A greve na França ocorre devido à proposta de reforma da previdência que aumenta a idade de aposentadoria. O governo francês não atendeu às reivindicações dos grevistas e afirmou que a mudança é necessária devido ao envelhecimento da população. A greve é vista como um movimento de oposição ao governo segundo teorias de Durkheim e Marx.
1. Atualmente, a França vem sofrendo greves resultantes da proposta de reforma previdenciária,
a qual aumentou a idade de recebimento de aposentadorias de 60 e 65 anos (mulheres e
homens, respectivamente) para 62 e 67 anos. Porém ainda está em fase de aprovação.
Em relação ao tipo de movimento social em que essa greve se enquadra, pode-se considerar
aquele que se opõe a ações do poder público (aumento da idade) que sejam consideradas
lesivas aos interesses de um setor da população (trabalhadores e estudantes), já que, trata-se
de um movimento para reverter à ação do governo sobre os futuros aposentados.
Porém o governo francês ainda não deu a devida importância a essas greves, não atendendo
as suas reinvindicações, afirmando que essa mudança é necessária, pois há um grande
aumento no número de idosos aposentados comparado ao número de jovens trabalhadores,
desequilibrando a economia francesa.
Por essa atitude, o governo francês se assemelha ao soberano determinado por Hobbes,
denominado Leviatã, o qual possui o objetivo de manter a paz e a harmonia da sociedade, de
acordo com sua visão, mesmo que, para isso, use as forças militares para promover a
repressão, impondo respeito.
Essa greve francesa é considerada uma anomia, do ponto de vista do sociólogo francês Émile
Durkheim, o qual divide a sociedade em solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. A
primeira explica as sociedades primitivas, onde o homem faz um trabalho e a mulher outro,
em uma espécie de engrenagem, se algo der errado, ambos são prejudicados; já a
solidariedade orgânica explica as sociedades complexas, que, segundo Durkheim, é como o
corpo humano, onde cada órgão (setor) cumpre sua função, se um setor parar de funcionar, a
sociedade adoece, ou seja, provoca a greve, e, para contê-la, é preciso um remédio, que é
representado pelo aumento de salário, porém se isso não impedir o progresso da mesma, há
intervenção das forças militares do governo, podendo causar mortes.
Diferentemente de Durkheim, o socialista e filósofo alemão Karl Marx, considera a greve uma
ferramenta, a qual pode ser utilizada para mudar a realidade da sociedade, evoluindo para
uma revolução, causando a destruição da base piramidal, impondo a existência de apenas uma
classe social, a dos operários. Porém, para isso, é necessário lutar contra as forças armadas do
governo, que promoverão uma ação que Marx denomina repressão.