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Paredes Exteriores 
Andrea Espírito Santo Nº20093664 Andreia Freire Nº20092205 Susana Cavaco Nº20076801 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011
Paredes Exteriores Construções II 
Índice 
Introdução _______________________________________________________3 
Definição ________________________________________________________4 
Paredes Exteriores ________________________________________________7 
Exigências Funcionais _____________________________________________9 
Características que uma parede deve possuir_________________________10 
Solicitações Impostas ás Paredes __________________________________11 
Solicitações Especiais ____________________________________________13 
Patologias______________________________________________________14 
1.1 Humidade do Solo__________________________________________15 
1.2 Humidade de Infiltração _____________________________________16 
1.3 Humidade de Obra __________________________________________18 
1.4 Fissuração de alvenarias, Infiltração, Condensação e 
Eflorescências ________________________________________________18 
1.5. Fissuras __________________________________________________24 
Soluções Construtivas 
1. Alvenaria de Terra 
1.1 Paredes de Taipa _____________________________________32 
1.2 Paredes de Adobe ____________________________________33 
2. Paredes de Pedra ____________________________________________35 
3. Paredes de Madeira __________________________________________38 
3.1 Paredes Simples ________________________________________39 
3.2 Paredes Duplas _________________________________________39 
3.3 Painéis OSB ____________________________________________40 
4. Paredes de Vidro 
4.1 Tijolos de Vidro ________________________________________41 
4.2 Vidro Exterior Colado ___________________________________46 
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Paredes Exteriores Construções II 
4.3 Vidro Exterior Agrafado _________________________________47 
5. Paredes de Betão 
5.1. Paredes Betão Simples ________________________________49 
5.2. Parede de betão ciclópico ______________________________49 
5.3. Parede de betão armado _______________________________50 
6. Paredes de painéis metálicos tipo sandwich _____________________53 
7. Alvenaria de tijolos de barro vermelho __________________________54 
8. Paredes simples e paredes duplas com caixa-de-ar _______________61 
9. Alvenaria de blocos de betão simples ___________________________63 
10. Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado (tipo "Ytong")____67 
11. Alvenaria de blocos de betão de argila expandida (tipo "Leca") ____70 
12. Painéis pré-fabricados pesados ______________________________78 
13. Painel pré-fabricado arquitectónico de fachada _________________79 
14. Paredes de Bloco de Gesso __________________________________80 
15. Fachada Ventilada __________________________________________81 
Resumo ________________________________________________________93 
Conclusão ______________________________________________________95 
Bibliografia _____________________________________________________96 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 3
Paredes Exteriores Construções II 
Introdução 
No âmbito da disciplina de Construções II foi nos proposto realizar um trabalho 
teórico sobre as paredes exteriores, assim sendo, decidimos realizar uma 
exaustiva pesquisa sobre os diferentes tipos de soluções construtivas para este 
efeito. 
Para além disso pretendemos antes falar de alguns dos problemas que podem 
surgir nas paredes e definir o que são as paredes exteriores. 
A principal função das paredes exteriores, em conjunto com os pavimentos 
exteriores e coberturas, consiste em estabelecer uma barreira entre os ambientes 
exterior e interior, de modo a que o ambiente interior possa ser ajustado e mantido 
dentro de determinadas condições. 
Uma parede exterior deve reunir uma série de requisitos: antes de mais deve ser 
estável e a sua durabilidade deve ser assegurada durante um determinado 
período de tempo, enquanto que actua como uma barreira para o vento, chuva, 
radiação solar, calor, ruído, fogo, insectos, animais e até humanos. 
A maior parte da área da envolvente exterior dos edifícios corresponde à área das 
paredes exteriores – fachadas e empenas. É através das paredes exteriores que 
se processa a maior parte das trocas térmicas entre os ambientes interior e 
exterior. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 4
Paredes Exteriores Construções II 
Definição 
As paredes são elementos verticais opacos, com eventuais aberturas. 
A sua principal função, em conjunto com os pavimentos exteriores e coberturas, 
consiste em estabelecer uma barreira entre os ambientes exterior e interior, de 
modo a que o ambiente interior possa ser ajustado e mantido dentro de 
determinadas condições. 
Uma parede exterior deve reunir uma série de requisitos: antes de mais deve ser 
estável e a sua durabilidade deve ser assegurada durante um determinado 
período de tempo, enquanto que actua como uma barreira para o vento, chuva, 
radiação solar, calor, ruído, fogo, insectos, animais e até humanos. 
As paredes podem ter ainda funções estruturais, designam-se de: 
• Paredes resistentes 
• Paredes de enchimento simples; 
• Paredes de enchimento duplas. 
As suas funções são: 
Divisão e fechamento de ambientes 
Suportar cargas verticais e transmiti-las as fundações 
Suportar cargas horizontais e transmiti-las as fundações 
Paredes que não têm funções estruturais, servem para: 
Divisão e fechamento de ambientes 
Segundo a sua posição na construção, distinguem-se: 
Paredes de fachada – são as paredes exteriores, destinadas a ser vistas depois 
das ruas ou dos jardins. São particularmente cuidadas tanto do ponto de vista das 
disposições arquitectónicas como do acabamento da execução. 
Paredes de empena – estas paredes exteriores são construídas no limite de duas 
propriedades e podem ser comuns a dois imóveis vizinhos. Estas paredes são 
objecto de leis muito importantes sobre o seu modo de construção e sobre os 
direitos e deveres dos proprietários. Como não são destinadas a ser vistas o seu 
acabamento é geralmente muito grosseiro. 
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Paredes Exteriores Construções II 
Paredes divisórias – são paredes interiores destinadas a reduzir quer o vão dos 
pavimentos, uma vez que as distâncias entre paredes exteriores é demasiado 
grande, quer a suportar pequenas cargas localizadas. 
A maior parte da área da envolvente exterior dos edifícios corresponde à área das 
paredes exteriores – fachadas e empenas. É através das paredes exteriores que 
se processa a maior parte das trocas térmicas entre os ambientes interior e 
exterior. 
Geralmente, são construídas com uma caixa-de-ar ou por apenas um pano de 
grande espessura, (com blocos que incorporem materiais isolantes). 
Nestas paredes devemos ter em conta o nível estético para o qual temos 
variadíssimos revestimentos. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 6
Paredes Exteriores Construções II 
Paredes Exteriores 
As exigências básicas das paredes exteriores são a sua impermeabilidade á 
chuva, o isolamento térmico e acústico, ser permeável ao vapor de água e possuir 
resistência mecânica. 
Com caixa de ar 
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Paredes Exteriores Construções II 
Sem caixa-de-ar 
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Paredes Exteriores Construções II 
Exigências funcionais 
Exigências de segurança 
• Segurança e estabilidade estrutural; 
• Segurança contra riscos de incêndio; 
• Segurança contra intrusões; 
• Capacidade de permitirem suspensão de equipamentos pesados. 
Exigências de saúde e de conforto 
• Conforto higrométrico; 
• Conforto acústico; 
• Estanqueidade ao ar e à água; 
• Conforto visual; 
• Higiene. 
Exigências de economia 
• Durabilidade e funcionalidade 
As funções básicas de uma parede são muito semelhantes às da pele – têm que 
resistir às agressões exteriores não podendo, no entanto, ser completamente 
impermeáveis, pois tem de respirar. 
No interior de um edifício são produzidos vapor de água que precisam de ser 
evacuados e absorvidos, quando isso não acontece surgem as desagradáveis 
manchas de humidade por isso mesmo temos que ter muita atenção na 
concepção das paredes exteriores. 
As chamadas pontes térmicas são pontos da fachada mal isolados que tem 
efeitos negativos no edifício, visto que provocam condensações internas de vapor 
de água contribuindo também para significavas perdas de energia a longo prazo. 
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Paredes Exteriores Construções II 
Características que uma parede deve possuir 
As paredes devem ter estabilidades em relação a: 
• Acção do vento ( não se soltarem elementos de revestimento); 
• Deformação da estrutura por sobrecargas; 
• Acção dos sismos; 
• Deformação térmica ; 
• Impulsos do terreno; 
• Deformação devido à humidade com o passar do tempo; 
• Choque de corpos estranhos; 
• Fogo; 
• Conferir isolamento acústico; 
• Resistir aos ultra-violetas sem perder cor e resistência; 
• Oferecer segurança contra a intrusão; 
• Ser estanque à água; 
• Ter um bom comportamento higrotérmico, ser permeável ao vapor de 
água; 
• Conferir conforto térmico; 
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Paredes Exteriores Construções II 
Solicitações impostas às paredes 
Solicitações físicas e mecânicas 
Esforços de compressão 
Surgem devido ao próprio peso dos elementos e das cargas das lajes sustentadas 
pelas paredes 
Esforços de flexão 
Surge devido às cargas de vento, forças horizontais, perpendiculares aos planos 
das paredes externas, ocasionando nestes painéis esforços de flexão 
Esforços de tracção 
Esforços provocados pela cedência do elemento construtivos de suporte da 
parede. Cedência das fundações no caso das paredes resistentes ou cedência da 
estrutura do edifício no caso das paredes de compartimentação. 
Esforços de impacto 
São esforços provocados por exemplo por acidentes de viação em zonas urbanas 
ou por actos de vandalismo, ou pelo impacto de objectos transportados por ventos 
de elevada intensidade. 
Solicitações impostas pela acção continuada dos agentes climatéricos 
Variações de temperatura 
As variações de temperaturas podem limitar a durabilidade das paredes ocorrendo 
ao longo de toda a vida das paredes e estruturas, de uma forma cíclica, com 
maior ou menor intensidade, consoante esta se encontre mais ou menos exposta 
ao meio ambiente, e em particular ao efeito directo do sol. Consoante os 
revestimentos adoptados daí a variação de aquecimento/arrefecimento que 
estabilizam a temperatura no interior do edifício ao longo do dia e também do ano. 
Estas alterações podem provocar significativas acções de dilatação e retracção 
dimensionais que podem originar fissuras. 
Variações de humidade 
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Paredes Exteriores Construções II 
A acção da água é uma das causas principais de deterioração dos materiais, uma 
vez que percorre muito facilmente o interior das estruturas dos materiais. Para 
além da água da chuva que entra em contacto directo com o material, seja pela 
superfície absorvente, seja por fissuras que nela existam, os restantes fenómenos 
que determinam a entrada de água no interior do material são a sua capilaridade e 
higroscopicidade própria. 
Ciclos e gelo e degelo 
Pode haver deterioração do material, se o material for muito poroso absorve muita 
água, no momento em que a água congela , passa a estado sólido ocupa um 
volume superior em relação a quando estava no estado liquido. Provocando um 
aumento de pressão, resultando na ocorrência de fendas, desagregação e 
consequente deterioração do material. 
Os materiais mais susceptíveis à acção de gelo são os que apresentam muitos 
poros pequenos e poucos grandes. 
Corrosão superficial 
Uma das causas químicas de deterioração reside na acção dos ácidos 
atmosféricos que são transportados pela água até à superfície do material. 
A chuva ácida causa um processo de erosão directa, transportando ácidos que 
atacam a estrutura do material desagregando-o. 
Infestação bacteriológica 
As causas mais frequentes da acção biológica são a formação de 
microorganismos nas superfícies, tais como fungos, líquenes e algas. Estes 
provocam uma alteração do aspecto e por vezes implicam uma desagregação das 
mesmas. 
Contaminação química 
Causada pelos dejectos de animais ou por terrenos contaminados, sendo 
usualmente absorvida pela capilaridade dos materiais da base das paredes. 
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Paredes Exteriores Construções II 
Solicitações especiais 
Exposição a elevadas temperaturas 
Exposição directa ao fogo 
A finalidade da segurança contra incêndios, é não só garantir aos ocupantes dos 
edifícios, segurança em caso de incêndio, como também limitar os danos 
causados quer aos próprios edifícios, quer aos edifícios adjacentes. Os elementos 
construtivos das paredes devem ser concebidos de forma a impedir a propagação 
de um incêndio do maior período de tempo possível, que não poderá ser inferior 
aos limites fixados pela legislação. 
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Paredes Exteriores Construções II 
Patologias 
Os fenómenos patológicos com maior expressão nas paredes são a fissuração e 
os defeitos associados a acção da humidade. E importante distinguir as situações 
em que a fissuração atinge a parede como um todo das que afectam somente os 
revestimentos, já que as causas que lhes são inerentes diferem. A fissuração do 
suporte esta normalmente associada a fenómenos de movimentos da fundação, 
concentração de cargas externas, ataques químicos, acção do gelo, deformação 
da estrutura de suporte (estruturas de betão armado) e variações geotérmicas. A 
presença de humidade, de diversas origens (humidade de construção, humidade 
do terreno, humidade de precipitação / infiltrações, humidade de condensação, 
humidade devida a fenómenos de higroscopicidade e humidade devido a causas 
fortuitas), nas paredes pode acelerar a degradação das características mecânicas 
dos materiais e originar o aparecimento de fluorescências ou criptoflorescencias. 
Compete aos revestimentos dar um importante contributo a impermeabilização 
das paredes, mas deve ser a parede no seu todo a garantir as exigências de 
estanqueidade. 
Causas da Patologias: 
Causas Humanas: 
o Concepção e Projecto: 
– Ausência de projecto; 
– Má concepção; 
o Causas Humanas: 
– Quantificação inadequada de acções. 
o Execução 
– Qualidade dos materiais; 
– Não conformidade entre o projecto e o que foi executado; 
– Má interpretação do projecto. 
o Utilização: 
– Alteração das condições de utilização previstas; 
– Remodelações e alterações mal estudadas. 
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Paredes Exteriores Construções II 
Outras Causas 
o Acções naturais: 
– Físicas (gravidade, temperatura, vento,etc); 
– Químicas (oxidação, carbonatação, chuva ácida); 
– Biológicas (raízes, fungos, aves); 
o Desastres naturais: 
– Sismo; 
– Tempestade; 
– Cheias, etc. 
– Desastres de causas humanas: 
– Fogo; 
– Explosão, etc; 
1.1. Humidade do solo 
A humidade do solo é também chamada humidade ascensional 
Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de 
forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre um 
fenómeno de ascensão capilar da água. Para evitar esse fenómeno, além da 
drenagem do terreno e da protecção das fundações, deve colocar-se uma 
barreira hígrica, de forma contínua, ao longo das paredes, na horizontal, 
abaixo das zonas funcionalmente mais relevantes. 
A humidade aparece normalmente nas paredes dos pisos inferiores dos 
edifícios, caves e rés-do-chão subindo cerca de 2m acima da cota solo. Para 
evitar este tipo de situação é necessário que antes de se iniciar a obra haja 
uma análise correcta do tipo de solo e da existência ou não de lençóis 
freáticos na zona de construção. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 15
Paredes Exteriores Construções II 
É a principal causa das manifestações de humidade nas alvenarias velhas, 
nos andares em cave e mesmo a níveis ligeiramente superiores ao do terreno 
ou da via pública. A entrada e o espalhamento deste tipo de humidade são 
devidos essencialmente ao fenómeno físico da capilaridade. Pode-se 
caracterizar, por isso, como um fenómeno que se manifesta por forma 
inversa à gravidade. 
Forma de prevenir 
O projectista da obra deve planear correctamente a mesma de modo a 
suprimir ou minimizar as anomalias, visto que neste tipo de patologia a 
reparação apresenta grandes problemas. 
Sendo assim deve: 
• Evitar a construção em terrenos impregnados de água; 
• Aplicar sistemas de drenagem que afastem as águas das fundações; 
• Execução de valas periféricas em caves situadas abaixo dos níveis 
freáticos; 
• Interposição de revestimentos estanques horizontais e verticais; 
• Utilização de materiais densos e pouco permeáveis nos elementos de 
construção em contacto com o terreno; 
• A medida mais eficaz é manter uma drenagem conveniente do terreno de 
fundação. 
1.2. Humidade de infiltração 
É aquela causada pela penetração directa da água no interior dos edifícios 
através de suas paredes. É muito frequente esse tipo de humidade em subsolos 
que se encontram abaixo do nível do lençol freático. 
Normalmente, este tipo de humidade tem origem nas águas pluviais que com a 
ajuda do vento embatem contra as paredes exteriores dos edifícios. 
Com a intensificação de chuvas, são comuns problemas de humidade e 
infiltrações em apartamentos e casas, acarretando grande desconforto e rápida 
degradação da construção devido à formação de mofos e degradação nas 
pinturas das paredes. Além disso, essa humidade pode significar um risco à 
saúde dos moradores, uma vez que os ambientes húmidos são mais susceptíveis 
a proliferação de fungos. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 16
Paredes Exteriores Construções II 
Embora as infiltrações possam ocorrer em qualquer área das paredes quer pelo 
uso de materiais inadequados, quer pela má execução dos trabalhos, existem 
sempre alguns pontos de maior vulnerabilidade no edifício onde as infiltrações são 
mais frequentes, tais como: 
– Juntas de argamassas de assentamento de tijolos; 
– Ligações dos panos de alvenaria com elementos da estrutura e com 
caixilharias de vãos; 
– Áreas desagregadas de rebocos exteriores que são fissurados ou 
fendidos; 
Forma de Prevenir 
Para evitar este tipo de patologias deve escolher-se os materiais mais 
adequados e a execução dos trabalhos segundo as regras. 
Outras medidas que podem ajudar a evitar este tipo de situação são o tipo de 
revestimento exterior da parede, impermeabilização ou hidrofugação desses 
mesmos paramentos, aplicação de pára-chuvas ou construção de paredes 
duplas. 
A impermeabilização é obtida através da aplicação de materiais de natureza 
betuminosa que são uma barreira mecânica à passagem da água, no estado 
líquido e no estado gasoso, pela parede. 
Na hidrofugação é evitada a penetração da água por capilaridade, os 
produtos aplicados, concebidos à base de silicones, recobrem os poros dos 
materiais aplicados tornando-os não molháveis e permitem que a parede 
continue a respirar pelo facto de não serem impermeáveis ao vapor. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 17
Paredes Exteriores Construções II 
1.3. Humidade de obra 
Decorrente da execução dos edifícios e que, em regra, diminui gradualmente até 
desaparecer. 
Podem ocorrer vários tipos de anomalias devidas quer à evaporação, quer ao 
simples facto de os materiais terem um teor de água superior ao normal; 
A água ao evaporar-se pode provocar expansões ou destaques de alguns 
materiais, ou dar origem à ocorrência de condensações em virtude da diminuição 
da temperatura superficial dos materiais; 
O excesso de teor em água provoca manchas de humidade ou condensações. 
Esta patalogia caracteriza-se pela destruição da pintura que se esfarela, 
destacando-se da superfície, podendo inclusive, destacar com parte do reboco. 
Normalmente é causado pela reacção química dos sais lixiviados, pela acção da 
agua que ataca as tintas ou adesivos de revestimentos. 
Formas de prevenir: 
A forma mais eficaz de evitar estas anomalias é deixar decorrer um período de 
tempo após a construção, antes de ocupar o edifício, durante o qual a humidade 
dos materiais tenderá para o seu valor normal. 
Quando a aplicação de materiais putrescíveis devem-se esperar o tempo 
suficiente de secagem dos materiais com que contactam ou, em alternativa, 
imunizar aqueles que encontram os efeitos de uma possível humidificação. 
1.4. Fissuração de alvenarias, Infiltração, Condensação e Eflorescências 
As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser 
proveniente: 
a) Do solo (eflorescências junto ao chão); 
b) Por infiltração (manchas de água); 
c) Por condensação (fungos ou bolores); 
d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. 
Estas podem ter diversas designações em função da sua abertura, podendo 
identificar-se como: 
• Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm; 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 18
Paredes Exteriores Construções II 
• Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm; 
• Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm. 
As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou 
profundas – quando a sua extensão atinge os elementos estruturais. 
Alvenaria com manchas de água Juntas de argamassa de dimensão 
inexplicável 
Humidade na construção Eflorescências 
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Paredes Exteriores Construções II 
Condensações, fungos e bolores 
Causas para as patologias 
As causas das anomalias são de natureza muito diversa, podem estar 
relacionadas com razões de natureza estrutural ou à presença de água e à acção 
dos agentes climatéricos. 
As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes: 
• Humidade ascensional. Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam 
com solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos 
porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água. 
• Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos 
ou do entupimento das tubagens. 
• Deficiente isolamento térmico das paredes. 
• Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção 
térmica, ou deficiências estruturais do edifício; 
• A inexistência de juntas de expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como 
“juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de extensão considerável conduz, 
frequentemente, a fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e 
destacamento de revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver 
movimentos naturais de expansão ou contracção - resultantes de variações de 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 20
Paredes Exteriores Construções II 
teor de humidade ou temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por 
ausência ou inadequação das referidas juntas. 
• O apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas. As 
assimetrias de resistência térmica das fachadas conduzem ao fenómeno 
conhecido por “pontes térmicas” cujo efeito se impõe evitar ou, pelo menos, 
minimizar, e que se traduz numa perda de energia significativa e na formação de 
condensações superficiais internas com consequente formação de fungos e 
bolores. O fenómeno das condensações superficiais interiores, é um fenómeno 
complexo cuja solução passa sempre pela conjugação da ventilação (e/ou 
redução da produção de vapor de água), do aquecimento interior e do reforço de 
isolamento térmico. 
• Deficiente execução da caixa-de-ar de paredes duplas. Uma das funções 
principais da caixa-de-ar das paredes duplas é a protecção do interior da 
habitação contra a acção da água da chuva. Em complemento, contribui para a 
resistência térmica da parede. Para cumprir a sua acção contra a humidade deve 
ter capacidade de drenagem das águas infiltradas e da condensação resultante da 
migração de vapor de água do interior para o exterior, através da parede. Uma 
fraca ventilação da caixa-de-ar contribui eficazmente para a desejável secagem 
da parede. 
• Erros na utilização de pinturas impermeáveis. Para prevenção de futura 
fissuração, mero receio do envelhecimento da parede ou correcção de anomalias, 
recorre-se, por vezes, à aplicação de tintas de elevada elasticidade e 
estanquidade à água (em geral designadas por “membranas”) mas é imperioso 
garantir que sejam permeáveis ao vapor de água e não tenham o efeito de 
barreiras pára-vapor. Caso isso não aconteça, é muito grande a probabilidade de 
condensação na face fria do isolante na caixa-de-ar (com a sua eventual 
deterioração e redução da resistência térmica) ou na face exterior da parede, sob 
a tinta, formando bolsas de água de dimensão significativa. 
• Preparação e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais. Os 
rebocos hidráulicos tradicionais para revestimento de fachada estão bem descritos 
na bibliografia técnica nacional e têm vantagem em ser executados em 2 ou 3 
camadas, com teor decrescente de ligante para o exterior, para melhorar a sua 
resistência e diminuir a fissuração. Devem evitar-se argamassas muito ricas em 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 21
Paredes Exteriores Construções II 
cimento, quantidade excessiva de água de amassadura e areias com elevados 
módulos de finura. A protecção contra o calor, o vento e a chuva e a preparação 
do suporte são condições essenciais para o sucesso do reboco. 
• Movimento de assentamento das fundações, e falta de resistência adequada dos 
lintéis superiores ou de arcos de descarga, que pode conduzir a esforços de 
flexão excessivos e fissuras verticais. 
• Juntas de dilatação inadequadas - A inexistência de juntas de 
expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como “juntas de dilatação”) nas 
paredes de alvenaria de extensão considerável conduz, frequentemente, a 
fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e destacamento de 
revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver movimentos naturais 
de expansão ou contracção - resultantes de variações de teor de humidade ou 
temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por ausência ou 
inadequação das referidas juntas. Estes movimentos, uma vez impedidos, vão 
equivaler, em termos de efeito mecânico, a uma deformação imposta e, 
consequentemente, a uma significativa tensão interna da alvenaria, com maior 
expressão, em geral, na direcção horizontal. A situação é agravada se os 
materiais apresentarem movimentos irreversíveis significativos. 
• Ausência de grampeamento em paredes duplas - As paredes duplas são 
concebidas, em geral, para funcionar em conjunto, somando e por vezes 
aumentado os seus desempenhos individuais em aspectos relativos à 
estabilidade, ao comportamento térmico, à protecção contra a humidade, etc. Para 
que tal aconteça, em termos mecânicos, exige-se um grampeamento entre os 2 
panos, com uma densidade de 2 a 3 grampos/m2. Para que o grampeamento seja 
eficaz e não acarrete anomalias inesperadas, os grampos devem apresentar 
resistência e mecânica adequada e durabilidade, facilidade de fixação e 
pingadeira intercalar. 
• Protecção inadequada contra a humidade ascensional - Quando as paredes de 
alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de 
elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da 
água. Este fenómeno tem consequências conhecidas e de difícil solução: (i) 
acumulação de sais visíveis na superfície da parede; (ii) degradação da tinta e dos 
revestimentos (rebocos ou estuques) numa faixa de altura variável, em geral, junto 
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Paredes Exteriores Construções II 
à base das paredes do piso térreo; (iii) manchas nos revestimentos interiores na 
faixa referida; (iv) descolamento de revestimentos cerâmicos ou equivalentes. 
• Aplicação inadequada de revestimentos cerâmicos - No que diz respeito às 
Infiltrações, elas são devidas frequentemente à deficiente pormenorização e 
execução de remates e capeamentos, mas também à fissuração das paredes de 
suporte. Recorde-se que o revestimento cerâmico de fachadas não deve ser 
considerado um revestimento de estanquidade, pelo que a sua interacção com o 
suporte (incluindo caixa-de-ar, quando existe, e respectiva drenagem) são 
fundamentais para um equilíbrio dinâmico do teor de humidade da parede ao 
longo do ano sem redução significativa do seu desempenho. 
Imagens das patologias: 
Alvenaria exterior sem caixa-de-ar (não evita infiltrações de água) 
Soluções para as possíveis patologias 
Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a 
causa. No que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções 
encontradas são as seguintes: 
a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos 
impermeabilizantes. 
b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas. 
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c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na 
envolvente exterior dos edifícios. 
d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução 
passa pela limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no 
mercado. Nos casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da 
estrutura. 
Fenda numa alvenaria 
1.5. Fissuras 
As fissuras podem se formar por uma série de fatores, os mais comuns são: 
• Retração das argamassas devido à dosagem inadequada da argamassa ou 
betão, ausência de cura principalmente na ocorrência de vento e calor 
excessivo, emprego de areia inadequada e ou contaminada, tempo 
insuficiente de hidratação da cal eventualmente utilizada , etc. 
• Má aderência do revestimento à estrutura. 
• Falta de juntas de dilatação ou movimentação que absorvam a 
deformabilidade da estrutura. 
• Recalques de fundação. 
1.5.1. Fissurações por retracção plástica 
As argamassas com alto teor de finos consomem mais água de amassamento, o 
que ocasiona maior retracção na secagem e, se o revestimento não for executado 
correctamente, podem aparecer fissuras na forma de “mapa” por todo o 
revestimento. 
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A granulometria do agregado também influencia o aparecimento de fissuras. 
Areias mais finas tendem a consumir mais água, aumentando a retracção por 
secagem. 
A humidade relativa do ar também influência o aparecimento de fissuras por 
retracção plástica. Regiões onde a humidade relativa do ar é elevada, onde 
existem altas temperaturas e há a presença de ventos, provoca um aumento na 
taxa de evaporação da água da argamassa fresca, o que por sua vez vai 
aumentar as oportunidades do aparecimento de fissuras por retracção plástica. 
A variação térmica do revestimento também é uma das principais causas do 
aparecimento de fissuras. O aparecimento deste tipo de fissuras irá depender, 
sobretudo, do módulo de deformação da argamassa – quanto maior for o módulo, 
maior é a tendência de fissuração. 
Revestimentos executados continuamente sobre juntas de dilatação da estrutura 
de betão, podem apresentar fissuração e desprendimento do revestimento dessa 
região. 
1.5.2. Fissuras causadas por excessivo carregamento de compressão 
As paredes de alvenaria solicitadas por carregamentos verticais de compressão 
podem apresentar, dois mecanismos de ruptura: 
Fissuras verticais e fissuras horizontais 
As fissuras verticais decorrentes de esforços transversais de tracção induzidos 
nos tijolos pelo atrito da superfície da junta da 
argamassa com a face inferior dos tijolos. 
A argamassa ao ser comprimida, geralmente, 
deforma-se mais do que o tijolo, tendendo a expandir 
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lateralmente e a transmitir tracção lateral ao tijolo. Paredes resistentes de 
alvenaria devem ser construídas com tijolos de alta resistência à compressão 
assentados com argamassas cuja resistência seja inferior à dos tijolos e tenha 
menor módulo de deformação. 
As fissuras horizontais resultam das imperfeições nos tijolos ou na própria 
execução da parede que por sua vez vai provocar concentrações de tensões de 
compressão ao longo dos septos longitudinais externos dos tijolos, provocando o 
seu esmagamento. Algumas paredes portantes são erroneamente construídas 
com tijolos ou blocos com furos horizontais. 
A ruptura provoca o surgimento de fissuras horizontais ao longo dos septos de 
uma das faces da parede. 
Este mecanismo provoca ruptura brusca. 
Situações onde fissuras são causadas por excessivo carregamento vertical, tais 
como apoios de vigas em paredes sem coxim de 
betão e pilares de alvenaria não convenientemente 
dimensionados. 
A limitação das flechas dos pavimentos e a 
concepção das paredes, são dois aspectos nos quais 
se pode incidir, para determinar medidas preventivas 
para evitar a fissuração de alvenarias. 
Situações onde as fissuras são causadas pelo excessivo carregamento vertical, 
tais como apoios de vigas e pilares de alvenaria não dimensionadas 
convenientemente. 
Grandes tensões de compressão também podem ocorrer de forma inclinada nos 
cantos inferiores de paredes de alvenaria construídas em estruturas em pórtico, 
decorrentes da deformação vertical das vigas. 
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1.5.3. Fissuras provocadas pela actuação de sobrecargas nas alvenarias 
Fissuração de alvenaria causada por flexão lateral da 
parede 
Fissuração de alvenaria causada por sobrecarga 
vertical. 
Fissuração de alvenaria devido a cargas concentradas 
Fissuração da alvenaria estrutural devido à actuação de 
sobrecargas (falta de cimbramento / armaduras horizontais 
na parede); Devido à cargas verticais concentradas, 
sempre que não houver uma correcta distribuição dos 
esforços através de coxins ou outros elementos, poderão 
ocorrer esmagamentos localizados e formação de fissuras a 
partir do ponto de transmissão da carga 
Fissuração da alvenaria devido a sobrecargas verticais 
em paredes com vãos. Em trechos com a presença de 
aberturas, haverá considerável concentração de tensões 
no contorno dos vãos. No caso da inexistência ou 
subdimensionamento de vergas e contravergas, as 
fissuras se desenvolverão a partir dos vértices das 
aberturas. 
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1.5.4.Fissurações causadas por variações de temperatura 
A retracção ou a dilatação dos materiais de construção, resultado das variações 
de temperatura, é a causa deste tipo de fissuração de alvenaria. 
As fissuras de origem térmica também podem surgir devido a movimentações 
diferenciadas entre elementos de um componente, entre componentes de um 
sistema e entre regiões distintas de um mesmo material. 
Este tipo de fissuras pode enquadrar-se num dos três tipos seguintes: 
Dilatação das paredes 
Este aspecto pode ocorrer devido ao comprimento excessivo das paredes sem 
juntas de dilatação, ao contacto das faces da parede com temperaturas muito 
diferentes ou à acção directa de intensas fontes de calor. 
Dilatação da estrutura do edifício 
Se se tratar de estrutura aparente, pode provocar movimentos que embora não a 
venham a afectar, pode provocar fissuração da alvenaria. 
Dilatação da cobertura 
As fissuras resultantes das variações dimensionais do último piso manifestando-se 
por movimentos horizontais de amplitude variável, podem provocar anomalias 
importantes nas paredes do último piso. 
A junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, a 
exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas e a gradiente de 
temperaturas ao longo do mesmo elemento, são alguns dos motivos que também 
podem provocar este tipo de fissuras. 
A variação de temperatura é obviamente mais sensível nas áreas mais expostas 
ao sol como as coberturas e as paredes exteriores. 
As fissuras resultantes da dilatação de paredes, são de forma geral verticais e 
com espessuras até 3 mm. 
O aparecimento de fissuras entre a alvenaria e a estrutura, verticais ou inclinadas, 
com abertura variável, consoante a época do ano, e, ainda, aumentando de 
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largura nos pisos mais elevados, são manifestações da dilatação da estrutura do 
edifício. 
A dilatação da cobertura pode originar a fissuração das paredes do último piso 
quer por corte, quer por flexão. No primeiro caso – por corte – as fissuras são 
sensivelmente rectilíneas e, por vezes, inclinadas junto dos cunhais; As paredes 
solicitadas por movimentos alterados, conforme as estações do ano, podem 
romper por flexão em zonas de menor resistência. 
Fissura horizontal provocada pela dilatação da 
laje de cobertura 
Para prevenir as anomalias resultantes da dilatação de paredes e da estrutura do 
edifício, pode-se executar juntas de dilatação e de ligações pouco rígidas entre as 
paredes e a estrutura do edifício. 
As soluções construtivas que pretendem evitar os efeitos da dilatação das 
coberturas, são variadas, porém podem-se dividir por três grandes grupos: 
- As que permitem a livre dilatação da cobertura em relação às paredes por 
interposição de camadas de materiais como chumbo, feltros betuminosos e 
neoprene. 
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- As que limitam os movimentos da cobertura por uma previsão criteriosa de 
juntas de dilatação e de isolamento térmico da mesma. 
- As que aumentam a resistência das paredes ao corte e à flexão por incorporação 
de montantes de betão armado. 
A transformação de fissuras em juntas de dilatação preenchidas por um material 
elástico, e eventualmente, disfarçadas por um cobre-juntas, é uma solução que 
pode ser aplicada às fissuras causadas pela dilatação de paredes ou da estrutura 
do edifício. 
Para reparar as anomalias resultantes das dilatações da cobertura, por deficiência 
de isolamento térmico, poderão ser reparadas recorrendo à aplicação de um 
isolamento complementar combinado com medidas que eliminem ou disfarcem as 
fissuras. 
1.5.5. Fissurações causadas pelos assentamentos de fundações 
Formas de manifestação 
Na origem de assentamentos diferenciais 
podem estar associadas várias causas 
como a consolidação do terreno, a 
existência de fundações de um mesmo 
edifício sobre terrenos diferentes, a 
construção de fundações de diferentes 
tipos, fundações sobre aterros, etc. 
A característica geral deste tipo de 
fissuras é o facto de essas fissuras afectarem igualmente os elementos 
estruturais, nomeadamente os nós de intersecção de vigas e pilares onde se 
geram concentração de tensões. 
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Medidas preventivas 
A realização de um estudo geotécnico prévio, é uma medida preventiva 
necessária para, em fase de projecto, se poderem adoptar as soluções 
construtivas necessárias de forma a evitar os assentamentos diferenciais, ou 
menos menos, reduzir os seus efeitos. 
A execução de cintas nas paredes e a execução de ligações não-rígidas entre os 
elementos estruturais, também podem ser medidas a adoptar para evitar ou 
reduzir os efeitos na estrutura sob os assentamentos diferenciais. 
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Soluções Construtiva 
1. Alvenaria em Terra 
1.1. Paredes em Taipa 
Taipa -blocos de terra compactada em moldes, paredes monolíticas. 
Esta técnica de construção encontra-se entre as mais antigas. A sua origem 
remonta há época das civilizações Caldeias e Assírias do crescente fértil 
Mesopotâmico, constituindo posteriormente também uma prática construtiva das 
civilizações romana e árabe, principalmente em zonas de fraca pluviosidade. 
Este processo encontra-se espalhado um pouco por todo o mundo, no Yémen 
encontra-se a cidade de Shibam, totalmente construída em terra, cujos edifícios 
chegam a atingir os 8 pisos. 
Em Portugal existem grandes manchas de construção em terra, tanto no Alentejo 
como no Algarve. 
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1.2. Parede de Adobe 
As paredes de adobe, são construídas segundo as mesmas regras para o tijolo. 
Este tipo de construção, apesar de ser uma das mais antigos, não é muito vulgar, 
existindo principalmente na região do Distrito de Setúbal e Algarve. 
Adobe ou tijolo cru é feito em terra moldada, à mão ou com a ajuda de pequenos 
moldes de madeira e com formas diversas, formando blocos ou tijolos geralmente 
secos ao sol antes de serem usados na construção. 
A moldagem dos blocos é feita com uma forma de madeira rudimentar, 
normalmente construída pelo operário no local e denominada adobeira. As 
espessuras das paredes neste tipo de construção rondam os 35 cm. 
Como inconvenientes, tem a vulnerabilidade de ser fraco na estabilidade face a 
sismos e a esforços laterais provocados pela fluência das cargas da cobertura. 
Para contrariar estas fraquezas, eram em muitos casos reforçados com a 
introdução de testemunhos ou gigantes. Por isso não era indicado para a 
construção de grandes edifícios. 
0 adobe só deverá ser rebocado e tratado com rebocos à base de cal apagada, ou 
por intermédio de uma caiação directa sobre ele com a intenção de o proteger das 
acções atmosféricas, principalmente da água. 
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Por ser facilmente degradado pela água, só pode ser executada sobre fundações 
de alvenaria de pedra ordinária, geralmente em xisto com cerca de 0,60 m acima 
do solo, a partir da qual se dá inicio à construção da parede, evitando assim as 
humidades ascendentes. 
Tipologias de paredes em adobe 
• Paredes exteriores e interiores. 
• Calendário idêntico ao das construções em taipa. 
• Terras apropriadas: 54% a 75% de areia e de 25% a 43% de 
ligantes (10% a 25% de silte e 15% a 18% de argila) e até 
3% de fibras orgânicas (palha). 
Fases construtivas 
1) Execução dos tijolos (moldes adobeiros); 
2) Secagem (quanto mais tempo melhor) e armazenamento dos tijolos; 
3) Execução das fundações (semelhante à taipa) e das fiadas; 
4) Execução das juntas; 
5) Abertura de vãos. 
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2. Paredes em Pedra 
As paredes em pedra pode ser de dois tipos: de cantaria e de alvenaria. 
o Nos trabalhos de cantaria não se faz o uso de argamassas para o 
assentamento das pedras. 
Quando as pedras têm uma forma mais irregular procuram-se melhorar o 
seu assentamento preenchendo-se os espaços com pedras de pequenas 
dimensão. 
o Nos trabalhos de alvenaria de pedra, as pedras são assentes com 
argamassas. 
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A alvenaria de pedra já é usada desde à milhares de anos, por isso existem 
monumentos de grande valor patrimonial, cultural e arquitectónico, feitos em 
alvenaria de pedra, onde a sua conservação e reabilitação tem que ser feita com 
conhecimentos suficientes, para não se perder esta rica herança deixada pelos 
nossos antepassados. 
Nos edifícios antigos, por vezes, apenas se preserva a fachada original, 
substituindo a estrutura em alvenaria resistente, pelo já tão conhecido betão 
armado. 
Este tipo de intervenções existe devido à falta de conhecimento sobre as técnicas 
e os materiais usados neste tipo de edifícios. 
A pedra é um material resistente e apresenta vantagens económicas quando o 
seu sitio de extracção está perto. 
Em Portugal a pedra foi um material muito utilizado em tempos no Sul – o calcário, 
no Norte e nas Beiras – granito e xisto e na Madeira – o basalto. 
As alvenarias de pedra têm uma diversificada constituição interna, dependendo 
da época, dos costumes e do local de construção. São caracterizadas por uma 
grande irregularidade geométrica e falta de homogeneidade material, resultando 
da diversidade de características dos materiais utilizados. 
As pedras utilizadas podem ser de diversa natureza, forma e dimensão, regulares 
e irregulares, e podem apresentar-se ligadas com terra, argila e argamassas 
geralmente de fraca qualidade e que raramente envolvem completamente as 
pedras. 
É um material compósito heterogéneo, intrinsecamente descontínuo, com boa 
resistência á compressão, fraca resistência á tracção e, sob a acção exclusiva da 
gravidade. Com um baixo risco de deslizamento. 
Processo Construtivo: 
1) Fundações; 
2) Marcação (definição da espessura); 
3) Selecção, preparação e colocação das pedras (dos cunhais e 
vãos para o centro); 
4) Preenchimento dos espaços entre pedras (escassilhos); 
5) Garantir macro irregularidades de uma fiada para a seguinte; 
6) Garantir despenhamento e verticalidade. 
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Existem varias soluções para utilizar a pedra: roladas não aparelhadas, pedras 
angulosas dispostas irregularmente com uma fase aparelhada, pedras com 
aparelho parcial dispostas em camadas e perpianho. 
Pedras roladas não aparelhadas Pedras angulosas dispostas 
irregularmente com uma fase aparelhada 
Pedras com aparelho parcial dispostas Perpianho 
em camadas 
Vantagens: 
o Bom comportamento ao fogo; 
o Bom comportamento térmico; 
o Bom isolamento acústico; 
o Quando há falta de mão-de-obra especializada, a alvenaria é mais fácil de 
construir do que uma estrutura em betão armado que tem muitos 
pormenores construtivos importantes. 
o Elevada durabilidade; 
o Comportamento da Alvenaria de Pedra ao Esforço de Corte 
o Agradável aspecto estético 
Desvantagens: 
o Diminuição da resistência quando sujeita a cargas cíclicas; 
o Limitada ductilidade, o que impõe algumas limitações em zonas sísmicas; 
o Valores de resistência á compressão baixos, comparativamente á 
resistência do betão armado; 
o Escassez mão de obra qualificada. 
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3 .Paredes de Madeira 
A madeira é um dos mais antigos materiais de construção utilizados pelo homem. 
È um material de grande beleza e de larga utilização nas construções. As suas 
características devem ser bem estudadas afim de que não sejam nem 
superestimidas e nem subestimadas, a fim de seu uso ser mais económico e com 
qualidade. 
A madeira é um dos materiais de utilização mais antiga nas construções, foi 
utilizada por todo o mundo, quer nas civilizações primitivas, quer nas 
desenvolvidas, no oriente ou ocidente. Com o advento da revolução industrial, a 
Inglaterra, como grande potência, impôs a arquitectura em metal. Com a invenção 
do concreto armado os técnicos de nível superior concentraram seus estudos no 
novo material. 
Vantagens: 
o São belas, praticas e duráveis; 
o Velocidade da construção; 
o Isolamento ( quando devidamente equipadas com materiais isolantes); 
o Construção em qualquer altura do ano. 
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3.1. Paredes Simples 
As Paredes Simples são singelas, encaixadas na horizontal umas sobre as outras. 
3.2. Paredes Duplas 
Entre as paredes é deixado um vão para preenchimento com produto isolante. 
Parede dupla 
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3.3. Painéis OSB 
O OSB é um painel estrutural de tiras de madeira orientadas perpendicularmente, 
em diversas camadas, o que aumenta suas resistência mecânica e rigidez. Essas 
tiras são unidas com resinas aplicadas sob altas temperaturas e pressão. 
Através desse processo de engenharia altamente automatizado, os painéis são 
permanentemente controlados e testados para verificar seus níveis de acordo com 
rígidos padrões de qualidade. 
Vantagens: 
o Sem problemas de nós soltos nem fendilhado; 
o Sem problemas de laminação; 
o Qualidade consistente e uniforme espessura perfeitamente calibrada 
(menos perdas); 
o Resistência a impactos; 
o Excelentes propriedades de isolamento termo acústico; 
o Atractivo a arquitectos e decoradores; 
o Rigidez instantânea em "framing construction"; 
o Preço competitivo; 
o Estabilidade de oferta durante todo o ano; 
o Esteticamente atractivo a arquitectos e designers. 
Desvantagens: 
o Assim como os demais painéis de madeira e como a própria madeira, é 
vulnerável a ambientes húmidos. 
o Em tais condições, superfície e topo devem ser recobertos ou protegidos. 
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O OSB possui óptima resistência físico-mecânica, performance de arranque a 
parafusos e possibilidade de pintura equivalente aos outros painéis estruturais. 
Outra característica é a qualidade interna, superior ao do compensado, devido a 
não conter nós e vazios. No compensado multilaminado é comum a ocorrência de 
falhas e densidades diferentes no interior que podem comprometer a resistência à 
ruptura e à elasticidade, além de influir na estabilidade do painel. 
4. Paredes em Vidro 
4.1. Tijolo de vidro 
O bloco de vidro, também conhecido como “tijolo” de vidro, é um material de 
construção que possibilita a passagem da luz do dia e a percepção da existência 
de espaços contíguos, sendo muitas vezes a solução para criar divisões, paredes 
internas e até mesmo fachadas inteiras. 
Nas medidas mais conhecidas o tijolo de vidro mede 19cm x 19cm e 8cm de 
espessura. 
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Processo Construtivo: 
1. Determina-se a quantidade de material necessário para a construção 
de seu painel de blocos de vidro. 
2. Faz-se a massa para assentamento: 
3. Utilizam-se espaçadores para assentar os tijolos 
Existem diferentes tipos de espaçadores: 
o Espaçador Normal – utilizado no encontro de 4 blocos. 
o Espaçador tipo “T” – é obtido através do tipo normal mas retira-se 
as “orelhas” e uma perna de cada lado do mesmo. 
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o Espaçador tipo “L” – é obtido do espaçador tipo retirando-se as 
"orelhas" e duas pernas de cada lado do mesmo 
4. Assenta-se o primeiro bloco de vidro no canto do painel. Para melhor 
fixação usa-se os espaçadores tipo "T" e "L" na parte inferior da 
primeira fila de blocos de vidro. Após assentado o primeiro bloco, 
verifica-se se ele está certo para o nível vertical e horizontal. 
5. Após a verificação da fileira do nivelamento, assenta-se o restante da 
fileira utilizando espaçadores tipo "T" e no final espaçador tipo "L". 
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6. Para o assentamento dos demais blocos, utiliza-se espaçadores no 
encontro destes, como pode ser visto no desenho abaixo. Jamais se 
assenta um bloco encostado no outro. 
7. Depois que todos os blocos estiverem assentados e a argamassa 
estiver seca, quebra-se a "orelha" de plástico do espaçador que ficou 
para fora. Com uma esponja húmida limpa-se os blocos antes que a 
massa seque completamente sobre as faces dos mesmos. 
Vantagens: 
o Criam ambientes bonitos com os reflexos e transparências; 
o Tem fácil manutenção, nunca exige pintura; 
o Tem elevada resistência mecânica; 
o Garante um visual moderno e está disponível em grande variedade de 
cores; 
o Capacidade de isolar o som e a temperatura do espaço adjacente; 
o Protege do fogo durante mais tempo que outros materiais; 
o Não tem nenhum problema de condensação na parte interior do bloco; 
o Taxa de luminosidade superior a 70%, chegando a 80% em bloco de vidro 
incolor, valorizando a luminosidade natural e diminuindo 
consideravelmente o custo com iluminação eléctrica durante o dia. 
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Desvantagens: 
o As alvenarias compostas de vidro não são estruturais; 
o Possuem um custo mais elevado em relação aos tijolos comuns; 
o Susceptível de fender com: assentamento de estrutura e a expansão 
térmica. 
Observações: 
Nunca se instala os blocos de vidro quando a temperatura ambiente for inferior 
a 4º C. 
Utiliza-se sempre espaçadores entre os blocos de vidro. 
Para paredes internas com área superior a 13m2, utilize ferro 3/16"(4 a 5mm) 
entre os blocos, tanto verticalmente quanto horizontalmente, para amarração dos 
mesmos. As paredes curvas deverão ser sempre reforçadas com ferro de 5mm 
independente de sua extensão. Recomenda-se o mesmo procedimento para 
paredes externas, ou seja, utilizar o ferro de 5mm horizontalmente e verticalmente 
para amarração dos blocos. As dimensões máximas de um painel de bloco de 
vidro são limitadas em altura e largura a 5m. Para a construção de um painel com 
mais de 25 m2 será necessária a utilização de vigas e pilares para reforço. 
Quando a área pretendida excede de mais de 2 metros de altura, é recomendável 
a colocação em 2 etapas, para evitar assim que a parede desabe por pressão e 
peso. Não se utiliza espátulas de aço ou qualquer outro dispositivo afiado para 
bater e assentar o bloco de vidro, pois isso poderá causar rachaduras invisíveis. 
Utilize um martelo de borracha para este fim. Não é recomendável a utilização dos 
blocos de vidro em ambientes fechados que atinjam altas temperaturas. 
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4.2. Vidro Exterior Colado 
A técnica do VEC (Vidro Exterior Colado ou Structural Glazing), resulta numa 
fachada cujo aspecto valoriza o vidro. Os componentes são colados com mástique 
de silicone que actua principalmente como elemento de transferência dos esforços 
dos componentes para os respectivos apoios. 
Ao assegurarem esta função de juntas da estrutura global, os mastiques suportam 
os esforços originados pelo vento, assim como o peso e as tensões derivadas de 
dilatações diferenciais entre os vidros e os caixilhos de suporte. Em nenhuma 
situação deverão os mastiques de silicone compensar a deformações previsíveis 
do edifício. Estas devem ser absorvidas ao nível da ligação entre os caixilhos e a 
estrutura de suporte dos vidros VEC. 
O VEC é um sistema de colagem e não um sistema mecânico propriamente dito. 
Os problemas de envelhecimento, de compatibilidade, de limpeza da superfície e 
de definição da barreira de estanquecidade são por isso fundamentais. 
Podem-se utilizar dois sistemas VEC: 
- o sistema ”2 lados” em que os vidros estão encaixados da forma clássica em 
dois dos lados com os outros colados a uma estrutura de suporte; 
- o sistema ”4 lados” ou sistema integral, em que os vidros têm os 4 cantos 
colados sobre um caixilho não visível, o que se traduz num aspecto exterior 
uniforme e sem protuberâncias. 
A equipa que projecta e monta deverá analisar em particular os seguintes 
aspectos: 
- dimensões das juntas das estruturas; 
- aderência e durabilidade dos mastiques sobre os substratos vidro e metal; 
- compatibilidade das juntas da estrutura com os diferentes tipos de juntas, 
mastiques, fundos de juntas; 
- compatibilidade das juntas da estrutura e de estanquicidade com a barreira de 
estanquicidade do vidro duplo; 
- altura da barreira de estanquicidade do vidro duplo; 
- rigidez da estrutura; 
- conjunto dos processos requeridos para a montagem; 
- controlos da qualidade da execução; 
- inspecção temporária e manutenção; 
- manutenção e possibilidades de reparação. 
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Paredes Exteriores Construções II 
4.3. Vidro exterior agrafado 
O sistema de vidro exterior agrafado surge em Portugal durante a década de 70 
em que a fachada era ainda interrompida entre pisos pelas lajes, posteriormente 
nos anos 80 foram introduzidas as fachadas que permitiam obter uma envolvente 
exterior completamente envidraçada. 
Este sistema reflecte o inicio da historia da arquitectura: fundir o interior com o 
exterior ou o exterior com o interior. 
Nos dias de hoje é um tecnologia de construção perfeitamente dominada e 
calculada, com uso generalizado, sendo mesmo um dos tipos de construção mais 
procurado não só pelos criativos mas também pelo mais comum dos utilizadores. 
Teatro Camões 
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Este sistema consta na fixação dos vidros a uma estrutura portante, por 
intermédio de peças pontuais articuladas. Consiste em suportar de forma rigorosa 
e graças às fixações articuladas, os esforços ligados ao peso próprio dos vidros e 
às cargas climáticas. 
Exemplos de grampos ou aranhas e rótulas: 
- Rótulas em aço Inoxidável para vidros de espessura até 26 mm. 
- Rótula biarticulada em aço inoxidável para vidros de espessura até 26 
mm. 
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Aranha 
Os componentes em vidro são colados com a ajuda de mástiques que funcionam 
essencialmente como elemento de transferência das tensões desses 
componentes relativamente ao seu suporte. Para se proceder á colagem do vidro 
existem vários tipos de mástiques. No entanto nem todos eles são indicados para 
este tipo de colagem. O mástique mais corrente é um selante que contem silicone 
de reticulação. 
No que se refere, ao seu peso próprio, o sistema de vidro agrafado deve possuir 
um elevado grau de resistência á tracção, tanto a nível do envidraçado como a 
nível das peças metálicas. 
5. Paredes em Betão 
5.1. Parede de betão simples 
Nestas paredes não convêm ter comprimentos superiores a 3/5 m, existe o risco 
de surgirem fissuras verticais, provenientes de tensões de retracção e de 
temperatura. 
5.2. Parede de betão ciclópico 
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Técnica tradicional actualmente em desuso. O Betão ciclópico é do que a 
incorporação de pedras denominadas “pedras de mão”. 
Estas pedras não fazem parte da dosagem do Betão e por diversos motivos, não 
devem ser colocadas dentro do camião betoneira, mas directamente no local onde 
o betão foi aplicado. 
A pedra de mão é um material de granulometria variável, com comprimentos 
entre 10 e 40 cm e peso médio superior a 5 kg por exemplar. 
Elas devem ser originárias de rochas que tenham o mesmo padrão de qualidade 
das britas utilizadas na confecção do concreto, devem ser limpas e isentas de 
incrustações nocivas à aplicação. 
O controlo tecnológico do betão é o mesmo para o betão convencional e as 
proporções entre betão e pedras de mão, devem obedecer às determinações do 
Engenheiro responsável pela obra ou do órgão contratante. 
Sua aplicação é justificada em peças de grandes dimensões e com a maquinaria 
específico, pois em pequenas obras pode gerar problemas de recebimento, 
armazenamento, transporte interno, aplicação e controle das dosagens. 
5.3. Parede de betão armado 
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Tipos de Estruturas de Paredes em Betão Armado 
É usual a construção de estruturas de paredes resistentes de três tipos: 
• Paredes de betão armado fabricadas em obra; 
• Paredes constituídas por pórticos de betão armado, preenchidos por 
alvenaria de tijolo em betonilha (caso muito corrente em empenas); 
• Paredes constituídas por painéis pré-fabricados em betão armado ou de 
alvenaria de tijolo e betão, ligados por elementos verticais (montantes) e 
horizontais (cintas), de betão armado. 
Estes três tipos de estrutura de paredes comportam-se sob a acção de forças 
horizontais, como consolas verticais. 
Características das paredes de betão armado: 
• É usado em soluções estruturais; 
• Não é usado em paredes interiores/divisórias; 
• Mau isolamento térmico 
• Bom isolamento acústico 
• Resistência ao fogo 
São utilizadas em muros de suporte de terras; em paredes de caves; em caixas 
de elevadores e de escadas; em paredes inclinadas para o exterior; em 
construções standardizadas (parede/mesa). 
1º Cofragem 
Esta operação que geralmente requer mais tempo na execução de qualquer tipo 
de obra de betão, pois é a cofragem que garante a estabilidade até que o betão 
ganhe presa, sendo esta executada de tal modo que seja fácil de retirar. 
É constituída, em geral, por tábuas de 25 a 30 mm de espessura, sustentadas por 
travessas colocadas na vertical em toda a altura da disposição das tábuas, que 
por sua vez, são apoiadas em travessa horizontais para melhor distribuição de 
forças. Para garantir a verticalidade e estabilidade da estrutura. 
2º Betonagem 
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Para a boa execução de uma parede, alem de uma cofragem eficiente, deve-se 
ter algum cuidado na betonagem. Para isso, o betão usado deve ser de boa 
qualidade e preparado de modo a oferecer o máximo de solidez e de longevidade. 
Antes de colocar o betão deve-se eliminar os resíduos de madeira e outras 
substâncias da cofragem, procedendo-se á lavagem destas para evitar a secagem 
rápida do betão junto às paredes, e consequentemente precaver a possibilidade 
de existir uma retracção elevada. 
A altura de queda do betão não deve ser superior a 2,5 m de modo a não existir a 
diferenciação dos componentes da mistura, perdendo esta sua homogeneidade. 
3º Armação 
Para decidirmos a armação de uma parede de betão, deve-se em primeiro lugar 
verificar a necessidade de uma armadura em função de esbelteza, da 
excentricidade e da carga. 
4º Descofragem 
Após o tempo necessário é feita a descofragem. Considera-se 28 dias para ter 
uma humidade residual de 2% e perda de volume de 0,5% - retracção inicial. 
Sistemas de cofragem: 
• Cofragem de madeira, em decadência pelo tempo que demora e pela 
reutilização relativa (5 a 6 vezes); 
• Painéis de contraplacado marítimo; 
• Cofragem standardizadas com face em chapa de aço ou contraplacado 
marítimo e a estrutura em aço galvanizado; 
• Cofragem deslizante ou trepante. 
O isolamento de paredes exteriores de betão pode ser resolvido de duas formas: 
1º – Isolando-se pelo exterior 
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2º – Isolando-se a laje no interior do edifício 
Vantagens da sua utilização: 
• Redução das fases de construção; 
• Rapidez na execução (2 h/8 horas fazem 12 a 18 m de parede); 
• Construção resistente e durável; 
• Eliminadas as variabilidades e ligações betão / alvenaria. 
Desvantagens: 
• Custo do investimento inicial; 
• Custo do betão; 
• Susceptível às pontes térmicas, devendo o isolamento ser global, pelo 
exterior ou pela laje no interior do edifício; 
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6. Paredes de painéis metálicos tipo sandwich 
Com esta designação, denominam-se os painéis constituídos por três camadas, 
das quais, a do meio desempenha a função específica do isolante. 
As ligações entre as camadas exteriores e interior do betão poderão ser de dois 
tipos: rígidas e não rígidas. As ligações rígidas sã obtidas no contorno, onde as 
duas camadas estão solidarizadas por betão com armaduras. Esta solidarização 
periférica é completada por outros pontos rígidos na zona corrente do painel, 
também reforçados com armaduras. 
Os principais inconvenientes deste tipo de ligação então relacionados com as 
tensões que se podem desenvolver nas ligações como consequência das 
diferenças de temperatura e/ou fluência entre as duas camadas e o facto de 
originarem pontes térmicas, sempre desfavoráveis nos painéis de fachada. 
Noutras soluções, uma das camadas, normalmente a exterior, fica suspensa da 
camada resistente do painel, não havendo qualquer ligação rígida, ou apenas 
uma. As outras ligações fazem-se normalmente com armaduras de aço inoxidável 
especialmente concebidas para o efeito, distribuídas racionalmente pela superfície 
do painel. 
Materiais plásticos (poliestireno expandido e espuma de poliuretano), lã de vidro, 
fibras minerais e aglomerados de fibra de madeira com cimento são os materiais 
de utilização mais corrente, como isolamento térmico neste tipo de painéis. 
7. Alvenaria de tijolos de barro vermelho (maciços, com furação horizontal ou 
vertical) 
Tijolos cerâmicos - Elementos fabricados por prensagem ou extrusão da argila, 
que após um processo de pré-secagem natural, passa pelo processo de queima 
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controlada sob alta temperatura, produzindo blocos maciços ou furados com 
dimensões estandardizadas e normalizadas. São tradicionalmente utilizados nas 
alvenarias de vedação nas construções. 
Paredes de alvenaria cerâmica: 
A alvenaria cerâmica é, na maioria das vezes utilizada como vedante, ou seja, tem 
como função, o preenchimento de vazio entre secções da estrutura. 
Por esse motivo a parede é “montada” de forma a oferecer ao habitante ou 
utilizador do edifício conforto a nível térmico e acústico. 
Parede exterior esta parede apresenta uma maior espessura, comparativamente 
com a parede interior, de forma a colmatar as agressões exteriores (calor, sons, 
humidades, etc…) 
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Caixa-de-ar - tem um papel fundamental no corte à entrada de humidade, esta no 
entanto deve ser bem ventilada e drenada de forma a funcionar da melhor forma. 
Paredes de tijolo maciço: 
As alvenarias de pequenos blocos são usadas nas edificações, empregando-se 
blocos cerâmicos, sílica - calcários. Para a utilização em alvenaria estrutural, 
estes devem apresentar resistência à compressão, baixa absorção de água, 
durabilidade e estabilidade dimensional 
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PAREDES SIMPLES EM ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO 
Esta solução tem um comportamento menos bom em termos de isolamento 
acústico, resistência mecânica e resistência ao choque. 
As paredes simples de alvenaria de tijolo são geralmente utilizadas apenas como 
paredes divisórias interiores, por as suas características, nomeadamente no 
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conforto higrotérmico e acústico, não as recomendarem para paredes divisórias 
Exteriores. 
O seu formato mais corrente é o 30 x 20 x 22, idêntico exteriormente ao tijolo 
furado normalizado normal. Exigem tijolos complementares para remate de 
cunhais. Podem ser com ou sem encaixe. 
No entanto, para iguais espessuras, os tijolos tipo duplex garantem maior 
isolamento térmico, devido à pseudo caixa-de-ar. Daí que o principal cuidado a ter 
são o de evitar que a argamassa penetre na caixa-de-ar. 
PAREDES DUPLAS EM ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO 
Os panos constituintes das paredes devem ser travados entre si para incrementar 
a resistência às acções Mecânicas. 
Poderão ser utilizados estribos metálicos ou não metálicos. Neste último caso 
consegue-se reduzir as pontes térmicas e fenómenos de corrosão. 
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As paredes duplas de alvenaria de tijolo são geralmente utilizadas como paredes 
divisórias exteriores, por as suas características, nomeadamente no conforto 
higrotérmico e acústico, permitindo o cumprimento das exigências funcionais. 
• A caixa-de-ar entre panos de tijolos deve ter uma espessura de pelo menos 
3cm (em geral, tem 4 a 5). É recomendável que seja ventilada, ainda que “muito 
fracamente" através de duas séries de orifícios rasgados no pano exterior em 
cada andar: uma série junto à base da parede, que assegura simultaneamente a 
drenagem das águas, e outra na parte superior. Cada uma delas tem uma área 
total de furacão inferior a 10 cm2 por metro linear de desenvolvimento da parede. 
• A base da caixa-de-ar deve ser conformada de modo a permitir a recolha e o 
encaminhamento das águas infiltradas para os orifícios de drenagem. 
• No entanto, a arquitectura do edifício nem sempre permite uma solução ventilado 
da caixa-de-ar, devendo ser adoptadas que mitiguem a ocorrência de 
condensações no seu interior. 
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Solução construtiva: 
1.Assenta-se primeiro uma fiada no pano interior; 
2. Executa-se uma caleira, geralmente em quarto de círculo, com pendentes no 
sentido longitudinal, a qual deve ser feita em argamassa de cimento e areia com 
acabamento afagado e, de preferência, revestida com um produto betuminoso 
aplicado normalmente por pintura; 
3. Juntamente com a execução da caleira, assentam-se nas zonas mais baixas 
das caleiras tubos para drenagem das águas. que possam passar através do 
pano exterior ou resultantes de condensações internas e que servem também 
para ventilação; 
4. Assenta-se uma fiada no pano exterior; 
5. Depois de assentes as duas primeiras fiadas (uma de cada lado), a caleira e os 
tubos para drenagem das águas, tapa-se o espaço entre os dois panos (caixa de 
ar) com um rolo de papel, uma régua ou serapilheira, para evitar que parte da 
argamassa de assentamento dos restantes tijolos se deposite na caleira e dificulte 
o escoamento das águas; 
6. Em seguida, deve executar-se o pano exterior a toda a altura, após o que 
deverá ser revestido com reboco afagado pela sua face interior para contrariar a 
passagem de água através da parede exterior para a caixa-de-ar; 
7. Depois da execução e revestimento da parede exterior, executa-se o pano 
interior também até à laje ou viga; 
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8. Depois dos dois panos executados, retiram-se da caleira os rolos de papel ou 
serapilheira e limpa-se completamente a caixa-de-ar; 
9. Por último, assentam-se os tijolos nos espaços deixados na 2ª fiada do pano 
interior aquando da sua execução. O travamento é conseguido deixando 
embebidos na altura da betonagem dos pilares, pequenas pontas de varões 
metálicos que são depois envolvidas pela argamassa de assentamento dos tijolos 
(não de execução fácil). Estas pontas metálicas permitem melhorar a resistência a 
esforços de origem térmica ou sísmica e a choques. 
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8. Paredes simples e paredes duplas com caixa-de-ar 
É o tipo de paredes mais executado na construção corrente por combinar um 
preço relativamente baixo com uma resposta satisfatória às exigências impostas 
pelo nosso clima e ao novo RCCTE. 
Método de execução: 
Paredes simples: 
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1. A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que 
se segue a execução da 18 fiada interior; 
2. Em seguida faz-se a meia cana ou caleira que vai rematar o fundo da caixa-de-ar 
e assenta-se depois a 18 fiada exterior, aplicando tubos em plástico para 
drenagem, proeminentes para o lado exterior e com espaçamentos de cerca de 2 
metros. 
3. Estes tubos para drenagem têm como função a recolha das águas do fundo da 
caleira. Esta terá de ter inclinação e impermeabilização apropriada (para conduzir 
as águas ao exterior), e uma proeminência relativamente ao revestimento final 
superior a 15mm. Os tubos devem ficar mais compridos para serem alinhados 
posteriormente por corte, uma vez que nesta fase ainda não há uma certeza em 
relação á espessura dos revestimentos. 
Paredes duplas: 
1. Proteger a caldeira (forrar com papel), e retirar posteriormente através de 
aberturas criadas posteriormente na 1ª ou 2ªfiadas exteriores; 
2. Utilização de uma régua horizontal, com a mesma largura da caixa-de-ar, 
suspensa, para haver recolha dos restos de argamassa que vão cair na caixa-de-ar, 
evitando de atingir a caldeira; 
3. Realização da parede interior, após a execução da parede exterior e limpeza da 
caixa-de-ar, indo de encontro ao isolante térmico rígido que serve de protecção a 
caixa-de-ar; 
4. No caso destas paredes deve também ter em atenção que o lado da parede em 
que o aspecto fica mais cuidado é aquela em que o operário está a trabalhar, 
ficando o outro lado com um aspecto mais rude e com algumas irregularidades; 
Após a execução: 
1. Assegurar o alinhamento vertical e horizontal das paredes; 
2. Aspecto geral das juntas e dimensão das juntas horizontais (tolerância de 
3mm); 
3. Completo preenchimento das juntas verticais de ligação á estrutura de betão 
armado. 
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9. Alvenaria de blocos de betão simples 
De produção bastante diversificada, realizada em geral por empresas de pequena 
dimensão e inovação técnica e de implantação regional. 
Os blocos de cimento derivam e são concorrentes do tijolo de argila cozida. Este 
surge com a intenção de alcançar maior rapidez na construção de muros, paredes 
e tabiques, com grande durabilidade, eventual melhor preço e superior resistência 
mecânica. 
Os blocos de argamassa de cimento ou simplesmente blocos de “cimento”, como 
o próprio nome indica, são produzidos a partir de argamassa de cimento 
“portland”. Os primeiros blocos de cimento fabricaram-se maciços, mas, como 
eram demasiado pesados e ficavam por elevado preço, pensou-se em aligeirá-los 
fazendo-os vazados. 
Mas os blocos para alvenaria podem ter muitas outras formas, embora as 
dimensões se aproximem sempre do que é mais vendável: 40×20×7/11/15 ou 20, 
sobretudo este último. 
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Não é muito frequente empregarem-se blocos de cimento em paredes exteriores, 
a não ser em pequenas casas ou para tapar vãos de estruturas de betão armado 
(vãos entre vigas e pilares). De facto, as principais aplicações dos blocos de 
cimento são em paredes divisórias e empenas. 
Os canais horizontais são o mais vulgar. No entanto, há quem defenda os canais 
verticais nestes blocos. Os canais horizontais permitem camadas isolantes, mas 
segundo alguns técnicos dizem que em termos de resistência à compressão só se 
aproveita uma parte da sua massa pétrea. Nos blocos com canais verticais todo o 
material pode trabalhar na transmissão de cargas. Se, com largos canais 
contíguos (blocos com canais verticais), é difícil evitar a “ventilação” no interior 
das paredes, o isolamento térmico será pior. Contudo, por outro lado, com a 
introdução de armaduras nesses canais, quando são largos, seguidas do 
enchimento com betão, formam-se verdadeiros pilares incorporados nas paredes. 
Tudo tem as suas vantagens e os seus inconvenientes, mas o que é certo é que 
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os blocos com canais verticais estão pouco implantados no mercado, em 
comparação com a enorme proliferação dos outros blocos 
Como matérias-primas empregam-se, em geral, areia e cimento “portland”, 
formando uma argamassa a endurecer à temperatura ambiente ou próxima desta. 
O traço desta argamassa varia, mas as proporções de 1:4, 1:5 e 1:6 são 
frequentes no fabrico de blocos maciços. É com esta argamassa que se enchem 
os moldes metálicos. Depois de bem comprimida a massa, são os blocos 
desmoldados, ficando 24 horas com a plataforma que forma o fundo do molde, 
depositando-se, em seguida, numa câmara húmida, onde são regadas duas vezes 
por dia, na primeira semana. Podem empregar-se no fim de 28 dias, sendo a sua 
resistência, usando os traços 1: 5 e 1: 6, cerca de 200 e 100 kg/cm², 
respectivamente. 
Quando se fabricam blocos vazados, então a massa é fortemente vibrada. 
Estas são as linhas gerais do fabrico de blocos, pois cada fabricante tem os seus 
processos particulares, quer no traço da argamassa ou do betão, quer nas 
máquinas que utiliza. 
É frequente em determinadas fábricas de produção de blocos, que usam uma 
técnica bastante avançada, às matérias-primas tradicionais (areia, cimento e 
água) juntar sarrisca (desperdícios de pedreiras ou granito finamente britado). As 
matérias-primas sólidas, que são guardadas em silos separados, são 
transportadas por tapetes rolantes até uma “central de betão”, munida de uma 
betoneira horizontal de funcionamento automático. Automaticamente o betão é, 
pois, distribuído pelos moldes, vibrado, desmoldado e transportado para estufas, 
onde a secagem é muito abreviada. Tudo em perfeita e automática sequência. O 
material é, assim, mais perfeito e o fabrico muito mais rápido. 
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Vantagens 
• Boa resistência à compressão; 
• Boa resistência ao fogo; 
• Bom isolamento acústico; 
• Facilidade de assentamento; 
• Podem ser utilizados em paredes de face à vista dado possuírem 
dimensões uniformes e faces com um aspecto agradável (embora tal seja 
subjectivo); 
• Boa aderência às argamassas, admitindo revestimentos de pequena 
espessura quando bem aplicados. 
Desvantagens 
• Dificuldade de abertura de roços: 
• Peso elevado; 
• Elevada absorção de humidade; 
• Fraco isolamento térmico. 
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10. Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado (tipo "Ytong"); 
O betão celular autoclavado surgiu em 1924 pelo arquitecto sueco Johan Axel 
Eriksson. Devido a uma pesquisa no sentido de encontrar um material que 
apresentasse boas características idênticas à madeira (estrutura sólida, bom 
isolamento térmico, facilidade de trabalho e manuseamento), mas sem as suas 
desvantagens (combustibilidade e apodrecimento com o tempo). 
Um dos nomes porque é conhecido o betão celular autoclavado, nomeadamente 
em Portugal, e que é uma das marcas comerciais, é “ytong”. 
O betão celular autoclavado é um material de construção, inteiramente natural e 
não poluente, composto por areia, cal, cimento e água. Na fase final do fabrico é 
adicionado pó de alumínio que actua como gerador de bolhas de hidrogénio no 
seio da mistura dos restantes constituintes, e que são responsáveis pela formação 
da estrutura celular deste material. 
A cura deste betão é feita em autoclave sob a acção de vapor de água em 
condições de pressão e temperatura controladas. 
Os blocos de betão celular autoclavado apresentam todas as propriedades e 
características para a construção de alvenarias de alta qualidade, nomeadamente: 
isolamento térmico excelente, elevada resistência à compressão, 
incombustibilidade e resistência ao fogo, bom isolamento acústico e facilidade de 
manuseamento. 
Os blocos com largura inferior a 15 cm têm topos planos e o seu assentamento é 
realizado com juntas verticais e horizontais delgadas, constituídas por argamassa 
especial. Os blocos com largura igual ou superior a 15 cm dispõem de uns perfis 
de encaixe tipo “macho-fêmea” nos topos para realização, por encaixe, de juntas 
verticais secas. Adicionalmente, os blocos com largura igual ou superior a 20 cm 
apresentam uma “pegas” nas zonas superiores dos topos para facilitar o seu 
manuseamento. 
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Blocos de betão celular autoclavado com e sem pegas 
O peso reduzido e a estabilidade dimensional do betão celular autoclavado são 
características ideais para a construção de alvenarias. A sua utilização em 
paredes exteriores e interiores, permite uma menor transmissão de carga, a todos 
os elementos estruturais (lajes, vigas e pilares), do que outros materiais de 
construção, para além de toda a qualidade e bem-estar oferecidos. 
Em construções industriais, devido à existência de grandes painéis de alvenaria 
corrida, o betão celular autoclavado permite rendimentos de assentamento de 
blocos ainda mais elevados, possibilitando um encurtamento significativo dos 
prazos de execução das obras. 
Um apoio técnico especializado e uma assistência à obra por técnicos do 
fabricante é fundamental para garantir a segurança da utilização dos produtos de 
betão celular autoclavado, dadas as especificidades desta nova tecnologia. 
A existência de minúsculos poros de ar oferece ao betão celular autoclavado o 
seu excelente isolamento. 
As paredes construídas com blocos de betão celular autoclavado apresentam 
elevadas resistências térmicas o que permite manter durante todo o ano 
temperaturas de conforto. No inverno as perdas térmicas pelas paredes exteriores 
são mínimas e durante o verão oferecem grande resistência à penetração do calor 
exterior. 
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As alvenarias Ytong, constituem excelentes paredes corta-fogo, atendendo às 
suas características de incombustibilidade e incomburência, que não produz 
fumos nem gases tóxicos. 
Mas a existência de juntas flexíveis penaliza a obtenção de paredes corta-fogo, 
obrigando a cuidados especiais em termos de selecção dos materiais usados no 
preenchimento das juntas e na espessura mínima de reboco a aplicar sobre estas. 
As paredes construídas com blocos de betão celular autoclavado apresentam um 
bom isolamento acústico aos ruídos transmitidos do interior para o exterior e 
oferecem uma eficiente barreira sonora aos ruídos produzidos no exterior. 
A absorção de água no betão celular autoclavado processa-se, de um ponto de 
vista global, mais lentamente do que em outros materiais de construção. A 
existência de micro-poros, separados entre si, implica uma reduzida velocidade de 
absorção. À superfície do bloco e até cerca de 5cm de profundidade, a absorção é 
mais rápida, devido à existência de micro-poros cortados, o que poderá levar a 
considerações menos correcta acerca da permeabilidade do material. 
Atendendo ao seu reduzido peso específico os blocos de betão celular 
autoclavado facilitam o trabalho do aplicador. Os blocos com espessura superior a 
15cm possuem reentrâncias que constituem “pegas” na parte superior dos topos, 
tornando ainda mais fácil o seu manuseamento. 
As peças de acerto das dimensões da obra são obtidas por simples corte com um 
serrote manual ou serra eléctrica. 
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Abertura de roços Corte com serrote 
Vantagens: 
• Leveza, facilidade de manuseamento 
• Grandes dimensões, rápida execução 
• Boa resistência a compressão 
• Bom isolamento térmico 
• Bom isolamento acústico 
• Cortam-se com facilidade 
• Fácil execução de roços 
• Boa resistência ao fogo 
• Incombustível 
• Boa durabilidade 
• Pode aplicar-se estuque ou outro acabamento sem ser necessário rebocar 
a parede e pode ser usado em panos de parede interiores e exteriores; 
Desvantagens: 
• Fraca permeabilidade 
• No caso de serem aplicados em paredes exteriores com pano simples, 
cuidados são necessários para evitar a infiltração de águas pluviais, 
nomeadamente o uso de argamassa específica para enchimento das 
juntas. 
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11. Alvenaria de blocos de betão de argila expandida (tipo "Leca") 
Argila Expandida 
A argila expandida resulta da introdução de argila pura seleccionada em fornos 
rotativos, a temperaturas elevadas, onde se dá a sua expansão controlada. Deste 
processo resulta a formação de grânulos que, no seu interior, contém milhares de 
micro poros fechados, contendo ar, conferindo ao material leveza e isolamento 
térmico. Estas propriedades, conjugadas com a sua natureza mineral, fazem da 
argila expandida um isolante térmico durável, com elevada resistência mecânica e 
inúmeras aplicações nos mais variados domínios. 
Em função das características da matéria prima e da tecnologia de queima, para 
além de outras variáveis, podemos obter argila expandida com diversas 
características para diferentes aplicações. 
A maioria dos produtores em Portugal, utiliza o betão leve com agregados leves 
de argila expandida. 
O betão leve distingue-se basicamente do betão normal pela massa volúmica. 
Assim sendo as suas exigências funcionais por proporcionarem por exemplo 
melhores desempenhos térmicos, são também substancialmente diferentes das 
dos betões normais. 
Ao betão normal é exigida resistência e trabalhabilidade, ao betão leve além 
destas duas funções também é exigida a leveza e o isolamento térmico 
Vantagens do betão leve relativamente ao betão normal: 
• Redução do peso próprio introduz menor carga nas cofragens, a massa do 
betão por ser menor, induz ao aumento da produtividade com redução do 
consumo energético. 
• Maior resistência térmica proporciona a sua aplicação em elementos onde 
o desempenho térmico é decisivo. 
• Acústica: sob determinados aspectos a aplicação dos betões leves 
proporcionam uma absorção acústica melhorada. 
Desvantagens: 
• Maior dosagem de cimento para a mesma resistência mecânica. 
• Agregados leves caros. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 72
Paredes Exteriores Construções II 
A argila expandida, dadas as suas características técnicas de isolamento e 
resistência, propiciam a criação de soluções de alvenaria inovadoras que 
respondem às oportunidades criadas pelo mercado 
Argila expandida Leca 
As propriedades do agregado leve de argila expandida Leca® são: 
• Leveza 
• Isolamento acústico 
• Isolamento térmico 
• Resistência 
• Incombustibilidade 
• Inerte 
• Produto natural inorgânico 
Conseguem-se retirar bons resultados do desenvolvimento de produtos à base de 
argila expandida, quando se conseguem compatibilizar simultaneamente as três 
exigências de desempenho: a leveza, a resistência e o isolamento térmico, num 
mesmo produto. 
Em particular a Leca®, pelo facto de ser argila natural expandida, o nível de 
emissões de CO2 é mais baixo do que outros produtos utilizados no isolamento 
dos edifícios. Também por ser um produto mineral, é durável, não tóxico e 
absolutamente reciclável, constituindo por isso, um produto base para o 
desenvolvimento de soluções sustentáveis. 
Soluções recentes de alvenaria em betão leve de argila expandida 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 73
Paredes Exteriores Construções II 
As soluções em betão leve com argila expandida Leca®, tiveram em consideração 
o isolamento térmico e o isolamento acústico, foram tratadas com particular 
interesse e culminaram com a criação dos produtos/sistemas seguintes: 
• Sound Confort 
• Isolsónico® 
• Sistema Hotskin, Bloco Térmico® revestido com sistema de isolamento térmico 
pelo exterior (E.T.I.C.S.). 
• BlocoConforto® 
• Leca® Decor 
Absorção acústica – sound confort 
O bloco sound confort é utilizado nas vias rodoviárias como barreiras acústicas. 
Garantem mais conforto para quem habita junto às estradas. 
O bloco Sound Confort, foi desenvolvido internamente e recorre ao uso de 
câmaras de Helmoltz com vista a ser eficaz nas médias frequências, no entanto 
essas câmaras possuem volume variável com o objectivo de tornar o bloco mais 
eficaz num leque de frequências mais alargado. 
O bloco é constituído em betão leve, cuja organização interna foi conseguida à 
custa da conjugação de câmaras de maior volume com outras de menor volume, 
sendo estas últimas colocadas na parte frontal e as outras na parte posterior. 
Aspecto do elemento de alvenaria 
ISOLAMENTO ACÚSTICO ENTRE FOGO – ISOLSÓNICO® 
ISOLSÓNICO® é um bloco em betão leve Leca® destinado à execução de 
alvenarias simples onde o desempenho acústico é um factor essencial. 
Uma parede simples executada com o ISOLSÓNICO®, garante um elevado 
desempenho acústico, não havendo necessidade de recorrer a panos duplos com 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 74
Paredes Exteriores Construções II 
isolamento no interior para obter valores de isolamento sonoro regulamentares. 
Esta característica torna-o particularmente apto para a aplicação em paredes de 
divisão entre fogos independentes, sendo uma alternativa acusticamente 
garantida, mais económica, em material, tempo de execução e mão de obra. 
Aspecto do elemento de alvenaria 
Vantagens 
• Desempenho acústico em paredes simples sem necessidade de isolamento 
complementar; 
• A execução da parede é simples é rápida, não exigindo mão-de-obra 
especializada; 
• Diminuição no tempo de execução da obra; 
• Poupança de custos ao nível do material e mão-de-obra; 
• Garantia do isolamento. 
SISTEMA HOTSKIN, BLOCO TÉRMICO® REVESTIDO COM SISTEMA DE 
ISOLAMENTO TÉRMICO PELO EXTERIOR (E.T.I.C.S.). 
O Sistema maxit HotSkin consiste na conjugação do Sistema de Isolamento 
Térmico pelo Exterior (ETICS) composto por isolamento térmico prefabricado 
aplicado, com a alvenaria de Bloco Térmico®. O sistema é revestido por um 
reboco armado para protecção das solicitações climáticas e mecânicas pelo 
exterior e por um reboco tradicional pelo interior. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 75
Paredes Exteriores Construções II 
O Sistema maxit HotSkin é constituído por placas de poliestireno, expandido de 
espessura variável, coladas com argamassa maxit 408 e revestidas novamente 
com este produto. O maxit 408, como barramento, é aplicado em várias camadas 
e armado com uma ou mais redes de fibra de vidro. Como acabamento é utilizado, 
geralmente, um revestimento fino, tipo maxit Mincoat, maxitScratch ou maxitRillen. 
A conjugação do sistema E.T.I.C.S. com o Bloco Térmico®, permite a optimização 
da espessura do isolante leve a colocar no exterior, porque o bloco já possui um 
isolamento térmico apreciável devido à incorporação da Leca® no betão 
constituinte. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 76
Paredes Exteriores Construções II 
Vantagens: 
• Facilidade de execução 
• Economia 
• Juntas de argamassa horizontais descontínuas 
• Isolamento Térmico e Acústico melhorado 
• Tratamento pontes térmicas 
ISOLAMENTO TÉRMICO EM ZONAS OPACAS VERTICAIS NA ENVOLVENTE 
EXTERIOR - BLOCOCONFORTO® 
Bloco constituinte de um sistema construtivo em alvenaria simples, com 
isolamento repartido, especialmente concebido para a construção de moradias e 
edifícios até 3 pisos em parede resistente. 
Alternativa a parede dupla com isolamento leve ou parede simples com sistema 
ETICS, o sistema de alvenaria com Bloco Conforto® tem um excelente 
comportamento térmico. 
O BlocoConforto® é um elemento com um comportamento exemplar no que 
respeita ao comportamento térmico. Este 
O Bloco Conforto® permite a acumulação da energia na parede, que será 
libertada quando a temperatura do espaço for mais baixa. Quando inserido em 
sistemas de construção tradicional contribuiu para a classe de resistência forte. 
O BlocoConforto® tem uma resistência à compressão e a sua geometria (largura 
de 35cm), proporciona uma estabilidade lateral à acção do vento e resistência ao 
choque de corpos sólidos, superior a uma parede constituída por dois panos de 
alvenaria de 11cm e 15cm. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 77
Paredes Exteriores Construções II 
Vantagens: 
• Isolamento repartido; 
• Tratamento pontes térmicas; 
• Paredes resistentes 
• Preparado para ser utilizado como alvenaria estrutural, reduzindo o tempo de 
execução e o custo dos materiais e cofragens, resultando numa construção de 
elevada qualidade com baixos custos. 
• Inércia térmica; 
• Montagem simples; 
• Mão-de-obra pouco especializada; 
• Tempo de execução muito inferior às paredes duplas. 
DESIGN - LECA® DECOR 
Leca®Decor constitui forma simples de fazer correcções acústicas em espaços 
como salas de espectáculo, de exposição, auditórios, salas de formação, 
restaurantes, cantinas, e inúmeros outros locais onde as características acústicas 
e arquitectónicas são fundamentais para o conforto humano e funcionalidade do 
espaço. 
Aspecto do elemento de alvenaria 
Têm uma textura única, conferida pelos grãos de argila expandida Leca® , este 
bloco face-à-vista decorativo, sem necessidade de acabamento final, destina-se a 
ser utilizado em alvenarias interiores para correcção acústica. 
Pode ser combinado com outros materiais (madeira, pedra, alumínio, vidro, por 
exemplo), tornando assim a sua aplicação particularmente versátil. Em 
determinadas circunstâncias também pode ser utilizado no exterior, tirando-se 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 78
Paredes Exteriores Construções II 
então partido das propriedades térmicas que lhe são conferidas pela argila 
expandida Leca®. 
De elevado valor decorativo, e com excelentes propriedades acústicas - absorção 
sonora superior -, permite fazer jogos de luminosidade e textura, criando 
ambientes extremamente sofisticados, acolhedores e muito confortáveis. 
12. Painéis pré-fabricados pesados 
De difícil transporte e colocação em obra e algo susceptíveis a patologias nas 
ligações; de rápida instalação, exigem uma certa repetitividade para se tornarem 
competitivos. 
Tipologias: 
-Vedações de edifícios multipavimentados 
• Painéis arquitectónicos 
• Painéis modulares auto portantes 
• Painéis de concreto celular acabados 
-Vedação de edifícios horizontais, comerciais e industriais 
• Auto-portantes 
• Estruturais 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 79
Paredes Exteriores Construções II 
13. Painel pré-fabricado arquitectónico de fachada 
É um componente pré-fabricado de dimensão especial (ou ocasionalmente 
modular) que por incorporar acabamentos, texturas, cores ou formatos especiais, 
contribui para a forma ou o efeito arquitectónico das fachadas. 
Na selecção dos painéis pré-fabricados deve-se ter em atenção: 
Vida útil e manutenção 
• Durabilidade dos materiais constituintes do painel 
• Durabilidade das fixações 
• Degradação da superfície acabada e possibilidade de acções de 
manutenção 
• Periodicidade e facilidade de manutenção 
Aspectos arquitectónicos e estéticos 
• Flexibilidade arquitectónica - detalhes, juntas, dimensões, volumetria, etc. 
• Características superficiais – cor, textura, uniformidade. 
• Manutenção das características superficiais. 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 80
Paredes Exteriores Construções II 
Fixação: 
Soldada à estrutura 
Aparafusada 
Juntas entre painéis 
Desempenho Funcional 
• Desempenho estrutural 
• Estanqueidade 
• Comportamento frente à acção do fogo 
• Desempenho acústico 
• Desempenho térmico 
ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 81
Soluções construtivas para paredes exteriores
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  • 2. Paredes Exteriores Construções II Índice Introdução _______________________________________________________3 Definição ________________________________________________________4 Paredes Exteriores ________________________________________________7 Exigências Funcionais _____________________________________________9 Características que uma parede deve possuir_________________________10 Solicitações Impostas ás Paredes __________________________________11 Solicitações Especiais ____________________________________________13 Patologias______________________________________________________14 1.1 Humidade do Solo__________________________________________15 1.2 Humidade de Infiltração _____________________________________16 1.3 Humidade de Obra __________________________________________18 1.4 Fissuração de alvenarias, Infiltração, Condensação e Eflorescências ________________________________________________18 1.5. Fissuras __________________________________________________24 Soluções Construtivas 1. Alvenaria de Terra 1.1 Paredes de Taipa _____________________________________32 1.2 Paredes de Adobe ____________________________________33 2. Paredes de Pedra ____________________________________________35 3. Paredes de Madeira __________________________________________38 3.1 Paredes Simples ________________________________________39 3.2 Paredes Duplas _________________________________________39 3.3 Painéis OSB ____________________________________________40 4. Paredes de Vidro 4.1 Tijolos de Vidro ________________________________________41 4.2 Vidro Exterior Colado ___________________________________46 ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 2
  • 3. Paredes Exteriores Construções II 4.3 Vidro Exterior Agrafado _________________________________47 5. Paredes de Betão 5.1. Paredes Betão Simples ________________________________49 5.2. Parede de betão ciclópico ______________________________49 5.3. Parede de betão armado _______________________________50 6. Paredes de painéis metálicos tipo sandwich _____________________53 7. Alvenaria de tijolos de barro vermelho __________________________54 8. Paredes simples e paredes duplas com caixa-de-ar _______________61 9. Alvenaria de blocos de betão simples ___________________________63 10. Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado (tipo "Ytong")____67 11. Alvenaria de blocos de betão de argila expandida (tipo "Leca") ____70 12. Painéis pré-fabricados pesados ______________________________78 13. Painel pré-fabricado arquitectónico de fachada _________________79 14. Paredes de Bloco de Gesso __________________________________80 15. Fachada Ventilada __________________________________________81 Resumo ________________________________________________________93 Conclusão ______________________________________________________95 Bibliografia _____________________________________________________96 ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 3
  • 4. Paredes Exteriores Construções II Introdução No âmbito da disciplina de Construções II foi nos proposto realizar um trabalho teórico sobre as paredes exteriores, assim sendo, decidimos realizar uma exaustiva pesquisa sobre os diferentes tipos de soluções construtivas para este efeito. Para além disso pretendemos antes falar de alguns dos problemas que podem surgir nas paredes e definir o que são as paredes exteriores. A principal função das paredes exteriores, em conjunto com os pavimentos exteriores e coberturas, consiste em estabelecer uma barreira entre os ambientes exterior e interior, de modo a que o ambiente interior possa ser ajustado e mantido dentro de determinadas condições. Uma parede exterior deve reunir uma série de requisitos: antes de mais deve ser estável e a sua durabilidade deve ser assegurada durante um determinado período de tempo, enquanto que actua como uma barreira para o vento, chuva, radiação solar, calor, ruído, fogo, insectos, animais e até humanos. A maior parte da área da envolvente exterior dos edifícios corresponde à área das paredes exteriores – fachadas e empenas. É através das paredes exteriores que se processa a maior parte das trocas térmicas entre os ambientes interior e exterior. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 4
  • 5. Paredes Exteriores Construções II Definição As paredes são elementos verticais opacos, com eventuais aberturas. A sua principal função, em conjunto com os pavimentos exteriores e coberturas, consiste em estabelecer uma barreira entre os ambientes exterior e interior, de modo a que o ambiente interior possa ser ajustado e mantido dentro de determinadas condições. Uma parede exterior deve reunir uma série de requisitos: antes de mais deve ser estável e a sua durabilidade deve ser assegurada durante um determinado período de tempo, enquanto que actua como uma barreira para o vento, chuva, radiação solar, calor, ruído, fogo, insectos, animais e até humanos. As paredes podem ter ainda funções estruturais, designam-se de: • Paredes resistentes • Paredes de enchimento simples; • Paredes de enchimento duplas. As suas funções são: Divisão e fechamento de ambientes Suportar cargas verticais e transmiti-las as fundações Suportar cargas horizontais e transmiti-las as fundações Paredes que não têm funções estruturais, servem para: Divisão e fechamento de ambientes Segundo a sua posição na construção, distinguem-se: Paredes de fachada – são as paredes exteriores, destinadas a ser vistas depois das ruas ou dos jardins. São particularmente cuidadas tanto do ponto de vista das disposições arquitectónicas como do acabamento da execução. Paredes de empena – estas paredes exteriores são construídas no limite de duas propriedades e podem ser comuns a dois imóveis vizinhos. Estas paredes são objecto de leis muito importantes sobre o seu modo de construção e sobre os direitos e deveres dos proprietários. Como não são destinadas a ser vistas o seu acabamento é geralmente muito grosseiro. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 5
  • 6. Paredes Exteriores Construções II Paredes divisórias – são paredes interiores destinadas a reduzir quer o vão dos pavimentos, uma vez que as distâncias entre paredes exteriores é demasiado grande, quer a suportar pequenas cargas localizadas. A maior parte da área da envolvente exterior dos edifícios corresponde à área das paredes exteriores – fachadas e empenas. É através das paredes exteriores que se processa a maior parte das trocas térmicas entre os ambientes interior e exterior. Geralmente, são construídas com uma caixa-de-ar ou por apenas um pano de grande espessura, (com blocos que incorporem materiais isolantes). Nestas paredes devemos ter em conta o nível estético para o qual temos variadíssimos revestimentos. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 6
  • 7. Paredes Exteriores Construções II Paredes Exteriores As exigências básicas das paredes exteriores são a sua impermeabilidade á chuva, o isolamento térmico e acústico, ser permeável ao vapor de água e possuir resistência mecânica. Com caixa de ar ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 7
  • 8. Paredes Exteriores Construções II Sem caixa-de-ar ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 8
  • 9. Paredes Exteriores Construções II Exigências funcionais Exigências de segurança • Segurança e estabilidade estrutural; • Segurança contra riscos de incêndio; • Segurança contra intrusões; • Capacidade de permitirem suspensão de equipamentos pesados. Exigências de saúde e de conforto • Conforto higrométrico; • Conforto acústico; • Estanqueidade ao ar e à água; • Conforto visual; • Higiene. Exigências de economia • Durabilidade e funcionalidade As funções básicas de uma parede são muito semelhantes às da pele – têm que resistir às agressões exteriores não podendo, no entanto, ser completamente impermeáveis, pois tem de respirar. No interior de um edifício são produzidos vapor de água que precisam de ser evacuados e absorvidos, quando isso não acontece surgem as desagradáveis manchas de humidade por isso mesmo temos que ter muita atenção na concepção das paredes exteriores. As chamadas pontes térmicas são pontos da fachada mal isolados que tem efeitos negativos no edifício, visto que provocam condensações internas de vapor de água contribuindo também para significavas perdas de energia a longo prazo. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 9
  • 10. Paredes Exteriores Construções II Características que uma parede deve possuir As paredes devem ter estabilidades em relação a: • Acção do vento ( não se soltarem elementos de revestimento); • Deformação da estrutura por sobrecargas; • Acção dos sismos; • Deformação térmica ; • Impulsos do terreno; • Deformação devido à humidade com o passar do tempo; • Choque de corpos estranhos; • Fogo; • Conferir isolamento acústico; • Resistir aos ultra-violetas sem perder cor e resistência; • Oferecer segurança contra a intrusão; • Ser estanque à água; • Ter um bom comportamento higrotérmico, ser permeável ao vapor de água; • Conferir conforto térmico; ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 10
  • 11. Paredes Exteriores Construções II Solicitações impostas às paredes Solicitações físicas e mecânicas Esforços de compressão Surgem devido ao próprio peso dos elementos e das cargas das lajes sustentadas pelas paredes Esforços de flexão Surge devido às cargas de vento, forças horizontais, perpendiculares aos planos das paredes externas, ocasionando nestes painéis esforços de flexão Esforços de tracção Esforços provocados pela cedência do elemento construtivos de suporte da parede. Cedência das fundações no caso das paredes resistentes ou cedência da estrutura do edifício no caso das paredes de compartimentação. Esforços de impacto São esforços provocados por exemplo por acidentes de viação em zonas urbanas ou por actos de vandalismo, ou pelo impacto de objectos transportados por ventos de elevada intensidade. Solicitações impostas pela acção continuada dos agentes climatéricos Variações de temperatura As variações de temperaturas podem limitar a durabilidade das paredes ocorrendo ao longo de toda a vida das paredes e estruturas, de uma forma cíclica, com maior ou menor intensidade, consoante esta se encontre mais ou menos exposta ao meio ambiente, e em particular ao efeito directo do sol. Consoante os revestimentos adoptados daí a variação de aquecimento/arrefecimento que estabilizam a temperatura no interior do edifício ao longo do dia e também do ano. Estas alterações podem provocar significativas acções de dilatação e retracção dimensionais que podem originar fissuras. Variações de humidade ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 11
  • 12. Paredes Exteriores Construções II A acção da água é uma das causas principais de deterioração dos materiais, uma vez que percorre muito facilmente o interior das estruturas dos materiais. Para além da água da chuva que entra em contacto directo com o material, seja pela superfície absorvente, seja por fissuras que nela existam, os restantes fenómenos que determinam a entrada de água no interior do material são a sua capilaridade e higroscopicidade própria. Ciclos e gelo e degelo Pode haver deterioração do material, se o material for muito poroso absorve muita água, no momento em que a água congela , passa a estado sólido ocupa um volume superior em relação a quando estava no estado liquido. Provocando um aumento de pressão, resultando na ocorrência de fendas, desagregação e consequente deterioração do material. Os materiais mais susceptíveis à acção de gelo são os que apresentam muitos poros pequenos e poucos grandes. Corrosão superficial Uma das causas químicas de deterioração reside na acção dos ácidos atmosféricos que são transportados pela água até à superfície do material. A chuva ácida causa um processo de erosão directa, transportando ácidos que atacam a estrutura do material desagregando-o. Infestação bacteriológica As causas mais frequentes da acção biológica são a formação de microorganismos nas superfícies, tais como fungos, líquenes e algas. Estes provocam uma alteração do aspecto e por vezes implicam uma desagregação das mesmas. Contaminação química Causada pelos dejectos de animais ou por terrenos contaminados, sendo usualmente absorvida pela capilaridade dos materiais da base das paredes. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 12
  • 13. Paredes Exteriores Construções II Solicitações especiais Exposição a elevadas temperaturas Exposição directa ao fogo A finalidade da segurança contra incêndios, é não só garantir aos ocupantes dos edifícios, segurança em caso de incêndio, como também limitar os danos causados quer aos próprios edifícios, quer aos edifícios adjacentes. Os elementos construtivos das paredes devem ser concebidos de forma a impedir a propagação de um incêndio do maior período de tempo possível, que não poderá ser inferior aos limites fixados pela legislação. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 13
  • 14. Paredes Exteriores Construções II Patologias Os fenómenos patológicos com maior expressão nas paredes são a fissuração e os defeitos associados a acção da humidade. E importante distinguir as situações em que a fissuração atinge a parede como um todo das que afectam somente os revestimentos, já que as causas que lhes são inerentes diferem. A fissuração do suporte esta normalmente associada a fenómenos de movimentos da fundação, concentração de cargas externas, ataques químicos, acção do gelo, deformação da estrutura de suporte (estruturas de betão armado) e variações geotérmicas. A presença de humidade, de diversas origens (humidade de construção, humidade do terreno, humidade de precipitação / infiltrações, humidade de condensação, humidade devida a fenómenos de higroscopicidade e humidade devido a causas fortuitas), nas paredes pode acelerar a degradação das características mecânicas dos materiais e originar o aparecimento de fluorescências ou criptoflorescencias. Compete aos revestimentos dar um importante contributo a impermeabilização das paredes, mas deve ser a parede no seu todo a garantir as exigências de estanqueidade. Causas da Patologias: Causas Humanas: o Concepção e Projecto: – Ausência de projecto; – Má concepção; o Causas Humanas: – Quantificação inadequada de acções. o Execução – Qualidade dos materiais; – Não conformidade entre o projecto e o que foi executado; – Má interpretação do projecto. o Utilização: – Alteração das condições de utilização previstas; – Remodelações e alterações mal estudadas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 14
  • 15. Paredes Exteriores Construções II Outras Causas o Acções naturais: – Físicas (gravidade, temperatura, vento,etc); – Químicas (oxidação, carbonatação, chuva ácida); – Biológicas (raízes, fungos, aves); o Desastres naturais: – Sismo; – Tempestade; – Cheias, etc. – Desastres de causas humanas: – Fogo; – Explosão, etc; 1.1. Humidade do solo A humidade do solo é também chamada humidade ascensional Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água. Para evitar esse fenómeno, além da drenagem do terreno e da protecção das fundações, deve colocar-se uma barreira hígrica, de forma contínua, ao longo das paredes, na horizontal, abaixo das zonas funcionalmente mais relevantes. A humidade aparece normalmente nas paredes dos pisos inferiores dos edifícios, caves e rés-do-chão subindo cerca de 2m acima da cota solo. Para evitar este tipo de situação é necessário que antes de se iniciar a obra haja uma análise correcta do tipo de solo e da existência ou não de lençóis freáticos na zona de construção. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 15
  • 16. Paredes Exteriores Construções II É a principal causa das manifestações de humidade nas alvenarias velhas, nos andares em cave e mesmo a níveis ligeiramente superiores ao do terreno ou da via pública. A entrada e o espalhamento deste tipo de humidade são devidos essencialmente ao fenómeno físico da capilaridade. Pode-se caracterizar, por isso, como um fenómeno que se manifesta por forma inversa à gravidade. Forma de prevenir O projectista da obra deve planear correctamente a mesma de modo a suprimir ou minimizar as anomalias, visto que neste tipo de patologia a reparação apresenta grandes problemas. Sendo assim deve: • Evitar a construção em terrenos impregnados de água; • Aplicar sistemas de drenagem que afastem as águas das fundações; • Execução de valas periféricas em caves situadas abaixo dos níveis freáticos; • Interposição de revestimentos estanques horizontais e verticais; • Utilização de materiais densos e pouco permeáveis nos elementos de construção em contacto com o terreno; • A medida mais eficaz é manter uma drenagem conveniente do terreno de fundação. 1.2. Humidade de infiltração É aquela causada pela penetração directa da água no interior dos edifícios através de suas paredes. É muito frequente esse tipo de humidade em subsolos que se encontram abaixo do nível do lençol freático. Normalmente, este tipo de humidade tem origem nas águas pluviais que com a ajuda do vento embatem contra as paredes exteriores dos edifícios. Com a intensificação de chuvas, são comuns problemas de humidade e infiltrações em apartamentos e casas, acarretando grande desconforto e rápida degradação da construção devido à formação de mofos e degradação nas pinturas das paredes. Além disso, essa humidade pode significar um risco à saúde dos moradores, uma vez que os ambientes húmidos são mais susceptíveis a proliferação de fungos. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 16
  • 17. Paredes Exteriores Construções II Embora as infiltrações possam ocorrer em qualquer área das paredes quer pelo uso de materiais inadequados, quer pela má execução dos trabalhos, existem sempre alguns pontos de maior vulnerabilidade no edifício onde as infiltrações são mais frequentes, tais como: – Juntas de argamassas de assentamento de tijolos; – Ligações dos panos de alvenaria com elementos da estrutura e com caixilharias de vãos; – Áreas desagregadas de rebocos exteriores que são fissurados ou fendidos; Forma de Prevenir Para evitar este tipo de patologias deve escolher-se os materiais mais adequados e a execução dos trabalhos segundo as regras. Outras medidas que podem ajudar a evitar este tipo de situação são o tipo de revestimento exterior da parede, impermeabilização ou hidrofugação desses mesmos paramentos, aplicação de pára-chuvas ou construção de paredes duplas. A impermeabilização é obtida através da aplicação de materiais de natureza betuminosa que são uma barreira mecânica à passagem da água, no estado líquido e no estado gasoso, pela parede. Na hidrofugação é evitada a penetração da água por capilaridade, os produtos aplicados, concebidos à base de silicones, recobrem os poros dos materiais aplicados tornando-os não molháveis e permitem que a parede continue a respirar pelo facto de não serem impermeáveis ao vapor. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 17
  • 18. Paredes Exteriores Construções II 1.3. Humidade de obra Decorrente da execução dos edifícios e que, em regra, diminui gradualmente até desaparecer. Podem ocorrer vários tipos de anomalias devidas quer à evaporação, quer ao simples facto de os materiais terem um teor de água superior ao normal; A água ao evaporar-se pode provocar expansões ou destaques de alguns materiais, ou dar origem à ocorrência de condensações em virtude da diminuição da temperatura superficial dos materiais; O excesso de teor em água provoca manchas de humidade ou condensações. Esta patalogia caracteriza-se pela destruição da pintura que se esfarela, destacando-se da superfície, podendo inclusive, destacar com parte do reboco. Normalmente é causado pela reacção química dos sais lixiviados, pela acção da agua que ataca as tintas ou adesivos de revestimentos. Formas de prevenir: A forma mais eficaz de evitar estas anomalias é deixar decorrer um período de tempo após a construção, antes de ocupar o edifício, durante o qual a humidade dos materiais tenderá para o seu valor normal. Quando a aplicação de materiais putrescíveis devem-se esperar o tempo suficiente de secagem dos materiais com que contactam ou, em alternativa, imunizar aqueles que encontram os efeitos de uma possível humidificação. 1.4. Fissuração de alvenarias, Infiltração, Condensação e Eflorescências As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser proveniente: a) Do solo (eflorescências junto ao chão); b) Por infiltração (manchas de água); c) Por condensação (fungos ou bolores); d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem ter diversas designações em função da sua abertura, podendo identificar-se como: • Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm; ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 18
  • 19. Paredes Exteriores Construções II • Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm; • Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm. As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou profundas – quando a sua extensão atinge os elementos estruturais. Alvenaria com manchas de água Juntas de argamassa de dimensão inexplicável Humidade na construção Eflorescências ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 19
  • 20. Paredes Exteriores Construções II Condensações, fungos e bolores Causas para as patologias As causas das anomalias são de natureza muito diversa, podem estar relacionadas com razões de natureza estrutural ou à presença de água e à acção dos agentes climatéricos. As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes: • Humidade ascensional. Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água. • Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos ou do entupimento das tubagens. • Deficiente isolamento térmico das paredes. • Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção térmica, ou deficiências estruturais do edifício; • A inexistência de juntas de expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como “juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de extensão considerável conduz, frequentemente, a fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e destacamento de revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver movimentos naturais de expansão ou contracção - resultantes de variações de ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 20
  • 21. Paredes Exteriores Construções II teor de humidade ou temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por ausência ou inadequação das referidas juntas. • O apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas. As assimetrias de resistência térmica das fachadas conduzem ao fenómeno conhecido por “pontes térmicas” cujo efeito se impõe evitar ou, pelo menos, minimizar, e que se traduz numa perda de energia significativa e na formação de condensações superficiais internas com consequente formação de fungos e bolores. O fenómeno das condensações superficiais interiores, é um fenómeno complexo cuja solução passa sempre pela conjugação da ventilação (e/ou redução da produção de vapor de água), do aquecimento interior e do reforço de isolamento térmico. • Deficiente execução da caixa-de-ar de paredes duplas. Uma das funções principais da caixa-de-ar das paredes duplas é a protecção do interior da habitação contra a acção da água da chuva. Em complemento, contribui para a resistência térmica da parede. Para cumprir a sua acção contra a humidade deve ter capacidade de drenagem das águas infiltradas e da condensação resultante da migração de vapor de água do interior para o exterior, através da parede. Uma fraca ventilação da caixa-de-ar contribui eficazmente para a desejável secagem da parede. • Erros na utilização de pinturas impermeáveis. Para prevenção de futura fissuração, mero receio do envelhecimento da parede ou correcção de anomalias, recorre-se, por vezes, à aplicação de tintas de elevada elasticidade e estanquidade à água (em geral designadas por “membranas”) mas é imperioso garantir que sejam permeáveis ao vapor de água e não tenham o efeito de barreiras pára-vapor. Caso isso não aconteça, é muito grande a probabilidade de condensação na face fria do isolante na caixa-de-ar (com a sua eventual deterioração e redução da resistência térmica) ou na face exterior da parede, sob a tinta, formando bolsas de água de dimensão significativa. • Preparação e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais. Os rebocos hidráulicos tradicionais para revestimento de fachada estão bem descritos na bibliografia técnica nacional e têm vantagem em ser executados em 2 ou 3 camadas, com teor decrescente de ligante para o exterior, para melhorar a sua resistência e diminuir a fissuração. Devem evitar-se argamassas muito ricas em ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 21
  • 22. Paredes Exteriores Construções II cimento, quantidade excessiva de água de amassadura e areias com elevados módulos de finura. A protecção contra o calor, o vento e a chuva e a preparação do suporte são condições essenciais para o sucesso do reboco. • Movimento de assentamento das fundações, e falta de resistência adequada dos lintéis superiores ou de arcos de descarga, que pode conduzir a esforços de flexão excessivos e fissuras verticais. • Juntas de dilatação inadequadas - A inexistência de juntas de expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como “juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de extensão considerável conduz, frequentemente, a fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e destacamento de revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver movimentos naturais de expansão ou contracção - resultantes de variações de teor de humidade ou temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por ausência ou inadequação das referidas juntas. Estes movimentos, uma vez impedidos, vão equivaler, em termos de efeito mecânico, a uma deformação imposta e, consequentemente, a uma significativa tensão interna da alvenaria, com maior expressão, em geral, na direcção horizontal. A situação é agravada se os materiais apresentarem movimentos irreversíveis significativos. • Ausência de grampeamento em paredes duplas - As paredes duplas são concebidas, em geral, para funcionar em conjunto, somando e por vezes aumentado os seus desempenhos individuais em aspectos relativos à estabilidade, ao comportamento térmico, à protecção contra a humidade, etc. Para que tal aconteça, em termos mecânicos, exige-se um grampeamento entre os 2 panos, com uma densidade de 2 a 3 grampos/m2. Para que o grampeamento seja eficaz e não acarrete anomalias inesperadas, os grampos devem apresentar resistência e mecânica adequada e durabilidade, facilidade de fixação e pingadeira intercalar. • Protecção inadequada contra a humidade ascensional - Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água. Este fenómeno tem consequências conhecidas e de difícil solução: (i) acumulação de sais visíveis na superfície da parede; (ii) degradação da tinta e dos revestimentos (rebocos ou estuques) numa faixa de altura variável, em geral, junto ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 22
  • 23. Paredes Exteriores Construções II à base das paredes do piso térreo; (iii) manchas nos revestimentos interiores na faixa referida; (iv) descolamento de revestimentos cerâmicos ou equivalentes. • Aplicação inadequada de revestimentos cerâmicos - No que diz respeito às Infiltrações, elas são devidas frequentemente à deficiente pormenorização e execução de remates e capeamentos, mas também à fissuração das paredes de suporte. Recorde-se que o revestimento cerâmico de fachadas não deve ser considerado um revestimento de estanquidade, pelo que a sua interacção com o suporte (incluindo caixa-de-ar, quando existe, e respectiva drenagem) são fundamentais para um equilíbrio dinâmico do teor de humidade da parede ao longo do ano sem redução significativa do seu desempenho. Imagens das patologias: Alvenaria exterior sem caixa-de-ar (não evita infiltrações de água) Soluções para as possíveis patologias Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a causa. No que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções encontradas são as seguintes: a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos impermeabilizantes. b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 23
  • 24. Paredes Exteriores Construções II c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na envolvente exterior dos edifícios. d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução passa pela limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no mercado. Nos casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da estrutura. Fenda numa alvenaria 1.5. Fissuras As fissuras podem se formar por uma série de fatores, os mais comuns são: • Retração das argamassas devido à dosagem inadequada da argamassa ou betão, ausência de cura principalmente na ocorrência de vento e calor excessivo, emprego de areia inadequada e ou contaminada, tempo insuficiente de hidratação da cal eventualmente utilizada , etc. • Má aderência do revestimento à estrutura. • Falta de juntas de dilatação ou movimentação que absorvam a deformabilidade da estrutura. • Recalques de fundação. 1.5.1. Fissurações por retracção plástica As argamassas com alto teor de finos consomem mais água de amassamento, o que ocasiona maior retracção na secagem e, se o revestimento não for executado correctamente, podem aparecer fissuras na forma de “mapa” por todo o revestimento. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 24
  • 25. Paredes Exteriores Construções II A granulometria do agregado também influencia o aparecimento de fissuras. Areias mais finas tendem a consumir mais água, aumentando a retracção por secagem. A humidade relativa do ar também influência o aparecimento de fissuras por retracção plástica. Regiões onde a humidade relativa do ar é elevada, onde existem altas temperaturas e há a presença de ventos, provoca um aumento na taxa de evaporação da água da argamassa fresca, o que por sua vez vai aumentar as oportunidades do aparecimento de fissuras por retracção plástica. A variação térmica do revestimento também é uma das principais causas do aparecimento de fissuras. O aparecimento deste tipo de fissuras irá depender, sobretudo, do módulo de deformação da argamassa – quanto maior for o módulo, maior é a tendência de fissuração. Revestimentos executados continuamente sobre juntas de dilatação da estrutura de betão, podem apresentar fissuração e desprendimento do revestimento dessa região. 1.5.2. Fissuras causadas por excessivo carregamento de compressão As paredes de alvenaria solicitadas por carregamentos verticais de compressão podem apresentar, dois mecanismos de ruptura: Fissuras verticais e fissuras horizontais As fissuras verticais decorrentes de esforços transversais de tracção induzidos nos tijolos pelo atrito da superfície da junta da argamassa com a face inferior dos tijolos. A argamassa ao ser comprimida, geralmente, deforma-se mais do que o tijolo, tendendo a expandir ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 25
  • 26. Paredes Exteriores Construções II lateralmente e a transmitir tracção lateral ao tijolo. Paredes resistentes de alvenaria devem ser construídas com tijolos de alta resistência à compressão assentados com argamassas cuja resistência seja inferior à dos tijolos e tenha menor módulo de deformação. As fissuras horizontais resultam das imperfeições nos tijolos ou na própria execução da parede que por sua vez vai provocar concentrações de tensões de compressão ao longo dos septos longitudinais externos dos tijolos, provocando o seu esmagamento. Algumas paredes portantes são erroneamente construídas com tijolos ou blocos com furos horizontais. A ruptura provoca o surgimento de fissuras horizontais ao longo dos septos de uma das faces da parede. Este mecanismo provoca ruptura brusca. Situações onde fissuras são causadas por excessivo carregamento vertical, tais como apoios de vigas em paredes sem coxim de betão e pilares de alvenaria não convenientemente dimensionados. A limitação das flechas dos pavimentos e a concepção das paredes, são dois aspectos nos quais se pode incidir, para determinar medidas preventivas para evitar a fissuração de alvenarias. Situações onde as fissuras são causadas pelo excessivo carregamento vertical, tais como apoios de vigas e pilares de alvenaria não dimensionadas convenientemente. Grandes tensões de compressão também podem ocorrer de forma inclinada nos cantos inferiores de paredes de alvenaria construídas em estruturas em pórtico, decorrentes da deformação vertical das vigas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 26
  • 27. Paredes Exteriores Construções II 1.5.3. Fissuras provocadas pela actuação de sobrecargas nas alvenarias Fissuração de alvenaria causada por flexão lateral da parede Fissuração de alvenaria causada por sobrecarga vertical. Fissuração de alvenaria devido a cargas concentradas Fissuração da alvenaria estrutural devido à actuação de sobrecargas (falta de cimbramento / armaduras horizontais na parede); Devido à cargas verticais concentradas, sempre que não houver uma correcta distribuição dos esforços através de coxins ou outros elementos, poderão ocorrer esmagamentos localizados e formação de fissuras a partir do ponto de transmissão da carga Fissuração da alvenaria devido a sobrecargas verticais em paredes com vãos. Em trechos com a presença de aberturas, haverá considerável concentração de tensões no contorno dos vãos. No caso da inexistência ou subdimensionamento de vergas e contravergas, as fissuras se desenvolverão a partir dos vértices das aberturas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 27
  • 28. Paredes Exteriores Construções II 1.5.4.Fissurações causadas por variações de temperatura A retracção ou a dilatação dos materiais de construção, resultado das variações de temperatura, é a causa deste tipo de fissuração de alvenaria. As fissuras de origem térmica também podem surgir devido a movimentações diferenciadas entre elementos de um componente, entre componentes de um sistema e entre regiões distintas de um mesmo material. Este tipo de fissuras pode enquadrar-se num dos três tipos seguintes: Dilatação das paredes Este aspecto pode ocorrer devido ao comprimento excessivo das paredes sem juntas de dilatação, ao contacto das faces da parede com temperaturas muito diferentes ou à acção directa de intensas fontes de calor. Dilatação da estrutura do edifício Se se tratar de estrutura aparente, pode provocar movimentos que embora não a venham a afectar, pode provocar fissuração da alvenaria. Dilatação da cobertura As fissuras resultantes das variações dimensionais do último piso manifestando-se por movimentos horizontais de amplitude variável, podem provocar anomalias importantes nas paredes do último piso. A junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, a exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas e a gradiente de temperaturas ao longo do mesmo elemento, são alguns dos motivos que também podem provocar este tipo de fissuras. A variação de temperatura é obviamente mais sensível nas áreas mais expostas ao sol como as coberturas e as paredes exteriores. As fissuras resultantes da dilatação de paredes, são de forma geral verticais e com espessuras até 3 mm. O aparecimento de fissuras entre a alvenaria e a estrutura, verticais ou inclinadas, com abertura variável, consoante a época do ano, e, ainda, aumentando de ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 28
  • 29. Paredes Exteriores Construções II largura nos pisos mais elevados, são manifestações da dilatação da estrutura do edifício. A dilatação da cobertura pode originar a fissuração das paredes do último piso quer por corte, quer por flexão. No primeiro caso – por corte – as fissuras são sensivelmente rectilíneas e, por vezes, inclinadas junto dos cunhais; As paredes solicitadas por movimentos alterados, conforme as estações do ano, podem romper por flexão em zonas de menor resistência. Fissura horizontal provocada pela dilatação da laje de cobertura Para prevenir as anomalias resultantes da dilatação de paredes e da estrutura do edifício, pode-se executar juntas de dilatação e de ligações pouco rígidas entre as paredes e a estrutura do edifício. As soluções construtivas que pretendem evitar os efeitos da dilatação das coberturas, são variadas, porém podem-se dividir por três grandes grupos: - As que permitem a livre dilatação da cobertura em relação às paredes por interposição de camadas de materiais como chumbo, feltros betuminosos e neoprene. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 29
  • 30. Paredes Exteriores Construções II - As que limitam os movimentos da cobertura por uma previsão criteriosa de juntas de dilatação e de isolamento térmico da mesma. - As que aumentam a resistência das paredes ao corte e à flexão por incorporação de montantes de betão armado. A transformação de fissuras em juntas de dilatação preenchidas por um material elástico, e eventualmente, disfarçadas por um cobre-juntas, é uma solução que pode ser aplicada às fissuras causadas pela dilatação de paredes ou da estrutura do edifício. Para reparar as anomalias resultantes das dilatações da cobertura, por deficiência de isolamento térmico, poderão ser reparadas recorrendo à aplicação de um isolamento complementar combinado com medidas que eliminem ou disfarcem as fissuras. 1.5.5. Fissurações causadas pelos assentamentos de fundações Formas de manifestação Na origem de assentamentos diferenciais podem estar associadas várias causas como a consolidação do terreno, a existência de fundações de um mesmo edifício sobre terrenos diferentes, a construção de fundações de diferentes tipos, fundações sobre aterros, etc. A característica geral deste tipo de fissuras é o facto de essas fissuras afectarem igualmente os elementos estruturais, nomeadamente os nós de intersecção de vigas e pilares onde se geram concentração de tensões. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 30
  • 31. Paredes Exteriores Construções II Medidas preventivas A realização de um estudo geotécnico prévio, é uma medida preventiva necessária para, em fase de projecto, se poderem adoptar as soluções construtivas necessárias de forma a evitar os assentamentos diferenciais, ou menos menos, reduzir os seus efeitos. A execução de cintas nas paredes e a execução de ligações não-rígidas entre os elementos estruturais, também podem ser medidas a adoptar para evitar ou reduzir os efeitos na estrutura sob os assentamentos diferenciais. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 31
  • 32. Paredes Exteriores Construções II Soluções Construtiva 1. Alvenaria em Terra 1.1. Paredes em Taipa Taipa -blocos de terra compactada em moldes, paredes monolíticas. Esta técnica de construção encontra-se entre as mais antigas. A sua origem remonta há época das civilizações Caldeias e Assírias do crescente fértil Mesopotâmico, constituindo posteriormente também uma prática construtiva das civilizações romana e árabe, principalmente em zonas de fraca pluviosidade. Este processo encontra-se espalhado um pouco por todo o mundo, no Yémen encontra-se a cidade de Shibam, totalmente construída em terra, cujos edifícios chegam a atingir os 8 pisos. Em Portugal existem grandes manchas de construção em terra, tanto no Alentejo como no Algarve. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 32
  • 33. Paredes Exteriores Construções II 1.2. Parede de Adobe As paredes de adobe, são construídas segundo as mesmas regras para o tijolo. Este tipo de construção, apesar de ser uma das mais antigos, não é muito vulgar, existindo principalmente na região do Distrito de Setúbal e Algarve. Adobe ou tijolo cru é feito em terra moldada, à mão ou com a ajuda de pequenos moldes de madeira e com formas diversas, formando blocos ou tijolos geralmente secos ao sol antes de serem usados na construção. A moldagem dos blocos é feita com uma forma de madeira rudimentar, normalmente construída pelo operário no local e denominada adobeira. As espessuras das paredes neste tipo de construção rondam os 35 cm. Como inconvenientes, tem a vulnerabilidade de ser fraco na estabilidade face a sismos e a esforços laterais provocados pela fluência das cargas da cobertura. Para contrariar estas fraquezas, eram em muitos casos reforçados com a introdução de testemunhos ou gigantes. Por isso não era indicado para a construção de grandes edifícios. 0 adobe só deverá ser rebocado e tratado com rebocos à base de cal apagada, ou por intermédio de uma caiação directa sobre ele com a intenção de o proteger das acções atmosféricas, principalmente da água. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 33
  • 34. Paredes Exteriores Construções II Por ser facilmente degradado pela água, só pode ser executada sobre fundações de alvenaria de pedra ordinária, geralmente em xisto com cerca de 0,60 m acima do solo, a partir da qual se dá inicio à construção da parede, evitando assim as humidades ascendentes. Tipologias de paredes em adobe • Paredes exteriores e interiores. • Calendário idêntico ao das construções em taipa. • Terras apropriadas: 54% a 75% de areia e de 25% a 43% de ligantes (10% a 25% de silte e 15% a 18% de argila) e até 3% de fibras orgânicas (palha). Fases construtivas 1) Execução dos tijolos (moldes adobeiros); 2) Secagem (quanto mais tempo melhor) e armazenamento dos tijolos; 3) Execução das fundações (semelhante à taipa) e das fiadas; 4) Execução das juntas; 5) Abertura de vãos. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 34
  • 35. Paredes Exteriores Construções II 2. Paredes em Pedra As paredes em pedra pode ser de dois tipos: de cantaria e de alvenaria. o Nos trabalhos de cantaria não se faz o uso de argamassas para o assentamento das pedras. Quando as pedras têm uma forma mais irregular procuram-se melhorar o seu assentamento preenchendo-se os espaços com pedras de pequenas dimensão. o Nos trabalhos de alvenaria de pedra, as pedras são assentes com argamassas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 35
  • 36. Paredes Exteriores Construções II A alvenaria de pedra já é usada desde à milhares de anos, por isso existem monumentos de grande valor patrimonial, cultural e arquitectónico, feitos em alvenaria de pedra, onde a sua conservação e reabilitação tem que ser feita com conhecimentos suficientes, para não se perder esta rica herança deixada pelos nossos antepassados. Nos edifícios antigos, por vezes, apenas se preserva a fachada original, substituindo a estrutura em alvenaria resistente, pelo já tão conhecido betão armado. Este tipo de intervenções existe devido à falta de conhecimento sobre as técnicas e os materiais usados neste tipo de edifícios. A pedra é um material resistente e apresenta vantagens económicas quando o seu sitio de extracção está perto. Em Portugal a pedra foi um material muito utilizado em tempos no Sul – o calcário, no Norte e nas Beiras – granito e xisto e na Madeira – o basalto. As alvenarias de pedra têm uma diversificada constituição interna, dependendo da época, dos costumes e do local de construção. São caracterizadas por uma grande irregularidade geométrica e falta de homogeneidade material, resultando da diversidade de características dos materiais utilizados. As pedras utilizadas podem ser de diversa natureza, forma e dimensão, regulares e irregulares, e podem apresentar-se ligadas com terra, argila e argamassas geralmente de fraca qualidade e que raramente envolvem completamente as pedras. É um material compósito heterogéneo, intrinsecamente descontínuo, com boa resistência á compressão, fraca resistência á tracção e, sob a acção exclusiva da gravidade. Com um baixo risco de deslizamento. Processo Construtivo: 1) Fundações; 2) Marcação (definição da espessura); 3) Selecção, preparação e colocação das pedras (dos cunhais e vãos para o centro); 4) Preenchimento dos espaços entre pedras (escassilhos); 5) Garantir macro irregularidades de uma fiada para a seguinte; 6) Garantir despenhamento e verticalidade. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 36
  • 37. Paredes Exteriores Construções II Existem varias soluções para utilizar a pedra: roladas não aparelhadas, pedras angulosas dispostas irregularmente com uma fase aparelhada, pedras com aparelho parcial dispostas em camadas e perpianho. Pedras roladas não aparelhadas Pedras angulosas dispostas irregularmente com uma fase aparelhada Pedras com aparelho parcial dispostas Perpianho em camadas Vantagens: o Bom comportamento ao fogo; o Bom comportamento térmico; o Bom isolamento acústico; o Quando há falta de mão-de-obra especializada, a alvenaria é mais fácil de construir do que uma estrutura em betão armado que tem muitos pormenores construtivos importantes. o Elevada durabilidade; o Comportamento da Alvenaria de Pedra ao Esforço de Corte o Agradável aspecto estético Desvantagens: o Diminuição da resistência quando sujeita a cargas cíclicas; o Limitada ductilidade, o que impõe algumas limitações em zonas sísmicas; o Valores de resistência á compressão baixos, comparativamente á resistência do betão armado; o Escassez mão de obra qualificada. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 37
  • 38. Paredes Exteriores Construções II 3 .Paredes de Madeira A madeira é um dos mais antigos materiais de construção utilizados pelo homem. È um material de grande beleza e de larga utilização nas construções. As suas características devem ser bem estudadas afim de que não sejam nem superestimidas e nem subestimadas, a fim de seu uso ser mais económico e com qualidade. A madeira é um dos materiais de utilização mais antiga nas construções, foi utilizada por todo o mundo, quer nas civilizações primitivas, quer nas desenvolvidas, no oriente ou ocidente. Com o advento da revolução industrial, a Inglaterra, como grande potência, impôs a arquitectura em metal. Com a invenção do concreto armado os técnicos de nível superior concentraram seus estudos no novo material. Vantagens: o São belas, praticas e duráveis; o Velocidade da construção; o Isolamento ( quando devidamente equipadas com materiais isolantes); o Construção em qualquer altura do ano. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 38
  • 39. Paredes Exteriores Construções II 3.1. Paredes Simples As Paredes Simples são singelas, encaixadas na horizontal umas sobre as outras. 3.2. Paredes Duplas Entre as paredes é deixado um vão para preenchimento com produto isolante. Parede dupla ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 39
  • 40. Paredes Exteriores Construções II 3.3. Painéis OSB O OSB é um painel estrutural de tiras de madeira orientadas perpendicularmente, em diversas camadas, o que aumenta suas resistência mecânica e rigidez. Essas tiras são unidas com resinas aplicadas sob altas temperaturas e pressão. Através desse processo de engenharia altamente automatizado, os painéis são permanentemente controlados e testados para verificar seus níveis de acordo com rígidos padrões de qualidade. Vantagens: o Sem problemas de nós soltos nem fendilhado; o Sem problemas de laminação; o Qualidade consistente e uniforme espessura perfeitamente calibrada (menos perdas); o Resistência a impactos; o Excelentes propriedades de isolamento termo acústico; o Atractivo a arquitectos e decoradores; o Rigidez instantânea em "framing construction"; o Preço competitivo; o Estabilidade de oferta durante todo o ano; o Esteticamente atractivo a arquitectos e designers. Desvantagens: o Assim como os demais painéis de madeira e como a própria madeira, é vulnerável a ambientes húmidos. o Em tais condições, superfície e topo devem ser recobertos ou protegidos. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 40
  • 41. Paredes Exteriores Construções II O OSB possui óptima resistência físico-mecânica, performance de arranque a parafusos e possibilidade de pintura equivalente aos outros painéis estruturais. Outra característica é a qualidade interna, superior ao do compensado, devido a não conter nós e vazios. No compensado multilaminado é comum a ocorrência de falhas e densidades diferentes no interior que podem comprometer a resistência à ruptura e à elasticidade, além de influir na estabilidade do painel. 4. Paredes em Vidro 4.1. Tijolo de vidro O bloco de vidro, também conhecido como “tijolo” de vidro, é um material de construção que possibilita a passagem da luz do dia e a percepção da existência de espaços contíguos, sendo muitas vezes a solução para criar divisões, paredes internas e até mesmo fachadas inteiras. Nas medidas mais conhecidas o tijolo de vidro mede 19cm x 19cm e 8cm de espessura. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 41
  • 42. Paredes Exteriores Construções II Processo Construtivo: 1. Determina-se a quantidade de material necessário para a construção de seu painel de blocos de vidro. 2. Faz-se a massa para assentamento: 3. Utilizam-se espaçadores para assentar os tijolos Existem diferentes tipos de espaçadores: o Espaçador Normal – utilizado no encontro de 4 blocos. o Espaçador tipo “T” – é obtido através do tipo normal mas retira-se as “orelhas” e uma perna de cada lado do mesmo. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 42
  • 43. Paredes Exteriores Construções II o Espaçador tipo “L” – é obtido do espaçador tipo retirando-se as "orelhas" e duas pernas de cada lado do mesmo 4. Assenta-se o primeiro bloco de vidro no canto do painel. Para melhor fixação usa-se os espaçadores tipo "T" e "L" na parte inferior da primeira fila de blocos de vidro. Após assentado o primeiro bloco, verifica-se se ele está certo para o nível vertical e horizontal. 5. Após a verificação da fileira do nivelamento, assenta-se o restante da fileira utilizando espaçadores tipo "T" e no final espaçador tipo "L". ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 43
  • 44. Paredes Exteriores Construções II 6. Para o assentamento dos demais blocos, utiliza-se espaçadores no encontro destes, como pode ser visto no desenho abaixo. Jamais se assenta um bloco encostado no outro. 7. Depois que todos os blocos estiverem assentados e a argamassa estiver seca, quebra-se a "orelha" de plástico do espaçador que ficou para fora. Com uma esponja húmida limpa-se os blocos antes que a massa seque completamente sobre as faces dos mesmos. Vantagens: o Criam ambientes bonitos com os reflexos e transparências; o Tem fácil manutenção, nunca exige pintura; o Tem elevada resistência mecânica; o Garante um visual moderno e está disponível em grande variedade de cores; o Capacidade de isolar o som e a temperatura do espaço adjacente; o Protege do fogo durante mais tempo que outros materiais; o Não tem nenhum problema de condensação na parte interior do bloco; o Taxa de luminosidade superior a 70%, chegando a 80% em bloco de vidro incolor, valorizando a luminosidade natural e diminuindo consideravelmente o custo com iluminação eléctrica durante o dia. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 44
  • 45. Paredes Exteriores Construções II Desvantagens: o As alvenarias compostas de vidro não são estruturais; o Possuem um custo mais elevado em relação aos tijolos comuns; o Susceptível de fender com: assentamento de estrutura e a expansão térmica. Observações: Nunca se instala os blocos de vidro quando a temperatura ambiente for inferior a 4º C. Utiliza-se sempre espaçadores entre os blocos de vidro. Para paredes internas com área superior a 13m2, utilize ferro 3/16"(4 a 5mm) entre os blocos, tanto verticalmente quanto horizontalmente, para amarração dos mesmos. As paredes curvas deverão ser sempre reforçadas com ferro de 5mm independente de sua extensão. Recomenda-se o mesmo procedimento para paredes externas, ou seja, utilizar o ferro de 5mm horizontalmente e verticalmente para amarração dos blocos. As dimensões máximas de um painel de bloco de vidro são limitadas em altura e largura a 5m. Para a construção de um painel com mais de 25 m2 será necessária a utilização de vigas e pilares para reforço. Quando a área pretendida excede de mais de 2 metros de altura, é recomendável a colocação em 2 etapas, para evitar assim que a parede desabe por pressão e peso. Não se utiliza espátulas de aço ou qualquer outro dispositivo afiado para bater e assentar o bloco de vidro, pois isso poderá causar rachaduras invisíveis. Utilize um martelo de borracha para este fim. Não é recomendável a utilização dos blocos de vidro em ambientes fechados que atinjam altas temperaturas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 45
  • 46. Paredes Exteriores Construções II 4.2. Vidro Exterior Colado A técnica do VEC (Vidro Exterior Colado ou Structural Glazing), resulta numa fachada cujo aspecto valoriza o vidro. Os componentes são colados com mástique de silicone que actua principalmente como elemento de transferência dos esforços dos componentes para os respectivos apoios. Ao assegurarem esta função de juntas da estrutura global, os mastiques suportam os esforços originados pelo vento, assim como o peso e as tensões derivadas de dilatações diferenciais entre os vidros e os caixilhos de suporte. Em nenhuma situação deverão os mastiques de silicone compensar a deformações previsíveis do edifício. Estas devem ser absorvidas ao nível da ligação entre os caixilhos e a estrutura de suporte dos vidros VEC. O VEC é um sistema de colagem e não um sistema mecânico propriamente dito. Os problemas de envelhecimento, de compatibilidade, de limpeza da superfície e de definição da barreira de estanquecidade são por isso fundamentais. Podem-se utilizar dois sistemas VEC: - o sistema ”2 lados” em que os vidros estão encaixados da forma clássica em dois dos lados com os outros colados a uma estrutura de suporte; - o sistema ”4 lados” ou sistema integral, em que os vidros têm os 4 cantos colados sobre um caixilho não visível, o que se traduz num aspecto exterior uniforme e sem protuberâncias. A equipa que projecta e monta deverá analisar em particular os seguintes aspectos: - dimensões das juntas das estruturas; - aderência e durabilidade dos mastiques sobre os substratos vidro e metal; - compatibilidade das juntas da estrutura com os diferentes tipos de juntas, mastiques, fundos de juntas; - compatibilidade das juntas da estrutura e de estanquicidade com a barreira de estanquicidade do vidro duplo; - altura da barreira de estanquicidade do vidro duplo; - rigidez da estrutura; - conjunto dos processos requeridos para a montagem; - controlos da qualidade da execução; - inspecção temporária e manutenção; - manutenção e possibilidades de reparação. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 46
  • 47. Paredes Exteriores Construções II 4.3. Vidro exterior agrafado O sistema de vidro exterior agrafado surge em Portugal durante a década de 70 em que a fachada era ainda interrompida entre pisos pelas lajes, posteriormente nos anos 80 foram introduzidas as fachadas que permitiam obter uma envolvente exterior completamente envidraçada. Este sistema reflecte o inicio da historia da arquitectura: fundir o interior com o exterior ou o exterior com o interior. Nos dias de hoje é um tecnologia de construção perfeitamente dominada e calculada, com uso generalizado, sendo mesmo um dos tipos de construção mais procurado não só pelos criativos mas também pelo mais comum dos utilizadores. Teatro Camões ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 47
  • 48. Paredes Exteriores Construções II Este sistema consta na fixação dos vidros a uma estrutura portante, por intermédio de peças pontuais articuladas. Consiste em suportar de forma rigorosa e graças às fixações articuladas, os esforços ligados ao peso próprio dos vidros e às cargas climáticas. Exemplos de grampos ou aranhas e rótulas: - Rótulas em aço Inoxidável para vidros de espessura até 26 mm. - Rótula biarticulada em aço inoxidável para vidros de espessura até 26 mm. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 48
  • 49. Paredes Exteriores Construções II Aranha Os componentes em vidro são colados com a ajuda de mástiques que funcionam essencialmente como elemento de transferência das tensões desses componentes relativamente ao seu suporte. Para se proceder á colagem do vidro existem vários tipos de mástiques. No entanto nem todos eles são indicados para este tipo de colagem. O mástique mais corrente é um selante que contem silicone de reticulação. No que se refere, ao seu peso próprio, o sistema de vidro agrafado deve possuir um elevado grau de resistência á tracção, tanto a nível do envidraçado como a nível das peças metálicas. 5. Paredes em Betão 5.1. Parede de betão simples Nestas paredes não convêm ter comprimentos superiores a 3/5 m, existe o risco de surgirem fissuras verticais, provenientes de tensões de retracção e de temperatura. 5.2. Parede de betão ciclópico ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 49
  • 50. Paredes Exteriores Construções II Técnica tradicional actualmente em desuso. O Betão ciclópico é do que a incorporação de pedras denominadas “pedras de mão”. Estas pedras não fazem parte da dosagem do Betão e por diversos motivos, não devem ser colocadas dentro do camião betoneira, mas directamente no local onde o betão foi aplicado. A pedra de mão é um material de granulometria variável, com comprimentos entre 10 e 40 cm e peso médio superior a 5 kg por exemplar. Elas devem ser originárias de rochas que tenham o mesmo padrão de qualidade das britas utilizadas na confecção do concreto, devem ser limpas e isentas de incrustações nocivas à aplicação. O controlo tecnológico do betão é o mesmo para o betão convencional e as proporções entre betão e pedras de mão, devem obedecer às determinações do Engenheiro responsável pela obra ou do órgão contratante. Sua aplicação é justificada em peças de grandes dimensões e com a maquinaria específico, pois em pequenas obras pode gerar problemas de recebimento, armazenamento, transporte interno, aplicação e controle das dosagens. 5.3. Parede de betão armado ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 50
  • 51. Paredes Exteriores Construções II Tipos de Estruturas de Paredes em Betão Armado É usual a construção de estruturas de paredes resistentes de três tipos: • Paredes de betão armado fabricadas em obra; • Paredes constituídas por pórticos de betão armado, preenchidos por alvenaria de tijolo em betonilha (caso muito corrente em empenas); • Paredes constituídas por painéis pré-fabricados em betão armado ou de alvenaria de tijolo e betão, ligados por elementos verticais (montantes) e horizontais (cintas), de betão armado. Estes três tipos de estrutura de paredes comportam-se sob a acção de forças horizontais, como consolas verticais. Características das paredes de betão armado: • É usado em soluções estruturais; • Não é usado em paredes interiores/divisórias; • Mau isolamento térmico • Bom isolamento acústico • Resistência ao fogo São utilizadas em muros de suporte de terras; em paredes de caves; em caixas de elevadores e de escadas; em paredes inclinadas para o exterior; em construções standardizadas (parede/mesa). 1º Cofragem Esta operação que geralmente requer mais tempo na execução de qualquer tipo de obra de betão, pois é a cofragem que garante a estabilidade até que o betão ganhe presa, sendo esta executada de tal modo que seja fácil de retirar. É constituída, em geral, por tábuas de 25 a 30 mm de espessura, sustentadas por travessas colocadas na vertical em toda a altura da disposição das tábuas, que por sua vez, são apoiadas em travessa horizontais para melhor distribuição de forças. Para garantir a verticalidade e estabilidade da estrutura. 2º Betonagem ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 51
  • 52. Paredes Exteriores Construções II Para a boa execução de uma parede, alem de uma cofragem eficiente, deve-se ter algum cuidado na betonagem. Para isso, o betão usado deve ser de boa qualidade e preparado de modo a oferecer o máximo de solidez e de longevidade. Antes de colocar o betão deve-se eliminar os resíduos de madeira e outras substâncias da cofragem, procedendo-se á lavagem destas para evitar a secagem rápida do betão junto às paredes, e consequentemente precaver a possibilidade de existir uma retracção elevada. A altura de queda do betão não deve ser superior a 2,5 m de modo a não existir a diferenciação dos componentes da mistura, perdendo esta sua homogeneidade. 3º Armação Para decidirmos a armação de uma parede de betão, deve-se em primeiro lugar verificar a necessidade de uma armadura em função de esbelteza, da excentricidade e da carga. 4º Descofragem Após o tempo necessário é feita a descofragem. Considera-se 28 dias para ter uma humidade residual de 2% e perda de volume de 0,5% - retracção inicial. Sistemas de cofragem: • Cofragem de madeira, em decadência pelo tempo que demora e pela reutilização relativa (5 a 6 vezes); • Painéis de contraplacado marítimo; • Cofragem standardizadas com face em chapa de aço ou contraplacado marítimo e a estrutura em aço galvanizado; • Cofragem deslizante ou trepante. O isolamento de paredes exteriores de betão pode ser resolvido de duas formas: 1º – Isolando-se pelo exterior ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 52
  • 53. Paredes Exteriores Construções II 2º – Isolando-se a laje no interior do edifício Vantagens da sua utilização: • Redução das fases de construção; • Rapidez na execução (2 h/8 horas fazem 12 a 18 m de parede); • Construção resistente e durável; • Eliminadas as variabilidades e ligações betão / alvenaria. Desvantagens: • Custo do investimento inicial; • Custo do betão; • Susceptível às pontes térmicas, devendo o isolamento ser global, pelo exterior ou pela laje no interior do edifício; ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 53
  • 54. Paredes Exteriores Construções II 6. Paredes de painéis metálicos tipo sandwich Com esta designação, denominam-se os painéis constituídos por três camadas, das quais, a do meio desempenha a função específica do isolante. As ligações entre as camadas exteriores e interior do betão poderão ser de dois tipos: rígidas e não rígidas. As ligações rígidas sã obtidas no contorno, onde as duas camadas estão solidarizadas por betão com armaduras. Esta solidarização periférica é completada por outros pontos rígidos na zona corrente do painel, também reforçados com armaduras. Os principais inconvenientes deste tipo de ligação então relacionados com as tensões que se podem desenvolver nas ligações como consequência das diferenças de temperatura e/ou fluência entre as duas camadas e o facto de originarem pontes térmicas, sempre desfavoráveis nos painéis de fachada. Noutras soluções, uma das camadas, normalmente a exterior, fica suspensa da camada resistente do painel, não havendo qualquer ligação rígida, ou apenas uma. As outras ligações fazem-se normalmente com armaduras de aço inoxidável especialmente concebidas para o efeito, distribuídas racionalmente pela superfície do painel. Materiais plásticos (poliestireno expandido e espuma de poliuretano), lã de vidro, fibras minerais e aglomerados de fibra de madeira com cimento são os materiais de utilização mais corrente, como isolamento térmico neste tipo de painéis. 7. Alvenaria de tijolos de barro vermelho (maciços, com furação horizontal ou vertical) Tijolos cerâmicos - Elementos fabricados por prensagem ou extrusão da argila, que após um processo de pré-secagem natural, passa pelo processo de queima ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 54
  • 55. Paredes Exteriores Construções II controlada sob alta temperatura, produzindo blocos maciços ou furados com dimensões estandardizadas e normalizadas. São tradicionalmente utilizados nas alvenarias de vedação nas construções. Paredes de alvenaria cerâmica: A alvenaria cerâmica é, na maioria das vezes utilizada como vedante, ou seja, tem como função, o preenchimento de vazio entre secções da estrutura. Por esse motivo a parede é “montada” de forma a oferecer ao habitante ou utilizador do edifício conforto a nível térmico e acústico. Parede exterior esta parede apresenta uma maior espessura, comparativamente com a parede interior, de forma a colmatar as agressões exteriores (calor, sons, humidades, etc…) ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 55
  • 56. Paredes Exteriores Construções II Caixa-de-ar - tem um papel fundamental no corte à entrada de humidade, esta no entanto deve ser bem ventilada e drenada de forma a funcionar da melhor forma. Paredes de tijolo maciço: As alvenarias de pequenos blocos são usadas nas edificações, empregando-se blocos cerâmicos, sílica - calcários. Para a utilização em alvenaria estrutural, estes devem apresentar resistência à compressão, baixa absorção de água, durabilidade e estabilidade dimensional ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 56
  • 57. Paredes Exteriores Construções II PAREDES SIMPLES EM ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO Esta solução tem um comportamento menos bom em termos de isolamento acústico, resistência mecânica e resistência ao choque. As paredes simples de alvenaria de tijolo são geralmente utilizadas apenas como paredes divisórias interiores, por as suas características, nomeadamente no ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 57
  • 58. Paredes Exteriores Construções II conforto higrotérmico e acústico, não as recomendarem para paredes divisórias Exteriores. O seu formato mais corrente é o 30 x 20 x 22, idêntico exteriormente ao tijolo furado normalizado normal. Exigem tijolos complementares para remate de cunhais. Podem ser com ou sem encaixe. No entanto, para iguais espessuras, os tijolos tipo duplex garantem maior isolamento térmico, devido à pseudo caixa-de-ar. Daí que o principal cuidado a ter são o de evitar que a argamassa penetre na caixa-de-ar. PAREDES DUPLAS EM ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO Os panos constituintes das paredes devem ser travados entre si para incrementar a resistência às acções Mecânicas. Poderão ser utilizados estribos metálicos ou não metálicos. Neste último caso consegue-se reduzir as pontes térmicas e fenómenos de corrosão. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 58
  • 59. Paredes Exteriores Construções II As paredes duplas de alvenaria de tijolo são geralmente utilizadas como paredes divisórias exteriores, por as suas características, nomeadamente no conforto higrotérmico e acústico, permitindo o cumprimento das exigências funcionais. • A caixa-de-ar entre panos de tijolos deve ter uma espessura de pelo menos 3cm (em geral, tem 4 a 5). É recomendável que seja ventilada, ainda que “muito fracamente" através de duas séries de orifícios rasgados no pano exterior em cada andar: uma série junto à base da parede, que assegura simultaneamente a drenagem das águas, e outra na parte superior. Cada uma delas tem uma área total de furacão inferior a 10 cm2 por metro linear de desenvolvimento da parede. • A base da caixa-de-ar deve ser conformada de modo a permitir a recolha e o encaminhamento das águas infiltradas para os orifícios de drenagem. • No entanto, a arquitectura do edifício nem sempre permite uma solução ventilado da caixa-de-ar, devendo ser adoptadas que mitiguem a ocorrência de condensações no seu interior. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 59
  • 60. Paredes Exteriores Construções II Solução construtiva: 1.Assenta-se primeiro uma fiada no pano interior; 2. Executa-se uma caleira, geralmente em quarto de círculo, com pendentes no sentido longitudinal, a qual deve ser feita em argamassa de cimento e areia com acabamento afagado e, de preferência, revestida com um produto betuminoso aplicado normalmente por pintura; 3. Juntamente com a execução da caleira, assentam-se nas zonas mais baixas das caleiras tubos para drenagem das águas. que possam passar através do pano exterior ou resultantes de condensações internas e que servem também para ventilação; 4. Assenta-se uma fiada no pano exterior; 5. Depois de assentes as duas primeiras fiadas (uma de cada lado), a caleira e os tubos para drenagem das águas, tapa-se o espaço entre os dois panos (caixa de ar) com um rolo de papel, uma régua ou serapilheira, para evitar que parte da argamassa de assentamento dos restantes tijolos se deposite na caleira e dificulte o escoamento das águas; 6. Em seguida, deve executar-se o pano exterior a toda a altura, após o que deverá ser revestido com reboco afagado pela sua face interior para contrariar a passagem de água através da parede exterior para a caixa-de-ar; 7. Depois da execução e revestimento da parede exterior, executa-se o pano interior também até à laje ou viga; ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 60
  • 61. Paredes Exteriores Construções II 8. Depois dos dois panos executados, retiram-se da caleira os rolos de papel ou serapilheira e limpa-se completamente a caixa-de-ar; 9. Por último, assentam-se os tijolos nos espaços deixados na 2ª fiada do pano interior aquando da sua execução. O travamento é conseguido deixando embebidos na altura da betonagem dos pilares, pequenas pontas de varões metálicos que são depois envolvidas pela argamassa de assentamento dos tijolos (não de execução fácil). Estas pontas metálicas permitem melhorar a resistência a esforços de origem térmica ou sísmica e a choques. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 61
  • 62. Paredes Exteriores Construções II 8. Paredes simples e paredes duplas com caixa-de-ar É o tipo de paredes mais executado na construção corrente por combinar um preço relativamente baixo com uma resposta satisfatória às exigências impostas pelo nosso clima e ao novo RCCTE. Método de execução: Paredes simples: ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 62
  • 63. Paredes Exteriores Construções II 1. A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que se segue a execução da 18 fiada interior; 2. Em seguida faz-se a meia cana ou caleira que vai rematar o fundo da caixa-de-ar e assenta-se depois a 18 fiada exterior, aplicando tubos em plástico para drenagem, proeminentes para o lado exterior e com espaçamentos de cerca de 2 metros. 3. Estes tubos para drenagem têm como função a recolha das águas do fundo da caleira. Esta terá de ter inclinação e impermeabilização apropriada (para conduzir as águas ao exterior), e uma proeminência relativamente ao revestimento final superior a 15mm. Os tubos devem ficar mais compridos para serem alinhados posteriormente por corte, uma vez que nesta fase ainda não há uma certeza em relação á espessura dos revestimentos. Paredes duplas: 1. Proteger a caldeira (forrar com papel), e retirar posteriormente através de aberturas criadas posteriormente na 1ª ou 2ªfiadas exteriores; 2. Utilização de uma régua horizontal, com a mesma largura da caixa-de-ar, suspensa, para haver recolha dos restos de argamassa que vão cair na caixa-de-ar, evitando de atingir a caldeira; 3. Realização da parede interior, após a execução da parede exterior e limpeza da caixa-de-ar, indo de encontro ao isolante térmico rígido que serve de protecção a caixa-de-ar; 4. No caso destas paredes deve também ter em atenção que o lado da parede em que o aspecto fica mais cuidado é aquela em que o operário está a trabalhar, ficando o outro lado com um aspecto mais rude e com algumas irregularidades; Após a execução: 1. Assegurar o alinhamento vertical e horizontal das paredes; 2. Aspecto geral das juntas e dimensão das juntas horizontais (tolerância de 3mm); 3. Completo preenchimento das juntas verticais de ligação á estrutura de betão armado. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 63
  • 64. Paredes Exteriores Construções II 9. Alvenaria de blocos de betão simples De produção bastante diversificada, realizada em geral por empresas de pequena dimensão e inovação técnica e de implantação regional. Os blocos de cimento derivam e são concorrentes do tijolo de argila cozida. Este surge com a intenção de alcançar maior rapidez na construção de muros, paredes e tabiques, com grande durabilidade, eventual melhor preço e superior resistência mecânica. Os blocos de argamassa de cimento ou simplesmente blocos de “cimento”, como o próprio nome indica, são produzidos a partir de argamassa de cimento “portland”. Os primeiros blocos de cimento fabricaram-se maciços, mas, como eram demasiado pesados e ficavam por elevado preço, pensou-se em aligeirá-los fazendo-os vazados. Mas os blocos para alvenaria podem ter muitas outras formas, embora as dimensões se aproximem sempre do que é mais vendável: 40×20×7/11/15 ou 20, sobretudo este último. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 64
  • 65. Paredes Exteriores Construções II Não é muito frequente empregarem-se blocos de cimento em paredes exteriores, a não ser em pequenas casas ou para tapar vãos de estruturas de betão armado (vãos entre vigas e pilares). De facto, as principais aplicações dos blocos de cimento são em paredes divisórias e empenas. Os canais horizontais são o mais vulgar. No entanto, há quem defenda os canais verticais nestes blocos. Os canais horizontais permitem camadas isolantes, mas segundo alguns técnicos dizem que em termos de resistência à compressão só se aproveita uma parte da sua massa pétrea. Nos blocos com canais verticais todo o material pode trabalhar na transmissão de cargas. Se, com largos canais contíguos (blocos com canais verticais), é difícil evitar a “ventilação” no interior das paredes, o isolamento térmico será pior. Contudo, por outro lado, com a introdução de armaduras nesses canais, quando são largos, seguidas do enchimento com betão, formam-se verdadeiros pilares incorporados nas paredes. Tudo tem as suas vantagens e os seus inconvenientes, mas o que é certo é que ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 65
  • 66. Paredes Exteriores Construções II os blocos com canais verticais estão pouco implantados no mercado, em comparação com a enorme proliferação dos outros blocos Como matérias-primas empregam-se, em geral, areia e cimento “portland”, formando uma argamassa a endurecer à temperatura ambiente ou próxima desta. O traço desta argamassa varia, mas as proporções de 1:4, 1:5 e 1:6 são frequentes no fabrico de blocos maciços. É com esta argamassa que se enchem os moldes metálicos. Depois de bem comprimida a massa, são os blocos desmoldados, ficando 24 horas com a plataforma que forma o fundo do molde, depositando-se, em seguida, numa câmara húmida, onde são regadas duas vezes por dia, na primeira semana. Podem empregar-se no fim de 28 dias, sendo a sua resistência, usando os traços 1: 5 e 1: 6, cerca de 200 e 100 kg/cm², respectivamente. Quando se fabricam blocos vazados, então a massa é fortemente vibrada. Estas são as linhas gerais do fabrico de blocos, pois cada fabricante tem os seus processos particulares, quer no traço da argamassa ou do betão, quer nas máquinas que utiliza. É frequente em determinadas fábricas de produção de blocos, que usam uma técnica bastante avançada, às matérias-primas tradicionais (areia, cimento e água) juntar sarrisca (desperdícios de pedreiras ou granito finamente britado). As matérias-primas sólidas, que são guardadas em silos separados, são transportadas por tapetes rolantes até uma “central de betão”, munida de uma betoneira horizontal de funcionamento automático. Automaticamente o betão é, pois, distribuído pelos moldes, vibrado, desmoldado e transportado para estufas, onde a secagem é muito abreviada. Tudo em perfeita e automática sequência. O material é, assim, mais perfeito e o fabrico muito mais rápido. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 66
  • 67. Paredes Exteriores Construções II Vantagens • Boa resistência à compressão; • Boa resistência ao fogo; • Bom isolamento acústico; • Facilidade de assentamento; • Podem ser utilizados em paredes de face à vista dado possuírem dimensões uniformes e faces com um aspecto agradável (embora tal seja subjectivo); • Boa aderência às argamassas, admitindo revestimentos de pequena espessura quando bem aplicados. Desvantagens • Dificuldade de abertura de roços: • Peso elevado; • Elevada absorção de humidade; • Fraco isolamento térmico. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 67
  • 68. Paredes Exteriores Construções II 10. Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado (tipo "Ytong"); O betão celular autoclavado surgiu em 1924 pelo arquitecto sueco Johan Axel Eriksson. Devido a uma pesquisa no sentido de encontrar um material que apresentasse boas características idênticas à madeira (estrutura sólida, bom isolamento térmico, facilidade de trabalho e manuseamento), mas sem as suas desvantagens (combustibilidade e apodrecimento com o tempo). Um dos nomes porque é conhecido o betão celular autoclavado, nomeadamente em Portugal, e que é uma das marcas comerciais, é “ytong”. O betão celular autoclavado é um material de construção, inteiramente natural e não poluente, composto por areia, cal, cimento e água. Na fase final do fabrico é adicionado pó de alumínio que actua como gerador de bolhas de hidrogénio no seio da mistura dos restantes constituintes, e que são responsáveis pela formação da estrutura celular deste material. A cura deste betão é feita em autoclave sob a acção de vapor de água em condições de pressão e temperatura controladas. Os blocos de betão celular autoclavado apresentam todas as propriedades e características para a construção de alvenarias de alta qualidade, nomeadamente: isolamento térmico excelente, elevada resistência à compressão, incombustibilidade e resistência ao fogo, bom isolamento acústico e facilidade de manuseamento. Os blocos com largura inferior a 15 cm têm topos planos e o seu assentamento é realizado com juntas verticais e horizontais delgadas, constituídas por argamassa especial. Os blocos com largura igual ou superior a 15 cm dispõem de uns perfis de encaixe tipo “macho-fêmea” nos topos para realização, por encaixe, de juntas verticais secas. Adicionalmente, os blocos com largura igual ou superior a 20 cm apresentam uma “pegas” nas zonas superiores dos topos para facilitar o seu manuseamento. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 68
  • 69. Paredes Exteriores Construções II Blocos de betão celular autoclavado com e sem pegas O peso reduzido e a estabilidade dimensional do betão celular autoclavado são características ideais para a construção de alvenarias. A sua utilização em paredes exteriores e interiores, permite uma menor transmissão de carga, a todos os elementos estruturais (lajes, vigas e pilares), do que outros materiais de construção, para além de toda a qualidade e bem-estar oferecidos. Em construções industriais, devido à existência de grandes painéis de alvenaria corrida, o betão celular autoclavado permite rendimentos de assentamento de blocos ainda mais elevados, possibilitando um encurtamento significativo dos prazos de execução das obras. Um apoio técnico especializado e uma assistência à obra por técnicos do fabricante é fundamental para garantir a segurança da utilização dos produtos de betão celular autoclavado, dadas as especificidades desta nova tecnologia. A existência de minúsculos poros de ar oferece ao betão celular autoclavado o seu excelente isolamento. As paredes construídas com blocos de betão celular autoclavado apresentam elevadas resistências térmicas o que permite manter durante todo o ano temperaturas de conforto. No inverno as perdas térmicas pelas paredes exteriores são mínimas e durante o verão oferecem grande resistência à penetração do calor exterior. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 69
  • 70. Paredes Exteriores Construções II As alvenarias Ytong, constituem excelentes paredes corta-fogo, atendendo às suas características de incombustibilidade e incomburência, que não produz fumos nem gases tóxicos. Mas a existência de juntas flexíveis penaliza a obtenção de paredes corta-fogo, obrigando a cuidados especiais em termos de selecção dos materiais usados no preenchimento das juntas e na espessura mínima de reboco a aplicar sobre estas. As paredes construídas com blocos de betão celular autoclavado apresentam um bom isolamento acústico aos ruídos transmitidos do interior para o exterior e oferecem uma eficiente barreira sonora aos ruídos produzidos no exterior. A absorção de água no betão celular autoclavado processa-se, de um ponto de vista global, mais lentamente do que em outros materiais de construção. A existência de micro-poros, separados entre si, implica uma reduzida velocidade de absorção. À superfície do bloco e até cerca de 5cm de profundidade, a absorção é mais rápida, devido à existência de micro-poros cortados, o que poderá levar a considerações menos correcta acerca da permeabilidade do material. Atendendo ao seu reduzido peso específico os blocos de betão celular autoclavado facilitam o trabalho do aplicador. Os blocos com espessura superior a 15cm possuem reentrâncias que constituem “pegas” na parte superior dos topos, tornando ainda mais fácil o seu manuseamento. As peças de acerto das dimensões da obra são obtidas por simples corte com um serrote manual ou serra eléctrica. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 70
  • 71. Paredes Exteriores Construções II Abertura de roços Corte com serrote Vantagens: • Leveza, facilidade de manuseamento • Grandes dimensões, rápida execução • Boa resistência a compressão • Bom isolamento térmico • Bom isolamento acústico • Cortam-se com facilidade • Fácil execução de roços • Boa resistência ao fogo • Incombustível • Boa durabilidade • Pode aplicar-se estuque ou outro acabamento sem ser necessário rebocar a parede e pode ser usado em panos de parede interiores e exteriores; Desvantagens: • Fraca permeabilidade • No caso de serem aplicados em paredes exteriores com pano simples, cuidados são necessários para evitar a infiltração de águas pluviais, nomeadamente o uso de argamassa específica para enchimento das juntas. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 71
  • 72. Paredes Exteriores Construções II 11. Alvenaria de blocos de betão de argila expandida (tipo "Leca") Argila Expandida A argila expandida resulta da introdução de argila pura seleccionada em fornos rotativos, a temperaturas elevadas, onde se dá a sua expansão controlada. Deste processo resulta a formação de grânulos que, no seu interior, contém milhares de micro poros fechados, contendo ar, conferindo ao material leveza e isolamento térmico. Estas propriedades, conjugadas com a sua natureza mineral, fazem da argila expandida um isolante térmico durável, com elevada resistência mecânica e inúmeras aplicações nos mais variados domínios. Em função das características da matéria prima e da tecnologia de queima, para além de outras variáveis, podemos obter argila expandida com diversas características para diferentes aplicações. A maioria dos produtores em Portugal, utiliza o betão leve com agregados leves de argila expandida. O betão leve distingue-se basicamente do betão normal pela massa volúmica. Assim sendo as suas exigências funcionais por proporcionarem por exemplo melhores desempenhos térmicos, são também substancialmente diferentes das dos betões normais. Ao betão normal é exigida resistência e trabalhabilidade, ao betão leve além destas duas funções também é exigida a leveza e o isolamento térmico Vantagens do betão leve relativamente ao betão normal: • Redução do peso próprio introduz menor carga nas cofragens, a massa do betão por ser menor, induz ao aumento da produtividade com redução do consumo energético. • Maior resistência térmica proporciona a sua aplicação em elementos onde o desempenho térmico é decisivo. • Acústica: sob determinados aspectos a aplicação dos betões leves proporcionam uma absorção acústica melhorada. Desvantagens: • Maior dosagem de cimento para a mesma resistência mecânica. • Agregados leves caros. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 72
  • 73. Paredes Exteriores Construções II A argila expandida, dadas as suas características técnicas de isolamento e resistência, propiciam a criação de soluções de alvenaria inovadoras que respondem às oportunidades criadas pelo mercado Argila expandida Leca As propriedades do agregado leve de argila expandida Leca® são: • Leveza • Isolamento acústico • Isolamento térmico • Resistência • Incombustibilidade • Inerte • Produto natural inorgânico Conseguem-se retirar bons resultados do desenvolvimento de produtos à base de argila expandida, quando se conseguem compatibilizar simultaneamente as três exigências de desempenho: a leveza, a resistência e o isolamento térmico, num mesmo produto. Em particular a Leca®, pelo facto de ser argila natural expandida, o nível de emissões de CO2 é mais baixo do que outros produtos utilizados no isolamento dos edifícios. Também por ser um produto mineral, é durável, não tóxico e absolutamente reciclável, constituindo por isso, um produto base para o desenvolvimento de soluções sustentáveis. Soluções recentes de alvenaria em betão leve de argila expandida ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 73
  • 74. Paredes Exteriores Construções II As soluções em betão leve com argila expandida Leca®, tiveram em consideração o isolamento térmico e o isolamento acústico, foram tratadas com particular interesse e culminaram com a criação dos produtos/sistemas seguintes: • Sound Confort • Isolsónico® • Sistema Hotskin, Bloco Térmico® revestido com sistema de isolamento térmico pelo exterior (E.T.I.C.S.). • BlocoConforto® • Leca® Decor Absorção acústica – sound confort O bloco sound confort é utilizado nas vias rodoviárias como barreiras acústicas. Garantem mais conforto para quem habita junto às estradas. O bloco Sound Confort, foi desenvolvido internamente e recorre ao uso de câmaras de Helmoltz com vista a ser eficaz nas médias frequências, no entanto essas câmaras possuem volume variável com o objectivo de tornar o bloco mais eficaz num leque de frequências mais alargado. O bloco é constituído em betão leve, cuja organização interna foi conseguida à custa da conjugação de câmaras de maior volume com outras de menor volume, sendo estas últimas colocadas na parte frontal e as outras na parte posterior. Aspecto do elemento de alvenaria ISOLAMENTO ACÚSTICO ENTRE FOGO – ISOLSÓNICO® ISOLSÓNICO® é um bloco em betão leve Leca® destinado à execução de alvenarias simples onde o desempenho acústico é um factor essencial. Uma parede simples executada com o ISOLSÓNICO®, garante um elevado desempenho acústico, não havendo necessidade de recorrer a panos duplos com ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 74
  • 75. Paredes Exteriores Construções II isolamento no interior para obter valores de isolamento sonoro regulamentares. Esta característica torna-o particularmente apto para a aplicação em paredes de divisão entre fogos independentes, sendo uma alternativa acusticamente garantida, mais económica, em material, tempo de execução e mão de obra. Aspecto do elemento de alvenaria Vantagens • Desempenho acústico em paredes simples sem necessidade de isolamento complementar; • A execução da parede é simples é rápida, não exigindo mão-de-obra especializada; • Diminuição no tempo de execução da obra; • Poupança de custos ao nível do material e mão-de-obra; • Garantia do isolamento. SISTEMA HOTSKIN, BLOCO TÉRMICO® REVESTIDO COM SISTEMA DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO EXTERIOR (E.T.I.C.S.). O Sistema maxit HotSkin consiste na conjugação do Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS) composto por isolamento térmico prefabricado aplicado, com a alvenaria de Bloco Térmico®. O sistema é revestido por um reboco armado para protecção das solicitações climáticas e mecânicas pelo exterior e por um reboco tradicional pelo interior. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 75
  • 76. Paredes Exteriores Construções II O Sistema maxit HotSkin é constituído por placas de poliestireno, expandido de espessura variável, coladas com argamassa maxit 408 e revestidas novamente com este produto. O maxit 408, como barramento, é aplicado em várias camadas e armado com uma ou mais redes de fibra de vidro. Como acabamento é utilizado, geralmente, um revestimento fino, tipo maxit Mincoat, maxitScratch ou maxitRillen. A conjugação do sistema E.T.I.C.S. com o Bloco Térmico®, permite a optimização da espessura do isolante leve a colocar no exterior, porque o bloco já possui um isolamento térmico apreciável devido à incorporação da Leca® no betão constituinte. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 76
  • 77. Paredes Exteriores Construções II Vantagens: • Facilidade de execução • Economia • Juntas de argamassa horizontais descontínuas • Isolamento Térmico e Acústico melhorado • Tratamento pontes térmicas ISOLAMENTO TÉRMICO EM ZONAS OPACAS VERTICAIS NA ENVOLVENTE EXTERIOR - BLOCOCONFORTO® Bloco constituinte de um sistema construtivo em alvenaria simples, com isolamento repartido, especialmente concebido para a construção de moradias e edifícios até 3 pisos em parede resistente. Alternativa a parede dupla com isolamento leve ou parede simples com sistema ETICS, o sistema de alvenaria com Bloco Conforto® tem um excelente comportamento térmico. O BlocoConforto® é um elemento com um comportamento exemplar no que respeita ao comportamento térmico. Este O Bloco Conforto® permite a acumulação da energia na parede, que será libertada quando a temperatura do espaço for mais baixa. Quando inserido em sistemas de construção tradicional contribuiu para a classe de resistência forte. O BlocoConforto® tem uma resistência à compressão e a sua geometria (largura de 35cm), proporciona uma estabilidade lateral à acção do vento e resistência ao choque de corpos sólidos, superior a uma parede constituída por dois panos de alvenaria de 11cm e 15cm. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 77
  • 78. Paredes Exteriores Construções II Vantagens: • Isolamento repartido; • Tratamento pontes térmicas; • Paredes resistentes • Preparado para ser utilizado como alvenaria estrutural, reduzindo o tempo de execução e o custo dos materiais e cofragens, resultando numa construção de elevada qualidade com baixos custos. • Inércia térmica; • Montagem simples; • Mão-de-obra pouco especializada; • Tempo de execução muito inferior às paredes duplas. DESIGN - LECA® DECOR Leca®Decor constitui forma simples de fazer correcções acústicas em espaços como salas de espectáculo, de exposição, auditórios, salas de formação, restaurantes, cantinas, e inúmeros outros locais onde as características acústicas e arquitectónicas são fundamentais para o conforto humano e funcionalidade do espaço. Aspecto do elemento de alvenaria Têm uma textura única, conferida pelos grãos de argila expandida Leca® , este bloco face-à-vista decorativo, sem necessidade de acabamento final, destina-se a ser utilizado em alvenarias interiores para correcção acústica. Pode ser combinado com outros materiais (madeira, pedra, alumínio, vidro, por exemplo), tornando assim a sua aplicação particularmente versátil. Em determinadas circunstâncias também pode ser utilizado no exterior, tirando-se ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 78
  • 79. Paredes Exteriores Construções II então partido das propriedades térmicas que lhe são conferidas pela argila expandida Leca®. De elevado valor decorativo, e com excelentes propriedades acústicas - absorção sonora superior -, permite fazer jogos de luminosidade e textura, criando ambientes extremamente sofisticados, acolhedores e muito confortáveis. 12. Painéis pré-fabricados pesados De difícil transporte e colocação em obra e algo susceptíveis a patologias nas ligações; de rápida instalação, exigem uma certa repetitividade para se tornarem competitivos. Tipologias: -Vedações de edifícios multipavimentados • Painéis arquitectónicos • Painéis modulares auto portantes • Painéis de concreto celular acabados -Vedação de edifícios horizontais, comerciais e industriais • Auto-portantes • Estruturais ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 79
  • 80. Paredes Exteriores Construções II 13. Painel pré-fabricado arquitectónico de fachada É um componente pré-fabricado de dimensão especial (ou ocasionalmente modular) que por incorporar acabamentos, texturas, cores ou formatos especiais, contribui para a forma ou o efeito arquitectónico das fachadas. Na selecção dos painéis pré-fabricados deve-se ter em atenção: Vida útil e manutenção • Durabilidade dos materiais constituintes do painel • Durabilidade das fixações • Degradação da superfície acabada e possibilidade de acções de manutenção • Periodicidade e facilidade de manutenção Aspectos arquitectónicos e estéticos • Flexibilidade arquitectónica - detalhes, juntas, dimensões, volumetria, etc. • Características superficiais – cor, textura, uniformidade. • Manutenção das características superficiais. ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 80
  • 81. Paredes Exteriores Construções II Fixação: Soldada à estrutura Aparafusada Juntas entre painéis Desempenho Funcional • Desempenho estrutural • Estanqueidade • Comportamento frente à acção do fogo • Desempenho acústico • Desempenho térmico ISMAT ‐ 2º Semestre – 2º ano – Turma N 2010 ‐ 2011 81