1. A minha infância
Neste texto vou falar sobre a minha infância de quando eu era criança e no
percurso que realizei na minha vida.
Saliento que na minha infância tive momentos únicos e muito bons.
Quando eu era mais nova eu morava junto ao mar, em casa de meus avós e
adorava estar perto do mar.
Para mim ouvir o som das ondas a bater nas rochas e a tranquilidade que dava
olhar para o horizonte, transmitia-me uma serenidade e uma força dentro de mim,
como se fosse magia, nem sei até como descrever, nem qual as palavras certas
para referir aquele momento.
Sendo assim, posso dizer que tive momentos muito bons naquela casa, fazendo
muitas amizades por lá.
Nas férias de verão acordava sempre cedo, mal o sol nascia, já estava levantada e
ia comer, vestir e saia de casa para ir para as poças que ficava em frente á minha
casa e brincava na água atrás dos peixinhos; apanhava lapas, búzios e caranguejos,
enquanto a maré estava baixa.
Saliento que como era tão bom estar ali. Sempre tive uma admiração pelo mar,
para mim era sagrado e imaginava que havia lá um Senhor do Mar o Rei dos Mares.
Quando me deitava numa pedra grande fechava os olhos e ouvia com atenção o
bater das ondas do mar e parecia uma melodia, era um som que fazia bem á alma,
parecia que o mundo naquele momento parava de girar tudo parava até as horas,
nem dava por elas passarem tão rápido, mas tudo o que é bom sempre acaba
depressa, quando dava por mim já tinha minha mãe atrás de mim com o chinelo,
toda chateada, por eu ter saído sem avisar, pois estava preocupada, porque
poderia acontecer alguma coisa. Também gostava muito de cheirar, logo pela
manhã, o salgado da espuma do mar.
As minhas vizinhas diziam que nunca tinham visto uma rapariga como eu, que
tivesse uma paixão enorme pelo mar e chamavam-me a menina do mar e diziam
que se eu pudesse respirar dentro de água que vivia lá.
Muitas vezes quando via os meus amigos irem pescar com caniços e uns baldes eu
ia, também, para aprender pois eu era muito curiosa. Recordo-me que como eles
traziam, sempre, peixes grandes com simples caniços, também eu arranjei um
caniço para ir com eles. Verifica-se que detestava ficar ali parada á espera de
apanhar um peixe grande, mas a certa altura o caniço deu sinal e fiquei tão
contente, tinha uma força enorme e eu puxava tanto que quando o consegui, era
um peixinho tão pequenino, que todos riram de mim e nunca mais quis tentar.
Concluiu-se que temos memórias que são tão boas que só apetecia voltar no
tempo e viver tudo o que vivi de bom