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História da Maria Castanha
• O céu já estava todo
  cinzento e quase nunca
  aparecia o Sol, mas
  enquanto não chovia os
  meninos iam brincar para o
  jardim.
• Um jardim muito grande e
  bonito, com uma grade
  pintada de verde toda em
  volta, de modo que não
  havia perigo de os
  automóveis entrarem e
  atropelarem os meninos
  que corriam e brincavam à
  vontade,

                                       2
História da Maria Castanha
•                • de muitas maneiras: uns
                   andavam nos baloiços e
                   nos escorregas, outros
                   deitavam pão aos patos
                   do lago, outros metiam os
                   pés por entre as folhas
                   secas e faziam-nas estalar
                   - crac, crac, - debaixo das
                   botas, outros corriam de
                   braços abertos atrás dos
                   pombos, que se
                   levantavam e fugiam,
                   também de asas abertas.


                                             3
História da Maria Castanha

Era bom ir ao jardim.
E mesmo sem haver sol, os
  meninos sentiam os pés
  quentinhos e ficavam
  com as bochechas
  encarnadas de tanto
  correr e saltar.




                                      4
História da Maria Castanha
            Uma vez apareceu no jardim
               uma menina diferente: não
               tinha as bochechas
               encarnadas , mas uma
               carinha redonda, castanha,
               com dois grandes olhos
               escuros e brilhantes.
            - Como te chamas? -
               perguntaram-lhe.
            - Maria. Às vezes chamam-me
               Maria Castanha.
            - Que engraçado, Maria
               Castanha! Queres brincar?
            - Quero.

                                            5
História da Maria Castanha
Foram jogar ao jogo do
   apanhar.
A Maria Castanha corria mais
   do que todos.
 - Quem me apanha? Ninguém
   me apanha!
- Ninguém apanha a Maria
   Castanha!

Ela corria tanto!

                                       6
História da Maria Castanha
Corria tanto que nem viu o
  carrinho do vendedor de
  castanhas que estava à
  porta do jardim, e foi de
  encontro a ele. Pimba!
O saco das castanhas caiu e
  espalhou-as todas à
  reboleta pelo chão.
A Maria Castanha caiu
  também e ficou sentada no
  meio das castanhas.

                                      7
História da Maria Castanha
             - Ah. Minha atrevida! – gritou o
                vendedor de castanhas todo
                zangado.
            - Foi sem querer. Disse Maria
                Castanha.
            - Foi sem querer - explicaram os
                outros meninos.
            - Eu ajudo a apanhar tudo - disse
                a Maria Castanha, de joelhos,
                a apanhar as castanhas caídas.
            E os outros ajudaram também.
            Pronto. Ficaram as castanhas
                todas apanhadas num
                instante.

                                             8
História da Maria Castanha
- Onde estão os teus pais? -
perguntou o vendedor de
castanhas à Maria Castanha.
- Foram à procura de emprego.
- E tu?
- Vinha à procura de amigos.
- Já encontraste: nós somos
teus amigos - disseram os
meninos.
- Eu também sou - disse o
vendedor de castanhas.

                                      9
História da Maria Castanha
               E pôs a mão nos cabelos
               de Maria Castanha, que
               eram frisados e fofinhos
               como a lã dos carneirinhos
               novos.
               Depois disse:

               - Quando os amigos se
               encontram é costume fazer
               uma festa. Vamos fazer
               uma festa de castanhas.
               Gostam de castanhas?
               - Gostamos! Gostamos! -
               gritaram os meninos.
                                       10
História da Maria Castanha

               - Não sei. Nunca comi
               castanhas; na minha
               terra não há. – disse
               Maria Castanha.

               - Pois vais saber como é
               bom.




                                     11
História da Maria Castanha
  E o vendedor deitou castanhas
e sal dentro do assador e pô-lo
em cima do lume.
  Dali a pouco as castanhas
estalavam ... Tau! Tau!

 -Ai, são tiros? – assustou-se a
Maria Castanha, porque vinha
de uma terra onde havia guerra.

  -- Não tenhas medo. São
castanhas a estalar com o calor.



                                       12
História da Maria Castanha
                 Do assador subiu
               um fumozinho azul-
               claro a cheirar bem.

                 E azuis eram agora
               as castanhas assadas
               e muito quentes que o
               vendedor deu à Maria
               Castanha e aos seus
               amigos.

                                      13
História da Maria Castanha


- É bom é – ria-se Maria
   Castanha a trincar as
   castanhas assadas.

  - Se me queres ajudar
  podes comer castanhas
  todos os dias. Sabes fazer
  cartuchos de papel?


                                       14
História da Maria Castanha



A Maria Castanha não
  sabia, mas aprendeu.




                                      15
História da Maria Castanha


É ela quem enrola o papel de
   jornal para fazer
   cartuchinhos onde o
   vendedor mete as castanhas
   que vende aos fregueses à
   porta do jardim.




                                      16
BIBLIOTECA ESCOLAR DE CAXINAS



Ilustração realizada pela turma da professora
           ____________________
                do ______ano.




                                                17

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Maria castanha

  • 1. 1
  • 2. História da Maria Castanha • O céu já estava todo cinzento e quase nunca aparecia o Sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim. • Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e atropelarem os meninos que corriam e brincavam à vontade, 2
  • 3. História da Maria Castanha • • de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar - crac, crac, - debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas. 3
  • 4. História da Maria Castanha Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar. 4
  • 5. História da Maria Castanha Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha as bochechas encarnadas , mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes. - Como te chamas? - perguntaram-lhe. - Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha. - Que engraçado, Maria Castanha! Queres brincar? - Quero. 5
  • 6. História da Maria Castanha Foram jogar ao jogo do apanhar. A Maria Castanha corria mais do que todos. - Quem me apanha? Ninguém me apanha! - Ninguém apanha a Maria Castanha! Ela corria tanto! 6
  • 7. História da Maria Castanha Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele. Pimba! O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas à reboleta pelo chão. A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas. 7
  • 8. História da Maria Castanha - Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado. - Foi sem querer. Disse Maria Castanha. - Foi sem querer - explicaram os outros meninos. - Eu ajudo a apanhar tudo - disse a Maria Castanha, de joelhos, a apanhar as castanhas caídas. E os outros ajudaram também. Pronto. Ficaram as castanhas todas apanhadas num instante. 8
  • 9. História da Maria Castanha - Onde estão os teus pais? - perguntou o vendedor de castanhas à Maria Castanha. - Foram à procura de emprego. - E tu? - Vinha à procura de amigos. - Já encontraste: nós somos teus amigos - disseram os meninos. - Eu também sou - disse o vendedor de castanhas. 9
  • 10. História da Maria Castanha E pôs a mão nos cabelos de Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos. Depois disse: - Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas? - Gostamos! Gostamos! - gritaram os meninos. 10
  • 11. História da Maria Castanha - Não sei. Nunca comi castanhas; na minha terra não há. – disse Maria Castanha. - Pois vais saber como é bom. 11
  • 12. História da Maria Castanha E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume. Dali a pouco as castanhas estalavam ... Tau! Tau! -Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra. -- Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor. 12
  • 13. História da Maria Castanha Do assador subiu um fumozinho azul- claro a cheirar bem. E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos. 13
  • 14. História da Maria Castanha - É bom é – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas. - Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer cartuchos de papel? 14
  • 15. História da Maria Castanha A Maria Castanha não sabia, mas aprendeu. 15
  • 16. História da Maria Castanha É ela quem enrola o papel de jornal para fazer cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim. 16
  • 17. BIBLIOTECA ESCOLAR DE CAXINAS Ilustração realizada pela turma da professora ____________________ do ______ano. 17