneros Textuais
Generos Textuais
 
A teoria dos gêneros
A teoria dos gênerosA teoria dos gêneros
A teoria dos gêneros
 
Gêneros textuais e
Gêneros textuais eGêneros textuais e
Gêneros textuais e
 

Semelhante a Discurso, Diálogo e Sociedade

O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasAtitude Digital
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptadrianomcosta3
 
Sandro ornellas
Sandro ornellasSandro ornellas
Sandro ornellasliterafro
 
Simone marcuschi
Simone marcuschiSimone marcuschi
Simone marcuschiFALE - UFMG
 
Fichamento analise do discurso, orlandi
Fichamento analise do discurso, orlandiFichamento analise do discurso, orlandi
Fichamento analise do discurso, orlandiNome Sobrenome
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
 
Slide prod. e compreens. escrita (quase)
Slide prod. e compreens. escrita (quase)Slide prod. e compreens. escrita (quase)
Slide prod. e compreens. escrita (quase)Ana Camila
 
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO: CENAS DE CONVERSA(S) COM MALU MATENCIO
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIOLETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIO
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO: CENAS DE CONVERSA(S) COM MALU MATENCIOAmábile Piacentine
 
Marcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisMarcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisWil Bil
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro) Mabel Teixeira
 
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto  Um passo para fora da sala de aulaSintese do texto  Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aulaSonia Piaya
 

Semelhante a Discurso, Diálogo e Sociedade (20)

O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
 
Análise de (do) discurso
Análise de (do) discursoAnálise de (do) discurso
Análise de (do) discurso
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
 
Sandro ornellas
Sandro ornellasSandro ornellas
Sandro ornellas
 
ESCRITA E INTERAÇÃO
ESCRITA E INTERAÇÃOESCRITA E INTERAÇÃO
ESCRITA E INTERAÇÃO
 
Simone marcuschi
Simone marcuschiSimone marcuschi
Simone marcuschi
 
Fichamento analise do discurso, orlandi
Fichamento analise do discurso, orlandiFichamento analise do discurso, orlandi
Fichamento analise do discurso, orlandi
 
Análise do discurso
Análise do discursoAnálise do discurso
Análise do discurso
 
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesaBakhtin   generos textuais e ensino de lingua portuguesa
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesa
 
Slide prod. e compreens. escrita (quase)
Slide prod. e compreens. escrita (quase)Slide prod. e compreens. escrita (quase)
Slide prod. e compreens. escrita (quase)
 
Leitor discurso
Leitor discursoLeitor discurso
Leitor discurso
 
Tp3
Tp3Tp3
Tp3
 
Tp3
Tp3Tp3
Tp3
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
Original artigo 5 _borges
Original artigo 5 _borgesOriginal artigo 5 _borges
Original artigo 5 _borges
 
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO: CENAS DE CONVERSA(S) COM MALU MATENCIO
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIOLETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIO
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO: CENAS DE CONVERSA(S) COM MALU MATENCIO
 
Hipertexto leitor
Hipertexto leitorHipertexto leitor
Hipertexto leitor
 
Marcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisMarcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuais
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
 
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto  Um passo para fora da sala de aulaSintese do texto  Um passo para fora da sala de aula
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aula
 

Discurso, Diálogo e Sociedade

  • 1. Vozes da Sociedade Jacob Mey “Discurso”
  • 2. VII. QUEM DISCURSA? DISCURSO E DIÁLOGO  Diferentes concepções de discurso: discurso como sinônimo de texto/discurso como o conjunto das relações que caracterizam uma formação social (Foucault)/discurso como objeto apropriado aos estudos pragmáticos – teórico e prático ou aplicado-contexto/  Discurso x Conversação  Análise do Discurso e Análise da Conversação
  • 3. “Texto é algo produzido o tempo todo: literalmente, a produção do texto, enquanto existirem produtores de textos, nunca chega a uma parada” •Organização da ‘gramática do texto’: Categorias gramaticais=‘categorias do discurso’; Conexões semânticas = ‘coerência’; Conexões estruturais (sintáticas e outras)= ‘coesão’ •Análise crítica do discurso ‘a escola de Lancaster’ “Discurso não é simplesmente aquilo que traduz lutas ou sistemas de dominação, mas é a coisa para a qual e pela qual há lutas, o discurso é o poder a ser tomado”.
  • 4. A(s) escola(s) ‘francesa(s)’: Foucault e Bourdieu • Foucault e Fairclough fundamentam suas teorias na inteligibilidade de outras teorias e achados, e tentam fazêlas adequar-se ao mundo. • Foucault teoriza a prática da linguagem e as relações de poder. • Fairclough efetiva a linguagem da prática. • Bourdieu constrói suas teorias a partir das práticas que observa entre as pessoas.
  • 5. Conclusão sobre diálogo, discurso e sociedade . • “A pluralidade de discursos refletindo a complexidade interna de nossa sociedade é o que distingue uma visão pragmática do uso da linguagem de uma mais descritiva, mais tradicional.” • “ O diálogo como esforço humano comum, é engendrado e controlado pela sociedade na qual se origina”. • “ O consumidor dependente, receptivo, é igualmente, um processador independente e, como tal, um participante criativo na empreitada do letramento.” • A única forma de sair dessa determinação social é ser socialmente engajado. Um processo revolucionário-cultural.
  • 6. “ As vozes da sociedade, bem como as da literatura são, por sua própria natureza, sempre potencialmente subversivas ( p. 194) VIII : QUEM “ IMPLIC(IT)A” IMPLIC(IT)AÇÃO TEXTUAL “ Como a literatura e a pragmática se relacionam?”(p. 196) Autor e leitor: “ O estudo pragmático da atividade literária focaliza os traços que caracterizam o aspecto dialético da produção literária: o texto como um processo de expressão em palavras( wording) originado e guiado pelo autor , mas simultaneamente orientado e ativado pelo leitor”(p. 197) Autor e narrador: “A relevância pragmática da distinção entre autor e narrador está nas diferentes abordagens dos leitores em relação à produção e, respectivamente , ao consumo de um texto. É importante para os leitores perceberem que a persona do narrador não se identifica à de qualquer outro personagem. O autor a também não pode ser identificado com as ações e opiniões dos personagens ” (p. 199)
  • 7. Mecanismos textuais Referência “... ele voltou para casa somente para encontrá-la a esposa de seu odiado primo e mãe de muitos pequenos com as características dele mas sem serem dele.” (S. Byatt, Angels and Insects, p. 176) Tempo verbal “John já havia completado seu artigo na semana passada.” Ehrlich propõe: TF – tempo de fala TE – tempo do evento TR – tempo de referência “A leitura é um ato cooperativo; (…). Somente através de um ato pragmático de leitura pode um texto se realizar como texto; na ausência de tal ato, e de seu ator correspondente, o leitor, 'as letras da literatura' permanecerão mortas para sempre.” (p. 206)
  • 8. Leitura como ato pragmático Atos de fala para serem válidos, necessitam de um contexto apropriado; Atos pragmáticos não dependem tanto das palavras usadas quanto das circunstâncias que conduzem, e acompanham, tais palavras. - “(...) implica um convite em aberto ao leitor para unir-se ao autor na co-criação de sua história, preenchendo as lacunas que o texto deixa abertas.”
  • 9. Letramento Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivos. O letramento não é o que torna as pessoas letradas, mas sim a maneira como essas pessoas funcionam em um discurso societal utilizando suas próprias vozes. O letramento é como a cultura: não é um objeto, ou um objetivo em si; é uma função na sociedade ou, mais precisamente, um meio de funcionamento.
  • 10. Letramento Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivos. O letramento não é o que torna as pessoas letradas, mas sim a maneira como essas pessoas funcionam em um discurso societal utilizando suas próprias vozes. O letramento é como a cultura: não é um objeto, ou um objetivo em si; é uma função na sociedade ou, mais precisamente, um meio de funcionamento.