O número de pessoas que quitaram suas dívidas no primeiro trimestre de 2022 caiu 2,30% em relação ao ano anterior, com queda de 5,27% em março. A desaceleração econômica, inflação e alta dos juros dificultaram o pagamento das dívidas. O presidente da CNDL e a economista-chefe do SPC Brasil avaliam que o cenário econômico brasileiro pode demorar a melhorar e recomendam que os consumidores adotem educação financeira preventiva.

1. Recuperação de crédito fecha o primeiro
trimestre em queda de 2,30%, aponta SPC Brasil
Desaceleração da economia, inflação e alta nas taxas de juros têm gerado obstáculos
para o consumidor quitar suas dívidas. No mês de março, a retração foi de 5,27%
A piora do cenário macroeconômico reflete-se cada vez mais na vida financeira
dos consumidores. No primeiro trimestre deste ano, o número de pessoas que
quitaram suas dívidas diminuiu 2,30%, em relação ao mesmo período do ano
passado. Em março, a queda foi de 7,62%, em relação ao mesmo período do
ano passado. Os dados são do indicador de recuperação de crédito do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL).
O indicador mostra ainda que a situação não é diferente na comparação com
fevereiro deste ano: o número apresentado no banco de dados ao qual o SPC
Brasil tem acesso no mês de março trouxe uma queda de 5,27%. Em janeiro e
fevereiro, o mesmo indicador mensal registrou baixas de 5,15% e 2,69%
respectivamente.
Indicador de Recuperação de Crédito
Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, além da crescente inflação e da
alta da taxa de juros no país, o consumidor tem sentido também os efeitos do
menor crescimento da massa salarial e do aperto fiscal, que contribuem para a
piora no cenário da recuperação de crédito. “Por essas razões, o consumidor está
com mais dificuldade para pagar suas dívidas em atraso”, completa Pinheiro.
A economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que o atual cenário
econômico brasileiro ainda pode demorar a melhorar. “Essa piora recorrente

2. mostra que 2015 é um ano reativo, ou seja, é o momento de o consumidor fazer
reservas financeiras, adotar a educação financeira preventiva e buscar sempre
pelo pagamento à vista”, alerta a economista.
Baixe a série histórica em: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-
economicos
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