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                                                      Técnico                                                                          ISSN 1517-5685
                                                                                                                                       Rio de Janeiro, RJ
                                                                                                                                       Dezembro, 2008




                 Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua
                  importância para o manejo conservacionista

                                                                                 Cláudio Lucas Capeche1




1. Introdução
No Brasil e no mundo é grande a diversidade dos tipos de                         Dentre as características físicas do solo mais importan-
solos, cada um com características químicas, físicas,                            tes, relacionadas ao uso e manejo, está a estrutura, a
morfológicas e biológicas própias, o que lhes confere                            qual resulta da agregação das partículas primárias do
aptidão de uso e manejo distintas.                                               solo (areia, silte e argila) com outros componentes mine-
                                                                                 rais e orgânicos (calcário, sais, matéria orgânica, entre
Essas características, quando associadas a outros fato-                          outros). A agregação origina unidades estruturais com-
res ambientais como, por exemplo, clima e relevo, além                           postas, chamadas de macro e microagregados do solo.
de variedades/cultivares, disponibilidade de insumos,
oportunidade de agronegócios (mercado interno e expor-                           O agrupamento dos agregados do solo, organizados
tação), determinam o tipo adequado de cultura para ser                           numa forma geométrica definida , constitui a estrutura
cultivado em cada solo.                                                          do solo. Nas fotos 1 e 2 detalhes de exame da estrutura
                                                                                 em perfis de solo no campo.


                                                                                                           Fotos 1 e 2 – Exame da estrutura do solo em
                                                                                                             perfil de campo.




     1                                                            2

1
    Pesquisador da Embrapa Solos. Rua Jardim Botânico, 1024. Rio de Janeiro, RJ. CEP: 22460-000. E-mail: capeche@cnps.embrapa.br
2      Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista




    2. Classificação da estrutura do solo                                             2.1.2 Estrutura prismática
                                                                                      As partículas do solo estão organizadas em agregados
    A estrutura pode ser classificada quanto à forma, tama-                           cuja dimensão vertical é maior que a lateral, conferindo-
    nho e grau de desenvolvimento.                                                    lhes uma forma de prisma ou coluna. As faces verticais
                                                                                      são relativamente planas.
    2.1 - Forma
    A forma da estrutura do solo corresponde à sua geome-                             Esse tipo de estrutura pode ser dividido ainda em:
    tria e é resultado da intensidade das forças de coesão                            prismática – quando apresenta a extremidade superior
    entre as partículas minerais e orgânicas, bem como da                             plana; colunar - tem forma de coluna, com a extremida-
    ação física e química dos macro e microorganismos ve-                             de superior arredondada. Um exemplo esquemático
    getais e animais.                                                                 pode ser visto na figura 2.

    As cargas interativas positivas e negativas da superfície
    das partículas promovem atração e repulsão entre elas e
    determinam a intensidade com que se unem. A qualida-
    de e a quantidade dessas cargas variam de acordo com
    os tipos de minerais presentes no solo (tipo da argila, por
    exemplo - se de atividade baixa ou alta, óxidos de ferro e
    alumínio, sais), pH, entre outras características
    pedológicas.

    2.1.1 Estrutura laminar
    As partículas do solo estão arranjadas em agregados
    cujas dimensões horizontais são maiores que as verti-
    cais, isto é, apresentam a aparência de lâminas. Embora
                                                                                       Prismática                          Colunar
    as lâminas possam ter espessura variável, esta não ul-                            Fig. 2 – Representação esquemático das estruturas do tipo
    trapassa a dimensão de seu comprimento.                                           prismática e do tipo colunar.

                                                                                      Esses tipos de estrutura são mais comuns nos horizontes
    A estrutura laminar ocorre com mais freqüência nos
                                                                                      subsuperficiais do solo. Normalmente estão relaciona-
    horizontes e camadas mais superficiais dos solos, entre-
                                                                                      dos com presença de argilas de atividade alta, as quais
    tanto, algumas vezes pode ser encontrada em horizon-
                                                                                      apresentam expansão e contração mais acentuadas por
    tes mais profundos. Na figura 1 está representado
                                                                                      efeito dos ciclos de umedecimento e secagem do solo.
    esquematicamente esse tipo de estrutura.
                                                                                      Na foto 3 pode ser visto um exemplo de estrutura
    Embora pouco comum, a estrutura laminar pode ocorrer                              prismática.
    nos solos denominados ARGISSOLO e PLANOSSOLO,
                                                                                      A ocorrência de estrutura prismática é comum nos solos
    sendo observada nos horizontes A, E ou C. Ela pode ser
                                                                                      conhecidos por NITOSSOLO e LUVISSOLO e a estrutu-
    originada de processos pedogenéticos ou por
                                                                                      ra colunar é típica do PLANOSSOLO NÁTRICO.
    compactação causada pelo uso e manejo do solo.
                                                                                                                        Foto 3 - Detalhe de
                                                                                                                        estrutura prismática em
                                                                                                                        NITOSSOLO.




                         Laminar
    Fig. 1 – Representação esquemática de estrutura tipo laminar.
Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista   3




2.1.3 Estrutura em blocos                                           2.1.4 Estrutura granular
A característica predominante desse tipo de estrutura é             As três dimensões são aproximadamente iguais e a su-
a igualdade aproximada de sua altura, largura e espessu-            perfície é arredondada. É mais comum nos horizontes
ra, conferindo-lhe três dimensões quase iguais, com as              próximos a superfície do solo, formando grumos. A for-
faces planas ou subarredondadas. Ela pode ser dividida              mação destas estruturas está intimamente ligada à pre-
ainda em: blocos angulares - as faces da estrutura pos-             sença de matéria orgânica e à atividade biológica no
suem ângulos vivos; blocos subangulares – os ângulos                solo. É típica também dos horizontes B de solos ricos em
entre as faces são menos definidos e estas um pouco                 óxidos de ferro e alumínio. Na figura 4 está representa-
mais arredondadas.                                                  do esse tipo de estrutura.

Estes tipos de estrutura são mais comuns nos horizontes             A estrutura granular é comum de ser encontrada nos
subsuperficiais do solo, os quais apresentam maior ex-              solos com horizontes superficiais      do tipo A
pressão dos processos de formação do solo. Na figura 3              chernozêmico, A moderado e A proeminente, assim
podem ser vistos exemplos esquemáticos da estrutura                 como no horizonte B dos LATOSSOLOS mais típicos.
em blocos angular e subangular, respectivamente.




Bloco angular
                                Fig. 3 – Representação
                                esquemática das estrutu-
                                ras do tipo bloco angular            Fig. 4 – Representação esquemática de estrutura do tipo
                                e bloco subangular.                  granular.



                                                                    2.2 Tamanho
Bloco subangular                                                    O tamanho das unidades estruturais varia de menos de 1
                                                                    mm a vários centímetros e pode ser classificado em:
A estrutura em blocos é mais comum de ser encontrada                muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande.
nos ARGISSOLOS, NITOSSOLOS e CHERNOSSOLOS,                          Ele é influenciado pelo tipo dos minerais do solo (tipo de
sendo, geralmente, mais freqüente em horizontes                     argila, óxidos), presença de sais, matéria orgânica, ativi-
subsuperficiais. Na foto 4 tem-se um exemplo de solo                dade biológica, ciclo de umedecimento e secagem, tex-
com estruturas em blocos.                                           tura do solo, entre outros.

                                                                    Um fator muito importante que afeta o tamanho da
                             Foto 4 – Perfil de
                                                                    estrutura, principalmente nas camadas superficiais, é o
                             ARGISSOLO, característico
                                                                    tipo de manejo que se emprega no solo. O sistema tradi-
                             de estrutura em blocos.
                                                                    cional, e intensivo, de preparo do solo, através de
                                                                    aração e gradagem, causa a quebra dos agregados e,
                                                                    consequentemente, das unidades estruturais, reduzindo
                                                                    seu tamanho.

                                                                    O impacto da chuva na superfície do solo sem cobertura
                                                                    vegetal (desmatamento, queimadas, preparo convencio-
                                                                    nal), também propicia a redução do tamanho das unida-
                                                                    des estruturais das camadas superficiais, processo agra-
                                                                    vado pelo efeito da enxurrada que, ao carregar os agre-
4      Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista




    gados, promove seu rolamento e, portanto, a redução de                            influência de cargas negativas ou positivas, e tem como
    tamanho, à semelhança do que ocorre com os seixos                                 exemplo típico a areia de praia. Nas fotos 5 e 6 podem
    rolados nos cursos dos rios e córregos.                                           ser observados um perfil de solo denominado
                                                                                      ESPODOSSOLO, apresentando espessa camada
    A compactação do solo ao dificultar a infiltração da                              arenosa constituída de grãos simples (sem estrutura) e o
    água promove maior acúmulo de umidade na superfície,                              ambiente em que ocorre.
    podendo levar ao encharcamento do solo. Em tal condi-
    ção de acúmulo de água os agregados passam a ofere-                               2.3.2 Com estrutura
    cer menor resistência à deformação e ficam mais sus-                              Está relacionado com o nível de estabilidade dos agrega-
    ceptíveis à desagregação, o que afeta o tamanho das                               dos do solo. A classificação pode ser “fraca”, quando
    unidades estruturais superficiais.                                                corresponde a uma prequena força de união entre os
                                                                                      agregados e, à medida que ela aumenta, é classificada
    2.3 Grau de desenvolvimento                                                       em “moderada” e “forte”.
    Reflete a condição de coesão dentro e entre os agrega-
    dos, isto é, a força com que as partículas minerais e                             Normalmente, um solo cujos agregados possuem um
    orgânicas estão unidas, e pode ser dividida em: sem                               grau de desenvolvimento forte resiste de forma mais
    estrutura (grãos simples ou maciça); com estrutura                                efetiva à erosividade (ação da erosão causada tanto
    (grau de desenvolvimento fraco, moderado ou forte).                               pelo impacto da chuva quanto pelo arraste causado pela
                                                                                      enxurrada). Ao contrário, quanto menor o grau de de-
    2.3.1 Sem estrutura                                                               senvolvimento, mais intensa é a erosividade. Isto ocorre
    Se caracteriza pela ausência de uma organização                                   porque solos com boa estruturação, além de resistir
    estrutural definida, conforme classificação anterior                              melhor ao impacto da chuva, favoresce a infiltração da
    (laminar, blocos, prismática ou granular). As partículas                          água reduzindo a erosão por escorrimento (enxurrada).
    do solo estão unidas apenas por contato físico, sem




                                        Fotos 5 e 6 – Perfil de ESPODOSSOLO e seu ambiente de ocorrência.
Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista   5




3. Relação da estrutura com a                                     4. Bibliografia consultada
dinâmica da água no solo e o
crescimento vegetal                                               BERTOLINI, D.; LOMBARDI NETO, F. Manual técnico de
                                                                  manejo e conservação de solo e água. Campinas: CATI,
A relação da estrutura com a dinâmica da água no solo e           1993. 1 v. (Manual técnico, n. 41). v. 4: Tecnologias
o crescimento vegetal se reflete, principalmente em:              disponíveis para controlar o escorrimento superficial do
                                                                  solo.
- Melhor infiltração e armazenamento da água no solo
(chuva ou irrigação). Um solo bem estruturado possibili-          BERTOLINI, D.; KROLL, F. M.; LOMBARDI NETO, F.;
ta uma boa e rápida infiltração da água da chuva, evitan-         CRESTANA, M. de S. M.; DRUGOWICH, M. I.; ELIAS,
do o acúmulo superficial que favorece o escorrimento e            R.; CORRÊA, R. O.; BELLINAZZI JUNIOR, R. Manual
a erosão. Possibilita também que a água, ao alcançar o            técnico de manejo e conservação de solo e água. Campi-
interior do solo, fique armazenada mais profundamente             nas: CATI, 1994. 128 p. (Manual técnico, n. 42). v. 5.
e disponível para as raízes, no caso de estiagem prolon-          Tecnologias disponíveis para a implantação de técnicas
gada.                                                             complementares no solo.
- Maior espaço poroso para as trocas gasosas do siste-
                                                                  BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do
ma radicular (porosidade do solo)
                                                                  solo. Piracicaba, São Paulo: Ícone, 1990, 355 p.
- Maior atividade biológica no solo (macro e
microorganismos). A atividade biológica de macro e                BUCKMAN, H. O.; BRADY, N. C. Natureza e proprieda-
microorganismos, bem como o crescimento do sistema                de dos solos. Rio de Janeiro: USAID, 1967. 594 p.
radicular das plantas é beneficiada, pois a presença de
                                                                  CONSERVAÇÃO de solos e meio ambiente. Informe
macroporos garante boa aeração.
                                                                  Agropecuário, Belo Horizonte, v.16, n. 176, 1992.
- Maior resistência à erosão. No solo bem estruturado as
partículas do solo e agregados sofrem menos com a                 EMBRAPA - Serviço Nacional de Levantamento e Con-
ação do impacto da chuva e escorrimento da enxurrada.             servação de Solos. Práticas de conservação de solos.
- Maior resistência à compactação.                                Rio de Janeiro, RJ. 1980. 88 p. (SNLCS. Série Miscelâ-
                                                                  nea, 3).
- Maior eficácia dos corretivos da fertilidade do solo e
aproveitamento dos fertilizantes pelas plantas, devido            EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Siste-
as condições de aeração, umidade, crescimento das                 ma brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa
raízes e atividade macro e microbiológica.                        Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa So-
                                                                  los, 1999. 412p.
- Maior rapidez na decomposição dos resíduos orgânicos
e conseqüente liberação de nutrientes, devido à maior
                                                                  EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Con-
atividade biológica.
                                                                  servação de Solos. Definição e notação de horizontes e
Um requisito muito importante para se manter um solo              camadas do solo. 2. ed. rev. atual. Rio de Janeiro, 1988.
agrícola bem estruturado é fazer o seu manejo de forma            54 p. (Documentos, 3).
adequada, utilizando as práticas conservacionistas
como plantio direto, terraceamento, bacias de retenção,           KIEL, E. J. Manual de edafologia. relações solo-planta.
rotação de culturas, cobertura morta, análise de fertili-         São Paulo: Editora Agronômica CERES, 1979. 264 p.
dade do solo, plantio em nível, uso correto de
agroquímicos (agrotóxicos, herbicidas e fertilizantes quí-        LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descri-
micos e orgânicos), manejo integrado de pragas, sistema           ção e coleta de solo no campo. 2. ed. Campinas: SBCS;
de irrigação eficiente, variedades e cultivares adaptados         Rio de Janeiro: EMBRAPA-SNLCS, 1982. 46 p.
para a região, entre outros.
                                                                  LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descri-
                                                                  ção e coleta de solo no campo. 3.ed. Campinas: Socie-
                                                                  dade Brasileira de Ciência do Solo; Rio de Janeiro :
                                                                  EMBRAPA-CNPS, 1996. 83 p.
6      Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista




    MANEJO do Solo. Informe Agropecuário, Belo Horizon-
    te, v. 13, n. 147, 1987.

    SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Agricultu-
    ra e Abastecimento. Manual de uso, manejo e conserva-
    ção do solo e da água: projeto de recuperação, conser-
    vação e manejo dos recursos naturais em microbacias
    hidrográficas. 2.ed.rev., atual. e ampl. Florianópolis:
    EPAGRI, 1994. 384p.

    SATURNINO, H. M.; LANDERS, J. N. O meio ambiente
    e o plantio direto. Brasília: Embrapa-SPI, 1997. 116 p.

    SCHULTZ, L. A. Métodos de conservação do solo.
    Porto Alegre: Sagra, 1983. 76 p.




       Comunicado
       Comunicado         Embrapa Solos                                                  Comitê de    Presidente: Aluísio Granato de Andrade
       Técnico, 51
       Técnico, 51        Endereço: Rua Jardim Botânico, 1024 - Jardim                  publicações   Secretário-Executivo: Antônio Ramalho Filho
                          Botânico, Rio de Janeiro, RJ.                                               Membros: Jacqueline S. Rezende Mattos, Marcelo
                          Fone: (21) 2179-4500                                                        Machado de Moraes, Marie Elisabeth C. Claessen,
                          Fax: (21) 2274-5291                                                         José Coelho de A. Filho, Paulo Emílio F. da Motta,
                          E-mail: sac@cnps.embrapa.br                                                 Vinícius de Melo Benites, Elaine C.Fidalgo, Maria de
                          http://www.cnps.embrapa.br                                                  Lourdes Mendonça S. Brefin, Pedro Luiz de Freitas.

                          1a edição                                                                   Supervisão editorial: Jacqueline S. Rezende Mattos
                          1a impressão (2008): Online
                                                                                         Expediente
                                                                                                      Revisão de texto: André Luiz Silva Lopes
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Conservação do solo

  • 1. Comunicado 51 Técnico ISSN 1517-5685 Rio de Janeiro, RJ Dezembro, 2008 Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista Cláudio Lucas Capeche1 1. Introdução No Brasil e no mundo é grande a diversidade dos tipos de Dentre as características físicas do solo mais importan- solos, cada um com características químicas, físicas, tes, relacionadas ao uso e manejo, está a estrutura, a morfológicas e biológicas própias, o que lhes confere qual resulta da agregação das partículas primárias do aptidão de uso e manejo distintas. solo (areia, silte e argila) com outros componentes mine- rais e orgânicos (calcário, sais, matéria orgânica, entre Essas características, quando associadas a outros fato- outros). A agregação origina unidades estruturais com- res ambientais como, por exemplo, clima e relevo, além postas, chamadas de macro e microagregados do solo. de variedades/cultivares, disponibilidade de insumos, oportunidade de agronegócios (mercado interno e expor- O agrupamento dos agregados do solo, organizados tação), determinam o tipo adequado de cultura para ser numa forma geométrica definida , constitui a estrutura cultivado em cada solo. do solo. Nas fotos 1 e 2 detalhes de exame da estrutura em perfis de solo no campo. Fotos 1 e 2 – Exame da estrutura do solo em perfil de campo. 1 2 1 Pesquisador da Embrapa Solos. Rua Jardim Botânico, 1024. Rio de Janeiro, RJ. CEP: 22460-000. E-mail: capeche@cnps.embrapa.br
  • 2. 2 Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista 2. Classificação da estrutura do solo 2.1.2 Estrutura prismática As partículas do solo estão organizadas em agregados A estrutura pode ser classificada quanto à forma, tama- cuja dimensão vertical é maior que a lateral, conferindo- nho e grau de desenvolvimento. lhes uma forma de prisma ou coluna. As faces verticais são relativamente planas. 2.1 - Forma A forma da estrutura do solo corresponde à sua geome- Esse tipo de estrutura pode ser dividido ainda em: tria e é resultado da intensidade das forças de coesão prismática – quando apresenta a extremidade superior entre as partículas minerais e orgânicas, bem como da plana; colunar - tem forma de coluna, com a extremida- ação física e química dos macro e microorganismos ve- de superior arredondada. Um exemplo esquemático getais e animais. pode ser visto na figura 2. As cargas interativas positivas e negativas da superfície das partículas promovem atração e repulsão entre elas e determinam a intensidade com que se unem. A qualida- de e a quantidade dessas cargas variam de acordo com os tipos de minerais presentes no solo (tipo da argila, por exemplo - se de atividade baixa ou alta, óxidos de ferro e alumínio, sais), pH, entre outras características pedológicas. 2.1.1 Estrutura laminar As partículas do solo estão arranjadas em agregados cujas dimensões horizontais são maiores que as verti- cais, isto é, apresentam a aparência de lâminas. Embora Prismática Colunar as lâminas possam ter espessura variável, esta não ul- Fig. 2 – Representação esquemático das estruturas do tipo trapassa a dimensão de seu comprimento. prismática e do tipo colunar. Esses tipos de estrutura são mais comuns nos horizontes A estrutura laminar ocorre com mais freqüência nos subsuperficiais do solo. Normalmente estão relaciona- horizontes e camadas mais superficiais dos solos, entre- dos com presença de argilas de atividade alta, as quais tanto, algumas vezes pode ser encontrada em horizon- apresentam expansão e contração mais acentuadas por tes mais profundos. Na figura 1 está representado efeito dos ciclos de umedecimento e secagem do solo. esquematicamente esse tipo de estrutura. Na foto 3 pode ser visto um exemplo de estrutura Embora pouco comum, a estrutura laminar pode ocorrer prismática. nos solos denominados ARGISSOLO e PLANOSSOLO, A ocorrência de estrutura prismática é comum nos solos sendo observada nos horizontes A, E ou C. Ela pode ser conhecidos por NITOSSOLO e LUVISSOLO e a estrutu- originada de processos pedogenéticos ou por ra colunar é típica do PLANOSSOLO NÁTRICO. compactação causada pelo uso e manejo do solo. Foto 3 - Detalhe de estrutura prismática em NITOSSOLO. Laminar Fig. 1 – Representação esquemática de estrutura tipo laminar.
  • 3. Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista 3 2.1.3 Estrutura em blocos 2.1.4 Estrutura granular A característica predominante desse tipo de estrutura é As três dimensões são aproximadamente iguais e a su- a igualdade aproximada de sua altura, largura e espessu- perfície é arredondada. É mais comum nos horizontes ra, conferindo-lhe três dimensões quase iguais, com as próximos a superfície do solo, formando grumos. A for- faces planas ou subarredondadas. Ela pode ser dividida mação destas estruturas está intimamente ligada à pre- ainda em: blocos angulares - as faces da estrutura pos- sença de matéria orgânica e à atividade biológica no suem ângulos vivos; blocos subangulares – os ângulos solo. É típica também dos horizontes B de solos ricos em entre as faces são menos definidos e estas um pouco óxidos de ferro e alumínio. Na figura 4 está representa- mais arredondadas. do esse tipo de estrutura. Estes tipos de estrutura são mais comuns nos horizontes A estrutura granular é comum de ser encontrada nos subsuperficiais do solo, os quais apresentam maior ex- solos com horizontes superficiais do tipo A pressão dos processos de formação do solo. Na figura 3 chernozêmico, A moderado e A proeminente, assim podem ser vistos exemplos esquemáticos da estrutura como no horizonte B dos LATOSSOLOS mais típicos. em blocos angular e subangular, respectivamente. Bloco angular Fig. 3 – Representação esquemática das estrutu- ras do tipo bloco angular Fig. 4 – Representação esquemática de estrutura do tipo e bloco subangular. granular. 2.2 Tamanho Bloco subangular O tamanho das unidades estruturais varia de menos de 1 mm a vários centímetros e pode ser classificado em: A estrutura em blocos é mais comum de ser encontrada muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande. nos ARGISSOLOS, NITOSSOLOS e CHERNOSSOLOS, Ele é influenciado pelo tipo dos minerais do solo (tipo de sendo, geralmente, mais freqüente em horizontes argila, óxidos), presença de sais, matéria orgânica, ativi- subsuperficiais. Na foto 4 tem-se um exemplo de solo dade biológica, ciclo de umedecimento e secagem, tex- com estruturas em blocos. tura do solo, entre outros. Um fator muito importante que afeta o tamanho da Foto 4 – Perfil de estrutura, principalmente nas camadas superficiais, é o ARGISSOLO, característico tipo de manejo que se emprega no solo. O sistema tradi- de estrutura em blocos. cional, e intensivo, de preparo do solo, através de aração e gradagem, causa a quebra dos agregados e, consequentemente, das unidades estruturais, reduzindo seu tamanho. O impacto da chuva na superfície do solo sem cobertura vegetal (desmatamento, queimadas, preparo convencio- nal), também propicia a redução do tamanho das unida- des estruturais das camadas superficiais, processo agra- vado pelo efeito da enxurrada que, ao carregar os agre-
  • 4. 4 Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista gados, promove seu rolamento e, portanto, a redução de influência de cargas negativas ou positivas, e tem como tamanho, à semelhança do que ocorre com os seixos exemplo típico a areia de praia. Nas fotos 5 e 6 podem rolados nos cursos dos rios e córregos. ser observados um perfil de solo denominado ESPODOSSOLO, apresentando espessa camada A compactação do solo ao dificultar a infiltração da arenosa constituída de grãos simples (sem estrutura) e o água promove maior acúmulo de umidade na superfície, ambiente em que ocorre. podendo levar ao encharcamento do solo. Em tal condi- ção de acúmulo de água os agregados passam a ofere- 2.3.2 Com estrutura cer menor resistência à deformação e ficam mais sus- Está relacionado com o nível de estabilidade dos agrega- ceptíveis à desagregação, o que afeta o tamanho das dos do solo. A classificação pode ser “fraca”, quando unidades estruturais superficiais. corresponde a uma prequena força de união entre os agregados e, à medida que ela aumenta, é classificada 2.3 Grau de desenvolvimento em “moderada” e “forte”. Reflete a condição de coesão dentro e entre os agrega- dos, isto é, a força com que as partículas minerais e Normalmente, um solo cujos agregados possuem um orgânicas estão unidas, e pode ser dividida em: sem grau de desenvolvimento forte resiste de forma mais estrutura (grãos simples ou maciça); com estrutura efetiva à erosividade (ação da erosão causada tanto (grau de desenvolvimento fraco, moderado ou forte). pelo impacto da chuva quanto pelo arraste causado pela enxurrada). Ao contrário, quanto menor o grau de de- 2.3.1 Sem estrutura senvolvimento, mais intensa é a erosividade. Isto ocorre Se caracteriza pela ausência de uma organização porque solos com boa estruturação, além de resistir estrutural definida, conforme classificação anterior melhor ao impacto da chuva, favoresce a infiltração da (laminar, blocos, prismática ou granular). As partículas água reduzindo a erosão por escorrimento (enxurrada). do solo estão unidas apenas por contato físico, sem Fotos 5 e 6 – Perfil de ESPODOSSOLO e seu ambiente de ocorrência.
  • 5. Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista 5 3. Relação da estrutura com a 4. Bibliografia consultada dinâmica da água no solo e o crescimento vegetal BERTOLINI, D.; LOMBARDI NETO, F. Manual técnico de manejo e conservação de solo e água. Campinas: CATI, A relação da estrutura com a dinâmica da água no solo e 1993. 1 v. (Manual técnico, n. 41). v. 4: Tecnologias o crescimento vegetal se reflete, principalmente em: disponíveis para controlar o escorrimento superficial do solo. - Melhor infiltração e armazenamento da água no solo (chuva ou irrigação). Um solo bem estruturado possibili- BERTOLINI, D.; KROLL, F. M.; LOMBARDI NETO, F.; ta uma boa e rápida infiltração da água da chuva, evitan- CRESTANA, M. de S. M.; DRUGOWICH, M. I.; ELIAS, do o acúmulo superficial que favorece o escorrimento e R.; CORRÊA, R. O.; BELLINAZZI JUNIOR, R. Manual a erosão. Possibilita também que a água, ao alcançar o técnico de manejo e conservação de solo e água. Campi- interior do solo, fique armazenada mais profundamente nas: CATI, 1994. 128 p. (Manual técnico, n. 42). v. 5. e disponível para as raízes, no caso de estiagem prolon- Tecnologias disponíveis para a implantação de técnicas gada. complementares no solo. - Maior espaço poroso para as trocas gasosas do siste- BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do ma radicular (porosidade do solo) solo. Piracicaba, São Paulo: Ícone, 1990, 355 p. - Maior atividade biológica no solo (macro e microorganismos). A atividade biológica de macro e BUCKMAN, H. O.; BRADY, N. C. Natureza e proprieda- microorganismos, bem como o crescimento do sistema de dos solos. Rio de Janeiro: USAID, 1967. 594 p. radicular das plantas é beneficiada, pois a presença de CONSERVAÇÃO de solos e meio ambiente. Informe macroporos garante boa aeração. Agropecuário, Belo Horizonte, v.16, n. 176, 1992. - Maior resistência à erosão. No solo bem estruturado as partículas do solo e agregados sofrem menos com a EMBRAPA - Serviço Nacional de Levantamento e Con- ação do impacto da chuva e escorrimento da enxurrada. servação de Solos. Práticas de conservação de solos. - Maior resistência à compactação. Rio de Janeiro, RJ. 1980. 88 p. (SNLCS. Série Miscelâ- nea, 3). - Maior eficácia dos corretivos da fertilidade do solo e aproveitamento dos fertilizantes pelas plantas, devido EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Siste- as condições de aeração, umidade, crescimento das ma brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa raízes e atividade macro e microbiológica. Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa So- los, 1999. 412p. - Maior rapidez na decomposição dos resíduos orgânicos e conseqüente liberação de nutrientes, devido à maior EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Con- atividade biológica. servação de Solos. Definição e notação de horizontes e Um requisito muito importante para se manter um solo camadas do solo. 2. ed. rev. atual. Rio de Janeiro, 1988. agrícola bem estruturado é fazer o seu manejo de forma 54 p. (Documentos, 3). adequada, utilizando as práticas conservacionistas como plantio direto, terraceamento, bacias de retenção, KIEL, E. J. Manual de edafologia. relações solo-planta. rotação de culturas, cobertura morta, análise de fertili- São Paulo: Editora Agronômica CERES, 1979. 264 p. dade do solo, plantio em nível, uso correto de agroquímicos (agrotóxicos, herbicidas e fertilizantes quí- LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descri- micos e orgânicos), manejo integrado de pragas, sistema ção e coleta de solo no campo. 2. ed. Campinas: SBCS; de irrigação eficiente, variedades e cultivares adaptados Rio de Janeiro: EMBRAPA-SNLCS, 1982. 46 p. para a região, entre outros. LEMOS, R. C. de; SANTOS, R. D. dos. Manual de descri- ção e coleta de solo no campo. 3.ed. Campinas: Socie- dade Brasileira de Ciência do Solo; Rio de Janeiro : EMBRAPA-CNPS, 1996. 83 p.
  • 6. 6 Noções sobre tipos de estrutura do solo e sua importância para o manejo conservacionista MANEJO do Solo. Informe Agropecuário, Belo Horizon- te, v. 13, n. 147, 1987. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Agricultu- ra e Abastecimento. Manual de uso, manejo e conserva- ção do solo e da água: projeto de recuperação, conser- vação e manejo dos recursos naturais em microbacias hidrográficas. 2.ed.rev., atual. e ampl. Florianópolis: EPAGRI, 1994. 384p. SATURNINO, H. M.; LANDERS, J. N. O meio ambiente e o plantio direto. Brasília: Embrapa-SPI, 1997. 116 p. SCHULTZ, L. A. Métodos de conservação do solo. Porto Alegre: Sagra, 1983. 76 p. Comunicado Comunicado Embrapa Solos Comitê de Presidente: Aluísio Granato de Andrade Técnico, 51 Técnico, 51 Endereço: Rua Jardim Botânico, 1024 - Jardim publicações Secretário-Executivo: Antônio Ramalho Filho Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Membros: Jacqueline S. Rezende Mattos, Marcelo Fone: (21) 2179-4500 Machado de Moraes, Marie Elisabeth C. Claessen, Fax: (21) 2274-5291 José Coelho de A. Filho, Paulo Emílio F. da Motta, E-mail: sac@cnps.embrapa.br Vinícius de Melo Benites, Elaine C.Fidalgo, Maria de http://www.cnps.embrapa.br Lourdes Mendonça S. Brefin, Pedro Luiz de Freitas. 1a edição Supervisão editorial: Jacqueline S. Rezende Mattos 1a impressão (2008): Online Expediente Revisão de texto: André Luiz Silva Lopes Revisão bibliográfica: Ricardo Arcanjo de Lima Editoração eletrônica: Jacqueline S. Rezende Mattos