SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Dramatização da história de Luísa Ducla Soares
Os ovos misteriosos
Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os
dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho.
- Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum
por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.
Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como
de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata.
Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem,
farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se
nele e pôs um ovo muito branquinho.
- Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me
traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço.
Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho.
Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos
de todos os tamanhos e feitios.
- Cocorocó… Que vem a ser isto? – disse ela. – Na minha capoeira
tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte.
E logo se aninhou.
Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o
corpo quente como uma botija.
O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar
nem se guiava pelo calendário.
Até que…crac! O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico
retorcido.
- Ai, mas que filho,
eu até desmaio!
Em vez de ser pinto
é um papagaio.
- exclamou a galinha.
No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura
comprida e sarapintada.
Ai, mas que filho,
como ele é diferente!
Em vez de ser pinto
é uma serpente.
- exclamou a galinha.
Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A
galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a
cacarejar:
Ai, mas que filho,
este é de truz!
Em vez de ser pinto
é uma avestruz.
Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa,
picou um deles. Mas ai caindo para o lado.
Ai, mas que filho!
Deve vir do Nilo!
Em vez de ser pinto
é um crocodilo.
Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último.
Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e
escancarou o bico:
Ai, mas que filho!
Diz o meu instinto
que este finalmente
é mesmo um pinto.
- Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão
variada, é tão engraçada.
- Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a
perdiz.
Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto
amor? Que outra mãe havia de tratar deles?
Era feliz, mas vivia num desassossego.
O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar.
A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a
poder ir buscar.
A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse.
Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto.
Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.
Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha
faltavam as patas.
Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre
conversa.
Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz.
Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto.
E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo.
Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz.
- Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. .
-Vou assá-lo para o jantar.
- Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe
toques, senão pico-te».
O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango.
Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à
sua frente, mostrando os dentes de veneno.
- Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar.
Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta.
- Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a
outra margem, sempre com o frango debaixo do braço.
Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore:
És ladrão, és ladrão,
vou prender-te na prisão!
És ladrão, és ladrão,
vou prender-te na prisão!
- Um polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir.
Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes,
depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.
Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só
parou, esbaforido, na aldeia.
Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a
galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.
Um tinha milho para o frango.
Outro, peixe para o crocodilo.
Outro, fruta para o papagaio.
Outro, ratos para a serpente.
E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a
avestruz só gostava de pitéus extravagantes.
Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseramse a cantar:
Somos todos irmãos,
somos todos diferentes:
há uns que têm bico,
outros que têm dentes,
há uns que têm escamas,
outros que têm asas,
na terra e na água
fazemos nossas casas.
Eu só tenho pescoço.
Eu voo pelo ar.
Eu nado a quatro patas.
Eu cá gosto de andar.
Somos todos diferentes
mas todos queremos bem
à boa galinha
que é nossa mãe.
Luísa Ducla Soares
QUESTÕES INFERENCIAIS
Os ovos misteriosos
- O que vos sugere o título desta história que vão ouvir?
- Que tema ou temas irá/irão ser abordado/s nesta história?
Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os
dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho.
- Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum
por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir.
Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como
de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata.
- Porque será que a galinha fugiu?
- Ao parar na mata. O que é que será que ela fez a seguir?
Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem,
farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se
nele e pôs um ovo muito branquinho.
- Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me
traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço.
Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho.
- A galinha disse que tudo era estranho. Porquê?
- O que será que aconteceu ou que viu para que dissesse que era
tudo estranho?
Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos
de todos os tamanhos e feitios.
- Cocorocó… Que vem a ser isto? – disse ela. – Na minha capoeira
tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte.
E logo se aninhou.
Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o
corpo quente como uma botija.
O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar
nem se guiava pelo calendário.
Até que…crac!
- O que será que significa a onomatopeia “crac!” . O que será que
aconteceu…?
O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido.
- Ai, mas que filho,
eu até desmaio!
Em vez de ser pinto
é um papagaio.
- exclamou a galinha.
- O que será que aconteceu com o segundo ovo?
- O que será que saiu de lá de dentro?
No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura
comprida e sarapintada.
Ai, mas que filho,
como ele é diferente!
Em vez de ser pinto
é uma serpente.
- exclamou a galinha.
- Um dos ovos era maior do que os outros. O que lhe irá acontecer?
- Será que também vai sair de lá um animal diferente ou igual aos
outros?
- Que animal irá sair do ovo?
Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A
galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a
cacarejar:
Ai, mas que filho,
este é de truz!
Em vez de ser pinto
é uma avestruz.
- Será que já se partiram todos os ovos?
- Quantos faltarão partir?
- Que animais ainda poderão sair dos ovos que faltam?
Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa,
picou um deles. Mas ai caindo para o lado.
Ai, mas que filho!
Deve vir do Nilo!
Em vez de ser pinto
é um crocodilo.
Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último.
- Que reboliço teria a galinha sentido no último ovo?
- Será que finalmente era um pintainho ou não?
- Mas os pintainhos são pequeninos. Será que fazem assim tanto
reboliço?
Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e
escancarou o bico:
Ai, mas que filho!
Diz o meu instinto
que este finalmente
é mesmo um pinto.
- Como será que a galinha manifestou o seu contentamento?
- Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão
variada, é tão engraçada.
- Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a
perdiz.
- Este conselho da perdiz era o melhor conselho que podia dar a uma
mãe?
- O que será que a galinha fez, perante este conselho da perdiz?

Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto
amor? Que outra mãe havia de tratar deles?
Era feliz, mas vivia num desassossego.

- Ela era feliz, mas vivia num desassossego. Porquê?
- Que será que eles faziam para que ela não estivesse descansada?
O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar.
A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a
poder ir buscar.
A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse.
Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto.
Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.
- Será que ela cuidava de todos os seus filhos de igual modo?
- Como será que a galinha cuidava dos seus filhos?

Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha
faltavam as patas.
Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre
conversa.
Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz.
Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto.
E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo.
Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz.
- Que rapaz seria esse?
- O que será que aconteceu a seguir?

- Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha.
-Vou assá-lo para o jantar.
- Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe
toques, senão pico-te».
O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango.
- Será que o rapaz conseguiu levar o frango?
- Se não conseguiu. O que aconteceu para que não o levasse?
Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à
sua frente, mostrando os dentes de veneno.
- Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar.
Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta.
- Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a
outra margem, sempre com o frango debaixo do braço.
Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore:
És ladrão, és ladrão,
vou prender-te na prisão!
És ladrão, és ladrão,
vou prender-te na prisão!
- Quando o polícia apareceu. Será que prendeu o rapaz?
- Então será que ele levou o frango para casa?
- Um polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir.
- O rapaz conseguiu escapar ao polícia?
- Então o que será que aconteceu?

Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes,
depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.
Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só
parou, esbaforido, na aldeia.
- O que aconteceu depois do susto que o rapaz apanhou quando a
avestruz apareceu?
Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a
galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares.
- Como seria o bolo que a mãe galinha fez aos seus filhos?
Um tinha milho para o frango.
Outro, peixe para o crocodilo.
Outro, fruta para o papagaio.
Outro, ratos para a serpente.
E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a
avestruz só gostava de pitéus extravagantes.
Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseramse a cantar:
- Após o jantar fizeram uma roda e cantaram. Que tipo de canção seria?
- E a letra como seria?
Somos todos irmãos,
somos todos diferentes:
há uns que têm bico,
outros que têm dentes,
há uns que têm escamas,
outros que têm asas,
na terra e na água
fazemos nossas casas.
Eu só tenho pescoço.
Eu voo pelo ar.
Eu nado a quatro patas.
Eu cá gosto de andar.
Somos todos diferentes
mas todos queremos bem
à boa galinha
que é nossa mãe.
Luísa Ducla Soares
1- Preenche os espaços com as palavras dadas, de acordo
com a descrição da galinha.

Era uma vez uma _______________ que todos os dias punha um ____
que a sua dona com uma _____________ lhos tirava.
A galinha era uma ______ meiga e _________________ com os seus
filhos.
Costumava fazer o _________ com ________ secas, _______, _______
e

______________

de

lã.

Era

um

ninho

________,

_________

____________ onde naquele dia pôs um ovo muito __________________.

2- Preenche o quadro:
Qual é a cor dos ovos?

De quem?

Papagaio

Descreve os animais.

e
3- O que é que aconteceu quando apareceu um rapaz no
bosque?
Assinala com um X a resposta correcta.
V
O rapaz tentou apanhar o crocodilo para assar.
O rapaz apanhou o papagaio para cozer.
O polícia tentou apanhar o pinto para assar.
O rapaz apanhou o pinto para assar.
O rapaz tentou apanhar o pinto para assar.

4- O que te mostra a imagem? Descreve-a.

5- Depois do que a galinha viu. O que é que ela disse.

F
6-“…Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato.
– É tão variada, é tão engraçada.
- Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos –
aconselhava a perdiz.
Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com
tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles?”
6.1- Ilustra este excerto do texto.
1- “…Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.”
1.1- O que fazia ela à serpente?

1.2- O que fazia ao papagaio?

1.3- O que fazia à avestruz?
1.4- O que fazia ao pinto?

1.5- E nos intervalos, o que fazia ao crocodilo?

2- Expande a frase:
“ O rapaz largou a ave.”
1- Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas:
O piquete do polícia Zeferino apanhou o ladrão do pinto.
Palavra
piquete
policia
Zeferino
ladrão

Nome próprio

Nome Comum

Nome colectivo

2- Reconstrói a frase começando por Hoje, Ontem e Amanhã:
Hoje, A galinha é uma mãe carinhosa. _______________________
Ontem, ____________________________________________
Amanhã, __________________________________________
Hoje, _____________________________________________________
Ontem, ____________________________________________
Amanhã, A galinha fará um bolo aos filhos.___________________
3- Escreve o singular ou o plural das palavras.
singular
galinha

plural
crocodilo

papagaio
ovos
confortável
pitéus
perdiz
prisão

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriososBruno0027
 
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pages
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pagesLeitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pages
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pagesbibliotecap
 
O coelhinho branco
O coelhinho brancoO coelhinho branco
O coelhinho brancolidiacosta
 
Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriososlinajesus
 
Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriososzmcarvalho
 
Projeto de articulação os ovos miste
Projeto de articulação  os ovos misteProjeto de articulação  os ovos miste
Projeto de articulação os ovos mistebecastanheiradepera
 
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-revAngelica Moreira
 
Clarice lispector quase de verdade (pdf)(rev)
Clarice lispector   quase de verdade (pdf)(rev)Clarice lispector   quase de verdade (pdf)(rev)
Clarice lispector quase de verdade (pdf)(rev)Amanda Souza
 
Quase de verdade clarice lispector
Quase de verdade   clarice lispectorQuase de verdade   clarice lispector
Quase de verdade clarice lispectorDeisy Quintero
 
Roteiro De Leitura de os ovos misteriosos
Roteiro De Leitura de os ovos misteriososRoteiro De Leitura de os ovos misteriosos
Roteiro De Leitura de os ovos misteriososRitaGasparCardoso
 
A vida intima de laura
A vida intima de lauraA vida intima de laura
A vida intima de lauraLizania Xavier
 

Mais procurados (16)

Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriosos
 
Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriosos
 
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pages
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pagesLeitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pages
Leitura autores luisa_ovos-misteriosos_bd-2pages
 
O coelhinho branco
O coelhinho brancoO coelhinho branco
O coelhinho branco
 
Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriosos
 
Os ovos misteriosos
Os ovos misteriososOs ovos misteriosos
Os ovos misteriosos
 
Projeto de articulação os ovos miste
Projeto de articulação  os ovos misteProjeto de articulação  os ovos miste
Projeto de articulação os ovos miste
 
25418732 os-ovos-misteriosos
25418732 os-ovos-misteriosos25418732 os-ovos-misteriosos
25418732 os-ovos-misteriosos
 
Quase de Verdade
Quase de VerdadeQuase de Verdade
Quase de Verdade
 
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev
50560569 clarice-lispector-como-nasceram-as-estrelas-pdf-rev
 
Clarice lispector quase de verdade (pdf)(rev)
Clarice lispector   quase de verdade (pdf)(rev)Clarice lispector   quase de verdade (pdf)(rev)
Clarice lispector quase de verdade (pdf)(rev)
 
Quase de verdade clarice lispector
Quase de verdade   clarice lispectorQuase de verdade   clarice lispector
Quase de verdade clarice lispector
 
Roteiro De Leitura de os ovos misteriosos
Roteiro De Leitura de os ovos misteriososRoteiro De Leitura de os ovos misteriosos
Roteiro De Leitura de os ovos misteriosos
 
Capítulo i galinha ao molho pardo
Capítulo i  galinha ao molho pardoCapítulo i  galinha ao molho pardo
Capítulo i galinha ao molho pardo
 
A Vida Íntima de Laura
A Vida Íntima de LauraA Vida Íntima de Laura
A Vida Íntima de Laura
 
A vida intima de laura
A vida intima de lauraA vida intima de laura
A vida intima de laura
 

Destaque

Presentación sexto modificada
Presentación sexto modificadaPresentación sexto modificada
Presentación sexto modificadaaradelfer
 
Pp aula02 formacaoculturamassa
Pp aula02 formacaoculturamassaPp aula02 formacaoculturamassa
Pp aula02 formacaoculturamassaIzabel Meister
 
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginas
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginasConto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginas
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginasbibliotecap
 
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011Zózimo Lisbôa
 
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pages
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pagesLeitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pages
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pagesbibliotecap
 
Ficha da história
Ficha da históriaFicha da história
Ficha da históriarita1B
 
A galinha dos ovos misteriosos
A galinha dos ovos misteriososA galinha dos ovos misteriosos
A galinha dos ovos misteriososjivermil
 
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgc
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgcConto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgc
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgcbibliotecap
 
Guião ovos misteriosos
Guião ovos misteriososGuião ovos misteriosos
Guião ovos misteriososMaria Almeida
 
Os ovos misteriosos[1]
Os ovos misteriosos[1]Os ovos misteriosos[1]
Os ovos misteriosos[1]bibliotecap
 
Ficha de trabalho (spc) chibos sabichões
Ficha de trabalho (spc)   chibos sabichõesFicha de trabalho (spc)   chibos sabichões
Ficha de trabalho (spc) chibos sabichõeslidiacosta
 
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oral
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oralAnexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oral
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oralTelma Sá
 
Ficha de trabalho pré escolar
Ficha de trabalho pré escolarFicha de trabalho pré escolar
Ficha de trabalho pré escolarlidiacosta
 
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"marisafixe
 
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho lidiacosta
 

Destaque (20)

Modamercado5
Modamercado5Modamercado5
Modamercado5
 
Presentación sexto modificada
Presentación sexto modificadaPresentación sexto modificada
Presentación sexto modificada
 
Me Molesta
Me MolestaMe Molesta
Me Molesta
 
Pp aula02 formacaoculturamassa
Pp aula02 formacaoculturamassaPp aula02 formacaoculturamassa
Pp aula02 formacaoculturamassa
 
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginas
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginasConto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginas
Conto luisa.ducla cidade.caes_guiao.18paginas
 
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011
Relatório Anual Bala Perdida Jan -dez 2011
 
Manual tcc
Manual tccManual tcc
Manual tcc
 
Susana
SusanaSusana
Susana
 
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pages
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pagesLeitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pages
Leitura autores luisa.ducla.soares_conto_ovos.misteriosos_7pages
 
Ficha da história
Ficha da históriaFicha da história
Ficha da história
 
A galinha dos ovos misteriosos
A galinha dos ovos misteriososA galinha dos ovos misteriosos
A galinha dos ovos misteriosos
 
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgc
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgcConto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgc
Conto ovos.misteriosos 38pages_consc.fonolgc
 
Guião ovos misteriosos
Guião ovos misteriososGuião ovos misteriosos
Guião ovos misteriosos
 
Os ovos misteriosos[1]
Os ovos misteriosos[1]Os ovos misteriosos[1]
Os ovos misteriosos[1]
 
Ficha de trabalho (spc) chibos sabichões
Ficha de trabalho (spc)   chibos sabichõesFicha de trabalho (spc)   chibos sabichões
Ficha de trabalho (spc) chibos sabichões
 
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oral
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oralAnexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oral
Anexo 2 (1ªsessão)a maior flor do mundo ficha de compreensão do oral
 
Ficha de trabalho pré escolar
Ficha de trabalho pré escolarFicha de trabalho pré escolar
Ficha de trabalho pré escolar
 
Os Ovos Misteriosos
Os Ovos MisteriososOs Ovos Misteriosos
Os Ovos Misteriosos
 
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"
Exploração da Obra "Os Ovos Misteriosos"
 
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho
Os ovos misteriosos -Ficha de trabalho
 

Semelhante a Guiao de leitura_dos_ovos_misteriosos

Semelhante a Guiao de leitura_dos_ovos_misteriosos (20)

Conto ovos.misteriosos txt.integral_ficha.completa
Conto ovos.misteriosos txt.integral_ficha.completaConto ovos.misteriosos txt.integral_ficha.completa
Conto ovos.misteriosos txt.integral_ficha.completa
 
25418732 os-ovos-misteriosos
25418732 os-ovos-misteriosos25418732 os-ovos-misteriosos
25418732 os-ovos-misteriosos
 
A galinha dos ovos misteriosos)
A galinha dos ovos misteriosos)A galinha dos ovos misteriosos)
A galinha dos ovos misteriosos)
 
Osovosmisteriosos
Osovosmisteriosos Osovosmisteriosos
Osovosmisteriosos
 
Patinho Feio
Patinho Feio Patinho Feio
Patinho Feio
 
O Patinho Feio
O Patinho FeioO Patinho Feio
O Patinho Feio
 
X o patinho feio
X o patinho feioX o patinho feio
X o patinho feio
 
Os ovos misteriosos_ D. Carlos I
Os ovos misteriosos_ D. Carlos IOs ovos misteriosos_ D. Carlos I
Os ovos misteriosos_ D. Carlos I
 
Patinho feio
Patinho feioPatinho feio
Patinho feio
 
O patinho feio
O patinho feioO patinho feio
O patinho feio
 
O patinho-feio(01)
O patinho-feio(01)O patinho-feio(01)
O patinho-feio(01)
 
Doze lendas brasileiras como nasceram as estrelas - clarice lispector -
Doze lendas brasileiras   como nasceram as estrelas - clarice lispector -Doze lendas brasileiras   como nasceram as estrelas - clarice lispector -
Doze lendas brasileiras como nasceram as estrelas - clarice lispector -
 
O patinho feio
O patinho feioO patinho feio
O patinho feio
 
Trabalho do 4ºc2
Trabalho do 4ºc2Trabalho do 4ºc2
Trabalho do 4ºc2
 
Trabalho do 4ºc2
Trabalho do 4ºc2Trabalho do 4ºc2
Trabalho do 4ºc2
 
O porquinho feio
O porquinho feioO porquinho feio
O porquinho feio
 
AAP Língua Portuguesa.pptx
AAP Língua Portuguesa.pptxAAP Língua Portuguesa.pptx
AAP Língua Portuguesa.pptx
 
4A
4A4A
4A
 
Era uma vez uma raposa muito esperta
Era uma vez uma raposa muito espertaEra uma vez uma raposa muito esperta
Era uma vez uma raposa muito esperta
 
O patinho feio
O patinho feioO patinho feio
O patinho feio
 

Mais de bibliotecap

Alfabeto, vogais e fonoema grafema
Alfabeto, vogais e fonoema grafemaAlfabeto, vogais e fonoema grafema
Alfabeto, vogais e fonoema grafemabibliotecap
 
Folheto ler em família
Folheto ler em famíliaFolheto ler em família
Folheto ler em famíliabibliotecap
 
Coelhinho criativo-ideias
Coelhinho criativo-ideiasCoelhinho criativo-ideias
Coelhinho criativo-ideiasbibliotecap
 
Projeto metros de leitura se os bichos- grelha avaliação
Projeto metros de leitura  se os bichos- grelha avaliaçãoProjeto metros de leitura  se os bichos- grelha avaliação
Projeto metros de leitura se os bichos- grelha avaliaçãobibliotecap
 
Diário de pesquisa
Diário de pesquisaDiário de pesquisa
Diário de pesquisabibliotecap
 
Critérios de avaliação
Critérios de avaliaçãoCritérios de avaliação
Critérios de avaliaçãobibliotecap
 
Organizar a pesquisa
Organizar a pesquisaOrganizar a pesquisa
Organizar a pesquisabibliotecap
 
Corre, corre cabacinha
Corre, corre cabacinhaCorre, corre cabacinha
Corre, corre cabacinhabibliotecap
 
Boletim fevereiro 13 14
Boletim fevereiro 13 14Boletim fevereiro 13 14
Boletim fevereiro 13 14bibliotecap
 
Educação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo aEducação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo abibliotecap
 
Educação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo aEducação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo abibliotecap
 
O mundo está cheio de bebés 3º ano
O mundo está cheio de bebés 3º anoO mundo está cheio de bebés 3º ano
O mundo está cheio de bebés 3º anobibliotecap
 

Mais de bibliotecap (20)

Alfabeto, vogais e fonoema grafema
Alfabeto, vogais e fonoema grafemaAlfabeto, vogais e fonoema grafema
Alfabeto, vogais e fonoema grafema
 
Apresentação3
Apresentação3Apresentação3
Apresentação3
 
Apresentação4
Apresentação4Apresentação4
Apresentação4
 
Folheto ler em família
Folheto ler em famíliaFolheto ler em família
Folheto ler em família
 
Folheto 2
Folheto 2Folheto 2
Folheto 2
 
Folheto 1
Folheto 1Folheto 1
Folheto 1
 
Coelhinho criativo-ideias
Coelhinho criativo-ideiasCoelhinho criativo-ideias
Coelhinho criativo-ideias
 
Quiz ines
Quiz inesQuiz ines
Quiz ines
 
Projeto metros de leitura se os bichos- grelha avaliação
Projeto metros de leitura  se os bichos- grelha avaliaçãoProjeto metros de leitura  se os bichos- grelha avaliação
Projeto metros de leitura se os bichos- grelha avaliação
 
Ouvir e ler
Ouvir e lerOuvir e ler
Ouvir e ler
 
Diário de pesquisa
Diário de pesquisaDiário de pesquisa
Diário de pesquisa
 
Critérios de avaliação
Critérios de avaliaçãoCritérios de avaliação
Critérios de avaliação
 
Organizar a pesquisa
Organizar a pesquisaOrganizar a pesquisa
Organizar a pesquisa
 
Ouvir e ler
Ouvir e lerOuvir e ler
Ouvir e ler
 
Entrevista
EntrevistaEntrevista
Entrevista
 
Corre, corre cabacinha
Corre, corre cabacinhaCorre, corre cabacinha
Corre, corre cabacinha
 
Boletim fevereiro 13 14
Boletim fevereiro 13 14Boletim fevereiro 13 14
Boletim fevereiro 13 14
 
Educação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo aEducação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo a
 
Educação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo aEducação sexual 2.º ciclo a
Educação sexual 2.º ciclo a
 
O mundo está cheio de bebés 3º ano
O mundo está cheio de bebés 3º anoO mundo está cheio de bebés 3º ano
O mundo está cheio de bebés 3º ano
 

Guiao de leitura_dos_ovos_misteriosos

  • 1. Dramatização da história de Luísa Ducla Soares Os ovos misteriosos Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir. Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata. Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho. - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço. Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho. Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios. - Cocorocó… Que vem a ser isto? – disse ela. – Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte. E logo se aninhou. Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente como uma botija. O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar nem se guiava pelo calendário. Até que…crac! O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido. - Ai, mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. - exclamou a galinha. No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura comprida e sarapintada.
  • 2. Ai, mas que filho, como ele é diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente. - exclamou a galinha. Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a cacarejar: Ai, mas que filho, este é de truz! Em vez de ser pinto é uma avestruz. Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa, picou um deles. Mas ai caindo para o lado. Ai, mas que filho! Deve vir do Nilo! Em vez de ser pinto é um crocodilo. Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último. Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e escancarou o bico: Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um pinto. - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a perdiz. Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego. O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar.
  • 3. O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse. Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha faltavam as patas. Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre conversa. Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz. Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto. E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo. Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz. - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. . -Vou assá-lo para o jantar. - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe toques, senão pico-te». O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango. Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno. - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar. Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta. - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a outra margem, sempre com o frango debaixo do braço. Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore: És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! - Um polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir. Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz.
  • 4. Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só parou, esbaforido, na aldeia. Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares. Um tinha milho para o frango. Outro, peixe para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente. E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a avestruz só gostava de pitéus extravagantes. Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseramse a cantar: Somos todos irmãos, somos todos diferentes: há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que têm asas, na terra e na água fazemos nossas casas. Eu só tenho pescoço. Eu voo pelo ar. Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes mas todos queremos bem à boa galinha que é nossa mãe. Luísa Ducla Soares
  • 5. QUESTÕES INFERENCIAIS Os ovos misteriosos - O que vos sugere o título desta história que vão ouvir? - Que tema ou temas irá/irão ser abordado/s nesta história? Era uma vez uma galinha que todos os dias punha um ovo. E todos os dias vinha a dona, com uma cestinha, tirar-lho. - Já pus 1000 ovos. Podia ser mãe de mil filhos. Mas não tenho nenhum por causa da gente gulosa. – cacarejou certa manhã a galinha. – Vou fugir. Se bem o pensou, melhor o fez. Quando a dona entrou na capoeira, como de costume, esgueirou-se pela porta aberta. Só parou na mata. - Porque será que a galinha fugiu? - Ao parar na mata. O que é que será que ela fez a seguir? Logo aí tratou de fazer o seu ninho com folhas secas, palhas, penugem, farrapos de lã. Nunca se vira ninho mais lindo, redondo, confortável. Sentou-se nele e pôs um ovo muito branquinho. - Vou encher a barriga antes de começar a chocar, que aqui ninguém me traz de comer. – resolveu a galinha, afastando-se em busca de almoço. Demorou-se, porque ali tudo lhe era estranho. - A galinha disse que tudo era estranho. Porquê? - O que será que aconteceu ou que viu para que dissesse que era tudo estranho?
  • 6. Quando voltou, qual não foi o seu espanto ao ver o ninho cheio de ovos de todos os tamanhos e feitios. - Cocorocó… Que vem a ser isto? – disse ela. – Na minha capoeira tiravam-me os ovos, aqui oferecem-mos. Mas que sorte. E logo se aninhou. Daí por diante, a galinha mal saía do choco. Estava preguiçosa, sentia o corpo quente como uma botija. O tempo foi passando. Quanto, não sabia, porque não aprendera a contar nem se guiava pelo calendário. Até que…crac! - O que será que significa a onomatopeia “crac!” . O que será que aconteceu…? O primeiro ovo estalou e de lá saiu um bicharoco de bico retorcido. - Ai, mas que filho, eu até desmaio! Em vez de ser pinto é um papagaio. - exclamou a galinha. - O que será que aconteceu com o segundo ovo? - O que será que saiu de lá de dentro? No dia seguinte, outro ovo se abriu e de lá saiu, rastejando, uma criatura comprida e sarapintada. Ai, mas que filho, como ele é diferente! Em vez de ser pinto é uma serpente. - exclamou a galinha.
  • 7. - Um dos ovos era maior do que os outros. O que lhe irá acontecer? - Será que também vai sair de lá um animal diferente ou igual aos outros? - Que animal irá sair do ovo? Nessa mesma tarde, o maior de todos os ovos partiu-se ao meio. A galinha espreitou, desconfiada. Ao ver o que tinha à sua frente, pôs-se a cacarejar: Ai, mas que filho, este é de truz! Em vez de ser pinto é uma avestruz. - Será que já se partiram todos os ovos? - Quantos faltarão partir? - Que animais ainda poderão sair dos ovos que faltam? Faltavam ainda dois ovos. Que esconderiam lá dentro! A galinha curiosa, picou um deles. Mas ai caindo para o lado. Ai, mas que filho! Deve vir do Nilo! Em vez de ser pinto é um crocodilo. Ainda se não tinha calado quando sentiu um reboliço no último. - Que reboliço teria a galinha sentido no último ovo? - Será que finalmente era um pintainho ou não? - Mas os pintainhos são pequeninos. Será que fazem assim tanto reboliço?
  • 8. Ao ver uma penugem amarela, bateu as asas de contentamento e escancarou o bico: Ai, mas que filho! Diz o meu instinto que este finalmente é mesmo um pinto. - Como será que a galinha manifestou o seu contentamento? - Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos. – aconselhava a perdiz. - Este conselho da perdiz era o melhor conselho que podia dar a uma mãe? - O que será que a galinha fez, perante este conselho da perdiz? Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles? Era feliz, mas vivia num desassossego. - Ela era feliz, mas vivia num desassossego. Porquê? - Que será que eles faziam para que ela não estivesse descansada?
  • 9. O papagaio voava para as árvores e ela não sabia voar. O crocodilo só estava bem dentro de água e ela não sabia nadar. A serpente metia-se por todos os buracos e ela era gorda demais para a poder ir buscar. A avestruz, essa, devorava tudo, não havia comida que lhe chegasse. Só o pinto, naturalmente, se portava como um pinto. Mas ela de todos gostava. De todos cuidava. - Será que ela cuidava de todos os seus filhos de igual modo? - Como será que a galinha cuidava dos seus filhos? Colocava a serpente quando ela tinha cócegas, porque à pobrezinha faltavam as patas. Enrouquecia de tanto tagarelar com o papagaio, que queria sempre conversa. Cansava-se a carregar petiscos para a comilona da avestruz. Esgravatava o chão em busca de sementes para o pinto. E nos intervalos levava as dentuças ao crocodilo. Tudo parecia correr bem até que apareceu no bosque um rapaz. - Que rapaz seria esse? - O que será que aconteceu a seguir? - Ah, que belo frango! – disse ele, ao ver o filho verdadeiro da galinha. -Vou assá-lo para o jantar. - Cocorococó – refilou a galinha, o que quer dizer na sua língua «Não lhe toques, senão pico-te». O rapaz riu. Pois, quem tem medo de uma galinha? E apanhou o frango. - Será que o rapaz conseguiu levar o frango? - Se não conseguiu. O que aconteceu para que não o levasse?
  • 10. Foi então que a serpente, ao ver o que se passava, se pôs a assobiar à sua frente, mostrando os dentes de veneno. - Ai, uma serpente! – gritou ele e atirou-se ao lago para lhe escapar. Foi a vez de o crocodilo avançar de boca aberta. - Ai, que este me come! – gritou novamente o rapaz, subindo para a outra margem, sempre com o frango debaixo do braço. Aí estava o papagaio, empoleirado numa árvore: És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! És ladrão, és ladrão, vou prender-te na prisão! - Quando o polícia apareceu. Será que prendeu o rapaz? - Então será que ele levou o frango para casa? - Um polícia… - assustou-se o moço. – Deixa-me fugir. - O rapaz conseguiu escapar ao polícia? - Então o que será que aconteceu? Mas logo atrás de si começou a ouvir uns passos, primeiro distantes, depois cada vez mais próximos. A grande velocidade. Era a avestruz. Apavorado, pensando que um polícia o perseguia, o rapaz largou a ave e só parou, esbaforido, na aldeia. - O que aconteceu depois do susto que o rapaz apanhou quando a avestruz apareceu?
  • 11. Às costas da irmã avestruz, o frango voltou para casa. Para festejar, a galinha juntou todos os filhos e fez-lhes um bolo com vários andares. - Como seria o bolo que a mãe galinha fez aos seus filhos? Um tinha milho para o frango. Outro, peixe para o crocodilo. Outro, fruta para o papagaio. Outro, ratos para a serpente. E por cima, a enfeitar, sete berlindes, um martelo e vinte pregos, porque a avestruz só gostava de pitéus extravagantes. Depois do jantar, os filhos fizeram uma roda à volta da galinha e puseramse a cantar: - Após o jantar fizeram uma roda e cantaram. Que tipo de canção seria? - E a letra como seria? Somos todos irmãos, somos todos diferentes: há uns que têm bico, outros que têm dentes, há uns que têm escamas, outros que têm asas, na terra e na água fazemos nossas casas. Eu só tenho pescoço. Eu voo pelo ar. Eu nado a quatro patas. Eu cá gosto de andar. Somos todos diferentes mas todos queremos bem à boa galinha que é nossa mãe. Luísa Ducla Soares
  • 12. 1- Preenche os espaços com as palavras dadas, de acordo com a descrição da galinha. Era uma vez uma _______________ que todos os dias punha um ____ que a sua dona com uma _____________ lhos tirava. A galinha era uma ______ meiga e _________________ com os seus filhos. Costumava fazer o _________ com ________ secas, _______, _______ e ______________ de lã. Era um ninho ________, _________ ____________ onde naquele dia pôs um ovo muito __________________. 2- Preenche o quadro: Qual é a cor dos ovos? De quem? Papagaio Descreve os animais. e
  • 13. 3- O que é que aconteceu quando apareceu um rapaz no bosque? Assinala com um X a resposta correcta. V O rapaz tentou apanhar o crocodilo para assar. O rapaz apanhou o papagaio para cozer. O polícia tentou apanhar o pinto para assar. O rapaz apanhou o pinto para assar. O rapaz tentou apanhar o pinto para assar. 4- O que te mostra a imagem? Descreve-a. 5- Depois do que a galinha viu. O que é que ela disse. F
  • 14. 6-“…Olhem a minha ninhada! – mostrava ela às galinhas do mato. – É tão variada, é tão engraçada. - Trata só do teu pinto. Não ligues aos outros bichos – aconselhava a perdiz. Mas como podia ela abandoná-los depois de os ter chocado com tanto amor? Que outra mãe havia de tratar deles?” 6.1- Ilustra este excerto do texto.
  • 15. 1- “…Mas ela de todos gostava. De todos cuidava.” 1.1- O que fazia ela à serpente? 1.2- O que fazia ao papagaio? 1.3- O que fazia à avestruz?
  • 16. 1.4- O que fazia ao pinto? 1.5- E nos intervalos, o que fazia ao crocodilo? 2- Expande a frase: “ O rapaz largou a ave.”
  • 17. 1- Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas: O piquete do polícia Zeferino apanhou o ladrão do pinto. Palavra piquete policia Zeferino ladrão Nome próprio Nome Comum Nome colectivo 2- Reconstrói a frase começando por Hoje, Ontem e Amanhã: Hoje, A galinha é uma mãe carinhosa. _______________________ Ontem, ____________________________________________ Amanhã, __________________________________________ Hoje, _____________________________________________________ Ontem, ____________________________________________ Amanhã, A galinha fará um bolo aos filhos.___________________ 3- Escreve o singular ou o plural das palavras. singular galinha plural crocodilo papagaio ovos confortável pitéus perdiz prisão