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CED 104 do Recanto das Emas
Professor Jailson Carvalho / Artes / 2014
Elementos Formais da Linguagem Teatral
 Voz:
A voz no teatro é parte central do processo de criação e preparação de atores. A pluralidade de seus usos abrange
diversas dimensões no teatro, que vão desde o estudo e domínio do aparelho fonador, de seus recursos técnicos,
passando pelas tradições teatrais de uso vocal, de suas manifestações expressivas, até a constituição de uma
poética da voz. Um dos desafios encontrados por atores, principalmente os que trabalham em teatro é fazer o
uso adequado da voz enquanto representa para uma plateia. A voz cênica (voz usada por atores em teatro) deve
ser percebida como algo que precisa estar presente em todo a ambiente ao seu redor. Além das técnicas vocais,
eles precisam se preocupara também com a expressão corporal e as técnicas de interpretação.
Assim como no dia a dia a nossa voz muda de acordo com o nosso estado emocional, o ator precisa colocar
essas mudanças de voz também em seus personagens, fazendo com que passe maior naturalidade durante a
atuação. Outra situação que pede mudanças na voz, é por exemplo, quando o ator representa personagens de
diferentes faixas etárias, sendo que a voz tem que estar de acordo com cada uma, daí a importância da voz de
um bom preparo para que a voz aquente tais mudanças sem que haja um prejuízo em sua saúde, além de todo o
trabalho relacionado a interpretação. Para atingir uma voz adequada, primeiramente o ator deverá ter
consciência que a respiração adequada é indispensável, assim como uma boa postura do corpo.
 Corpo:
A ideia do corpo pensante é a matriz principal em que se estrutura a filosofia da Mímica Contemporânea/Teatro
Físico. Há um rompimento radical com a visão dualista que tanto acompanhou a nossa história e que ainda está
presente no fazer artístico contemporâneo. As ciências cognitivas nos ajudam a dissolver essa separação e
entendermos melhor a relação mente/cérebro/corpo, dentro/fora, que tanto afetam a compreensão em diversas
áreas, e aqui, especificamente nas artes cênicas, sobre objetivo/subjetivo, razão/emoção e do novo conceito da
metáfora. Se tentamos esboçar uma definição dos elementos caracterizadores do evento teatral, deparamo-nos,
de uma forma ou de outra, com um dado indispensável: a presença do corpo. Essa presença deve ser entendida
segundo um duplo aspecto: diz respeito, por um lado, à presença do corpo do espectador, e, por outro, à presença
do corpo do ator ou do elemento que atua. Certamente, o sentido de corpo não se limita ao de corpo humano,
apesar de abrangê-lo, já que diferentes tipos de objetos podem desempenhar papéis fundamentais no teatro,
havendo mesmo encenações que chegam a dispensar o ator para explorar corporeidades não-humanas. O sentido
de atuação também não se restringe ao de movimento físico -há, desse ponto de vista, encenações estáticas.
Atuação é entendida aqui como o processo de se gerar significação tendo-se o corpo -atores e/ou objetos como
ponto de partida. Podemos afirmar, assim, que o teatro define-se por uma espécie de atuação desempenhada por
meio da presença de corpos em um contexto que visa à produção, à provocação de determinadas significações.
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De uma maneira geral, tal contexto é criado segundo dois critérios básicos: uma preocupação de caráter estético
e um contrato de ficcionalidade -ficção transvazada aos corpos. Naturalmente, há propostas que avançam sobre
os limites do estético e do ficcional. É o caso, por exemplo, do teatro invisível, ou de alguns tipos de performance
que desejam uma intervenção direta no próprio quotidiano.
 Espaço Cênico:
Termo de uso contemporâneo para palco ou área de atuação. Considerando-se a explosão das formas cenográficas e a
experimentação sobre novas relações palco-plateia, espaço cênico vem a ser um termo cômodo, porque neutro, para
descrever os dispositivos polimorfos da área de atuação. O espaço cênico nos é dado aqui e agora pelo espetáculo,
graças aos atores cujas evoluções gestuais circunscrevem este esse espaço cênico. O que não se pode perder é a
autenticidade cênica que independe de lugar. “No trabalho de apropriação do espaço – e levando em consideração a
sua arquitetura, a sua atmosfera e as pessoas que o circundam – conseguimos projetar novas possibilidades para as
personagens. Interferências do campo tátil, olfativo e da própria geografia do espaço colaboram para a ampliação do
discurso.” (REBOUÇAS, 2009, p.58). O espaço escolhido pode oferecer significados, experiências e imagens diversificadas
e até contraditórias, e pode levar o espectador em uma tarefa de se desdobrar por impressões recebidas ou já pré-
estabelecidas.
 Ação Dramática:
A ação portanto é a matéria básica do teatro e também do trabalho do ator. E podemos definir ação como todo e
qualquer movimento (não necessariamente físico) que é fruto de uma vontade, e que visa um determinado objetivo
(visualizado pela inteligência). Nem todo movimento realizado pelo homem é uma ação. Para que o seja, é necessário
que esse movimento resulte de um querer alcançar um determinado objetivo conhecido pelo sujeito.A ação humana
tem uma raiz imaterial; origina-se naquilo que há de mais alto e nobre no homem, no que tradicionalmente denomina-
se de "espírito": vontade e inteligência. A vontade quer alcançar um bem que é conhecido pela inteligência. Notemos
que esse bem é percebido pelo sujeito como algo que lhe falta, algo que, se possuído, lhe trará certa felicidade.Assim,
a ação tem um caráter transcendente. Não é realizada por si mesma, mas como um meio que visa alcançar determinado
fim. Se não considerarmos essa transcendência, o conceito de ação torna-se incompreensível.Como disse Hegel, falando
especificamente de dramaturgia, a ação dramática é a vontade humana que persegue seus objetivos, consciente do
resultado final.

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  • 1. 1 CED 104 do Recanto das Emas Professor Jailson Carvalho / Artes / 2014 Elementos Formais da Linguagem Teatral  Voz: A voz no teatro é parte central do processo de criação e preparação de atores. A pluralidade de seus usos abrange diversas dimensões no teatro, que vão desde o estudo e domínio do aparelho fonador, de seus recursos técnicos, passando pelas tradições teatrais de uso vocal, de suas manifestações expressivas, até a constituição de uma poética da voz. Um dos desafios encontrados por atores, principalmente os que trabalham em teatro é fazer o uso adequado da voz enquanto representa para uma plateia. A voz cênica (voz usada por atores em teatro) deve ser percebida como algo que precisa estar presente em todo a ambiente ao seu redor. Além das técnicas vocais, eles precisam se preocupara também com a expressão corporal e as técnicas de interpretação. Assim como no dia a dia a nossa voz muda de acordo com o nosso estado emocional, o ator precisa colocar essas mudanças de voz também em seus personagens, fazendo com que passe maior naturalidade durante a atuação. Outra situação que pede mudanças na voz, é por exemplo, quando o ator representa personagens de diferentes faixas etárias, sendo que a voz tem que estar de acordo com cada uma, daí a importância da voz de um bom preparo para que a voz aquente tais mudanças sem que haja um prejuízo em sua saúde, além de todo o trabalho relacionado a interpretação. Para atingir uma voz adequada, primeiramente o ator deverá ter consciência que a respiração adequada é indispensável, assim como uma boa postura do corpo.  Corpo: A ideia do corpo pensante é a matriz principal em que se estrutura a filosofia da Mímica Contemporânea/Teatro Físico. Há um rompimento radical com a visão dualista que tanto acompanhou a nossa história e que ainda está presente no fazer artístico contemporâneo. As ciências cognitivas nos ajudam a dissolver essa separação e entendermos melhor a relação mente/cérebro/corpo, dentro/fora, que tanto afetam a compreensão em diversas áreas, e aqui, especificamente nas artes cênicas, sobre objetivo/subjetivo, razão/emoção e do novo conceito da metáfora. Se tentamos esboçar uma definição dos elementos caracterizadores do evento teatral, deparamo-nos, de uma forma ou de outra, com um dado indispensável: a presença do corpo. Essa presença deve ser entendida segundo um duplo aspecto: diz respeito, por um lado, à presença do corpo do espectador, e, por outro, à presença do corpo do ator ou do elemento que atua. Certamente, o sentido de corpo não se limita ao de corpo humano, apesar de abrangê-lo, já que diferentes tipos de objetos podem desempenhar papéis fundamentais no teatro, havendo mesmo encenações que chegam a dispensar o ator para explorar corporeidades não-humanas. O sentido de atuação também não se restringe ao de movimento físico -há, desse ponto de vista, encenações estáticas. Atuação é entendida aqui como o processo de se gerar significação tendo-se o corpo -atores e/ou objetos como ponto de partida. Podemos afirmar, assim, que o teatro define-se por uma espécie de atuação desempenhada por meio da presença de corpos em um contexto que visa à produção, à provocação de determinadas significações.
  • 2. 2 De uma maneira geral, tal contexto é criado segundo dois critérios básicos: uma preocupação de caráter estético e um contrato de ficcionalidade -ficção transvazada aos corpos. Naturalmente, há propostas que avançam sobre os limites do estético e do ficcional. É o caso, por exemplo, do teatro invisível, ou de alguns tipos de performance que desejam uma intervenção direta no próprio quotidiano.  Espaço Cênico: Termo de uso contemporâneo para palco ou área de atuação. Considerando-se a explosão das formas cenográficas e a experimentação sobre novas relações palco-plateia, espaço cênico vem a ser um termo cômodo, porque neutro, para descrever os dispositivos polimorfos da área de atuação. O espaço cênico nos é dado aqui e agora pelo espetáculo, graças aos atores cujas evoluções gestuais circunscrevem este esse espaço cênico. O que não se pode perder é a autenticidade cênica que independe de lugar. “No trabalho de apropriação do espaço – e levando em consideração a sua arquitetura, a sua atmosfera e as pessoas que o circundam – conseguimos projetar novas possibilidades para as personagens. Interferências do campo tátil, olfativo e da própria geografia do espaço colaboram para a ampliação do discurso.” (REBOUÇAS, 2009, p.58). O espaço escolhido pode oferecer significados, experiências e imagens diversificadas e até contraditórias, e pode levar o espectador em uma tarefa de se desdobrar por impressões recebidas ou já pré- estabelecidas.  Ação Dramática: A ação portanto é a matéria básica do teatro e também do trabalho do ator. E podemos definir ação como todo e qualquer movimento (não necessariamente físico) que é fruto de uma vontade, e que visa um determinado objetivo (visualizado pela inteligência). Nem todo movimento realizado pelo homem é uma ação. Para que o seja, é necessário que esse movimento resulte de um querer alcançar um determinado objetivo conhecido pelo sujeito.A ação humana tem uma raiz imaterial; origina-se naquilo que há de mais alto e nobre no homem, no que tradicionalmente denomina- se de "espírito": vontade e inteligência. A vontade quer alcançar um bem que é conhecido pela inteligência. Notemos que esse bem é percebido pelo sujeito como algo que lhe falta, algo que, se possuído, lhe trará certa felicidade.Assim, a ação tem um caráter transcendente. Não é realizada por si mesma, mas como um meio que visa alcançar determinado fim. Se não considerarmos essa transcendência, o conceito de ação torna-se incompreensível.Como disse Hegel, falando especificamente de dramaturgia, a ação dramática é a vontade humana que persegue seus objetivos, consciente do resultado final.