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 PORCELANATO EM FACHADAS: A PROBLEMÁTICA E AS POSSIBILIDADES
                                       DE FIXAÇÃO




                          CUNHA, E.C.1; SICHIERI, E.P.2
       1 – Mestranda Departamento de Arquitetura/ EESC/USP – São Carlos
             End. Av. Trabalhador Sãocarlense, 400 – Cep 13566-590
                                  erica@sc.usp.br
        2 – Prof. Dr. Departamento de Arquitetura/ EESC/USP – São Carlos




RESUMO

     As fachadas demandam cada vez mais a utilização de materiais que vençam
as ações constantes e bruscas exercidas pela natureza. Neste sentido, as
cerâmicas têm contribuído crescentemente. As técnicas de aplicação vêm driblando
as patologias criadas pelas mudanças bruscas de temperatura e principalmente
umidade. As principais técnicas são as de fixação com argamassas colantes e colas
e, despontando na pesquisa nacional, as fixações mecânicas. Adequando-se a este
quadro, está o porcelanato, uma cerâmica de ponta com perfil técnico compatível ao
combate às ações externas nas fachadas. No entanto, é a característica de
destaque desta peça, a impermeabilidade, o complicador de sua aplicação em
fachadas. De um lado pela indefinição e falta de normalização de uma argamassa
colante e colas que garantam a aderência química do porcelanato. De outro, pela
falta de opção nacional em sistemas mecânicos de fixação.

PALAVRAS-CHAVES: Porcelanato, fachada, fixação, revestimento.




INTRODUÇÃO

     As chuvas, ventos, poluição e mudanças bruscas de temperatura que agem
nas fachadas de edifícios demandam materiais que desempenhem uma proteção
rigorosa, desafio constante para as técnicas de edificações.
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     O perfil da peça de porcelanato adequa-se a estas condições e o crescimento
da produção no mercado nacional vem proliferando o uso deste material para
diversos ambientes, assim como para as fachadas. Pode-se considerar, entre os
vários fatores técnicos, que esta manifestação projetual do uso de porcelanato em
fachadas venha também da semelhança estética deste com os granitos, material
muito utilizado para revestimento de edifícios de grande porte. O porcelanato, assim
como o granito, em função de seu acabamento superficial, confere uma estética
mais arrojada e nobre, em comparação com as cerâmicas tradicionais. De maneira
geral, o porcelanato destaca-se dos granitos pela maior estabilidade de suas
características técnicas e estéticas, o que garante também maior estabilidade de
reações perante os fenômenos que atingem as fachadas.
     Porém, como o revestimento não é apenas o envoltório aparente, todo o
conjunto, o chamado Sistema Cerâmico, estará agindo para que a finalidade maior
de proteção seja atingida. Surge então os limitadores de uso do porcelanato em
fachadas: as formas de fixação atualmente disponíveis. Estas opções são: o sistema
de colagem com argamassas colantes ou colas especiais e o sistema mecânico com
trilhos e parafusos, que criam painéis de revestimentos.
     Devido ao uso do porcelanato em fachadas estar passando por um processo
inicial de definições técnicas projetuais, encontra-se neste quadro uma escassez de
argamassas específicas para aplicação segura em fachadas. Além disso, não temos
normalizações que respaldem uma especificação, tanto com argamassas como com
fixações mecânicas, também pouco desenvolvida nacionalmente.

PORCELANATO

O porcelanato é um revestimento cerâmico diferenciado das cerâmicas tradicionais
devido suas características técnicas mais elevadas (Tabela I), o que garante a
possibilidade de aplicação nos mais variados ambientes, desde alto tráfego, onde
demandam altíssimas resistências mecânicas e a abrasão, como nas fachadas,
onde o quesito impermeabilidade é fundamental.
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                      Tabela I – Características técnicas do porcelanato
                        Características           Valores Prescritos        Valores Reais -
                                                                               Produtos
                      Absorção de água                 ≤ 0,5%                    <0,1%
                     Resistência a Flexão            ≥27 N/mm2                >50 N/mm2
                    Resistência a Abrasão             <205 mm3                 <130 mm3
                    Carga de Ruptura (N)               ≥ 1300                   > 2000
                     Resistência ao Gelo               Exigida                 Garantido
                   Expansão Térmica Linear          ≤9 x 10-6 °C-1            ≈7 x10-6 °C-1
                     Resistência Química            Max. Classe b              Classe A
                       Choque térmico             Nenhuma alteração        Nenhuma alteração
                        Dureza Mohs                       >5                       7-8
                    Resistência a Manchas         Nenhuma Variação         Nenhuma Variação
                                                        visível                  visível
         Fonte: Cerâmica Industrial Ago/Dez 1996 - HECK, Clarice. Maio/Junho, 1998 - OLIVEIRA, Antonio P. N.



Esteticamente também se destaca pelas diferenciadas texturas e superfícies, com
acabamentos natural, polido e esmaltado (Figura 1) . Todas essas características
são conseqüência de um processo de fabricação de ponta aliado a uma seleção
rigorosa de matérias-primas (argilas especiais, em composição com feldspato,
(caulim), areia de quartzo ou feldspática e modificadores de fundência, como o talco,
dolomita, calcita, etc.).




     Porcelanato                                    Porcelanato polido                              Porcelanato
       narural                                                                                      esmaltado

               Figura 1 – Tipos de porcelanato. Natural, polido e esmaltado


       Em relação às pedras, o porcelanato destaca-se pela maior estabilidade de
suas     características:         maior        resistência        química,         impermeabilidade            sem
desenvolvimento de manchas de umidade como nos granitos, peças de menor
espessuras e mais leves conferindo também maior facilidade de assentamento.
       A problemática que encontramos relacionada à peça está diretamente ligada à
sua principal característica atrativa para fachadas, a impermeabilização. Devido a
esta característica, as argamassas colantes não são facilmente aderidas
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mecanicamente na peça em função também de uma grande compactação da
matéria prima no processo de fabricação, o que demanda então a utilização de
materiais colantes que garantam uma aderência química. Outro fator não
colaborador da aderência mecânica é a conformação do tardoz das peças de
porcelanato que, como ainda não são produzidas especificamente para as
superfícies de fachada, não possuem saliências facilitadoras de ancoragem. Em
algumas cerâmicas este tardoz é denominado “rabo de andorinha”.


O SISTEMA COLANTE

As etapas e procedimentos de fixação de porcelanato em fachadas com argamassa
colante não diferem muito dos sistemas cerâmicos com peças comuns. O sistema
(figura 2) é composto por:
                   Alvenaria
                   Colocação de tela nas áreas de conflito
                   Chapisco
                   Emboço (camada de regularização)
                   Impermeabilizantes
                   Argamassa colante para porcelanato ou colas especiais
                   Porcelanato
                   Juntas de assentamento (peças) e de movimentação (panos),
                    dessolidarização e estruturais
                   Rejuntamento e seladores
                   Limpeza
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                                          Chapisco



                                               Emboço


                              Argam assa colante

                                       Porcelanato


                                                 Viga


                                     T metálic a
                                      ela

                   Junta de dessolidarização
                 (aqui também com o junta de
                                   m ovimentação)

                                        Mastique


                      Tarugo de poliestireno

                 Junta assentam ento e rejunte




                                    Figura 2 – Corte do sistema cerâmico


     As argamassas colantes normalizadas não são adequadas para o uso do
porcelanato em fachadas. As cerâmicas ensaiadas têm valor de absorção de água
elevados em comparação ao porcelanato. Como o porcelanato tem de 0 a 0,5% de
absorção de água, estas argamassas não garantem a aderência deste produto.


     As argamassas normalizadas são classificadas da seguinte forma:
        Classificação das argamassas colantes (NBR 14081 - Especificação):
•   AC-I - Interior: Argamassas com características de resistência às solicitações
    mecânicas e termoigrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção
    daquelas aplicadas em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos
    especiais.
•   AC-II - Exterior: Argamassa com características de adesividade que permitem
    absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes externas
    decorrentes de ciclos de flutuação térmica e higrométrica, da ação da chuva e/ou
    vento, da ação de cargas como as decorrentes do movimento de pedestres em
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    áreas públicas e de máquinas ou equipamentos leves sobre rodízios não
    metálicos.
•   AC-III - Alta Resistência: Argamassa que apresenta propriedades de modo a
    resistir as altas tensões de cisalhamento nas interfaces substrato/adesivo e placa
    cerâmica/adesivo, juntamente com uma aderência superior entre as interfaces
    em relação às argamassas dos tipos I e II: é especialmente indicada para uso em
    saunas, piscinas, estufas e ambientes similares.
•   AC-III-E - Especial: Argamassa similar ao tipo III, com tempo em aberto
    estendido.

     As argamassas colantes para porcelanato devem ser argamassas que
contenham aditivos e polímeros que garantam a aderência química da peça, já que,
como mencionado anteriormente, a impermeabilidade da peça dificulta a ancoragem
mecânica. De forma geral estes aditivos são resinas sintéticas orgânicas como as
resinas celulósicas (retentor de água e plastificante) , vinílicas, acrílicas e estirenos.
Estas últimas com a função de melhorar a capacidade de absorver deformações e
aderência.
     As poucas argamassas colantes específicas para porcelanato surgidas
recentemente no mercado são principalmente adequadas para assentamento em
piso. Para o assentamento em fachadas são recomendadas limitações de altura –
algumas limitando até 3m do piso - assim como a limitação de dimensões de peças,
sendo esta de no máximo 30x30cm.
     Neste presente quadro, o processo projetual torna-se extremamente limitado e
a vida útil arriscada.


     Outro procedimento de colagem seria os adesivos de base não cimentícia,
também chamados de adesivos de resina de reação – uma mistura de resinas
sintéticas, cargas minerais e aditivos orgânicos, na qual o endurecimento acontece
por reação química. Um exemplo é o epóxi.
     Estes adesivos possuem o inconveniente de um custo elevado, mas que
poderiam estar suprindo a necessidade de uma fixação mais segura.
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O SISTEMA DE FIXAÇÃO MECÂNICA

Os sistemas mecânicos de fixação de cerâmicas em fachadas, inclusive porcelanato
estão despontando nas pesquisas e mercado nacional. Por se encontrar neste
estágio, os custos são elevados e o sistema ainda desconhecido pela maioria dos
profissionais especificadores de cerâmica. Em países como a Itália este é um
sistema muito usual. Considerando as vantagens do sistema temos a possibilidade
de aplicação de peças de grandes dimensões, sem o risco de desplacamento. Além
disto o sistema possibilita a criação das chamadas “fachadas ventiladas” devido a
possibilidade de execução dos painéis a distâncias variadas da alvenaria, criando
uma camada de ar que colabora com o conforto térmico do edifício.

      As possibilidades de fixação são basicamente duas:
•   Sistema com ganchos: consiste basicamente no encaixe do porcelanato (de
    tamanhos desejados) em peças que possuem quatro pequenos ganchos
    apoiando e encaixando a peça em quatro pontos. Cada peça, de inox, fica na
    interface de duas peças de porcelanato Estas peças são parafusadas em
    estruturas portantes (Figura 3).



                                                                                Suporte
                                                                                alumínio


      Braçadeira
      sustentação
      suporte
      alumínio.
                                                                                 Gancho




                         Figura 3 – Detalhe estrutura portante

•   Sistema de Peças Aparafusadas: Os componentes de fixação são basicamente
    os mesmos. A principal diferença está na colocação das peças. Estas são
    produzidas com furos no tardoz onde são inseridos os parafusos. Os parafusos
    serão acoplados em outro componente de transferência para os trilhos
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   horizontais e verticais, assim como no sistema anterior. Os trilhos regulam as
   distâncias entre as peças (Figura 4).

                                                   .




                 Trilho




            Parafuso




                Figura 4 – Detalhe sistema com peças aparafusadas




CONCLUSÃO
     Porcelanatos são interessantes e adequados para aplicação em fachadas
pelas características técnicas e estéticas que apresenta.
     A aplicação do porcelanato ainda sofre com a transição dos métodos e
materiais. Pesquisas sobre a aplicação de porcelanato e os materiais constituintes
do sistema que estará inserido estão despontando e em crescimento, mas o
momento ainda é de dúvida e insegurança no ato de projetar, especificar e executar.
As fachadas apresentam maiores desafios na trajetória que objetiva a eliminação de
patologias, principalmente com o temido desplacamento, que neste ambiente pode
vir a causar acidentes extremos.
     A solução desta problemática está na dependência de desenvolvimento de
argamassas colantes e adesivos específicos para porcelanato com custos
compatíveis ao mercado, além do respaldo de uma normalização.
     Os sistemas mecânicos, muito interessantes, principalmente quando se trata
de peças de grandes dimensões, como vêm sendo produzidas, despontam
vagarosamente e poderão ser um grande aliado projetual. Paralelo a este
Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica                        0501309
                              30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC.



desenvolvimento           tecnológico      e    criação      de     normas        existe   o   desafio   do
desenvolvimento de uma mão-de-obra qualificada.



BIBLIOGRAFIA

ABCCO REJUNTABRÁS – BOLETIM TÉCNICO, 1998:
ABCCO REJUNTABRÁS – Sistema de Revestimento Cerâmico, setembro 1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante: procedimento NBR 13755. Rio de Janeiro, 1996
11p.
Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica –
Especificação – NBR 14081. Rio de Janeiro, 1998a
AMERICAN NATIONAL STANDARD. Ceramic Tiles grouts: specifications – A –
118.6. New York, ANSI, 1992.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION
BIFFI, Giovanni – Grès Porcelanato: tecnologia, produzione, mercato – Editoriale
       Faenza, (     ).
BRASILIANO, Ana Emília; BIANCHI, Flávia Regina; TRISTÃO, Fernando Avancini –
       Normalização dos materiais para revestimentos cerâmicos.
CALHAU, Eduardo Loureiro – Normalização: procedimentos e execução em
       revestimentos cerâmicos. .
CAVANI, Gilberto R. – Argamassa colante, características e utilização
ELIANE – Manual técnico de assentamento: Fachada.
ELIANE – Manual de assentamento de cerâmica em fachadas, PINI, São Paulo,
       1994, 22p..
ELIANE – Manual técnico de assentamento: Grés Porcelanato.
HECK, Clarice – Grés Porcelanato –Cerâmica Industrial n o.4/5, ago/dez 1997,
       ABC, págs 21-24.
tecnológicos – Cerâmica Industrial, maio/junho 1998.
Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica           0501310
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OLIVEIRA, Antônio P. N. – Grês Porcelanato: aspectos mercadológicos e
     PEREIRA, Paulo Marcio A.; TRISTÃO, Fernando Avancini – Estudo do tempo
     em aberto de argamassas colantes em obras.
PORTOBELLO – Manual de assentamento de revestimentos cerâmicos:
     fachadas, versão para obra.
PORTOBELLO – Catálogo Geral 1998
Porcelanato da linha Graniti reveste fachada do Curitiba Trade Center, AU
     (arquitetura e urbanismo)n º76, fev/mar 1998, PINI, pág 11.
QUARTZOLIT – Catálogo Geral de Produtos, dez/1998
TRISTÃO, Fernando Avancini – Desprendimento de revestimentos cerâmicos de
     fachadas.




FAÇADE WITH FINE PORCELAIN STONEWARE TILES: THE SET OF PROBLEMS
AND POSSIBILITIES OF INSTALLATION


ABSTRACT

The façades demand more and more the use of materials that win the constant and
brusque actions exerted by the nature. In this direction, the ceramics tiles have
contributed increasingly. The application techniques come mainly dribbling the
pathologies created for the brusque changes of temperature and humidity. The main
techniques of fixing are and glues and, blunting in the national research, the
mechanical fixings. In this context is the fine porcelain stoneware tile, a top ceramics
with technical profile compatible to the combat to the external actions in the façades.
However, the prominent feature of this part, impermeability, is the main problem of its
application in façades. On the one hand by the indefinition and lack of normalization
of Dry-Set Mortar and glues that guarantee the chemical adhesion of the fine
porcelain stoneware tile. On the another one, for the lack of a national option on
mechanical systems of installation.




KEY-WORDS: fine porcelain stoneware tile, façade, fixing/installation, covering.

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  • 1. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501301 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. PORCELANATO EM FACHADAS: A PROBLEMÁTICA E AS POSSIBILIDADES DE FIXAÇÃO CUNHA, E.C.1; SICHIERI, E.P.2 1 – Mestranda Departamento de Arquitetura/ EESC/USP – São Carlos End. Av. Trabalhador Sãocarlense, 400 – Cep 13566-590 erica@sc.usp.br 2 – Prof. Dr. Departamento de Arquitetura/ EESC/USP – São Carlos RESUMO As fachadas demandam cada vez mais a utilização de materiais que vençam as ações constantes e bruscas exercidas pela natureza. Neste sentido, as cerâmicas têm contribuído crescentemente. As técnicas de aplicação vêm driblando as patologias criadas pelas mudanças bruscas de temperatura e principalmente umidade. As principais técnicas são as de fixação com argamassas colantes e colas e, despontando na pesquisa nacional, as fixações mecânicas. Adequando-se a este quadro, está o porcelanato, uma cerâmica de ponta com perfil técnico compatível ao combate às ações externas nas fachadas. No entanto, é a característica de destaque desta peça, a impermeabilidade, o complicador de sua aplicação em fachadas. De um lado pela indefinição e falta de normalização de uma argamassa colante e colas que garantam a aderência química do porcelanato. De outro, pela falta de opção nacional em sistemas mecânicos de fixação. PALAVRAS-CHAVES: Porcelanato, fachada, fixação, revestimento. INTRODUÇÃO As chuvas, ventos, poluição e mudanças bruscas de temperatura que agem nas fachadas de edifícios demandam materiais que desempenhem uma proteção rigorosa, desafio constante para as técnicas de edificações.
  • 2. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501302 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. O perfil da peça de porcelanato adequa-se a estas condições e o crescimento da produção no mercado nacional vem proliferando o uso deste material para diversos ambientes, assim como para as fachadas. Pode-se considerar, entre os vários fatores técnicos, que esta manifestação projetual do uso de porcelanato em fachadas venha também da semelhança estética deste com os granitos, material muito utilizado para revestimento de edifícios de grande porte. O porcelanato, assim como o granito, em função de seu acabamento superficial, confere uma estética mais arrojada e nobre, em comparação com as cerâmicas tradicionais. De maneira geral, o porcelanato destaca-se dos granitos pela maior estabilidade de suas características técnicas e estéticas, o que garante também maior estabilidade de reações perante os fenômenos que atingem as fachadas. Porém, como o revestimento não é apenas o envoltório aparente, todo o conjunto, o chamado Sistema Cerâmico, estará agindo para que a finalidade maior de proteção seja atingida. Surge então os limitadores de uso do porcelanato em fachadas: as formas de fixação atualmente disponíveis. Estas opções são: o sistema de colagem com argamassas colantes ou colas especiais e o sistema mecânico com trilhos e parafusos, que criam painéis de revestimentos. Devido ao uso do porcelanato em fachadas estar passando por um processo inicial de definições técnicas projetuais, encontra-se neste quadro uma escassez de argamassas específicas para aplicação segura em fachadas. Além disso, não temos normalizações que respaldem uma especificação, tanto com argamassas como com fixações mecânicas, também pouco desenvolvida nacionalmente. PORCELANATO O porcelanato é um revestimento cerâmico diferenciado das cerâmicas tradicionais devido suas características técnicas mais elevadas (Tabela I), o que garante a possibilidade de aplicação nos mais variados ambientes, desde alto tráfego, onde demandam altíssimas resistências mecânicas e a abrasão, como nas fachadas, onde o quesito impermeabilidade é fundamental.
  • 3. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501303 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. Tabela I – Características técnicas do porcelanato Características Valores Prescritos Valores Reais - Produtos Absorção de água ≤ 0,5% <0,1% Resistência a Flexão ≥27 N/mm2 >50 N/mm2 Resistência a Abrasão <205 mm3 <130 mm3 Carga de Ruptura (N) ≥ 1300 > 2000 Resistência ao Gelo Exigida Garantido Expansão Térmica Linear ≤9 x 10-6 °C-1 ≈7 x10-6 °C-1 Resistência Química Max. Classe b Classe A Choque térmico Nenhuma alteração Nenhuma alteração Dureza Mohs >5 7-8 Resistência a Manchas Nenhuma Variação Nenhuma Variação visível visível Fonte: Cerâmica Industrial Ago/Dez 1996 - HECK, Clarice. Maio/Junho, 1998 - OLIVEIRA, Antonio P. N. Esteticamente também se destaca pelas diferenciadas texturas e superfícies, com acabamentos natural, polido e esmaltado (Figura 1) . Todas essas características são conseqüência de um processo de fabricação de ponta aliado a uma seleção rigorosa de matérias-primas (argilas especiais, em composição com feldspato, (caulim), areia de quartzo ou feldspática e modificadores de fundência, como o talco, dolomita, calcita, etc.). Porcelanato Porcelanato polido Porcelanato narural esmaltado Figura 1 – Tipos de porcelanato. Natural, polido e esmaltado Em relação às pedras, o porcelanato destaca-se pela maior estabilidade de suas características: maior resistência química, impermeabilidade sem desenvolvimento de manchas de umidade como nos granitos, peças de menor espessuras e mais leves conferindo também maior facilidade de assentamento. A problemática que encontramos relacionada à peça está diretamente ligada à sua principal característica atrativa para fachadas, a impermeabilização. Devido a esta característica, as argamassas colantes não são facilmente aderidas
  • 4. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501304 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. mecanicamente na peça em função também de uma grande compactação da matéria prima no processo de fabricação, o que demanda então a utilização de materiais colantes que garantam uma aderência química. Outro fator não colaborador da aderência mecânica é a conformação do tardoz das peças de porcelanato que, como ainda não são produzidas especificamente para as superfícies de fachada, não possuem saliências facilitadoras de ancoragem. Em algumas cerâmicas este tardoz é denominado “rabo de andorinha”. O SISTEMA COLANTE As etapas e procedimentos de fixação de porcelanato em fachadas com argamassa colante não diferem muito dos sistemas cerâmicos com peças comuns. O sistema (figura 2) é composto por:  Alvenaria  Colocação de tela nas áreas de conflito  Chapisco  Emboço (camada de regularização)  Impermeabilizantes  Argamassa colante para porcelanato ou colas especiais  Porcelanato  Juntas de assentamento (peças) e de movimentação (panos), dessolidarização e estruturais  Rejuntamento e seladores  Limpeza
  • 5. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501305 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. Chapisco Emboço Argam assa colante Porcelanato Viga T metálic a ela Junta de dessolidarização (aqui também com o junta de m ovimentação) Mastique Tarugo de poliestireno Junta assentam ento e rejunte Figura 2 – Corte do sistema cerâmico As argamassas colantes normalizadas não são adequadas para o uso do porcelanato em fachadas. As cerâmicas ensaiadas têm valor de absorção de água elevados em comparação ao porcelanato. Como o porcelanato tem de 0 a 0,5% de absorção de água, estas argamassas não garantem a aderência deste produto. As argamassas normalizadas são classificadas da seguinte forma: Classificação das argamassas colantes (NBR 14081 - Especificação): • AC-I - Interior: Argamassas com características de resistência às solicitações mecânicas e termoigrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção daquelas aplicadas em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais. • AC-II - Exterior: Argamassa com características de adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes externas decorrentes de ciclos de flutuação térmica e higrométrica, da ação da chuva e/ou vento, da ação de cargas como as decorrentes do movimento de pedestres em
  • 6. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501306 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. áreas públicas e de máquinas ou equipamentos leves sobre rodízios não metálicos. • AC-III - Alta Resistência: Argamassa que apresenta propriedades de modo a resistir as altas tensões de cisalhamento nas interfaces substrato/adesivo e placa cerâmica/adesivo, juntamente com uma aderência superior entre as interfaces em relação às argamassas dos tipos I e II: é especialmente indicada para uso em saunas, piscinas, estufas e ambientes similares. • AC-III-E - Especial: Argamassa similar ao tipo III, com tempo em aberto estendido. As argamassas colantes para porcelanato devem ser argamassas que contenham aditivos e polímeros que garantam a aderência química da peça, já que, como mencionado anteriormente, a impermeabilidade da peça dificulta a ancoragem mecânica. De forma geral estes aditivos são resinas sintéticas orgânicas como as resinas celulósicas (retentor de água e plastificante) , vinílicas, acrílicas e estirenos. Estas últimas com a função de melhorar a capacidade de absorver deformações e aderência. As poucas argamassas colantes específicas para porcelanato surgidas recentemente no mercado são principalmente adequadas para assentamento em piso. Para o assentamento em fachadas são recomendadas limitações de altura – algumas limitando até 3m do piso - assim como a limitação de dimensões de peças, sendo esta de no máximo 30x30cm. Neste presente quadro, o processo projetual torna-se extremamente limitado e a vida útil arriscada. Outro procedimento de colagem seria os adesivos de base não cimentícia, também chamados de adesivos de resina de reação – uma mistura de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos orgânicos, na qual o endurecimento acontece por reação química. Um exemplo é o epóxi. Estes adesivos possuem o inconveniente de um custo elevado, mas que poderiam estar suprindo a necessidade de uma fixação mais segura.
  • 7. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501307 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. O SISTEMA DE FIXAÇÃO MECÂNICA Os sistemas mecânicos de fixação de cerâmicas em fachadas, inclusive porcelanato estão despontando nas pesquisas e mercado nacional. Por se encontrar neste estágio, os custos são elevados e o sistema ainda desconhecido pela maioria dos profissionais especificadores de cerâmica. Em países como a Itália este é um sistema muito usual. Considerando as vantagens do sistema temos a possibilidade de aplicação de peças de grandes dimensões, sem o risco de desplacamento. Além disto o sistema possibilita a criação das chamadas “fachadas ventiladas” devido a possibilidade de execução dos painéis a distâncias variadas da alvenaria, criando uma camada de ar que colabora com o conforto térmico do edifício. As possibilidades de fixação são basicamente duas: • Sistema com ganchos: consiste basicamente no encaixe do porcelanato (de tamanhos desejados) em peças que possuem quatro pequenos ganchos apoiando e encaixando a peça em quatro pontos. Cada peça, de inox, fica na interface de duas peças de porcelanato Estas peças são parafusadas em estruturas portantes (Figura 3). Suporte alumínio Braçadeira sustentação suporte alumínio. Gancho Figura 3 – Detalhe estrutura portante • Sistema de Peças Aparafusadas: Os componentes de fixação são basicamente os mesmos. A principal diferença está na colocação das peças. Estas são produzidas com furos no tardoz onde são inseridos os parafusos. Os parafusos serão acoplados em outro componente de transferência para os trilhos
  • 8. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501308 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. horizontais e verticais, assim como no sistema anterior. Os trilhos regulam as distâncias entre as peças (Figura 4). . Trilho Parafuso Figura 4 – Detalhe sistema com peças aparafusadas CONCLUSÃO Porcelanatos são interessantes e adequados para aplicação em fachadas pelas características técnicas e estéticas que apresenta. A aplicação do porcelanato ainda sofre com a transição dos métodos e materiais. Pesquisas sobre a aplicação de porcelanato e os materiais constituintes do sistema que estará inserido estão despontando e em crescimento, mas o momento ainda é de dúvida e insegurança no ato de projetar, especificar e executar. As fachadas apresentam maiores desafios na trajetória que objetiva a eliminação de patologias, principalmente com o temido desplacamento, que neste ambiente pode vir a causar acidentes extremos. A solução desta problemática está na dependência de desenvolvimento de argamassas colantes e adesivos específicos para porcelanato com custos compatíveis ao mercado, além do respaldo de uma normalização. Os sistemas mecânicos, muito interessantes, principalmente quando se trata de peças de grandes dimensões, como vêm sendo produzidas, despontam vagarosamente e poderão ser um grande aliado projetual. Paralelo a este
  • 9. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501309 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. desenvolvimento tecnológico e criação de normas existe o desafio do desenvolvimento de uma mão-de-obra qualificada. BIBLIOGRAFIA ABCCO REJUNTABRÁS – BOLETIM TÉCNICO, 1998: ABCCO REJUNTABRÁS – Sistema de Revestimento Cerâmico, setembro 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante: procedimento NBR 13755. Rio de Janeiro, 1996 11p. Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica – Especificação – NBR 14081. Rio de Janeiro, 1998a AMERICAN NATIONAL STANDARD. Ceramic Tiles grouts: specifications – A – 118.6. New York, ANSI, 1992. BRITISH STANDARDS INSTITUTION BIFFI, Giovanni – Grès Porcelanato: tecnologia, produzione, mercato – Editoriale Faenza, ( ). BRASILIANO, Ana Emília; BIANCHI, Flávia Regina; TRISTÃO, Fernando Avancini – Normalização dos materiais para revestimentos cerâmicos. CALHAU, Eduardo Loureiro – Normalização: procedimentos e execução em revestimentos cerâmicos. . CAVANI, Gilberto R. – Argamassa colante, características e utilização ELIANE – Manual técnico de assentamento: Fachada. ELIANE – Manual de assentamento de cerâmica em fachadas, PINI, São Paulo, 1994, 22p.. ELIANE – Manual técnico de assentamento: Grés Porcelanato. HECK, Clarice – Grés Porcelanato –Cerâmica Industrial n o.4/5, ago/dez 1997, ABC, págs 21-24. tecnológicos – Cerâmica Industrial, maio/junho 1998.
  • 10. Anais do 45º Congresso Brasileiro de Cerâmica 0501310 30 de maio a 2 de junho de 2001 - Florianópolis – SC. OLIVEIRA, Antônio P. N. – Grês Porcelanato: aspectos mercadológicos e PEREIRA, Paulo Marcio A.; TRISTÃO, Fernando Avancini – Estudo do tempo em aberto de argamassas colantes em obras. PORTOBELLO – Manual de assentamento de revestimentos cerâmicos: fachadas, versão para obra. PORTOBELLO – Catálogo Geral 1998 Porcelanato da linha Graniti reveste fachada do Curitiba Trade Center, AU (arquitetura e urbanismo)n º76, fev/mar 1998, PINI, pág 11. QUARTZOLIT – Catálogo Geral de Produtos, dez/1998 TRISTÃO, Fernando Avancini – Desprendimento de revestimentos cerâmicos de fachadas. FAÇADE WITH FINE PORCELAIN STONEWARE TILES: THE SET OF PROBLEMS AND POSSIBILITIES OF INSTALLATION ABSTRACT The façades demand more and more the use of materials that win the constant and brusque actions exerted by the nature. In this direction, the ceramics tiles have contributed increasingly. The application techniques come mainly dribbling the pathologies created for the brusque changes of temperature and humidity. The main techniques of fixing are and glues and, blunting in the national research, the mechanical fixings. In this context is the fine porcelain stoneware tile, a top ceramics with technical profile compatible to the combat to the external actions in the façades. However, the prominent feature of this part, impermeability, is the main problem of its application in façades. On the one hand by the indefinition and lack of normalization of Dry-Set Mortar and glues that guarantee the chemical adhesion of the fine porcelain stoneware tile. On the another one, for the lack of a national option on mechanical systems of installation. KEY-WORDS: fine porcelain stoneware tile, façade, fixing/installation, covering.