1. Poderosa e sagrada, a música foi criada
para louvar o Criador e todos os
pensamentos gerados por ela devem
ser inspirados no reino de Deus
OQUEÉ
MÚSICA?
louvai
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ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN
Lúcifer não criou a música e ela não
teria nenhum sentido e importância
para ele se não fosse parte da natureza
divina e humana
Társis Iraídes é pastor e Conselheiro
Espiritual da Escola Bíblica da Rede
Novo Tempo de Comunicação
2. uantas vezes você já passou pela experiência de escu-
tar lindas canções e ver lágrimas verterem? A música
é a linguagem da alma. Existem sentimentos e pensa-
mentos que só a música é capaz de despertar. Chama-
mos de música os sons e ritmos organizados em ideias ao longo
do tempo, mas cada música possui uma linguagem especí�ica, o
que deveria torná-la única. Digo isso porque a padronização dos
estilos musicais nem sempre é bené�ica à própria música, por
isso, como pressuposição, deveríamos procurar fazer de tudo
um pouco, dentro dos limites de nossa fé em Cristo. É grande o
desa�io da inovação, de um “Cântico Novo”. A música do homem
é um assunto tão vasto quanto o estudo de sua própria mente e
não podemos limitar sua compreensão a essas poucas linhas ou
a artigos, nem reduzir sua grandeza ou menosprezar o seu valor
e importância. Vamos analisar alguns conceitos fundamentais
da música cristã. Veja:
1 - Música é o meio mais e�iciente escolhido por Deus
para a condução dos nossos louvores até Ele. “É através
da música que os nossos louvores se erguem Àquele que é a
personi�icação da pureza e harmonia” (Mensagens Escolhidas,
vol. 3, p. 334 e 335).
2 - É estética, a forma, o conduto e um recurso divino a
�im de despertar nosso interesse e atenção. “… a música deve
ter seu lugar em nossos cultos. Isto acrescentará o interesse nos
mesmos” (Evangelismo, p. 150).
3 - Sentimentos e emoções expressos por meio de sons.
“A mãe... não tem..., como o músico, de exprimir em melodia um
belo sentimento” (A Ciência do Bom Viver, p. 378 e 379).
4 - É decoração e arte. “A música é excelente. As belas e
graves notas do órgão... não podem deixar de impressionar a
mente com profundo respeito e reverência” (O Grande Con�lito,
p. 566).
5 - É um maravilhoso dom. “De todos os dons que Deus
tem dado ao homem, nenhum é mais nobre… É com a língua
que convencemos e persuadimos; com ela elevamos uma oração
e oferecemos louvor a Deus…” (E Recebereis Poder, Meditação
Matinal 1999, p. 216).
Outro dia vi um grande músico brasileiro em um programa
de TV. O apresentador pediu que ele tocasse alguns de seus
sucessos, e um dos músicos do programa o interrompeu para
pedir sua música predileta. Ele cantou a letra de cabeça e com
muito prazer. Enquanto o compositor dizia à produção que
aquela música não deveria ter sido pedida, o baixista respondeu
prontamente: “É que essa é sua obra mais perfeita. Ocorreu aqui
uma simbiose entre música e poesia”. Simbiose signi�ica que há
uma inter-relação obrigatória entre os organismos envolvidos.
Como já vimos, louvor não é música, mas quando falamos da
“música divina”, pressupõe-se que existe uma relação íntima e
obrigatória entre um elemento e outro.
A música não possui um �im em si mesma, não é o louvor
e muito menos possui caráter intercessor. Também não é uma
penitência para a salvação, apesar de muitos a considerarem
assim inconscientemente. Ela deve conduzir, revestir e dar
beleza aos nossos louvores.
Origem
A música é de origem celestial, possui muito poder e é
sagrada. Por quê? Porque foi feita para louvar ao Senhor. A
harmonia, pensamentos e sentimentos gerados por ela devem
ser inspirados pelo céu. Quando cantamos com emoção e razão
estamos prestando um grande auxílio aos cultos na casa de
Deus, por isso, a música também é um instrumento espiritual.
Esse instrumento, quando inundado pelo amor de Deus, não
pode ser sobrepujado nem igualado e é certo que esse tipo de
música é superior a qualquer outra em seus efeitos espirituais
e à palavra falada em qualquer de suas formas. (Veja Mensagens
Escolhidas, vol. 3, p. 334 e 335; Jó 38:4-7 e Ezequiel 28:12-13).
Existe uma mente superior que controla todos os elementos
sonoros no universo. Outro aspecto muito importante é que não
existe música sem um meio de propagação, muito menos sem o
ser humano. Atentemos para as estruturas musicais que Cristo
colocou em nós: a mente, o ouvido, os pulmões, os braços e os
dedos, as pernas, entre outros. O ser humano nasceu para a
música e vice-versa. Nesse sentido, ela é plenamente humana
e existe por causa das pessoas e não o contrário.
Lúcifer não criou a música e ela não teria nenhum sentido
e importância para ele se não fosse parte da natureza divina e
humana. Cristo é o grande músico do universo, o maior e mais
excelente, criador de todas as artes. É por isso que o inimigo
abomina nossas músicas de adoração e nossas ofertas de louvor.
Compete aos demônios impedir nossa adoração e desviá-la de
quem realmente possui o merecimento de recebê-la: Cristo, “o
Cordeiro que foi morto” (Apocalipse 5:12).
A música deve fazer bem à nossa alma, pois representa o
amor e bondade divinos. “O amor de Cristo no coração é reve-
49REVISTA MAIS DESTAQUE
Q
Competeaosdemôniosimpedir
nossaadoraçãoedesviá-ladequem
realmentepossuiomerecimentode
recebê-la:Cristo,“oCordeiroquefoi
morto”(Apocalipse5:12)
3. louvai
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ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN
Utilizarcantores
simplesmente
paraatrair
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prejuízoparao
evangelho
REPROVADO
REPROVADO
lado pela expressão de louvor” (Exaltai-o, Meditação Matinal, p.
85). Não falo simplesmente de prazer musical, mas de um bem
�ísico, mental e espiritual. Toda produção humana é humana
em sua essência: “Do homem são as preparações do coração…”
(Provérbios 16:1). A música e a pregação são ações humanas,
apesar de serem motivadas e movidas pelo poder e in�luência
do Espírito Santo.
Propósito
Particularmente, gosto muito de marketing porque creio ter
tudo a ver com o que faço. Outro dia estava em uma pizzaria e
�iquei pensando em como criar um slogan para gravar deter-
minada marca na mente das pessoas. A mídia faz isso todos os
dias. Vende mentiras e dissemina a morte em lentos venenos.
O maior desa�io e mais nobre propósito da música religiosa é
gravar a verdade na mente das pessoas e ainda tem outro papel:
conduzir adoradores ao grande doador da vida preparando-os
para a eternidade.
Nos textos a seguir veremos que a música, além de ser
um ministério, tem grande poder. “Há poder no ministério do
cântico” (Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p. 547).
“A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de
voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos
na conversão de almas” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 195).
“O ato de cantar é tanto uma adoração a Deus como o ato de
pregar” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 333).
Muitas igrejas estão com a adoração destruída por falta de
compreensão dessas verdades. As pessoas que mais pretendem
falar de louvor e adoração não possuem o verdadeiro espírito
do louvor. Mateus 21:16 diz: “... Pela boca dos meninos e das
criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” Qual é o signi-
�icado desse verso? As crianças de peito são puras. Dependem
totalmente da mãe para viver e estão constantemente grudadas
em seu corpo. Esse é o sentido do louvor. O que vemos por aí
é exatamente o contrário: pessoas amargas, birrentas, incom-
preensíveis e controladoras representando um falso deus e
um falso evangelho. Não podemos �icar inventando conceitos
sobre o ministério da música simplesmente por não saber o que
fazer com ele. Todos nós possuímos obrigações impostas por
Deus para exercer nesse santo ministério, e isso não deve ser
negligenciado. Nossos conceitos devem ser fundamentados na
palavra da verdade e não em modismos, pensamentos pessoais
ou emoções.
Santidade X Prazer
O prazer estético que a música e outros vários elementos
do culto, inclusive a pregação, causam no ser humano não de-
vem ser confundidos com o poder de Deus. Não existe poder
no prazer estético, contudo, por meio de músicas sublimes e
envolventes, podemos encontrar com o Senhor do nosso culto
e assim ter uma experiência real e verdadeira com Ele. Mais do
que qualquer povo, os adventistas devem usar a música com
propósito. Utilizar cantores simplesmente para atrair o público
é um grande prejuízo para o evangelho. Devemos desenvolver
o ministério da ministração do louvor. Satanás está tentando
dizer que a falsa adoração está na música a �im de desviar-nos
da verdade da falsa adoração. Ele não quer que sigamos can-
tando verdades eternas.
Problemas musicais
A raiz dos problemas musicais do homem está dentro dele
mesmo. É notório que o mercado da música tem criado forma-
tos especí�icos para as pessoas, chegando até mesmo a criar e
impor necessidades inexistentes. Esses formatos estão intima-
mente relacionados às necessidades do ser humano. Geralmen-
te, as pessoas imaginam que essas coisas saem da cabeça dos
compositores ou das intenções das grandes gravadoras. Existe,
porém, outra realidade. O compositor, empresário ou qualquer
pessoa que tenha o mínimo de percepção, sabe que as músicas
que mais fazem sucesso são as que conseguem re�letir o inte-
rior das pessoas. Uma música é relevante quando descreve as
realidades da vida. Essa é uma arma poderosa tanto para o bem
quanto para o mal. É por isso que Ellen White diz: “Uniram-se
num inspirado cântico de sublime eloquência e grato louvor”
(História da Redenção, p. 125).
O medo é uma poderosa ferramenta nas mãos de Satanás.
“Mas, quanto aos tímidos… a sua parte será no lago que arde
com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Apocalipse
21:8). Muitos querem promover o céu por meio do medo. O
medo do juízo, da glória fulminante divina. Não estou falando
de prepotência nem irreverência, mas de uma santa ousadia.
Na cruz, Cristo escancara as portas da nossa relação com ele.
É “con�iadamente” que devemos entrar em sua presença, diz
Paulo. Não existe privilégio tão sublime e santo do que este. Sa-
tanás é derrotado com as nossas canções de louvor, então, por
que ele quer a nossa música sagrada? Por que ele quer nosso
mais con�iante louvor? “A alma pode ascender para mais perto
do céu nas asas do louvor... Cheguemos, pois, com reverente
alegria a nosso Criador, com ‘ações de graças e voz de melodia’
(Isaías 51:3)” (Caminho a Cristo, p. 103 e 104).