O documento apresenta uma revisão sobre fisioterapia e reabilitação de equinos atletas. Discute diversos métodos como termoterapia, hidroterapia, ultrassom terapêutico, eletroterapia, laser de baixa intensidade e exercício controlado. O objetivo é fornecer uma recuperação mais rápida e igual desempenho após lesões, reduzindo prejuízos financeiros e melhorando a qualidade de vida dos animais.
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Fisioterapia e Reabilitação de Equinos Atletas
1. Fisioterapia e Reabilitação de
Equinos Atletas: Uma Revisão
M.V. Pedro Augusto Cordeiro Borges
Residente em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais
Orientador: Heider Irinaldo Pereira Ferreira
15. Hidroterapia
Empuxo: Força vertical para cima
exercida pela água sobre um corpo
ESTABILIDADE ARTICULAR
< ESTRESSE MECÂNICO
DRENAGEM DE METABÓLITOS
15
17. Ultrassom Terapêutico
Exercer efeitos biológicos sobre os tecidos
Cabeçote que transforma energia elétrica em mecânica
Ondas acústicas transmitidas aos tecidos
Cicatrização, alívio da dor, redução de edemas e
fibrinólise
17
20. Ultrassom Terapêutico
Tempo
4 a 10 minutos por área
Grandes superfícies se divide
em 3 a 4 partes iguais
1 a 2 vezes ao dia
10 a 14 dias
Tricotomia e uso de gel
condutor
Fonte:ArquivoPessoal
20
23. Ultrassom Terapêutico
Contra indicação
- Periocular
- Distúrbios circulatórios
- Neoplasias
- Processos Sépticos
- Áreas de crescimento
23
24. Extracorporeal Shock Wave
Ondas de pressão acústica propagadas de
maneira localizada
Incrementa o fluxo sanguíneo local, estimula
remodelação óssea e fortalece
estruturalmente a articulação
24
25. Extracorporeal Shock Wave
Shock Wave x Ultrassom Terapêutico
< frequência de ondas
< absorção tecidual
<ausência de efeitos térmicos
25
26. Extracorporeal Shock Wave
Indicações
- Tendinites
- Desmites
- Osteoartrite
- Dores de grupos musculares profundos
26
27. Extracorporeal Shock Wave
Indicações
27
2 a 3 sessões
Intervalo de 2-3 semanas
Permanecer 2 dias sem atividade
Avaliar após a terceira sessão
Foco, densidade e pulsos de
acordo com a lesão
Fonte:GarnerEquine,Wheatford,Texas
32. Figura 1. Posicionamento de eletrodos de maneira coplanar para
analgesia de uma área alvo (X ) durante a aplicação de TENS
Fonte:ArquivoPessoal
Eletroterapia
TENS
32
33. Eletroterapia
FES
33
Estimulação parcial do
musculo sadio
Estimulação total do musculo
desenervado
Fonte:WellingtonEquineSportsMedicine,USA
Figura 2. Equino 18 anos, com
atrofia muscular lombar e
remodelação óssea sacro-ilíaca. (A)
no exame clínico; (B) após 4 meses
de tratamento com FES.
A
B
34. Eletroterapia
Contraindicações e Efeitos Adversos
Irritação tecidual
Doença cardíaca, prenhes, febre, infecção
Não posicionar na cavidade torácica
34
35. Laser de Baixa Intensidade
35
Últimos 10 anos
Laser de classe IV
36. Laser de Baixa Intensidade
36
Absorção de luz
por moléculas
cromóforas que
se localizam nas
mitocôndrias
Energia
bioquímica
Reações
funções
celulares e
mecanismo de
reparação
37. Laser de Baixa Intensidade
37
Redução de IL-1
Redução da
despolarização
Liberação de
endorfinas
39. 39
Laser de Baixa Intensidade
Fêmeas prenhes
Fase de crescimento
Problema hematológico
Periocular
Contra - indicação
Fonte:ArquivoPessoal
Proteção ocular!
40. Exercício Controlado
40
Melhora o processo de cicatrização de tendões,
ligamentos e músculos
O exercício sozinho pode promover bons resultados na
recuperação de 67 a 71% dos cavalos com lesões de
tecidos moles (Gillis,1997)
43. Considerações Finais
43
Resultados antes improváveis
Diversidade de métodos
Menor tempo
Melhor qualidade de vida e menos prejuízo financeiro
44. Fisioterapia e Reabilitação de
Equinos Atletas: Uma Revisão
M.V. Pedro Augusto Cordeiro Borges
Residente em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais
Orientador: Heider Irinaldo Pereira Ferreira
Desde sua domesticação o equino tem sido utilizado para os mais diversos tipos de atribuições, tendo crescido consideravelmente o interesse pela utilização desse animal em atividades de esporte e lazer, o que tem proporcionado uma exploração de grande interesse econômico e que envolve animais de alto valor
Os esportes equestres demandam do animal atleta um elevado índice de desempenho em virtude de exigências competitivas cada vez maiores (Araújo, 2014). Em muitos casos o tipo de esforço ao qual o equino é submetido excede os seus limites fisiológicos, predispondo esses a diversos problemas de ordem musculoesquelética (Goodship & Birch, 2001).
Muitas das condições clínicas que atingem o equino atleta, além de gerarem desconforto ao animal, por vezes exigem que este se mantenha afastado das atividades esportivas por um longo período, resultando, sobretudo em perdas econômicas. Lesões tendíneas e ligamentares não só significam queda de desempenho, como também podem significar o afastamento definitivo do esporte (Oliveira et al, 2011).
Avanços recentes na área da reabilitação e medicina esportiva equina tornaram possível aos equinos atletas alcançar novos níveis de excelência (Jeune et al, 2016). A fisioterapia e reabilitação são de grande valia para que a terapia médica ou cirúrgica torne-se bem sucedida, reduzindo o tempo de recuperação do paciente e potencializando a chance de que esse volte a ter o mesmo desempenho nas atividades realizadas anteriormente.
Assim, a presente revisão, tem por objetivo abordar características acerca dos mecanismos de ação, indicações e usos de técnicas de fisioterapia e reabilitação de equinos atletas.
Essa é uma técnica amplamente difundida na medicina esportiva a fim de proporcionar condições ideais para a reparação tecidual, sendo utilizada principalmente quando se trata de lesões musculoesqueléticas recentes, tendo sua maior eficácia em um período de até 24 a 48 horas após a injúria. Os maiores benefícios da aplicação de terapia a frio são; a redução da circulação local, edema e dor
Em resposta ao resfriamento tecidual, há uma redução na taxa metabólica que leva a inibição enzimática e reduzida liberação de histamina, reduzindo assim o dano tecidual. A vasoconstrição proporcionada pelo frio, como uma resposta do sistema nervoso autônomo buscando minimizar a perda de calor corporal, limita a formação de edema e hemorragia. Através da redução do edema, reduz-se também a pressão sobre receptores nociceptivos, o que associado a uma menor velocidade de condução nervosa também proporcionada pelo gelo, promove analgesia (Hanks et al, 2015).
A aplicação do gelo pode ser feita de diversas formas; manualmente através de compressas ou bolsas de gelo; por imersão dos membros em recipientes contendo gelo ou por meio de botas comerciais para crioterapia, bandagens de gel, duchas e sprays (Farinelli, 2010).
Uma temperatura em torno de 13,8ºC é aquela que propicia ideal redução do fluxo sanguíneo local. O tempo de aplicação varia de 20 a 40 minutos, devendo-se levar em consideração a estrutura a ser tratada bem como profundidade da lesão (Farinelli, 2010).
O uso do calor com fins terapêuticos se dá devido aos seus efeitos hemodinâmicos, neuromusculares, metabólicos e nos tecidos conjuntivos
Um aumento de 10ºC de temperatura representa um acréscimo de duas a três vezes na taxa metabólica local e incrementa a oxigenação tecidual de tal maneira que isso se reflete em uma condição benéfica ao processo de cicatrização de feridas
O calor pode ser administrado sob forma; de calor radiante, através de luz infravermelha; calor condutivo, através de compressas quentes; ou calor conversivo, através de energia elétrica de alta frequência (diatermia) ou ondas sonoras (ultra-som).
Para aplicação de radiação infravermelha, preconiza-se uma distancia mínima de 30 cm entre o foco de luz e a pele; e o tempo de aplicação pode variar de 20 a 30 minutos. Seguir essas recomendações torna-se importante a fim de evitar queimaduras cutâneas (Araújo, 2009).
De maneira geral; a aplicação de calor é contra indicada quando se tem lesões agudas, em virtude de promover aumento da circulação local podendo favorecer a formação de edema; e indicada em lesões subagudas e crônicas visando o controle da dor e reação inflamatória local e promovendo drenagem de áreas infectadas (Neto, 2004; Araújo, 2006).
Modalidades de hidroterapia tais como, exercícios subaquáticos e natação, têm sido utilizadas para reduzir tensões mecânicas aplicadas sobre os membros, diminuir dor e inflamação e melhorar o tônus muscular.
A hidroterapia possibilita a obtenção de uma gama de efeitos terapêuticos que fazem-se importantes ao reestabelecimento funcional dos do desempenho atlético do equino.
Grande parte dos efeitos benéficos da hidroterapia se devem as propriedades físicas da água. Dentre estas características se destaca o empuxo, que é uma força vertical exercida pela água contraria ao sentido da força peso, levando assim a uma sensação de leveza. ). A força de empuxo associada a exercícios subaquáticos melhora a estabilidade articular e reduz os estresses mecânicos sobre músculos e articulações, além de facilitar a movimentação de fluidos através dos tecidos, promovendo a drenagem de metabólitos acumulados
A hidroterapia também pode ser aplicada através de duchas, de tal maneira que a pressão exercida pelo jato de água promove massagem tecidual auxiliando a circulação sanguínea local e a drenagem linfática. Quando a se quer promover a drenagem linfática a ducha deve ser feita no sentido desta, ou seja, de baixo para cima, podendo ainda se adicionar a ducha, os efeitos do frio ou do calor (Pedro & Mikail, 2009).
Diferentemente do ultrassom diagnóstico, o ultrassom terapêutico foi trabalhado especificamente para exercer efeitos biológicos sobre os tecidos (Schlachter & Lewis, 2016).
Os tratamentos com ESWT, geralmente consistem de três sessões, com intervalos de duas a três semanas entre elas. Após cada uma das sessões o cavalo deve permanecer ao menos dois dias sem atividade física e duas semanas após a terceira sessão é recomendado que se faça uma avaliação completa do animal, afim de decidir pela continuidade ou não do tratamento9
O foco da onda, densidade energética e número de pulsos utilizados irão depender da área e grau da lesão
Os tratamentos com ESWT, geralmente consistem de três sessões, com intervalos de duas a três semanas entre elas. Após cada uma das sessões o cavalo deve permanecer ao menos dois dias sem atividade física e duas semanas após a terceira sessão é recomendado que se faça uma avaliação completa do animal, afim de decidir pela continuidade ou não do tratamento9
O foco da onda, densidade energética e número de pulsos utilizados irão depender da área e grau da lesão
É importante ressaltar que nem sempre é possível prever a reação do cavalo aos estímulos, devendo sempre se ter cuidado e avaliar constantemente as reações do animal durante a aplicação, evitando assim acidentes.
promove estimulação parcial do musculo sadio ou contração total de músculos desenervados, de modo que sua utilização busca evitar que grupos musculares atrofiados exacerbem essa atrofia e auxiliar no fortalecimento muscular de suporte para animais em treinamento
Os efeitos adversos da eletroestimulação são mínimos, podendo haver irritação da pele quando os eletrodos são mantidos por muito tempo em um mesmo local. As contraindicações incluem; doenças cardíacas, prenhes, febre e infecção; não sendo recomendado, além disso, posicionar eletrodos sobre a cavidade torácica (Schlachter & Lewis, 2016).
O período de tempo no qual o programa de exercícios controlados tendo em vista a reabilitação irá ocorrer depende, não só do grau da lesão como também do tecido lesionado. Normalmente afecções musculares requerem um menor tempo de reabilitação que afecções ósseas, que por sua vez podem requerer menor tempo que afecções de ligamentos e tendões, isso se dá devido a particularidades desses tecidos que se expressam tanto nos mecanismos pelos quais eles são lesionados, como no processo de reparação destes.