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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

GIRASSOL COMO ADUBO VERDE: CONTRIBUIÇÕES PARA O SOLO E
COMPORTAMENTO À APLICAÇÃO DE ADUBOS FOSFATADOS E CALAGEM

DOCENTE: DR. EDNA M. BONFIM - SILVA
DISCENTES: AZEMAR OLIVEIRA DOS SANTOS
ISMAEL CAVALCANTE MACIEL JUNIOR
JOSIANE DE SOUZA CALISTO
JULIANA TEREZINHA SASSO PALUDO
MARCELA DA SILVA E SILVA

Rondonópolis-MT
Agosto, 2013
1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 12
CONCLUSÃO............................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 17

2
INTRODUÇÃO

A adubação verde é uma técnica milenar utilizada por inúmeros povos, há mais
de 3000 anos a.c. gregos e romanos tinham a noção exata de que a fitomassa verde
deveria servir na formação de novas plantas ( CARVALHO et al.,2006).
A adubação verde, além da matéria orgânica, contém nutrientes que funciona
como fonte de energia para microrganismos úteis, melhora a estrutura e o arejamento, a
capacidade de armazenar água, além do efeito regulador na temperatura do solo, retarda
a fixação de fósforo aumentando a capacidade de troca catiônica (CTC), ajuda a reter
potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes em forma disponível para as raízes,
protegendo-as da lixiviação pela água das chuvas ou de irrigação. Alguns produtos de
decomposição tem efeito hormonal ou estimulante para o desenvolvimento das raízes,
podendo favorecer o fenômeno conhecido como alelopatia, que é qualquer efeito direto
ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma planta ou de um microrganismo sobre outra
planta, mediante produção de compostos químicos resultantes do metabolismo
secundário que são liberados no meio ambiente (RONCATTO et al., 2009).
A cultura do Girassol (Helianthus annuus L.) pertence à família dos óleos
nobres e se destaca por estarem entre as cinco maiores culturas oleaginosas produtoras
de óleo vegetal comestível do mundo, sua origem se deu no centro da América Latina e
Norte. No Brasil foi empregado inicialmente no século XIX na região sul. A cultura do
girassol tem se mostrado uma importante alternativa econômica na sucessão a outras
culturas de grãos, devido às suas características agronômicas (OLIVEIRA et al., 2004).
O girassol é uma planta resistente à seca, que se adapta as condições variáveis
de temperatura. As temperaturas consideradas ótimas para o seu desenvolvimento estão
entre 18 e 24º C. A produção de girassol é duas vezes menos sensível a seca que a
produção de grão de sorgo e três vezes menos sensível que a produção de grãos de
milho. As plantas novas resistem à geadas e essa resistência vai declinando até a fase de
diferenciação do receptáculo (plantas de quatro e até sete a oito folhas), ou seja, até a
idade de 26 a 78 dias, correspondendo a cultivares precoces e tardias, respectivamente
(CONTRIBRASIL, 1981).
Devido a essas características agronômicas e à crescente demanda do setor
industrial e comercial, a cultura do girassol vem constituindo uma importante

3
alternativa econômica no sistema de rotação, consorciação e sucessão de culturas nas
regiões produtoras deste grão.
A radiação solar e a temperatura somente podem prejudicar a cultura do
girassol quando apresentarem valores muito altos, além de suportar grande intensidade
luminosa, devido a sua alta saturação, e com umidade suficientemente disponível, ainda
tolera temperaturas acima de 40ºC. Características essas que faz com que a cultura se
adapte bem ao clima do Mato Grosso (MOTA, 1983).
Com relação ao consumo de água, o girassol não apresenta regulação
adequada, extraindo quantidades consideráveis do solo, o que favorece a expansão dessa
cultura, por ser mais tolerante ao estresse hídrico quando comparado com outras
culturas como a soja e milho (CASTRO et al., 1997).
O Girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual, pertencente a
ordem Asterales e família Asteraceae. O gênero deriva do grego hélios, que significa
sol, e de anthus, que significa flor, uma referencia à característica da planta de girar sua
inflorescência, seguindo o movimento do sol.
A planta de girassol apresenta porte alto, raízes profundas e uma grande
diversificação de características fenotípicas. Apresenta caule robusto e ereto, com ou
sem pêlos, geralmente sem ramificações e diâmetros variando entre 15 e 90 mm.
Quanto à altura, apresentam variações de 0,5 a 4 m, usualmente oscilando entre 1,0 e
2,5 m. Suas folhas são alternadas e pecioladas, com o comprimento de 8 a 50 cm e com
números de folhas por caule variando entre 20 e 40, além disso, as folhas de girassol
podem ter diversos formatos e tamanhos. A planta também produz de 2 a 7 toneladas
de massa seca por hectare, dependendo da cultivar utilizada, época de plantio e da
fertilidade do solo, possuindo relação C/N favorável á sua rápida decomposição e pronta
disponibilização de seus nutrientes para a cultura subsequente (GAZZOLA et al., 2012).
O sistema radicular da cultura é do tipo pivotante e apresenta a capacidade de
explorar grande volume de solo, podendo chegar até um metro de profundidade, o que
contribui para que esta planta seja mais resistente à seca, além de promover a ciclagem
dos nutrientes que se encontram nas camadas mais inferiores do solo, normalmente não
exploradas por outras espécies cultivadas. No entanto, todas essas qualidades da planta
de girassol requerem a inexistência de impedimentos físicos ou químicos no solo
(ROSSI, 1998).
A recomendação é que o girassol para adubação verde seja plantado de 60 a 80
dias antes do período de cultivo da cultura comercial, para ser deitado ou incorporado
4
no solo antes do plantio, e após a abertura dos capítulos (flores), sem que ocorra a
maturação dos grãos. Por ter efeito alelopático sobre outras plantas, inibindo a
germinação de plantas invasoras e reduzindo o uso de herbicidas.
O preparo do solo é uma operação planejada de acordo com as características
de cada solo. O objetivo é fornecer as condições ideais para a germinação rápida e
uniforme das sementes, permitindo às plântulas o melhor aproveitamento de água e
nutrientes, reduzindo a competição com as plantas espontâneas, além de promover
maior tolerância aos períodos de seca (TORRES, 2005).
O sistema de preparo da área depende das necessidades de correção de
quaisquer impedimentos ao desenvolvimento das raízes ou manutenção adequada do
solo, podendo ser empregado tanto o sistema convencional quanto o direto (GAZZOLA
et al., 2012).
A correção, além da eliminação dos teores de elementos tóxicos,
principalmente do alumínio e do manganês, promove a elevação do pH do solo,
aumentando a disponibilidade de fósforo, cálcio, magnésio e molibdênio para as
plantas.
Os solos do Cerrado caracterizam-se pela elevada acidez e teores de fósforo (P)
disponível muito baixos, inferiores a 1 mg dm-1, o que é um fator limitante para
produção agrícola em solos dessa região. Dessa forma a adubação fosfatada combinada
à calagem é uma prática imprescindível nesse ambiente (CARVALHO et al., 2006;
SOUSA et al., 2004).
O girassol é uma planta que se adapta bem a vários tipos de solo.
Preferencialmente, deve-se optar por solos textura média, corrigidos, profundos, férteis,
planos e bem drenados, para que as raízes desenvolvam-se normalmente. Razoável
fertilidade e pH de moderadamente ácido a neutro; superior a 5,2 (determinação em
CaCl2). Solos leves ou pesados podem também ser usados se não houver impedimento
para o desenvolvimento do sistema radicular. Solos com acidez elevada ou acentuada
pobreza química não devem ser usados para o cultivo do o girassol sem a correção
dessas deficiências. Seu ciclo vegetativo varia entre 90 a 130 dias e seu florescimento
ocorre, em média, 60 dias após a semeadura.
A época de semeadura é de fundamental importância para o sucesso da cultura
do girassol. É bastante variável e depende, principalmente, das características
climáticas, como a disponibilidade hídrica e a temperatura de cada região. Sendo assim,
a época ideal de semeadura é aquela que permite satisfazer as exigências das plantas nas
5
diferentes fases de desenvolvimento, reduzir os riscos do aparecimento de doenças,
especialmente após o florescimento, e assegurar uma boa colheita (LEITE et al., 2005).
A preparação adequada do solo é condição básica para uma semeadura de boa
qualidade. A operação de semeadura deve ser iniciada tão logo o solo esteja
acomodado, bem estruturado, isento de torrões e de plantas daninhas com um teor de
umidade adequada. A semeadura do girassol pode ser realizada manual ou
mecanicamente. No entanto, face à sua configuração espacial, que determina um
número considerável de plantas por hectare, recomenda-se o plantio com uso de
plantadeira-adubadeira animal ou tratorizada e, na ausência desses implementos, utilizar
o plantio com matraca (GAZZOLA et al., 2012).
O espaçamento pode variar de 70 a 90 cm entre linhas e de 30 a 25 cm entre
plantas na linha, respectivamente. Esse arranjo de plantio proporcionará uma densidade
variando de 40.000 a 45.000 plantas ha-1. As sementes são colocadas à profundidade de
3 a 5 cm no sulco, de preferência acima e ao lado do adubo. Em geral são suficientes de
4 a 5 kg de sementes para plantar um ha de girassol (GAZZOLA et al., 2012).
A quantidade de calcário a ser aplicada depende da análise de solo e do valor
PRNT do mesmo. Há uma série de fórmulas que indicam a necessidade de calagem,
dependendo do estado em que a propriedade agrícola se encontra.
Segundo Gazzola (2012), em solos de cerrado recomenda-se não aplicar mais
do que 2 t ha-1 de calcário a fim de se evitar desbalanceamento entre cátions básicos e
micronutrientes, tais como Zn, Mn, Cu e B. Outra consideração que também deve ser
feita é que se deve aplicar o calcário cerca de 3 meses antes do plantio a fim de se
garantir que haja tempo para sua reação no solo. Dosagens superiores a 3 t ha-1 devem
ser parceladas, metade antes da aração e a outra metade antes da gradação.
O órgão da planta de maior importância econômica é o fruto, impropriamente
chamado semente. O fruto do girassol é um aquênio de forma ablonga, geralmente
achatado, composto de pericarpo (casca), mesocarpo e endocarpo (amêndoa) de
tamanho, cor e teor de óleo variável conforme as características de cada cultivar. A
casca contém baixa porcentagem de óleo (0,4 a 1,7%) e proteína bruta, enquanto que as
amêndoas são ricas em óleo, contendo de 38 a 50% de proteína e baixo teor de fibra
(GAZZOLA et al., 2012).
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2004),
o fruto do girassol apresenta em media 47,3% de óleo, sendo rico em ácido linoleico.
Esse é o acido graxo mais conhecido, o qual o mesmo não é produzido pelo nosso
6
organismo, mas é essencial a vida. A composição química dos frutos de qualquer
genótipo de girassol varia com o local de produção, clima, fertilizantes e até mesmo
com a posição do aquênio no capítulo.
A produção de girassol tem crescido a uma taxa média anual de 5,15%,
enquanto o consumo por ano tem elevado cerca de 16,22%. Isto mostra que o Brasil
ainda tem muito potencial para tornar-se autossuficiente na produção de girassol.
Porém, apesar do enorme potencial, não se destaca como um dos dez maiores
produtores mundiais de girassol, ocupando, discretamente, apenas a 27ª posição
(GAZZOLA et al., 2012).
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2012) a
área cultivada no Brasil para a safra 2012/2013 deve ficar em torno de 74,5 mil
hectares, a produtividade média da produção nacional de girassol prevista deve ser de
1.255 Kg ha-1 e a produção nacional esperada deve alcançar 87,6 mil toneladas, 24,7%
inferior ao colhido na safra anterior.
O cultivo de girassol é bem disseminado no Brasil, porém a região brasileira
que produz em maior escala está localizada no Centro-Sul. Onde os estados que mais
produzem são: Mato Grosso com 47,1 mil hectares; Goiás com 13,9; Mato Grosso do
Sul com 5,0; Minas Gerais com 4,3 e Rio Grande do Sul com 3,3 mil hectares. Um fator
que prejudica o plantio do girassol é a concorrência direta com soja e milho, que além
de terem melhor preço e maior liquidez, são semeados na mesma época (CONAB,
2012).

7
METODOLOGIA

O módulo didático foi desenvolvido em área experimental, na Universidade
Federal de Mato Grosso-UFMT, Campus Universitário de Rondonópolis-MT,
localizado nas coordenadas 16o 27’ 46’’ S e 54o 34’ 51’’ W, a altitude de 290 m, no
período de junho de 2013 a agosto de 2013. Foram utilizadas duas parcelas nas
dimensões de 9 m2 cada, em Latossolo Vermelho do Cerrado.
O experimento foi conduzido em dois canteiros com áreas de 9 m2, separados
por 0,5 m e possuem um corredor de 1 m que os dividem dos demais módulos, de
acordo com a Figura 1.

Figura 1. Vista geral dos canteiros. Canteiro A com adubação e calagem, canteiro B
sem adubação e sem calagem.

O calcário foi aplicado a lanço sobre a gleba A, cuidando para que não
houvesse deriva do mesmo, em seguida foi incorporado ao solo com auxilio de uma
enxada. Sua aplicação foi realizada 21 dias antes do plantio do girassol, sendo que a
dosagem foi de 3,5 t ha-1, o que correspondeu a uma aplicação de 3,15 Kg em apenas
uma das parcelas.
Realizou-se uma analise de pH no dia da calagem e após 21 dias de sua
aplicação.
Foi feita uma aplicação de P2O5 (Super Simples) numa profundidade de 7 cm na
linha de plantio, com dosagem de 300 Kg ha-1, sendo assim, aplicou-se uma quantidade
de 0,270 Kg na gleba A (Figuras 2 e 3). Em sequencia, foi realizado o plantio das
sementes de Girassol (Helianthus annuus L.) a 5 cm de profundidade (Figuras 4 e 5).
8
Para fins de adubação verde, o espaçamento utilizado entre linhas foi de 40 cm e
10 cm entre sementes (10 sementes por metro linear), sendo assim, existiram 7 linhas
que continham 30 sementes em ambas glebas (Figuras 6 e 7). Não foi necessário fazer o
desbaste de plantas e a irrigação das glebas de feita de forma mecânica, por meio de
aspersores e também utilizou-se regadores, devido a época de plantio ser na estação da
seca.

Figura 2. Vista geral do solo com

Figura 3. Vista geral do solo sem

calagem e P2O5 (Gleba A) após plantio

calagem e sem P2O5 (Gleba B) após

das sementes de Girassol

plantio das sementes de Girassol

Figura 4. Preparo do solo para receber

Figura 5. Plantio das sementes de

o adubo Super Simples nas linhas de

Girassol a 5 cm de profondidade

plantio

9
Figura 6. Vista geral da gleba A 25

Figura 7. Vista geral da gleba B 25

dias após o plantio

dias após o plantio

Durante o desenvolvimento das plantas, houve monitoramento diário e coleta
de dados de altura e numero de folhas aos 30 e 45 e 56 dias após o plantio.
Realizou-se a coleta dos módulos didático aos 56 dias após semeadura
desprezando-se as bordaduras, chegando a uma área útil de 1 m2 representando a gleba.
Para coleta e análise de dados efetuou-se o corte das plantas rente ao solo.
Obteve-se a altura das plantas com auxílio de trena e posteriormente houve a
contagem do número de folhas de cada parcela e a obtenção do índice SPAD através de
aparelho portátil (Figura 8).
As amostras das partes aéreas coletadas foram acondicionadas em sacos de
papel e levadas a laboratório sendo devidamente pesadas, obtendo-se os valores de
massa fresca foliar (MFF) e posteriormente levada à secagem em estufa com circulação
de ar forçada a 65ºC para obtenção de massa constante, sendo essa, a massa seca foliar
(MSF). Repetiu-se o procedimento de pesagem da mesma para obtenção da biomassa.
Coletou-se amostras do solo por meio de trado de rosca (Figura 9) na camada
de 0 à 20 cm antes e após a calagem, sendo estas, acondicionadas em sacos plásticos
para posterior análise de pH em laboratório da instituição através de pHmêtro, sendo
este calibrado em solução tampão de índice 4 e 7. Para obtenção do pH utilizou-se
amostras de 10 g de solo, solubilizando-o em 20 mL de solução de água pipetada e
deixando-o reagir por um período de uma hora.

10
Figura 8. Avaliação do teor de clorofila

Figura 9. Utilização de trato de rosca

por meio de leitura SPAD

para

coleta

de

amostras

de

solo

As variáveis avaliadas após 56 dias do plantio, foram: altura das plantas,
número de folhas, massa seca da parte aérea (MSF) e massa fresca parte aérea (MFF),
pH e índice de clorofila total (SPAD) (Figuras 10 e 11).

Figura 10. Visão geral da gleba A 56

Figura 11. Visão geral da gleba B 56

dias após o plantio

dias após o plantio

11
RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o quadro 1, a calagem realizada na gleba A, elevou o pH de
4,93 para 5,25(determinação em H2O). Sabemos que o girassol tolera solos com pH
acima de 7,5; no entanto, é extremamente sensível a solos ácidos. Em áreas com pH
próximo a 4,0 as sementes sequer germinam; quando o fazem, as plantas resultantes têm
menos de 50cm de altura e muitas vezes nem produzem sementes . Acima de pH 5,0 as
plantas vão melhorando o desenvolvimento sendo que a pH 6,0 ou levemente acima
(ideal) pode ser atingida a máxima produção.
Houve uma redução no pH da gleba B, o que implica num aumento de acidez
nessa gleba no período de avaliação. A presença de alumínio (Al) em altas quantidades
constitui um fator de impedimento químico ao desenvolvimento radicular que
inviabiliza o uso dessa cultura como recicladora de nutrientes, uma vez que o volume de
solo explorado diminui consideravelmente.
Quadro 1. Valores de pH do solo
06/06/2013
27/06/2013
GLEBA 1 GLEBA 2 GLEBA 1 GLEBA 2
Repetições
Sem
Sem
Calagem
Calagem
calagem
calagem
1
4,91
5,09
5,21
4,9
2
4,95
4,97
5,24
4,76
3
4,93
4,96
5,29
4,74
Média
4,93
5,01
5,25
4,8

A leitura SPAD é uma medida indireta de nitrogênio (N), observa-se que a
menor média obtida de clorofila apresentada pelo girassol foi para gleba que não
apresentava calagem e adubação. Comparando-se o girassol com as demais culturas em
parcelas com calagem e adubação, verifica-se que o feijão guandu anão; crotalarea
juncea; milheto; tremoço e feijão de porco obtiveram maior índice de clorofila, o que
significa o maior teor de nitrogênio, já nas mesmas culturas, para parcelas sem
adubação e sem calagem, o milheto apresentou menor índice de clorofila e
consequentemente de nitrogênio (N).
Na cultura do Girassol o nitrogênio (N) é o elemento mais limitante à produção
sendo também o mais absorvido e exportado pelos grãos. Deve estar disponível, em
12
forma assimilável à planta entre as fases 3 a 5 (quatro pares de folhas até a floração,
entre 30 e 80 dias após a emergência). Durante esse período, cerca de 80% do
nitrogênio é absorvido, e a absorção de grande quantidade de nitrogênio em relação a
fósforo (alta relação N/P), promove formação de plantas excessivamente folhosas,
prejudicando a produção, razão pela qual, a relação N/P deve estar sempre próxima de 1
(CÂMARA, 2003).
Quadro 2. Valores de leitura SPAD para diferentes culturas submetidas a calagem e
adubação e sem calagem e sem adubação
LEITURA SPAD
Com Calagem e
Sem Calagem sem
Super Simples
Super Simples
CULTURA
Média
Média
R1
R2
R3
R1
R2
R3
36,8 33,3 31,8 33,97
30,9 28,4 26,1 28,47
Girassol
Feijão Guandu Anao
42,2 45,5 40,1 42,60
35,7 38,4 38,8 37,63
Crotalarea Juncea
39,8 60,8 43,7 48,10
43
44,7 47,4 45,03
Tremoço
55,2 55,9 55,9 55,67
41,5 25,6 39,8 35,63
Milheto
44,2 41,2 40,1 41,83
33,1 15,8 8,4
19,10
Feijão de Porco
53,8 50,6 46,2 50,20
42,4 47
49,6 46,33

Em relação à massa fresca o girassol obteve bons índices, porem o corte foi
realizado antes do recomentado que é 60 dias. Se assim fosse, a massa do caule, que é a
parte mais representativa, seria maior. Podem ter ocorrido fatores que prejudicaram o
desenvolvimento da planta como o estresse hídrico (Quadro 3).
Quadro 3. Valores de massa fresca para diferentes culturas
MASSA FRESCA (gramas)
Com
Sem
CULTURA
Calagem
Calagem
Girassol
340,70
72,03
Feijão Guandu
Anão
29,78
16,42
Crotalarea Juncea 269,13
28,64
Tremoço
124,30
121,00
Milheto
684,68
10,93
Feijão de Porco
433,29
269,36
O gráfico 1 mostra a altura de plantas após 30, 45 e 56 dias do plantio. Houve
um bom crescimento desenvolvimento da gleba que recebeu calagem e adubação,
devido à melhoria das propriedades químicas do solo. Já a gleba B, relacionando-se com
13
a primeira gleba, não apresentou um crescimento satisfatório, gerando uma grande
diferença, devido à elevada acidez e consequentemente a baixa disponibilização de
nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.
Grafico 1. Altura de plantas em função do tempo

Os resultados obtidos em relação ao número de folhas foram pequenos em
ambas as glebas. A parcela que recebeu adubação e calagem obteve somente uma folha
a mais que a outra em todas as avaliações, porém a área foliar apresentada pela mesma
foi muito maior (Gráfico 2).
O estresse por deficiência hídrica é o principal determinante do rendimento do
girassol, muito em parte ao seu efeito sobre a área foliar. A falta de água nos tecidos
desfavorece a expansão foliar e leva a uma menor área foliar. Esse é o principal
mecanismo de defesa das plantas contra a falta d’água, já que com menor área foliar
haverá menores perdas por evapotranspiração (GAZZOLA et al., 2012).
Na cultura do girassol, quando o estresse hídrico ocorre precocemente há um
desenvolvimento foliar apenas moderado, com redução do vigor da planta e do número
de folhas (GAZZOLA et al., 2012).

14
Grafico 2. Numero de folhas em função do tempo

15
CONCLUSÃO
A utilização do Girassol oferece diversas vantagens, principalmente aquelas
relacionadas à melhoria da fertilidade do solo e à diminuição da incidência de plantas
espontâneas.
Tem relação C/N favorável à sua rápida decomposição e pronta
disponibilização de seus nutrientes para a cultura seqüente. Inibe a emergência de
diversas plantas daninhas, principalmente as gramíneas, diminuindo ou, em alguns
casos, até mesmo dispensando a necessidade do uso de herbicidas.
Por possuir sistema radicular pivotante e bastante profundo, recicla muitos
nutrientes, melhorando as qualidades química, física e biológica do solo. Tem baixo
custo de instalação, pois o gasto de sementes por hectare é pequeno. Na maioria dos
casos não necessita de adubação química, quando a finalidade é a produção de massa
para fins de adubação verde.

16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂMARA, G. M. S. Girassol: Tecnologia da Produção. LPV 0506: Plantas
Oleaginosas. Piracicaba: ESALQ, Departamento de Produção Vegetal, 2003. p. 153180.
CARVALHO, A. M.; AMABILE, R. F. CERRADO: Adubação Verde. 1.ed.
Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2006. 396p.
CASTRO, C.; CASTIGLIONI, V. B. R.; BALLA, A.; LEITE, R. M. V. B. C.;
KARAM, D.; MELLO, H. C.; GUEDES, L. C. A.; FARIAS, J. R. B. A cultura do
girassol. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1997. 36-38p. (EMBRAPA-CNPSo. Circular
Técnica, 13).

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento de safra
brasileira: girassol. Brasília: Conab, 2012. 2-4p.

CONTRIBRASIL. Girassol: manual do produtor. Cravinhos, 1981. P. 10-12. Costa,
V.C.A. da; Silva, F.N. da; Ribeiro, M.C.C. Efeito de épocas de semeadura na
germinação em girassol (Helianthus annuus L.). Revista científica Rural. V.5, n.1,
p.154-158, 2000.

EMBRAPA. Adubação Verde. Seropédica, Rio de Janeiro, 2004.

GAZZOLA, A; JUNIOR, C.T.G.F; CUNHA, D.A; BORTOLINI; E; PAIAO; G.D;
PESTANA; J; D’ANDREA; M.S.C; OLIVEIRA; M.S. A cultura do Girassol. Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2012.
69p.

LEITE, R. M. V. B. C.; BRIGHENTI, A. M.; CASTRO, C. de. (Ed.). Girassol no
Brasil. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 641p.
LEITE; R.M.V.B.C.; Doenças do girassol. Londrina: EMBRAPA – CNPSo, 1997. 68p.
(EMBRAPACNPSo. Circular Tecnica, 19).
MOTA, F.S. Meteorologia agrícola. São Paulo: Nobel, 1983. 376p.
17
OLIVEIRA, M.F.; VIEIRA, O.V. Extração de óleo de girassol utilizando
miniprensa. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 27p.

RONCATTO, F.; VIECELLI, C. A. Adubação verde de girassol sobre o
desenvolvimento do milho. Revista Cultivando o Saber. Cascavel, v.2, n.3, p.1-6,
2009, disponível em: http:<www.fag.edu.br/graduacao/agronomia/csvolume23/01.pdf>
ROSSI, R. O. Girassol. Curitiba: Tecnoagro, 1998. 333p.
SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. CERRADO: Correção do solo e adubação. 2.ed.
Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416p.
TORRES, T. Manejo do solo. (Ed). Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa Soja, 2005.
P. 15-42.

18

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GIRASSOL COMO ADUBO VERDE EM SOLOS ÁCIDOS DE CERRADO

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL GIRASSOL COMO ADUBO VERDE: CONTRIBUIÇÕES PARA O SOLO E COMPORTAMENTO À APLICAÇÃO DE ADUBOS FOSFATADOS E CALAGEM DOCENTE: DR. EDNA M. BONFIM - SILVA DISCENTES: AZEMAR OLIVEIRA DOS SANTOS ISMAEL CAVALCANTE MACIEL JUNIOR JOSIANE DE SOUZA CALISTO JULIANA TEREZINHA SASSO PALUDO MARCELA DA SILVA E SILVA Rondonópolis-MT Agosto, 2013 1
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 12 CONCLUSÃO............................................................................................................... 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 17 2
  • 3. INTRODUÇÃO A adubação verde é uma técnica milenar utilizada por inúmeros povos, há mais de 3000 anos a.c. gregos e romanos tinham a noção exata de que a fitomassa verde deveria servir na formação de novas plantas ( CARVALHO et al.,2006). A adubação verde, além da matéria orgânica, contém nutrientes que funciona como fonte de energia para microrganismos úteis, melhora a estrutura e o arejamento, a capacidade de armazenar água, além do efeito regulador na temperatura do solo, retarda a fixação de fósforo aumentando a capacidade de troca catiônica (CTC), ajuda a reter potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes em forma disponível para as raízes, protegendo-as da lixiviação pela água das chuvas ou de irrigação. Alguns produtos de decomposição tem efeito hormonal ou estimulante para o desenvolvimento das raízes, podendo favorecer o fenômeno conhecido como alelopatia, que é qualquer efeito direto ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma planta ou de um microrganismo sobre outra planta, mediante produção de compostos químicos resultantes do metabolismo secundário que são liberados no meio ambiente (RONCATTO et al., 2009). A cultura do Girassol (Helianthus annuus L.) pertence à família dos óleos nobres e se destaca por estarem entre as cinco maiores culturas oleaginosas produtoras de óleo vegetal comestível do mundo, sua origem se deu no centro da América Latina e Norte. No Brasil foi empregado inicialmente no século XIX na região sul. A cultura do girassol tem se mostrado uma importante alternativa econômica na sucessão a outras culturas de grãos, devido às suas características agronômicas (OLIVEIRA et al., 2004). O girassol é uma planta resistente à seca, que se adapta as condições variáveis de temperatura. As temperaturas consideradas ótimas para o seu desenvolvimento estão entre 18 e 24º C. A produção de girassol é duas vezes menos sensível a seca que a produção de grão de sorgo e três vezes menos sensível que a produção de grãos de milho. As plantas novas resistem à geadas e essa resistência vai declinando até a fase de diferenciação do receptáculo (plantas de quatro e até sete a oito folhas), ou seja, até a idade de 26 a 78 dias, correspondendo a cultivares precoces e tardias, respectivamente (CONTRIBRASIL, 1981). Devido a essas características agronômicas e à crescente demanda do setor industrial e comercial, a cultura do girassol vem constituindo uma importante 3
  • 4. alternativa econômica no sistema de rotação, consorciação e sucessão de culturas nas regiões produtoras deste grão. A radiação solar e a temperatura somente podem prejudicar a cultura do girassol quando apresentarem valores muito altos, além de suportar grande intensidade luminosa, devido a sua alta saturação, e com umidade suficientemente disponível, ainda tolera temperaturas acima de 40ºC. Características essas que faz com que a cultura se adapte bem ao clima do Mato Grosso (MOTA, 1983). Com relação ao consumo de água, o girassol não apresenta regulação adequada, extraindo quantidades consideráveis do solo, o que favorece a expansão dessa cultura, por ser mais tolerante ao estresse hídrico quando comparado com outras culturas como a soja e milho (CASTRO et al., 1997). O Girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual, pertencente a ordem Asterales e família Asteraceae. O gênero deriva do grego hélios, que significa sol, e de anthus, que significa flor, uma referencia à característica da planta de girar sua inflorescência, seguindo o movimento do sol. A planta de girassol apresenta porte alto, raízes profundas e uma grande diversificação de características fenotípicas. Apresenta caule robusto e ereto, com ou sem pêlos, geralmente sem ramificações e diâmetros variando entre 15 e 90 mm. Quanto à altura, apresentam variações de 0,5 a 4 m, usualmente oscilando entre 1,0 e 2,5 m. Suas folhas são alternadas e pecioladas, com o comprimento de 8 a 50 cm e com números de folhas por caule variando entre 20 e 40, além disso, as folhas de girassol podem ter diversos formatos e tamanhos. A planta também produz de 2 a 7 toneladas de massa seca por hectare, dependendo da cultivar utilizada, época de plantio e da fertilidade do solo, possuindo relação C/N favorável á sua rápida decomposição e pronta disponibilização de seus nutrientes para a cultura subsequente (GAZZOLA et al., 2012). O sistema radicular da cultura é do tipo pivotante e apresenta a capacidade de explorar grande volume de solo, podendo chegar até um metro de profundidade, o que contribui para que esta planta seja mais resistente à seca, além de promover a ciclagem dos nutrientes que se encontram nas camadas mais inferiores do solo, normalmente não exploradas por outras espécies cultivadas. No entanto, todas essas qualidades da planta de girassol requerem a inexistência de impedimentos físicos ou químicos no solo (ROSSI, 1998). A recomendação é que o girassol para adubação verde seja plantado de 60 a 80 dias antes do período de cultivo da cultura comercial, para ser deitado ou incorporado 4
  • 5. no solo antes do plantio, e após a abertura dos capítulos (flores), sem que ocorra a maturação dos grãos. Por ter efeito alelopático sobre outras plantas, inibindo a germinação de plantas invasoras e reduzindo o uso de herbicidas. O preparo do solo é uma operação planejada de acordo com as características de cada solo. O objetivo é fornecer as condições ideais para a germinação rápida e uniforme das sementes, permitindo às plântulas o melhor aproveitamento de água e nutrientes, reduzindo a competição com as plantas espontâneas, além de promover maior tolerância aos períodos de seca (TORRES, 2005). O sistema de preparo da área depende das necessidades de correção de quaisquer impedimentos ao desenvolvimento das raízes ou manutenção adequada do solo, podendo ser empregado tanto o sistema convencional quanto o direto (GAZZOLA et al., 2012). A correção, além da eliminação dos teores de elementos tóxicos, principalmente do alumínio e do manganês, promove a elevação do pH do solo, aumentando a disponibilidade de fósforo, cálcio, magnésio e molibdênio para as plantas. Os solos do Cerrado caracterizam-se pela elevada acidez e teores de fósforo (P) disponível muito baixos, inferiores a 1 mg dm-1, o que é um fator limitante para produção agrícola em solos dessa região. Dessa forma a adubação fosfatada combinada à calagem é uma prática imprescindível nesse ambiente (CARVALHO et al., 2006; SOUSA et al., 2004). O girassol é uma planta que se adapta bem a vários tipos de solo. Preferencialmente, deve-se optar por solos textura média, corrigidos, profundos, férteis, planos e bem drenados, para que as raízes desenvolvam-se normalmente. Razoável fertilidade e pH de moderadamente ácido a neutro; superior a 5,2 (determinação em CaCl2). Solos leves ou pesados podem também ser usados se não houver impedimento para o desenvolvimento do sistema radicular. Solos com acidez elevada ou acentuada pobreza química não devem ser usados para o cultivo do o girassol sem a correção dessas deficiências. Seu ciclo vegetativo varia entre 90 a 130 dias e seu florescimento ocorre, em média, 60 dias após a semeadura. A época de semeadura é de fundamental importância para o sucesso da cultura do girassol. É bastante variável e depende, principalmente, das características climáticas, como a disponibilidade hídrica e a temperatura de cada região. Sendo assim, a época ideal de semeadura é aquela que permite satisfazer as exigências das plantas nas 5
  • 6. diferentes fases de desenvolvimento, reduzir os riscos do aparecimento de doenças, especialmente após o florescimento, e assegurar uma boa colheita (LEITE et al., 2005). A preparação adequada do solo é condição básica para uma semeadura de boa qualidade. A operação de semeadura deve ser iniciada tão logo o solo esteja acomodado, bem estruturado, isento de torrões e de plantas daninhas com um teor de umidade adequada. A semeadura do girassol pode ser realizada manual ou mecanicamente. No entanto, face à sua configuração espacial, que determina um número considerável de plantas por hectare, recomenda-se o plantio com uso de plantadeira-adubadeira animal ou tratorizada e, na ausência desses implementos, utilizar o plantio com matraca (GAZZOLA et al., 2012). O espaçamento pode variar de 70 a 90 cm entre linhas e de 30 a 25 cm entre plantas na linha, respectivamente. Esse arranjo de plantio proporcionará uma densidade variando de 40.000 a 45.000 plantas ha-1. As sementes são colocadas à profundidade de 3 a 5 cm no sulco, de preferência acima e ao lado do adubo. Em geral são suficientes de 4 a 5 kg de sementes para plantar um ha de girassol (GAZZOLA et al., 2012). A quantidade de calcário a ser aplicada depende da análise de solo e do valor PRNT do mesmo. Há uma série de fórmulas que indicam a necessidade de calagem, dependendo do estado em que a propriedade agrícola se encontra. Segundo Gazzola (2012), em solos de cerrado recomenda-se não aplicar mais do que 2 t ha-1 de calcário a fim de se evitar desbalanceamento entre cátions básicos e micronutrientes, tais como Zn, Mn, Cu e B. Outra consideração que também deve ser feita é que se deve aplicar o calcário cerca de 3 meses antes do plantio a fim de se garantir que haja tempo para sua reação no solo. Dosagens superiores a 3 t ha-1 devem ser parceladas, metade antes da aração e a outra metade antes da gradação. O órgão da planta de maior importância econômica é o fruto, impropriamente chamado semente. O fruto do girassol é um aquênio de forma ablonga, geralmente achatado, composto de pericarpo (casca), mesocarpo e endocarpo (amêndoa) de tamanho, cor e teor de óleo variável conforme as características de cada cultivar. A casca contém baixa porcentagem de óleo (0,4 a 1,7%) e proteína bruta, enquanto que as amêndoas são ricas em óleo, contendo de 38 a 50% de proteína e baixo teor de fibra (GAZZOLA et al., 2012). Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2004), o fruto do girassol apresenta em media 47,3% de óleo, sendo rico em ácido linoleico. Esse é o acido graxo mais conhecido, o qual o mesmo não é produzido pelo nosso 6
  • 7. organismo, mas é essencial a vida. A composição química dos frutos de qualquer genótipo de girassol varia com o local de produção, clima, fertilizantes e até mesmo com a posição do aquênio no capítulo. A produção de girassol tem crescido a uma taxa média anual de 5,15%, enquanto o consumo por ano tem elevado cerca de 16,22%. Isto mostra que o Brasil ainda tem muito potencial para tornar-se autossuficiente na produção de girassol. Porém, apesar do enorme potencial, não se destaca como um dos dez maiores produtores mundiais de girassol, ocupando, discretamente, apenas a 27ª posição (GAZZOLA et al., 2012). Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2012) a área cultivada no Brasil para a safra 2012/2013 deve ficar em torno de 74,5 mil hectares, a produtividade média da produção nacional de girassol prevista deve ser de 1.255 Kg ha-1 e a produção nacional esperada deve alcançar 87,6 mil toneladas, 24,7% inferior ao colhido na safra anterior. O cultivo de girassol é bem disseminado no Brasil, porém a região brasileira que produz em maior escala está localizada no Centro-Sul. Onde os estados que mais produzem são: Mato Grosso com 47,1 mil hectares; Goiás com 13,9; Mato Grosso do Sul com 5,0; Minas Gerais com 4,3 e Rio Grande do Sul com 3,3 mil hectares. Um fator que prejudica o plantio do girassol é a concorrência direta com soja e milho, que além de terem melhor preço e maior liquidez, são semeados na mesma época (CONAB, 2012). 7
  • 8. METODOLOGIA O módulo didático foi desenvolvido em área experimental, na Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, Campus Universitário de Rondonópolis-MT, localizado nas coordenadas 16o 27’ 46’’ S e 54o 34’ 51’’ W, a altitude de 290 m, no período de junho de 2013 a agosto de 2013. Foram utilizadas duas parcelas nas dimensões de 9 m2 cada, em Latossolo Vermelho do Cerrado. O experimento foi conduzido em dois canteiros com áreas de 9 m2, separados por 0,5 m e possuem um corredor de 1 m que os dividem dos demais módulos, de acordo com a Figura 1. Figura 1. Vista geral dos canteiros. Canteiro A com adubação e calagem, canteiro B sem adubação e sem calagem. O calcário foi aplicado a lanço sobre a gleba A, cuidando para que não houvesse deriva do mesmo, em seguida foi incorporado ao solo com auxilio de uma enxada. Sua aplicação foi realizada 21 dias antes do plantio do girassol, sendo que a dosagem foi de 3,5 t ha-1, o que correspondeu a uma aplicação de 3,15 Kg em apenas uma das parcelas. Realizou-se uma analise de pH no dia da calagem e após 21 dias de sua aplicação. Foi feita uma aplicação de P2O5 (Super Simples) numa profundidade de 7 cm na linha de plantio, com dosagem de 300 Kg ha-1, sendo assim, aplicou-se uma quantidade de 0,270 Kg na gleba A (Figuras 2 e 3). Em sequencia, foi realizado o plantio das sementes de Girassol (Helianthus annuus L.) a 5 cm de profundidade (Figuras 4 e 5). 8
  • 9. Para fins de adubação verde, o espaçamento utilizado entre linhas foi de 40 cm e 10 cm entre sementes (10 sementes por metro linear), sendo assim, existiram 7 linhas que continham 30 sementes em ambas glebas (Figuras 6 e 7). Não foi necessário fazer o desbaste de plantas e a irrigação das glebas de feita de forma mecânica, por meio de aspersores e também utilizou-se regadores, devido a época de plantio ser na estação da seca. Figura 2. Vista geral do solo com Figura 3. Vista geral do solo sem calagem e P2O5 (Gleba A) após plantio calagem e sem P2O5 (Gleba B) após das sementes de Girassol plantio das sementes de Girassol Figura 4. Preparo do solo para receber Figura 5. Plantio das sementes de o adubo Super Simples nas linhas de Girassol a 5 cm de profondidade plantio 9
  • 10. Figura 6. Vista geral da gleba A 25 Figura 7. Vista geral da gleba B 25 dias após o plantio dias após o plantio Durante o desenvolvimento das plantas, houve monitoramento diário e coleta de dados de altura e numero de folhas aos 30 e 45 e 56 dias após o plantio. Realizou-se a coleta dos módulos didático aos 56 dias após semeadura desprezando-se as bordaduras, chegando a uma área útil de 1 m2 representando a gleba. Para coleta e análise de dados efetuou-se o corte das plantas rente ao solo. Obteve-se a altura das plantas com auxílio de trena e posteriormente houve a contagem do número de folhas de cada parcela e a obtenção do índice SPAD através de aparelho portátil (Figura 8). As amostras das partes aéreas coletadas foram acondicionadas em sacos de papel e levadas a laboratório sendo devidamente pesadas, obtendo-se os valores de massa fresca foliar (MFF) e posteriormente levada à secagem em estufa com circulação de ar forçada a 65ºC para obtenção de massa constante, sendo essa, a massa seca foliar (MSF). Repetiu-se o procedimento de pesagem da mesma para obtenção da biomassa. Coletou-se amostras do solo por meio de trado de rosca (Figura 9) na camada de 0 à 20 cm antes e após a calagem, sendo estas, acondicionadas em sacos plásticos para posterior análise de pH em laboratório da instituição através de pHmêtro, sendo este calibrado em solução tampão de índice 4 e 7. Para obtenção do pH utilizou-se amostras de 10 g de solo, solubilizando-o em 20 mL de solução de água pipetada e deixando-o reagir por um período de uma hora. 10
  • 11. Figura 8. Avaliação do teor de clorofila Figura 9. Utilização de trato de rosca por meio de leitura SPAD para coleta de amostras de solo As variáveis avaliadas após 56 dias do plantio, foram: altura das plantas, número de folhas, massa seca da parte aérea (MSF) e massa fresca parte aérea (MFF), pH e índice de clorofila total (SPAD) (Figuras 10 e 11). Figura 10. Visão geral da gleba A 56 Figura 11. Visão geral da gleba B 56 dias após o plantio dias após o plantio 11
  • 12. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com o quadro 1, a calagem realizada na gleba A, elevou o pH de 4,93 para 5,25(determinação em H2O). Sabemos que o girassol tolera solos com pH acima de 7,5; no entanto, é extremamente sensível a solos ácidos. Em áreas com pH próximo a 4,0 as sementes sequer germinam; quando o fazem, as plantas resultantes têm menos de 50cm de altura e muitas vezes nem produzem sementes . Acima de pH 5,0 as plantas vão melhorando o desenvolvimento sendo que a pH 6,0 ou levemente acima (ideal) pode ser atingida a máxima produção. Houve uma redução no pH da gleba B, o que implica num aumento de acidez nessa gleba no período de avaliação. A presença de alumínio (Al) em altas quantidades constitui um fator de impedimento químico ao desenvolvimento radicular que inviabiliza o uso dessa cultura como recicladora de nutrientes, uma vez que o volume de solo explorado diminui consideravelmente. Quadro 1. Valores de pH do solo 06/06/2013 27/06/2013 GLEBA 1 GLEBA 2 GLEBA 1 GLEBA 2 Repetições Sem Sem Calagem Calagem calagem calagem 1 4,91 5,09 5,21 4,9 2 4,95 4,97 5,24 4,76 3 4,93 4,96 5,29 4,74 Média 4,93 5,01 5,25 4,8 A leitura SPAD é uma medida indireta de nitrogênio (N), observa-se que a menor média obtida de clorofila apresentada pelo girassol foi para gleba que não apresentava calagem e adubação. Comparando-se o girassol com as demais culturas em parcelas com calagem e adubação, verifica-se que o feijão guandu anão; crotalarea juncea; milheto; tremoço e feijão de porco obtiveram maior índice de clorofila, o que significa o maior teor de nitrogênio, já nas mesmas culturas, para parcelas sem adubação e sem calagem, o milheto apresentou menor índice de clorofila e consequentemente de nitrogênio (N). Na cultura do Girassol o nitrogênio (N) é o elemento mais limitante à produção sendo também o mais absorvido e exportado pelos grãos. Deve estar disponível, em 12
  • 13. forma assimilável à planta entre as fases 3 a 5 (quatro pares de folhas até a floração, entre 30 e 80 dias após a emergência). Durante esse período, cerca de 80% do nitrogênio é absorvido, e a absorção de grande quantidade de nitrogênio em relação a fósforo (alta relação N/P), promove formação de plantas excessivamente folhosas, prejudicando a produção, razão pela qual, a relação N/P deve estar sempre próxima de 1 (CÂMARA, 2003). Quadro 2. Valores de leitura SPAD para diferentes culturas submetidas a calagem e adubação e sem calagem e sem adubação LEITURA SPAD Com Calagem e Sem Calagem sem Super Simples Super Simples CULTURA Média Média R1 R2 R3 R1 R2 R3 36,8 33,3 31,8 33,97 30,9 28,4 26,1 28,47 Girassol Feijão Guandu Anao 42,2 45,5 40,1 42,60 35,7 38,4 38,8 37,63 Crotalarea Juncea 39,8 60,8 43,7 48,10 43 44,7 47,4 45,03 Tremoço 55,2 55,9 55,9 55,67 41,5 25,6 39,8 35,63 Milheto 44,2 41,2 40,1 41,83 33,1 15,8 8,4 19,10 Feijão de Porco 53,8 50,6 46,2 50,20 42,4 47 49,6 46,33 Em relação à massa fresca o girassol obteve bons índices, porem o corte foi realizado antes do recomentado que é 60 dias. Se assim fosse, a massa do caule, que é a parte mais representativa, seria maior. Podem ter ocorrido fatores que prejudicaram o desenvolvimento da planta como o estresse hídrico (Quadro 3). Quadro 3. Valores de massa fresca para diferentes culturas MASSA FRESCA (gramas) Com Sem CULTURA Calagem Calagem Girassol 340,70 72,03 Feijão Guandu Anão 29,78 16,42 Crotalarea Juncea 269,13 28,64 Tremoço 124,30 121,00 Milheto 684,68 10,93 Feijão de Porco 433,29 269,36 O gráfico 1 mostra a altura de plantas após 30, 45 e 56 dias do plantio. Houve um bom crescimento desenvolvimento da gleba que recebeu calagem e adubação, devido à melhoria das propriedades químicas do solo. Já a gleba B, relacionando-se com 13
  • 14. a primeira gleba, não apresentou um crescimento satisfatório, gerando uma grande diferença, devido à elevada acidez e consequentemente a baixa disponibilização de nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Grafico 1. Altura de plantas em função do tempo Os resultados obtidos em relação ao número de folhas foram pequenos em ambas as glebas. A parcela que recebeu adubação e calagem obteve somente uma folha a mais que a outra em todas as avaliações, porém a área foliar apresentada pela mesma foi muito maior (Gráfico 2). O estresse por deficiência hídrica é o principal determinante do rendimento do girassol, muito em parte ao seu efeito sobre a área foliar. A falta de água nos tecidos desfavorece a expansão foliar e leva a uma menor área foliar. Esse é o principal mecanismo de defesa das plantas contra a falta d’água, já que com menor área foliar haverá menores perdas por evapotranspiração (GAZZOLA et al., 2012). Na cultura do girassol, quando o estresse hídrico ocorre precocemente há um desenvolvimento foliar apenas moderado, com redução do vigor da planta e do número de folhas (GAZZOLA et al., 2012). 14
  • 15. Grafico 2. Numero de folhas em função do tempo 15
  • 16. CONCLUSÃO A utilização do Girassol oferece diversas vantagens, principalmente aquelas relacionadas à melhoria da fertilidade do solo e à diminuição da incidência de plantas espontâneas. Tem relação C/N favorável à sua rápida decomposição e pronta disponibilização de seus nutrientes para a cultura seqüente. Inibe a emergência de diversas plantas daninhas, principalmente as gramíneas, diminuindo ou, em alguns casos, até mesmo dispensando a necessidade do uso de herbicidas. Por possuir sistema radicular pivotante e bastante profundo, recicla muitos nutrientes, melhorando as qualidades química, física e biológica do solo. Tem baixo custo de instalação, pois o gasto de sementes por hectare é pequeno. Na maioria dos casos não necessita de adubação química, quando a finalidade é a produção de massa para fins de adubação verde. 16
  • 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂMARA, G. M. S. Girassol: Tecnologia da Produção. LPV 0506: Plantas Oleaginosas. Piracicaba: ESALQ, Departamento de Produção Vegetal, 2003. p. 153180. CARVALHO, A. M.; AMABILE, R. F. CERRADO: Adubação Verde. 1.ed. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2006. 396p. CASTRO, C.; CASTIGLIONI, V. B. R.; BALLA, A.; LEITE, R. M. V. B. C.; KARAM, D.; MELLO, H. C.; GUEDES, L. C. A.; FARIAS, J. R. B. A cultura do girassol. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1997. 36-38p. (EMBRAPA-CNPSo. Circular Técnica, 13). COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento de safra brasileira: girassol. Brasília: Conab, 2012. 2-4p. CONTRIBRASIL. Girassol: manual do produtor. Cravinhos, 1981. P. 10-12. Costa, V.C.A. da; Silva, F.N. da; Ribeiro, M.C.C. Efeito de épocas de semeadura na germinação em girassol (Helianthus annuus L.). Revista científica Rural. V.5, n.1, p.154-158, 2000. EMBRAPA. Adubação Verde. Seropédica, Rio de Janeiro, 2004. GAZZOLA, A; JUNIOR, C.T.G.F; CUNHA, D.A; BORTOLINI; E; PAIAO; G.D; PESTANA; J; D’ANDREA; M.S.C; OLIVEIRA; M.S. A cultura do Girassol. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2012. 69p. LEITE, R. M. V. B. C.; BRIGHENTI, A. M.; CASTRO, C. de. (Ed.). Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa Soja, 2005. 641p. LEITE; R.M.V.B.C.; Doenças do girassol. Londrina: EMBRAPA – CNPSo, 1997. 68p. (EMBRAPACNPSo. Circular Tecnica, 19). MOTA, F.S. Meteorologia agrícola. São Paulo: Nobel, 1983. 376p. 17
  • 18. OLIVEIRA, M.F.; VIEIRA, O.V. Extração de óleo de girassol utilizando miniprensa. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 27p. RONCATTO, F.; VIECELLI, C. A. Adubação verde de girassol sobre o desenvolvimento do milho. Revista Cultivando o Saber. Cascavel, v.2, n.3, p.1-6, 2009, disponível em: http:<www.fag.edu.br/graduacao/agronomia/csvolume23/01.pdf> ROSSI, R. O. Girassol. Curitiba: Tecnoagro, 1998. 333p. SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. CERRADO: Correção do solo e adubação. 2.ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 416p. TORRES, T. Manejo do solo. (Ed). Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa Soja, 2005. P. 15-42. 18