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ESPECIAL NOVASTECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO 
Campo 
High tech 
ArteFaniLoss 
PROJETOSDEMARKETING 
Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 
Brasil Econômico 
Pelo menos 30%das propriedades rurais no País têm acesso 
à tecnologia. Máquinas, softwares e implementos de ponta 
vêm reduzindo custos e desperdícios e proporcionando 
ganhos aos agricultores. Nos últimos anos, a produção 
de grãos cresceu mais do que a área plantada.
PROJETOSDEMARKETING 
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 
ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO 
Para crescer, Cercade30% 
daspropriedades 
têmacesso 
à inovação setor aposta na forte 
demandamundial 
por alimentos 
Asingularidadeeotamanhodoter-ritório 
brasileiro, coma diversida-de 
de culturas na agricultura, fa-zem 
com que o País seja um dos 
principais produtores mundiais de 
alimentos.Noanopassado,oagro-negócio 
respondeu por 22,3% do 
Produto Interno Bruto (PIB)nacio-nal, 
ao contribuir comR$ 1 trilhão, 
dosR$4,8trilhões,emriquezasge-radas. 
Considerandotodoocomér-cioagrícolamundial, 
deUS$1,1tri-lhão, 
o Brasil respondeu por 7,6%, 
ouUS$ 83,4bilhões e é anação que 
mais temcrescidoemprodutivida-de, 
commédiade 4%ao ano desde 
ofimdosanos1990.Até 2020,a ex-pectativa 
é que a produção de 
grãos cresça 20%, sendo que 40% 
deverá ser proveniente daAmérica 
do Sul, que temno País seu princi-pal 
atorno segmento. 
Énessaesteiraqueosetordemá-quinas 
eimplementos agrícolases-pera 
crescer. Nos últimos quatro 
anos, emrazão do incentivo do go-verno 
pormeio dos financiamen-tos 
a juros baixos do Programa de 
Sustentação do Investimento 
(PSI), os agricultores aproveitam 
para renovar boa parte dos parques 
industriais, que tinham idademé-dia 
de 15 anos, e comisso, ampliar 
a inovação em seus processos. “A 
indústria demáquinas vemsemo-dernizando 
nos últimos 40 anos, e 
segue investindo pesado em novas 
tecnologias, a fim de promover re-duçãode 
custoseampliar a eficácia 
aos produtores rurais. Embora o 
mercadoseja seletivo,nósdomina-mos 
a tecnologia paraos trópicos, e 
muito do que se fabrica no Exterior 
não se adapta aoPaís”, afirmao vi-ce- 
presidente da Câmara Setorial 
de Máquinas e Implementos Agrí-colas 
da Associação Brasileira de 
Máquinas e Equipamentos (Abi-maq), 
João CarlosMarchesan. “São 
exemplos de inovação brasileira 
plantio direto na palha, agricultura 
de baixocarbono, integraçãode la-voura, 
pecuária e floresta. O resto 
domundo não tem.” 
Asexpectativas sãoboasnomé-dio 
prazo, embora 2014 esteja sen-doanodifícil 
paraoramo(o fatura-mento 
até outubro acumula queda 
de 29%, comR$ 7,9 bilhões, ante o 
mesmo período do ano passado), 
devido à forte estiagemque assola 
boa parte do País, e das cheias que 
atingiramaRegião Sul, o que reduz 
a produtividade, e à queda do pre-ço 
das commodities, que contri-buem 
para diminuir a demanda 
porbensdecapitalnomercadodo-méstico, 
etambémporcontadodó-lar, 
queduranteoanotodoatéodé-cimo 
mês oscilou entre a casa dos 
R$2,20 eR$2,30, o quenão ajudou 
o preço no Exterior.Nesse cenário, 
o uso da tecnologia se faz ainda 
mais importante em decorrência 
dasmudanças climáticas e das in-flexões, 
para que o agricultor possa 
se precaver e reduzir perdas, pon-deraMarchesan, 
aogarantirqueto-dasascercade450fabricantesbra-sileiras 
estãotrabalhandoparaofe-recerprodutoscadavezmais 
inova-dores. 
Paraesteano,aprojeçãodes-semercado 
é encerrar comqueda 
de 20% e, se o cenário nãomudar, 
pode recuar mais 10% em 2015. 
“Aguardamos a renovação do PSI 
para ajudar aimpulsionar o setor.” 
Naavaliaçãodocoordenadorge-ral 
de planejamento estratégico do 
Ministério da Agricultura (Mapa), 
JoséGarciaGasques,devidoà cres-cente 
demanda mundial por ali-mentos, 
a tendência é de preços 
crescentes, o quedeverá seguir es-timulando 
produtores. “Desde o 
iníciodosanos2000,a partirdoin-centivo 
do governo na oferta de 
crédito rural, comredução demé-dia 
dos juros de 12% ao ano para 
5%ao ano, e prazos ampliados, de 
seis para 12 anos, o investimento 
em tecnologia foi estimulado, o 
que tem sido mantido. Evidência 
importante disso é a produtivida-de, 
que éaquemais crescenomun-do, 
com expansão de 4% ao ano 
desde então”, justifica. “Dados da 
Conab (Companhia Nacional de 
Abastecimento) mostram que de 
1991 para cá houve expansão de 
49,5% na área plantada, compro-jeção 
de 56,7 milhões de hectares 
em2015. Enquanto isso, a produ-ção 
de grãos cresceu 244,9%, de-vendo 
atingir quase 200 milhões 
de toneladasno anoque vem.Am-pliar 
a produção sem aumentar 
tanto a área é sinal de adoção de 
tecnologia, que permite ganho de 
produtividade.” Somente com o 
plantio direto, por exemplo, o mi-lho 
e a soja expandiram30%. 
TextosSoraia AbreuPedrozo 
redacao@brasileconomico.com.br 
Atualmente cerca de 1/3 das 
propriedades rurais têm visita 
de assistência técnica,oque sig-nificaque 
elas fazemusode tec-nologia, 
afirma o gerente da 
UnidadedeAgronegóciodoSe-brae 
Nacional, Enio Queijada. 
“Fazer comque a inovaçãoche-gue 
a todas elas é o principal 
gargalo. A adesão, no entanto, 
vem crescendo, tanto que le-vantamento 
do IBGE (Instituto 
BrasileirodeGeografia e Estatís-tica) 
mostra que, em 2006, 
68,1% do crescimento da agro-pecuária 
era devido à tecnolo-gia. 
Dez anos antes, o percen-tual 
era de 50,6%.” 
Considerandoapenasosagri-cultores 
familiares, universo de 
cerca de 4,5 milhões, em que 
10%(450 mil) têmacesso à ino-vação 
e 2 milhões estão fora por 
terem propriedades muito pe-quenas 
ou morarem em áreas 
muito distantes, pelo menos 
500 mil têmpotencial de aderir 
à tecnologia, avalia o professor 
deEconomiadoInstitutodeEco-nomia 
da Unicamp Antonio 
Buainain. “Embora um grupo 
de agricultores tenha acesso 
semproblemas, já que as fabri-cantes 
são agressivas, assim co-mo 
as indústrias farmacêuticas, 
edemonstramseusprodutos,di-ferentemente 
das concessioná-rias, 
que esperampelos clientes, 
outro grupo,depequenos emé-dios, 
estão emregiões isoladas e 
têmmaioresproblemas comin-formação”, 
afirma. “Às vezes 
elesatétêmrecursosparaadqui-rir 
inovação,mas, devido às es-tradas 
ruins, nem sempre ela é 
solução para esses agricultores. 
Aassistência técnica àsvezes le-vamuito 
tempo para chegar até 
eles, que, se adquirem trator 
avançado, por exemplo, que 
quebra por problema simples, 
pelofatode ficarparadopor dias 
se transforma em transtorno.O 
problema está na manutenção. 
Tambémfalta a ele capitalde gi-roparamantersuaaquisiçãofun-cionando, 
nestecaso,combustí-vel 
para amáquina, o que às ve-zes 
torna-se entrave.” 
Ouso da tecnologia se 
faz aindamais relevante 
emdecorrênciadas 
mudanças climáticas, 
para que o agricultor 
possa se precaver 
e reduzir perdas 
Queijada:tecnologiachegaa 
10%dosprodutoresfamiliares 
Fabricantesdeimplementos agrícolas 
emáquinasdevemfechar2014 
comquedade20%nosnegócios
Aescaladadodólar,quedesdeofim 
de outubro tem se mantido acima 
dosR$ 2,50,deunovofôlego aos fa-bricantesdemáquinaseimplemen-tos 
agrícolas. Até então, as vendas 
ao Exterior acumulavam queda de 
6,2% em 2014 emcomparação aos 
dez primeirosmeses do ano passa-do, 
totalizandoUS$772,2 milhões. 
“Até90dias atrás estávamos fo-ra 
domercado. Perdemos clientes 
devido à forte concorrência. Nos-so 
preço não estava bom. Agora, 
coma reação do dólar, voltamos a 
ganhar espaço,mas,quandoretor-namos 
à briga, muitasempresas já 
haviam firmado acordos, que po-demdurar 
porpelomenos seisme-ses”, 
afirma o vice-presidente da 
Câmara SetorialdeMáquinas eIm-plementos 
Agrícolas da Associa-ção 
Brasileira deMáquinas e Equi-pamentos 
(Abimaq), João Carlos 
Marchesan. “A grande diferença é 
que quementra nessa competição 
tem condições mais favoráveis, 
comfinanciamento de longo pra-zo 
e apoio do governo, o que deixa 
os preçosmais atraentes.” 
Essarealidade,aoqueparece,es-tácomeçando 
amudar. Marchesan 
destaca que, graças ao programa 
MaisAlimentoInternacional,oBra-sil 
vai oferecer crédito para 15 paí-ses, 
sendo a maioria africanos, para 
compraritensnacionais.“Oprimei-ro 
país contemplado é o Zimbábue. 
Por enquanto foram US$ 23 mi-lhões, 
e a ideia é alcançar US$ 100 
Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 3 
milhões. São 15 anos para pagar 
comjurosde2,5%aoano.”Opróxi-moseráMoçambique. 
Dentre os principais produtos da 
pauta de exportação estão imple-mentosparaopreparodosolo, 
plan-tadeiras 
e arados. Devido à tecnolo-giadesenvolvidaespecificamentepa-raoterritóriobrasileiro, 
típicodetró-picos, 
asempresasdosegmentoven-demseuknow- 
howprincipalmen-te 
para os vizinhos daAmérica Lati-na( 
Paraguai,ArgentinaeBolívia). 
“Considerando o cenário de alta 
competitividade, onde a qualidade, 
opreçofinaldevenda,aprodutivida-de, 
ocumprimentodemetasdepro-dução 
e o respeito aos prazos de en-trega 
dos produtos agropecuários 
sãofundamentais,semcontaravelo-cidade 
emque tudo isso acontece, a 
inovação e a diferenciação passam a 
serocernedequalquerplanejamen-toestratégicotantonoâmbitoempre-sarialquantonogovernamental, 
não 
importando o tamanho de cadane-gócio”, 
afirma Flávio Palagi Siquei-ra, 
vice-presidentedoInstitutoBrasi-leiroparaoDesenvolvimentoSusten-táveldoAgronegócio( 
IBDAgro). 
As tecnologias, de acordo com 
Siqueira, estão se transformando 
emcommoditiesmundiais.“Oque 
torna um fabricante eficiente é a 
sua diferenciação,cominovaçãoli-gada 
ao futuro. E o futuro pertence 
a quem sabe realizar antecipação 
de tendências”, avalia. 
Em relação às importações, que 
também encerraram outubro em 
queda acumulada de 11,3%, para 
US$436,8 milhões, osmaquinários 
mais importados são os de fenação, 
silageme trato de gado. E eles vêm 
principalmente dos Estados Uni-dos, 
daChina eda Alemanha. 
Alta do dólar é incentivo para 
fabricantes de equipamentos 
Por meio do Programa Mais Alimento Internacional, o Brasil vai oferecer crédito de US$ 23 milhões 
para 15 países, a maioria africanos, destinado à compra de itens nacionais, como plantadeiras e arados
ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO 
Para melhor gerenciaros riscos 
decréditoedo meio ambiente, 
amparado por imagensde 
satélitee pelo acompanhamento 
por sensor remotodas lavouras 
eatividadesdesenvolvidas no 
campo, oInstitutoBrasileiropara 
oDesenvolvimentoSustentável 
doAgronegócio (IBDAgro) está 
implementando, emparceria 
comaFederação Brasileirados 
Bancos (Febraban),oSistemade 
GerenciamentodeInformações 
(SGIPS). 
Oobjetivodesseprojetoé 
disponibilizaraoSistema 
FinanceiroNacional,agestores 
defundosdeinvestimento, 
seguradoras, securitizadoras, 
tradings, cooperativasde 
produçãoedecréditorural, 
ferramentasparatomadade 
decisões, visandomelhorara 
gestão, mitigaçãoeexposição 
dos riscosexistentesnos 
financiamentos ruraise 
ambientais. “Apartirda 
geotecnologia, vamos 
transformardadosem 
informaçõesemtemporealafim 
deimpulsionar práticas 
financeiras agrícolas 
sustentáveis, garantindo 
enquadramentosexatosnos 
seguros agrícolasque 
minimizemasperdasdos 
produtores rurais,porexemplo”, 
contaAdemiroVian, diretor 
adjuntodenegóciosda 
Febraban. “Essa ferramenta 
reduzos riscosnos cálculosdos 
prêmiosdas apólicesdeseguro, 
deacordocomcada região, 
culturaeclima.Emconferência 
recentequeparticipamos,a 
apresentaçãodoSGIPSfoi 
consideradacasemundial único.” 
■ABC: jurosde4,5%aoano 
parabeneficiáriosdoPronamp 
e5%aosdemais.Prazo:até 
15anos(atéoitodecarência) 
■ Moderinfra:4%aoanopara 
sistemasdeirrigaçãoe6%ao 
anoparademaiscasos.Até12 
anos (até trêsdecarência) 
■ ProcapAgro: 7,5%aoano 
paragiroe6,5%aoanopara 
demaisoperações.Atédois 
anos (até seismesesde 
carência)paracapitaldegiro 
■PCA:4%aoano.Até 15anos 
(até trêsdecarência) 
■ Moderagro: 6,5%aoano.Até 
dezanos(atétrêsdecarência) 
■ Inovagro:4%aoano.Até 
dezanos (até trêsdecarência) 
■ Moderfrota:24,5%aoano 
parareceitaoperacionalbruta 
deatéR$90milhõese6%ao 
anoparaacimadisso.Atéoito 
anosparanovosouquatroanos 
parausados(semcarência) 
■ Pronamp: 5,5%aoano.Até 
oitoanos(atétrêsdecarência) 
■ Prodecoop: 6,5%aoano.Até 
12anos(atétrêsdecarência) 
■ Pronaf: 0,5%aoanopara 
PronafB,1%ou2%para 
investimento, 1,5%a3,5% 
paracusteioe1%paraPronaf 
Agroecologia (comassistência 
técnicaobrigatória).Atédez 
anos,excetoarmazenagem, 
PronafBecusteio (atétrês 
decarência)eatéseisanos 
(carênciadedoisanos) 
nosdemaiscasos 
Para estimular o produtor rural a 
modernizar sua atividade,ogover-no 
federal disponibiliza, pormeio 
do BancoNacional do Desenvolvi-mento 
Econômico e Social (BN-DES), 
dez linhasde créditodestina-das 
a promover a inovação. Para o 
anoagrícola2014-2015(de 1ºde ju-lho 
a 30 de junho do ano que vem) 
estão disponíveis R$ 13,6 bilhões. 
Considerando também o Progra-ma 
de Sustentação Industrial (PSI) 
BKRuraleoCerealistas, cujascon-tratações 
encerraram dia 5 de de-zembro, 
mas há a perspectiva de 
renovaçãopara 2015,omontanteli-berado 
sobe para R$ 19,1 bilhões. 
No ano agrícola 2013-2014, os 
recursos voltados ao segmento 
agropecuário somaramR$ 16,5bi-lhões, 
o que correspondeu a 9% 
do total emprestado pelo BNDES. 
“Aslinhasdisponíveisnãofinan-ciam 
apenas bens de capital, mas 
sistemas de produção, a exemplo 
da integração de pecuária, lavoura 
e florestas”, exemplifica CarlosAl-berto 
Vianna, chefe do departa-mento 
de suporte a programas 
agropecuários da área de agrope-cuária 
e inclusão social (Agris). 
“Porexemplo,aABCinduzoprodu-tor 
rural a aderir mecanismos de 
baixocarbono(comooplantiodire-to 
ou recuperação de áreas), e tem 
R$ 500 milhões de crédito libera-do, 
e a Inovagro, a financiar o que 
há demais avançado tecnologica-mente 
(por exemplo, agricultura 
de precisão, sistemas inteligentes 
de irrigação e automação), comR$ 
300 milhões à disposição.” Ambas 
têmjuros a partir de4%ao ano. 
Vianna também destaca a Mo-derfrota, 
quevisapropiciaramoder-nização 
da frota de tratores, colhei-tadeiras, 
pulverizadoreseplantadei-ras, 
entreoutros.Essaéamodalida-de 
que mais dispõe de recursos, 
comR$ 3,4 bilhões, e juros a partir 
de 4,5% ao ano. As condições, no 
entanto,sóvalematéodia31.“Esta-mosaguardandoinformaçõesquan-to 
à renovação dessas condições até 
30 de junho de 2015. O orçamento 
seráomesmoaté essadata.” 
Quanto ao PSI BK Rural, desti-nado 
à comprade caminhões,má-quinas 
e equipamentos agrícolas 
novos,quetambémespera prorro-gação, 
desde dezembro de 2012, 
quandofoi lançado, foramempres-tados 
R$ 24,5 bilhões, dos R$ 24,9 
bilhões disponibilizadosdesde en-tão. 
“A demanda foi intensa. Res-tam 
apenas 1,4% de saldo do total 
oferecido”, destaca FernandoNo-gueira, 
técnico do departamento. 
Para oferecer empréstimos e 
promover avanço tecnológico das 
propriedades rurais, os grandes 
bancos comerciais, como Banco 
do Brasil, Caixa Econômica Fede-ral 
e Santander atuam, na maior 
partedas linhas comessa finalida-de, 
como operadores dos recursos 
repassadospeloBNDES. Entretan-to, 
todos também disponibilizam 
modalidades próprias. 
Walmir Fernandes Segatto, su-perintendente 
comercial de agro-negócios 
do Santander, conta que 
cercade três anosatrás osproduto-res 
rurais ganharam dinheiro com 
o valor de venda das commodities 
e começaram a investir pesado em 
inovação tecnológica, a fimde bai-xar 
mais seus custos e elevar a pro-dução.“ 
Hoje, essesmesmosprodu-tores 
devemmelhorar a eficiência 
tecnológica dasmáquinas eimple-mentos 
adquiridos para dar conta 
da demanda crescente”, explica. 
Porém,comonesteanoasintem-péries 
climáticas ampliarama pro-dução 
de grãos no Exterior, princi-palmente 
dos EstadosUnidos, e di-minuíram 
a nacional, houvemaior 
oferta global e o preço caiu. Além 
disso, o andamento da economia a 
passos lentos tambémnão estimu-loumuitoosnovos 
investimentos e, 
com isso, a procura por financia-mentos 
resfriou. “Buscamos ofere-cer 
atendimentomais personaliza-do, 
montamosestruturatécnicapa-ra 
isso, e identificamos onde há 
maior necessidade de atualização 
da inovação, para então oferecer o 
empréstimo. Customizamos o pro-cesso”, 
conta.Oresultadofoievolu-ção 
de 18,9% (R$ 3,38 bilhões con-tratados) 
no crédito rural para pes-soa 
física e de 11,3% (R$ 2,45 bi-lhões) 
para pessoa jurídica. 
No Banco do Brasil, nos primei-ros 
quatro meses do ano agrícola, 
ou seja, de julho a outubro, foram 
desembolsadosR$ 29,2 bilhões em 
financiamentosvoltadosaosprodu-tores 
rurais,altade27%anteomes-mo 
período no ano anterior. “Esse 
volume representa 35,8% do total 
de R$ 81,5 bilhões estimados para 
desembolso para toda a safra 
2014-2015”, afirma a instituição. 
Aténovembro, a Caixaempres-tou 
R$ 2 bilhões emcrédito rural, 
alta de 54% ante mesmo período 
de 2013. A perspectiva é alcançar 
saldo de R$ 6 bilhões até o fecha-mento 
da safra. 
PROJETOSDEMARKETING 
Produtor rural temR$ 19 bi 
para financiar tecnologia 
Inovação também 
está presente 
nocrédito 
PROGRAMASDOGOVER-NOFEDERALPARA 
ASAFRA2014-2015 
Divulgação 
Vianna:"Alinha 
ABCinduzo 
produtor rural 
aadotar 
mecanismos 
debaixo 
carbonoetem 
R$500milhões 
decrédito 
liberado" 
Alinhade 
financiamento 
Moderfrota, 
que visapropiciar 
amodernização 
de tratores, entre 
outros, dispõede 
R$3,4bilhões, e juros 
a partirde4,5%aoano 
No ano agrícola 2013-2014, os recursos voltados ao segmento agropecuário 
somaramR$ 16,5 bilhões, o que correspondeu a 9%do total emprestado pelo BNDES 
No Banco do Brasil, 
nos primeiros quatro 
meses do ano agrícola, 
ou seja, de julho 
a outubro, foram 
desembolsados 
R$ 29,2 bilhões 
emfinanciamentos, 
alta de 27% 
4 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014
Umasdasinovaçõesquetêmrevolu-cionado 
a vida de produtores rurais 
chama-se agricultura de precisão. 
Ao unir informação e tecnologia é 
possível, a partir de imagens de 
GPS, dar tratamento diferenciado 
às diferentes partes da plantação, 
graças às imagens geradas nasmá-quinas, 
orientandoplantioecolhei-ta. 
“Amorfologia do soloé diferente 
em cada parte; existem áreas que 
drenammelhor a água da chuva e, 
outras, não. Assim como há locais 
emque a paisagemémais verde, ou 
mais clara.Emalguns trechos éne-cessárioodobrodoadubooudoher-bicida. 
Mas esse avanço permite 
ajustenaturaleprogramadoconfor-me 
a necessidade, já que é possível 
fazeragestãodapropriedadelevan-do 
emconta também a redução do 
impactonomeioambiente,egeran-domaior 
emelhor produtividade”, 
explicaRicardoInamasu,coordena-dor 
da rede de agricultura de preci-sãoepesquisadordaEmpresaBrasi-leiradePesquisaAgropecuária( 
Em-brapa) 
Instrumentação.“Naagricul-tura 
convencional é feita a mesma 
dosagempara todo o espaço.” Com 
esse controle é possível, por exem-plo, 
colocar herbicida somente on-de 
há ervas daninhas, e corrigir a 
acidezdosoloonde énecessário. 
Inamasu conta que hoje a agri-cultura 
de precisão émais utilizada 
emculturas como milho, soja e al-godão. 
Equeatendênciaéqueche-gue 
à cana de açúcar e fruticultura. 
Ele destaca que, em virtude do 
plantio de produtos tropicais, a 
exemplo de mandioca, açaí, coco 
da Bahia,mamona e dendê, existe 
oportunidade para os engenheiros 
brasileiros começarema desenvol-ver 
indústria específica para esses 
itens. “Estamos trabalhando com 
pesquisas nessa linha, mas são de 
médio prazo.” 
Aevoluçãonasmáquinaseequi-pamentos 
no País começou no fim 
da década de 1990, com a abertura 
àimportação,ede2000a2010hou-ve 
expressivamudançanaqualida-de, 
graças à disponibilidade de 
equipamentos e à necessidade de 
produzir mais, devido ao aumento 
da demandamundial. Amudança 
tambémsedeunoperfildoagricul-tor, 
aoqualnãobastava só ter aces-so 
aoequipamento,mas saber usá-lo. 
“Hoje está tudo conectado. A 
máquina agrícola é programada e o 
homempode controlá-la no piloto 
automático. Antes, nem rádio ti-nham. 
Agoraestãototalmenteequi-padas 
comeletrônica embarcada.” 
O especialista destaca também 
o avanço na pecuária, pois, ao tra-tar 
do pasto, com sementes mais 
avançadas e fertilizantes adequa-dos, 
é possível ampliar a quantida-dede 
gado.“Em70%das áreasnão 
temos uma cabeça por hectare. Ao 
tomar esses cuidados, pode chegar 
a quatro. Dessa forma, tambémse 
podedobraroespaçoparaaagricul-tura.” 
Fazendo da automação sua 
aliada,Inamasuafirmaqueaprodu-ção 
pode crescer até cinco vezes. 
Quandooassuntoébiotecnolo-gia, 
o pesquisador daEmbrapaRe-cursos 
Genéticos e Biotecnologia 
Elibio Rech, que, inclusive, é pre-miado 
pelo desenvolvimento 
100% em solo brasileiro de soja 
transgênica tolerante a herbicida 
emparceria coma indústriaquími-ca 
Basf, afirma que toda e qualquer 
produçãodeve estar atrelada à sus-tentabilidade. 
Aspróprias fabrican-tesdedefensivoagrícola, 
porexem-plo, 
estão começando a se atentar 
a produtos que gerem menor im-pacto 
ao meio ambiente. “Nosso 
agronegócio é protagonista no 
mundo, graças àbelezadele emra-zãodabiodiversidadedesolos, 
reci-clageme 
estabilidadeclimática.Tu-do 
isso com redução de expansão 
da fronteira agrícola. Para o futuro, 
temos de agregar valor a isso.Hoje 
temos o grão de soja, amanhã, um 
derivado de dentro dela.” 
Rech conta que está sendo de-senvolvido 
óleo de soja demelhor 
qualidade.Hoje, 24%do produto é 
composto por ácido oleico, impor-tanteparaometabolismoeporoxi-darmenos 
– quando oxida, o óleo 
pode ser cancerígeno, por isso de-ve- 
se evitar reutilizar o produto.O 
de canola, para se ter ideia, tem 
50%, mas o grão émais caro de ser 
produzido. Essanova versãoda so-ja 
tem90%doácido,oque, inclusi-ve, 
ajudariaadiminuirolançamen-to 
de CO2 na atmosfera, já que, 
atualmente,na composiçãododie-sel, 
8% são óleo vegetal ou animal 
e, dessa quantidade, 70%é óleo de 
soja – o produtor, inclusive, gasta-riamenos 
comcombustível para o 
trator. A nova tecnologia permite 
reduzir ematé30%os custos, além 
de sermais benéfico à saúde,mas, 
embora essas sementes já existam, 
oprodutoaindanãotemprazopara 
ser viabilizado e comercializado. 
Quanto à soja transgênica, o 
pesquisador afirma que é interes-santenãousar 
sempreomesmode-fensivo 
para não gerar resistência 
por parte das ervas daninhas. “É 
comoumantibiótico. Cada indús-triafarmacêuticatemoseu. 
Desen-volvemosmaisumtipo. 
AMonsan-to 
fez um marco na biotecnologia 
agrícola, em 1995, ao criar grão 
transgênico tolerante à herbicida. 
Vamoslançar onosso produto,que 
chegará aomercado em2016.” 
Agricultor ‘conectado’ 
ganha emprodutividade 
Emprego de GPS e outras novas tecnologias podem aumentar a colheita em 
até cinco vezes. As culturas mais beneficiadas são as de milho, soja e algodão 
Aevolução 
nasmáquinas e 
equipamentosno País 
começouno fimdos 
anos 1990, coma 
abertura à importação. 
Entre 2000 e 2010, 
houve forte aumento da 
qualidade, para atender 
à demanda de produção 
Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 5
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 
ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO 
Apartirdoauxíliodeprogramavol-tadoademocratizar 
a tecnologia, o 
Sebraetec, micro e pequenos pro-dutores 
têm até 80% de subsídio 
da entidade.Foi assimqueAntonio 
Teofilo Filho, proprietário da Fa-zenda 
Santo Antônio, emSão José 
de Mipibu, no Rio Grande do Nor-te, 
conseguiutrabalharcomfertili-zação 
in vitro para reproduzir seus 
melhores gados e comercializá-los. 
“Jánasceramnoveanimais e 11 
estãosendogerados”, conta. “Esse 
é umpassomuito grande parame-lhorar 
o rebanho do nosso Estado. 
Esperoagora tercondiçõesdeven-der 
para todo o País.” 
O custo desse procedimento 
gira emtorno deR$ 1.000 por ani-mal. 
O produtor paga R$ 250 e, o 
Sebrae, R$ 750. Como o limite do 
subsídio é de dez embriões por 
CPF, comas 20 fertilizações Teofi-lo 
Filho desembolsou R$ 12,5 mil, 
emvez de R$ 20 mil. “Essa é uma 
ajuda fantástica. Se puder, quero 
participar de novo.” Embora ain-da 
não tenha calculado quanto es-se 
investimento reverterá para 
seu faturamento, pois é preciso 
esperar o gado nascer e crescer, 
ele estima que consiga obter por 
um animal puro de origem de um 
ano e meio entre R$ 4.000 e R$ 
8.000, enquanto outro, sem essa 
qualidade, vale R$ 1.000, ou seja, 
até oito vezesmenos. 
O gestor dos projetos Geneleite 
e Genecorte no Sebrae Rio Grande 
do Norte, Acácio Brito, explica 
que, geralmente, os pecuaristas 
têmumanimal brilhante, comboa 
lactação e ganhode peso comcon-versão 
emcarne de boa qualidade 
e,a partirda reproduçãodeseuge-ne, 
épossívelimplantá-loembarri-gasde 
aluguel.“Comessa tecnolo-gia, 
háa possibilidadede aumentar 
o rebanho em até dez vezes. Uma 
vaca, geralmente, temdez crias ao 
longodesuaexistência (cadagesta-ção 
dura novemeses e 13 dias, em 
média). Apartir da fertilização nas 
barrigas de aluguel, dá para gerar 
até 100 com o mesmo gene, sem 
doença e saudável.” Ele explica 
que a inovação permite também 
que seja escolhido sexo do gado. 
“Começamos com30produto-res. 
Em2015 queremos incremen-tar 
o projeto, já que,emparceria a 
iniciativa privada, que investiuR$ 
1 milhão, vamos trazer ao nosso 
Estado laboratório biotecnológi-co. 
Hoje, temos de enviar a Ribei-rão 
Preto (São Paulo), o que enca-rece 
o processo”, conta. Com is-so, 
o custo por embrião deverá 
cair em 30%, e o subsídio deverá 
ser ampliado a 15 fertilizações por 
CPF.Aideia é atingir500produto-res 
nos próximos quatro anos, 
com5.000 bezerros. 
Filme da Braskemimpede o crescimento de ervas daninhas e reduz o agrotóxico 
Como avanço da inovação, hoje é 
possível controlar o crescimento 
de ervasdaninhas a partir de filme 
plástico. A Braskem desenvolveu, 
emparceria coma Electro Plastic, 
produto chamado mulching, que 
pode ser aplicado emculturas co-mo 
alface, tomate, morango e, 
mais recentemente, na plantação 
de laranja. “O grande objetivo é 
barrar a passagemde luz para evi-tar 
o crescimento de ervas dani-nhas, 
que competem pelos nu-trientes 
do solo com o alimento. 
Com isso, é possível reduzir a 
quantidade deagrotóxicos”, expli-ca 
Ana Paiva, especialista emde-senvolvimento 
de mercado da 
Braskem. 
O lado branco, de fora, refle-te 
a luz e não absorve tanto ca-lor; 
o preto, de dentro, barra o 
sol e a fotossíntese, provocando 
a retenção de água, já que a eva-poração 
é reduzida.Para aplica-ção 
em pés de laranja, o produ-to, 
que está em testes há dois 
anos e meio, dura 18 meses, 
mas, dependendo do manejo, 
pode ganhar mais um ano. “O 
resultado, porém, que evita o 
aparecimento de ervas dani-nhas, 
se estende por dez anos, 
já que a partir de dois anos e 
meio, em média, o mulching 
não é mais necessário pelo fato 
de a árvore já fazer sombra”, 
complementa Cristiano Rolla, 
gerente comercial da Braskem. 
Ana sustenta que o investi-mento 
se paga emseis meses, já 
que, sem ervas daninhas, dimi-nui- 
se consideravelmente o gas-to 
com carpina. Além disso, o 
volume da copa da árvore cres-ce 
até 67% mais que em áreas 
semmulching, isso, comparan-do 
plantas dentro de uma mes-ma 
fazenda, destaca. “A produ-tividade 
fica até 30% maior em 
massa, ou seja, peso.” 
Outra inovação tambémgera-da 
a partir de resinas é o silobou-ça 
de plástico, túnel que guarda 
até 200 toneladas de grãos que 
precisam ser armazenados até o 
momento da venda,mas não ca-bem 
mais no silo principal, o 
metálico, que geralmente tem 
capacidade de 100 mil. “Ele vai 
complementar o espaço para ar-mazenar 
e a um custo bem me-nor, 
já que é descartável”, diz a 
especialista. “No Brasil sempre 
Mulchingbarraapassagemdeluzepermiteretençãodeágua;investimentosepagaemseismeses 
tivemos área, mas, nos últimos 
anos, a produtividade vemcres-cendo 
em velocidade acima da 
do aumento dos terrenos. Como 
não há lugar para armazenar pa-ra 
todo mundo, que colhe ao 
mesmo tempo, e o preço do fre-te 
é alto, o que encarece os gas-tos 
com o produto, é uma solu-ção 
acessória. Na Europa, onde 
o espaço é exíguo, o consumo 
de plástico é bastante dissemi-nado”, 
completa Rolla. Para se 
ter ideia, no País é usado um dé-cimo 
de todo o plástico voltado 
à agricultura adotado na China 
e nos Estados Unidos. 
A Braskempossui, ainda, es-tufa 
(estruturametálica comco-bertura 
de filme plástico) que 
controla a velocidade de seca-gem 
do cacau. “Um chocolate 
gourmet, por exemplo, que exi-gemelhor 
qualidade gerada nes-se 
processo, pode gerar o dobro 
do ganho para o produtor”, diz 
Ana. “Sem contar que é usada 
energia solar, temapelo susten-tável”, 
destaca Rolla. Essa tec-nologia, 
lançada no fim do ano 
passado, pode ser adaptada ao 
café também. 
Rebanho pode crescer 
até dez vezes com 
fertilização in vitro 
Plástico ajuda a elevar a 
produtividade em30% 
PROJETOSDEMARKETING 
Fotos Divulgação 
Pequenos 
produtores 
têmacesso à 
inovação com 
apoio do Sebrae 
Na Europa, com 
o espaço exíguo, 
o consumo de 
plástico émuito 
disseminado. 
No Brasil,usamos 
umdécimode todo 
oplástico voltado 
à agricultura 
adotadona China 
enos Estados 
Unidos 
Volume da copa 
da árvore cresce até 
67%mais que em 
áreas semmulching. 
Produtividade fica 
até30%maior em 
massa, ou seja, peso 
Silobouçadeplásticoguardaaté200toneladasdegrãosqueprecisamserarmazenadosatéavenda
LíviaTiraboschi:“Aousarmenosfertilizanteondehámenosnecessidade,aprodutividadeaumenta" 
Pensando em facilitar o dia a dia 
do produtor rural e inseri-lo na 
agriculturadeprecisão,aYaraFer-tilizantesdesenvolveu, 
emparce-ria 
coma fabricante demáquinas 
e implementos agrícolas Stara, 
equipamento que possuimedidor 
de nitrogênio e identifica, a partir 
da cor da planta, se está verde ou 
mais amarelada, por exemplo, a 
quantidade de fertilizante que ela 
necessita.“Foramdezanosdepes-quisa 
para desenvolver o N-Sen-sor, 
querealizaa leituraeaaduba-ção 
simultaneamente”, conta Lí-via 
Tiraboschi, especialista em 
produtos, pesquisa e inovação da 
Yara. “Ao usarmenos fertilizante 
onderequermenos,aprodutivida-de 
aumenta.Aideia éque sejado-sada 
aquantidade certa.Asusten-tabilidade 
é o caminho, e quere-mos 
nos tornar referência e agre-gar 
valor àmarca.” 
Lívia conta que o custo opera-cional 
do agricultor tambémdi-minui 
porque, coma inovação, é 
possível distribuir fertilizante 
em uma área maior e em menor 
tempo. A estimativa é que a pro-dução 
cresçaempelomenos 8%. 
Outra novidade da Yara é um 
aplicativo gratuito para smar-tphones 
e tabletsque disponibili-za 
acervo de fotos de diversos ti-pos 
de deficiência das plantas, a 
exemplode folhas enroladas, cra-queladas 
ou amareladas. “Cada 
sintoma está relacionadoaumnu-triente 
que faltou”, assinala. 
“Criado na Inglaterra, trouxemos 
neste ano para o Brasil pelo fato 
de o produtor, que hoje também 
é empresário, agora disponibili-zar 
de tecnologia 3G na área ru-ral. 
Emcercadedoismeses já tive-mosmais 
de 8.000 downloads.” 
Oaplicativo, batizado deChe-ckIT, 
está disponível nas versões 
Android e iOS às culturas: soja, 
milho, algodão, cereais, girassol, 
citros, batata, tomate, cenoura, 
alface, espinafre e couve-flor. 
ParaWindows Phone está sendo 
desenvolvido.Na Europa, já exis-te 
uma evolução dessa tecnolo-gia, 
emque é possível tirar a foto 
e ter o diagnóstico próprio, e não 
comparativo. 
“Hojenão basta só a experiên-cia, 
opéna roça.Oagricultor pre-cisa 
ampliar sua produtividade 
aproveitando a tecnologia dispo-nível, 
que aumenta o conheci-mento 
e melhora a concorrên-cia”, 
avalia a especialista. 
Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 7 
Colheitadeira 
inteligente 
reduz em75% 
o desperdício 
A preocupação eminserir o pro-dutor 
rural na agricultura de 
precisão também faz com que a 
fabricante demáquinas e imple-mentos 
agrícolas New Holland 
desenvolva tecnologia voltada 
a ampliar a produção. “Como o 
preço das commotidies é deter-minado 
pela Bolsa de Chicago, 
e não dá para mudar os preços 
de sementes e defensivos, onde 
o agricultor pode ganhar é na re-dução 
de seus gastos ao otimi-zar 
o uso dos produtos, por 
exemplo, propiciando o máxi-mo 
de aproveitamento possível 
para o defensivo agrícola”, afir-ma 
Carlos D’Arce, diretor de 
marketing da NewHolland para 
a América Latina. 
A colheitadeira CR 1090 se 
ajusta à quantidade de produto 
que ela tem de processar. “Ela 
separa o grão da planta demodo 
a não jogar nenhum fora e, as-sim, 
minimizar as perdas”, con-ta. 
Segundo D’Arce, ela reduz 
em75% o desperdício. “Normal-mente, 
as perdas atingem 2% e, 
com o equipamento, cai para 
0,5%.” Considerando que o des-perdício 
atinja 100 sacos, cota-dos 
a US$ 20 cada, portanto, 
US$ 2.000, geram prejuízo de 
R$ 5.000 (com o dólar a R$ 
2,50). “Considerando o litro do 
diesel a R$ 2, pagaria o combus-tível 
de uma safra se esse dinhei-ro 
tivesse entrado”, diz o execu-tivo. 
Com as perdas em 0,5%, 
desfalque cai para R$ 1.250. 
O agricultor brasileiro, po-rém, 
terá de aguardar um pou-co 
para ter acesso a essa tecnolo-gia, 
já que amáquina será apre-sentada 
na Agrishow2015, reali-zada 
em abril e fará testes nos 
campos brasileiros. 
A NewHolland possui emter-ritório 
nacional, por ora, pulve-rizadores 
inteligentes de defen-sivo 
agrícola, que, a partir de 
programação prévia, faz o servi-ço 
sozinho. Ele lança água onde 
não há ervas daninhas e defensi-vo 
onde existem. “A tecnologia 
permite ao agricultor, além de 
não desperdiçar material, ter 
noção de seu escritório o que es-tá 
acontecendo e sugerir corre-ção 
just in time, o que é permiti-do 
a partir da telemetria.” 
Equipamentomede 
a necessidade de 
nutriente da planta 
e faz a adubação 
Nova máquina da NewHolland chega 
aos campos brasileiros no ano que vem 
Yara Fertilizantes também desenvolveu aplicativo para tablets 
e smartphones que identifica o tipo de deficiência da plantação 
O agricultor pode 
ganhar na redução 
de seus gastos 
ao otimizar o uso 
dos produtos, como 
propiciar omáximo 
de aproveitamento 
para o defensivo 
agrícola 
Ocusto operacional 
diminui porque, coma 
inovação, é possível 
distribuir fertilizante 
emumaáreamaior 
e emmenor tempo. 
Aestimativa é que 
a produção cresça 
empelomenos 8% D’Arce:perdasdegrãos, que 
chegama2%,caempara0,5%
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 
ESPECIAL 
LUIZCARLOSCORRÊACARVALHOPresidente da Associação Brasileira doAgronegócio 
Qual oatual cenário para o 
agronegócio brasileirodoponto 
de vistadasnovas tecnologias? 
Osprodutores têmacesso a 
elas?Porquê? 
Nascadeiasprodutivasdoagrone-gócio 
destacam-se os elos dos in-sumosmodernos 
e bens de capi-talparaasproduçõesagrícolaein-dustrial. 
Tratam-se de produtos 
deorigemquímicaebiológica(fer-tilizantes, 
herbicidas, inseticidas, 
maturadores, etc.), altamente 
qualificados e com tecnologia já 
brasileira,enosetordebensdeca-pital 
são equipamentos agrícolas 
(tratores, máquinas, implemen-tos, 
colheitadeiras, etc.), que es-tão 
posicionados antes da produ-ção. 
Esses produtos são parte do 
processoprodutivoqueincluioes-pecialdesenvolvimentotecnológi-co 
para omundo tropical, onde o 
Brasil é líder inconteste. Os ga-nhos 
de produtividademuito su-periores 
ao acréscimo de área são 
arespostadosprodutoresnoagro-negóciomodernobrasileiro. 
Quais são os entravesque ainda 
dificultam oacesso a essas 
tecnologias? 
Em primeiro lugar, o complexo 
sistema de aprovação do gover-no 
brasileiro às novasmoléculas 
químicas e ao processo lento de 
aprovação dessas moléculas e 
dosprodutosgeneticamentemo-dificados. 
Ambos os atrasados 
mecanismos estão muito mais 
efetivos nos países que concor-remdiretamentecomoBrasil, 
co-mo 
os Estados Unidos, a Austrá-liaeaArgentina. 
Emsegundolu-gar, 
a questão constante de ren-da 
na volatilidade dosmercados, 
a acentuada pressão do sistema 
protecionista dos chamados paí-ses 
ricos, de grandemercado, e a 
pouca mobilidade brasileira no 
seu posicionamento formal co-mercial 
no mercado internacio-nal. 
Também devem ser citadas 
as dificuldades dos pequenos e 
médios produtores quando não 
estão ligados a uma cooperativa. 
NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO 
Na sua avaliação, a ofertade 
créditoe incentivos para a 
aquisiçãode tecnologias é 
suficiente? Casonão,o que 
poderiamelhorar oacesso? 
ClaroquenoBrasilocréditonãoé 
fator de extensa e fácil obtenção. 
Há dificuldadesdosistema finan-ceirona 
realidade econômica dos 
agentes de produção. No entan-to, 
é importante observar as ou-tras 
ferramentas não tradicionais 
de crédito que passarama ter pe-so 
expressivo no crescimento se-torial, 
como o apoio das empre-sasdeinsumosmodernosedetra-dings, 
assim como os novosme-canismosdomercadofinanceiro. 
Amelhoria de acesso ocorrerá na 
medidaemque, de fato, o gover-no 
federal dê prioridade ao agro-negócio. 
Também será funda-mental 
amaior disponibilidade e 
liquidez a se ter nos contratos fu-turos 
de commodities agrícolas. 
Qual omelhor caminhopara 
que osprodutores conheçamo 
quehádemaisnovonomercado 
e consigamadquirir essas 
melhorias tecnológicas? 
Semdúvidaalguma,novosdesen-volvimentos 
tecnológicos, como 
oILPF(IntegraçãoLavoura,Pecuá-ria 
e Floresta), que está empleno 
desenvolvimento no Brasil e com 
linhas de crédito, dependem de 
projetos bemelaborados comas-sessoramentotécnico. 
Ascoopera-tivas 
dão esse suporte. Sem isso, 
os pequenos emédios produtores 
agrícolas ficam com dificuldade 
de entrar nesse processo.Omes-mopode- 
sedizerdeoutrascultu-ras 
agrícolas, onde a indústria é o 
elode suporte aoagricultor. 
Qual oimpactonaproduçãoe 
nofaturamentodosprodutores 
a adesão às tecnologias?Qual a 
importânciade se ter inovação 
noprocessoprodutivo?Eos 
consequentesbenefícios? 
Conceitualmente, a inovação tec-nológica 
é a receitado crescimen-to 
sustentável para qualquer em-presa. 
Para o agronegócio é vital; 
seja para a competição emcustos 
ouqualidade.Semdúvidaalguma, 
estarantenadoàevoluçãotecnoló-gica 
requer investimento, assim 
como as ações propriamente ditas 
dasaquisiçõesedossuportestécni-cosdeserviçosde 
tecnologias. 
Emsuaavaliação,porondeé 
melhoroprodutorcomeçarpara 
gerarmaiorprodutividade?Que 
tipodetecnologiaseriaaporta 
deentrada,opontapéinicial? 
Tudoseiniciacomaefetivaavalia-çãodonegócioquesepropõerea-lizar; 
emtermos do ambiente de 
produção e do seu melhor uso 
coma cultura agrícola ou pecuá-ria 
que se pretende desenvolver. 
O passo seguinte é a orientação 
do processo produtivo e as mu-das, 
sementesouanimais selecio-nadoscomoopontapé 
inicial.Vá-rias 
são as alternativas,como vá-rios 
são os ambientes de produ-çãofaceaomundotropicalquege-ra 
verdadeiromosaicode opções. 
Oque temosdemais avançado 
emtermosde tecnologia para o 
agronegóciohojenoPaís?Tanto 
emmáquinas e equipamentos 
quanto embiotecnologia?E 
como sedeu esseprocessode 
desenvolvimento? 
Essaquestão é amais interessante 
no despertar domundo emrela-ção 
aoBrasil. Afinal, aOCDE(Or-ganização 
para a Cooperação e o 
Desenvolvimento Econômico), 
juntamentecomaFAO(Organiza-ção 
das Nações Unidas para Ali-mentaçãoeAgricultura), 
elegeuo 
Brasilcomo o foco do aumento da 
ofertaglobaldealimentosparaes-te 
século 21. Isso se deu emrazão 
do desenvolvimento tecnológico 
brasileironocampodoagronegó-cio 
desde o Instituto Agronômico 
deCampinas, passando pelaEm-brapa 
(Empresa Brasileira dePes-quisa 
Agropecuária) nos últimos 
anos de forma espetacular.Nosso 
desenvolvimento tanto se dá no 
campoda genética tradicional,da 
biotecnologia e da química como 
nocampodamecanizaçãoagríco-la. 
Airrigaçãosóestácomeçando. 
Eoquepodemosdestacarque 
aindavemde fora?Por que 
existe anecessidadede se 
comprardeoutros países? 
Háuma sériede inovações funda-mentais 
que vemde países como 
os Estados Unidos (geral), Itália 
(máquinas), Alemanha (geral), 
Israel (irrigação),França (concei-tos), 
Reino Unido (geral) e Japão 
(equipamentos). Esses países 
são fundamentais, assim como o 
Brasil o é nomundo tropical. 
Quanto é investido em 
tecnologiano agronegócio 
no País, e comparação como 
restante domundo? 
O mundo rico investe de 3% a 
4% do seu PIB (Produto Interno 
Bruto) em P&D (Pesquisa e De-senvolvimento). 
OBrasil, infeliz-mente, 
investe pouco mais que 
1%do seuPIB. 
Quais são asperspectivas para 
2015?Eparaospróximos anos? 
Como se debateu tanto na última 
campanha eleitoral, o Brasil tem 
duras perspectivas para 2015. Se 
fizer a liçãode casade formacor-reta, 
temos esperança de que ha-verá 
alguma evolução em 2016, 
com potencial para 2017 e 2018. 
Mastemos pedras no caminho. 
“ 
Os desenvolvimentos 
tecnológicos, como 
o ILPF (Integração 
Lavoura, Pecuária 
e Floresta), que está 
emplena expansão 
no Brasil e comlinhas 
de crédito, dependem 
de assessoramento 
técnico. As 
cooperativas 
dão esse suporte” 
ENTREVISTA 
PROJETOSDEMARKETING 
‘A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA É 
VITAL PARA O AGRONEGÓCIO’ Divulgação 
Quando o assunto é tecnologiano agronegócio, oBra-sil 
possui know-howsingular no desenvolvimento de 
inovação para países tropicais, destaca o presidente 
da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz 
Carlos Corrêa Carvalho. Entretanto, o caminho ainda 
é longo para conquistarmais expertise na criação e na 
viabilizaçãodamanufaturademaquináriomais avan-çado, 
assim como em biotecnologia, pois ainda há o 
forte entrave de acesso ao crédito, baixo investimento 
empesquisa e desenvolvimento e falta de priorização 
doagronegóciobrasileiro, elencaCarvalho,que conce-deu 
entrevista exclusiva ao Brasil Econômico.

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Tecnologia no Agro Brasileiro cresce 30

  • 1. ESPECIAL NOVASTECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO Campo High tech ArteFaniLoss PROJETOSDEMARKETING Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico Pelo menos 30%das propriedades rurais no País têm acesso à tecnologia. Máquinas, softwares e implementos de ponta vêm reduzindo custos e desperdícios e proporcionando ganhos aos agricultores. Nos últimos anos, a produção de grãos cresceu mais do que a área plantada.
  • 2. PROJETOSDEMARKETING 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO Para crescer, Cercade30% daspropriedades têmacesso à inovação setor aposta na forte demandamundial por alimentos Asingularidadeeotamanhodoter-ritório brasileiro, coma diversida-de de culturas na agricultura, fa-zem com que o País seja um dos principais produtores mundiais de alimentos.Noanopassado,oagro-negócio respondeu por 22,3% do Produto Interno Bruto (PIB)nacio-nal, ao contribuir comR$ 1 trilhão, dosR$4,8trilhões,emriquezasge-radas. Considerandotodoocomér-cioagrícolamundial, deUS$1,1tri-lhão, o Brasil respondeu por 7,6%, ouUS$ 83,4bilhões e é anação que mais temcrescidoemprodutivida-de, commédiade 4%ao ano desde ofimdosanos1990.Até 2020,a ex-pectativa é que a produção de grãos cresça 20%, sendo que 40% deverá ser proveniente daAmérica do Sul, que temno País seu princi-pal atorno segmento. Énessaesteiraqueosetordemá-quinas eimplementos agrícolases-pera crescer. Nos últimos quatro anos, emrazão do incentivo do go-verno pormeio dos financiamen-tos a juros baixos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), os agricultores aproveitam para renovar boa parte dos parques industriais, que tinham idademé-dia de 15 anos, e comisso, ampliar a inovação em seus processos. “A indústria demáquinas vemsemo-dernizando nos últimos 40 anos, e segue investindo pesado em novas tecnologias, a fim de promover re-duçãode custoseampliar a eficácia aos produtores rurais. Embora o mercadoseja seletivo,nósdomina-mos a tecnologia paraos trópicos, e muito do que se fabrica no Exterior não se adapta aoPaís”, afirmao vi-ce- presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrí-colas da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abi-maq), João CarlosMarchesan. “São exemplos de inovação brasileira plantio direto na palha, agricultura de baixocarbono, integraçãode la-voura, pecuária e floresta. O resto domundo não tem.” Asexpectativas sãoboasnomé-dio prazo, embora 2014 esteja sen-doanodifícil paraoramo(o fatura-mento até outubro acumula queda de 29%, comR$ 7,9 bilhões, ante o mesmo período do ano passado), devido à forte estiagemque assola boa parte do País, e das cheias que atingiramaRegião Sul, o que reduz a produtividade, e à queda do pre-ço das commodities, que contri-buem para diminuir a demanda porbensdecapitalnomercadodo-méstico, etambémporcontadodó-lar, queduranteoanotodoatéodé-cimo mês oscilou entre a casa dos R$2,20 eR$2,30, o quenão ajudou o preço no Exterior.Nesse cenário, o uso da tecnologia se faz ainda mais importante em decorrência dasmudanças climáticas e das in-flexões, para que o agricultor possa se precaver e reduzir perdas, pon-deraMarchesan, aogarantirqueto-dasascercade450fabricantesbra-sileiras estãotrabalhandoparaofe-recerprodutoscadavezmais inova-dores. Paraesteano,aprojeçãodes-semercado é encerrar comqueda de 20% e, se o cenário nãomudar, pode recuar mais 10% em 2015. “Aguardamos a renovação do PSI para ajudar aimpulsionar o setor.” Naavaliaçãodocoordenadorge-ral de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura (Mapa), JoséGarciaGasques,devidoà cres-cente demanda mundial por ali-mentos, a tendência é de preços crescentes, o quedeverá seguir es-timulando produtores. “Desde o iníciodosanos2000,a partirdoin-centivo do governo na oferta de crédito rural, comredução demé-dia dos juros de 12% ao ano para 5%ao ano, e prazos ampliados, de seis para 12 anos, o investimento em tecnologia foi estimulado, o que tem sido mantido. Evidência importante disso é a produtivida-de, que éaquemais crescenomun-do, com expansão de 4% ao ano desde então”, justifica. “Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que de 1991 para cá houve expansão de 49,5% na área plantada, compro-jeção de 56,7 milhões de hectares em2015. Enquanto isso, a produ-ção de grãos cresceu 244,9%, de-vendo atingir quase 200 milhões de toneladasno anoque vem.Am-pliar a produção sem aumentar tanto a área é sinal de adoção de tecnologia, que permite ganho de produtividade.” Somente com o plantio direto, por exemplo, o mi-lho e a soja expandiram30%. TextosSoraia AbreuPedrozo redacao@brasileconomico.com.br Atualmente cerca de 1/3 das propriedades rurais têm visita de assistência técnica,oque sig-nificaque elas fazemusode tec-nologia, afirma o gerente da UnidadedeAgronegóciodoSe-brae Nacional, Enio Queijada. “Fazer comque a inovaçãoche-gue a todas elas é o principal gargalo. A adesão, no entanto, vem crescendo, tanto que le-vantamento do IBGE (Instituto BrasileirodeGeografia e Estatís-tica) mostra que, em 2006, 68,1% do crescimento da agro-pecuária era devido à tecnolo-gia. Dez anos antes, o percen-tual era de 50,6%.” Considerandoapenasosagri-cultores familiares, universo de cerca de 4,5 milhões, em que 10%(450 mil) têmacesso à ino-vação e 2 milhões estão fora por terem propriedades muito pe-quenas ou morarem em áreas muito distantes, pelo menos 500 mil têmpotencial de aderir à tecnologia, avalia o professor deEconomiadoInstitutodeEco-nomia da Unicamp Antonio Buainain. “Embora um grupo de agricultores tenha acesso semproblemas, já que as fabri-cantes são agressivas, assim co-mo as indústrias farmacêuticas, edemonstramseusprodutos,di-ferentemente das concessioná-rias, que esperampelos clientes, outro grupo,depequenos emé-dios, estão emregiões isoladas e têmmaioresproblemas comin-formação”, afirma. “Às vezes elesatétêmrecursosparaadqui-rir inovação,mas, devido às es-tradas ruins, nem sempre ela é solução para esses agricultores. Aassistência técnica àsvezes le-vamuito tempo para chegar até eles, que, se adquirem trator avançado, por exemplo, que quebra por problema simples, pelofatode ficarparadopor dias se transforma em transtorno.O problema está na manutenção. Tambémfalta a ele capitalde gi-roparamantersuaaquisiçãofun-cionando, nestecaso,combustí-vel para amáquina, o que às ve-zes torna-se entrave.” Ouso da tecnologia se faz aindamais relevante emdecorrênciadas mudanças climáticas, para que o agricultor possa se precaver e reduzir perdas Queijada:tecnologiachegaa 10%dosprodutoresfamiliares Fabricantesdeimplementos agrícolas emáquinasdevemfechar2014 comquedade20%nosnegócios
  • 3. Aescaladadodólar,quedesdeofim de outubro tem se mantido acima dosR$ 2,50,deunovofôlego aos fa-bricantesdemáquinaseimplemen-tos agrícolas. Até então, as vendas ao Exterior acumulavam queda de 6,2% em 2014 emcomparação aos dez primeirosmeses do ano passa-do, totalizandoUS$772,2 milhões. “Até90dias atrás estávamos fo-ra domercado. Perdemos clientes devido à forte concorrência. Nos-so preço não estava bom. Agora, coma reação do dólar, voltamos a ganhar espaço,mas,quandoretor-namos à briga, muitasempresas já haviam firmado acordos, que po-demdurar porpelomenos seisme-ses”, afirma o vice-presidente da Câmara SetorialdeMáquinas eIm-plementos Agrícolas da Associa-ção Brasileira deMáquinas e Equi-pamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan. “A grande diferença é que quementra nessa competição tem condições mais favoráveis, comfinanciamento de longo pra-zo e apoio do governo, o que deixa os preçosmais atraentes.” Essarealidade,aoqueparece,es-tácomeçando amudar. Marchesan destaca que, graças ao programa MaisAlimentoInternacional,oBra-sil vai oferecer crédito para 15 paí-ses, sendo a maioria africanos, para compraritensnacionais.“Oprimei-ro país contemplado é o Zimbábue. Por enquanto foram US$ 23 mi-lhões, e a ideia é alcançar US$ 100 Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 3 milhões. São 15 anos para pagar comjurosde2,5%aoano.”Opróxi-moseráMoçambique. Dentre os principais produtos da pauta de exportação estão imple-mentosparaopreparodosolo, plan-tadeiras e arados. Devido à tecnolo-giadesenvolvidaespecificamentepa-raoterritóriobrasileiro, típicodetró-picos, asempresasdosegmentoven-demseuknow- howprincipalmen-te para os vizinhos daAmérica Lati-na( Paraguai,ArgentinaeBolívia). “Considerando o cenário de alta competitividade, onde a qualidade, opreçofinaldevenda,aprodutivida-de, ocumprimentodemetasdepro-dução e o respeito aos prazos de en-trega dos produtos agropecuários sãofundamentais,semcontaravelo-cidade emque tudo isso acontece, a inovação e a diferenciação passam a serocernedequalquerplanejamen-toestratégicotantonoâmbitoempre-sarialquantonogovernamental, não importando o tamanho de cadane-gócio”, afirma Flávio Palagi Siquei-ra, vice-presidentedoInstitutoBrasi-leiroparaoDesenvolvimentoSusten-táveldoAgronegócio( IBDAgro). As tecnologias, de acordo com Siqueira, estão se transformando emcommoditiesmundiais.“Oque torna um fabricante eficiente é a sua diferenciação,cominovaçãoli-gada ao futuro. E o futuro pertence a quem sabe realizar antecipação de tendências”, avalia. Em relação às importações, que também encerraram outubro em queda acumulada de 11,3%, para US$436,8 milhões, osmaquinários mais importados são os de fenação, silageme trato de gado. E eles vêm principalmente dos Estados Uni-dos, daChina eda Alemanha. Alta do dólar é incentivo para fabricantes de equipamentos Por meio do Programa Mais Alimento Internacional, o Brasil vai oferecer crédito de US$ 23 milhões para 15 países, a maioria africanos, destinado à compra de itens nacionais, como plantadeiras e arados
  • 4. ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO Para melhor gerenciaros riscos decréditoedo meio ambiente, amparado por imagensde satélitee pelo acompanhamento por sensor remotodas lavouras eatividadesdesenvolvidas no campo, oInstitutoBrasileiropara oDesenvolvimentoSustentável doAgronegócio (IBDAgro) está implementando, emparceria comaFederação Brasileirados Bancos (Febraban),oSistemade GerenciamentodeInformações (SGIPS). Oobjetivodesseprojetoé disponibilizaraoSistema FinanceiroNacional,agestores defundosdeinvestimento, seguradoras, securitizadoras, tradings, cooperativasde produçãoedecréditorural, ferramentasparatomadade decisões, visandomelhorara gestão, mitigaçãoeexposição dos riscosexistentesnos financiamentos ruraise ambientais. “Apartirda geotecnologia, vamos transformardadosem informaçõesemtemporealafim deimpulsionar práticas financeiras agrícolas sustentáveis, garantindo enquadramentosexatosnos seguros agrícolasque minimizemasperdasdos produtores rurais,porexemplo”, contaAdemiroVian, diretor adjuntodenegóciosda Febraban. “Essa ferramenta reduzos riscosnos cálculosdos prêmiosdas apólicesdeseguro, deacordocomcada região, culturaeclima.Emconferência recentequeparticipamos,a apresentaçãodoSGIPSfoi consideradacasemundial único.” ■ABC: jurosde4,5%aoano parabeneficiáriosdoPronamp e5%aosdemais.Prazo:até 15anos(atéoitodecarência) ■ Moderinfra:4%aoanopara sistemasdeirrigaçãoe6%ao anoparademaiscasos.Até12 anos (até trêsdecarência) ■ ProcapAgro: 7,5%aoano paragiroe6,5%aoanopara demaisoperações.Atédois anos (até seismesesde carência)paracapitaldegiro ■PCA:4%aoano.Até 15anos (até trêsdecarência) ■ Moderagro: 6,5%aoano.Até dezanos(atétrêsdecarência) ■ Inovagro:4%aoano.Até dezanos (até trêsdecarência) ■ Moderfrota:24,5%aoano parareceitaoperacionalbruta deatéR$90milhõese6%ao anoparaacimadisso.Atéoito anosparanovosouquatroanos parausados(semcarência) ■ Pronamp: 5,5%aoano.Até oitoanos(atétrêsdecarência) ■ Prodecoop: 6,5%aoano.Até 12anos(atétrêsdecarência) ■ Pronaf: 0,5%aoanopara PronafB,1%ou2%para investimento, 1,5%a3,5% paracusteioe1%paraPronaf Agroecologia (comassistência técnicaobrigatória).Atédez anos,excetoarmazenagem, PronafBecusteio (atétrês decarência)eatéseisanos (carênciadedoisanos) nosdemaiscasos Para estimular o produtor rural a modernizar sua atividade,ogover-no federal disponibiliza, pormeio do BancoNacional do Desenvolvi-mento Econômico e Social (BN-DES), dez linhasde créditodestina-das a promover a inovação. Para o anoagrícola2014-2015(de 1ºde ju-lho a 30 de junho do ano que vem) estão disponíveis R$ 13,6 bilhões. Considerando também o Progra-ma de Sustentação Industrial (PSI) BKRuraleoCerealistas, cujascon-tratações encerraram dia 5 de de-zembro, mas há a perspectiva de renovaçãopara 2015,omontanteli-berado sobe para R$ 19,1 bilhões. No ano agrícola 2013-2014, os recursos voltados ao segmento agropecuário somaramR$ 16,5bi-lhões, o que correspondeu a 9% do total emprestado pelo BNDES. “Aslinhasdisponíveisnãofinan-ciam apenas bens de capital, mas sistemas de produção, a exemplo da integração de pecuária, lavoura e florestas”, exemplifica CarlosAl-berto Vianna, chefe do departa-mento de suporte a programas agropecuários da área de agrope-cuária e inclusão social (Agris). “Porexemplo,aABCinduzoprodu-tor rural a aderir mecanismos de baixocarbono(comooplantiodire-to ou recuperação de áreas), e tem R$ 500 milhões de crédito libera-do, e a Inovagro, a financiar o que há demais avançado tecnologica-mente (por exemplo, agricultura de precisão, sistemas inteligentes de irrigação e automação), comR$ 300 milhões à disposição.” Ambas têmjuros a partir de4%ao ano. Vianna também destaca a Mo-derfrota, quevisapropiciaramoder-nização da frota de tratores, colhei-tadeiras, pulverizadoreseplantadei-ras, entreoutros.Essaéamodalida-de que mais dispõe de recursos, comR$ 3,4 bilhões, e juros a partir de 4,5% ao ano. As condições, no entanto,sóvalematéodia31.“Esta-mosaguardandoinformaçõesquan-to à renovação dessas condições até 30 de junho de 2015. O orçamento seráomesmoaté essadata.” Quanto ao PSI BK Rural, desti-nado à comprade caminhões,má-quinas e equipamentos agrícolas novos,quetambémespera prorro-gação, desde dezembro de 2012, quandofoi lançado, foramempres-tados R$ 24,5 bilhões, dos R$ 24,9 bilhões disponibilizadosdesde en-tão. “A demanda foi intensa. Res-tam apenas 1,4% de saldo do total oferecido”, destaca FernandoNo-gueira, técnico do departamento. Para oferecer empréstimos e promover avanço tecnológico das propriedades rurais, os grandes bancos comerciais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Fede-ral e Santander atuam, na maior partedas linhas comessa finalida-de, como operadores dos recursos repassadospeloBNDES. Entretan-to, todos também disponibilizam modalidades próprias. Walmir Fernandes Segatto, su-perintendente comercial de agro-negócios do Santander, conta que cercade três anosatrás osproduto-res rurais ganharam dinheiro com o valor de venda das commodities e começaram a investir pesado em inovação tecnológica, a fimde bai-xar mais seus custos e elevar a pro-dução.“ Hoje, essesmesmosprodu-tores devemmelhorar a eficiência tecnológica dasmáquinas eimple-mentos adquiridos para dar conta da demanda crescente”, explica. Porém,comonesteanoasintem-péries climáticas ampliarama pro-dução de grãos no Exterior, princi-palmente dos EstadosUnidos, e di-minuíram a nacional, houvemaior oferta global e o preço caiu. Além disso, o andamento da economia a passos lentos tambémnão estimu-loumuitoosnovos investimentos e, com isso, a procura por financia-mentos resfriou. “Buscamos ofere-cer atendimentomais personaliza-do, montamosestruturatécnicapa-ra isso, e identificamos onde há maior necessidade de atualização da inovação, para então oferecer o empréstimo. Customizamos o pro-cesso”, conta.Oresultadofoievolu-ção de 18,9% (R$ 3,38 bilhões con-tratados) no crédito rural para pes-soa física e de 11,3% (R$ 2,45 bi-lhões) para pessoa jurídica. No Banco do Brasil, nos primei-ros quatro meses do ano agrícola, ou seja, de julho a outubro, foram desembolsadosR$ 29,2 bilhões em financiamentosvoltadosaosprodu-tores rurais,altade27%anteomes-mo período no ano anterior. “Esse volume representa 35,8% do total de R$ 81,5 bilhões estimados para desembolso para toda a safra 2014-2015”, afirma a instituição. Aténovembro, a Caixaempres-tou R$ 2 bilhões emcrédito rural, alta de 54% ante mesmo período de 2013. A perspectiva é alcançar saldo de R$ 6 bilhões até o fecha-mento da safra. PROJETOSDEMARKETING Produtor rural temR$ 19 bi para financiar tecnologia Inovação também está presente nocrédito PROGRAMASDOGOVER-NOFEDERALPARA ASAFRA2014-2015 Divulgação Vianna:"Alinha ABCinduzo produtor rural aadotar mecanismos debaixo carbonoetem R$500milhões decrédito liberado" Alinhade financiamento Moderfrota, que visapropiciar amodernização de tratores, entre outros, dispõede R$3,4bilhões, e juros a partirde4,5%aoano No ano agrícola 2013-2014, os recursos voltados ao segmento agropecuário somaramR$ 16,5 bilhões, o que correspondeu a 9%do total emprestado pelo BNDES No Banco do Brasil, nos primeiros quatro meses do ano agrícola, ou seja, de julho a outubro, foram desembolsados R$ 29,2 bilhões emfinanciamentos, alta de 27% 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014
  • 5. Umasdasinovaçõesquetêmrevolu-cionado a vida de produtores rurais chama-se agricultura de precisão. Ao unir informação e tecnologia é possível, a partir de imagens de GPS, dar tratamento diferenciado às diferentes partes da plantação, graças às imagens geradas nasmá-quinas, orientandoplantioecolhei-ta. “Amorfologia do soloé diferente em cada parte; existem áreas que drenammelhor a água da chuva e, outras, não. Assim como há locais emque a paisagemémais verde, ou mais clara.Emalguns trechos éne-cessárioodobrodoadubooudoher-bicida. Mas esse avanço permite ajustenaturaleprogramadoconfor-me a necessidade, já que é possível fazeragestãodapropriedadelevan-do emconta também a redução do impactonomeioambiente,egeran-domaior emelhor produtividade”, explicaRicardoInamasu,coordena-dor da rede de agricultura de preci-sãoepesquisadordaEmpresaBrasi-leiradePesquisaAgropecuária( Em-brapa) Instrumentação.“Naagricul-tura convencional é feita a mesma dosagempara todo o espaço.” Com esse controle é possível, por exem-plo, colocar herbicida somente on-de há ervas daninhas, e corrigir a acidezdosoloonde énecessário. Inamasu conta que hoje a agri-cultura de precisão émais utilizada emculturas como milho, soja e al-godão. Equeatendênciaéqueche-gue à cana de açúcar e fruticultura. Ele destaca que, em virtude do plantio de produtos tropicais, a exemplo de mandioca, açaí, coco da Bahia,mamona e dendê, existe oportunidade para os engenheiros brasileiros começarema desenvol-ver indústria específica para esses itens. “Estamos trabalhando com pesquisas nessa linha, mas são de médio prazo.” Aevoluçãonasmáquinaseequi-pamentos no País começou no fim da década de 1990, com a abertura àimportação,ede2000a2010hou-ve expressivamudançanaqualida-de, graças à disponibilidade de equipamentos e à necessidade de produzir mais, devido ao aumento da demandamundial. Amudança tambémsedeunoperfildoagricul-tor, aoqualnãobastava só ter aces-so aoequipamento,mas saber usá-lo. “Hoje está tudo conectado. A máquina agrícola é programada e o homempode controlá-la no piloto automático. Antes, nem rádio ti-nham. Agoraestãototalmenteequi-padas comeletrônica embarcada.” O especialista destaca também o avanço na pecuária, pois, ao tra-tar do pasto, com sementes mais avançadas e fertilizantes adequa-dos, é possível ampliar a quantida-dede gado.“Em70%das áreasnão temos uma cabeça por hectare. Ao tomar esses cuidados, pode chegar a quatro. Dessa forma, tambémse podedobraroespaçoparaaagricul-tura.” Fazendo da automação sua aliada,Inamasuafirmaqueaprodu-ção pode crescer até cinco vezes. Quandooassuntoébiotecnolo-gia, o pesquisador daEmbrapaRe-cursos Genéticos e Biotecnologia Elibio Rech, que, inclusive, é pre-miado pelo desenvolvimento 100% em solo brasileiro de soja transgênica tolerante a herbicida emparceria coma indústriaquími-ca Basf, afirma que toda e qualquer produçãodeve estar atrelada à sus-tentabilidade. Aspróprias fabrican-tesdedefensivoagrícola, porexem-plo, estão começando a se atentar a produtos que gerem menor im-pacto ao meio ambiente. “Nosso agronegócio é protagonista no mundo, graças àbelezadele emra-zãodabiodiversidadedesolos, reci-clageme estabilidadeclimática.Tu-do isso com redução de expansão da fronteira agrícola. Para o futuro, temos de agregar valor a isso.Hoje temos o grão de soja, amanhã, um derivado de dentro dela.” Rech conta que está sendo de-senvolvido óleo de soja demelhor qualidade.Hoje, 24%do produto é composto por ácido oleico, impor-tanteparaometabolismoeporoxi-darmenos – quando oxida, o óleo pode ser cancerígeno, por isso de-ve- se evitar reutilizar o produto.O de canola, para se ter ideia, tem 50%, mas o grão émais caro de ser produzido. Essanova versãoda so-ja tem90%doácido,oque, inclusi-ve, ajudariaadiminuirolançamen-to de CO2 na atmosfera, já que, atualmente,na composiçãododie-sel, 8% são óleo vegetal ou animal e, dessa quantidade, 70%é óleo de soja – o produtor, inclusive, gasta-riamenos comcombustível para o trator. A nova tecnologia permite reduzir ematé30%os custos, além de sermais benéfico à saúde,mas, embora essas sementes já existam, oprodutoaindanãotemprazopara ser viabilizado e comercializado. Quanto à soja transgênica, o pesquisador afirma que é interes-santenãousar sempreomesmode-fensivo para não gerar resistência por parte das ervas daninhas. “É comoumantibiótico. Cada indús-triafarmacêuticatemoseu. Desen-volvemosmaisumtipo. AMonsan-to fez um marco na biotecnologia agrícola, em 1995, ao criar grão transgênico tolerante à herbicida. Vamoslançar onosso produto,que chegará aomercado em2016.” Agricultor ‘conectado’ ganha emprodutividade Emprego de GPS e outras novas tecnologias podem aumentar a colheita em até cinco vezes. As culturas mais beneficiadas são as de milho, soja e algodão Aevolução nasmáquinas e equipamentosno País começouno fimdos anos 1990, coma abertura à importação. Entre 2000 e 2010, houve forte aumento da qualidade, para atender à demanda de produção Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 5
  • 6. 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 ESPECIAL NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO Apartirdoauxíliodeprogramavol-tadoademocratizar a tecnologia, o Sebraetec, micro e pequenos pro-dutores têm até 80% de subsídio da entidade.Foi assimqueAntonio Teofilo Filho, proprietário da Fa-zenda Santo Antônio, emSão José de Mipibu, no Rio Grande do Nor-te, conseguiutrabalharcomfertili-zação in vitro para reproduzir seus melhores gados e comercializá-los. “Jánasceramnoveanimais e 11 estãosendogerados”, conta. “Esse é umpassomuito grande parame-lhorar o rebanho do nosso Estado. Esperoagora tercondiçõesdeven-der para todo o País.” O custo desse procedimento gira emtorno deR$ 1.000 por ani-mal. O produtor paga R$ 250 e, o Sebrae, R$ 750. Como o limite do subsídio é de dez embriões por CPF, comas 20 fertilizações Teofi-lo Filho desembolsou R$ 12,5 mil, emvez de R$ 20 mil. “Essa é uma ajuda fantástica. Se puder, quero participar de novo.” Embora ain-da não tenha calculado quanto es-se investimento reverterá para seu faturamento, pois é preciso esperar o gado nascer e crescer, ele estima que consiga obter por um animal puro de origem de um ano e meio entre R$ 4.000 e R$ 8.000, enquanto outro, sem essa qualidade, vale R$ 1.000, ou seja, até oito vezesmenos. O gestor dos projetos Geneleite e Genecorte no Sebrae Rio Grande do Norte, Acácio Brito, explica que, geralmente, os pecuaristas têmumanimal brilhante, comboa lactação e ganhode peso comcon-versão emcarne de boa qualidade e,a partirda reproduçãodeseuge-ne, épossívelimplantá-loembarri-gasde aluguel.“Comessa tecnolo-gia, háa possibilidadede aumentar o rebanho em até dez vezes. Uma vaca, geralmente, temdez crias ao longodesuaexistência (cadagesta-ção dura novemeses e 13 dias, em média). Apartir da fertilização nas barrigas de aluguel, dá para gerar até 100 com o mesmo gene, sem doença e saudável.” Ele explica que a inovação permite também que seja escolhido sexo do gado. “Começamos com30produto-res. Em2015 queremos incremen-tar o projeto, já que,emparceria a iniciativa privada, que investiuR$ 1 milhão, vamos trazer ao nosso Estado laboratório biotecnológi-co. Hoje, temos de enviar a Ribei-rão Preto (São Paulo), o que enca-rece o processo”, conta. Com is-so, o custo por embrião deverá cair em 30%, e o subsídio deverá ser ampliado a 15 fertilizações por CPF.Aideia é atingir500produto-res nos próximos quatro anos, com5.000 bezerros. Filme da Braskemimpede o crescimento de ervas daninhas e reduz o agrotóxico Como avanço da inovação, hoje é possível controlar o crescimento de ervasdaninhas a partir de filme plástico. A Braskem desenvolveu, emparceria coma Electro Plastic, produto chamado mulching, que pode ser aplicado emculturas co-mo alface, tomate, morango e, mais recentemente, na plantação de laranja. “O grande objetivo é barrar a passagemde luz para evi-tar o crescimento de ervas dani-nhas, que competem pelos nu-trientes do solo com o alimento. Com isso, é possível reduzir a quantidade deagrotóxicos”, expli-ca Ana Paiva, especialista emde-senvolvimento de mercado da Braskem. O lado branco, de fora, refle-te a luz e não absorve tanto ca-lor; o preto, de dentro, barra o sol e a fotossíntese, provocando a retenção de água, já que a eva-poração é reduzida.Para aplica-ção em pés de laranja, o produ-to, que está em testes há dois anos e meio, dura 18 meses, mas, dependendo do manejo, pode ganhar mais um ano. “O resultado, porém, que evita o aparecimento de ervas dani-nhas, se estende por dez anos, já que a partir de dois anos e meio, em média, o mulching não é mais necessário pelo fato de a árvore já fazer sombra”, complementa Cristiano Rolla, gerente comercial da Braskem. Ana sustenta que o investi-mento se paga emseis meses, já que, sem ervas daninhas, dimi-nui- se consideravelmente o gas-to com carpina. Além disso, o volume da copa da árvore cres-ce até 67% mais que em áreas semmulching, isso, comparan-do plantas dentro de uma mes-ma fazenda, destaca. “A produ-tividade fica até 30% maior em massa, ou seja, peso.” Outra inovação tambémgera-da a partir de resinas é o silobou-ça de plástico, túnel que guarda até 200 toneladas de grãos que precisam ser armazenados até o momento da venda,mas não ca-bem mais no silo principal, o metálico, que geralmente tem capacidade de 100 mil. “Ele vai complementar o espaço para ar-mazenar e a um custo bem me-nor, já que é descartável”, diz a especialista. “No Brasil sempre Mulchingbarraapassagemdeluzepermiteretençãodeágua;investimentosepagaemseismeses tivemos área, mas, nos últimos anos, a produtividade vemcres-cendo em velocidade acima da do aumento dos terrenos. Como não há lugar para armazenar pa-ra todo mundo, que colhe ao mesmo tempo, e o preço do fre-te é alto, o que encarece os gas-tos com o produto, é uma solu-ção acessória. Na Europa, onde o espaço é exíguo, o consumo de plástico é bastante dissemi-nado”, completa Rolla. Para se ter ideia, no País é usado um dé-cimo de todo o plástico voltado à agricultura adotado na China e nos Estados Unidos. A Braskempossui, ainda, es-tufa (estruturametálica comco-bertura de filme plástico) que controla a velocidade de seca-gem do cacau. “Um chocolate gourmet, por exemplo, que exi-gemelhor qualidade gerada nes-se processo, pode gerar o dobro do ganho para o produtor”, diz Ana. “Sem contar que é usada energia solar, temapelo susten-tável”, destaca Rolla. Essa tec-nologia, lançada no fim do ano passado, pode ser adaptada ao café também. Rebanho pode crescer até dez vezes com fertilização in vitro Plástico ajuda a elevar a produtividade em30% PROJETOSDEMARKETING Fotos Divulgação Pequenos produtores têmacesso à inovação com apoio do Sebrae Na Europa, com o espaço exíguo, o consumo de plástico émuito disseminado. No Brasil,usamos umdécimode todo oplástico voltado à agricultura adotadona China enos Estados Unidos Volume da copa da árvore cresce até 67%mais que em áreas semmulching. Produtividade fica até30%maior em massa, ou seja, peso Silobouçadeplásticoguardaaté200toneladasdegrãosqueprecisamserarmazenadosatéavenda
  • 7. LíviaTiraboschi:“Aousarmenosfertilizanteondehámenosnecessidade,aprodutividadeaumenta" Pensando em facilitar o dia a dia do produtor rural e inseri-lo na agriculturadeprecisão,aYaraFer-tilizantesdesenvolveu, emparce-ria coma fabricante demáquinas e implementos agrícolas Stara, equipamento que possuimedidor de nitrogênio e identifica, a partir da cor da planta, se está verde ou mais amarelada, por exemplo, a quantidade de fertilizante que ela necessita.“Foramdezanosdepes-quisa para desenvolver o N-Sen-sor, querealizaa leituraeaaduba-ção simultaneamente”, conta Lí-via Tiraboschi, especialista em produtos, pesquisa e inovação da Yara. “Ao usarmenos fertilizante onderequermenos,aprodutivida-de aumenta.Aideia éque sejado-sada aquantidade certa.Asusten-tabilidade é o caminho, e quere-mos nos tornar referência e agre-gar valor àmarca.” Lívia conta que o custo opera-cional do agricultor tambémdi-minui porque, coma inovação, é possível distribuir fertilizante em uma área maior e em menor tempo. A estimativa é que a pro-dução cresçaempelomenos 8%. Outra novidade da Yara é um aplicativo gratuito para smar-tphones e tabletsque disponibili-za acervo de fotos de diversos ti-pos de deficiência das plantas, a exemplode folhas enroladas, cra-queladas ou amareladas. “Cada sintoma está relacionadoaumnu-triente que faltou”, assinala. “Criado na Inglaterra, trouxemos neste ano para o Brasil pelo fato de o produtor, que hoje também é empresário, agora disponibili-zar de tecnologia 3G na área ru-ral. Emcercadedoismeses já tive-mosmais de 8.000 downloads.” Oaplicativo, batizado deChe-ckIT, está disponível nas versões Android e iOS às culturas: soja, milho, algodão, cereais, girassol, citros, batata, tomate, cenoura, alface, espinafre e couve-flor. ParaWindows Phone está sendo desenvolvido.Na Europa, já exis-te uma evolução dessa tecnolo-gia, emque é possível tirar a foto e ter o diagnóstico próprio, e não comparativo. “Hojenão basta só a experiên-cia, opéna roça.Oagricultor pre-cisa ampliar sua produtividade aproveitando a tecnologia dispo-nível, que aumenta o conheci-mento e melhora a concorrên-cia”, avalia a especialista. Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 Brasil Econômico 7 Colheitadeira inteligente reduz em75% o desperdício A preocupação eminserir o pro-dutor rural na agricultura de precisão também faz com que a fabricante demáquinas e imple-mentos agrícolas New Holland desenvolva tecnologia voltada a ampliar a produção. “Como o preço das commotidies é deter-minado pela Bolsa de Chicago, e não dá para mudar os preços de sementes e defensivos, onde o agricultor pode ganhar é na re-dução de seus gastos ao otimi-zar o uso dos produtos, por exemplo, propiciando o máxi-mo de aproveitamento possível para o defensivo agrícola”, afir-ma Carlos D’Arce, diretor de marketing da NewHolland para a América Latina. A colheitadeira CR 1090 se ajusta à quantidade de produto que ela tem de processar. “Ela separa o grão da planta demodo a não jogar nenhum fora e, as-sim, minimizar as perdas”, con-ta. Segundo D’Arce, ela reduz em75% o desperdício. “Normal-mente, as perdas atingem 2% e, com o equipamento, cai para 0,5%.” Considerando que o des-perdício atinja 100 sacos, cota-dos a US$ 20 cada, portanto, US$ 2.000, geram prejuízo de R$ 5.000 (com o dólar a R$ 2,50). “Considerando o litro do diesel a R$ 2, pagaria o combus-tível de uma safra se esse dinhei-ro tivesse entrado”, diz o execu-tivo. Com as perdas em 0,5%, desfalque cai para R$ 1.250. O agricultor brasileiro, po-rém, terá de aguardar um pou-co para ter acesso a essa tecnolo-gia, já que amáquina será apre-sentada na Agrishow2015, reali-zada em abril e fará testes nos campos brasileiros. A NewHolland possui emter-ritório nacional, por ora, pulve-rizadores inteligentes de defen-sivo agrícola, que, a partir de programação prévia, faz o servi-ço sozinho. Ele lança água onde não há ervas daninhas e defensi-vo onde existem. “A tecnologia permite ao agricultor, além de não desperdiçar material, ter noção de seu escritório o que es-tá acontecendo e sugerir corre-ção just in time, o que é permiti-do a partir da telemetria.” Equipamentomede a necessidade de nutriente da planta e faz a adubação Nova máquina da NewHolland chega aos campos brasileiros no ano que vem Yara Fertilizantes também desenvolveu aplicativo para tablets e smartphones que identifica o tipo de deficiência da plantação O agricultor pode ganhar na redução de seus gastos ao otimizar o uso dos produtos, como propiciar omáximo de aproveitamento para o defensivo agrícola Ocusto operacional diminui porque, coma inovação, é possível distribuir fertilizante emumaáreamaior e emmenor tempo. Aestimativa é que a produção cresça empelomenos 8% D’Arce:perdasdegrãos, que chegama2%,caempara0,5%
  • 8. 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 10 de dezembro, 2014 ESPECIAL LUIZCARLOSCORRÊACARVALHOPresidente da Associação Brasileira doAgronegócio Qual oatual cenário para o agronegócio brasileirodoponto de vistadasnovas tecnologias? Osprodutores têmacesso a elas?Porquê? Nascadeiasprodutivasdoagrone-gócio destacam-se os elos dos in-sumosmodernos e bens de capi-talparaasproduçõesagrícolaein-dustrial. Tratam-se de produtos deorigemquímicaebiológica(fer-tilizantes, herbicidas, inseticidas, maturadores, etc.), altamente qualificados e com tecnologia já brasileira,enosetordebensdeca-pital são equipamentos agrícolas (tratores, máquinas, implemen-tos, colheitadeiras, etc.), que es-tão posicionados antes da produ-ção. Esses produtos são parte do processoprodutivoqueincluioes-pecialdesenvolvimentotecnológi-co para omundo tropical, onde o Brasil é líder inconteste. Os ga-nhos de produtividademuito su-periores ao acréscimo de área são arespostadosprodutoresnoagro-negóciomodernobrasileiro. Quais são os entravesque ainda dificultam oacesso a essas tecnologias? Em primeiro lugar, o complexo sistema de aprovação do gover-no brasileiro às novasmoléculas químicas e ao processo lento de aprovação dessas moléculas e dosprodutosgeneticamentemo-dificados. Ambos os atrasados mecanismos estão muito mais efetivos nos países que concor-remdiretamentecomoBrasil, co-mo os Estados Unidos, a Austrá-liaeaArgentina. Emsegundolu-gar, a questão constante de ren-da na volatilidade dosmercados, a acentuada pressão do sistema protecionista dos chamados paí-ses ricos, de grandemercado, e a pouca mobilidade brasileira no seu posicionamento formal co-mercial no mercado internacio-nal. Também devem ser citadas as dificuldades dos pequenos e médios produtores quando não estão ligados a uma cooperativa. NOVAS TECNOLOGIASNOAGRONEGÓCIO Na sua avaliação, a ofertade créditoe incentivos para a aquisiçãode tecnologias é suficiente? Casonão,o que poderiamelhorar oacesso? ClaroquenoBrasilocréditonãoé fator de extensa e fácil obtenção. Há dificuldadesdosistema finan-ceirona realidade econômica dos agentes de produção. No entan-to, é importante observar as ou-tras ferramentas não tradicionais de crédito que passarama ter pe-so expressivo no crescimento se-torial, como o apoio das empre-sasdeinsumosmodernosedetra-dings, assim como os novosme-canismosdomercadofinanceiro. Amelhoria de acesso ocorrerá na medidaemque, de fato, o gover-no federal dê prioridade ao agro-negócio. Também será funda-mental amaior disponibilidade e liquidez a se ter nos contratos fu-turos de commodities agrícolas. Qual omelhor caminhopara que osprodutores conheçamo quehádemaisnovonomercado e consigamadquirir essas melhorias tecnológicas? Semdúvidaalguma,novosdesen-volvimentos tecnológicos, como oILPF(IntegraçãoLavoura,Pecuá-ria e Floresta), que está empleno desenvolvimento no Brasil e com linhas de crédito, dependem de projetos bemelaborados comas-sessoramentotécnico. Ascoopera-tivas dão esse suporte. Sem isso, os pequenos emédios produtores agrícolas ficam com dificuldade de entrar nesse processo.Omes-mopode- sedizerdeoutrascultu-ras agrícolas, onde a indústria é o elode suporte aoagricultor. Qual oimpactonaproduçãoe nofaturamentodosprodutores a adesão às tecnologias?Qual a importânciade se ter inovação noprocessoprodutivo?Eos consequentesbenefícios? Conceitualmente, a inovação tec-nológica é a receitado crescimen-to sustentável para qualquer em-presa. Para o agronegócio é vital; seja para a competição emcustos ouqualidade.Semdúvidaalguma, estarantenadoàevoluçãotecnoló-gica requer investimento, assim como as ações propriamente ditas dasaquisiçõesedossuportestécni-cosdeserviçosde tecnologias. Emsuaavaliação,porondeé melhoroprodutorcomeçarpara gerarmaiorprodutividade?Que tipodetecnologiaseriaaporta deentrada,opontapéinicial? Tudoseiniciacomaefetivaavalia-çãodonegócioquesepropõerea-lizar; emtermos do ambiente de produção e do seu melhor uso coma cultura agrícola ou pecuá-ria que se pretende desenvolver. O passo seguinte é a orientação do processo produtivo e as mu-das, sementesouanimais selecio-nadoscomoopontapé inicial.Vá-rias são as alternativas,como vá-rios são os ambientes de produ-çãofaceaomundotropicalquege-ra verdadeiromosaicode opções. Oque temosdemais avançado emtermosde tecnologia para o agronegóciohojenoPaís?Tanto emmáquinas e equipamentos quanto embiotecnologia?E como sedeu esseprocessode desenvolvimento? Essaquestão é amais interessante no despertar domundo emrela-ção aoBrasil. Afinal, aOCDE(Or-ganização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), juntamentecomaFAO(Organiza-ção das Nações Unidas para Ali-mentaçãoeAgricultura), elegeuo Brasilcomo o foco do aumento da ofertaglobaldealimentosparaes-te século 21. Isso se deu emrazão do desenvolvimento tecnológico brasileironocampodoagronegó-cio desde o Instituto Agronômico deCampinas, passando pelaEm-brapa (Empresa Brasileira dePes-quisa Agropecuária) nos últimos anos de forma espetacular.Nosso desenvolvimento tanto se dá no campoda genética tradicional,da biotecnologia e da química como nocampodamecanizaçãoagríco-la. Airrigaçãosóestácomeçando. Eoquepodemosdestacarque aindavemde fora?Por que existe anecessidadede se comprardeoutros países? Háuma sériede inovações funda-mentais que vemde países como os Estados Unidos (geral), Itália (máquinas), Alemanha (geral), Israel (irrigação),França (concei-tos), Reino Unido (geral) e Japão (equipamentos). Esses países são fundamentais, assim como o Brasil o é nomundo tropical. Quanto é investido em tecnologiano agronegócio no País, e comparação como restante domundo? O mundo rico investe de 3% a 4% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em P&D (Pesquisa e De-senvolvimento). OBrasil, infeliz-mente, investe pouco mais que 1%do seuPIB. Quais são asperspectivas para 2015?Eparaospróximos anos? Como se debateu tanto na última campanha eleitoral, o Brasil tem duras perspectivas para 2015. Se fizer a liçãode casade formacor-reta, temos esperança de que ha-verá alguma evolução em 2016, com potencial para 2017 e 2018. Mastemos pedras no caminho. “ Os desenvolvimentos tecnológicos, como o ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta), que está emplena expansão no Brasil e comlinhas de crédito, dependem de assessoramento técnico. As cooperativas dão esse suporte” ENTREVISTA PROJETOSDEMARKETING ‘A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA É VITAL PARA O AGRONEGÓCIO’ Divulgação Quando o assunto é tecnologiano agronegócio, oBra-sil possui know-howsingular no desenvolvimento de inovação para países tropicais, destaca o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Entretanto, o caminho ainda é longo para conquistarmais expertise na criação e na viabilizaçãodamanufaturademaquináriomais avan-çado, assim como em biotecnologia, pois ainda há o forte entrave de acesso ao crédito, baixo investimento empesquisa e desenvolvimento e falta de priorização doagronegóciobrasileiro, elencaCarvalho,que conce-deu entrevista exclusiva ao Brasil Econômico.