O documento discute várias doenças imunopreveníveis como coqueluche, difteria, poliomielite e tétano. Ele fornece definições das doenças, sintomas, diagnóstico, vigilância epidemiológica e prevenção por meio da vacinação.
1.
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PREFEITURA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E DEFESA CIVIL
SECRETARIA ADJUNTA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
COORDEDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
DOENÇAS IMUNOPREVINIVEIS
(Gisele Leão)
2. COQUELUCHE
O que é?
É uma infecção altamente contagiosa
que causa tosse com pouca ou
nenhuma febre. Uma pessoa
infectada tem episódios de tosse que
devem evoluir para vômito ou causar
um som ruidoso quando a
pessoatenta inspirar.
3. Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico Específico
Realizado mediante o isolamento da B. pertussis
através de cultura de material colhido de
nasorofaringe, com técnica adequada .A coleta
do espécime clínico deve ser realizada antes
do início da antibioticoterapia ou, no
máximo, até 3 dias após seu início. Por isso, é
importante procurar a unidade de saúde ou
entrar em contato com a coordenação da
vigilância Epidemiológica Municipal.
4. Definição de Caso Suspeito
• Todo indivíduo, independente da idade e estado
vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias
ou mais, associada a um ou mais dos seguintes
sintomas:
› tosse paroxística – tosse súbita incontrolável,
com tossidas rápidas e curtas (5 a 10), em
uma única expiração;
› guincho inspiratório;
› vômitos pós-tosse.
• Todo indivíduo, independente da idade e estado
vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou
mais e com história de contato com caso
confirmado como coqueluche pelo critério clínico.
5. Confirmado
• Critério laboratorial – todo caso
suspeito de coqueluche com isolamento
de B. pertussis.
• Critério Clínico Epidemiológico –
todo caso suspeito que teve contato com
caso confirmado
como coqueluche pelo critério
laboratorial, entre o início do período
catarral até 3semanas após o início do
período paroxístico da doença (período
de transmissibilidade).
6. • Critério Clínico – Todo caso suspeito
de coqueluche cujo hemograma apresente
leucocitose (acima de 20 mil
leucócitos/mm3) e linfocitose absoluta
(acima de 10 mil linfócitos/mm3),desde
que sejam obedecidas as seguintes
condições: resultado de cultura negativa
ou não realizada; inexistência de vínculo
epidemiológico (vide item anterior); após
realizado diagnóstico
diferencial não confirmado de outra
etiologia.
8. DIFTERIA
A difteria (crupe) é uma doença bacteriana
aguda, cujas lesões características são
membranas branco-acinzentadas aderentes,
circundadas por processo inflamatório que
invade as estruturas vizinhas, localizadas mais
frequentemente nas amígdalas, laringe e nariz. A
doença compromete o estado geral do paciente,
que apresenta febre, cansaço e palidez. Há dor
de garganta discreta. Em casos mais graves pode
haver edema intenso no pescoço, aumento de
gânglios linfáticos na região e até asfixia mecânica
aguda pela obstrução causada pela placa
9. Transmissão:
Corynebacterium diphtheriae é um bacilo
transmitido por contágio direto com doentes
ou portadores assintomáticos(que não
manifestam a doença),através das secreções
nasais.Também pode ocorrer a transmissão
indireta, através de objetos que tenham sido
contaminados recentemente pelas secreções de
orofaringe ou de lesões em outras localizações.
A incidência da transmissão de difteria costuma
aumentar nos meses frios e, principalmente, em
ambientes fechados, devido à aglomeração.
10. Diagnóstico laboratorial:
Realizado mediante a identificação e
isolamento do C. diphtheriae através de
cultura de material, colhido com técnica
adequada, das lesões existentes
(ulcerações, criptas das amígdalas),
exsudatos de orofaringe e de nasofaringe,
que são as localizações mais comuns, ou
de outras lesões cutâneas, conjuntivas,
genitália externa, etc.
11. Vigilância Epidemiológica
A difteria é uma doença de notificação e investigação
obrigatória em todo o território nacional
Objetivos:
• Investigar todos os casos suspeitos e confirmados
com vistas à adoção de medidas de controle
pertinentes para evitar a ocorrência de novos casos.
• Aumentar o percentual de isolamento em cultura,
com envio de 100% das cepas isoladas
para o laboratório de referência nacional, para estudos
moleculares e de resistência bacteriana
a antimicrobianos.
• Acompanhar a tendência da doença, para detecção
precoce de surtos e epidemias.
12. Definição de Caso Suspeito
Toda pessoa que, independente da idade e
estado vacinal, apresenta quadro agudo de
infecção
da orofaringe, com presença de placas
aderentes ocupando as amígdalas, com ou
sem invasão
de outras áreas da faringe (palato e úvula) ou
outras localizações (ocular, nasal, vaginal,
pele, etc.),
com comprometimento do estado geral e
febre moderada
13. Confirmado
Critério laboratorial
• cultura com prova de
toxigenicidade – todo caso suspeito
com isolamento do C. diphtheriae
e provas de toxigenicidade positiva.
• cultura sem prova de
toxigenicidade – todo caso suspeito
com isolamento do C. diphtheriae
mesmo sem provas de toxigenicidade
positiva.
.
14. Critério Clínico Epidemiológico
Todo caso suspeito de difteria:
• com resultado de cultura negativo ou exame
não realizado, mas que seja comunicante de
um outro caso confirmado laboratorial ou
clinicamente; ou
• com resultado de cultura negativo ou exame
não realizado, mas que seja comunicante
íntimo
de portador, indivíduo no qual se isolou o C.
diphtheriae.
15. Critério clínico
Quando for observado:
•Placas comprometendo pilares ou úvula,
além das amígdalas;
• Placas suspeitas na traqueia ou laringe;
•Simultaneamente, placas em amígdalas,
toxemia importante, febre baixa desde o
início do
quadro e evolução, em geral, arrastada;
• Miocardite ou paralisia de nervos
periféricos, que pode aparecer desde o início
dos sintomas sugestivos de difteria ou até
semanas após.
17. POLIOMIELITE
O que é:
A poliomielite ou paralisia infantil é uma
doença infecciosa causada pelo poliovírus,
que entra na corrente sanguínea e afeta o
sistema nervoso central causando
paralisia dos membros e meningite.
Pessoas de todas as idades podem ser
infectadas com este vírus, mas
especialmente as crianças pequenas.
18. Diagnóstico da Poliomielite:
O diagnóstico da poliomielite é feito com base no
exame de sangue e no exame de fezes.
Coleta de Amostras de Fezes dos Casos
A amostra de fezes constitui o material mais adequado
para o isolamento do poliovírus. Embora
os pacientes com poliomielite eliminem poliovírus
durante semanas, os melhores resultados
de isolamento são alcançados com amostras fecais
coletadas na fase aguda da doença, ou seja, até
o 14º dia do início da deficiência motora.
• Todo caso conhecido tardiamente deverá ter uma
amostra de fezes, coletada no máximo até
60 dias após o início da deficiência motora.
19. Coleta de Amostras de Fezes de
Contatos:
Deverão ser coletadas exclusivamente
nas seguintes situações:
• Contatos de caso com clínica
compatível com poliomielite, quando
houver suspeita de reintrodução
da circulação do poliovírus selvagem;
• Contato de caso em que haja
confirmação do vírus derivado vacinal.
20. Vigilância Epidemiológica
Manter erradicada a poliomielite no Brasil.
Definição de Caso Suspeito
• Todo caso de deficiência motora flácida, de início
súbito, em pessoas menores de 15 anos,
independente da hipótese diagnóstica de
poliomielite.
• Caso de deficiência motora flácida, de início
súbito, em indivíduo de qualquer idade, com história
de viagem a países com circulação de poliovírus nos
últimos 30 dias, que antecederam o início do déficit
motor, ou contato no mesmo período com pessoas
que viajaram para esses países, que apresentem
suspeita diagnóstica de poliomielite.
21. Casos Confirmados:
• Poliovírus selvagem – caso de paralisia flácida
aguda, em que houve isolamento de poliovírus
selvagem na amostra de fezes do caso, ou de um de
seus contatos, independente de
haver ou não sequela, após 60 dias do início da
deficiência motora.
• Poliovírus derivado vacinal (PVDV) – caso de
PFA com isolamento de PVDV e sequela,
60 dias após déficit motor, ou seja, isolamento de
poliovírus que apresentar entre 1 a 15%
de diferença genética em relação ao vírus vacinal
correspondente.
22. Poliomielite Compatível:
Caso de PFA que não teve coleta adequada
de amostra de fezes e que apresentou
sequela aos 60 dias, ou evoluiu para óbito, ou
teve evolução clínica ignorada.
Descartado (Não Poliomielite):
Caso de paralisia flácida aguda no qual não
houve isolamento de poliovírus selvagem na
amostra adequada de fezes, ou seja, amostra
coletada até 14 dias do início da deficiência
motora, em quantidade e temperatura
satisfatórias.
23. Poliomielite Associada à Vacina
Casos de PFA em que há isolamento de vírus
vacinal na amostra de fezes e presença de sequela
compatível com poliomielite, 60 dias após o início
da deficiência motora. Há dois tipos de poliomielite,
relacionados com a vacina:
• Paralisia flácida aguda, que se inicia entre 4 e 40
dias após o recebimento da VOP e que apresenta
sequela neurológica, compatível com poliomielite
60 dias após o início do déficit motor;
24. • Caso de poliomielite associado à vacina em contatos: PFA
que surge após contato com criança que tenha recebido
VOP até 40 dias antes. A paralisia surge de 4 a 85 dias após
a exposição ao contato vacinado e o indivíduo apresenta
sequela neurológica compatível com poliomielite, 60 dias
após o déficit motor. Em qualquer das situações acima, o
isolamento de poliovírus vacinal nas fezes e sequela
neurológica compatível com poliomielite são condições
imprescindíveis para que o caso seja considerado como
associado à vacina. Reafirma-se a necessidade de coletar as
fezes adequadamente, nos primeiros 14 dias após o início
do déficit motor.
•Caso a coleta seja tardia, entre 15 e 40 dias após o início
do déficit motor, haja isolamento de vírus vacinal e clínica
compatível, o caso será classificado como associado à
vacina.
25. Notificação:
Diante das definições adotadas para caso suspeito,
todas as afecções neurológicas agudas, em menores de
15 anos e em indivíduo de qualquer idade, com história
de viagem a países com circulação de poliovírus, nos
últimos 30 dias que antecederam o início do déficit
motor, ou contato no mesmo período com pessoas
que viajaram para países endêmicos, que apresentem
suspeita diagnóstica de poliomielite, que cursarem com
paralisia flácida, devem entrar no Sistema de Vigilância
Epidemiológica, isso é, devem ser notificadas e
investigadas para afastar possíveis associações com o
poliovírus.
26. Proteção Individual Para Evitar
Circulação Viral
A proteção se dá através da vacina oral
contra poliomielite. Caso haja suspeita de
infecção por poliovírus selvagem, em
pacientes internados, orienta-se tomada
de precauções entéricas ..
27. Investigação Epidemiológica
(Apostila)
Encerramento de Casos:
Os casos de PFA devem ser encerrados
oportunamente no Sinan, até 60 dias da
notificação, quando se realiza a avaliação
neurológica.
Toda PFA em menor de 15 anos
30. TÉTANO:
É uma doença infecciosa grave, não
contagiosa, causada por toxina produzida
pela bactéria Clostridium tetani. Sob a forma
de esporos, essa bactéria é encontrada nas
fezes de animais e humanos, na terra, nas
plantas, em objetos e pode contaminar as
pessoas que tenham lesões na pele
(feridas, arranhaduras, cortes, mordidas de
animais,etc.) pelas quais o microorganismo
possa penetrar.
31. Diagnóstico Laboratorial e Exames
Complementares
O diagnóstico do tétano é
eminentemente clínico-epidemiológico,
não dependendo de confirmação
laboratorial.
O laboratório auxilia no controle das
complicações e tratamento do
paciente
32. Vigilância Epidemiológica Objetivos
• Reduzir a incidência dos casos de tétano acidental.
• Implementar ações de vigilância epidemiológica.
• Conhecer todos os casos suspeitos e investigar
oportunamente 100% deles, com objetivo de
assegurar diagnóstico e tratamento precoces.
• Adotar medidas de controle, oportunamente.
• Conhecer o perfil e o comportamento epidemiológico.
• Identificar e caracterizar a população de risco.
• Recomendar a vacinação da população de risco.
• Avaliar o impacto das medidas de controle.
• Promover educação continuada em saúde, incentivando
o uso de equipamentos e objetos
de proteção, a fim de evitar ocorrência de ferimentos ou
lesões.
33. Definição de Caso Suspeito:
Todo paciente acima de 28 dias de vida que
apresenta um ou mais dos seguintes
sinais/sintomas: disfagia, trismo, riso sardônico,
opistótono, contraturas musculares localizadas
ou generalizadas,com ou sem espasmos,
independente da situação vacinal, da história de
tétano e de detecção ou não de solução de
continuidade de pele ou mucosas.
34. Confirmado:
Todo caso suspeito cujos sinais/sintomas não se
justifiquem por outras etiologias e apresente
hipertonia dos masséteres (trismo), disfagia,
contratura dos músculos da mímica facial (riso
sardônico, acentuação dos sulcos naturais da face,
pregueamento frontal, diminuição da fenda
palpebral), rigidez abdominal (abdome em tábua),
contratura da musculatura paravertebral (opistótono),
da cervical (rigidez de nuca), de membros
(dificuldade para deambular), independente da
situação vacinal, da história prévia de tétano e de
detecção de solução de continuidade da pele ou
mucosas. A lucidez do paciente reforça o diagnóstico