O revestimento das armaduras de aço-carbono das estruturas de concreto é uma técnica de proteção contra corrosão bastante difundida em muitos países. Usualmente, é adotada em obras de grande responsabilidade, especialmente naquelas em a sua estrutura está exposta a um ambiente de média a forte agressividade. À semelhança das outras técnicas de proteção, esta também é adequada para estruturas com restrição à manutenção, em elementos pré-fabricados ou em concreto aparente, colorido ou não. Em geral, o revestimento da armadura é feito por zincagem a quente (galvanização a fogo) ou por aplicação de uma pintura epoxídica (Fusion Bond Epoxy - FBE). Estes dois tipos de revestimento são apresentados neste trabalho, sendo discutidos parâmetros importantes relacionados à produção e à capacidade de proteção contra a corrosão oferecida às estruturas de concreto.
GALVANIZAÇÃO E PINTURA EPOXÍDICA DE ARMADURAS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO COMO PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO
1.
2. GALVANIZAÇÃO E PINTURA EPOXÍDICA DE
ARMADURAS DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO COMO PROTEÇÃO CONTRA
CORROSÃO
Adriana de Araujo; Zehbour Panossian
3. Porque a necessidade de proteção das estruturas
de concreto contra a corrosão?
▪ VAYBURD e EMMONS (2000): em ambiente agressivo, um
processo de degradação pode ocorrer em um curto
intervalo de tempo. A estratégia é adotar concreto de
qualidade e adicionar proteção.
▪ DHIR et al. (1991): a especificação do concreto não é um guia
da provável durabilidade da estrutura. Somente as
características do concreto (fck, %Cimento, a/c) não
garantem uma adequada durabilidade em ambiente
contaminado com cloreto.
▪ ACI 222.3R (2003): estruturas marinhas, como píeres,
são vulneráveis à corrosão. Por causa deste risco, outras
proteções podem ser requeridas.
INTRODUÇÃO
ALÉM DISSO... não há garantia de adequada execução,
cura, transporte, uso e manutenção!
4. CLORETOS
•consequência quebra localizada da
camada de passivação.
DIÓXIDO DE CARBONO (diminuição
da alcalinidade, carbonatação)
•consequência dissolução
generalizada da camada de
passivação.
Principais causas
Consequências da corrosão:
✔ Interrupção de serviço para manutenção
(paliativas e de custo progressivo).
✔ Redução da vida útil e da funcionalidade.
INTRODUÇÃO
5. TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS
ARMADURA
métodos eletroquímicos de proteção
proteção superficial por película
armaduras resistentes à corrosão
zincagem da armadura
proteção catódica
desalinização e realcalinização
pintura epoxídica da armadura
aços ferríticos especiais
aços inoxidáveis: austeníticos
super-austeníticos
dúplex
AÇÃO SOBRE
O CONCRETO
↓ a/c; ↑ cobrimento
↓ fissuração; ↓ capilaridade
Monitoramento
do
concreto
e
da
armadura
do ponto de vista físico
↑ reserva alcalina; ↑ fixadores de Cl-
inibidores de corrosão etc.
do ponto de vista químico
Traç
o
Ciment
o
Adição
Aditivo
pinturas sobre o concreto
6. ZINCAGEM DA ARMADURA
IMERSÃO A
QUENTE
METALIZADA
ELETRODEPOSIÇÃO
PROTEÇÃO CATÓDICA POR FILME
Tecnologia aplicada
há mais de 50 anos
em estruturas de
concreto no
exterior (Bermuda
Estados Unidos e
Inglaterra).
Nova tecnologia, composto contendo
96 % de micro partículas de zinco
atomizado no filme seco, com elevada
flexibilidade e resistência a impacto.
8. ✔ Proteção por barreira, isolando o aço-carbono do meio.
✔ Anodo de sacrifício, sendo consumido preferivelmente
aço em locais de sua exposição.
✔ Preenchimento de vazios e capilares do concreto pelos
produtos de sua corrosão (diminuição da permeabilidade
do concreto).
Revestimento (camada de zinco puro e de
intermetálicos zinco e ferro) obtido por
imersão em zinco fundido:
9. pH 8 a 12,5
Barreira protetora
Adequado para
concreto carbonatado
(dióxido de carbono)
Extensão da vida útil
10. Concreto com Cl-
> Tcrít Cl- = 2, 5 vezes maior que o ferro
Adequado para
concreto com cloretos
Extensão da vida útil
4 a 5 VEZES
11. Cromatização mandatória (apesar das questões ecológicas)
Reparo em 1 % da área revestida (a cada 0,3 m do comprimento)
Dobras: barras aceita defeitos e em telas não (dobramento a 180º)
ISO 14657
(2005)
zincagem de
barras, fios e
telas soldadas
Classe A
≥ 6,0 mm 84 µm
≤ 6,0 mm 70 µm
Classe B
qualquer Ø
42 µm
Classe C 20 µm
ASTM A767
(2009)
zincagem de
barras
Classe I
= 10,0 mm 128 µm
≥ 13,0 mm 150 µm
Classe II ≥ 10,0 mm 85 µm
ASTM
A1060 (2010)
zincagem de fios
e telas soldadas
por batelada.
Grade 65 4,8 Ø < 6,4 mm 64 µm
Grade 80 ≥ 6,4 mm 84 µm
Grade 100 ≥ 6,4 mm 100 µm
Espessura do revestimento da armadura zincadas por imersão
a quente estabelecida por normalizações estrangeiras
12. Proteção superficial por película
Pintura epóxi
Tecnologia aplicada
há mais de 50 anos
em estruturas de
concreto no
exterior (Bermuda
Estados Unidos,
Canadá e
Inglaterra).
Nova tecnologia, barras
metalizadas e com
pintura epóxi (2008:
norma ASTM A1055)
ZINCAGEM +
PINTURA EPÓXI
14. FBE (Fusion Bond Epoxy) : pintura eletrostática
com resina epóxi em pó que é submetida a cura a
temperatura elevada
✔ Proteção por barreira, isolando o aço-
carbono do meio. Usada inicialmente para
corrosão por sal de degelo e, depois, uso
estendido para estruturas expostas à
atmosfera marinha.
NACE SP0187: barreira ao ingresso da H2O, Cl- , O2
15. FBE (Fusion Bond epoxy):
✔ Inicialmente, a pintura apresentava muitas falhas
de qualidade e de aplicação e era manuseada
sem critério (falhas mecânicas).
✔ Década de 90: melhoria da qualidade do barras
revestidas, cuidados na produção, no
armazenamento, no transporte e montagem das
armaduras.
16. Pintura não flexível e flexível (sem defeitos visíveis a olho desarmado em
ensaio de dobramento, 180º)
Área reparada: 1 % da pintura, a cada 0,3 m do comprimento
Verifcação de falhas: máximo de três holidays por metro
Espessura do revestimento da armadura por pintura
eletrostática estabelecida por normalizações
estrangeiras
Classe B
Classe A
pintura de fios
e telas
ASTM A884
(2006)
≥ 19 Ø ≤ 57 mm
≥ 10 Ø ≤ 16 mm
pintura de barras
ASTM A775
(2007b)
qualquer Ø
pintura de barras,
fios e telas
ISO 14654
(1999)
qualquer Ø
-
-
≥ 450 µm
≥ 175 µm
175 µm até 400 µm
175 µm até 300 µm
170 µm até 300 µm