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Revista de economia heterodoxa 
nº 8, ano VI • 2007 
ISSN 1808-0235 
patrocínio
“Capitalismo gerenciador de 
dinheiro” e desigualdade de renda 
e riqueza: o caso dos Estados 
Unidos na década de 1990 
“Money manager capitalism” and Income and Wealth 
inequality: the US case in the nineties 
RICARDO DE F. SUMMA | rifsumma@yahoo.com 
Doutorando em Economia/UFRJ 
JOSÉ PAULO GUEDES PINTO | zecopol@yahoo.com.br 
Mestre em Economia/UFRGS. 
Resumo O presente artigo busca discutir como a liberalização fi nanceira, que vem ocorrendo 
desde a década de 70 e que se acentuou na década de 90, afetou a distribuição de renda e riqueza nos Estados Unidos. Ava-liam- 
se, primeiro, as razões teóricas para um aumento da desigualdade decorrente da transformação de um “capitalismo pa-ternalista” 
para um “capitalismo gerenciador de dinheiro”. Em seguida, discutimos o principal mecanismo que operou no auge 
do “capitalismo gerenciador de dinheiro” nos Estados Unidos (na década de 90). Tal mecanismo se caracteriza pelo estímulo 
da demanda efetiva via o efeito riqueza decorrente de bolhas nos mercados de títulos e ações, bem como pelo conjunto de 
políticas econômicas, com destaque especial para as políticas de garantia de liquidez, utilizadas para manter o funcionamento 
de tal mecanismo e seus efeitos para a demanda agregada. Por fi m, analisamos alguns trabalhos empíricos e dados que 
confi rmam o aumento da desigualdade de renda e riqueza – medida em termos funcionais ou pessoais –, corroborando as 
teorias estudadas. Palavras-chave Capitalismo gerenciador de dinheiro; Desigualdade de renda; Desigualdade de riqueza. 
Abstract In this paper we will discuss how the fi nancial liberalization that occurred in the seven-ties 
and was further accentuated in the nineties, affected the distribution of wealth and income in the U.S. First, we evaluate 
various theoretical explanations for the rise of inequality as a consequence of the transition from “paternalistic capitalism” to 
“money manager capitalism”. This discussion examines the main mechanism that operated in the peak of “money manager 
capitalism” in the nineties: an effective demand stimulus caused by the wealth effect developed as a consequence of the 
fi nancial asset bubble and a reinforcing economic policy. Finally, we analyze a set of empirical papers and economic data 
that confi rms a rise of inequality in the U.S. using both functional and personal measures in accordance with the previously 
discussed theoretical basis. Key Words Money manager capitalism; Income inequality; Wealth inequality. 
Os autores agradecem aos valiosos comentários de Manoel Galdino Neto e Renata Bindo. 
OIKOS | Rio de Janeiro | nº 8, ano VI • 2007 | ISSN 1808-0235 | www.revistaoikos.org | pgs 61-75
62 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 63 
Introdução 
A aparente prosperidade econômica que a ordem neoliberal trouxe 
se mostra, cada vez mais, como uma prosperidade de poucos: “a defasagem interna-cional 
dos níveis de renda acelerou-se e as tensões distributivas aumentaram, tanto 
no mundo desenvolvido quanto nos países em desenvolvimento. A alta volatilidade 
fi nanceira e o défi cit geral de regulamentação são agora evidentes, até mesmo no 
mundo industrializado” (OCAMPO, 2002, p. 229). 
O estudo do desenvolvimento e dos padrões de distribuição de renda e riqueza 
da economia norte-americana contemporânea, nesse sentido, é fundamental. Afi nal, 
os Estados Unidos são a principal economia do mundo desenvolvido, responsável por 
quase um terço do PIB mundial, e um dos principais protagonistas da nova ordem eco-nômica 
neoliberal galgada na liberalização econômica através do sistema fi nanceiro. 
A discussão do papel do setor fi nanceiro e suas conseqüências para o desenvol-vimento 
do capitalismo, entretanto, não é nova. Marx (1991) já chamava a atenção 
para o papel do capital fi ctício – capaz de aumentar as possibilidades de acumulação, 
ao passo que ampliava as possibilidades de crise – e do aparecimento de uma classe 
rentista. Lênin, em 1916, já apontava para o capital fi nanceiro – a junção do capital in-dustrial 
com o bancário – como o motor da dinâmica do capitalismo. A emergência do 
capital fi nanceiro, dizia ele, era responsável pelo desenvolvimento da classe rentista, 
“pessoas que vivem do ‘corte de cupões de títulos’” (LÊNIN, 1979, p. 99). 
O desenvolvimento nas décadas seguintes não foi, entretanto, linear em relação 
ao prognóstico de Marx-Lênin quanto ao capital fi nanceiro. Segundo Negri (1994), a 
pressão política da classe trabalhadora após a crise de 1929 e o medo da possibilidade 
do avanço do socialismo real transformaram o Estado. Surge um Estado “keynesia-no”, 
planejador, que busca incorporar os trabalhadores na dinâmica do desenvolvi-mento 
capitalista. 
Do ponto de vista mais econômico, essa fase, que vai de 1933 até a década de 
1970, é denominada por Minsky e Whalen (1996) de capitalismo paternalista, carac-terizado 
no aspecto fi nanceiro por baixas taxas de juros, política fi scal anticíclica, que 
garantem a manutenção de altas taxas de lucro em períodos de recessão, criação de 
bancos de investimento nacionais e organizações de intervenção setoriais da econo-mia1. 
A conseqüência para o período de 1945 a 1970 é “um período de crescimento 
1 Sob outro enfoque, o mesmo período é denominado por Hobson como “economia de altos salários”. Segundo o autor, os 
salários reais eram elevados devido à alta produtividade do trabalho, ao mesmo tempo em que constituíam um baixo fator de 
econômico robusto, com aumento da renda dos trabalhadores e redução da desigual-dade” 
(MINSKY e WHALEN, 1996, p. 1)2. 
Porém, em meados da década de 1970 muitas reformas liberalizantes são postas 
em prática.3 E esse processo avança ainda mais nos anos 90. Nesse último período é 
possível analisar com mais clareza o desenvolvimento americano levando em conta a 
demanda efetiva, a política econômica e a distribuição de renda em um contexto de acu-mulação 
fi nanceira, muito diferente do período “keynesiano” ou “paternalista”. Dito de 
outra maneira, na década de 1990 é que se torna claro que houve de fato uma mudança 
nas coalizões distributivas4 e conseqüentemente no padrão de desenvolvimento. 
O presente artigo busca tratar da mudança na estrutura fi nanceira da economia 
americana e seus impactos na distribuição de renda, bem como suas conseqüências 
dinâmicas no consumo e investimento. Na seção 2, analisaremos as mudanças ocor-ridas 
a partir da década de 1970 no âmbito fi nanceiro nos Estados Unidos. Na seção 
3, serão apresentadas as conseqüências dessas mudanças na estrutura fi nanceira para 
o consumo e o investimento, destacando principalmente a década de 1990. As desi-gualdades 
de renda e riqueza decorrentes desse processo de fi nanceirização serão 
discutidas na seção 4. Por fi m, conclusões serão apresentadas na seção 5. 
Minsky e o capitalismo 
gerenciador de dinheiro 
A fase do capitalismo denominada por Minsky e Whalen (1996) de 
“Money Manager Capitalism” é marcada tanto pela evolução de práticas fi nanceiras 
em direção a um endividamento especulativo por parte das unidades fi nanceiras 
custo para as empresas. O resultado de uma economia com essas características foi a geração de demanda via consumo, 
estimulada pelo poder de compra derivado dos altos salários reais, e via investimento, na medida em que o preço dos salários 
não afetavam as decisões de investir. Medeiros (2000) por sua vez chama a atenção para a importância do crédito, ou seja, 
do poder de compra, no desenvolvimento dos Estados Unidos no período analisado. 
2 Wollf afi rma que a desigualdade de riqueza nos Estados Unidos diminuiu drasticamente no período de 1930-70: “Prior to that 
[1975-76], there was a protracted period when wealth inequality fell in this country, going back almost to 1929. So you have 
this fairly continuous downward trend from 1929, which of course was the peak of the stock market before it crashed, until just 
above the mid-1970s” (WOLFF, 2003, p. 3). 
3 A liberalização a partir da década de 1970 ocorre em diversos níveis, tais como o regime de acumulação fl exível e a fl e-xibilização 
dos contratos de trabalho (HARVEY, 1993, cap. 9) e o desenvolvimento de mercados globais de capital fi ctício 
(GUTTMAN, 1998). 
4 Por coalizão distributiva entende-se o conjunto de políticas econômicas e instituições que defi nem o padrão de distribuição 
de renda, a despeito da demanda efetiva.
64 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 65 
como pela complementação da seguridade social com fundos de pensão privados 
por parte das famílias. Decorre desse processo um aumento substancial de ativos 
na economia. O mercado de capitais, decorrente da capitalização das empresas, e 
o mercado de títulos, decorrente principalmente do fi nanciamento das dívidas por 
parte do governo, se expandem devido à nova massa de recursos provenientes de 
famílias que complementam a aposentadoria com fundos privados, bem como com 
novos endividamentos. 
Nesse contexto, o papel desempenhado por instituições fi nanceiras que mane-jam 
essa enorme quantidade de portfólios é fundamental. Corroborando a análise 
de Minsky, Wolff afi rma que “existem tendências notáveis na composição da riqueza 
das famílias no período entre 1983 e 2001. (...) as contas de pensão aumentaram de 
1,5 para 12,3 por cento em relação ao total de ativos” (WOLFF, 2004, p. 10) e “o total 
de ativos dos 200 maiores fundos de pensão mais que duplicaram na década de 90, 
passando de 1,7 trilhões de dólares para 3,6 tri” (WOLFF, 2004, p. 11). No mesmo ar-tigo, 
Wolff demonstra ainda que a riqueza fi nanceira mediana aumentou em 81% no 
intervalo entre 1983-2001 e a média aumentou em 78%. 
É na década de 1990, entretanto, que as práticas fi nanceiras se disseminam entre 
as famílias americanas. Em 2001, mais da metade das famílias americanas possuía 
direta ou indiretamente ativos fi nanceiros. Duas conseqüências são apontadas por 
Minsky como resultado do aumento massivo da riqueza e da disseminação das prá-ticas 
fi nanceiras: 1) o aumento da fragilidade fi nanceira da economia; e 2) o aumento 
da desigualdade de renda. 
O aumento da fragilidade fi nanceira decorre do aumento da volatilidade do 
mercado fi nanceiro e das possíveis conseqüências decorrentes de variações na taxa 
de juros e na taxa de lucro esperada, que podem levar as situações de endividamento 
Especulativo para Ponzi, ou mesmo de Hedge para Ponzi (MINSKY, 1982)5. 
5 Minsky(1992) caracteriza as unidades fi nanceiras em três diferentes graus de fragilidade fi nanceira. As unidades com endi-vidamento 
Hedge são aquelas que esperam pagar o montante da dívida adquirida e também os juros e serviços que incidem 
sobre ela com os fl uxos de caixa esperados. No outro extremo, unidades com endividamento Ponzi precisam rolar as dívidas, 
tendo em vista que o fl uxo de caixa esperado não consegue arcar nem mesmo com o total de juros e serviços da dívida 
contraída. A fragilidade fi nanceira da economia como um todo depende da proporção de empresas com endividamento 
Hedge, Especulativo e Ponzi. A General Motors é um caso típico de empresa em situação Ponzi. Sua dívida ultrapassa os 291 
bilhões de dólares (superior até à dívida externa brasileira). Em 2004, pagou 12 bilhões de dólares de juros. Seus títulos são 
rebaixados a investimento especulativo todos os dias. O risco GM em pontos é maior que o risco Brasil atualmente, o que faz 
com que seus papéis concorram, por exemplo, com títulos da dívida brasileira (Carta Capital, 18 de maio de 2005). 
No “capitalismo gerenciador de dinheiro”, os empresários se tornam muito sen-síveis 
à valorização da fi rma no mercado de ações6. A atividade econômica passa a 
ser regida por movimentos nesses mercados de capitais e títulos, que, devido à alta 
especulação, se tornam altamente voláteis. Tendo em vista o alto endividamento rea-lizado 
pelas empresas, as variações advindas do mercado fi nanceiro que afetam as 
variáveis de fl uxo de caixa das fi rmas, como a taxa de lucro esperada, podem colocá-las 
em situação de fragilidade fi nanceira (MINSKY, 1992). Mesmo choques na taxa de 
juros, decorrentes de políticas monetárias contracionistas, que visem evitar infl ação 
e assim uma perda no valor da riqueza fi nanceira, podem piorar o regime de fragi-lidade 
fi nanceira das fi rmas. O aumento da taxa de juros pode difi cultar a rolagem 
das dívidas para empresas que se encontram em situações fi nanceiramente frágeis, 
podendo levá-las, inclusive, à insolvência. Caso um grande número de empresas se 
encontre em situação de fragilidade fi nanceira e ocorram algumas falências, pode ser 
desencadeado um processo de crise fi nanceira, levando muitas fi rmas à insolvência, 
derrubando a demanda, o investimento e o produto, e ainda podendo haver uma 
queda geral nos preços dos ativos, em um processo conhecido como debt-defl ation. 
A segunda conseqüência apontada por Minsky é o aumento da desigualdade 
econômica no money manager capitalism. Ainda que muitos outros fatores ajudassem 
no aumento da desigualdade de renda para o período analisado – como a mudança 
de empregos produtores de bens para setor de serviços, queda do poder dos sindica-tos, 
crescimento da imigração, entre outros –, foi a evolução da estrutura fi nanceira o 
que mais contribuiu para o aumento da desigualdade. Afi nal, tal evolução transfor-mou 
o aumento da instabilidade fi nanceira em uma grande insegurança no mercado 
de trabalho, resultando em um menor grau de liberdade para reivindicações de maio-res 
salários pelos trabalhadores. 
A análise de Minsky sugere apenas um mecanismo de concentração de renda e 
riqueza que advém do processo de fi nanceirização da economia. Na próxima seção, 
será desenvolvida uma análise das políticas econômicas e dos componentes de de-manda 
agregada na fase do capitalismo analisada. 
6 Para garantir que as empresas não fi nanceiras sobrevivam no “money manager capitalism”, Crotty nota que, nos Estados 
Unidos da década de 1990, a alta hierarquia dos gerentes das corporações não-fi nanceiras passa a ser recompensada por 
movimentos de preços do mercado fi nanceiro no curto prazo, ao contrário da remuneração do modelo anterior relacionado 
ao sucesso da fi rma no longo prazo (CROTTY, 2003, p. 2).
66 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 67 
Consumo, investimento, política 
monetária e nova coalizão distributiva 
Na fase denominada “economia dos altos salários” por Hobson, a 
dinâmica do desenvolvimento dos Estados Unidos implicava em “feed-backs entre sa-lários 
e produtividade, associados com formas de consumo e relações sociais no capi-talismo 
moderno” (MEDEIROS, 2000). Os investimentos eram feitos levando em conta 
o crescimento do mercado de massas com alto poder de compra, liderados pelos bens 
de consumo duráveis e indústria da construção civil. Os gastos do governo, também 
muito expressivos, garantiam demanda para a economia em rápido crescimento. 
A análise de Brenner (2002, 2004), por sua vez, voltada à década de 1990 e ao 
início do novo século, permite concluir que houve uma mudança na dinâmica do 
investimento e do consumo em relação ao período da “economia dos altos salários” 
de Hobson ou do “capitalismo paternalista” de Minsky. Os gastos de investimento 
e consumo, na fase aqui denominada “capitalismo gerenciador de dinheiro”, estão 
associados às valorizações no mercado de ações e ativos fi nanceiros. O mecanismo de 
estímulo da demanda decorrente da infl ação de preços no mercado fi nanceiro é o que 
segue: a alta no preço das ações gera um efeito riqueza. Com esse aumento de rique-za, 
as corporações podem se endividar emitindo mais ações valorizadas, bem como 
aumentar a sua possibilidade de obter novos fi nanciamentos. As famílias, por sua 
vez, também percebendo um aumento na riqueza, passam a consumir mais e também 
a recorrer a empréstimos, uma vez que a própria infl ação nos preços dos ativos passa 
a ser vista como um indicador saudável da economia. 
Brenner destaca então o caso americano na década de 1990, em que a bolha nas 
bolsas de valores, medidas pelos índices S&P7, NYSE e NASDAQ, estimulou sensi-velmente 
os gastos em investimento e consumo, mesmo com os fundamentos reais 
– a taxa de lucro das mesmas corporações – estagnados ou mesmo declinando8. Como 
resultado desse efeito riqueza, o investimento cresceu a uma taxa de 10% ao ano e o 
consumo também se expandiu sensivelmente, ocasionando o boom na taxa de cresci-mento 
do produto da economia americana no período 1995-20009. 
7 O índice Standard&Poor 500 registrou um aumento de 171% no período de 1989 a 2001. 
8 As taxas de lucro das corporações não fi nanceiras dos Estados Unidos apresentam um declínio até 1991-92, depois uma alta 
até o período 1996-1997, e novamente um declínio seguido de estagnação a partir de 1997 (BRENNER, 2002, p. 122), ao 
passo que o índice composto da bolsa de valores de Nova York (NYSE) aumenta vertiginosamente no período 1997-2000 
(BRENNER, 2002, p. 199). 
9 A taxa de crescimento médio do PIB americano nesse período foi de 4,1% (BRENNER, 2002, p. 288). 
Enquanto a análise de Brenner se concentra no impacto do mercado de ações 
como determinante da dinâmica de demanda, Canterbery (2002) acrescenta também 
o papel dos detentores de títulos. Afi nal, devido à crescente volatilidade de seus pre-ços, 
tornou-se um bem substituto para ações. Dessa forma, confi gura-se na década de 
1990 um aumento signifi cativo no volume de transações no mercado de títulos. 
Assim como as ações, os títulos também infl uenciam a demanda da economia 
por duas vias: uma direta, pois o aumento de seu rendimento gera também um efeito 
riqueza; e outra indireta, pois a piora nas condições no mercado de títulos pode afetar 
negativamente o mercado de ações e trazer impactos para os gastos na economia. 
A conclusão, portanto, dos dois autores é que a economia real depende sobre-maneira 
de movimentos de valorização e desvalorização no mercado fi nanceiro. 
Como conseqüência, os policy makers nos Estados Unidos se preocupam em manter 
os indicadores fi nanceiros “saudáveis” para manter o bom andamento da economia. 
As políticas adotada pelo FED (Federal Reserve, o banco central americano) 
reforçaram ainda mais as conseqüências apontadas por Minsky advindas do desen-volvimento 
do money manager capitalism: de um lado, uma crescente instabilidade 
fi nanceira, de outro, o aumento na desigualdade de renda. 
A instabilidade fi nanceira americana da década de 90 decorreu da bolha no 
mercado de ações, infl ada pelas próprias empresas via endividamento. As empresas 
se endividavam e compravam suas próprias ações com o intuito de valorizarem ainda 
mais seus papéis, e o FED garantia a liquidez necessária para esse círculo vicioso, ao 
operar uma política de queda gradual da taxa de juros no período em questão. A de-sigualdade 
é reforçada pelo FED, pois, “devido ao medo dos bondholders em relação 
à infl ação, a política monetária deve ter um viés anti-salários10, anti-infl acionaria” 
(CANTERBERY, 2002 p. 368)11. A própria concentração das ações em um movimento 
auto-reforçado pelas empresas, garantido pelo FED, reforça o aumento da desigual-dade 
que ocorreu na década de 1990 nos Estados Unidos. 
Obtém-se dessa forma uma explicação que integra o crescimento econômico via 
demanda efetiva e que produz ao mesmo tempo uma certa estrutura de distribuição 
10 Na verdade, a política adotada pelo FED garantiu a continuidade do boom pelo efeito riqueza, e dessa forma garantiu também 
a diminuição do desemprego, o que leva a ser um exagero dizer que foi anti-sálario. Afi nal, a política não foi claramente 
anti-salários, no sentido de arrochá-los, mas sim de maneira relativa, ou seja, a parcela dos salários não cresceu da mesma 
maneira que os ganhos advindos da acumulação de riqueza fi nanceira. 
11 Ainda que tenha havido uma política de queda da taxa básica de juros na década de 1990 para prover liquidez, a média para 
a taxa de juros real nesta década (5,73%) foi mais alta em relação às décadas de 1960 (2,40%) e 1970 (1,08%) e quase tão 
alta quanto na década de 1980 (6,25%). (EPSTEIN e JAYADEV, 2005, p. 11).
68 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 69 
de renda e riqueza – no caso, com uma tendência crescente à concentração – reforçado 
pelo papel da política econômica, resultando em um certo padrão de desenvolvimen-to 
econômico. 
Financeirização e desigualdade 
A conseqüência do desenvolvimento do “capitalismo gerenciador 
de dinheiro” por mais de três décadas é um grande aumento da desigualdade de ren-da 
e riqueza12 nos Estados Unidos. Seguindo uma abordagem comum na Economia 
Política Clássica, a análise da distribuição de renda deve ser entendida no sentido 
funcional, na repartição do excedente entre as classes sociais, no caso entre capitalis-tas 
produtivos, capitalistas rentistas e trabalhadores. Uma perspectiva clássica deve 
associar os ganhos advindos de juros, lucros e salários para compreender como se 
desenvolve a distribuição funcional da renda. Além do motivo apontado por Minsky 
previamente discutido, a saber, uma pressão sobre os salários devido à insegurança 
gerada pela estrutura fi nanceira, devem também ser levados em conta na análise fun-cional 
da distribuição de renda os ganhos nos lucros e juros advindos de operações 
fi nanceiras (EPSTEIN e POWER, 2003; EPSTEIN e JAYADEV, 2005). 
Como foi previamente demonstrado, com políticas econômicas antiinfl acioná-rias 
e pró-mercado fi nanceiro, estimulando (pelo menos não combatendo) infl ações 
nos preços das ações, observa-se que a parcela dos capitalistas detentores de riqueza 
na forma fi nanceira se benefi ciaram da conjuntura do money manager capitalism em 
relação à distribuição do excedente. 
Em contraste com a análise da distribuição funcional da renda, existe o método 
da distribuição pessoal da renda, ou seja, a distribuição da renda entre as famílias. No 
presente artigo, a análise da distribuição da renda e riqueza entre famílias ajudará a 
compreender alguns fenômenos relativos à concentração, porém apenas como apoio 
à análise funcional. A distribuição familiar pretende apenas demonstrar o tamanho 
da classe rentista na sociedade americana. 
12 Segundo Wolff, riqueza: “is the stuff that people own. The main items are your home, other real estate, any small business you 
own, liquid assets like savings accounts, CDs and money market funds, bonds, other securities, stocks, and the cash surrender 
value of any life insurance you have. Those are the total assets someone owns. From that, you subtract debts. The main debt 
is mortgage debt on your home. Other kinds of debt include consumer loans, auto debt and the like. That difference is referred 
to as net worth, or just wealth” (WOLFF, 2003, p. 1). 
Evolução da classe rentista nos Estados Unidos 
Com base na análise da distribuição funcional da renda, Epstein e 
Power (2003) apontam o aumento da parcela de renda da classe rentista em relação à 
renda total. Nos Estados Unidos, entre as décadas de 1960/70 e 1980/90, a parcela dos 
rentistas na renda passou de 18,64% em média para 35,87% em média, um aumento 
de 92,4% (EPSTEIN e POWER, 2003, p. 6). Esse aumento na parcela do lucro dos ren-tistas, 
entretanto, não ocorre em detrimento da parcela de lucro das corporações não 
fi nanceiras, as quais tiveram um aumento de 0,89% na participação na renda entre as 
décadas já mencionadas13 (EPSTEIN e POWER, 2003, p. 11). 
Conclui-se, dessa maneira, que o aumento da parcela do lucro dos rentistas 
ocorre em função de uma piora na parcela dos salários14, sendo, portanto o aumento 
da fi nanceirização uma das causas do aumento da desigualdade de renda e riqueza 
nos Estados Unidos nessas últimas duas décadas. A fi gura 1 quantifi ca a evolução da 
concentração funcional da renda: 
Figura 1 Distribuição Funcional da Renda nos EUA 
100 
90 
80 
70 
60 
50 
40 
30 
20 
10 
0 
Participação 
na Renda 
60/70 80/90 
outros 
Lucro NF 
Rentistas 
Fonte: Epstein e Power (2003). Média das décadas 
13 Se tomarmos por base os dados ajustados pela infl ação, a diferença se torna maior ainda, a parcela média dos lucros dos 
rentistas, entre as décadas de 1960/70 e as décadas de 1980/90 aumentam de 4,51% para 19,21%, um aumento de mais 
de 300% na participação da renda. Porém, a participação dessa classe como um todo cai, isso porque com a infl ação, o valor 
real da riqueza fi nanceira declina (EPSTEIN e JAYADEV, 2005). 
14 Além dos salários reais estarem diminuindo, os benefícios trabalhistas também vêm sofrendo duros golpes. Um exemplo deste 
fenômeno é a recente notícia de que cada vez mais companhias “saudáveis” (como a IBM, a Lockheed Martin, a Verizon, 
entre outras), por razões “competitivas”, estão literalmente acabando com programas de aposentadorias ou adotando planos 
de pensão 401(k), os quais colocam os trabalhadores individualmente responsáveis pelas suas garantias de aposentadoria, 
levando todo o risco para estes. (NYT, 9 de janeiro de 2006).
70 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 71 
Corroborando a visão de aumento dos ganhos da parcela rentista, Canterbery 
(2002) chama a atenção para um fenômeno: ganha muita força nos Estados Unidos 
nas últimas duas décadas a chamada bondholding class. Essa elite de famílias super-ricas 
controla a maioria das ações e títulos presentes no mercado fi nanceiro america-no. 
A média de riqueza dessa elite é de 10 milhões de dólares. Dessa forma, nota-se 
que uma pequena parte da população, 1,1 milhões de americanos (CANTERBERY, 
2002, p. 361), está ganhando muito no mercado fi nanceiro, sendo assim uma das fon-tes 
de perpetuação da desigualdade observada nos Estados Unidos. 
O tamanho da classe rentista nos Estados Unidos 
Wolff (2004) demonstra que a riqueza na forma fi nanceira se mos-tra 
extremamente concentrada nas décadas de 1980 e 1990, na economia americana. 
Ainda que a disseminação das práticas fi nanceiras aumentou em muito a quantidade 
de detentores de títulos, ações e fundos de pensão e seguridades, é uma pequena 
elite que detém a maior fatia dos ativos fi nanceiros. Segundo Wolff (2004, p. 4), um 
por cento das famílias – as mais ricas – detinha 40% da riqueza fi nanceira em 2001, 
enquanto 20% das famílias mais ricas possuíam 91% do total de riqueza na forma fi - 
nanceira. O ganho obtido pelo primeiro grupo no mercado fi nanceiro resulta em um 
terço do total recebido de riqueza na forma fi nanceira, entre o período 1983-2001. Se 
somarmos ainda os próximos 4% de famílias, obtemos dois terços do total da riqueza 
fi nanceira (WOLFF, 2004, p. 4). 
Cálculos similares para a renda mostram que 1% das famílias do topo da pi-râmide 
teve ganhos de 71%, enquanto os 80% mais baixos tiveram ganhos médios 
de 25% ou menos, no mesmo período. A conclusão a que chega Wolff (2004) é a que 
segue: “os maiores ganhos de riqueza e renda foram obtidos pelos 20% primeiros, 
particularmente os primeiros 1%, das respectivas distribuições. Entre 1983 e 2001, 
os primeiros 1% receberam 33% do crescimento total do patrimônio líquido, 52% do 
crescimento total da riqueza fi nanceira e 28% do aumento total da renda. Para os 20% 
primeiros são 89%, 95% e 67% respectivamente.” (WOLFF, 2004, p. 23). 
As fi guras 2 e 3 demonstram a evolução das participações das famílias mais 
ricas na renda e riqueza americanas: 
Figura 2 Evolução da concentração de renda e riqueza das famílias nos EUA (1% mais ricas) 
50 
45 
40 
35 
30 
25 
20 
15 
10 
5 
0 
1983 1989 1992 1995 1998 2001 
Ano 
Parcela da renda e riqueza 
Networth 
Financial 
Income 
Fonte: Wolff (2004). 
Figura 3 Evolução da concentração de renda e riqueza das famílias nos EUA (20% mais ricas) 
100 
80 
60 
40 
1983 1989 1992 1995 1998 2001 
Ano 
Parcela da renda e riqueza 
Networth 
Financial 
Income 
Fonte: Wolff (2004).
72 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 73 
Outra fonte de dados importantes para o estudo de aspectos relativos à distri-buição 
de renda pode ser encontrada em Wolf et al. (2004), em um projeto denomina-do 
LIMEW. Levando em conta o “poder de comando sobre outras mercadorias”15 e 
não apenas a renda monetária, o índice LIMEW observa que o aumento da desigual-dade 
nos Estados Unidos resultante de ganhos derivados da riqueza é bem signifi can-te, 
ao contrário do índice EI (extended income), que atribui um peso maior a variações 
ocorridas na renda. 
Figura 4 Evolução da distribuição de renda nos EUA 
43 
42 
41 
40 
39 
38 
37 
36 
35 
34 
1989 1995 2000 2001 
Ano 
Coeficiente de Gini 
LIMEW 
EI 
Fonte: Wolff et al. (2004). 
A fi gura 4 sugere que o aumento da desigualdade medido pelo sistema LIMEW 
entre os anos de 1995 e 2000 decorre principalmente do mecanismo de infl ação dos 
preços dos ativos (bolha no mercado de ações). O índice EI, por sua vez, capta melhor 
a desigualdade decorrente da renda, que evolui de maneira mais suave e constante 
no período que vai de 1989 a 2001. 
A conclusão geral é uma piora da distribuição de renda e riqueza levando em 
conta tanto a análise funcional quanto a análise pessoal. Quanto à distribuição pesso-al 
da riqueza e renda, Wolff conclui: “the growth in the economy during the period 
from 1983 to 2001 was concentrated in a surprisingly small part of the population 
– the top 20 percent and particularly one percent” (WOLFF, 2004, p. 9). 
15 O poder de comando se refere a mercadorias necessárias e convenientes para a vida. Essa medida acrescenta à renda 
monetária os benefícios do seguro saúde e renda com ativos imobiliários e fi nanceiros. 
Conclusão 
O presente trabalho buscou estudar como as mudanças ocorridas 
no capitalismo a partir da década de 1970, mais precisamente o processo de fi nancei-rização, 
afetam a distribuição de renda nos Estados Unidos da América. Parte-se de 
uma análise centrada na Economia Política, de forma a integrar a demanda efetiva, a 
distribuição de renda e a política econômica com o intuito de avaliar de que maneira 
o sistema econômico se desenvolve e como se distribui o excedente. 
A década de 1990 apresenta de maneira clara uma mudança na coalizão distri-butiva. 
O trabalho procurou mostrar: 1 – como a disseminação das práticas fi nancei-ras, 
ainda que abarcando uma grande parcela da população, se fez de maneira extre-mamente 
concentrada; 2 – como desse processo criou-se um mecanismo de geração 
de demanda efetiva, via efeito riqueza obtido pelo mercado fi nanceiro, estimulando 
os gastos em consumo e investimento; e 3 – como a política econômica reforçou o 
processo de desenvolvimento com riqueza fi nanceira concentrada. 
No plano das evidências empíricas, uma atenção especial é dada à análise fun-cional 
da distribuição de renda (EPSTEIN e POWER, 2003; EPSTEIN e JAYADEV, 
2005). O resultado a partir dessa perspectiva reforça as conseqüências apontadas por 
Minsky advindas do desenvolvimento do “capitalismo gerenciador de dinheiro”, a 
saber: um aumento signifi cativo da parcela dos capitalistas rentistas em detrimento 
da parcela dos salários. 
A partir da análise pessoal a respeito da distribuição de renda e riqueza, é pos-sível 
vislumbrar de que forma é concentrada em poucas famílias essa parcela rentista 
dos Estados Unidos. Nota-se também que a desigualdade de riqueza é ainda maior 
que a desigualdade de renda. 
Dessa forma, conclui-se que: 1) o mecanismo teórico explicado por Minsky- 
Whalen e Brenner aponta para um mecanismo de concentração da renda (ganhos 
com ações e títulos) para aqueles que detêm a riqueza, i.e., a parcela rentista, em de-trimento 
dos que recebem salário; 2) esse mecanismo é reforçado pela política econô-mica. 
Como “a riqueza é relacionada diretamente ao poder político” (WOLFF, 2003, 
p. 2) espera-se que essa nova coalizão distributiva tenda a reproduzir ou mesmo am-pliar 
as desigualdades nos Estados Unidos.
74 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 75 
Bibliografia 
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fi nance on nonfi nancial corporatios in the neoliberal era, PERI Research Brief, University of 
Massachuse s, Amherst. 2003 
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 s, Amherst. 2003. 
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1982. 
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WOLFF, E., ZACHARIAS, A., CANER, A. Levy institute measure of economic well-being, The Je-rome 
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Capitalismo gerenciador de dinheiro e desigualdade nos EUA na década de 1990

  • 1. Revista de economia heterodoxa nº 8, ano VI • 2007 ISSN 1808-0235 patrocínio
  • 2. “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza: o caso dos Estados Unidos na década de 1990 “Money manager capitalism” and Income and Wealth inequality: the US case in the nineties RICARDO DE F. SUMMA | rifsumma@yahoo.com Doutorando em Economia/UFRJ JOSÉ PAULO GUEDES PINTO | zecopol@yahoo.com.br Mestre em Economia/UFRGS. Resumo O presente artigo busca discutir como a liberalização fi nanceira, que vem ocorrendo desde a década de 70 e que se acentuou na década de 90, afetou a distribuição de renda e riqueza nos Estados Unidos. Ava-liam- se, primeiro, as razões teóricas para um aumento da desigualdade decorrente da transformação de um “capitalismo pa-ternalista” para um “capitalismo gerenciador de dinheiro”. Em seguida, discutimos o principal mecanismo que operou no auge do “capitalismo gerenciador de dinheiro” nos Estados Unidos (na década de 90). Tal mecanismo se caracteriza pelo estímulo da demanda efetiva via o efeito riqueza decorrente de bolhas nos mercados de títulos e ações, bem como pelo conjunto de políticas econômicas, com destaque especial para as políticas de garantia de liquidez, utilizadas para manter o funcionamento de tal mecanismo e seus efeitos para a demanda agregada. Por fi m, analisamos alguns trabalhos empíricos e dados que confi rmam o aumento da desigualdade de renda e riqueza – medida em termos funcionais ou pessoais –, corroborando as teorias estudadas. Palavras-chave Capitalismo gerenciador de dinheiro; Desigualdade de renda; Desigualdade de riqueza. Abstract In this paper we will discuss how the fi nancial liberalization that occurred in the seven-ties and was further accentuated in the nineties, affected the distribution of wealth and income in the U.S. First, we evaluate various theoretical explanations for the rise of inequality as a consequence of the transition from “paternalistic capitalism” to “money manager capitalism”. This discussion examines the main mechanism that operated in the peak of “money manager capitalism” in the nineties: an effective demand stimulus caused by the wealth effect developed as a consequence of the fi nancial asset bubble and a reinforcing economic policy. Finally, we analyze a set of empirical papers and economic data that confi rms a rise of inequality in the U.S. using both functional and personal measures in accordance with the previously discussed theoretical basis. Key Words Money manager capitalism; Income inequality; Wealth inequality. Os autores agradecem aos valiosos comentários de Manoel Galdino Neto e Renata Bindo. OIKOS | Rio de Janeiro | nº 8, ano VI • 2007 | ISSN 1808-0235 | www.revistaoikos.org | pgs 61-75
  • 3. 62 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 63 Introdução A aparente prosperidade econômica que a ordem neoliberal trouxe se mostra, cada vez mais, como uma prosperidade de poucos: “a defasagem interna-cional dos níveis de renda acelerou-se e as tensões distributivas aumentaram, tanto no mundo desenvolvido quanto nos países em desenvolvimento. A alta volatilidade fi nanceira e o défi cit geral de regulamentação são agora evidentes, até mesmo no mundo industrializado” (OCAMPO, 2002, p. 229). O estudo do desenvolvimento e dos padrões de distribuição de renda e riqueza da economia norte-americana contemporânea, nesse sentido, é fundamental. Afi nal, os Estados Unidos são a principal economia do mundo desenvolvido, responsável por quase um terço do PIB mundial, e um dos principais protagonistas da nova ordem eco-nômica neoliberal galgada na liberalização econômica através do sistema fi nanceiro. A discussão do papel do setor fi nanceiro e suas conseqüências para o desenvol-vimento do capitalismo, entretanto, não é nova. Marx (1991) já chamava a atenção para o papel do capital fi ctício – capaz de aumentar as possibilidades de acumulação, ao passo que ampliava as possibilidades de crise – e do aparecimento de uma classe rentista. Lênin, em 1916, já apontava para o capital fi nanceiro – a junção do capital in-dustrial com o bancário – como o motor da dinâmica do capitalismo. A emergência do capital fi nanceiro, dizia ele, era responsável pelo desenvolvimento da classe rentista, “pessoas que vivem do ‘corte de cupões de títulos’” (LÊNIN, 1979, p. 99). O desenvolvimento nas décadas seguintes não foi, entretanto, linear em relação ao prognóstico de Marx-Lênin quanto ao capital fi nanceiro. Segundo Negri (1994), a pressão política da classe trabalhadora após a crise de 1929 e o medo da possibilidade do avanço do socialismo real transformaram o Estado. Surge um Estado “keynesia-no”, planejador, que busca incorporar os trabalhadores na dinâmica do desenvolvi-mento capitalista. Do ponto de vista mais econômico, essa fase, que vai de 1933 até a década de 1970, é denominada por Minsky e Whalen (1996) de capitalismo paternalista, carac-terizado no aspecto fi nanceiro por baixas taxas de juros, política fi scal anticíclica, que garantem a manutenção de altas taxas de lucro em períodos de recessão, criação de bancos de investimento nacionais e organizações de intervenção setoriais da econo-mia1. A conseqüência para o período de 1945 a 1970 é “um período de crescimento 1 Sob outro enfoque, o mesmo período é denominado por Hobson como “economia de altos salários”. Segundo o autor, os salários reais eram elevados devido à alta produtividade do trabalho, ao mesmo tempo em que constituíam um baixo fator de econômico robusto, com aumento da renda dos trabalhadores e redução da desigual-dade” (MINSKY e WHALEN, 1996, p. 1)2. Porém, em meados da década de 1970 muitas reformas liberalizantes são postas em prática.3 E esse processo avança ainda mais nos anos 90. Nesse último período é possível analisar com mais clareza o desenvolvimento americano levando em conta a demanda efetiva, a política econômica e a distribuição de renda em um contexto de acu-mulação fi nanceira, muito diferente do período “keynesiano” ou “paternalista”. Dito de outra maneira, na década de 1990 é que se torna claro que houve de fato uma mudança nas coalizões distributivas4 e conseqüentemente no padrão de desenvolvimento. O presente artigo busca tratar da mudança na estrutura fi nanceira da economia americana e seus impactos na distribuição de renda, bem como suas conseqüências dinâmicas no consumo e investimento. Na seção 2, analisaremos as mudanças ocor-ridas a partir da década de 1970 no âmbito fi nanceiro nos Estados Unidos. Na seção 3, serão apresentadas as conseqüências dessas mudanças na estrutura fi nanceira para o consumo e o investimento, destacando principalmente a década de 1990. As desi-gualdades de renda e riqueza decorrentes desse processo de fi nanceirização serão discutidas na seção 4. Por fi m, conclusões serão apresentadas na seção 5. Minsky e o capitalismo gerenciador de dinheiro A fase do capitalismo denominada por Minsky e Whalen (1996) de “Money Manager Capitalism” é marcada tanto pela evolução de práticas fi nanceiras em direção a um endividamento especulativo por parte das unidades fi nanceiras custo para as empresas. O resultado de uma economia com essas características foi a geração de demanda via consumo, estimulada pelo poder de compra derivado dos altos salários reais, e via investimento, na medida em que o preço dos salários não afetavam as decisões de investir. Medeiros (2000) por sua vez chama a atenção para a importância do crédito, ou seja, do poder de compra, no desenvolvimento dos Estados Unidos no período analisado. 2 Wollf afi rma que a desigualdade de riqueza nos Estados Unidos diminuiu drasticamente no período de 1930-70: “Prior to that [1975-76], there was a protracted period when wealth inequality fell in this country, going back almost to 1929. So you have this fairly continuous downward trend from 1929, which of course was the peak of the stock market before it crashed, until just above the mid-1970s” (WOLFF, 2003, p. 3). 3 A liberalização a partir da década de 1970 ocorre em diversos níveis, tais como o regime de acumulação fl exível e a fl e-xibilização dos contratos de trabalho (HARVEY, 1993, cap. 9) e o desenvolvimento de mercados globais de capital fi ctício (GUTTMAN, 1998). 4 Por coalizão distributiva entende-se o conjunto de políticas econômicas e instituições que defi nem o padrão de distribuição de renda, a despeito da demanda efetiva.
  • 4. 64 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 65 como pela complementação da seguridade social com fundos de pensão privados por parte das famílias. Decorre desse processo um aumento substancial de ativos na economia. O mercado de capitais, decorrente da capitalização das empresas, e o mercado de títulos, decorrente principalmente do fi nanciamento das dívidas por parte do governo, se expandem devido à nova massa de recursos provenientes de famílias que complementam a aposentadoria com fundos privados, bem como com novos endividamentos. Nesse contexto, o papel desempenhado por instituições fi nanceiras que mane-jam essa enorme quantidade de portfólios é fundamental. Corroborando a análise de Minsky, Wolff afi rma que “existem tendências notáveis na composição da riqueza das famílias no período entre 1983 e 2001. (...) as contas de pensão aumentaram de 1,5 para 12,3 por cento em relação ao total de ativos” (WOLFF, 2004, p. 10) e “o total de ativos dos 200 maiores fundos de pensão mais que duplicaram na década de 90, passando de 1,7 trilhões de dólares para 3,6 tri” (WOLFF, 2004, p. 11). No mesmo ar-tigo, Wolff demonstra ainda que a riqueza fi nanceira mediana aumentou em 81% no intervalo entre 1983-2001 e a média aumentou em 78%. É na década de 1990, entretanto, que as práticas fi nanceiras se disseminam entre as famílias americanas. Em 2001, mais da metade das famílias americanas possuía direta ou indiretamente ativos fi nanceiros. Duas conseqüências são apontadas por Minsky como resultado do aumento massivo da riqueza e da disseminação das prá-ticas fi nanceiras: 1) o aumento da fragilidade fi nanceira da economia; e 2) o aumento da desigualdade de renda. O aumento da fragilidade fi nanceira decorre do aumento da volatilidade do mercado fi nanceiro e das possíveis conseqüências decorrentes de variações na taxa de juros e na taxa de lucro esperada, que podem levar as situações de endividamento Especulativo para Ponzi, ou mesmo de Hedge para Ponzi (MINSKY, 1982)5. 5 Minsky(1992) caracteriza as unidades fi nanceiras em três diferentes graus de fragilidade fi nanceira. As unidades com endi-vidamento Hedge são aquelas que esperam pagar o montante da dívida adquirida e também os juros e serviços que incidem sobre ela com os fl uxos de caixa esperados. No outro extremo, unidades com endividamento Ponzi precisam rolar as dívidas, tendo em vista que o fl uxo de caixa esperado não consegue arcar nem mesmo com o total de juros e serviços da dívida contraída. A fragilidade fi nanceira da economia como um todo depende da proporção de empresas com endividamento Hedge, Especulativo e Ponzi. A General Motors é um caso típico de empresa em situação Ponzi. Sua dívida ultrapassa os 291 bilhões de dólares (superior até à dívida externa brasileira). Em 2004, pagou 12 bilhões de dólares de juros. Seus títulos são rebaixados a investimento especulativo todos os dias. O risco GM em pontos é maior que o risco Brasil atualmente, o que faz com que seus papéis concorram, por exemplo, com títulos da dívida brasileira (Carta Capital, 18 de maio de 2005). No “capitalismo gerenciador de dinheiro”, os empresários se tornam muito sen-síveis à valorização da fi rma no mercado de ações6. A atividade econômica passa a ser regida por movimentos nesses mercados de capitais e títulos, que, devido à alta especulação, se tornam altamente voláteis. Tendo em vista o alto endividamento rea-lizado pelas empresas, as variações advindas do mercado fi nanceiro que afetam as variáveis de fl uxo de caixa das fi rmas, como a taxa de lucro esperada, podem colocá-las em situação de fragilidade fi nanceira (MINSKY, 1992). Mesmo choques na taxa de juros, decorrentes de políticas monetárias contracionistas, que visem evitar infl ação e assim uma perda no valor da riqueza fi nanceira, podem piorar o regime de fragi-lidade fi nanceira das fi rmas. O aumento da taxa de juros pode difi cultar a rolagem das dívidas para empresas que se encontram em situações fi nanceiramente frágeis, podendo levá-las, inclusive, à insolvência. Caso um grande número de empresas se encontre em situação de fragilidade fi nanceira e ocorram algumas falências, pode ser desencadeado um processo de crise fi nanceira, levando muitas fi rmas à insolvência, derrubando a demanda, o investimento e o produto, e ainda podendo haver uma queda geral nos preços dos ativos, em um processo conhecido como debt-defl ation. A segunda conseqüência apontada por Minsky é o aumento da desigualdade econômica no money manager capitalism. Ainda que muitos outros fatores ajudassem no aumento da desigualdade de renda para o período analisado – como a mudança de empregos produtores de bens para setor de serviços, queda do poder dos sindica-tos, crescimento da imigração, entre outros –, foi a evolução da estrutura fi nanceira o que mais contribuiu para o aumento da desigualdade. Afi nal, tal evolução transfor-mou o aumento da instabilidade fi nanceira em uma grande insegurança no mercado de trabalho, resultando em um menor grau de liberdade para reivindicações de maio-res salários pelos trabalhadores. A análise de Minsky sugere apenas um mecanismo de concentração de renda e riqueza que advém do processo de fi nanceirização da economia. Na próxima seção, será desenvolvida uma análise das políticas econômicas e dos componentes de de-manda agregada na fase do capitalismo analisada. 6 Para garantir que as empresas não fi nanceiras sobrevivam no “money manager capitalism”, Crotty nota que, nos Estados Unidos da década de 1990, a alta hierarquia dos gerentes das corporações não-fi nanceiras passa a ser recompensada por movimentos de preços do mercado fi nanceiro no curto prazo, ao contrário da remuneração do modelo anterior relacionado ao sucesso da fi rma no longo prazo (CROTTY, 2003, p. 2).
  • 5. 66 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 67 Consumo, investimento, política monetária e nova coalizão distributiva Na fase denominada “economia dos altos salários” por Hobson, a dinâmica do desenvolvimento dos Estados Unidos implicava em “feed-backs entre sa-lários e produtividade, associados com formas de consumo e relações sociais no capi-talismo moderno” (MEDEIROS, 2000). Os investimentos eram feitos levando em conta o crescimento do mercado de massas com alto poder de compra, liderados pelos bens de consumo duráveis e indústria da construção civil. Os gastos do governo, também muito expressivos, garantiam demanda para a economia em rápido crescimento. A análise de Brenner (2002, 2004), por sua vez, voltada à década de 1990 e ao início do novo século, permite concluir que houve uma mudança na dinâmica do investimento e do consumo em relação ao período da “economia dos altos salários” de Hobson ou do “capitalismo paternalista” de Minsky. Os gastos de investimento e consumo, na fase aqui denominada “capitalismo gerenciador de dinheiro”, estão associados às valorizações no mercado de ações e ativos fi nanceiros. O mecanismo de estímulo da demanda decorrente da infl ação de preços no mercado fi nanceiro é o que segue: a alta no preço das ações gera um efeito riqueza. Com esse aumento de rique-za, as corporações podem se endividar emitindo mais ações valorizadas, bem como aumentar a sua possibilidade de obter novos fi nanciamentos. As famílias, por sua vez, também percebendo um aumento na riqueza, passam a consumir mais e também a recorrer a empréstimos, uma vez que a própria infl ação nos preços dos ativos passa a ser vista como um indicador saudável da economia. Brenner destaca então o caso americano na década de 1990, em que a bolha nas bolsas de valores, medidas pelos índices S&P7, NYSE e NASDAQ, estimulou sensi-velmente os gastos em investimento e consumo, mesmo com os fundamentos reais – a taxa de lucro das mesmas corporações – estagnados ou mesmo declinando8. Como resultado desse efeito riqueza, o investimento cresceu a uma taxa de 10% ao ano e o consumo também se expandiu sensivelmente, ocasionando o boom na taxa de cresci-mento do produto da economia americana no período 1995-20009. 7 O índice Standard&Poor 500 registrou um aumento de 171% no período de 1989 a 2001. 8 As taxas de lucro das corporações não fi nanceiras dos Estados Unidos apresentam um declínio até 1991-92, depois uma alta até o período 1996-1997, e novamente um declínio seguido de estagnação a partir de 1997 (BRENNER, 2002, p. 122), ao passo que o índice composto da bolsa de valores de Nova York (NYSE) aumenta vertiginosamente no período 1997-2000 (BRENNER, 2002, p. 199). 9 A taxa de crescimento médio do PIB americano nesse período foi de 4,1% (BRENNER, 2002, p. 288). Enquanto a análise de Brenner se concentra no impacto do mercado de ações como determinante da dinâmica de demanda, Canterbery (2002) acrescenta também o papel dos detentores de títulos. Afi nal, devido à crescente volatilidade de seus pre-ços, tornou-se um bem substituto para ações. Dessa forma, confi gura-se na década de 1990 um aumento signifi cativo no volume de transações no mercado de títulos. Assim como as ações, os títulos também infl uenciam a demanda da economia por duas vias: uma direta, pois o aumento de seu rendimento gera também um efeito riqueza; e outra indireta, pois a piora nas condições no mercado de títulos pode afetar negativamente o mercado de ações e trazer impactos para os gastos na economia. A conclusão, portanto, dos dois autores é que a economia real depende sobre-maneira de movimentos de valorização e desvalorização no mercado fi nanceiro. Como conseqüência, os policy makers nos Estados Unidos se preocupam em manter os indicadores fi nanceiros “saudáveis” para manter o bom andamento da economia. As políticas adotada pelo FED (Federal Reserve, o banco central americano) reforçaram ainda mais as conseqüências apontadas por Minsky advindas do desen-volvimento do money manager capitalism: de um lado, uma crescente instabilidade fi nanceira, de outro, o aumento na desigualdade de renda. A instabilidade fi nanceira americana da década de 90 decorreu da bolha no mercado de ações, infl ada pelas próprias empresas via endividamento. As empresas se endividavam e compravam suas próprias ações com o intuito de valorizarem ainda mais seus papéis, e o FED garantia a liquidez necessária para esse círculo vicioso, ao operar uma política de queda gradual da taxa de juros no período em questão. A de-sigualdade é reforçada pelo FED, pois, “devido ao medo dos bondholders em relação à infl ação, a política monetária deve ter um viés anti-salários10, anti-infl acionaria” (CANTERBERY, 2002 p. 368)11. A própria concentração das ações em um movimento auto-reforçado pelas empresas, garantido pelo FED, reforça o aumento da desigual-dade que ocorreu na década de 1990 nos Estados Unidos. Obtém-se dessa forma uma explicação que integra o crescimento econômico via demanda efetiva e que produz ao mesmo tempo uma certa estrutura de distribuição 10 Na verdade, a política adotada pelo FED garantiu a continuidade do boom pelo efeito riqueza, e dessa forma garantiu também a diminuição do desemprego, o que leva a ser um exagero dizer que foi anti-sálario. Afi nal, a política não foi claramente anti-salários, no sentido de arrochá-los, mas sim de maneira relativa, ou seja, a parcela dos salários não cresceu da mesma maneira que os ganhos advindos da acumulação de riqueza fi nanceira. 11 Ainda que tenha havido uma política de queda da taxa básica de juros na década de 1990 para prover liquidez, a média para a taxa de juros real nesta década (5,73%) foi mais alta em relação às décadas de 1960 (2,40%) e 1970 (1,08%) e quase tão alta quanto na década de 1980 (6,25%). (EPSTEIN e JAYADEV, 2005, p. 11).
  • 6. 68 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 69 de renda e riqueza – no caso, com uma tendência crescente à concentração – reforçado pelo papel da política econômica, resultando em um certo padrão de desenvolvimen-to econômico. Financeirização e desigualdade A conseqüência do desenvolvimento do “capitalismo gerenciador de dinheiro” por mais de três décadas é um grande aumento da desigualdade de ren-da e riqueza12 nos Estados Unidos. Seguindo uma abordagem comum na Economia Política Clássica, a análise da distribuição de renda deve ser entendida no sentido funcional, na repartição do excedente entre as classes sociais, no caso entre capitalis-tas produtivos, capitalistas rentistas e trabalhadores. Uma perspectiva clássica deve associar os ganhos advindos de juros, lucros e salários para compreender como se desenvolve a distribuição funcional da renda. Além do motivo apontado por Minsky previamente discutido, a saber, uma pressão sobre os salários devido à insegurança gerada pela estrutura fi nanceira, devem também ser levados em conta na análise fun-cional da distribuição de renda os ganhos nos lucros e juros advindos de operações fi nanceiras (EPSTEIN e POWER, 2003; EPSTEIN e JAYADEV, 2005). Como foi previamente demonstrado, com políticas econômicas antiinfl acioná-rias e pró-mercado fi nanceiro, estimulando (pelo menos não combatendo) infl ações nos preços das ações, observa-se que a parcela dos capitalistas detentores de riqueza na forma fi nanceira se benefi ciaram da conjuntura do money manager capitalism em relação à distribuição do excedente. Em contraste com a análise da distribuição funcional da renda, existe o método da distribuição pessoal da renda, ou seja, a distribuição da renda entre as famílias. No presente artigo, a análise da distribuição da renda e riqueza entre famílias ajudará a compreender alguns fenômenos relativos à concentração, porém apenas como apoio à análise funcional. A distribuição familiar pretende apenas demonstrar o tamanho da classe rentista na sociedade americana. 12 Segundo Wolff, riqueza: “is the stuff that people own. The main items are your home, other real estate, any small business you own, liquid assets like savings accounts, CDs and money market funds, bonds, other securities, stocks, and the cash surrender value of any life insurance you have. Those are the total assets someone owns. From that, you subtract debts. The main debt is mortgage debt on your home. Other kinds of debt include consumer loans, auto debt and the like. That difference is referred to as net worth, or just wealth” (WOLFF, 2003, p. 1). Evolução da classe rentista nos Estados Unidos Com base na análise da distribuição funcional da renda, Epstein e Power (2003) apontam o aumento da parcela de renda da classe rentista em relação à renda total. Nos Estados Unidos, entre as décadas de 1960/70 e 1980/90, a parcela dos rentistas na renda passou de 18,64% em média para 35,87% em média, um aumento de 92,4% (EPSTEIN e POWER, 2003, p. 6). Esse aumento na parcela do lucro dos ren-tistas, entretanto, não ocorre em detrimento da parcela de lucro das corporações não fi nanceiras, as quais tiveram um aumento de 0,89% na participação na renda entre as décadas já mencionadas13 (EPSTEIN e POWER, 2003, p. 11). Conclui-se, dessa maneira, que o aumento da parcela do lucro dos rentistas ocorre em função de uma piora na parcela dos salários14, sendo, portanto o aumento da fi nanceirização uma das causas do aumento da desigualdade de renda e riqueza nos Estados Unidos nessas últimas duas décadas. A fi gura 1 quantifi ca a evolução da concentração funcional da renda: Figura 1 Distribuição Funcional da Renda nos EUA 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Participação na Renda 60/70 80/90 outros Lucro NF Rentistas Fonte: Epstein e Power (2003). Média das décadas 13 Se tomarmos por base os dados ajustados pela infl ação, a diferença se torna maior ainda, a parcela média dos lucros dos rentistas, entre as décadas de 1960/70 e as décadas de 1980/90 aumentam de 4,51% para 19,21%, um aumento de mais de 300% na participação da renda. Porém, a participação dessa classe como um todo cai, isso porque com a infl ação, o valor real da riqueza fi nanceira declina (EPSTEIN e JAYADEV, 2005). 14 Além dos salários reais estarem diminuindo, os benefícios trabalhistas também vêm sofrendo duros golpes. Um exemplo deste fenômeno é a recente notícia de que cada vez mais companhias “saudáveis” (como a IBM, a Lockheed Martin, a Verizon, entre outras), por razões “competitivas”, estão literalmente acabando com programas de aposentadorias ou adotando planos de pensão 401(k), os quais colocam os trabalhadores individualmente responsáveis pelas suas garantias de aposentadoria, levando todo o risco para estes. (NYT, 9 de janeiro de 2006).
  • 7. 70 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 71 Corroborando a visão de aumento dos ganhos da parcela rentista, Canterbery (2002) chama a atenção para um fenômeno: ganha muita força nos Estados Unidos nas últimas duas décadas a chamada bondholding class. Essa elite de famílias super-ricas controla a maioria das ações e títulos presentes no mercado fi nanceiro america-no. A média de riqueza dessa elite é de 10 milhões de dólares. Dessa forma, nota-se que uma pequena parte da população, 1,1 milhões de americanos (CANTERBERY, 2002, p. 361), está ganhando muito no mercado fi nanceiro, sendo assim uma das fon-tes de perpetuação da desigualdade observada nos Estados Unidos. O tamanho da classe rentista nos Estados Unidos Wolff (2004) demonstra que a riqueza na forma fi nanceira se mos-tra extremamente concentrada nas décadas de 1980 e 1990, na economia americana. Ainda que a disseminação das práticas fi nanceiras aumentou em muito a quantidade de detentores de títulos, ações e fundos de pensão e seguridades, é uma pequena elite que detém a maior fatia dos ativos fi nanceiros. Segundo Wolff (2004, p. 4), um por cento das famílias – as mais ricas – detinha 40% da riqueza fi nanceira em 2001, enquanto 20% das famílias mais ricas possuíam 91% do total de riqueza na forma fi - nanceira. O ganho obtido pelo primeiro grupo no mercado fi nanceiro resulta em um terço do total recebido de riqueza na forma fi nanceira, entre o período 1983-2001. Se somarmos ainda os próximos 4% de famílias, obtemos dois terços do total da riqueza fi nanceira (WOLFF, 2004, p. 4). Cálculos similares para a renda mostram que 1% das famílias do topo da pi-râmide teve ganhos de 71%, enquanto os 80% mais baixos tiveram ganhos médios de 25% ou menos, no mesmo período. A conclusão a que chega Wolff (2004) é a que segue: “os maiores ganhos de riqueza e renda foram obtidos pelos 20% primeiros, particularmente os primeiros 1%, das respectivas distribuições. Entre 1983 e 2001, os primeiros 1% receberam 33% do crescimento total do patrimônio líquido, 52% do crescimento total da riqueza fi nanceira e 28% do aumento total da renda. Para os 20% primeiros são 89%, 95% e 67% respectivamente.” (WOLFF, 2004, p. 23). As fi guras 2 e 3 demonstram a evolução das participações das famílias mais ricas na renda e riqueza americanas: Figura 2 Evolução da concentração de renda e riqueza das famílias nos EUA (1% mais ricas) 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1983 1989 1992 1995 1998 2001 Ano Parcela da renda e riqueza Networth Financial Income Fonte: Wolff (2004). Figura 3 Evolução da concentração de renda e riqueza das famílias nos EUA (20% mais ricas) 100 80 60 40 1983 1989 1992 1995 1998 2001 Ano Parcela da renda e riqueza Networth Financial Income Fonte: Wolff (2004).
  • 8. 72 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 73 Outra fonte de dados importantes para o estudo de aspectos relativos à distri-buição de renda pode ser encontrada em Wolf et al. (2004), em um projeto denomina-do LIMEW. Levando em conta o “poder de comando sobre outras mercadorias”15 e não apenas a renda monetária, o índice LIMEW observa que o aumento da desigual-dade nos Estados Unidos resultante de ganhos derivados da riqueza é bem signifi can-te, ao contrário do índice EI (extended income), que atribui um peso maior a variações ocorridas na renda. Figura 4 Evolução da distribuição de renda nos EUA 43 42 41 40 39 38 37 36 35 34 1989 1995 2000 2001 Ano Coeficiente de Gini LIMEW EI Fonte: Wolff et al. (2004). A fi gura 4 sugere que o aumento da desigualdade medido pelo sistema LIMEW entre os anos de 1995 e 2000 decorre principalmente do mecanismo de infl ação dos preços dos ativos (bolha no mercado de ações). O índice EI, por sua vez, capta melhor a desigualdade decorrente da renda, que evolui de maneira mais suave e constante no período que vai de 1989 a 2001. A conclusão geral é uma piora da distribuição de renda e riqueza levando em conta tanto a análise funcional quanto a análise pessoal. Quanto à distribuição pesso-al da riqueza e renda, Wolff conclui: “the growth in the economy during the period from 1983 to 2001 was concentrated in a surprisingly small part of the population – the top 20 percent and particularly one percent” (WOLFF, 2004, p. 9). 15 O poder de comando se refere a mercadorias necessárias e convenientes para a vida. Essa medida acrescenta à renda monetária os benefícios do seguro saúde e renda com ativos imobiliários e fi nanceiros. Conclusão O presente trabalho buscou estudar como as mudanças ocorridas no capitalismo a partir da década de 1970, mais precisamente o processo de fi nancei-rização, afetam a distribuição de renda nos Estados Unidos da América. Parte-se de uma análise centrada na Economia Política, de forma a integrar a demanda efetiva, a distribuição de renda e a política econômica com o intuito de avaliar de que maneira o sistema econômico se desenvolve e como se distribui o excedente. A década de 1990 apresenta de maneira clara uma mudança na coalizão distri-butiva. O trabalho procurou mostrar: 1 – como a disseminação das práticas fi nancei-ras, ainda que abarcando uma grande parcela da população, se fez de maneira extre-mamente concentrada; 2 – como desse processo criou-se um mecanismo de geração de demanda efetiva, via efeito riqueza obtido pelo mercado fi nanceiro, estimulando os gastos em consumo e investimento; e 3 – como a política econômica reforçou o processo de desenvolvimento com riqueza fi nanceira concentrada. No plano das evidências empíricas, uma atenção especial é dada à análise fun-cional da distribuição de renda (EPSTEIN e POWER, 2003; EPSTEIN e JAYADEV, 2005). O resultado a partir dessa perspectiva reforça as conseqüências apontadas por Minsky advindas do desenvolvimento do “capitalismo gerenciador de dinheiro”, a saber: um aumento signifi cativo da parcela dos capitalistas rentistas em detrimento da parcela dos salários. A partir da análise pessoal a respeito da distribuição de renda e riqueza, é pos-sível vislumbrar de que forma é concentrada em poucas famílias essa parcela rentista dos Estados Unidos. Nota-se também que a desigualdade de riqueza é ainda maior que a desigualdade de renda. Dessa forma, conclui-se que: 1) o mecanismo teórico explicado por Minsky- Whalen e Brenner aponta para um mecanismo de concentração da renda (ganhos com ações e títulos) para aqueles que detêm a riqueza, i.e., a parcela rentista, em de-trimento dos que recebem salário; 2) esse mecanismo é reforçado pela política econô-mica. Como “a riqueza é relacionada diretamente ao poder político” (WOLFF, 2003, p. 2) espera-se que essa nova coalizão distributiva tenda a reproduzir ou mesmo am-pliar as desigualdades nos Estados Unidos.
  • 9. 74 Ricardo de F. Summa e José Paulo Guedes Pinto “Capitalismo gerenciador de dinheiro” e desigualdade de renda e riqueza... 75 Bibliografia BRENNER, R. O boom e a bolha. Rio de Janeiro, Record, 2002. BRENNER, R. New boom or new bubble? New le review, n. 25, jan-fev, 2004. CANTERBERY, E. The theory of bondholding class, Journal of Economic Issues, Vol. 36, Ed. 2, junho 2002. CARTA CAPITAL Fim da era Ford, 18 de maio, 2005. CROTTY, J. The neoliberal paradox: the impact of destructive product market competition and impatient fi nance on nonfi nancial corporatios in the neoliberal era, PERI Research Brief, University of Massachuse s, Amherst. 2003 EPSTEIN, G., POWER, D. Rentiers income and fi nancial crises: An empirical examination of trends and cycles in some OECD countries. PERI Working Paper, n. 57, University of Massachu-se s, Amherst. 2003. EPSTEIN, G., JAYADEV, A. The rise of rentier incomes in OECD countries: fi nancialization, cen-tral bank policy and labor solidarity. Não-publicado, University of Massachuse s, Amherst, 2005. GUTTMAN, R. As mutações do capital fi nanceiro. In: CHESNAIS, F. (Org) A mundialização fi - nanceira – gênese, custos e riscos. São Paulo, Ed. Xamã, 1998. HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993. LENIN, V. Imperialismo: Fase superior do capitalismo. In: Obras Escolhidas, Tomo I. São Paulo, Alfa-Omega, 1979. MARX, K. O capital, Livro III, vol. 5, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1991. MEDEIROS, C. High wage economy, sloanism and fordism: The American experience during the golden age, Contributions to political economy, Vol. 19, n. 1, Cambridge, 2000. MINSKY, H. Can ‘it’ happen again? Essays on Instability and Finance, M.E. Sharpe: Armonk, NY, 1982. MINSKY, H. The fi nancial instability hypothesis, The Jerome Levy Economics Institute, working paper n. 74, Annandale-on-Hudson, 1992. MINSKY, H., WHALEN, C. Economic Insecurity and the institutional prerequisites for successful capitalism, The Jerome Levy Economics Institute, Working paper n. 165, Annandale-on- Hudson, 1996. NEGRI, A. Keynes and the capitalist theory of the state, Labor of Dionysus: A Critique of the State- Form. Minneapolis, University of Minnesota Press, 1994. THE NEW YORK TIMES. More companies ending promises for retirement, jan. 9, 2006. OCAMPO, J. Globalização e desenvolvimento, Desenvolvimento e debate 1- Desenvolvimento e Globalização, BNDES, 2002. WOLFF, E. The wealth divide. In: Third World Traveler. Disponível na internet: h p://www.thir-dworldtraveler. com/America/Wealth_Divide.html. acesso em maio de 2003. WOLFF, E. Changes in household wealth in the 1980s and 1990s in the U.S., The Jerome Levy Insti-tute, Working paper n. 407, Annandale-on-Hudson, 2004. WOLFF, E., ZACHARIAS, A., CANER, A. Levy institute measure of economic well-being, The Je-rome Levy Institute – LIMEW working paper, maio de 2004.