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Açores – Porquê um laboratório de
Ciências da Terra?
Métodos para o estudo do interior da Geosfera
1
Açores – Porquê um Laboratório de ciências da
Terra?
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Lagoa do Fogo - S. Miguel (Açores)
3
RT – Rifte da Terceira(placas divergentes)
FG – Falha de Glória (placas transformantes)
BG – Banco de Gorringe (placas convergentes)
4
Por sua vez, a Dorsal Médio-Atlântica é cortada por diversas
falhas activas, de entre as quais destacamos as seguintes:
 a Zona de Fractura Norte dos Açores (ZFNA);
 a Zona de Fractura Faial-Pico (ZFFP);
 a Zona de Fractura do Banco Açor (ZFBA);
 a Zona de Fractura do Banco Princesa Alice
(ZFBPA).
5
Actividade eruptiva dos Açores
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7
Qual a importância dos Açores como
“laboratório” para o estudo da Geosfera???
Os dados geológicos sobre a composição da Geosfera podem ser
obtidos em qualquer região do globo. No entanto, algumas regiões
apresentam um carácter excepcional para a investigação geológica. Os
Açores constituem um desses locais , porque:
-A sua localização geográfica;
-O contexto tectónico específico;
-A ocorrência de fenómenos vulcânicos distintos;
-Uma actividade sísmica intensa;
-Ocorrência de fenómenos geotérmicos elegem os AÇORES como um
“laboratório” natural para o estudo dos processos geológicos da
Geosfera.
8
Métodos para o estudo do interior
da Geosfera
 Métodos Indirectos:
 Astrogeologia e Planetologia.
 Sismologia
 Geotermia
 Geomagnetismo
 Gravimetria
 Densidade
 Métodos Directos:
 Observação da superfície da Terra.
 Exploração de minas.
 Furos ultraprofundos/ Sondagens.
 Vulcanismo (magmas e xenólitos)
9
10
- Métodos directos :
- Observação e estudo directo da superfície visível
Calçada do gigante
Irlanda do Norte
Vulcão dos Capelinhos
Açores
Caos de blocos
graníticos
 Permite o conhecimento dos
materiais que afloram à superfície
da Terra
 Restringe-se a uma parte muito
superficial da superfície da Terra
11
- Métodos directos :
- Exploração de jazigos minerais em minas e escavações
Minas de Neves-Corvo
(Aljustrel)
Extração de minério de
cobre e zinco.
Fornece dados directos até
profundidades que oscilam entre
os 3 e os 4 km.
Mina de gesso em Óbidos
12
- Métodos directos
- Sondagens
Perfurações envolvendo
equipamento apropriado
que permitem retirar
colunas de rochas
(carotes ou tarolos )
correspondentes a milhões
de anos de história, e que
permitem deduzir muitos
acontecimentos do
passado da Terra.
Sondagem
Tarolos ou carotes
13
A perfuração mais profunda ao nível continental foi realizada pelos
soviéticos em 1970, na Península de Kola (noroeste da Rússia), e
atingiu cerca de 12023 m de profundidade atravessando rochas de
2500 Ma a 2700 Ma.
Ao nível oceânico, a perfuração mais profunda foi realizada por
americanos em 1991, no Pacífico Central e atingiu cerca de 2000m de
profundidade.
Exercício pág.113
14
A tecnologia aplicada nas sondagens ainda apresenta muitas
limitações
Problemas
económicos:
Extremamente
dispendiosos
Problemas
técnicos:
Os materiais utilizados
nas perfurações devem
ser resistentes às
elevadas temperaturas
do interior da Geosfera
e leves para serem
manejados.
15
- Métodos directos :
- Vulcanismo (Magmas e Xenólitos)
Os vulcões lançam para o exterior materiais oriundos de profundidades que podem atingir
100 km a 200 km, ou mesmo mais. o estudo do magma permite deduzir dados sobre as
condições de pressão, temperatura e composição química do manto.
VULCÕES - “janelas” para o interior da Terra
Os xenólitos ou encraves são fragmentos de
rochas encaixantes que foram arrancados
pelo magma durante a sua ascensão
(oriundos de profundidades de 200km ou
mais
Métodos indirectos
- Astrogeologia e Planetologia
Planetologia- Ciência cujo o objetivo
é o estudo geológico e morfológico comp
arado dos diversos corpos do
Sistema Solar, os quais fornecem indicaç
ões preciosas sobre o planeta
Terra.
Astrogeologia – ciência
planetária que faz o estudo
comparado de corpos celestes
numa perspectiva geológica 16
•Por exemplo o diâmetro do nosso planeta é
hoje determinado através de satélites;
conhecido o diâmetro da Terra foi possível
determinar o volume; e a partir do volume e
da massa pôde determinar-se a massa
volúmica da Terra.
O estudo dos meteoritos, por
exemplo, tem permitido reconstituir os
primeiros estádios de formação da
Terra e confrontar a natureza e a
composição desses meteoritos com as
diferentes zonas que se admite
constituírem o interior do globo
terrestre.
17
- Métodos indirectos / Geofísicos:
- Geotermia
“ (…) A Terra é uma gigantesca máquina térmica.”
(John H. Sass)
Á variação de temperatura em profundidade dá-se o nome de gradiente
geotérmico – aumento da temperatura por quilometro de
profundidade.
 Admite-se que o gradiente geotérmico diminui com a
profundidade (à medida que a profundidade aumenta, o aumento
da temperatura faz-se mais lentamente)
Á profundidade que é preciso descer para que a temperatura
interna da geosfera aumente 1ºC, designa-se grau geotérmico.
 O valor para as zonas superficiais da geosfera anda à volta dos 33
metros; à medida que a profundidade aumenta o grau geotérmico
aumenta também.
18
- Geotermia
Fluxo térmico
Quantidade de calor libertado
por unidade de superfície e por
unidade de tempo
 Por vezes o fluxo é perceptível e até espectacular como acontece nas zonas vulcânicas
e fontes termais.
 Na generalidade não nos apercebemos dessa libertação de calor devido à baixa
condutividade térmica da crosta terrestre.
 O fluxo de calor do interior para a superfície da Terra é o
fluxo geotérmico – é contínuo mas não uniforme
(máximo nos riftes e mínimo no interior das placas continentais)
19
20
- Geotermia
 Dá –nos informações sobre:
 Temperatura do interior da
Terra ;
 Estado físico dos materiais do
interior da Terra:
 Manto –entre 220 e 410Km,
parcialmente fundido. O resto no
estado sólido.
 Núcleo externo – estado líquido,
tudo fundido.
 Núcleo interno - devido à
pressão o material comporta-se
como sendo sólido.
21
- Métodos indirectos / Geofísicos:
- Densidade / Pressão
Variação da densidade e da pressão com a
profundidade
 O aumento da pressão
litostática com a profundidade
conduz ao aumento da
densidade.
 O aumento abrupto da
densidade é interpretado
como o resultado de uma
mudança de composição
química..
22
- Métodos indirectos / Geofísicos:
- Temperatura / Pressão
23
- Métodos indirectos / Geofísicos:
- Geomagnetismo
Estudo dos campos magnéticos revelados pela Terra
A Terra é cercada por um campo de forças
magnéticas – a magnetosfera.
Qual a origem do campo magnético terrestre?
modelo do dínamo
O Núcleo externo da Terra deve ser constituído por
metais (Fe / Ni ) no estado líquido.
 Esses materiais encontram-se em movimento de
rotação, criando uma corrente eléctrica, a qual por
sua vez, estará na origem do campo magnético
terrestre.
24
- Geomagnetismo
 Magnetosfera (uma espécie de envoltório do nosso planeta, formada pela
interação entre o nosso campo magnético e o vento solar).
 A Magnetosfera funciona como um colchão protetor, existente entre os ventos
solares e a própria Terra, nos protegendo de várias anomalias do espaço,
principalmente os ventos solares, a radiação solar e outros raios cósmicos.
 A existência da magnetosfera permitiu o desenvolvimento e a manutenção das
espécies na Terra, na medida em que funciona como um escudo contra os
ciclónicos ventos solares.
 O campo magnético terrestre muda os seus pólos Norte e Sul, em intervalos de
tempo irregulares.
 Utilizando um magnetómetro consegue-se medir a intensidade dos campos
magnéticos “fossilizado” nas rochas.
25
- Geomagnetismo
Os cristais funcionam
como ímanes, com uma
polaridade paralela à
do campo magnético
terrestre na altura da
sua formação.
Ponto de Curie ou temperatura de Curie corresponde à temperatura
acima da qual os materiais perdem as suas capacidades ferromagnéticas,
voltando a adquiri-las com a diminuição da temperatura. Varia de
material para material, e foi descoberto por Pierre Curie.
26
- Geomagnetismo
Paleomagnetismo (estudo dos campos magnéticos terrestres fossilizados)
das rochas ao nível dos limites divergentes de placas
A polaridade, ao longo do tempo geológico, alterna entre períodos de polaridade
magnética normal (igual à sentida no presente) e períodos de polaridade magnética
inversa (oposta à sentida no presente).
A simetria do registo paleomagnético resulta do alastramento dos fundos oceânicos a partir
do rifte. O magma quando chega à superfície solidifica em ambos os lados do rifte e nesse
momento, os cristais ferromagnéticos magnetizam segundo o campo magnético terrestre
27
Polaridade normal–polaridade remanescente nas rochas idêntica
à polaridade actual.
Polaridade Normal Polaridade Inversa
Polaridade inversa – polaridade remanescente nas rochas
diferente(inversa) da polaridade actual.
28
- Geomagnetismo
As faixas de polaridade de um e do outro lado do rifte são simétricas.
Apoiam a hipótese da expansão dos fundos oceânicos.
29
- Geomagnetismo
Importância do geomagnetismo :
1. A existência de um campo magnético apoia o modelo sobre a
existência de um núcleo formado por Ferro e Níquel, sendo o núcleo
externo líquido.
2. O paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da Terra:
• Permite tirar ilações sobre a posição passada dos continentes
relativamente aos pólos magnéticos.
• Permite determinar a latitude geográfica que uma rocha no momento da
sua formação.
• Apoia a hipótese da deriva continental e da formação dos fundos
oceânicos a partir do rifte.
• Regista as inversões do campo magnético terrestre atual.
30
- Métodos indirectos / Geofísicos
- Gravimetria
31
- Gravimetria
32
- Gravimetria
33
- Gravimetria
34
- Gravimetria
 A existência de uma maior espessura da
crosta continental (menos densa)
relativamente à crosta oceânica (mais
densa), já que os valores da gravidade
medidos sobre os continentes são
inferiores aos verificados sobre os
oceanos.
1 – Negativa 3 – Positiva
 Baseia-se na medição, tanto
a nível local como global, da
força gravítica terrestre.
 Essa força aumenta
(positiva) em zonas de maior
densidade;
 Essa força diminuí (negativa)
em zonas de menor
densidade.
O valor normal da aceleração da gravidade, ao nível médio das águas
do mar, é 9,81m/s2 , e, por convenção, considera-se ser zero.
35
- Gravimetria
36
37
- Gravimetria
 A localização de massas de
densidade diferente daquela que
caracteriza a região onde estão
situadas, como, por exemplo,
depósitos de sal – gema (rocha
pouco densa )
 1 – Anomalia gravimétrica negativa;
 2 – Anomalia gravimétrica positiva
Permite:
38
Continentes=natureza granítica – menor densidade – anomalia
gravimétrica negativa
Fundos oceânicos=natureza basáltica - maior densidade – anomalia
gravimétrica positiva
39
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- Sismologia

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Métodos para o estudo do interior da geosfera

  • 1. Açores – Porquê um laboratório de Ciências da Terra? Métodos para o estudo do interior da Geosfera 1
  • 2. Açores – Porquê um Laboratório de ciências da Terra? 2
  • 3. Lagoa do Fogo - S. Miguel (Açores) 3
  • 4. RT – Rifte da Terceira(placas divergentes) FG – Falha de Glória (placas transformantes) BG – Banco de Gorringe (placas convergentes) 4
  • 5. Por sua vez, a Dorsal Médio-Atlântica é cortada por diversas falhas activas, de entre as quais destacamos as seguintes:  a Zona de Fractura Norte dos Açores (ZFNA);  a Zona de Fractura Faial-Pico (ZFFP);  a Zona de Fractura do Banco Açor (ZFBA);  a Zona de Fractura do Banco Princesa Alice (ZFBPA). 5
  • 7. 7 Qual a importância dos Açores como “laboratório” para o estudo da Geosfera??? Os dados geológicos sobre a composição da Geosfera podem ser obtidos em qualquer região do globo. No entanto, algumas regiões apresentam um carácter excepcional para a investigação geológica. Os Açores constituem um desses locais , porque: -A sua localização geográfica; -O contexto tectónico específico; -A ocorrência de fenómenos vulcânicos distintos; -Uma actividade sísmica intensa; -Ocorrência de fenómenos geotérmicos elegem os AÇORES como um “laboratório” natural para o estudo dos processos geológicos da Geosfera.
  • 8. 8 Métodos para o estudo do interior da Geosfera
  • 9.  Métodos Indirectos:  Astrogeologia e Planetologia.  Sismologia  Geotermia  Geomagnetismo  Gravimetria  Densidade  Métodos Directos:  Observação da superfície da Terra.  Exploração de minas.  Furos ultraprofundos/ Sondagens.  Vulcanismo (magmas e xenólitos) 9
  • 10. 10 - Métodos directos : - Observação e estudo directo da superfície visível Calçada do gigante Irlanda do Norte Vulcão dos Capelinhos Açores Caos de blocos graníticos  Permite o conhecimento dos materiais que afloram à superfície da Terra  Restringe-se a uma parte muito superficial da superfície da Terra
  • 11. 11 - Métodos directos : - Exploração de jazigos minerais em minas e escavações Minas de Neves-Corvo (Aljustrel) Extração de minério de cobre e zinco. Fornece dados directos até profundidades que oscilam entre os 3 e os 4 km. Mina de gesso em Óbidos
  • 12. 12 - Métodos directos - Sondagens Perfurações envolvendo equipamento apropriado que permitem retirar colunas de rochas (carotes ou tarolos ) correspondentes a milhões de anos de história, e que permitem deduzir muitos acontecimentos do passado da Terra. Sondagem Tarolos ou carotes
  • 13. 13 A perfuração mais profunda ao nível continental foi realizada pelos soviéticos em 1970, na Península de Kola (noroeste da Rússia), e atingiu cerca de 12023 m de profundidade atravessando rochas de 2500 Ma a 2700 Ma. Ao nível oceânico, a perfuração mais profunda foi realizada por americanos em 1991, no Pacífico Central e atingiu cerca de 2000m de profundidade. Exercício pág.113
  • 14. 14 A tecnologia aplicada nas sondagens ainda apresenta muitas limitações Problemas económicos: Extremamente dispendiosos Problemas técnicos: Os materiais utilizados nas perfurações devem ser resistentes às elevadas temperaturas do interior da Geosfera e leves para serem manejados.
  • 15. 15 - Métodos directos : - Vulcanismo (Magmas e Xenólitos) Os vulcões lançam para o exterior materiais oriundos de profundidades que podem atingir 100 km a 200 km, ou mesmo mais. o estudo do magma permite deduzir dados sobre as condições de pressão, temperatura e composição química do manto. VULCÕES - “janelas” para o interior da Terra Os xenólitos ou encraves são fragmentos de rochas encaixantes que foram arrancados pelo magma durante a sua ascensão (oriundos de profundidades de 200km ou mais
  • 16. Métodos indirectos - Astrogeologia e Planetologia Planetologia- Ciência cujo o objetivo é o estudo geológico e morfológico comp arado dos diversos corpos do Sistema Solar, os quais fornecem indicaç ões preciosas sobre o planeta Terra. Astrogeologia – ciência planetária que faz o estudo comparado de corpos celestes numa perspectiva geológica 16 •Por exemplo o diâmetro do nosso planeta é hoje determinado através de satélites; conhecido o diâmetro da Terra foi possível determinar o volume; e a partir do volume e da massa pôde determinar-se a massa volúmica da Terra. O estudo dos meteoritos, por exemplo, tem permitido reconstituir os primeiros estádios de formação da Terra e confrontar a natureza e a composição desses meteoritos com as diferentes zonas que se admite constituírem o interior do globo terrestre.
  • 17. 17 - Métodos indirectos / Geofísicos: - Geotermia “ (…) A Terra é uma gigantesca máquina térmica.” (John H. Sass) Á variação de temperatura em profundidade dá-se o nome de gradiente geotérmico – aumento da temperatura por quilometro de profundidade.  Admite-se que o gradiente geotérmico diminui com a profundidade (à medida que a profundidade aumenta, o aumento da temperatura faz-se mais lentamente) Á profundidade que é preciso descer para que a temperatura interna da geosfera aumente 1ºC, designa-se grau geotérmico.  O valor para as zonas superficiais da geosfera anda à volta dos 33 metros; à medida que a profundidade aumenta o grau geotérmico aumenta também.
  • 18. 18 - Geotermia Fluxo térmico Quantidade de calor libertado por unidade de superfície e por unidade de tempo  Por vezes o fluxo é perceptível e até espectacular como acontece nas zonas vulcânicas e fontes termais.  Na generalidade não nos apercebemos dessa libertação de calor devido à baixa condutividade térmica da crosta terrestre.  O fluxo de calor do interior para a superfície da Terra é o fluxo geotérmico – é contínuo mas não uniforme (máximo nos riftes e mínimo no interior das placas continentais)
  • 19. 19
  • 20. 20 - Geotermia  Dá –nos informações sobre:  Temperatura do interior da Terra ;  Estado físico dos materiais do interior da Terra:  Manto –entre 220 e 410Km, parcialmente fundido. O resto no estado sólido.  Núcleo externo – estado líquido, tudo fundido.  Núcleo interno - devido à pressão o material comporta-se como sendo sólido.
  • 21. 21 - Métodos indirectos / Geofísicos: - Densidade / Pressão Variação da densidade e da pressão com a profundidade  O aumento da pressão litostática com a profundidade conduz ao aumento da densidade.  O aumento abrupto da densidade é interpretado como o resultado de uma mudança de composição química..
  • 22. 22 - Métodos indirectos / Geofísicos: - Temperatura / Pressão
  • 23. 23 - Métodos indirectos / Geofísicos: - Geomagnetismo Estudo dos campos magnéticos revelados pela Terra A Terra é cercada por um campo de forças magnéticas – a magnetosfera. Qual a origem do campo magnético terrestre? modelo do dínamo O Núcleo externo da Terra deve ser constituído por metais (Fe / Ni ) no estado líquido.  Esses materiais encontram-se em movimento de rotação, criando uma corrente eléctrica, a qual por sua vez, estará na origem do campo magnético terrestre.
  • 24. 24 - Geomagnetismo  Magnetosfera (uma espécie de envoltório do nosso planeta, formada pela interação entre o nosso campo magnético e o vento solar).  A Magnetosfera funciona como um colchão protetor, existente entre os ventos solares e a própria Terra, nos protegendo de várias anomalias do espaço, principalmente os ventos solares, a radiação solar e outros raios cósmicos.  A existência da magnetosfera permitiu o desenvolvimento e a manutenção das espécies na Terra, na medida em que funciona como um escudo contra os ciclónicos ventos solares.  O campo magnético terrestre muda os seus pólos Norte e Sul, em intervalos de tempo irregulares.  Utilizando um magnetómetro consegue-se medir a intensidade dos campos magnéticos “fossilizado” nas rochas.
  • 25. 25 - Geomagnetismo Os cristais funcionam como ímanes, com uma polaridade paralela à do campo magnético terrestre na altura da sua formação. Ponto de Curie ou temperatura de Curie corresponde à temperatura acima da qual os materiais perdem as suas capacidades ferromagnéticas, voltando a adquiri-las com a diminuição da temperatura. Varia de material para material, e foi descoberto por Pierre Curie.
  • 26. 26 - Geomagnetismo Paleomagnetismo (estudo dos campos magnéticos terrestres fossilizados) das rochas ao nível dos limites divergentes de placas A polaridade, ao longo do tempo geológico, alterna entre períodos de polaridade magnética normal (igual à sentida no presente) e períodos de polaridade magnética inversa (oposta à sentida no presente). A simetria do registo paleomagnético resulta do alastramento dos fundos oceânicos a partir do rifte. O magma quando chega à superfície solidifica em ambos os lados do rifte e nesse momento, os cristais ferromagnéticos magnetizam segundo o campo magnético terrestre
  • 27. 27 Polaridade normal–polaridade remanescente nas rochas idêntica à polaridade actual. Polaridade Normal Polaridade Inversa Polaridade inversa – polaridade remanescente nas rochas diferente(inversa) da polaridade actual.
  • 28. 28 - Geomagnetismo As faixas de polaridade de um e do outro lado do rifte são simétricas. Apoiam a hipótese da expansão dos fundos oceânicos.
  • 29. 29 - Geomagnetismo Importância do geomagnetismo : 1. A existência de um campo magnético apoia o modelo sobre a existência de um núcleo formado por Ferro e Níquel, sendo o núcleo externo líquido. 2. O paleomagnetismo fornece informações sobre o passado da Terra: • Permite tirar ilações sobre a posição passada dos continentes relativamente aos pólos magnéticos. • Permite determinar a latitude geográfica que uma rocha no momento da sua formação. • Apoia a hipótese da deriva continental e da formação dos fundos oceânicos a partir do rifte. • Regista as inversões do campo magnético terrestre atual.
  • 30. 30 - Métodos indirectos / Geofísicos - Gravimetria
  • 34. 34 - Gravimetria  A existência de uma maior espessura da crosta continental (menos densa) relativamente à crosta oceânica (mais densa), já que os valores da gravidade medidos sobre os continentes são inferiores aos verificados sobre os oceanos. 1 – Negativa 3 – Positiva  Baseia-se na medição, tanto a nível local como global, da força gravítica terrestre.  Essa força aumenta (positiva) em zonas de maior densidade;  Essa força diminuí (negativa) em zonas de menor densidade. O valor normal da aceleração da gravidade, ao nível médio das águas do mar, é 9,81m/s2 , e, por convenção, considera-se ser zero.
  • 36. 36
  • 37. 37 - Gravimetria  A localização de massas de densidade diferente daquela que caracteriza a região onde estão situadas, como, por exemplo, depósitos de sal – gema (rocha pouco densa )  1 – Anomalia gravimétrica negativa;  2 – Anomalia gravimétrica positiva Permite:
  • 38. 38 Continentes=natureza granítica – menor densidade – anomalia gravimétrica negativa Fundos oceânicos=natureza basáltica - maior densidade – anomalia gravimétrica positiva
  • 39. 39 - Métodos indirectos /Geofísicos: - Sismologia