Infecção pelo HIV/aids: uma doença crônica e tratável - 2007
Gravidez na adolescência e DST: prevenção e assistência
1.
2. INTRODUÇÃO
A adolescência corresponde ao período da vida
entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem
profundas mudanças, caracterizadas
principalmente por crescimento rápido,
surgimento das características sexuais
secundárias, conscientização da sexualidade,
estruturação da personalidade, adaptação
ambiental e integração social.
3. A gravidez neste grupo populacional vem sendo
considerada, em alguns países, problema de
saúde pública, uma vez que pode acarretar
complicações obstétricas, com repercussões
para a mãe e o recém-nascido, bem como
problemas psicossociais e econômicos.
4. Veja alguns dados sobre a gravidez na adolescência
no Brasil e ao redor do mundo:
7,3 milhões de adolescentes se tornam mães a cada
ano ao redor do mundo, das quais 2 milhões são
menores de 15 anos;
no ano de 2010 um relatório divulgado por um órgão
ligado à ONU indica que 12% das adolescentes entre
15 e 19 anos tinham pelo menos um filho;
o Brasil tem 21 milhões de adolescentes com idade
entre 12 e 17 anos, sendo que cerca de 300 mil
crianças nascem de mães nessa faixa etária;
em pesquisa realizada pela ONU, o Brasil tem 68,4
bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil
meninas de 15 a 19 anos.
5.
6. GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
A gravidez na adolescência pode ocorrer de
diversas formas:
atividade sexual precoce e inconsequente;
violência sexual;
dificuldade no diálogo familiar, entre outros.
Atualmente, o excesso de informações e
liberdade recebida pelos jovens os levam à
banalização de assuntos como o sexo, por
exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada
de certa falta de limite e responsabilidade é um
dos motivos que favorecem a incidência de
7. Experiências sexuais precoces são observadas em
adolescentes em famílias onde os irmãos mais velhos
já apresentam vida sexual ativa.
É comum encontrar adolescentes grávidas cujas
mães também iniciaram a vida sexual precocemente
ou engravidaram durante a sua adolescência.
Por outro lado, famílias onde existe o hábito da
conversa e há orientação sobre a vida sexual, a
situação pode ser diferente e a sexualidade melhor
aproveitada pelos adolescentes no momento certo.
11. ABORTO
Os primeiros problemas podem aparecer ainda
no início da gravidez e vão desde o risco de
aborto espontâneo – ocasionado por
desinformação e ausência de acompanhamento
médico – até o risco de vida – resultado de
atitudes desesperadas e irresponsáveis, como a
ingestão de medicamentos abortivos.
O aborto além de ser um crime, em nosso país, é
uma das principais causas de morte de
gestantes.
12. PREVENÇÃO
Educação em saúde;
Esclarecimento de
dúvidas dos
adolescentes;
Métodos
contraceptivos.
15. DST INTRODUÇÃO
Estimativas recentes apontam para a ocorrência
de mais de 10 milhões de novas infecções de
transmissão sexual que podem permanecer
assintomáticas ou evoluir para doenças
sintomáticas como uretrites, cervicites, úlceras e
verrugas genitais(BRASIL, 2006).
Se por um lado não é possível conhecer a real
magnitude das DST no Brasil, a sua
transcendência é por demais conhecida:
16. São consideradas atualmente o principal fator
facilitador da transmissão sexual do HIV.
Algumas, quando não diagnosticadas e tratadas
a tempo, podem evoluir para complicações
graves e até mesmo o óbito.
Durante a gestação, algumas podem ser
transmitidas ao feto.
Podem causar grande impacto psicológico em
seus portadores.
Causam também grande impacto social.
17. ASSISTÊNCIA ÁS DST
O controle das DST’s é possível, desde que
existam programas de prevenção e uma rede de
serviços resolutivos. Para isso as unidades de
saúde devem ser acessíveis para pronto
atendimento e ter profissionais preparados para
realizar acolhimento, aconselhamento,
diagnóstico e tratamento imediato aos
portadores de DST e de seus parceiros sexuais.
É necessário também que tenham a garantia de
um fluxo contínuo de medicamentos e
preservativos.
18. ENTRETANTO...
Alguns fatos negativos têm sido percebidos no
contexto da tenção às DST em nosso país:
São escassos os dados epidemiológicos relativos
às DST;
Os portadores de DST continuam sendo
discriminados nos vários níveis do sistema de
saúde;
Populações prioritárias, tem pouca acessibilidade
aos serviços de saúde;
O atendimento é muitas vezes inadequado;
Há irregularidade nas disponibilização de
medicamentos específicos;
Poucas unidades são capazes de oferecer
19. OBJETIVOS DO ATENDIMENTO
DE PACIENTES COM DST:
Interromper a cadeia de transmissão;
Evitar complicações advindas das
DST;
Prevenir novas ocorrências;
A regressão imediata dos sintomas.
21. FLUXOGRAMAS
Instrumentos específicos já desenvolvidos e
testados, os fluxogramas auxiliarão o profissional
que realiza o atendimento na tomada de
decisões para o diagnóstico das DST. Seguindo
os passos do fluxograma o profissional estará
habilitado a:
Fazer o diagnóstico sindrômico;
Iniciar o tratamento imediatamente;
Realizar aconselhamento adequado.
23. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
O exame físico e a anamnese do paciente e de
seus contatos sexuais devem constituir-se nos
principais elementos dos diagnósticos das DST,
tendo em vista a dificuldade de acesso imediato
aos exames laboratoriais.
O enfermeiro deve conhecer os principais
aspectos anatômicos e funcionais, tanto do
organismo masculino como do feminino, para
poder junto com os dados da anamnese, fazer
um diagnóstico de presunção das principais
síndromes(abordagem sindrômica) ou doenças
transmitidas pelo sexo.
25. CORRIMENTO VAGINAL
DIAGNÓSTICO DIFERNECIAL DAS VULVOVAGINITES
DOENÇA AGENTE ASPECTO ODOR
CANDIDÍASE C. albicans Branco grumoso inodoro
TRICOMONÍAS
E
T. vaginalis Abundante/amar
elado/esverdead
o bolhoso
Não
característico
VAGINOSE G.Vaginalis
outros
Acinzentado,
Homogêneo,
cremoso ou
fluido
fétido
31. ÚLCERA GENITAL
SÍFILIS TRATAMENTO
Penicilina G
benzantina, 2,4
millhões UI, via IM,
em dose única(1,2 em
cada nádega);
Doxiciclina
Eritromicina (alergia a
penicilina)
32. ÚLCERA GENITAL
HERPES TRATAMENTO
Aciclovir 400mg, VO,
8/8hs por 7 dias ou
200mg, VO, 4/4hs por
7 dias ou
Valaciclovir 1g VO
12/12h por 7 a 10
dias
Famciclovir 250mg,
VO, 8/8hrs por 7 a 10
dias.
33. ÚLCERA GENITAL
CANCRO MOLE TRATAMENTO
Azitromicina 1g, VO,
em dose única;ou
Ciprofloxacino
500mg, VO, 12/12hrs,
por 3dias
Eritromicina(estearato
/estolato)500mg, VO,
de 6/6h por 7 dias
Ceftriaxona250mg,I,
dose única.
34. ÚLCERA GENITAL
DONOVANOSE TRATAMENTO
Doxiciclina 100mg,
VO, 12/12 hs por, no
mínimo, 3 semanas,
ou até a cura clínica.
Eritromicina ,500mg,
VO, de 6/6 hs, por no
mínimo 3 semanas,
ou até a cura clínica.
35. PAPILOMAVÍRUS- HPV
Também é conhecida
como condiloma
acuminado,verruga
genital ou crista de galo.
O HPV é um DNA-vírus
não cultivável do grupo
papovavírus. Atualmente
são conhecidos mais de
70 tipos , 20 dos quais,
podem infectar o trato
genital.
36. PAPILOMAVÍRUS- HPV
Estão divididos em 2 grupos de acordo com seu
potencial de oncogenicidade:
Baixo risco: tipos: 6,11,42,43,44
Alto risco:tipos:
16,18,31,33,35,39,45,46,51,52,56,58,59 e 68.
TRATAMENTO:
Podofilina 10-25%;
Ácido tricloroacético(ATA) a 80-90% para ttto do
colo uterino e a 50% para ttto da vulva, em
solução alcoólica.
Exérese cirúrgica.
37. PAPILOMAVÍRUS- HPV
Outras opções terapêuticas:
Eletrocauterização
Criocauterização
Podofilotoxina 0,15% creme
Imiquimod 5% creme
Interferon
Vaporização a laser
GESTANTES
A escolha do tratamento vai se basear no
tamanho e número de lesões.
38. HIV-AIDS
O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da
família Retroviridae
As principais formas de transmissão do HIV são:
sexual, sanguínea e vertical.
Somente o contato com sangue, semên,
secreções vaginais e leite materno contaminados
têm sido implicados como fontes de infecção
desses vírus.
Prevenção e controle
39. HIV-AIDS
Aspectos clínicos da infecção pelo HIV:
Infecção aguda
Fase assintomática, também conhecida como
latência clínica
Fase sintomática inicial ou precoce
Principais sinais e sintomas: sudorese noturna,
fadiga, emagrecimento, trombocitopenia.
AIDS
40. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Anamnese e exame físico
Testes diagnósticos:
Testes de detecção de anticorpos: elisa,
imunofluorescência indireta, western-blot, testes
rápidos.
Testes de detecção de antígenos
Testes de amplificação do genoma do vírus
Técnicas de cultura viral
41. ACOMPANHAMENTO DO USO DE
TERAPIA ANTIRETROVIRAL
A terapia anti-retroviral para o HIV deve ser
prescrita por infectologista, ou outro médico
capacitado.
Aos profissionais da Atenção Básica cabe:
Realização de diagnóstico precoce,
Encaminhamento do portador ao serviço
especializado,
Realizar o acompanhamento do paciente
conjuntamente com o especialista.
42. REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde, secretaria de
atenção à saúde, Departamento de Atenção
Básica, HIV/aids, hepatites e outras DST,
Brasília-DF, 2006.
______, Ministério da Saúde, Controle dos
cânceres do colo do útero e da mama; Brasília-
DF, 2006.
______, Ministério da Saúde, secretaria de
vigilância em saúde, programa nacional de DST e
aids,manual de bolso, controle das doenças
sexualmente transmissíveis DST.