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A contabilidade na
Antiguidade
A evolução da contabilidade anda de mãos
dadas com o desenvolvimento do homem.
E podemos dizer que a contabilidade é tão
antiga quanto ao homem civilizado, homem
esse pensante e levado pela ambição vinda
da sua natureza. Surgindo assim, a
necessidade do homem fincar seus pés em
sua própria terra e controlar sua produção,
medir sua riqueza avaliar e evoluir seu
patrimônio.
No período das cavernas desenhos
rupestres nas paredes das cavernas muitas
das vezes autoexplicativos como traços
regulares um do lado do outro
representando a quantidade de animais
domésticas por eles, o desenho das
culturas agrícolas desenvolvidas
representado os períodos dos anos do seu
cultivo. Assim, era desenvolvido a
contabilidade a mensuração do patrimônio
no período das cavernas.
No período Neolítico, a transmissão oral
das atividades apreendidas era possível
dentro de um pequeno grupo, porém, em
agrupamentos maiores tornava-se
importante encontrar novas formas de
transmissão. Um sinal qualquer deixado por
alguém não podia ficar sujeito a diferentes
interpretações, precisava ter um significado
específico. Para os antigos, esse é o início
da escrita. Decorrido algum tempo ocorreu
uma evolução do processo, os símbolos
foram usados para sons, passando as
imagens a adquirir formas e significados.
Podemos dizer assim, pasmem, mas a
contabilidade existOutros dizem em torno
de 6.000 A.C. Resquícios e considerações
sobre a ‘’Contabilidade Rudimentar’’ na
Bíblia mas especificamente no Livro do Jô.
Encontra-se informes e registros contábeis
na Babilônia de aproximadamente 3000
A.C. e há 4.000 anos.
Assim podemos pensar até que a
contabilidade nasceu antes mesmo de um
meio de escrita comum entre os povos.
Como por exemplo na antiga Suméria, uma
época na qual não havia moeda, escrita
comum e nem ao menos moeda, o homem
pastor utilizando da Contabilidade
Rudimentar e realizando o “inventário” dos
seus rebanhos após o período de inverno,
avaliando assim suas perdas e custos
desse período e repetindo esse processo
de avaliação no próximo inverno. Estão
vendo assim amigo leitor que esses são
evidência de uma Balanço? Eu creio que
sim e vocês?
Alguns atribuem a criação dos métodos
contábeis aos templos religiosos pois os
mesmos eram os responsáveis pelo
registro e controle das apurações de
custos, controle de produtividade,
orçamento e os gastos. Engraçado pensar
que eram os religiosos os detentores do
conhecimento contábil. Mas voltando a
discussão inicial, os seus registros eram
feitos em pranchas de argila estabelecendo
símbolos padrões para o entendimento dos
outros escribas.
Com desenvolvimento do homem em sua
própria terra com cultivo e utilização de
técnicas de irrigação, logo surgiram os
excedentes agrícolas que possibilitaram o
emprego de outra parte da população para
manufatura e comércio. Era o início da
Urbanização e o Aperfeiçoamento da
Contabilidade como Ciência.
Luca Pacioli e o método das
Partidas Dobradas
O ambiente para a publicação e
propagação do método das partidas
dobradas foi perfeito. Como uma planta
precisa de um solo rico em nutrientes
para sobreviver e crescer, Luca Pacioli
teve o ambiente da Renascença, época
rica no avanço da cultura e das artes. É
verídico de que o método digráfico
(partidas dobradas) não saiu da mente
engenhosa de Paciolo, mas ao mesmo
deve-se o mérito de sua publicação. Mas
por que o mérito de sua publicação? É o
que veremos agora.
IL Paciolo (a título de curiosidade, existem
duas pronúncias do nome, uma é
referente quando pronunciado o nome
completo, por isso ‘’Luca Pacioli’’, a outra
se refere à pronúncia apenas do
sobrenome, por isso ‘’Il Paciolo’’) era
coevo de Leonardo da Vinci, de
Michelangelo, do magnífico Maquiavel e
outros que viveram na época de ouro da
civilização mundial que brilhava na Itália.
O ambiente era de uma Itália de lutas,
invasões, mas de forte teor intelectual,
com o renascer da filosofia platônica
muito incentivada pelo ‘’pai da pátria’’
Cosme de Médici.
Acredita-se que a ida de Paciolo para
Veneza dar-se pelo motivo de emprego,
onde sua cidade natal (Sansepolcro) não
tinha oportunidade. Aos 20 anos
empregou-se na casa do próspero
comerciante Antônio Rompiaci. Crer-se
como pedagogo dos seus filhos
ensinando o conhecimento que adquiriu
em Sansepolcro em aritmética e de
supostamente de partidas dobradas. O
conhecimento sobre comércio citando o
Prof. Federigo Melis foi obtido em Veneza,
e que teve como o seu ponto mais alto a
publicação de uma obra dedicada aos
filhos de Rompiaci onde o mesmo os
lecionou. Não há material histórico sobre
a referida obra, mas sabemos que a
mesma existiu pelo fato de ser
mencionada na “Suma”. Diz-se que
Paciolo movido por sua inquietude cultural
em busca de novos conhecimentos
dirigiu-se a Roma onde residiu no
domicílio de um grande mestre
renascentista, conhecido como Alberti
onde o mesmo teve grande influencia
sobre Paciolo principalmente na sua
religiosidade onde o influenciou a entrar
na ordem dos padres franciscanos.
Frei Luca Pacioli após alguns anos da sua
entrada na ordem dos franciscanos foi
lecionar matemática em Perugia onde se
firmou no magistério e porventura se
consolidou escritor com uma obra
pequena mais muito parecida com a
“Sumula”. De Perugia o frei se deslocou
para Veneza, onde ficou pouco tempo
viajando e localizando-se em Zara onde
escreveu seu terceiro livro de Matemática
que também se perdeu. De Zara, volta a
Toscana, depois a Florença e depois a
Perugia. Depois vai a Roma para lecionar.
Depois de muitas viagens volta a Veneza
para revisar sua obra “Suma de
Aritmética, Geometria, proporções e
Proporcionalidade”. De sua conclusão até
a sua publicação foram decorridos sete
anos pelo motivo das condições da época
e pela preferência das editoras por livros
mais procurados como a Bíblia, obras do
latim clássico etc. Foi amigo íntimo de Da
Vinci onde o influenciou sobre as leis das
“Divinas Proporções” onde o mesmo
utilizou os ensinamentos de
Paciolo no esboço da pintura “Sagrada
Ceia”. Paciolo faleceu em 1517 e foi
enterrado em sua cidade natal
Sansepolcro.
O surgimento de quando e onde do
método das partidas dobradas é incerto,
alguns historiadores relatam que
vinheram de Roma, outros de Gênova e
ainda outros de uma região da Itália
chamada de “Toscanal” onde Paciolo
nasceu. Mas há relatos que o método é
ainda mais antigo e tem suas origens no
Oriente Médio.
Voltando as origens, acredita-se que
foram os sumero-babilônios os autores do
sistema de “débito e crédito”, baseado na
intuição mental do que “é meu” e do que
“é seu”. Mesmo antes da escrita e até
mesmo da aprendizagem do homem
sobre o cálculo já havia a preocupação e
desenvolvimento das formas de “guardar
memória” das contas de forma
organizada. O mais antigo documento que
se conhece, por “Partidas Simples”, com a
tendência de ser admitido como uma base
evolutiva para o sistema digráfico é um
fragmento de um livro de banqueiros
florentinos que operavam em Bolonha na
Itália, de 1211. Nesta fase já se separava
o “haver” e o “deve” com destaque, em
colunas distintas, de “cima” e de “baixo”
em linhas horizontais, com barras. Outro
fator importante que pode ter um peso a
favor da evolução das partidas dobradas
foi a evidenciação que Leonardo
Fibonacci deu com a vantagem da
escrituração por números arábicos,
quando a escrituração era feita por
números romanos. Como o ambiente
“cheirava” a evolução, acredita-se que tais
ocorrências tinham influído no
aparecimento, das “duplas inscrições”. As
duplas inscrições baseavam-se em livros
abertos para diversas finalidades,
denominadas pela cor das capas.
Evidentemente um débito de um livro
tinha que coincidir com o crédito do outro.
Outra hipótese para o aparecimento das
partidas dobradas é a de que,
inevitavelmente, o que se debita a uma
conta termina-se por creditar a outra e
quando há preocupação em organizar e
evidenciar toda movimentação
inevitavelmente chega-se ao registro
duplo. Todas essas hipóteses, embora
plausíveis e muito convincentes não nos
levam a afirmativas que nos conduzam à
convicção sobre o nascimento real do
método. Tudo nos leva a crer que não
existe um autor das partidas dobradas,
como tal reconhecido, pois não existem
obras e nem referências ao mesmo.
É importante ressaltar que o método das
partidas dobradas circulava muito antes
de Paciolo. Livros orientais e manuais de
ensino prático são trabalhos que
circularam como “manuscritos”. Obra feita
pela imprensa, todavia, só a de Luca
Pacioli pode ser reconhecida como a
primeira e só ela alcançou consagração.
Nos séculos XIV e XV as escolas não
ensinavam apenas só aritmética.
Ensinavam também Contabilidade e
técnica comercial. Foram elas a semente
de uma coordenação de conhecimentos
que visou à evolução empresarial. O
professor Troilo de Cancelaris sobressaiu-
se como mestre das Partidas Dobradas,
método que ele ensinava sob o título de
“método de Veneza”. Pelo motivo da
ausência de provas materiais, acredita-se
que o método era ensinado mais
oralmente do que em textos. Mas o
processo e o ensino do método parece
ter-se difundido mais na prática, nas
próprias empresas do que mesmo nas
escolas. Mas há indícios que o mais
famoso centro de difusão e aprendizagem
do método foi Veneza.
O Oriente Médio, segundo se comprova
pelos acervos dos Museus, notadamente
o de Istambul, abrigou o aparecimento de
obras de Contabilidade, inclusive de um
certo avanço, como a de Manzederani, no
século XIV. Tudo leva a crer que desde o
século IX tais obras circulassem e
algumas são conhecidas, mas até hoje
não conseguiu provar que as mesmas se
referissem, mesmo inequivocamente, as
Partidas Dobradas como aquela
desenvolvida na Itália. Quando a Idade
Média na Europa foi de “sombras” a do
Oriente médio foi de “Luzes”, o ambiente
cultural árabe era muito evoluído e a obra
de Al-Kwarizmi sobre as matemáticas
abrigava normas e sinais Contábeis,
Forma de Documentos, Divisão de Débito
e Crédito, Estrutura das Partidas, Contas
Auxiliares, Regras para escriturar as
Partidas de Registros de Variações
Patrimoniais, Déficits e Superávits,
Transferências de Contas, Regras de
composição de Documentos Livros
Contábeis (Diário, Razão, Despesas,
Armazéns, Mercadorias, Contas
Financeiras, Construções, etc) e Casos
Especiais de Registros. Com isso, vemos
que a obra de Mazenderani é
evoluidíssima para sua época. Obras
distintas se editariam apenas na Europa
nos séculos XV e XVI. Mazenderani
afirmava que apesar de não ser geral a
compreensão na sua época da
importância da contabilidade, os negócios
do estado e das empresas não poderiam
obter sucesso sem o uso da mesma.
Prenunciou que a corrupção domina onde
falta o controle contábil, especialmente no
Poder Público. Sem dúvida a linguagem e
pensamento do autor árabe parecem ser
nesse particular um escrito feito para os
dias atuais principalmente com um Brasil
cheio de escândalos vindo de corrupção e
a sua obra, de fato, é algo que enobrece o
conhecimento contábil.
A primeira obra impressa que difundiu as
Partidas Dobradas é de autoria de Frei
Luca Pacioli e foi inserida em uma obra
de aritmética, Geometria, Proporçoes e
Proporcionalidade, editada em 1494, por
Paganino dei Paganini, em Veneza.
Depois de Paciolo vários compêndios
foram editados, no século XVI, todos
impressos, praticamente, seguindo a linha
que o frei adotara, mas alguns
apresentaram consideráveis avanços em
matéria conceitual e técnica. A literatura
contábil, no século XVI, a partir de
Paciolo, teve 27 difusores novos sendo o
primeiro em 1522. O advento da
imprensa, inequivocamente, acelerou a
difusão, em pouco tempo, do que tantos
séculos estivera limitado ao Oriente Médio
e a Itália, nos séculos seguintes
ensejaram o aparecimento de muitos
valiosos trabalhos de diversos autores,
sempre em linha ascendente de
progresso cultural. Embora a imprensa
tivesse se dedicado mais as obras
religiosas e as do mundo clássico latino,
aquelas contábeis conseguiram proliferar
e dar oportunidade a uma expressiva
evolução.
O início da Contabilidade no
Brasil
Dando desenvolvimento a evolução da
contabilidade, como será o
desenvolvimento da contabilidade no
Brasil? Quem foram os propulsores da
então Ciência no Brasil?
Com a evolução da Sociedade no Brasil
houve a necessidade dos controles
contábeis para o desenvolvimento das
primeiras Alfândegas que vieram a surgir
em 1530. Esses fatos demonstravam as
preocupações iniciais com o ensino
comercial da área contábil, pois, no ano
de 1549 são criados os armazéns
alfandegários e para controle destes,
Portugal nomeou Gaspar Lamego como o
primeiro Contador Geral das terras do
Brasil, cuja expressão era utilizada para
denominar os profissionais que atuavam
na área pública.
Então foi criada a primeira espécie do que
seria hoje a Receita Federal, a Casa dos
Contos, criada em 16 de julho de 1679,
órgão responsável por processar,
fiscalizar e analisar as receitas e
despesas do Brasil.
Mas a mola propulsora da nossa ciência
foi sem dúvidas a Chegada da Família
Real em 1808 nas nossas Terras, que
proporcionou o desenvolvimento
socioeconômico e cultural, devidos as
várias ocorrências tais como: abertura dos
portos às nações amigas, a colônia
passou a comercializar produtos de outros
países, além de Portugal; a criação do
Banco do Brasil, originando a emissão do
papel moeda, mais devido ao déficit dos
cofres públicos fechou no ano seguinte; a
criação da Imprensa Régia, permitindo a
atividade impressora, (somente o governo
tinha permissão para imprimir), sendo
publicado o primeiro jornal do Brasil e
criação do Museu Nacional e da
Biblioteca Real, atualmente Biblioteca
Nacional.
O desenvolvimento social que ocorria
naquele período, aliado a expansão da
atividade colonial provocou um aumento
nos gastos, exigindo um melhor controle
das contas públicas e receitas do Estado,
e para este fim foi implantado o órgão
denominado Erário Régio. Com a
instalação do Erário Régio, foi introduzido
o método das partidas dobradas, já
utilizado em Portugal. O órgão era
composto por um presidente com funções
de Inspetor Geral, um contador e um
procurador fiscal, incumbido de fazer toda
arrecadação, distribuição e administração
financeira e fiscal.
E temos como referência oficial da
escrituração e registros contábeis foi
através do pronunciamento do Príncipe
Regente D. João VI, como pode ser visto
abaixo:
Mas para ser capaz de escriturar no
Brasil era necessário estudar aulas de
comércio, sendo essas aulas lecionadas
aqui e originários de Portugal e
preparavam os empregados do comércio
para o exame da Junta Comercial.
As Aulas de Comércio no Brasil foram
citadas em 1808, através do decreto do
Príncipe Regente D. João VI:
Apesar dos estímulos da área pública, o
ensino comercial não se desenvolvia
devido, principalmente ao desinteresse da
população. O ensino levou quase cem
anos para estruturar-se sendo
consolidado após o movimento do Grêmio
do Guarda-livros de São Paulo para
criação do curso. E em 1902 foi fundada
a Escola Prática de Comércio, atualmente
Fundação Escola de Comércio Álvares
Penteado, que funciona com a missão
que há um século lhe foi outorgada pelos
fundadores: formar profissionais com
excelência de ensino.
Com a balança comercial desfavorável no
Brasil pela escassez de um produto forte
para exportação. Houve então a
necessidade de uma maior carga
tributário, surgiu assim a primeira
tentativa de implantar o imposto de renda.
Outro ponto marcante foi o Código
Comercial Brasileiro criado com o intuito
de regulamentar as práticas e os
procedimentos contábeis, impondo a
partir daí a fazer a escrituração dos livros,
demonstrando os fatos patrimoniais
sendo isso outorgado no ano de 1850
pelo Imperador D. Pedro II.
No ano de 1869 foi criado a Associação
dos Guarda-Livros da Corte, sendo
reconhecido oficialmente no ano seguinte
pelo Decreto Imperial nº 4.475, este fato
foi importante, pois estava constituído o
guarda-livros, como a primeira profissão
liberal do Brasil. O guarda-livros, como
era conhecido antigamente o profissional
de Contabilidade, era um profissional ou
empregado incumbido de fazer os
seguintes trabalhos da firma: elaborar
contratos e distratos, controlar a entrada
e saída de dinheiro, através de
pagamentos e recebimentos, criar
correspondências e fazer toda a
escrituração mercantil. Exigia-se que
estes profissionais tivessem domínio das
línguas portuguesa e francesa, além de
uma aperfeiçoada caligrafia, demonstrado
através das publicações abaixo:
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Rio de Janeiro, 23/01/1850.
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  • 3.
  • 4. A contabilidade na Antiguidade A evolução da contabilidade anda de mãos dadas com o desenvolvimento do homem. E podemos dizer que a contabilidade é tão antiga quanto ao homem civilizado, homem esse pensante e levado pela ambição vinda da sua natureza. Surgindo assim, a necessidade do homem fincar seus pés em sua própria terra e controlar sua produção, medir sua riqueza avaliar e evoluir seu patrimônio. No período das cavernas desenhos rupestres nas paredes das cavernas muitas das vezes autoexplicativos como traços regulares um do lado do outro representando a quantidade de animais domésticas por eles, o desenho das culturas agrícolas desenvolvidas representado os períodos dos anos do seu cultivo. Assim, era desenvolvido a contabilidade a mensuração do patrimônio no período das cavernas. No período Neolítico, a transmissão oral das atividades apreendidas era possível dentro de um pequeno grupo, porém, em agrupamentos maiores tornava-se importante encontrar novas formas de transmissão. Um sinal qualquer deixado por alguém não podia ficar sujeito a diferentes interpretações, precisava ter um significado específico. Para os antigos, esse é o início da escrita. Decorrido algum tempo ocorreu uma evolução do processo, os símbolos foram usados para sons, passando as imagens a adquirir formas e significados. Podemos dizer assim, pasmem, mas a contabilidade existOutros dizem em torno de 6.000 A.C. Resquícios e considerações sobre a ‘’Contabilidade Rudimentar’’ na Bíblia mas especificamente no Livro do Jô. Encontra-se informes e registros contábeis na Babilônia de aproximadamente 3000 A.C. e há 4.000 anos. Assim podemos pensar até que a contabilidade nasceu antes mesmo de um meio de escrita comum entre os povos. Como por exemplo na antiga Suméria, uma época na qual não havia moeda, escrita comum e nem ao menos moeda, o homem pastor utilizando da Contabilidade Rudimentar e realizando o “inventário” dos seus rebanhos após o período de inverno, avaliando assim suas perdas e custos desse período e repetindo esse processo de avaliação no próximo inverno. Estão vendo assim amigo leitor que esses são evidência de uma Balanço? Eu creio que sim e vocês? Alguns atribuem a criação dos métodos contábeis aos templos religiosos pois os mesmos eram os responsáveis pelo registro e controle das apurações de custos, controle de produtividade, orçamento e os gastos. Engraçado pensar que eram os religiosos os detentores do conhecimento contábil. Mas voltando a discussão inicial, os seus registros eram feitos em pranchas de argila estabelecendo símbolos padrões para o entendimento dos outros escribas. Com desenvolvimento do homem em sua própria terra com cultivo e utilização de técnicas de irrigação, logo surgiram os excedentes agrícolas que possibilitaram o emprego de outra parte da população para manufatura e comércio. Era o início da Urbanização e o Aperfeiçoamento da Contabilidade como Ciência.
  • 5. Luca Pacioli e o método das Partidas Dobradas O ambiente para a publicação e propagação do método das partidas dobradas foi perfeito. Como uma planta precisa de um solo rico em nutrientes para sobreviver e crescer, Luca Pacioli teve o ambiente da Renascença, época rica no avanço da cultura e das artes. É verídico de que o método digráfico (partidas dobradas) não saiu da mente engenhosa de Paciolo, mas ao mesmo deve-se o mérito de sua publicação. Mas por que o mérito de sua publicação? É o que veremos agora. IL Paciolo (a título de curiosidade, existem duas pronúncias do nome, uma é referente quando pronunciado o nome completo, por isso ‘’Luca Pacioli’’, a outra se refere à pronúncia apenas do sobrenome, por isso ‘’Il Paciolo’’) era coevo de Leonardo da Vinci, de Michelangelo, do magnífico Maquiavel e outros que viveram na época de ouro da civilização mundial que brilhava na Itália. O ambiente era de uma Itália de lutas, invasões, mas de forte teor intelectual, com o renascer da filosofia platônica muito incentivada pelo ‘’pai da pátria’’ Cosme de Médici. Acredita-se que a ida de Paciolo para Veneza dar-se pelo motivo de emprego, onde sua cidade natal (Sansepolcro) não tinha oportunidade. Aos 20 anos empregou-se na casa do próspero comerciante Antônio Rompiaci. Crer-se como pedagogo dos seus filhos ensinando o conhecimento que adquiriu em Sansepolcro em aritmética e de supostamente de partidas dobradas. O conhecimento sobre comércio citando o Prof. Federigo Melis foi obtido em Veneza, e que teve como o seu ponto mais alto a publicação de uma obra dedicada aos filhos de Rompiaci onde o mesmo os lecionou. Não há material histórico sobre a referida obra, mas sabemos que a mesma existiu pelo fato de ser mencionada na “Suma”. Diz-se que Paciolo movido por sua inquietude cultural em busca de novos conhecimentos dirigiu-se a Roma onde residiu no domicílio de um grande mestre renascentista, conhecido como Alberti onde o mesmo teve grande influencia sobre Paciolo principalmente na sua religiosidade onde o influenciou a entrar na ordem dos padres franciscanos. Frei Luca Pacioli após alguns anos da sua entrada na ordem dos franciscanos foi lecionar matemática em Perugia onde se firmou no magistério e porventura se consolidou escritor com uma obra pequena mais muito parecida com a “Sumula”. De Perugia o frei se deslocou para Veneza, onde ficou pouco tempo viajando e localizando-se em Zara onde escreveu seu terceiro livro de Matemática que também se perdeu. De Zara, volta a Toscana, depois a Florença e depois a Perugia. Depois vai a Roma para lecionar. Depois de muitas viagens volta a Veneza para revisar sua obra “Suma de Aritmética, Geometria, proporções e Proporcionalidade”. De sua conclusão até a sua publicação foram decorridos sete anos pelo motivo das condições da época e pela preferência das editoras por livros mais procurados como a Bíblia, obras do latim clássico etc. Foi amigo íntimo de Da Vinci onde o influenciou sobre as leis das “Divinas Proporções” onde o mesmo utilizou os ensinamentos de
  • 6. Paciolo no esboço da pintura “Sagrada Ceia”. Paciolo faleceu em 1517 e foi enterrado em sua cidade natal Sansepolcro. O surgimento de quando e onde do método das partidas dobradas é incerto, alguns historiadores relatam que vinheram de Roma, outros de Gênova e ainda outros de uma região da Itália chamada de “Toscanal” onde Paciolo nasceu. Mas há relatos que o método é ainda mais antigo e tem suas origens no Oriente Médio. Voltando as origens, acredita-se que foram os sumero-babilônios os autores do sistema de “débito e crédito”, baseado na intuição mental do que “é meu” e do que “é seu”. Mesmo antes da escrita e até mesmo da aprendizagem do homem sobre o cálculo já havia a preocupação e desenvolvimento das formas de “guardar memória” das contas de forma organizada. O mais antigo documento que se conhece, por “Partidas Simples”, com a tendência de ser admitido como uma base evolutiva para o sistema digráfico é um fragmento de um livro de banqueiros florentinos que operavam em Bolonha na Itália, de 1211. Nesta fase já se separava o “haver” e o “deve” com destaque, em colunas distintas, de “cima” e de “baixo” em linhas horizontais, com barras. Outro fator importante que pode ter um peso a favor da evolução das partidas dobradas foi a evidenciação que Leonardo Fibonacci deu com a vantagem da escrituração por números arábicos, quando a escrituração era feita por números romanos. Como o ambiente “cheirava” a evolução, acredita-se que tais ocorrências tinham influído no aparecimento, das “duplas inscrições”. As duplas inscrições baseavam-se em livros abertos para diversas finalidades, denominadas pela cor das capas. Evidentemente um débito de um livro tinha que coincidir com o crédito do outro. Outra hipótese para o aparecimento das partidas dobradas é a de que, inevitavelmente, o que se debita a uma conta termina-se por creditar a outra e quando há preocupação em organizar e evidenciar toda movimentação inevitavelmente chega-se ao registro duplo. Todas essas hipóteses, embora plausíveis e muito convincentes não nos levam a afirmativas que nos conduzam à convicção sobre o nascimento real do método. Tudo nos leva a crer que não existe um autor das partidas dobradas, como tal reconhecido, pois não existem obras e nem referências ao mesmo. É importante ressaltar que o método das partidas dobradas circulava muito antes de Paciolo. Livros orientais e manuais de ensino prático são trabalhos que circularam como “manuscritos”. Obra feita pela imprensa, todavia, só a de Luca Pacioli pode ser reconhecida como a primeira e só ela alcançou consagração. Nos séculos XIV e XV as escolas não ensinavam apenas só aritmética. Ensinavam também Contabilidade e técnica comercial. Foram elas a semente de uma coordenação de conhecimentos que visou à evolução empresarial. O professor Troilo de Cancelaris sobressaiu- se como mestre das Partidas Dobradas, método que ele ensinava sob o título de “método de Veneza”. Pelo motivo da ausência de provas materiais, acredita-se que o método era ensinado mais oralmente do que em textos. Mas o processo e o ensino do método parece ter-se difundido mais na prática, nas próprias empresas do que mesmo nas escolas. Mas há indícios que o mais famoso centro de difusão e aprendizagem do método foi Veneza. O Oriente Médio, segundo se comprova pelos acervos dos Museus, notadamente o de Istambul, abrigou o aparecimento de
  • 7. obras de Contabilidade, inclusive de um certo avanço, como a de Manzederani, no século XIV. Tudo leva a crer que desde o século IX tais obras circulassem e algumas são conhecidas, mas até hoje não conseguiu provar que as mesmas se referissem, mesmo inequivocamente, as Partidas Dobradas como aquela desenvolvida na Itália. Quando a Idade Média na Europa foi de “sombras” a do Oriente médio foi de “Luzes”, o ambiente cultural árabe era muito evoluído e a obra de Al-Kwarizmi sobre as matemáticas abrigava normas e sinais Contábeis, Forma de Documentos, Divisão de Débito e Crédito, Estrutura das Partidas, Contas Auxiliares, Regras para escriturar as Partidas de Registros de Variações Patrimoniais, Déficits e Superávits, Transferências de Contas, Regras de composição de Documentos Livros Contábeis (Diário, Razão, Despesas, Armazéns, Mercadorias, Contas Financeiras, Construções, etc) e Casos Especiais de Registros. Com isso, vemos que a obra de Mazenderani é evoluidíssima para sua época. Obras distintas se editariam apenas na Europa nos séculos XV e XVI. Mazenderani afirmava que apesar de não ser geral a compreensão na sua época da importância da contabilidade, os negócios do estado e das empresas não poderiam obter sucesso sem o uso da mesma. Prenunciou que a corrupção domina onde falta o controle contábil, especialmente no Poder Público. Sem dúvida a linguagem e pensamento do autor árabe parecem ser nesse particular um escrito feito para os dias atuais principalmente com um Brasil cheio de escândalos vindo de corrupção e a sua obra, de fato, é algo que enobrece o conhecimento contábil. A primeira obra impressa que difundiu as Partidas Dobradas é de autoria de Frei Luca Pacioli e foi inserida em uma obra de aritmética, Geometria, Proporçoes e Proporcionalidade, editada em 1494, por Paganino dei Paganini, em Veneza. Depois de Paciolo vários compêndios foram editados, no século XVI, todos impressos, praticamente, seguindo a linha que o frei adotara, mas alguns apresentaram consideráveis avanços em matéria conceitual e técnica. A literatura contábil, no século XVI, a partir de Paciolo, teve 27 difusores novos sendo o primeiro em 1522. O advento da imprensa, inequivocamente, acelerou a difusão, em pouco tempo, do que tantos séculos estivera limitado ao Oriente Médio e a Itália, nos séculos seguintes ensejaram o aparecimento de muitos valiosos trabalhos de diversos autores, sempre em linha ascendente de progresso cultural. Embora a imprensa tivesse se dedicado mais as obras religiosas e as do mundo clássico latino, aquelas contábeis conseguiram proliferar e dar oportunidade a uma expressiva evolução.
  • 8. O início da Contabilidade no Brasil Dando desenvolvimento a evolução da contabilidade, como será o desenvolvimento da contabilidade no Brasil? Quem foram os propulsores da então Ciência no Brasil? Com a evolução da Sociedade no Brasil houve a necessidade dos controles contábeis para o desenvolvimento das primeiras Alfândegas que vieram a surgir em 1530. Esses fatos demonstravam as preocupações iniciais com o ensino comercial da área contábil, pois, no ano de 1549 são criados os armazéns alfandegários e para controle destes, Portugal nomeou Gaspar Lamego como o primeiro Contador Geral das terras do Brasil, cuja expressão era utilizada para denominar os profissionais que atuavam na área pública. Então foi criada a primeira espécie do que seria hoje a Receita Federal, a Casa dos Contos, criada em 16 de julho de 1679, órgão responsável por processar, fiscalizar e analisar as receitas e despesas do Brasil. Mas a mola propulsora da nossa ciência foi sem dúvidas a Chegada da Família Real em 1808 nas nossas Terras, que proporcionou o desenvolvimento socioeconômico e cultural, devidos as várias ocorrências tais como: abertura dos portos às nações amigas, a colônia passou a comercializar produtos de outros países, além de Portugal; a criação do Banco do Brasil, originando a emissão do papel moeda, mais devido ao déficit dos cofres públicos fechou no ano seguinte; a criação da Imprensa Régia, permitindo a atividade impressora, (somente o governo tinha permissão para imprimir), sendo publicado o primeiro jornal do Brasil e criação do Museu Nacional e da Biblioteca Real, atualmente Biblioteca Nacional. O desenvolvimento social que ocorria naquele período, aliado a expansão da atividade colonial provocou um aumento nos gastos, exigindo um melhor controle das contas públicas e receitas do Estado, e para este fim foi implantado o órgão denominado Erário Régio. Com a instalação do Erário Régio, foi introduzido o método das partidas dobradas, já utilizado em Portugal. O órgão era composto por um presidente com funções de Inspetor Geral, um contador e um procurador fiscal, incumbido de fazer toda arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal. E temos como referência oficial da escrituração e registros contábeis foi através do pronunciamento do Príncipe Regente D. João VI, como pode ser visto abaixo:
  • 9. Mas para ser capaz de escriturar no Brasil era necessário estudar aulas de comércio, sendo essas aulas lecionadas aqui e originários de Portugal e preparavam os empregados do comércio para o exame da Junta Comercial. As Aulas de Comércio no Brasil foram citadas em 1808, através do decreto do Príncipe Regente D. João VI: Apesar dos estímulos da área pública, o ensino comercial não se desenvolvia devido, principalmente ao desinteresse da população. O ensino levou quase cem anos para estruturar-se sendo consolidado após o movimento do Grêmio do Guarda-livros de São Paulo para criação do curso. E em 1902 foi fundada a Escola Prática de Comércio, atualmente Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, que funciona com a missão que há um século lhe foi outorgada pelos fundadores: formar profissionais com excelência de ensino. Com a balança comercial desfavorável no Brasil pela escassez de um produto forte para exportação. Houve então a necessidade de uma maior carga tributário, surgiu assim a primeira tentativa de implantar o imposto de renda. Outro ponto marcante foi o Código Comercial Brasileiro criado com o intuito de regulamentar as práticas e os procedimentos contábeis, impondo a partir daí a fazer a escrituração dos livros, demonstrando os fatos patrimoniais sendo isso outorgado no ano de 1850 pelo Imperador D. Pedro II. No ano de 1869 foi criado a Associação dos Guarda-Livros da Corte, sendo reconhecido oficialmente no ano seguinte pelo Decreto Imperial nº 4.475, este fato foi importante, pois estava constituído o guarda-livros, como a primeira profissão liberal do Brasil. O guarda-livros, como era conhecido antigamente o profissional de Contabilidade, era um profissional ou empregado incumbido de fazer os seguintes trabalhos da firma: elaborar contratos e distratos, controlar a entrada e saída de dinheiro, através de pagamentos e recebimentos, criar correspondências e fazer toda a escrituração mercantil. Exigia-se que estes profissionais tivessem domínio das línguas portuguesa e francesa, além de uma aperfeiçoada caligrafia, demonstrado através das publicações abaixo: Classificados do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 23/01/1850.
  • 10.