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2ª postagem espermograma
- 1. Postagem PBorgesVet (Março de 2013)
Saudações aos amigos que acompanham o nosso blog, esta postagem tem por intenção
abranger um pouco sobre as características avaliadas no espermograma, que consiste de um
exame que avalia os parâmetros físicos e a composição do sêmen, sendo de extrema
importância para os Veterinários que lidam com a reprodução em sua rotina. O espermograma
é uma das etapas que permite caracterizar um macho como apto ou não a reprodução, a partir
do momento em que se estabelecem valores mínimos para os parâmetros avaliados, podendo-
se através destes indicar, ou não, o uso do macho seja para monta natural ou inseminação
artificial. Abaixo serão descritas algumas das principais características do ejaculado analisadas
no espermograma.
a) Volume: Não existe um limite máximo de sêmen, o volume coletado estará em função
do método de coleta, da espécie animal e de características inerentes ao próprio
individuo. O volume deve ser suficiente para que na diluição se possa produzir doses
inseminantes na quantidade desejada.
b) Cor: Geralmente o sêmen apresenta coloração esbranquiçada ou um pouco amarelada
(creme) em ruminantes. Sêmen com coloração avermelhada pode indicar a presença
de sangue e a coloração amarronzada pode indicar sujidades de maneira que deve-se,
nesses dois casos, desprezar a amostra.
c) Aspecto: O ejaculado pode apresentar-se com aspecto aquoso, turvo ou leitoso. O
aspecto pode estar diretamente correlacionado a concentração de espermatozoides
no ejaculado. Um exemplo é o suíno onde pode-se caracterizar três frações do
ejaculado; a primeira fração apresenta-se geralmente aquosa, estando correlacionado
este aspecto a pobreza em espermatozoides; a segunda fração, rica em
espermatozoides por sua vez apresenta um aspecto leitoso; já a terceira fração é
apenas uma fração rica em gel.
Figura 1. Frações do ejaculado suíno, respectivamente pobre em espermatozoides (esquerda), rica em
espermatozoides (centro) e gelatinosa (direita).
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- 2. d) Concentração: A concentração representa o numero de espermatozoides por
centímetro ou milímetro cubico. O procedimento mais usual para contagem de
espermatozoides é por meio da câmara de Neubauer (a mesma que é por vezes
utilizada para contagem de células sanguíneas). Para que se faça a contagem o sêmen
deve ser diluído em solução formol-salina-tamponada de maneira que a diluição
provenha uma quantidade de espermatozoides que não seja excessiva ou que não
torne a amostra diluída demais, atrapalhando a contagem e consequentemente o
resultado final.
e) Motilidade: A motilidade representa a percentagem de espermatozoides que estão em
movimento. O espermatozoide pode estar movimentando-se sem sair do lugar,
movimentando-se em círculos, ou o que é ideal, movimentando-se de forma flechante
e progressivamente. Uma característica que se apresenta, dentro das espécies
domésticas, em ruminantes e mais especificamente em caprinos é o turbilhonamento.
O turbilhonamento consiste em um movimento massal ou em onda dos
espermatozoides em uma gota de sêmen.
f) Viabilidade: Para estimar a percentagem de espermatozoides viáveis se utiliza
corantes, comumente o azul de bromofenol (é o mais utilizado na rotina do LCGA) ou o
rosa de bengala. O espermatozoide é tido como viável quando não permite que o
corante ultrapasse a membrana, de maneira que este permaneça concentrado ao
redor da cabeça do espermatozoide, caracterizando a membrana como intacta.
Quando a membrana está lesada, permite a entrada do corante, fazendo com que a
cabeça do espermatozoide seja visualizada como um “ponto roxo” (no caso do azul).
Figura 2. Contagem de espermatozoides em câmara de Neubauer
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- 3. g) Morfologia: Na avaliação morfológica se utilizam também corantes para facilitar a
visualização, comumente o rosa de bengala. A avaliação morfológica tem por
finalidade identificar os espermatozoides defeituosos; os defeitos podem ser de
cabeça, de cauda e de peça intermediária (são tantos os possíveis defeitos que para
detalha-los seria preciso um único artigo) então não me adentrarei neles aqui, quero
só deixar bem claro que existem. Para quem quiser se aprofundar, está disponível na
internet uma apostila para download demonstrando com ilustrações os vários defeitos
– postarei o link no final.
Valores médios das características seminais de algumas espécies domésticas:
Bovinos
Variável Valores Médios
Volume 5 ml
Turbilhonamento Presente
Vigor 3
Nº total de espermatozóides 7x10
9
Motilidade espermática 70%
Espermatozóides normais 80%
Figura 4. Alguns dos principais defeitos encontrados nos espermatozoides durante a análise morfológica
Adaptado de Morrow, 1986.
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- 4. Equinos
Caprinos
Cães
Variável Valores Médios
Volume 60 ml
Turbilhonamento Ausente
Vigor 3
Nº total de espermatozóides 9x10
9
Motilidade espermática 70%
Espermatozóides normais 70%
Variável Valores Médios
Volume 0,8 ml
Turbilhonamento Presente
Vigor 3
Nº total de espermatozóides 2x10
9
Motilidade espermática 80%
Espermatozóides normais 90%
Variável Valores Médios
Volume 10 ml
Turbilhonamento Ausente
Vigor 3
Nº total de
espermatozóides
1,5x109
Motilidade espermática 85%
Espermatozóides normais 80%
Adaptado de Morrow, 1986.
Adaptado de Morrow, 1986.
Adaptado de Morrow, 1986.
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- 5. Análise computadorizada de sêmen, um método que permite deixar a subjetividade de lado!
Como puderam perceber leitores, a análise clássica do sêmen é feita de maneira subjetiva,
estando vários dos parâmetros analisados a critério do avaliador. Como resolução desse
“problema”, tem-se hoje o CASA (Computer Assisted Sperm Analysis), que consiste de um
sistema automático (hardware e software) utilizado para visualizar, digitalizar e analisar
imagens sucessivas, fornecendo informações acuradas, precisas e significativas do movimento
individual de cada célula bem como de subpopulações de células espermáticas (Amann e Katz,
2004).
Bem leitores, como diria a turma dos Looney Tunes: - Por hoje é só pessoal. Espero que
tenham gostado, e já digo de prontidão que a partir de agora as postagens se tornarão mais
frequentes, mas manterão a mesma finalidade, de abordar temas simples e principalmente de
maneira simples, sem termos “mirabolantes” que não facilitam em nada a vida de quem está
lendo.
Nos encontramos em breve!
Fontes de Consulta:
D.L. Matos, A.A. Araújo, I.G. Roberto, R. Toniolli. Análise computarizada de espermatozóides:
revisão de literatura. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.32, n.4, p.225-232, out./dez.
2008. Disponível em www.cbra.org.br
Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Sêmen Animal – 2ª edição – Colégio Brasileiro
de Reprodução Animal (CBRA)
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