1. O documento explica o significado original da "Oração do Pai Nosso" ensinada por Jesus a seus discípulos.
2. Originalmente, a oração se referia ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra e era dirigida aos judeus que esperavam o Messias.
3. Hoje, embora possamos aprender lições sobre como orar, a oração em si não se aplica diretamente a nós, a menos que façamos parte de uma futura geração tribulada.
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
O modelo de oração
1. 1
O MODELO DE ORAÇÃO (Mateus 6:9-13)
Portanto, vós orareis assim:
1 - Pai nosso, que estás nos céus, - O RECONHECIMENTO DA
RELAÇÃO
2 - santificado seja o teu nome; - A ADORAÇÃO
3 - venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra
como no céu; - O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA
4 - o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; - A APRESENTAÇÃO
DAS NECESSIDADES
5 - e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos
perdoado aos nossos devedores; - A APRESENTAÇÃO DAS
RELAÇÕES SOCIAIS
6 - e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal
- A APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO COM O KOSMOS (MUNDO)
7 - (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém) –
NOVA ADORAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SOBERANIA
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Resumo:
1 - RELAÇÃO
2 - ADORAÇÃO
3 - SUBMISSÃO
4 - PÃO
5 - PAZ
6 – LIVRAMENTO
7 – ADORAÇÃO E SUBMISSÃO
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Observações:
1, 2 e 3 caracterizam a relação vertical
2. 2
4, 5 e 6 caracterizam a relação horizontal
7 enfatiza o aspecto primordial da oração: adoração e humildade
O pão é garantido pela relação (1 x 4)
A paz é garantida pela adoração (2 x 5)
O livramento é garantido pela submissão (3 x 6)
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Esta é uma passagem bíblica muito mal compreendida das
Escrituras, pois a maioria dos cristão creem que aqui O Senhor está
ensinando uma oração que deve ser usada e repetida como um
mantra por aquele que se dirige a Deus, o que seria muito limitante
em termos de conteúdo.
Que esta oração não é para ser usada de usada de forma
repetida é obvio pelo próprio contexto em que ela se encontra
(Mateus 5:1 a 8:1), onde é dito: “E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem
serão ouvidos.” (Mateus 6:7)
Na realidade, pelo tema (apresentar a Jesus Cristo como o
esperado Messias e Rei de Israel aos seus contemporâneos
judeus) e pela progressividade da apresentação que o apóstolo
Mateus faz em seu evangelho aprendemos que Aquele que nascera
para reinar sobre e a partir de Israel (“E eis que em teu ventre
conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor
Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” - Lucas 1:31-33) iniciou
seu ministério pregando “Arrependei-vos, porque é chegado o reino
dos céus.” (Mateus 4:17), pois esta era sua proposta: dar
cumprimento as inúmeras profecias dadas pelo profetas relativas ao
estabelecimento do governo de Deus na terra a partir de Jerusalém.
(Romanos 15:8 / João 18:37)
Esta era a mesma pregação de seu precursor, João Batista
(Mateus 3:1-6), que preparava os potenciais súditos do reino a ser
estabelecido para as adequações há muito exigidas (Salmos 24).
Foi com este mesmo intuito que o Senhor apresentou, neste seu
discurso de Mateus 5 a 7, estas mesmas exigências como sine qua
non para se participar deste reino de justiça.
3. 3
Ainda que muita aplicações podem ser extraídas hoje deste
discurso também conhecido como sermão do monte, ele tinha como
público alvo os judeus candidatos ao reino messiânico, ou seja o
remanescente judaico temente e fiel, que se diferenciava daquela
geração incrédula com seus líderes soberbos e auto suficientes.
Este reino porém foi rejeitado e adiado em sua instalação para
uma data no futuro (Lucas 13:35 / 19:11,12 / João 18:36 // Daniel
7:13,14,18,27 / Romanos 11:26,27 / Mateus 24:29-31 / 25:31 /
Apocalipse 20:4) e juntamente com ele o conteúdo e a proposta
deste discurso.
A escatologia bíblica ensina que haverá no futuro um período
de angústia e tribulação que assolará todo o planeta (Mateus
24:21,22) e neste período os santos, que compreendem os gentios
escolhidos tementes a Deus e o remanescente judaico temente e
fiel, serão odiados e perseguidos (Daniel 7:21,25 / Mateus 24:9 /
Apocalipse 7:14 / 11:7 / 13:7 / 14:13).
É a este remanescente futuro que esta oração apetece, pois
sob intensa perseguição e ódio clamarão com desejo e urgência
“venha o teu reino”, e pedirão “o pão nosso de cada dia dá-nos
hoje”, no que serão atendidos por meio de gentios que os servirão
(Mateus 25:35-40) e rogarão diante da face do mal que os assola “e
não nos deixes cair em tentação;* mas livra-nos do mal” (Mateus
24:9-13,22 / Apocalipse 13:16,17 / 14:9-12), enquanto o anúncio da
proximidade da vinda de Jesus Cristo e de seu reino messiânico
são anunciados (Mateus 24:14) tal qual fora quando esta oração foi
ensinada.
[ * - a palavra no grego aqui (Πειρασμον) é “julgamentos
doloridos ou cruéis” ou seja, torturas que não se possa suportar,
(vem da raiz πειρω , para perfurar, como com uma lança). Isto é
bastante relevante porque torna a oração bastante apropriada para
alguém que certamente sofreria este tipo de perseguição por se
identificar com o Messias (como foi o caso da igreja nascente,
perseguida pelos fariseus e por Saulo – Atos 26:11) e que também
será o caso daqueles que se identificarão com o Messias no
período de perseguição tribulacional futuro: "Então vos hão de
entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis
odiados de todas as nações por causa do meu nome." Mateus 24:9]
Então, se você não faz parte da futura geração dos
remanescentes judaicos tribulacionais esta oração não te é
adequada! Não a reze!!!
Mas o que podemos aprender dela já que toda Escritura
inspirada é proveitosa (2 Timóteo 3:16) e que tudo o que foi escrito
para o nosso ensino foi escrito (Romanos 15:4)?
4. 4
O que podemos aproveitar desta oração é o seu MODELO.
Nela aprendemos com o Senhor Jesus a forma como
devemos apresentar nossas orações a Deus.
1 - O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO
A primeira coisa que deve ser considerada em nossas
orações é a nossa relação com Deus: nós podemos nos dirigir a Ele
como um filho se dirige a um pai. Esta é uma relação que repousa
em total segurança e tranquilidade, uma relação que descansa na
certeza do carinho e do cuidado da bondade paterna:
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-
vos-á.
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e,
ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual dentre vós é o homem que,
pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe
peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis
dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está
nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Mateus 7:7-11
É assim que devemos iniciar nossas orações, com a
intimidade e o aconchego que um vínculo familiar concede.
2 – A ADORAÇÃO
Mas ainda que Deus seja o nosso Pai, não devemos
prescindir da glória e da adoração que lhe é devida:
“Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor
na beleza da santidade.” Salmos 29:2
Neste ponto nossa oração se transforma em louvor e ele é
conveniente aos retos de coração (Salmos 33:1 / Colossenses 4:2),
isto quebra em nós a atitude de autocomiseração e nos coloca na
esfera da gratidão e da alegria de ser o que somos, de ter o que
temos e de estar onde estamos.
Aos inserirmos em nossa oração elogios (etimologicamente
adorar é a mesma coisa que reconhecer e elogiar) a pessoa de
Deus, ao seu caráter e a sua ação em nossas vidas tiramos os
olhos de nós mesmos, de nossas fraquezas e problemas e
contemplamos apenas a Ele ("Olhando para Jesus, autor e
consumador da fé" Hebreus 12:2) e nisto podemos contar com a
condução do Espírito que ora conosco e através de nós (Romanos
8:26 / João 16:13,14 / Efésios 6:18).
5. 5
3 – O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA
Depois de nos aproximamos com confiança e tranquilidade
(Hebreus 10:19 / 2:11 / Efésios 2:19 / Romanos 8:16 / 1 João 3:2) e
o adorarmos, antes que apresentemos qualquer petição, é
imprescindível que reconheçamos que Ele "faz todas as coisas,
segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1:11), para que não
nos frustremos caso a resposta a qualquer petição seja um sim, um
não ou um aguarde, Ele é soberano e sabe o que faz.
Como posso servir e pedir algo a alguém que não confio? E
como posso dizer que confio se não creio que Ele saiba o que está
fazendo?
A demonstração de confiança no governo, no controle e na
soberania do Pai se expressa pela sincera oração: “seja feita a sua
vontade”, foi desta forma que o Senhor Jesus orou. (Mateus
26:39,42).
4 – A APRESENTAÇÃO DAS NECESSIDADES
Agora chegamos ao momento em que efetivamente nos
dirigimos ao Senhor para apresentar aquilo do que estamos
precisando ou querendo pessoalmente, a petição.
Pedir é estimulado pelas Escrituras: “nada tendes, porque não
pedis.” (Tiago 4:2), “Pedi, e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7,11), “pedi, e
recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” (João 16:24), “E, se
sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que
alcançamos as petições que lhe fizemos.” (1 João 5:15), “E, tudo o
que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.” Mateus 21:22
Mas temos que ter sabedoria ao pedirmos, pois nossas
petições não devem ser orientadas por egoísmo ou cobiça:
“Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis
alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em
vossos deleites.” (Tiago 4:2,3) ou, pior ainda, pela insistência de
algo que discernimos que não seja a vontade de Deus para nós no
momento: “Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a
alma.” Salmos 106:15 aliás, a própria sabedoria é algo que tem
garantia de concessão se pedida: “Se, porém, algum de vós
necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente
e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tiago 1:5)
É interessante a cláusula “de cada dia”, ela revela a
necessidade de um contato frequente, diário. Isto estreita o nosso
vínculo, a nossa comunhão e a nossa dependência dEle.
6. 6
Raramente Deus permite que tenhamos tesouros acumulados
(Mateus 6:19-21 / Provérbios 30:8) pois estes potencializam a auto
suficiência e o nosso afastamento dEle, na realidade “Tendo,
porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes.” (1 Timóteo 6:8)
Ele se agrada que nos contentemos com o básico (Romanos
12:16), pois este contentamento revela que cremos que “O meu
Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas
necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4:19), por
isso “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o
que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te
desampararei.” (Hebreus 13:5) pois “Fui moço, e agora sou velho;
mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar
o pão.” (Salmos 37:25).
As vezes passamos necessidades aqui para nos lembrarmos
que não estamos em casa.
“Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa
vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais
do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai
para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam
em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito
mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus
cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao
vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo,
como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua
glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a
erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não
vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis,
pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou
com que nos vestiremos?
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto
vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia
de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal.” (Mateus 6:25-34)
Afinal, Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais
abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo
o poder que em nós opera” (Efésios 3:20).
7. 7
5 - A APRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
Nossas orações não devem ser ocupadas apenas com as
nossas necessidades, as necessidades dos outros também devem
nos importar, esta é a parte da oração que se ocupa com a
intersessão e a súplica.
“Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações,
intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e
por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é
bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que
todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento
da verdade.” (1 Timóteo 2:1-3)
Nesta passagem temos o objeto destas orações: todos os
homens. Neste alvo de oração com certeza estão incluídos nossos
próximos e suas necessidades específicas o que não é excepcional
espiritualmente falando (Mateus 5:46), mas prioritariamente (“antes
de tudo”) também devemos incluir as autoridades no sentido que
eles governem de maneira a conceder um contexto social
condescendente ao evangelho e a vida cristã.
Foi neste mesmo sentido que Deus instruiu os exilados judeus
na Babilônia. O ambiente cósmico é hostil ao santo, pois ele é
gerenciado por Satanás que nos odeia, daí a extrema necessidade
que roguemos por um contexto social de paz: "E procurai a paz da
cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao
Senhor; porque na sua paz vós tereis paz."(Jeremias 29:7)
“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos
os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai
lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu
recompensarei, diz o Senhor.” (Romanos 12:18,19) e “Eu, porém,
vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem,
fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e
vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos
céus.” (Mateus 5:44) isto sim é espiritualmente excepcional e
louvado pelas Escrituras, esta é a atitude que o Senhor espera que
permitamos que o Espírito frutifique em nossas vidas “Sede vós
pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.”
(Mateus 5:48), pois foi esta a oração do Senhor por aqueles que o
assassinaram: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem
o que fazem.” (Lucas 23:34) e foi assim também que orou Estevão
cheio do Espírito: “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz:
Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto,
adormeceu.” (Atos 7:60)
8. 8
E em função de que está essa oração tão prioritária pela paz?
Qual a necessidade dos outros que é tão importante e até acima
das minhas próprias necessidades? Qual é o grande desejo de
Deus que faz com que orar assim seja bom e agradável?
A compaixão pela alma do próximo, a compaixão pelas almas
perdidas, o amor pelo evangelho e sua divulgação:
“E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque
andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm
pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente
grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara,
que mande ceifeiros para a sua seara.” (Mateus 9:36-38), isto é
buscar o reino de Deus em primeiro lugar. O resto é resto!
E o mais importante: não evangelizo porque amo os perdidos,
evangelizo porque amo a Cristo que nos mandou evangelizar, “Vós
sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João
15:14), “não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado
maior do que aquele que o enviou.” (João 13:16) e "o Filho do
homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." (Lucas 19:10)
6 - A APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO COM O KOSMOS
Como foi dito anteriormente, o mundo nos odeia. O mundo
odeia Israel porque o mundo odeia a Deus e o mundo odeia o
cristão porque o mundo odeia a Jesus Cristo:
"Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são
do mundo, assim como eu não sou do mundo." (João 17:14)
"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me
odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era
seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do
mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra
que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim
me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a
minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão
por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me
enviou." (João 15:18-21)
Não é o verdadeiro evangelho a pregação que fala de
prosperidade material, perfeita saúde e entente com o mundo. O
verdadeiro evangelho diz:
"no mundo tereis aflições" (João 16:33)
“sofre as aflições como bom soldado de Jesus Cristo” 2
Timóteo 2:3
“todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus
padecerão perseguições” 2 Timóteo 3:12
9. 9
Em sua didática divina, sábia e soberana o Senhor sabe que
“Foi-me bom ter passado por aflições, para que aprendesse os teus
decretos.” (Salmos 119:71), pois Ele “corrige o que ama, e açoita a
qualquer que recebe por filho.” (Hebreus 12:6) e ainda “Portanto
também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem-
lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.” (1 Pedro
4:19). Sofrer segundo a vontade de Deus, que ensino forte e
extremamente rejeitado como politicamente incorreto pela geração
atual e sua ênfase religiosa do Deus curandeiro, dono do ouro e da
prata que a igreja tem comercializado...pode-se até argumentar que
é um caso de disciplina pelo pecado, mas nem sempre pois muitas
vezes "Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se
manifestem nele as obras de Deus." (João 9:3)
Então se Satanás, seus agentes e seu sistema nos oprimem e
perseguem, e isso pode ser feito de forma explícita e agressiva ou
sutil e insinuante, é porque Deus permite e tem um objetivo
proveitoso para nosso crescimento no conhecimento dEle e a
demonstração de sua graça.
São inúmeros os casos de permissão divina ao sofrimento dos
santos: Jó, Israel sob os juízes e no cativeiro babilônico, a igreja
perseguida pelas autoridades judaicas e romanas, Paulo e seu
espinho na carne...e o próprio Filho de Deus: “Porque convinha que
aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo
existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o
príncipe da salvação deles.” (Hebreus 2:10) e “Ainda que era Filho,
aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” (Hebreus 5:8)
Mas conforme esta oração ensina, temos o direito de rogar ao
Pai que nos livre do mal como tantas vezes outros já fizeram:
“Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no
meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu
inimigo?” (Salmos 13:2)
"Olha para a minha aflição e para a minha dor" (Salmos 25:18)
“Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do
fel.” (Lamentações 3:19)
No que Deus pode tanto nos atender:
“E de fato esteve doente, e quase à morte; mas Deus se
apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que
eu não tivesse tristeza sobre tristeza.” (Filipenses 2:27)
Ou não:
“Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se
desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:8,9)
10. 10
7 - NOVA ADORAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SOBERANIA
É exatamente por isso que a oração deve terminar da
forma que começou: com adoração e reconhecimento da
soberania de Deus: “pois teu é o reino, o poder e a glória para
sempre”.
- Dele é o reino: Ele governa como quiser.
- Dele é o poder: Ele socorre ou exalta quem Ele quiser.
- Dele é a glória: pois esta será o fim de tudo aquilo que Ele faz ou
escolhe.
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