Este poema encoraja o leitor a olhar para além de suas próprias tristezas e circunstâncias, apreciando as belezas do mundo como o céu azul e o mar quente. Apesar das dificuldades da vida, a natureza continua seu curso e a luz da lua e do sol permanecem, trazendo esperança.

1. "Vive!" Avanço automático

2. Levanta os olhos e vê E se não vires, imagina O azul forte do céu, O azul quente do mar…

3. Estás em casa fechado, Estás triste, acabrunhado, Preso a uma triste rotina… Como um pássaro isolado, Bate as asas, meu Irmão…

4. Tens a imaginação Que Deus, Poeta, Pintor, Supremo Artista do Amor, Nos pôs à disposição…

5. Com essas asas, repara… O Céu vai escurecendo E o mar vai recolhendo Os raios do sol poente…

6. O calor vai abrandando, Sopra agora leve brisa E a noite vem chegando E a irmã lua, poetisa…

7. Do outro lado do mundo Já nasce o sol, meu Irmão! E nós, aqui deste lado, Presos desta escuridão…

8. Presos? Libertos? Que importa? Fica a gente como morta Quando a vida corre mal…

9. Mas se a Terra continua A girar indiferente, Se a luz da lua flutua E o sol, aquecendo a gente, Vão cumprindo as leis da vida E da morte…

10. Que direito temos nós De travar o movimento? Chora, Irmão, no desalento E ri quando sopra o vento Da alegria que te vem…

11. Vai mais além, mais além Da noite que te assustou, Do dia que está p`ra vir, Da neve que te gelou… Bate as asas a sorrir…

12. Mas se as lágrimas cairem, Deixa-as cair à vontade Pois que a chuva sobre a terra Também contém a verdade.

13. És Homem e o Criador, De entre toda a criação, Pintou-Te com mais Amor… Bate as asas, meu Irmão!

14. Texto e formatação de Maria de Aguiar Marçalo Música: “ Clair de lune” de Débussy