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PARECER TÉCNICO N. 02/2009                                                BRASÍLIA, JULHO/2009




1. DADOS DA PARECERISTA: A parecerista é graduada em Engenharia Química pela
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (CREA/MS n. 8578/D), com Mestrado e
Doutorado em Química pela mesma Universidade e Pós-Doutorados em Química pelo Instituto
de Química da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pela Universitá Cattolica del
Sacro Cuore (Roma, Itália). Atualmente, é Coordenadora do Curso de Graduação em Engenharia
Ambiental da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS e Professora das
Disciplinas de Química e de Poluição Atmosférica nesta mesma Instituição. Possui diversas
obras e artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior, nas áreas de Química e Meio
Ambiente, exercendo consultoria técnica nas áreas de Saúde e Meio Ambiente para o Ministérios
Públicos Federal e Estadual.




2. DO OBJETO: Análise técnica acerca dos impactos sobre a saúde humana, decorrentes do
consumo do edulcorante aspartame.




3. DO PARECER

3.1 – DA INTRODUÇÃO

Em 1966, a agência de controle de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (FDA),
aprovou o uso do aspartame como agente edulcorante, tendo este um poder adoçante que é de
160 a 200 vezes maior que o da sacarose (açúcar comum), e teor energético de 4 quilocalorias
por grama, sendo classificado como adoçante não-nutritivo (GUZMAN, 2007). Atualmente, o
aspartame é utilizado em mais de 90 países, sendo encontrado em, pelo menos, 6.000 produtos
alimentícios (MAGNUSON et al, 2007), e tem sido contemplado em muitos estudos, sendo que
diversos cientistas têm demonstrado preocupação com os seus efeitos negativos sobre a saúde
humana (HUMPHRIES et al, 2008).



                                             Profª, Drª. Sônia Corina Hess
                    Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS
    FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
2

Quimicamente, o aspartame é constituído por fenilalanina (50%), ácido aspártico (40%) e
metanol (10%), componentes que são liberados no organismo, quando o aspartame sofre a ação
de enzimas presentes no intestino. Destes componentes, a fenilalanina tem papel importante
como regulador de neurotransmissores, enquanto que o ácido aspártico também é apontado como
neurotransmissor que atua como estimulante do sistema nervoso central. O metanol, no
organismo é transformado em íon formato que, tanto pode ser excretado, quanto ser
transformado em formaldeído, ou em dicetopiperazina (um agente carcinogênico), ou em
diversas outras substâncias tóxicas (HUMPHRIES et al, 2008; MAGNUSON et al, 2007)




3.2 – DO ASPARTAME E O CÂNCER

Cientistas do centro de pesquisas sobre o câncer - Cesare Maltoni Cancer Research Center -,
localizado em Bologna, na Itália, divulgaram estudos em que descreveram que o consumo de
aspartame, na dieta, resultou em uma maior incidência de diversos tipos de tumores malignos
(linfomas, leucemias, tumores na uretra e nos nervos periféricos) em animais de laboratório
(ratos Sprague-Dawley). Os tumores surgiram mesmo quando os animais foram tratados com
doses diárias de aspartame de 20 miligramas por quilo corporal ao dia (BELPOGGI et al, 2006;
SOFFRITTI et al, 2006 e 2007) que é menor do que a quantidade que os órgãos de controle dos
Estados Unidos (FDA) e da União Européia estabeleceram como limite seguro para o consumo
diário do aspartame, respectivamente, de 50 e 40 miligramas por quilograma de peso corporal ao
dia (MAGNUSON et al, 2007).

Em 2007, um outro grupo de pesquisadores (GOMBOS et al, 2007) também descreveu que
animais de laboratório tratados com diferentes doses de aspartame, apresentaram proliferação de
células cancerosas nos rins, medula óssea e órgãos linforeticulares. Os efeitos foram observados
mesmo quando as doses de aspartame administradas aos animais estiveram abaixo da dose diária
máxima recomendada nos EUA (50 mg/kg corporal/dia).

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (International Agency for Research on
Cancer) classificou o formaldeído como agente carcinogênico para seres humanos. Em um
estudo realizado com ratos, in vivo, foi revelado que o metanol, liberado a partir do aspartame



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ingerido na dieta, na dose oral de 10 mg/kg corporal, no organismo forma o formaldeído. Seis
horas após a administração do aspartame, os ratos ainda retinham 5% do formaldeído gerado,
metade deste ligado ao fígado dos animais. Os autores concluíram que o consumo de aspartame
pode representar risco à saúde, devido à sua contribuição à reação do formaldeído com
componentes celulares (TROCHO et al, 1998).




3.3 – DO ASPARTAME E OS PROBLEMAS NEUROLÓGICOS E MENTAIS

Tem sido descrito na literatura, que o consumo de aspartame pode causar distúrbios neurológicos
e de comportamento, como dores de cabeça, insônia e tonturas. Tais efeitos podem estar
associados a mudanças nas concentrações de alguns neurotransmissores presentes em
determinadas regiões do cérebro, como a dopamina, a norepinefrina e a epinefrina. Confirmando
tais hipóteses, os autores de um estudo divulgado em 2008 concluíram que o consumo excessivo
de aspartame pode estar envolvido na patogênese de algumas desordens mentais, além de afetar
o aprendizado e o equilíbrio emocional (HUMPHRIES et al, 2008). A estas mesmas conclusões
chegaram os autores de um outro trabalho científico, divulgado em 2007 (SIMINTZI et al,
2007a).

Em um estudo desenvolvido com pacientes que foram tratados por 7 dias com aspartame, na
dose de 30 miligramas por quilograma corporal ao dia, os pesquisadores descreveram que as
pessoas com quadro de depressão foram intensamente afetadas, levando-os a concluir que
pacientes depressivos devem ser desencorajados a consumir este adoçante (WALTON et al,
1993).

Em 2007 foi divulgado um estudo que demonstrou que o aspartame, consumido nas doses de 34,
150 ou 200 mg/kg corporal.dia, resultou em redução da atividade de enzimas do cérebro de ratos
(semelhantes àquelas encontradas em seres humanos) em 26%, 50% e 59%, respectivamente
(SIMINTZI et al, 2007b).

A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem
como função a atividade estimulante do sistema nervoso central e está associada ao Mal de
Parkinson e à Esquizofrenia. Em um estudo realizado com ratos, in vivo, aspartame (500 mg/kg


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massa corporal, dose única) foi administrado por via intraperitoneal, o que resultou em
diminuição dos níveis de dopamina no cérebro dos animais (BERGSTROM et al, 2007).

Também foi descrito que a administração de aspartame na alimentação de ratos, por 30 dias, na
dose de 75 mg/kg corporal.dia, resultou em aumento na atividade de enzimas presentes no
cérebro, que são responsáveis pela metabolização de substâncias tóxicas (VENCES-MEJIA et al,
2006).




4. DAS CONCLUSÕES

Portanto, tais dados permitem a conclusão no sentido de que a exposição dos consumidores ao
adoçante aspartame, presente em produtos alimentícios, é potencialmente prejudicial à sua saúde,
tornando iminente o risco de adoecimento por problemas neurológicos e mentais, e por câncer.




5. REFERÊNCIAS

BELPOGGI, F.; SOFFRITTI, M.; PADOVANI, M.; ESPOSTI, D. D.; LAURIOLA, M;
MINARDI, F. Results of long-term carcinogenicity bioassay on Sprague-Dawley rats exposed
to aspartame administered in feed. Annals of the New York Academy of Sciences. 1076
(Living in a Chemical World), p. 559-577, 2006.

BERGSTROM, B. P.; CUMMINGS, D. R.; SKAGGS, T. A. Aspartame decreases evoked
extracellular dopamine levels in the rat                    brain: An in vivo voltammetry study.
Neuropharmacology. V. 53, p. 967-974, 2007.

GOMBOS, K.; VARJAS, T.; ORSOS, Z.; POLYAK, E.; PEREDI, J.; VARGA, Z.;
NOWRASTEH, G.; TETTINGER, A.; MUCSI, G.; EMBER, I. The effect of                                      aspartame
administration on oncogene and suppressor gene expressions. In Vivo.V. 21, p. 89-92, 2007.

GUZMAN, D. L. Safety of aspartame in                     human nutrition. Informe Medico (Caracas,
Venezuela). V. 9, p. 29-34, 2007.



                                             Profª, Drª. Sônia Corina Hess
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5

HUMPHRIES, P.; PRETORIUS, E.; NAUDE, H. Direct and indirect cellular effects of
aspartame on the brain. European Journal of Clinical Nutrition. V. 62, p. 451-462, 2008.

MAGNUSON, B. A.; BURDOCK, G. A.; DOULL, J.; KROES, R. M.; MARSH, G. M.;
PARIZA, M. W.; SPENCER, P. S.; WADDELL, W. J.; WALKER, R.; WILLIAMS, G. M.
Aspartame : A safety evaluation based on current use levels, regulations, and toxicological and
epidemiological studies. Critical Reviews in Toxicology. V. 37, p. 629-727, 2007.

SIMINTZI, I.; SCHULPIS, K. H.; ANGELOGIANNI, P.; LIAPI, C.; TSAKIRIS, S. The effect
of aspartame metabolites on the suckling rat frontal cortex acetylcholinesterase. An in vitro
study. Food and Chemical Toxicology. V. 45, p. 2397-2401, 2007a.

SIMINTZI, I.; SCHULPIS, K. H.; ANGELOGIANNI, P.; LIAPI, C.; TSAKIRIS, S. L-Cysteine
and glutathione restore the reduction of rat hippocampal Na+, K+-ATPase activity induced by
aspartame metabolites. Toxicology. V. 237, p. 177-183, 2007b.

SOFFRITTI, M.; BELPOGGI, F.; ESPOSTI, D. D.; LAMBERTINI, L.; TIBALDI, E.;
RIGANO, A. First experimental demonstration of the multipotential carcinogenic effects of
aspartame      administered in the feed to Sprague-Dawley rats. Environmental Health
Perspectives. V.114, p. 379-385, 2006.

SOFFRITTI, M.; BELPOGGI, F.; TIBALDI, E.; ESPOSTI, D. D.; LAURIOLA, M. Life-span
exposure to low doses of aspartame beginning during prenatal life increases cancer effects in
rats.Environmental Health Perspectives. V. 115, p. 1293-1297, 2007.

TROCHO, C.; PARDO, R.; RAFECAS, I.; VIRGILI, J.; REMESAR, X.; FERNANDEZ-
LOPEZ, J. A.; ALEMANY, M. Formaldehyde derived from dietary aspartame binds to tissue
components in vivo. Life Sciences. V. 63, p. 337-349, 1998.

VENCES-MEJIA, A.; LABRA-RUIZ, N.; HERNANDEZ-MARTINEZ, N.; DORADO-
GONZALEZ, V.; GOMEZ-GARDUNO, J.; PEREZ-LOPEZ, I.; NOSTI-PALACIOS, R.;
CARRANZA, R. CAMACHO; ESPINOSA-AGUIRRE, J. J. The effect of aspartame on rat
brain xenobiotic-metabolizing enzymes. Human & Experimental Toxicology. V. 25, 453-459,
2006.



                                             Profª, Drª. Sônia Corina Hess
                    Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS
    FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
6

WALTON, R. G.; HUDAK, R.; GREEN-WAITE, R. J. Adverse reactions to aspartame :
double-blind challenge in patients from a vulnerable population.Biological Psychiatry. V.34, p.
13-17, 1993.




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Aspartame Parecer Julho 09

  • 1. 1 PARECER TÉCNICO N. 02/2009 BRASÍLIA, JULHO/2009 1. DADOS DA PARECERISTA: A parecerista é graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (CREA/MS n. 8578/D), com Mestrado e Doutorado em Química pela mesma Universidade e Pós-Doutorados em Química pelo Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP e pela Universitá Cattolica del Sacro Cuore (Roma, Itália). Atualmente, é Coordenadora do Curso de Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS e Professora das Disciplinas de Química e de Poluição Atmosférica nesta mesma Instituição. Possui diversas obras e artigos científicos publicados no Brasil e no Exterior, nas áreas de Química e Meio Ambiente, exercendo consultoria técnica nas áreas de Saúde e Meio Ambiente para o Ministérios Públicos Federal e Estadual. 2. DO OBJETO: Análise técnica acerca dos impactos sobre a saúde humana, decorrentes do consumo do edulcorante aspartame. 3. DO PARECER 3.1 – DA INTRODUÇÃO Em 1966, a agência de controle de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (FDA), aprovou o uso do aspartame como agente edulcorante, tendo este um poder adoçante que é de 160 a 200 vezes maior que o da sacarose (açúcar comum), e teor energético de 4 quilocalorias por grama, sendo classificado como adoçante não-nutritivo (GUZMAN, 2007). Atualmente, o aspartame é utilizado em mais de 90 países, sendo encontrado em, pelo menos, 6.000 produtos alimentícios (MAGNUSON et al, 2007), e tem sido contemplado em muitos estudos, sendo que diversos cientistas têm demonstrado preocupação com os seus efeitos negativos sobre a saúde humana (HUMPHRIES et al, 2008). Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
  • 2. 2 Quimicamente, o aspartame é constituído por fenilalanina (50%), ácido aspártico (40%) e metanol (10%), componentes que são liberados no organismo, quando o aspartame sofre a ação de enzimas presentes no intestino. Destes componentes, a fenilalanina tem papel importante como regulador de neurotransmissores, enquanto que o ácido aspártico também é apontado como neurotransmissor que atua como estimulante do sistema nervoso central. O metanol, no organismo é transformado em íon formato que, tanto pode ser excretado, quanto ser transformado em formaldeído, ou em dicetopiperazina (um agente carcinogênico), ou em diversas outras substâncias tóxicas (HUMPHRIES et al, 2008; MAGNUSON et al, 2007) 3.2 – DO ASPARTAME E O CÂNCER Cientistas do centro de pesquisas sobre o câncer - Cesare Maltoni Cancer Research Center -, localizado em Bologna, na Itália, divulgaram estudos em que descreveram que o consumo de aspartame, na dieta, resultou em uma maior incidência de diversos tipos de tumores malignos (linfomas, leucemias, tumores na uretra e nos nervos periféricos) em animais de laboratório (ratos Sprague-Dawley). Os tumores surgiram mesmo quando os animais foram tratados com doses diárias de aspartame de 20 miligramas por quilo corporal ao dia (BELPOGGI et al, 2006; SOFFRITTI et al, 2006 e 2007) que é menor do que a quantidade que os órgãos de controle dos Estados Unidos (FDA) e da União Européia estabeleceram como limite seguro para o consumo diário do aspartame, respectivamente, de 50 e 40 miligramas por quilograma de peso corporal ao dia (MAGNUSON et al, 2007). Em 2007, um outro grupo de pesquisadores (GOMBOS et al, 2007) também descreveu que animais de laboratório tratados com diferentes doses de aspartame, apresentaram proliferação de células cancerosas nos rins, medula óssea e órgãos linforeticulares. Os efeitos foram observados mesmo quando as doses de aspartame administradas aos animais estiveram abaixo da dose diária máxima recomendada nos EUA (50 mg/kg corporal/dia). A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (International Agency for Research on Cancer) classificou o formaldeído como agente carcinogênico para seres humanos. Em um estudo realizado com ratos, in vivo, foi revelado que o metanol, liberado a partir do aspartame Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
  • 3. 3 ingerido na dieta, na dose oral de 10 mg/kg corporal, no organismo forma o formaldeído. Seis horas após a administração do aspartame, os ratos ainda retinham 5% do formaldeído gerado, metade deste ligado ao fígado dos animais. Os autores concluíram que o consumo de aspartame pode representar risco à saúde, devido à sua contribuição à reação do formaldeído com componentes celulares (TROCHO et al, 1998). 3.3 – DO ASPARTAME E OS PROBLEMAS NEUROLÓGICOS E MENTAIS Tem sido descrito na literatura, que o consumo de aspartame pode causar distúrbios neurológicos e de comportamento, como dores de cabeça, insônia e tonturas. Tais efeitos podem estar associados a mudanças nas concentrações de alguns neurotransmissores presentes em determinadas regiões do cérebro, como a dopamina, a norepinefrina e a epinefrina. Confirmando tais hipóteses, os autores de um estudo divulgado em 2008 concluíram que o consumo excessivo de aspartame pode estar envolvido na patogênese de algumas desordens mentais, além de afetar o aprendizado e o equilíbrio emocional (HUMPHRIES et al, 2008). A estas mesmas conclusões chegaram os autores de um outro trabalho científico, divulgado em 2007 (SIMINTZI et al, 2007a). Em um estudo desenvolvido com pacientes que foram tratados por 7 dias com aspartame, na dose de 30 miligramas por quilograma corporal ao dia, os pesquisadores descreveram que as pessoas com quadro de depressão foram intensamente afetadas, levando-os a concluir que pacientes depressivos devem ser desencorajados a consumir este adoçante (WALTON et al, 1993). Em 2007 foi divulgado um estudo que demonstrou que o aspartame, consumido nas doses de 34, 150 ou 200 mg/kg corporal.dia, resultou em redução da atividade de enzimas do cérebro de ratos (semelhantes àquelas encontradas em seres humanos) em 26%, 50% e 59%, respectivamente (SIMINTZI et al, 2007b). A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central e está associada ao Mal de Parkinson e à Esquizofrenia. Em um estudo realizado com ratos, in vivo, aspartame (500 mg/kg Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
  • 4. 4 massa corporal, dose única) foi administrado por via intraperitoneal, o que resultou em diminuição dos níveis de dopamina no cérebro dos animais (BERGSTROM et al, 2007). Também foi descrito que a administração de aspartame na alimentação de ratos, por 30 dias, na dose de 75 mg/kg corporal.dia, resultou em aumento na atividade de enzimas presentes no cérebro, que são responsáveis pela metabolização de substâncias tóxicas (VENCES-MEJIA et al, 2006). 4. DAS CONCLUSÕES Portanto, tais dados permitem a conclusão no sentido de que a exposição dos consumidores ao adoçante aspartame, presente em produtos alimentícios, é potencialmente prejudicial à sua saúde, tornando iminente o risco de adoecimento por problemas neurológicos e mentais, e por câncer. 5. REFERÊNCIAS BELPOGGI, F.; SOFFRITTI, M.; PADOVANI, M.; ESPOSTI, D. D.; LAURIOLA, M; MINARDI, F. Results of long-term carcinogenicity bioassay on Sprague-Dawley rats exposed to aspartame administered in feed. Annals of the New York Academy of Sciences. 1076 (Living in a Chemical World), p. 559-577, 2006. BERGSTROM, B. P.; CUMMINGS, D. R.; SKAGGS, T. A. Aspartame decreases evoked extracellular dopamine levels in the rat brain: An in vivo voltammetry study. Neuropharmacology. V. 53, p. 967-974, 2007. GOMBOS, K.; VARJAS, T.; ORSOS, Z.; POLYAK, E.; PEREDI, J.; VARGA, Z.; NOWRASTEH, G.; TETTINGER, A.; MUCSI, G.; EMBER, I. The effect of aspartame administration on oncogene and suppressor gene expressions. In Vivo.V. 21, p. 89-92, 2007. GUZMAN, D. L. Safety of aspartame in human nutrition. Informe Medico (Caracas, Venezuela). V. 9, p. 29-34, 2007. Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
  • 5. 5 HUMPHRIES, P.; PRETORIUS, E.; NAUDE, H. Direct and indirect cellular effects of aspartame on the brain. European Journal of Clinical Nutrition. V. 62, p. 451-462, 2008. MAGNUSON, B. A.; BURDOCK, G. A.; DOULL, J.; KROES, R. M.; MARSH, G. M.; PARIZA, M. W.; SPENCER, P. S.; WADDELL, W. J.; WALKER, R.; WILLIAMS, G. M. Aspartame : A safety evaluation based on current use levels, regulations, and toxicological and epidemiological studies. Critical Reviews in Toxicology. V. 37, p. 629-727, 2007. SIMINTZI, I.; SCHULPIS, K. H.; ANGELOGIANNI, P.; LIAPI, C.; TSAKIRIS, S. The effect of aspartame metabolites on the suckling rat frontal cortex acetylcholinesterase. An in vitro study. Food and Chemical Toxicology. V. 45, p. 2397-2401, 2007a. SIMINTZI, I.; SCHULPIS, K. H.; ANGELOGIANNI, P.; LIAPI, C.; TSAKIRIS, S. L-Cysteine and glutathione restore the reduction of rat hippocampal Na+, K+-ATPase activity induced by aspartame metabolites. Toxicology. V. 237, p. 177-183, 2007b. SOFFRITTI, M.; BELPOGGI, F.; ESPOSTI, D. D.; LAMBERTINI, L.; TIBALDI, E.; RIGANO, A. First experimental demonstration of the multipotential carcinogenic effects of aspartame administered in the feed to Sprague-Dawley rats. Environmental Health Perspectives. V.114, p. 379-385, 2006. SOFFRITTI, M.; BELPOGGI, F.; TIBALDI, E.; ESPOSTI, D. D.; LAURIOLA, M. Life-span exposure to low doses of aspartame beginning during prenatal life increases cancer effects in rats.Environmental Health Perspectives. V. 115, p. 1293-1297, 2007. TROCHO, C.; PARDO, R.; RAFECAS, I.; VIRGILI, J.; REMESAR, X.; FERNANDEZ- LOPEZ, J. A.; ALEMANY, M. Formaldehyde derived from dietary aspartame binds to tissue components in vivo. Life Sciences. V. 63, p. 337-349, 1998. VENCES-MEJIA, A.; LABRA-RUIZ, N.; HERNANDEZ-MARTINEZ, N.; DORADO- GONZALEZ, V.; GOMEZ-GARDUNO, J.; PEREZ-LOPEZ, I.; NOSTI-PALACIOS, R.; CARRANZA, R. CAMACHO; ESPINOSA-AGUIRRE, J. J. The effect of aspartame on rat brain xenobiotic-metabolizing enzymes. Human & Experimental Toxicology. V. 25, 453-459, 2006. Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com
  • 6. 6 WALTON, R. G.; HUDAK, R.; GREEN-WAITE, R. J. Adverse reactions to aspartame : double-blind challenge in patients from a vulnerable population.Biological Psychiatry. V.34, p. 13-17, 1993. Profª, Drª. Sônia Corina Hess Cidade Universitária - Caixa Postal, 549 - CEP. 79070-900 - Campo Grande-MS FONES: (067) 3345 7254, 8126 9106 - FAX. (067) 3345 7499 - EMAIL: schess@nin.ufms.br, soniahess@gmail.com