O documento discute o significado e origem da filosofia, como amizade com a sabedoria. Também aborda como o conhecimento se tornou democrático na Grécia Antiga e os primeiros filósofos pré-socráticos que buscavam explicar o mundo através de elementos da natureza. Por fim, fala sobre Sócrates e como ele se preocupava com questões morais.
1. Antes de falarmos de Filosofia, precisamos
saber o que ela é, o que significa. Etimologicamente, o
termo Filosofia vêm das palavras gregas “philos”, que
significa amizade, e “sophia”, que quer dizer sabedoria.
Portanto, Filosofia é a amizade com a sabedoria. Ora,
então podemos que o filósofo é o amigo do saber ou
da sabedoria, ou seja, é aquele que tem “sede” de
conhecimento.
2. Diversas civilizações antigas tiveram muito
conhecimento sobre o mundo e o universo. Porém, o
conhecimento era mantido nas mãos de poucos, dos
sacerdotes dessas civilizações. Foi na Grécia Antiga que o
conhecimento se tornou democrático, ou melhor,
democratizado. A palavra democracia, assim como
filosofia, também deriva de duas palavras gregas: “demos”,
que significa ‘povo’, e “kratos”, que significa ‘governo’.
Mais adiante, veremos que os filósofos clássicos
Platão e Aristóteles não gostavam da democracia como
forma de governo. Para eles, a melhor forma de governo
seria a Aristocracia, isto é, o governo dos melhores.
3. O objeto de estudo da Filosofia, pode-se
dizer, é o pensamento, são as ideias, os
conceitos sobre a realidade.
4. Se entendermos a Filosofia como a atividade
de pensar, a resposta é sim. Na história da
humanidade, os homens sempre pensaram, de
alguma forma.
Antes de tudo, temos que entender que,
antigamente, não existia a separação entre ciência e
filosofia. Tudo era Filosofia ou ciência natural.
5. Antes do pensamento filosófico-científico, o
mundo era explicado através dos mitos. Você já
ouviu falar em Mitologia? O que isso significa?
A palavra mito vem do grego “mythos” e
significa fábula, e até mentira em alguns casos. Os
personagens principais dos mitos gregos são os
deuses.
Podemos dizer, portanto, que o mito grego tem
duas características fundamentais, que são: a
tentativa de explicar um fenômeno qualquer e a
presença de forças ou seres sobrenaturais (deuses).
6. Na Grécia Antiga, acreditava-se em vários deuses.
Isso significa dizer que o povo grego antigo era
politeísta. “Poli” é uma palavra grega e significa ‘muitos’;
“theo”, que também é grego, significa ‘deus’. Portanto,
muitos deuses.
No Brasil atual, por exemplo, tanto a cultura
quanto as diversas religiões existentes, podem ser
consideradas monoteístas, pois acreditam num único
deus.
7.
8. É o deus grego primordial. Representa a
desordem inicial do mundo, portanto, é
considerado o deus da desordem, como o
próprio nome já sugere.
9. É considerado o pai de todos os deuses e dos
homens, além de ser o deus do céu e do trovão.
Teve diversas esposas e casos com deusas e
humanas.
10. É considerado o deus da razão, da clareza, do
sol, da luz da verdade.
11. É a deusa da sabedoria, da inteligência. É
também a deusa virgem e padroeira da cidade
de Atenas, capital da Grécia.
12. É o deus supremo dos mares e também dos
terremotos.
13. Ainda sobre a Grécia Antiga, mas sem
esquecer o momento atual, falaremos de senso
comum. Mas o que significa isso?
Senso comum é também chamado de
conhecimento espontâneo, que todos temos e
usamos nos aspectos comuns do nosso viver. O
senso comum é um sistema de conhecimento sem
métodos de transmissão ou recebimento; e é
transmitido e recebido sem ser enquadrado num
sistema. Portanto, é ametódico e assistemático. É,
também, um conhecimento empírico, pois é
resultado da experiência.
14. A ciência, por sua vez, também é
empírica, pois precisa fazer experimentos
para chegar a determinadas conclusões.
Porém, diferentemente do senso comum, ela
tem seus próprios métodos e sistemas de
trabalho.
Muitas vezes o senso comum evolui
para um conhecimento científico, tornando-
se, assim, uma ciência.
15. Se houve um tempo em que tudo era
explicado através do mito e do sobrenatural,
também houve um tempo em que os homens
começaram a fazer questionamentos acerca do
mundo e da natureza. Estes homens foram
considerados os primeiros filósofos-cientistas.
Vejamos alguns dos principais filósofos pré-
socráticos e seus archés (princípios, em grego):
16. Ao observar a natureza, percebeu que tudo o
que morre, seca, que todos os seres vivos têm a
água como base da vida. Por isso, afirmou que
“tudo é água”. Foi considerado o primeiro
filósofo (dito assim por Aristóteles).
17. Foi discípulo de Tales. Considerava como
elemento primordial, formador de tudo, o ar
(pneuma, em grego).
19. É o filósofo do “tudo passa” (panta rei) e da
frase clássica “não se pode pisar duas vezes no
mesmo rio”. Acreditava que o fogo era o
princípio de tudo.
20. Acreditava na união dos quatro elementos.
Portanto, para ele, o princípio de tudo era a
união da água, terra, fogo e ar.
21. Acreditava que o princípio de tudo era o
ápeiron, que em grego significa indeterminado.
Portanto, para ele, tudo é formado por algo que
não possui forma.
22. Tinha como o princípio de tudo o átomo, que
significa indivisível. As coisas, para ele, são
formadas por partículas tão pequenas que não
podem mais ser divididas; um turbilhão de
átomos.
23. Assim, os filósofos pré-socráticos
também foram considerados filósofos
da natureza, pois suas cosmologias
eram baseadas em um elemento da
natureza. Cada um deles tinha um
elemento que usava para explicar o
mundo.
24. Abandonou a preocupação com a natureza,
preocupando-se com questões morais;
Sua preocupação era definir conceitos morais,
tais como justiça, virtude, coragem, bom, belo,
etc.; responder à pergunta “o que é?”;
Utilizava dois métodos de ensino:
1) a ironia, que em grego significa perguntar; e
2) a maiêutica, que em grego significa parteira.
Sócrates se considerava um parteiro de ideias,
“dando a luz as ideias”.
[Continua...]
25.
26. A ciência estuda os fatos concretos, é baseada em
dados experimentais (empírica). A filosofia, por
sua vez, tem como objeto de estudo as ideias, os
pensamentos e os conceitos sobre a realidade
estudada pela ciência.
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27. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da
história da filosofia. São Paulo (SP): Companhia das
Letras, 1995. 555p.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da
filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 10. ed.
Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 298 p.
Filosofia – Bloco C. Módulo 1 do Ensino Médio.
MATRIX. Direção: Andy e Lana Wachowski. Warner
Bros. Pictures. 1999. 136 min.