Este documento descreve o património cultural e arquitetónico do concelho de Mondim de Basto em Portugal, destacando vários monumentos históricos como a Igreja Matriz, pontes romanas, solares históricos e capelas. Também resume várias lendas e tradições locais como festividades religiosas, a Feira da Terra e a procissão do Corpo de Deus.
3. Bandeira do concelho
Bandeira da
freguesia de Atei
Bandeira da freguesia
de Mondim de Basto
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5. Por todo o concelho são bem visíveis as marcas do seu vastíssimo
património arquitectónico e cultural destacando-se a Igreja Matriz de
Mondim de Basto; as pontes romanas do cabresto, de Ermelo e do Cabril; a
Capela do Senhor; o Solar dos Machados, em Atei; o Solar dos Azevedos; o
pelourinho de Ermelo; a Capela da Nossa Senhora da Graça e as casas com
brasões da Igreja e do Eiró.
6. Igreja Matriz de Mondim de Basto
Templo do século XVIII, tem como
particularidade o altar-mor, que
enquadra um sumptuoso retábulo de
talha dourada. Contudo, apesar de
datada do século XVIII, esta talha foi
alvo de uma pintura posterior.
8. Igreja Paroquial de Atei / Igreja de São Pedro em
Mondim de Basto
A edificação da igreja de Atei data provavelmente do século
XIV, apresentando arquitectura de estilo românico tardio. Já no século
XVI, foi-lhe adicionada uma capela, a ordem dos condes de
Cantanhede. Mais tarde, no século XIX, são-lhe ainda acrescentadas
outras capelas e a capela-mor, emprestando-lhe o aspecto actual. No
interior, destacam-se os altares oitocentistas, de talha dourada e
pintada, em estilo neoclássico. As capelas colaterais, com abertura em
arco de volta perfeita rematado por uma flor-de-liz, ostentam
altares, em talha pintada e dourada, dedicados, no lado da Epístola, a
Nossa Senhora das Dores, enquanto no lado do Evangelho o altar é
dedicado a Nossa Senhora. No espaço exterior conserva-se uma
sepultura estruturada com lajes e uma tampa sepulcral lisa. A primitiva
pia baptismal, monolítica e de contorno poligonal, encontra-se no
quintal da Residência Paroquial.
9. Capela do Senhor em Mondim de
Basto
Pequeno templo construído no século XVI que sofreu
profundas alterações, no século XVIII, apresentando decoração
interior barroca. Com apenas uma nave, o tecto está revestido
por caixotões com molduras douradas, pintados com motivos
bíblicos do Antigo Testamento. Realça-se o facto de conservar
uma imagem do século XVI. Merecem atenção os dois
retábulos de talha polícroma e as paredes da capela-mor
cobertas com azulejos dos séculos XVII /XVIII. Destaca-se pela
quantidade e qualidade da decoração barroca no seu interior.
10. Santuário de Nossa Senhora da
Graça em Mondim de Basto
Situa-se no alto do Monte
Farinha, sobranceiro a Mondim de Basto, a
cerca de 990 metros de altitude.
Inserido numa paisagem de grande beleza e
rodeado pelas montanhas da Serra do Alvão, é
um local de referência ao nível da história, da
arqueologia, da religião e mesmo do desporto
Quanto à arquitectura, o Santuário ... barroco
apresenta torre sineira quadrangular e nave
centralizada, octogonal e capela-mor e
sacristia rectangulares. No interior tem
coberturas em cúpulas e abóbadas de
berço, em granito, com coro-alto de cantaria
sobre arco abatido, dois púlpitos laterais com
base pétrea e guarda de madeira, de acesso
pelo interior dos muros, dois retábulos
colaterais e o mor em talha polícroma, rococó.
11. Ruinas Romanas
É possível observar a presença de
construções dolménicas e
necrópoles (das quais de muitas já
nem vestígios há) nas planuras do
Alvão e em algumas chãs do Marão
que nos provam que este maciço
montanhoso foi habitado pelo
menos desde o segundo milénio
antes de Cristo.
Os numerosos castros cujas ruínas
ainda hoje se nos deparam pelos
cimos de muitos cabeços da região
testemunham-nos, segundo se crê, a
continuidade do povoamento
durante o primeiro milénio antes de
Cristo.
12. Pelourinho de Ermelo
Ermelo, freguesia do concelho de
Mondim de Basto, conserva ainda um
pelourinho, levantado num pequeno
largo da povoação, quase encostado a
um dos muros do edifício da Junta de
Freguesia local.
O pelourinho assenta em plataforma de
três degraus quadrangulares.
A simplicidade e o carácter rústico do
monumento dificultam a sua datação;
ainda assim, o pelourinho será
presumivelmente tal como outros
exemplares de tipologia semelhante de
finais do século XVI, ou de inícios do XVII.
13.
14. Lenda do Alto dos Palhaços
ou Lenda da Mina dos Mouros
No Alto dos Palhaços, na parte virada para a freguesia de Vilar de
Ferreiros, concelho de Mondim de Basto, existe uma grande mina
que a tradição diz que está recheada de tesouros. A lenda chama-
lhe a Mina dos Mouros e diz que tem cerca de oito quilómetros de
comprimento e que vai sair junto do rio Tâmega, no Monte Crasto,
numa fraga que o povo chama de Furato. Diz-se também que os
mouros levavam através dessa mina os cavalos a beber da Senhora
da Graça até ao rio.
A mina está repleta de ouro e jóias e, para lá entrar, é preciso ler
o livro de S. Cipriano ao contrário, e picar a moura encantada com
um alfinete de ouro. Quem o fizer quebra-lhe o encantamento, fica
com o tesouro e casa com ela. Só que ainda ninguém o conseguiu.
15. Lenda da Pedra Alta
Diz a lenda que esta pedra se abriu
para esconder Nossa Senhora
quando era perseguida pelos
romanos que queriam matar o
Menino Jesus. De acordo com a
tradição, quem visita a Senhora da
Graça pela primeira vez e vai à Pedra
Alta, será enganado pelos amigos
que lhe pedem que lá encoste a
cabeça para poder ouvir o mar.
Depois, com uma pequena pancada
obrigam-no a dar uma turra no
granito e mesmo que não consiga
ouvir o mar ficará a ver as estrelinhas
certamente!
16. Lenda da Cinínia
Conta uma das lendas ligadas ao Monte que, durante a ocupação da
Península Ibérica, no século II antes de Cristo, as legiões romanas
comandadas pelo Cônsul Décio Juno Bruto chegaram, durante o
Verão, até junto da cidade “Cinínia”, ou “Canínia” da tribo dos
Tamecanos, famosa pela produção de ferro com que fabricavam as suas
armas. Receando, talvez, a sua resistência, Décio Juno Bruto mandou
emissários dizendo que se a cidade entregasse o seu ouro, não seria
invadida pelas legiões. Os Tamecanos, do alto do Monte Farinha, onde se
situava a famosa cidade responderam:
- Os nossos avós não nos deixaram ouro para comprar a avidez de um
general romano, mas deixaram-nos ferro com que nos defendêssemos
dele.
A cidade foi arrasada, mas a resposta ficou na história e na lenda. Esta
lenda leva a crer que a primeira construção do Santuário tenha sido feita
com as pedras das ruínas da cidade do Monte dos Palhaços. A Cinínia ou
Canínia seria hoje a Caínha, lugar que pertence à freguesia de Mondim e
que fica aos pés do Monte da Senhora da Graça.
17. Lenda dos pescadores
Diz a lenda que, alguns pescadores que andavam perdidos no mar, teriam
avistado no meio do temporal uma capelinha caiada no cocuruto dum
monte distante e rezaram pela protecção daquela Senhora. Durante a
noite, Nossa Senhora abandonou o seu altar, deixando o ermitão muito
preocupado e foi salvar os pescadores. O zeloso guarda da montanha
chegou mesmo a pensar que a teriam roubado. Ao outro dia quando voltou
à capela, a imagem estava de novo no seu lugar, cheirando a sal e a mar e
com o manto repleto de camarinhas. Mais tarde, os marinheiros vieram
para agradecer o milagre e para presentearem Nossa Senhora com um
barco de madeira, uma redoma de vidro e o ouro de um cordão. Ainda
hoje, por devoção, muitos pescadores da nossa costa trazem ofertas a
Nossa Senhora da Graça. Ainda hoje se canta:
Nossa Senhora da Graça
Tem uma redoma de vidro bis
Que lhe deu um marinheiro
Que se viu no mar perdido bis
18. Lenda da Moura encantada
De facto este é um monte que está rodeado de muitas lendas e de
muitos mistérios. Diz uma delas que, numa enevoada manhã de S. João,
um pequeno pastor que guardava o gado lá para as bandas dos Palhaços,
viu uma enorme e estranha luz que quase o cegava completamente.
Primeiro tentou fugir, mas como se a curiosidade fosse maior do que o
medo, teve que olhar mais uma vez. Viu então uma linda e rica moura
rodeada de tesouros, que o chamava irresistivelmente. - Vem cá! Leva
todo o ouro que quiseres, mas não contes a ninguém e sobretudo não
olhes para trás! O pequeno pastor assim o fez. Encheu o bornal e a
coirada de ouro e partiu correndo pelo monte abaixo. Só que, a meio da
descida, qualquer coisa mais forte do que ele o obrigou a olhar para trás
e ver uma vez mais aquela luz maravilhosa. Depois de chegar a casa e ter
contado o acontecido, abriu o bornal para mostrar o ouro aos familiares,
mas o encanto tinha desaparecido: o ouro tinha-se transformado em
escórias (rojões de ferro) e ainda hoje se encontram espalhadas pelo
monte em grande quantidade, que o pequeno pastor deixou cair na sua
corrida desenfreada para casa.
19. Lenda do raio de sol
Numa das vertentes do monte, na zona circundante do
menir da Pedra Alta morou um estranho
personagem, conhecido como “O homem das
Corujeiras”, a quem eram atribuídos misteriosos
poderes. O nosso homem costumava deslocar-se à
milenar Igreja de Atei para assistir à Missa dominical.
Chegava, despia o capote e atirava com ele para um
raio de luz que entrava por uma das frestas do granito.
O capote ficava, milagrosamente, suspenso naquele
raio de luz esplendoroso.
20. Lenda da serpente
Diz a lenda que quando a serpente se
enroscar, três vezes, no monte de Nossa
Senhora da Graça, o fim do mundo estará
para chegar.
21. Lenda do ermitão
Diz a lenda que um ermitão de Nossa Senhora, com aura
de santidade, foi assassinado, à traição, junto do menir da
Pedra Alta. Está sepultado junto aos degraus da escadaria
do santuário e ainda hoje se acendem velas, em sua
memória, no local onde foi assassinado.
Nossa Senhora da Graça
Qu’é do vosso ermitão?
No lugar da Pedra Alta,
Lhe fizeram a traição
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25. Neste concelho realizam-se diversas festas
como a Nossa Senhora da Graça (quinta-feira
da Ascensão) e a Nossa Senhora de Fátima
(12 e 13 de Julho) em Atei; a Nossa Senhora
de Fátima (último domingo de Junho) em
Vilar de Ferreiros; o S. Bartolomeu (24 de
Agosto) em Bilhó; o S. Jorge (terceiro
domingo de Páscoa) em Paradança; o S.
Vicente (segundo domingo de Agosto) em
Ermelo; a Santa Bárbara (primeiro domingo
de Junho) em Campanhó e o São João
Baptista (24 de Junho) em Pardelhas. A festa
do concelho realiza-se entre 22 e 25 de
Julho, sendo o Feriado Municipal, a 25 de
Julho.
26. FEIRA DA TERRA
A Feira da Terra é um acontecimento marcante de
Basto. Pretende ser um forte meio de promoção e divulgação
dos seus produtos locais e um instrumento de combate ao
êxodo rural e ao esquecimento de toda a Região.
A Feira tem por norma a duração de quatro
dias, sendo o horário nocturno o de maior afluência de
visitantes, o que lhes proporciona a oportunidade de saborear
os pratos típicos e apreciar os vários expositores ao som de
cantares e dançares tradicionais representados por grupos da
região.
27. SOLENIDADE DO CORPO DE DEUS
A antiquíssima procissão do Corpo de Deus com laivos
medievais em que o Santíssimo percorre as ruas do velho
burgo sob lindíssimos tapetes de pétalas de flores e murta
dos jardins de camélias de Basto, continua nos dias de hoje a
ser um grande cartaz para a terra.
28. NOITE DE ROMEIROS DE SANTIAGO
A noite de 24 de Julho, noite dos Romeiros de
Santiago, que a Câmara Municipal instituiu na
tentativa de recuperar a ancestral Romaria, revela-
se, hoje, como o principal cartaz das Festas do
Concelho de Mondim de Basto.
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30. Tecelagem
A tecelagem é uma das artes mais antigas do concelho e está
intimamente ligada à cultura do linho. É, ainda hoje, a
expressão mais viva do artesanato em Mondim de Basto. As
tecedeiras eram figuras emblemáticas da nossa cultura
popular e marcaram o mundo rural, perpetuando o saber
milenar de tecer o linho e a estopa.
34. Em termos de gastronomia, merecem destaque o cabrito assado, milhos
ou milharos com coelho, Caldo de farinha, couves com feijões e carne de
porco e o bom vinho verde de Mondim de Basto.
Temos ainda as deliciosas cavacas e Chila dourada
35. Como fazer
Ingredientes Peneira-se a farinha com o bicarbonato e o sal para um alguidar.
Faz-se uma cova no meio onde se deitam 2 ovos inteiros e as 8
Para as cavacas: gemas, o azeite, a aguardente e a raspa da casca do limão.
Batem-se estes ingredientes à mão durante 1 hora (20 minutos na
500 gr de farinha de trigo batedeira eléctrica).
Depois juntam-se, um a um, batendo os restantes ovos inteiros.
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
Esta adição faz-se baseada para se poder observar a textura da
1 colher de chá (rasa) de sal massa.
Quando cobrir a mão, a massa está pronta, admitindo-se que não
10 ovos inteiros sejam necessários os ovos todos.
Deixa-se a massa repousar cerca de 1 hora, depois do que é deitada
8 gemas às colheradas em tabuleiros ligeiramente untados com azeite e
polvilhados com farinha.
1/2 L de azeite
As colheradas de massa devem ficar bem distanciadas, porque a
1 cálice de aguardente bagaceira massa alastra.
Levam-se as cavacas a cozer em forno bem quente (220º a 250ºC).
1 limão Depois de cozidas e frias, as cavacas são cobertas com as claras
batidas com o açúcar, devendo esta cobertura estar bem espessa o
Para a cobertura: que se consegue, batendo.
8 claras À medida que se vão cobrindo com a cobertura, dispõem-se as
cavacas sobre caruma e põem-se ao sol a secar.
500 g de açúcar pilé Evidentemente que esta operação também pode ser feita numa
estufa ou forno, desde que a temperatura não seja superior a 50ºC.
36. • Como Fazer
• Ingredientes
• Leve ao lume o doce de
chila, juntamente com o leite, e deixe
ferver, até obter um preparado
cremoso.
600 g de doce de chila
0,5 l de leite • Baixe para lume brando e mexa
8 gemas continuamente, para não agarrar ao
tacho.
canela em pó q.b.
• Retire o doce do lume e adicione-lhe
as gemas, passando-as por um
passador. Decore com canela a gosto.