SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
10º Ano de Biologia e Geologia Professores: Ana Cravo e Carlos Almeida
1. CONTRIBUTOS PARA O CONHECIMENTO
1.1. Contributos da Sismologia:
 Permitem estabelecer um modelo com 3 camadas concêntricas:
- Crosta (camada superficial);
- Manto (camada intermédia);
- Núcleo (camada interior).
 Tiveram como base inicial o estudo de grandes sismos;
 Após a 2ª Guerra Mundial este modelo foi confirmado a partir do estudo
da propagação de ondas sísmicas geradas por:
- ensaios nucleares;
- bombas atómicas;
- microssismos gerados artificialmente (explosões controladas).
1.1. Contributos da Sismologia
A – A velocidade das ondas sísmicas
 Em 1906, o geólogo inglês Oldham verificou o seguinte:
- o registo da velocidade das ondas P no epicentro (6,5 Km/s), era superior ao
indicado no seu polo oposto ao do epicentro (4,5 Km/s);
- formulou a hipótese que as ondas ao atravessarem um núcleo central com
uma composição diferente, diminuíam a sua velocidade.
 Estudos recentes revelam que para materiais no estado sólido, a velocidade
das ondas P [VP = (K+4/3μ)/ρ] e S [VS = μ/ρ] é tanto maior, quanto maior for a
distância epicentral (maior a profundidade de propagação) porque:
- aumenta a rigidez dos materiais se forem homogéneos (μ);
- aumenta o efeito da incompressibilidade/resistência à variação de volume (K).
 Em materiais no estado líquido a velocidade das ondas P diminui e a das
ondas S é anulada (deixam de se propagar) porque a rigidez é nula (μ = 0):
- VP = (K+4/3μ)/ρ; se μ = 0, então: VP = (K+0)/ρ = K/ρ
- VP = μ/ρ; se μ = 0, então: VP = 0/ρ = 0 = 0
1.1. Contributos da Sismologia
B – A trajetórias das ondas sísmicas:
 As ondas sísmicas podem-se propagar de três formas:
- Direta (a) – segue o percurso normal de incidência;
- Refletida (b) – descreve uma trajetória de desvio igual ao ângulo da sua
incidência (b);
- Refratada (c) – atravessa dois meios físicos e/ou químicos diferentes onde
são alterados os ângulos de incidência e refração .
cb
a a
 As ondas sísmicas possuem
trajetórias:
- curvilíneas;
- côncavas.
 Descontinuidades – superfícies
no interior da Terra em que
existe alteração da trajetória
das ondas sísmicas. (inter-geo.org)
C – As principais descontinuidades:
C.1. Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho:
 Descoberta em 1909 pelo geofísico croata Andrija Mohorovicic que verificou o seguinte:
- a partir dos 150 Km do epicentro, as estações sismográficas registam as ondas P
refratadas (Pn) antes das ondas P diretas (Pg), logo possuem maior velocidade (maior
rigidez do material da geosfera).
- à profundidade de cerca de 10 Km nos fundos oceânicos e de 35/40 Km nas áreas
continentais (correspondente à trajetória por refração das ondas) existe uma
superfície que delimita a crosta do manto.
Silva, Amparo; et. al. ( 2007) .Terra Universo da Vida. Porto Editora 8adaptado)
1.1. Contributos da Sismologia
1.1. Contributos da Sismologia
C.2. Descontinuidade de Gutenberg:
(netxplica.com)
 Descoberta em 1913 pelo
sismólogo alemão Beno
Gutenberg que verificou o
seguinte:
- em qualquer sismo existe
uma zona de sombra
sísmica localizada, a partir
do seu epicentro, a uma
distância angular entre os
103º e os 143º
- nessa zona de sombra
sísmica não se registam
ondas diretas S e P e a
partir dos 143º só existe
registo das ondas P.
C.2. Descontinuidade de Gutenberg:
(rbrebello.wordpress.com)
 Factos:
- à profundidade de 2983 Km
(cerca de 2900 Km) as
ondas S deixam de se
propagar e as ondas P
reduzem bruscamente a
sua velocidade e são
refratadas – o estado físico
dos materiais passa de
sólido para líquido (μ=0);
- existe uma superfície que
delimita o manto do
núcleo, em que a parte mais
externa está no estado
líquido.
1.1. Contributos da Sismologia
C.3. Descontinuidade de Wierchet/Lehman:
 Descoberta pelo sismologista alemão J. E. Wiechert e mais tarde confirmada pela
geofísica dinamarquesa I. Lehmann que verificou o seguinte:
- a partir dos 5150 Km de profundidade as ondas P aumentam bruscamente a sua
velocidade;
- ao aumento da velocidade , corresponde ao aumento da rigidez dos materiais que, por
tal motivo estão no estado sólido;
- a essa profundidade existe uma superfície que delimita o núcleo externo (líquido) do
núcleo interno (sólido) .
 Estudos posteriores efetuados em laboratório e baseados na velocidade de propagação
das ondas em função da densidade dos materiais concluíram o seguinte:
- o núcleo da Terra é constituído por essencialmente por Ferro (Fe) e Níquel (Ni).
1.1. Contributos da Sismologia
1.1. Contributos da Sismologia
D – Astenosfera (zona de baixa velocidade) :
 A partir da descontinuidade de Moho
(10/40 Km de profundidade) inicia-se o
manto constituído essencialmente por
peridotito (rocha granular e escura
composta por olivina e alguma piroxena);
 À profundidade entre os 100 e 350 Km
existe diminuição acentuada da velocidade
das ondas P e S, voltando a aumentar;
 A redução da velocidade das ondas
sísmicas comprova o seguinte:
- existência de uma zona no manto superior
de baixa velocidade sísmica (astenosfera);
- diminuição da velocidade que se deve à
menor rigidez dos materiais que estão
parcialmente fundidos (estado plástico ou
semilíquido). Dias, Amparo. Et. all. (2003).Terra, Universo da Vida. Porto Editora
1.1. Contributos da Sismologia
E – Descontinuidades da Geosfera (resumo geral) :
Descontinuidade
Zonas
(separação)
Limite
(profundidade)
Ondas P
(velocidade)
Ondas S
(velocidade)
Materiais
(e. físico)
Conrad
Crosta
Continental
Superior da
Inferior
15 /20 Km aumenta aumenta sólido
Mohorovicic
CrostaContinental
Inferior/Crosta
Oceânicado Manto
Superior
10 /40 Km aumenta aumenta sólido
Repetti
Manto Superior
do Manto Inferior
700 Km aumenta aumenta sólidos
Gutenberg
Manto Inferior do
Núcleo Externo
2883 Km diminui nula líquido
Wierchet/Lehman
Núcleo Externo
do Núcleo interno
5150 Km aumenta nula
(nas diretas)
líquido
Adaptado de: netxplica.com
1.2. Contributos da Vulcanologia
Dados vulcanológicos e a composição do manto:
 O estudo de materiais expelidos pelos vulcões situados em zonas de interplaca (riftes
oceânicos) ou de intraplaca (hot-spots ou pontos quentes) permitem determinar:
- a proveniência de um magma primário proveniente de correntes de convecção térmica
existentes na astenosfera (manto superior) ou de plumas térmicas (limite entre o manto
superior e núcleo externo);
- a constituição rochosa (peridotitos) que possuem igual densidade do manto (3,3 g/cm3).
(biologiaegeologia.pt)
Vulcanismo interplaca de vale de rifte Vulcanismo intraplaca de “Hot Spot”
1.2. Contributos da Planetologia e Astrologia
A – Registos sísmicos na Lua:
 A partir de 4 estações sísmicas colocadas desde 1969 pelo
Programa Apollo (NASA) e que têm detetado cerca de 600 a 3000
sismos por ano, com as seguintes características:
- a magnitude é inferior ou igual a 2 na Escala de Richter;
- são de longa duração, devido à espessura (70 a 150 Km) e à
rigidez da sua crosta;
- os focos sísmicos estão localizados à profundidade situada
entre os 600 e os 900 Km (atividade residual que ocorre no
núcleo uma vez que este satélite é geologicamente inativo).
(lpi.usra.edu)
Estação central ALSEP (Apollo 15)
B – Estudo das características dos meteoritos:
 Por comparação entre as camadas existentes na Terra e os
fragmentos (asteroides) resultantes de planetas que
possivelmente se desintegraram:
- aerólitos (ricos em silicatos) – crosta;
- siderólitos (igual % de silicatos e Fe-Ni) – manto;
- sideritos (praticamente constituídos por Fe-Ni) – núcleo.
(meteoriticainfo.webs.com)
1 2
3
1 – aerólito; 2 – siderólito; 3 - siderito
2. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA
A – Caraterísticas e Modelos da Geosfera:
ModeloQuímico
(composiçãodosmateriais)
ModeloFísico
(rigidezdosmateriais)
(Carlos Almeida - 2006)
ZONAS COMPOSIÇÃO CARACTERÍSTICAS
CROSTA(0-10/40km)
Continental
(0-40Km)
Superior
 Rochas siliciosas de Sílica e Alumina (SIAL),
 Sedimentares, metamórficas e magmáticas
(predominam granitos e granodioritos).
 Espessura média de 15 a 20 Km;
 Idade variável entre 0 a 3.900 M.a.
 Densidade de 2,7.
Inferior
 Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)
 Rochas ultrametamórficas e magmáticas
(predominam os granitos de anatexia e gabros)
 Espessura média entre 20 a 25 Km ;
 De 70 a 80 Km de profundidade em “raízes” de cadeias
montanhosas;
 Densidade > a 2,8.
Oceânica
(0-10Km)
Camada
sedimentar
 R. Sedimentares transportadas da crosta continental
e depositadas no fundo do oceano
 Espessura de 0 a 0,5 Km;
 Densidade < a 3,0.
Camada
basáltica
 Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)
 Basaltos formados pela solidificação do magma à
superfície
 Espessura de 1 a 4 Km;
 Densidade > a 3,0.
Camada
oceânica
 Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)
 Gabros (rochas de igual composição aos basaltos
mas plutónicas).
 Espessura de 5 a 6 Km;
 Densidade > a 3,0.
MANTO
(10/40-2.883Km)
Superior (10/40 – 700 Km)
 Peridotitos (rocha constituída essencialmente por
minerais de olivina + piroxena).
 A zona correspondente à a Astenosfera não
apresenta material rochoso.
 Espessura entre 660 a 690 Km ;
 Densidade entre 4,3 (limite superior) e 4,8 (limite
inferior).
Inferior (700 – 2883 Km)
 Composição provavelmente idêntica à do Manto
Superior, sendo os materiais rochosos mais densos.
 Espessurade2183Km;
 Densidade > a 4,8 e < a10,0.
NÚCLEO
(2.883-6.371Km)
Externo (2883 – 5140 Km)
 Constituído por ligas de Ferro (98%) e Níquel,
associado a alguns sulfuretos.
 Espessurade 2.257Km ;
 Densidade > a 10,0 e < a13,3
Interno (2140 – 6371 Km)  Composição idêntica à do Núcleo Externo.
 Espessurade 1.231Km ;
 Densidade de 13,3 a 16,0.
1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA
B – Modelo Químico:
ZONAS PROPRIEDADES CARACTERÍSTICAS
LITOSFERA
 Aumento da velocidade das ondas sísmicas S (2,8 – 3,2 Km/s) e P
(6,0 – 8,4 Km/s).
 Materiais no estado sólido e são rígidos.
 Compreende a Crosta e a parte superior do Manto
Superior.
 Constituída por placas tectónicas que são construídas
nas zonas de rifte e destruídas nas zonas de
subducção.
 Espessura média de 100 Km (70 Km na litosfera
oceânica e 125 a 250 Km na litosfera continental)
ASTENOSFERA
 A diminuição da velocidade de propagação das ondas S (3,2 – 3,0
Km/s) e P (8,4 – 7,5 Km/s), voltando a subir até aos 8,0 Km/s.
 Diminuição da rigidez (aumento da plasticidade) dos materiais que
estão parcialmente fundidos (estado plástico ou semilíquido) em
correntes de convecção térmica (ascendentes e descendentes).
 Compreende a segunda camada do Manto Superior
acima da qual se desloca a litosfera.
 Espessura média variável (dos 20 a 100 até aos cerca
de 350 Km de profundidade)
MESOSFERA
 Novo aumento da velocidade das ondas sísmicas S (3,5 – 6,0
Km/s) e P (9,2 – 13,5 Km/s).
 Os materiais rochosos (sólidos) aumentam a rigidez, porque a
pressão se sobrepõe ao aumento da temperatura.
 Compreende a terceira camada do Manto Superior e o
Manto Inferior.
 Espessura média de 1.933 Km (dos cerca de 350 aos
2.883 Km de profundidade).
NÚCLEO
(ENDOSFERA)
Externo
 As ondas sísmicas S deixam-se de propagar (3,5 – 0,0 Km/s) com
diminuição brusca e ligeiro aumento das P (8,0 – 10,0 Km/s).
 Material comparta-se como estando no estado líquido.
 Espessura de 2.257 Km (até à profundidade de 5.140
Km).
Interno
 As ondas sísmicas S já não se propagam (0,0 – 0,0 Km/s) mas há
aumento da velocidade das P (10,0 – 11,2 Km/s).
 Aumento da rigidez dos materiais indica estarem no estado sólido.
 Espessura de 1.231 Km (até à profundidade de 6.371
Km).
B – Modelo Físico:
1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA
1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA
C – Modelo Geodinâmico Clássico :
 O mecanismo responsável pela
dinâmica interna da Terra é o
geotermismo, gerado por:
-decomposição radioativa;
-calor interno proveniente do núcleo.
http://www.youtube.com/watch?v=YDK_VIQ6M2E
Adaptado de: Dias, A. et. all. (2007) Geologia 10/11. Areal Editores
 O calor ascendente origina na
astenosfera células/correntes de
convecção térmica:
-ascendentes (zonas de rifte);
-descendentes (zonas de subducção).
 Essas originam forças tectónicas
(compressivas, distensivas e de
cisalhamento) que originam a
atividade sísmica e vulcânica
responsável pelo relevo dos
continentes e fundos oceânicos.
Adaptado de: geofisicabrasil.com e colegiovascodagama.pt
D – Modelo Geodinâmico da “Camada D”:
 Resulta da controvérsia
gerada pela comunidade
científica sobre a existência
ou nãoda astenosfera.
 Alguns cientistas propõem
um modelo geodinâmico
baseado na existência da
“Camada D” com as
seguintes características:
- está situada entre o manto
inferiore o núcleoexterno;
- espessurade100a200Km;
- é uma zona de
transferência do calor
provenientedo núcleo;
- é responsável pelas
correntes de convecção
existentes no manto e
pelas plumas térmicas que
originam os “hot-spots”
em zonasde intraplaca.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

5 rochas magmáticas
5  rochas magmáticas5  rochas magmáticas
5 rochas magmáticasmargaridabt
 
Princípios Estratigráficos
Princípios EstratigráficosPrincípios Estratigráficos
Princípios EstratigráficosGabriela Bruno
 
(3) biologia e geologia 10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...
(3) biologia e geologia   10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...(3) biologia e geologia   10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...
(3) biologia e geologia 10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...Hugo Martins
 
Métodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosferaMétodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosferaIsabel Lopes
 
BioGeo11-princípios de estratigrafia
BioGeo11-princípios de estratigrafiaBioGeo11-princípios de estratigrafia
BioGeo11-princípios de estratigrafiaRita Rainho
 
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraRochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraAna Castro
 
Rochas sedimentares - minerais e formação
Rochas sedimentares  - minerais e formaçãoRochas sedimentares  - minerais e formação
Rochas sedimentares - minerais e formaçãoIsabel Lopes
 
Descontinuidades Internas
Descontinuidades InternasDescontinuidades Internas
Descontinuidades InternasTânia Reis
 
Deformação das rochas
Deformação das rochasDeformação das rochas
Deformação das rochasIsabel Lopes
 
Geologia 11 rochas sedimentares - detríticas
Geologia 11   rochas sedimentares  - detríticasGeologia 11   rochas sedimentares  - detríticas
Geologia 11 rochas sedimentares - detríticasNuno Correia
 
Geo 13 ambientes sedimentares
Geo 13   ambientes sedimentaresGeo 13   ambientes sedimentares
Geo 13 ambientes sedimentaresNuno Correia
 
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estruturaExercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estruturaAndreia Carvalho
 
(1) biologia e geologia 10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...
(1) biologia e geologia   10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...(1) biologia e geologia   10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...
(1) biologia e geologia 10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...Hugo Martins
 
Geo 10 tectónica de placas
Geo 10   tectónica de placasGeo 10   tectónica de placas
Geo 10 tectónica de placasNuno Correia
 

Mais procurados (20)

FT8 - ROCHAS SEDIMENTARES
FT8 - ROCHAS SEDIMENTARESFT8 - ROCHAS SEDIMENTARES
FT8 - ROCHAS SEDIMENTARES
 
5 rochas magmáticas
5  rochas magmáticas5  rochas magmáticas
5 rochas magmáticas
 
Princípios Estratigráficos
Princípios EstratigráficosPrincípios Estratigráficos
Princípios Estratigráficos
 
(3) biologia e geologia 10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...
(3) biologia e geologia   10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...(3) biologia e geologia   10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...
(3) biologia e geologia 10º ano - compreender a estrutura e dinâmica da geo...
 
Métodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosferaMétodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosfera
 
BioGeo11-princípios de estratigrafia
BioGeo11-princípios de estratigrafiaBioGeo11-princípios de estratigrafia
BioGeo11-princípios de estratigrafia
 
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da TerraRochas - arquivos que relatam a história da Terra
Rochas - arquivos que relatam a história da Terra
 
Rochas sedimentares - minerais e formação
Rochas sedimentares  - minerais e formaçãoRochas sedimentares  - minerais e formação
Rochas sedimentares - minerais e formação
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 
Descontinuidades Internas
Descontinuidades InternasDescontinuidades Internas
Descontinuidades Internas
 
Deformação das rochas
Deformação das rochasDeformação das rochas
Deformação das rochas
 
Geologia 11 rochas sedimentares - detríticas
Geologia 11   rochas sedimentares  - detríticasGeologia 11   rochas sedimentares  - detríticas
Geologia 11 rochas sedimentares - detríticas
 
Vulcões e tectónica de placas
Vulcões e tectónica de placasVulcões e tectónica de placas
Vulcões e tectónica de placas
 
9 vulcanologia
9   vulcanologia9   vulcanologia
9 vulcanologia
 
Metamorfismo
MetamorfismoMetamorfismo
Metamorfismo
 
Geo 13 ambientes sedimentares
Geo 13   ambientes sedimentaresGeo 13   ambientes sedimentares
Geo 13 ambientes sedimentares
 
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estruturaExercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
 
(1) biologia e geologia 10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...
(1) biologia e geologia   10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...(1) biologia e geologia   10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...
(1) biologia e geologia 10º ano - geologia - a geologia, os geologos e os s...
 
Geo 10 tectónica de placas
Geo 10   tectónica de placasGeo 10   tectónica de placas
Geo 10 tectónica de placas
 
7 vulcanologia
7   vulcanologia7   vulcanologia
7 vulcanologia
 

Semelhante a Modelo da estrutura interna da Terra

Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]
Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]
Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]malikfasihabid
 
Ondas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidadesOndas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidadesAna Castro
 
Setima aula sismologia-2
Setima aula sismologia-2Setima aula sismologia-2
Setima aula sismologia-2Sixto Guterres
 
Estrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da TerraEstrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da Terraivasantos
 
Estrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da TerraEstrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da Terraivasantos
 
Ondas sísmicas e estrutura interna da Terra
Ondas sísmicas e estrutura interna da TerraOndas sísmicas e estrutura interna da Terra
Ondas sísmicas e estrutura interna da TerraAlexandraCardoso51
 
EMEF TAJAL CIÊNCIAS - ESTRUTURA DA TERRA
EMEF TAJAL CIÊNCIAS  - ESTRUTURA DA TERRAEMEF TAJAL CIÊNCIAS  - ESTRUTURA DA TERRA
EMEF TAJAL CIÊNCIAS - ESTRUTURA DA TERRAJoseaneciencias
 
Estrutura interna da Terra
Estrutura interna da TerraEstrutura interna da Terra
Estrutura interna da TerraGonçalo Almeida
 
Aula 02 20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008
Aula 02   20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008Aula 02   20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008
Aula 02 20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008Márcia da Silveira
 
Estrutura interna da terra e dinâmica das placas
Estrutura interna da terra e dinâmica das placasEstrutura interna da terra e dinâmica das placas
Estrutura interna da terra e dinâmica das placasJoão José Ferreira Tojal
 
Sismologia_Gabriela.pdf
Sismologia_Gabriela.pdfSismologia_Gabriela.pdf
Sismologia_Gabriela.pdfMikeMicas
 

Semelhante a Modelo da estrutura interna da Terra (20)

Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]
Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]
Contributos para o conhecimento da estrutura da terra[1]
 
Geologia
GeologiaGeologia
Geologia
 
Geologia
GeologiaGeologia
Geologia
 
Modelo Físico Terra
Modelo Físico TerraModelo Físico Terra
Modelo Físico Terra
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 
Ondas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidadesOndas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidades
 
Setima aula sismologia-2
Setima aula sismologia-2Setima aula sismologia-2
Setima aula sismologia-2
 
Estrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da TerraEstrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da Terra
 
Estrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da TerraEstrutura Interna da Terra
Estrutura Interna da Terra
 
Ondas sísmicas e estrutura interna da Terra
Ondas sísmicas e estrutura interna da TerraOndas sísmicas e estrutura interna da Terra
Ondas sísmicas e estrutura interna da Terra
 
20 e ondas sísmicas - estrutura da terra
20 e   ondas sísmicas - estrutura da terra20 e   ondas sísmicas - estrutura da terra
20 e ondas sísmicas - estrutura da terra
 
Pp est int terra
Pp est int terraPp est int terra
Pp est int terra
 
EMEF TAJAL CIÊNCIAS - ESTRUTURA DA TERRA
EMEF TAJAL CIÊNCIAS  - ESTRUTURA DA TERRAEMEF TAJAL CIÊNCIAS  - ESTRUTURA DA TERRA
EMEF TAJAL CIÊNCIAS - ESTRUTURA DA TERRA
 
Estrutura interna da Terra
Estrutura interna da TerraEstrutura interna da Terra
Estrutura interna da Terra
 
Aula 02 20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008
Aula 02   20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008Aula 02   20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008
Aula 02 20de%20 petrgrafia%20%20agosto%202008
 
Estrutura interna da terra e dinâmica das placas
Estrutura interna da terra e dinâmica das placasEstrutura interna da terra e dinâmica das placas
Estrutura interna da terra e dinâmica das placas
 
Estrutura interna da terra 2013
Estrutura interna da terra 2013Estrutura interna da terra 2013
Estrutura interna da terra 2013
 
Sismologia_Gabriela.pdf
Sismologia_Gabriela.pdfSismologia_Gabriela.pdf
Sismologia_Gabriela.pdf
 
Placas
PlacasPlacas
Placas
 
Estrutura da terra
Estrutura da terraEstrutura da terra
Estrutura da terra
 

Mais de essg

Iii 03 - Sismologia
Iii 03 - SismologiaIii 03 - Sismologia
Iii 03 - Sismologiaessg
 
Ap 2 Vulcanismo
Ap 2   VulcanismoAp 2   Vulcanismo
Ap 2 Vulcanismoessg
 
Ap 1 métodos do estudo da terra
Ap 1   métodos do estudo da terraAp 1   métodos do estudo da terra
Ap 1 métodos do estudo da terraessg
 
Matéria de 8º ano até factores abióticos
Matéria de 8º ano até factores abióticosMatéria de 8º ano até factores abióticos
Matéria de 8º ano até factores abióticosessg
 
Comp teste outubro
Comp  teste outubroComp  teste outubro
Comp teste outubroessg
 
Ap 4 a terra, um planeta em mudança
Ap 4   a terra, um planeta em mudançaAp 4   a terra, um planeta em mudança
Ap 4 a terra, um planeta em mudançaessg
 
Ap 3 a medida do tg e a idade da terra
Ap 3   a medida do tg e a idade da terraAp 3   a medida do tg e a idade da terra
Ap 3 a medida do tg e a idade da terraessg
 
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
Ap 2   rochas, arquivos da h  da terraAp 2   rochas, arquivos da h  da terra
Ap 2 rochas, arquivos da h da terraessg
 
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
Ap 2   rochas, arquivos da h  da terraAp 2   rochas, arquivos da h  da terra
Ap 2 rochas, arquivos da h da terraessg
 
Ap 1 a geologia, os geólogos
Ap 1   a geologia, os geólogosAp 1   a geologia, os geólogos
Ap 1 a geologia, os geólogosessg
 
A Terra, um planeta muito especial
A Terra, um planeta muito especialA Terra, um planeta muito especial
A Terra, um planeta muito especialessg
 

Mais de essg (11)

Iii 03 - Sismologia
Iii 03 - SismologiaIii 03 - Sismologia
Iii 03 - Sismologia
 
Ap 2 Vulcanismo
Ap 2   VulcanismoAp 2   Vulcanismo
Ap 2 Vulcanismo
 
Ap 1 métodos do estudo da terra
Ap 1   métodos do estudo da terraAp 1   métodos do estudo da terra
Ap 1 métodos do estudo da terra
 
Matéria de 8º ano até factores abióticos
Matéria de 8º ano até factores abióticosMatéria de 8º ano até factores abióticos
Matéria de 8º ano até factores abióticos
 
Comp teste outubro
Comp  teste outubroComp  teste outubro
Comp teste outubro
 
Ap 4 a terra, um planeta em mudança
Ap 4   a terra, um planeta em mudançaAp 4   a terra, um planeta em mudança
Ap 4 a terra, um planeta em mudança
 
Ap 3 a medida do tg e a idade da terra
Ap 3   a medida do tg e a idade da terraAp 3   a medida do tg e a idade da terra
Ap 3 a medida do tg e a idade da terra
 
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
Ap 2   rochas, arquivos da h  da terraAp 2   rochas, arquivos da h  da terra
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
 
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
Ap 2   rochas, arquivos da h  da terraAp 2   rochas, arquivos da h  da terra
Ap 2 rochas, arquivos da h da terra
 
Ap 1 a geologia, os geólogos
Ap 1   a geologia, os geólogosAp 1   a geologia, os geólogos
Ap 1 a geologia, os geólogos
 
A Terra, um planeta muito especial
A Terra, um planeta muito especialA Terra, um planeta muito especial
A Terra, um planeta muito especial
 

Modelo da estrutura interna da Terra

  • 1. 10º Ano de Biologia e Geologia Professores: Ana Cravo e Carlos Almeida
  • 2. 1. CONTRIBUTOS PARA O CONHECIMENTO 1.1. Contributos da Sismologia:  Permitem estabelecer um modelo com 3 camadas concêntricas: - Crosta (camada superficial); - Manto (camada intermédia); - Núcleo (camada interior).  Tiveram como base inicial o estudo de grandes sismos;  Após a 2ª Guerra Mundial este modelo foi confirmado a partir do estudo da propagação de ondas sísmicas geradas por: - ensaios nucleares; - bombas atómicas; - microssismos gerados artificialmente (explosões controladas).
  • 3. 1.1. Contributos da Sismologia A – A velocidade das ondas sísmicas  Em 1906, o geólogo inglês Oldham verificou o seguinte: - o registo da velocidade das ondas P no epicentro (6,5 Km/s), era superior ao indicado no seu polo oposto ao do epicentro (4,5 Km/s); - formulou a hipótese que as ondas ao atravessarem um núcleo central com uma composição diferente, diminuíam a sua velocidade.  Estudos recentes revelam que para materiais no estado sólido, a velocidade das ondas P [VP = (K+4/3μ)/ρ] e S [VS = μ/ρ] é tanto maior, quanto maior for a distância epicentral (maior a profundidade de propagação) porque: - aumenta a rigidez dos materiais se forem homogéneos (μ); - aumenta o efeito da incompressibilidade/resistência à variação de volume (K).  Em materiais no estado líquido a velocidade das ondas P diminui e a das ondas S é anulada (deixam de se propagar) porque a rigidez é nula (μ = 0): - VP = (K+4/3μ)/ρ; se μ = 0, então: VP = (K+0)/ρ = K/ρ - VP = μ/ρ; se μ = 0, então: VP = 0/ρ = 0 = 0
  • 4. 1.1. Contributos da Sismologia B – A trajetórias das ondas sísmicas:  As ondas sísmicas podem-se propagar de três formas: - Direta (a) – segue o percurso normal de incidência; - Refletida (b) – descreve uma trajetória de desvio igual ao ângulo da sua incidência (b); - Refratada (c) – atravessa dois meios físicos e/ou químicos diferentes onde são alterados os ângulos de incidência e refração . cb a a  As ondas sísmicas possuem trajetórias: - curvilíneas; - côncavas.  Descontinuidades – superfícies no interior da Terra em que existe alteração da trajetória das ondas sísmicas. (inter-geo.org)
  • 5. C – As principais descontinuidades: C.1. Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho:  Descoberta em 1909 pelo geofísico croata Andrija Mohorovicic que verificou o seguinte: - a partir dos 150 Km do epicentro, as estações sismográficas registam as ondas P refratadas (Pn) antes das ondas P diretas (Pg), logo possuem maior velocidade (maior rigidez do material da geosfera). - à profundidade de cerca de 10 Km nos fundos oceânicos e de 35/40 Km nas áreas continentais (correspondente à trajetória por refração das ondas) existe uma superfície que delimita a crosta do manto. Silva, Amparo; et. al. ( 2007) .Terra Universo da Vida. Porto Editora 8adaptado) 1.1. Contributos da Sismologia
  • 6. 1.1. Contributos da Sismologia C.2. Descontinuidade de Gutenberg: (netxplica.com)  Descoberta em 1913 pelo sismólogo alemão Beno Gutenberg que verificou o seguinte: - em qualquer sismo existe uma zona de sombra sísmica localizada, a partir do seu epicentro, a uma distância angular entre os 103º e os 143º - nessa zona de sombra sísmica não se registam ondas diretas S e P e a partir dos 143º só existe registo das ondas P.
  • 7. C.2. Descontinuidade de Gutenberg: (rbrebello.wordpress.com)  Factos: - à profundidade de 2983 Km (cerca de 2900 Km) as ondas S deixam de se propagar e as ondas P reduzem bruscamente a sua velocidade e são refratadas – o estado físico dos materiais passa de sólido para líquido (μ=0); - existe uma superfície que delimita o manto do núcleo, em que a parte mais externa está no estado líquido. 1.1. Contributos da Sismologia
  • 8. C.3. Descontinuidade de Wierchet/Lehman:  Descoberta pelo sismologista alemão J. E. Wiechert e mais tarde confirmada pela geofísica dinamarquesa I. Lehmann que verificou o seguinte: - a partir dos 5150 Km de profundidade as ondas P aumentam bruscamente a sua velocidade; - ao aumento da velocidade , corresponde ao aumento da rigidez dos materiais que, por tal motivo estão no estado sólido; - a essa profundidade existe uma superfície que delimita o núcleo externo (líquido) do núcleo interno (sólido) .  Estudos posteriores efetuados em laboratório e baseados na velocidade de propagação das ondas em função da densidade dos materiais concluíram o seguinte: - o núcleo da Terra é constituído por essencialmente por Ferro (Fe) e Níquel (Ni). 1.1. Contributos da Sismologia
  • 9. 1.1. Contributos da Sismologia D – Astenosfera (zona de baixa velocidade) :  A partir da descontinuidade de Moho (10/40 Km de profundidade) inicia-se o manto constituído essencialmente por peridotito (rocha granular e escura composta por olivina e alguma piroxena);  À profundidade entre os 100 e 350 Km existe diminuição acentuada da velocidade das ondas P e S, voltando a aumentar;  A redução da velocidade das ondas sísmicas comprova o seguinte: - existência de uma zona no manto superior de baixa velocidade sísmica (astenosfera); - diminuição da velocidade que se deve à menor rigidez dos materiais que estão parcialmente fundidos (estado plástico ou semilíquido). Dias, Amparo. Et. all. (2003).Terra, Universo da Vida. Porto Editora
  • 10. 1.1. Contributos da Sismologia E – Descontinuidades da Geosfera (resumo geral) : Descontinuidade Zonas (separação) Limite (profundidade) Ondas P (velocidade) Ondas S (velocidade) Materiais (e. físico) Conrad Crosta Continental Superior da Inferior 15 /20 Km aumenta aumenta sólido Mohorovicic CrostaContinental Inferior/Crosta Oceânicado Manto Superior 10 /40 Km aumenta aumenta sólido Repetti Manto Superior do Manto Inferior 700 Km aumenta aumenta sólidos Gutenberg Manto Inferior do Núcleo Externo 2883 Km diminui nula líquido Wierchet/Lehman Núcleo Externo do Núcleo interno 5150 Km aumenta nula (nas diretas) líquido Adaptado de: netxplica.com
  • 11. 1.2. Contributos da Vulcanologia Dados vulcanológicos e a composição do manto:  O estudo de materiais expelidos pelos vulcões situados em zonas de interplaca (riftes oceânicos) ou de intraplaca (hot-spots ou pontos quentes) permitem determinar: - a proveniência de um magma primário proveniente de correntes de convecção térmica existentes na astenosfera (manto superior) ou de plumas térmicas (limite entre o manto superior e núcleo externo); - a constituição rochosa (peridotitos) que possuem igual densidade do manto (3,3 g/cm3). (biologiaegeologia.pt) Vulcanismo interplaca de vale de rifte Vulcanismo intraplaca de “Hot Spot”
  • 12. 1.2. Contributos da Planetologia e Astrologia A – Registos sísmicos na Lua:  A partir de 4 estações sísmicas colocadas desde 1969 pelo Programa Apollo (NASA) e que têm detetado cerca de 600 a 3000 sismos por ano, com as seguintes características: - a magnitude é inferior ou igual a 2 na Escala de Richter; - são de longa duração, devido à espessura (70 a 150 Km) e à rigidez da sua crosta; - os focos sísmicos estão localizados à profundidade situada entre os 600 e os 900 Km (atividade residual que ocorre no núcleo uma vez que este satélite é geologicamente inativo). (lpi.usra.edu) Estação central ALSEP (Apollo 15) B – Estudo das características dos meteoritos:  Por comparação entre as camadas existentes na Terra e os fragmentos (asteroides) resultantes de planetas que possivelmente se desintegraram: - aerólitos (ricos em silicatos) – crosta; - siderólitos (igual % de silicatos e Fe-Ni) – manto; - sideritos (praticamente constituídos por Fe-Ni) – núcleo. (meteoriticainfo.webs.com) 1 2 3 1 – aerólito; 2 – siderólito; 3 - siderito
  • 13. 2. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA A – Caraterísticas e Modelos da Geosfera: ModeloQuímico (composiçãodosmateriais) ModeloFísico (rigidezdosmateriais) (Carlos Almeida - 2006)
  • 14. ZONAS COMPOSIÇÃO CARACTERÍSTICAS CROSTA(0-10/40km) Continental (0-40Km) Superior  Rochas siliciosas de Sílica e Alumina (SIAL),  Sedimentares, metamórficas e magmáticas (predominam granitos e granodioritos).  Espessura média de 15 a 20 Km;  Idade variável entre 0 a 3.900 M.a.  Densidade de 2,7. Inferior  Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)  Rochas ultrametamórficas e magmáticas (predominam os granitos de anatexia e gabros)  Espessura média entre 20 a 25 Km ;  De 70 a 80 Km de profundidade em “raízes” de cadeias montanhosas;  Densidade > a 2,8. Oceânica (0-10Km) Camada sedimentar  R. Sedimentares transportadas da crosta continental e depositadas no fundo do oceano  Espessura de 0 a 0,5 Km;  Densidade < a 3,0. Camada basáltica  Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)  Basaltos formados pela solidificação do magma à superfície  Espessura de 1 a 4 Km;  Densidade > a 3,0. Camada oceânica  Rochas siliciosas de Sílica e Magnésio (SIMA)  Gabros (rochas de igual composição aos basaltos mas plutónicas).  Espessura de 5 a 6 Km;  Densidade > a 3,0. MANTO (10/40-2.883Km) Superior (10/40 – 700 Km)  Peridotitos (rocha constituída essencialmente por minerais de olivina + piroxena).  A zona correspondente à a Astenosfera não apresenta material rochoso.  Espessura entre 660 a 690 Km ;  Densidade entre 4,3 (limite superior) e 4,8 (limite inferior). Inferior (700 – 2883 Km)  Composição provavelmente idêntica à do Manto Superior, sendo os materiais rochosos mais densos.  Espessurade2183Km;  Densidade > a 4,8 e < a10,0. NÚCLEO (2.883-6.371Km) Externo (2883 – 5140 Km)  Constituído por ligas de Ferro (98%) e Níquel, associado a alguns sulfuretos.  Espessurade 2.257Km ;  Densidade > a 10,0 e < a13,3 Interno (2140 – 6371 Km)  Composição idêntica à do Núcleo Externo.  Espessurade 1.231Km ;  Densidade de 13,3 a 16,0. 1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA B – Modelo Químico:
  • 15. ZONAS PROPRIEDADES CARACTERÍSTICAS LITOSFERA  Aumento da velocidade das ondas sísmicas S (2,8 – 3,2 Km/s) e P (6,0 – 8,4 Km/s).  Materiais no estado sólido e são rígidos.  Compreende a Crosta e a parte superior do Manto Superior.  Constituída por placas tectónicas que são construídas nas zonas de rifte e destruídas nas zonas de subducção.  Espessura média de 100 Km (70 Km na litosfera oceânica e 125 a 250 Km na litosfera continental) ASTENOSFERA  A diminuição da velocidade de propagação das ondas S (3,2 – 3,0 Km/s) e P (8,4 – 7,5 Km/s), voltando a subir até aos 8,0 Km/s.  Diminuição da rigidez (aumento da plasticidade) dos materiais que estão parcialmente fundidos (estado plástico ou semilíquido) em correntes de convecção térmica (ascendentes e descendentes).  Compreende a segunda camada do Manto Superior acima da qual se desloca a litosfera.  Espessura média variável (dos 20 a 100 até aos cerca de 350 Km de profundidade) MESOSFERA  Novo aumento da velocidade das ondas sísmicas S (3,5 – 6,0 Km/s) e P (9,2 – 13,5 Km/s).  Os materiais rochosos (sólidos) aumentam a rigidez, porque a pressão se sobrepõe ao aumento da temperatura.  Compreende a terceira camada do Manto Superior e o Manto Inferior.  Espessura média de 1.933 Km (dos cerca de 350 aos 2.883 Km de profundidade). NÚCLEO (ENDOSFERA) Externo  As ondas sísmicas S deixam-se de propagar (3,5 – 0,0 Km/s) com diminuição brusca e ligeiro aumento das P (8,0 – 10,0 Km/s).  Material comparta-se como estando no estado líquido.  Espessura de 2.257 Km (até à profundidade de 5.140 Km). Interno  As ondas sísmicas S já não se propagam (0,0 – 0,0 Km/s) mas há aumento da velocidade das P (10,0 – 11,2 Km/s).  Aumento da rigidez dos materiais indica estarem no estado sólido.  Espessura de 1.231 Km (até à profundidade de 6.371 Km). B – Modelo Físico: 1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA
  • 16. 1. MODELO DA ESTRUTURA DA TERRA C – Modelo Geodinâmico Clássico :  O mecanismo responsável pela dinâmica interna da Terra é o geotermismo, gerado por: -decomposição radioativa; -calor interno proveniente do núcleo. http://www.youtube.com/watch?v=YDK_VIQ6M2E Adaptado de: Dias, A. et. all. (2007) Geologia 10/11. Areal Editores  O calor ascendente origina na astenosfera células/correntes de convecção térmica: -ascendentes (zonas de rifte); -descendentes (zonas de subducção).  Essas originam forças tectónicas (compressivas, distensivas e de cisalhamento) que originam a atividade sísmica e vulcânica responsável pelo relevo dos continentes e fundos oceânicos.
  • 17. Adaptado de: geofisicabrasil.com e colegiovascodagama.pt D – Modelo Geodinâmico da “Camada D”:  Resulta da controvérsia gerada pela comunidade científica sobre a existência ou nãoda astenosfera.  Alguns cientistas propõem um modelo geodinâmico baseado na existência da “Camada D” com as seguintes características: - está situada entre o manto inferiore o núcleoexterno; - espessurade100a200Km; - é uma zona de transferência do calor provenientedo núcleo; - é responsável pelas correntes de convecção existentes no manto e pelas plumas térmicas que originam os “hot-spots” em zonasde intraplaca.