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Vinte e Um Contos e Lendas
Culturais e Folclóricas
Para serem Contadas em
Acampamentos antes de
Dormir
“Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis”
Abrantes F. Roosevelt
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Vinte e Um Contos e Lendas
Culturais e Folclóricas
Para serem Contadas em
Acampamentos antes de
Dormir
“Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis”
Abrantes F. Roosevelt
2019
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Prefacio
Nas páginas deste livro, mergulhamos em um mundo onde a linha tênue entre a realidade e a
fantasia se dissolve, dando vida a contos e lendas que ecoaram através dos tempos. Desde
tempos imemoriais, a humanidade encontrou nas narrativas uma maneira de explorar os
mistérios do universo e dar voz a seus sonhos e medos mais profundos. Os contos e lendas que
povoam essas páginas não são apenas histórias isoladas, mas fios de sabedoria e imaginação
que tecem o próprio tecido de nossa cultura.
Ao virar cada página, somos transportados para eras e lugares distantes, onde heróis enfrentam
criaturas míticas, desafiam destinos sombrios e celebram triunfos épicos. Essas histórias
transcendem as barreiras do tempo, perpetuando-se através de gerações, emoldurando nossa
compreensão do que é ser humano e do que é possível nos reinos da imaginação. Dos deuses
do Olimpo aos dragões dos contos de fadas, cada narrativa é uma janela para uma dimensão
alternativa, onde a maravilha e o mistério coexistem.
Mas as lendas não são apenas janelas para mundos imaginários. Elas também são espelhos que
refletem as profundezas da psique humana, capturando anseios, medos e anseios que atravessam
fronteiras culturais. Essas histórias muitas vezes escondem lições morais e filosóficas,
transmitidas de geração em geração como um guia para a conduta humana. Em cada encontro
com um ogro, um cavaleiro destemido ou uma sereia encantadora, encontramos fragmentos de
nossa própria jornada através da vida.
Este livro convida você a se perder nas tramas intricadas das fábulas antigas e das sagas
heroicas. Ele é um tributo às tradições que nos unem como seres humanos e às histórias que
resistiram ao teste do tempo. À medida que navegamos por essas páginas, lembramos que,
embora separados por fronteiras e culturas diversas, nossa paixão compartilhada por contos e
lendas é o que verdadeiramente nos conecta, revelando nossa eterna busca por significado e
maravilha no vasto panorama da imaginação humana.
Abrantes F. Roosevelt
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Preface
In the pages of this book, we delve into a world where the delicate line between reality and
fantasy dissolves, giving life to tales and legends that have echoed through the ages. Since time
immemorial, humanity has found in narratives a way to explore the mysteries of the universe
and give voice to its deepest dreams and fears. The tales and legends that populate these pages
are not just isolated stories, but threads of wisdom and imagination that weave the very fabric
of our culture.
As we turn each page, we are transported to distant eras and places, where heroes confront
mythical creatures, challenge dark fates, and celebrate epic triumphs. These stories transcend
the barriers of time, perpetuating themselves through generations, framing our understanding
of what it means to be human and what is possible in the realms of imagination. From the gods
of Olympus to the dragons of fairy tales, each narrative is a window into an alternate dimension
where wonder and mystery coexist.
But legends are not just windows to imaginary worlds. They are also mirrors reflecting the
depths of the human psyche, capturing desires, fears, and aspirations that cross cultural
boundaries. These stories often conceal moral and philosophical lessons, passed down from
generation to generation as a guide to human conduct. In each encounter with an ogre, a fearless
knight, or an enchanting mermaid, we find fragments of our own journey through life.
This book invites you to lose yourself in the intricate plots of ancient fables and heroic sagas.
It is a tribute to the traditions that unite us as humans and to the stories that have stood the test
of time. As we navigate through these pages, we are reminded that, although separated by
diverse borders and cultures, our shared passion for tales and legends is what truly connects us,
revealing our eternal quest for meaning and wonder in the vast panorama of human imagination.
Abrantes F. Roosevelt
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Livro: Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas para serem Contadas em
Acampamentos antes de Dormir - Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria
em Acampamentos Juvenis”
Gênero: Contos e Lendas
Ano: 2019
Autor: Roosevelt Ferreira Abrantes
Titularidade: Este é um Livro de Titularidade de Roosevelt F. Abrantes
Editora: Editora Lascivinista / Produção e Publicação Independente
Coletânea: Abrantes e Ferreiras
Ano de Finalização Escritural da Obra: 2018
Data da Primeira Publicação deste Livro: 26 de Junho de 2019
Contatos:
End.: Rua Padre Rafael, n° 01
Vila Embratel – São Luís - Maranhão
Proximo a Praça 07 Palmeiras
Cep.: 65081-618 – São Luís – Ma
País.: Brasil / Região.: Nordeste
Tel.: (98) 9 9907-9243 / (98) 9 98449-3346
WhatsApp.: (98) 9 9907-9243 / 98449-3346
E-mail.: rooseveltabrantes@outlook.com
Redes Sociais:
Facebook.: https://www.facebook.com/rooseveltfabrantes
Twitter.: https://twitter.com/rooseveltabrant
Linkendin.: https://www.linkedin.com/in/abrantesroosevelt
Instagran.: https://www.instagram.com/abrantes.roosevelt/
Hotmail.: rooseveltabrantes@outlook.com
Blogger: http://movimentolascivinista.blogspot.com/
Site.: http://movimentolascivinista.com
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Autobiografia
Nome: Roosevelt F. Abrantes
Data de Nascimento: 26/02/1981
Cidade Natal: São Luís
Estado Natal: Maranhão
País: Brasil
Nome do Pai: João Costa Abrantes
Nome da Mãe: Justa Maria de Nazaré Ferreira Abrantes
Cônjuge: Ainda há Procura de um Grande Amor Verdadeiro
Ocupação: Cientista Financeiro, Escritor, Poeta, Contista, Cronista, Fotografo, Grafista,
Iluminarista e Influenciador Digital.
Profissão: Analista Financeiro
Bairro onde Morou na Infância: Vila Embratel
Locais onde Trabalhou: Staff Investimentos do Brasil
Formação Acadêmica: Pós-graduação Completa
Lugares onde Morou: Maranhão, Piauí, Recife, Rio Grande do Norte e São Paulo
Ideologia Politica: Extrema Esquerda
Gosto Musical: MPB, MPM e Rock
Gosto Gastronômico: Tambaqui, Baião de dois, feijão, Arroz, Farinha e Molho de Pimenta.
Religião: Agnóstica
Altura: 1,75 Mts
Etnia / Raça: Negra
Cor da Pele: Preta
Cor dos Olhos: Pretos e Pequenos
Cor dos Cabelos: Pretos, Enrolados e Curto
Postura Física: Reta e Firme
Tipo Físico: Magro, Dedos Pequenos, Pés Pequenos e Pernas Compridas
Tipo Físico Facial: Nariz Afilado, Cabeça Mediana e Queixo Redondo
Trajes Habituais: Camisas Apolo Brancas, Causas Jeans Escura e Tênis branco
Idade Atual: 42 anos
Orientação Sexual: Heterossexual
Heterônimo: Não possuir
Escritor: Roosevelt Ferreira Abrantes
Roosevelt F. Abrantes
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"Não importa o quanto seu coração esteja sofrendo, se você continuar acreditando, o sonho
que você deseja se tornará realidade."
Cinderela
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Agradecimentos
A meu filho amado Cauã Carvalhos Abrantes
A minha Filha Amada Carolina Carvalho Abrantes
A minha Neta Maria Lívia Carvalho Abrantes
·
9
CONTOS & LENDAS
Os Contos e Lendas são duas formas distintas de narrativas que desempenham papéis essenciais
na transmissão de histórias e valores culturais ao longo das gerações. As duas vertentes
narrativas são eximias formas de difusão de mensagens históricas e culturais que valorizam a
passagem e o trajeto do homem sobre a face da terra.
Os Contos são narrativas curtas e concisas que geralmente se concentram em uma única
situação, evento ou personagem. Eles têm a habilidade de capturar a essência de uma história
em um espaço limitado, muitas vezes evocando emoções profundas e oferecendo uma visão
aguda da condição humana.
A brevidade dos contos os torna ideais para a exploração de momentos cruciais ou revelações
surpreendentes. Eles podem abranger uma variedade de gêneros, desde realismo e ficção
científica até horror e fantasia, permitindo que os escritores expressem suas ideias de maneira
concentrada.
As Lendas, por outro lado, são narrativas tradicionais que misturam elementos reais e
imaginários. Elas frequentemente têm origens históricas ou culturais, e podem envolver figuras
heroicas, eventos marcantes ou explicações para fenômenos naturais.
As lendas são contadas para transmitir valores, crenças e tradições de uma comunidade. À
medida que são transmitidas oralmente ou por meio de registros escritos, as lendas podem
evoluir, adquirindo detalhes e nuances que enriquecem a narrativa. Algumas lendas podem se
tornar parte intrínseca do patrimônio cultural de uma região, ajudando a definir sua identidade.
Apesar das diferenças entre contos e lendas, ambos os gêneros compartilham algumas
características fundamentais que os tornam poderosos meios de expressão e comunicação:
1. Transmissão Cultural: Tanto contos quanto lendas desempenham um papel vital na
preservação e transmissão da cultura. Eles encapsulam os valores, crenças e tradições de uma
sociedade, permitindo que esses elementos sejam compartilhados e passados adiante para as
gerações futuras.
2. Reflexão Humana: Tanto contos quanto lendas exploram a complexidade da experiência
humana. Eles tocam em temas universais, como amor, medo, coragem, moralidade e esperança,
proporcionando um terreno fértil para a reflexão sobre o que significa ser humano.
3. Conexões Emocionais: Ambos os gêneros têm o poder de evocar emoções intensas nos
leitores ou ouvintes. Seja através das reviravoltas surpreendentes dos contos ou dos feitos
heroicos das lendas, essas narrativas têm a capacidade de criar conexões emocionais profundas.
4. Criatividade e Imaginação: Tanto contos quanto lendas encorajam a criatividade e a
imaginação. Eles transportam os leitores para mundos diferentes, desafiando-os a visualizar
cenários, personagens e eventos que podem estar muito além da realidade cotidiana.
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5. Mudança e Evolução: Tanto os contos quanto as lendas podem evoluir com o tempo,
adaptando-se a diferentes contextos culturais e sociais. Eles podem ser reinterpretados e
recontados por diferentes autores, resultando em uma rica tapeçaria de versões e variações.
E enquanto os contos são narrativas curtas e focadas que buscam provocar emoções e reflexões
em um espaço limitado, as lendas são narrativas que combinam elementos históricos e
fantásticos, muitas vezes servindo como veículos para a transmissão de conhecimentos culturais
e morais. Ambos os gêneros têm um papel crucial na maneira como compartilhamos e
perpetuamos histórias ao longo do tempo.
Em última análise, tanto contos quanto lendas são pilares fundamentais da narrativa humana.
Eles nos lembram da nossa capacidade inata de contar histórias para transmitir conhecimento,
explorar a imaginação e nos conectarmos com os outros.
Enquanto os contos muitas vezes se concentram em capturar momentos e emoções com
eficiência, as lendas mergulham na profundidade da cultura e da história de uma comunidade.
Juntos, esses gêneros literários contribuem para a riqueza do patrimônio narrativo global.
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OS CONTOS
Os contos são uma jornada fascinante que remonta a tempos ancestrais e que evoluiu ao longo
das eras, dando origem a uma rica tradição literária. Contos são narrativas curtas que exploram
temas universais, muitas vezes envolvendo personagens em situações intrigantes, emocionais
ou fantásticas. A sua origem pode ser traçada até as antigas tradições orais de culturas ao redor
do mundo.
Na antiguidade, os contos eram transmitidos oralmente, passados de geração em geração. Mitos
e lendas de civilizações como os gregos, romanos, egípcios e hindus frequentemente continham
elementos narrativos que se assemelhavam a contos modernos. Com o advento da escrita, essas
histórias foram registradas, permitindo uma maior preservação e disseminação.
A Idade Média trouxe consigo contos de cunho moral e religioso, como as fábulas de Esopo e
as narrativas exemplares dos monges. Com o Renascimento, a popularidade dos contos de fadas
cresceu, com autores como Charles Perrault e os irmãos Grimm criando versões literárias de
histórias que já circulavam no folclore. Esses contos frequentemente transmitiam lições de
moral e valores sociais.
Nos séculos seguintes, a tradição dos contos evoluiu, adaptando-se a diferentes estilos e
abordagens. No século XIX, o movimento romântico deu origem a contos góticos e de terror,
explorando o lado sombrio da psique humana. No início do século XX, autores como Edgar
Allan Poe e H.P. Lovecraft contribuíram para o gênero do conto de horror, enquanto autores
como Anton Tchekhov e Guy de Maupassant desenvolveram o conto realista, enfocando
aspectos cotidianos e psicológicos.
Com o avanço da modernidade, surgiram novos movimentos literários, como o realismo mágico
e o minimalismo, que influenciaram os contos contemporâneos. Escritores como Gabriel García
Márquez e Raymond Carver trouxeram uma abordagem única às narrativas curtas, explorando
a interseção entre o ordinário e o extraordinário.
Atualmente, a história dos contos continua a se desdobrar, abraçando a diversidade cultural e
uma multiplicidade de estilos. A era digital trouxe novas formas de disseminação, com contos
sendo compartilhados em blogs, redes sociais e plataformas de publicação online. A
historiografia dos contos reflete a evolução da sociedade, suas crenças, desafios e perspectivas
ao longo do tempo, permanecendo como uma janela para a alma humana e sua capacidade de
criar e compartilhar histórias cativantes.
Os contos são pequenos universos de imaginação encapsulados em palavras, onde as histórias
ganham vida com a mesma intensidade que as emoções. São como pinturas literárias em
miniatura, onde cada pincelada de palavra é cuidadosamente escolhida para criar um quadro
completo e vívido na mente do leitor.
Imagine-se passeando por um jardim mágico de narrativas, onde cada conto é uma flor única e
delicada, pronta para desabrochar em sua mente. Cada pétala de frase carrega consigo a
fragrância das emoções humanas - a alegria, o medo, a tristeza, o amor. E, à medida que você
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mergulha na leitura, as cores das palavras se misturam e se transformam, formando uma
paisagem visual e emocional.
Os contos têm a habilidade de capturar instantâneas de vida, enquadrando momentos cruciais
em cenários variados. Eles podem ser como janelas para outros mundos, transportando-nos para
cenários fantásticos ou nos revelando os recantos ocultos do cotidiano. Seja em uma cidade
futurista ou em uma aldeia antiga, os contos pintam o cenário com detalhes minuciosos,
permitindo-nos sentir os grãos de areia sob os pés ou o aroma das especiarias no ar.
Essas narrativas curtas muitas vezes abrigam personagens que parecem saltar das páginas, com
suas alegrias e tristezas, desafios e triunfos. Como marionetistas habilidosos, os autores
manipulam os fios da trama para criar reviravoltas inesperadas, mantendo o leitor ansioso para
desvendar o que está por vir.
Assim como um bom prato que combina diversos ingredientes em uma harmonia única, os
contos misturam elementos narrativos, diálogos e descrições em uma dança bem coreografada.
Cada palavra tem um papel fundamental, contribuindo para o ritmo e o fluxo da história,
enquanto o espaço limitado desafia os escritores a serem mestres da economia verbal.
Em última análise, os contos são como pequenas pepitas de ouro literário, brilhando com a
essência da experiência humana. Eles nos lembram da capacidade ilimitada da imaginação para
criar mundos inteiros em poucas palavras e nos transportar para além dos limites da realidade.
Contos são narrativas curtas que apresentam uma história completa e concisa em um espaço
limitado. Eles geralmente se concentram em um único evento, situação ou personagem, com o
objetivo de entreter, transmitir uma mensagem ou explorar temas específicos. Os contos
compartilham algumas características essenciais:
Brevidade: Os contos são notavelmente curtos em comparação com romances ou novelas. Eles
são projetados para serem lidos de uma só vez, muitas vezes em poucos minutos.
Foco em um Elemento Central: Cada conto gira em torno de um evento chave, um conflito
central ou uma revelação. A trama é construída para destacar esse elemento central.
Personagens Limitados: Dado o espaço limitado, os contos geralmente apresentam um número
reduzido de personagens. Isso ajuda a manter o foco na história principal.
Clareza e Economia de Palavras: A linguagem utilizada nos contos é muitas vezes direta e
precisa. Cada palavra é escolhida com cuidado para transmitir o máximo de significado em um
espaço limitado.
Mensagem ou Lição: Muitos contos têm uma mensagem subjacente, moral ou lição que pode
ser direta ou sugerida. Essas mensagens podem ser reflexivas, humorísticas, filosóficas, entre
outras.
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Suspensão da Descrença: Assim como em outras formas de ficção, os leitores muitas vezes
precisam suspender sua descrença para entrar no mundo fictício do conto, mesmo que por um
curto período de tempo.
Variedade de Gêneros e Temas: Os contos podem abranger uma ampla gama de gêneros e
temas, desde ficção científica e fantasia até realismo, mistério, horror e romance.
Autores famosos de contos incluem Edgar Allan Poe, Anton Tchekhov, Guy de Maupassant,
Gabriel García Márquez, Alice Munro, Raymond Carver e muitos outros. Os contos são
apreciados por sua capacidade de transmitir uma história cativante em um formato compacto,
tornando-os uma parte valiosa da literatura mundial.
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AS LENDAS
As Lendas são narrativas tradicionais que misturam elementos da realidade e da fantasia para
contar histórias sobre eventos, pessoas ou lugares que têm significado cultural, histórico ou
simbólico. Elas desempenham um papel importante na transmissão de valores, crenças e
conhecimentos de geração em geração. As lendas são frequentemente enraizadas na cultura de
um determinado grupo de pessoas e podem abordar temas como a criação do mundo, feitos
heroicos, explicação de fenômenos naturais e a origem de tradições.
E diferentemente dos mitos, que muitas vezes estão ligados a explicações míticas ou religiosas
e podem envolver deuses e seres sobrenaturais, as lendas geralmente têm conexões mais diretas
com eventos históricos ou figuras reais. No entanto, ao longo do tempo, as lendas podem se
transformar e adquirir elementos fantasiosos à medida que são contadas e recontadas, criando
uma linha tênue entre a realidade e a imaginação.
As lendas podem ser encontradas em culturas de todo o mundo e variam amplamente em
conteúdo e estilo. Por exemplo, a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda é
uma narrativa lendária que surgiu na Grã-Bretanha medieval e envolve feitos heróicos, magia
e aventuras. Outro exemplo é a lenda de Robin Hood, um fora-da-lei que roubava dos ricos para
dar aos pobres, que também tem suas raízes na Inglaterra.
As lendas muitas vezes possuem uma qualidade atemporal, mantendo-se relevantes ao longo
dos séculos, uma vez que exploram aspectos universais da experiência humana, como coragem,
sacrifício, lealdade e justiça. Elas são contadas oralmente, registradas em textos escritos e
continuam a ser reinterpretadas em várias formas de mídia, incluindo literatura, teatro, cinema
e arte visual.
As lendas, ao longo do tempo, podem se transformar em elementos fundamentais da identidade
cultural de uma sociedade. Elas frequentemente encapsulam os valores, tradições e crenças de
um povo, refletindo a forma como eles veem a si mesmos e sua relação com o mundo ao seu
redor.
Uma das características fascinantes das lendas é sua capacidade de se adaptar e evoluir. À
medida que são transmitidas oralmente ou por escrito, diferentes narradores e culturas podem
adicionar detalhes, nuances e interpretações únicas às histórias. Isso resulta em variações
regionais e interpretações divergentes da mesma lenda, enriquecendo ainda mais o tecido da
narrativa.
Além disso, muitas lendas têm uma ligação com locais específicos, dando origem a lugares
sagrados, monumentos ou marcos associados às histórias. Esses locais podem atrair peregrinos,
turistas e entusiastas de mitologia e folclore, contribuindo para o fortalecimento do patrimônio
cultural e do turismo cultural.
No entanto, é importante notar que, devido à natureza oral e à evolução contínua das lendas, a
linha entre fato e ficção pode se tornar nebulosa. Elementos históricos reais podem se misturar
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com elementos fantásticos, o que pode dificultar a distinção entre o que é puramente ficcional
e o que tem alguma base na realidade.
As lendas também podem inspirar obras literárias modernas, como romances, contos e peças
de teatro que reimaginam e expandem os personagens e eventos das narrativas originais. Assim,
essas histórias antigas continuam a influenciar a criatividade contemporânea, mantendo viva a
tradição de contar histórias que ressoam através do tempo e das fronteiras culturais.
Abrantes F. Roosevelt
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1° CONTO OU LENDA
A LENDA DA DANÇARINA DE CACURIA ENCANTADA DO MARANHÃO
Nas sombras das noites enluaradas do Maranhão, uma lenda urbana intrigante ecoa entre os
moradores da pequena São Luís do Maranhão...
É a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada", um conto que mistura mistério, magia e
encantamento...
Um conto que até hoje ainda deixa uma marca indelével nas mentes daqueles que a ouvem e
observam silenciosamente em sua dança...
Diz a lenda que, há muitos anos, nas praias tranquilas e místicas do Maranhão, vivia uma jovem
chamada Isabella...
Ela era conhecida por sua beleza deslumbrante e habilidade em dançar a tradicional dança do
cacuriá, uma dança típica e folclórica do maranhão que envolve tambores e movimentos
elegantes que celebra a cultura local...
Isabella era apaixonada pela dança e passava horas aprimorando seus passos à beira-mar...
Um certo dia, durante uma noite de lua cheia, ela executou uma performance tão magnífica que
atraiu a atenção de seres mágicos do oceano...
Esses seres eram as sereias da ilha do meio, habitantes do lado norte do mar do Maranhão,
guardiãs das águas profundas e dos segredos do mar...
Fascinadas pela graça de Isabella, as sereias decidiram conceder-lhe um presente único e
irrecusável para quem ama dançar...
Isabella teria o dom de dançar de maneira transcendental, sendo capaz de hipnotizar todos que
a assistissem...
A jovem, humildemente, aceitou o presente com gratidão, sem saber que isso a ligaria a um
destino entrelaçado com o mar...
À medida que sua dança se tornava mais cativante e magnética, Isabella começou a se afastar
dos costumes e da sociedade dos mortais...
E seus olhos brilhavam com um brilho enigmático, e sua dança parecia transportar aqueles que
a observavam para outro mundo...
No entanto, seu coração começou a se encher de solidão, pois sua ligação com o mar e sua
dança encantadora a isolavam do resto do mundo...
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Os pescadores e moradores da vila, fascinados pela dança de Isabella, tentaram se aproximar
dela, mas suas tentativas eram em vão...
Ela dançava em meio à neblina do oceano, seus pés tocando a água como se ela flutuasse...
À medida que os anos passavam, Isabella parecia não envelhecer, mantendo sua juventude e
beleza intocadas...
A lenda conta que, em algumas noites de lua cheia, os moradores ainda podem ouvir a música
suave dos tambores e o eco hipnotizante da dança de Isabella à beira-mar...
Dizem que aqueles que se aventuram perto o suficiente da dançarina pode vislumbrar uma
figura etérea dançando sobre as ondas, com um olhar que parece convidar à transcendência...
A "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece uma lenda misteriosa e encantadora,
lembrando a todos que a magia do Maranhão não está apenas nas belezas naturais da região,
mas também nas histórias que ecoam através das gerações, ligando o presente ao passado de
forma mágica e fascinante...
As gerações subsequentes na região do Maranhão cresceram ouvindo a lenda da "Dançarina de
Cacuria Encantada"...
A história passou de pais para filhos, tornando-se parte do rico tecido da cultura local...
As noites de lua cheia ganharam um toque de mistério e expectativa, quando os moradores
saíam para as praias, esperando testemunhar a lendária dança que parecia transcender os limites
entre o mundo terreno e o mágico...
No entanto, com o tempo, a lenda se misturou com a realidade e ganhou diferentes versões...
Alguns afirmam ter visto a dançarina em seu estado etéreo, outros dizem ter ouvido os tambores
distantes do cacuria ecoando pela noite no centro histórico do maranhão...
E a cada novo relato adicionou camadas à narrativa, tornando-a ainda mais complexa e
intrigante a sua história...
Atualmente a dançarina de Cacuria pode ser vista entre o cais da praia grande e as ruas de
paralelepípedos do centro histórico de São Luís do Maranhão...
Alguns moradores afirmam que a jovem ainda está viva e esbanja jovialidade...
Estando o tempo estático e inerte a sua condição humana...
A dança do cacuria a mantem sobre forte magia que a protege do envelhecimento e da morte...
18
Atualmente entendemos que a "Dançarina de Cacuria Encantada" não era apenas uma história
para entretenimento; ela também tinha um significado mais profundo...
Muitos a viam como um símbolo da ligação entre os seres humanos e a natureza, um lembrete
de que há elementos mágicos e desconhecidos no mundo que nos cercam e nos envolve neste
mundo e no outro...
A história também servia como uma advertência contra a obsessão e a busca de poder,
lembrando que a busca implacável por um dom excepcional poderia levar à solidão e ao
isolamento...
Ao longo dos anos, a lenda inspirou artistas, escritores e músicos a criar obras que capturassem
a essência da "Dançarina de Cacuria Encantada"...
Pinturas, poemas e músicas foram criados em homenagem à história, perpetuando sua beleza e
mistério...
A lenda não apenas perdurou, mas também se transformou em uma parte viva da cultura local,
mantendo viva a conexão entre o passado e o presente...
E assim, nos entardeceres dourados do Maranhão, quando a lua começa a ascender no céu e as
ondas sussurram histórias antigas, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a
desenhar aqueles que a ouvem para um mundo onde a magia é real e as fronteiras entre o
ordinário e o extraordinário se desvanecem...
E com o passar dos anos, a "Dançarina de Cacuria Encantada" foi aos poucos desaparecendo
das praias do Maranhão e também do centro histórico...
A sua presença etérea e a sua dança hipnotizante não eram mais vistas à luz da lua cheia...
O povo maranhense não desejava este afastamento....
Mas os lamentos da jovem em relação a solidão foram aumentando...
E isto foi distanciando a jovem do resto do mundo a sua volta sem que ela percebe-se...
E ao final foi isso que acabou acontecendo...
Ela teve poucas aparições até sumir de vez...
E nunca mais foi vista na ilha de São Luís do Maranhão...
No entanto, a lenda continuou a ser passada de geração em geração, mantendo viva a memória
da jovem que dançava sobre as ondas do mar e sobre as pedras de paralelepípedo do cais da
praia grande...
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No entanto, algo mágico aconteceu décadas após o seu último avistamento...
Em noites especiais, quando a lua brilha com um esplendor particular, e os ventos carregam a
nostalgia das histórias antigas, moradores e visitantes da região relataram ter vislumbrado uma
figura graciosa dançando sobre o cais da Praia Grande...
A lenda, que por tanto tempo havia sido apenas uma história do passado, parecia ter ressurgido
de alguma dimensão mágica...
Muitos afirmaram ter visto a "Dançarina de Cacuria Encantada" movendo-se com uma
graciosidade sobrenatural, seus passos hipnotizantes ecoando através das brisas marítimas...
Os tambores da cacuria pareciam acompanhar a sua dança, como se a própria natureza
celebrasse o retorno dessa figura lendária...
As ruas antigas de paralelepípedo do centro histórico de são luís do maranhão também foram
palco de suas aparições recentes...
Algumas aparições causaram medo e outras alegrias...
A cidade testemunhou um renascimento da crença na lenda...
As noites de lua cheia novamente se tornaram ocasiões de encanto e mistério, quando os
moradores se reuniam à beira-mar, olhando em direção ao cais da Praia Grande, esperando ver
a dançarina e ouvir os tambores ecoarem no ar salgado...
A "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se um símbolo de esperança, lembrando a todos
que há um elo entre passado e presente, entre o real e o mágico...
A lenda transcendeu as barreiras do tempo, conectando a comunidade com sua própria história
e cultura...
E assim, nas noites iluminadas pela lua cheia, a dançarina continua a desafiar o esquecimento,
revivendo sua dança encantadora e deixando uma marca etérea nas praias do Maranhão...
À medida que os anos passavam, a presença da "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se
ainda mais profunda e enigmática...
Aqueles que tiveram a sorte de testemunhar sua dança descreviam uma sensação de paz e
êxtase, como se estivessem sendo transportados para um reino onde o tempo não existia e a
magia era tangível...
Os músicos locais começaram a compor canções inspiradas na lenda, capturando a aura mágica
da dançarina em suas melodias...
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Pintores retratavam sua figura etérea com pinceladas que pareciam capturar a própria essência
do vento e das ondas...
Escritores mergulhavam nas profundezas da história, dando vida aos sentimentos e
pensamentos da jovem que dançava sobre o cais...
Muitos visitantes de outras partes do Brasil e do mundo ouviam falar da lenda e viajavam até o
Maranhão para vivenciar a experiência por si próprios...
As hospedarias e pousadas nas proximidades da Praia Grande tornaram-se destinos concorridos,
com viajantes ansiosos por vislumbrar a dançarina em seu estado encantado...
As celebrações das noites de lua cheia ganharam um novo significado...
Festivais e eventos foram organizados para homenagear a "Dançarina de Cacuria Encantada",
e os moradores da região se uniram para manter viva essa tradição...
Dançarinos locais treinavam o cacuria com fervor, não apenas como uma performance, mas
como uma forma de conexão com a lenda que se tornou parte indissociável de suas vidas...
E assim, nos dias de hoje, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar sob a luz da
lua cheia, sobre o cais da Praia Grande do Maranhão...
Ela se tornou uma presença constante nas vidas das pessoas, uma ligação entre o passado e o
presente, entre o humano e o mágico...
A sua dança transcendeu o tempo e o espaço, tornando-se um símbolo eterno de beleza, mistério
e conexão com o inexplicável...
E, enquanto a lua brilhar sobre as águas do Maranhão, a lenda da dançarina viverá, ecoando
através das ondas e deixando um legado mágico que permanecerá viva na memória das pessoas
para todo o sempre...
E assim, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua sua dança mágica sob a lua cheia, no
cais da Praia Grande do Maranhão...
A sua presença transcende os limites do tempo, conectando gerações e trazendo um toque de
magia à vida daqueles que acreditam...
Os moradores da região, os visitantes curiosos e até os céticos que se permitem sonhar são todos
tocados pela lenda que se tornou parte indelével da cultura local...
Nas noites em que a lua brilha mais intensamente, os tambores da cacuria parecem ganhar vida
própria, ecoando pela praia e pelo coração dos espectadores...
21
A dança da "Dançarina de Cacuria Encantada" é um espetáculo que transcende a realidade,
como um elo mágico entre o mundo terreno e o reino do mistério...
E assim, sob as estrelas cintilantes e ao som das ondas que beijam a costa, a lenda vive e dança,
lembrando a todos que a magia e o encantamento podem ser encontrados nos lugares mais
inesperados...
A história da "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece como um lembrete de que, mesmo
em um mundo moderno e racional, há espaço para acreditar no extraordinário e no
desconhecido...
E assim, quer você seja um habitante local ou um viajante curioso, se tiver a sorte de
testemunhar a dança hipnotizante da "Dançarina de Cacuria Encantada", saberá que está
testemunhando algo mais do que uma simples lenda...
Estará testemunhando a conexão entre as histórias do passado e os sonhos do presente, uma
dança que ecoa com o pulsar da vida, uma dança que transcende o tempo e nos lembra da
eternidade da magia que vive dentro de todos nós...
E assim, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar, na encruzilhada entre
a realidade e o encantamento, deixando seu legado de beleza e mistério no coração de todos
que a ouvem.
Fim
22
2° CONTO OU LENDA
A LENDA DO BUMBA BOI DE COSTA DE MÃO DE CURURUPU NO MARANHÃO
O município de Cururupu guarda muitas lendas e tradições antigas...
Mas a lenda do tocador do bumba boi de costa de mão de Cururupu é a mais emblemática e
sobrenatural que existe no Maranhão...
Há muito tempo, nas terras místicas do Maranhão, uma lenda mágica começou a se desenrola
as beiras do rio dos guarás...
É a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma história que combina a riqueza das
tradições culturais com a magia do folclore local...
Conta-se que em uma pequena vila à beira-mar chamada Cururupu, vivia um grupo de
pescadores e agricultores que dependia das bênçãos do mar e da terra para sobreviver...
Durante as festividades do São João, eles se uniam para celebrar a colheita e a abundância,
dançando e cantando ao som dos tambores e pandeirões...
No entanto, a lenda começa com um acontecimento triste e assombrador...
Um dos moradores, um humilde pescador chamado João Anísio, perdeu seu filho em um
acidente trágico nas águas do mar...
A dor de João Anísio era profunda, e ele mergulhou em uma tristeza que parecia não ter fim...
Ele passava seus dias à beira-mar, olhando para as ondas e lamentando a perda de seu filho...
Certa noite, enquanto João estava sentado na praia, uma estranha figura apareceu diante dele...
Era um espírito misterioso, vestido com trajes coloridos e brilhantes...
O espírito se apresentou como um curandeiro espiritual, com o poder de trazer de volta à vida
o filho de João Anísio, mas sob uma condição: a vila deveria criar uma festa em sua
homenagem, celebrando a vida e a alegria....
João Anísio, embora cético, ansiava pelo retorno de seu filho...
Ele concordou com a condição do espírito e, junto com os outros moradores, começou a
preparar a festa...
E assim nasceu o "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma celebração que combinava
elementos da cultura local com a magia do sobrenatural...
23
A festa era uma maravilha de cores e sons...
O Bumba Boi, um grande boneco adornado com penas, lantejoulas e espelhos, dançava ao som
dos tambores e instrumentos tradicionais...
As pessoas cantavam, dançavam e celebravam a vida com alegria renovada...
A cada ano, a festa crescia em tamanho e grandiosidade, tornando-se um evento esperado por
toda a região...
O espírito curandeiro continuou a aparecer, trazendo bênçãos à vila de Cururupu...
Dizia-se que ele trazia sorte aos pescadores e prosperidade aos agricultores, e a vila floresceu
como nunca antes se viu na comunidade de Cururupu...
A tristeza que havia pairado sobre João e sua comunidade começou a se dissipar, substituída
pela alegria e pela celebração...
E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se espalhou para
além das fronteiras da vila...
Viajantes de diferentes lugares vinham testemunhar a festa mágica e testemunhar a
transformação que ela trouxera a Cururupu...
O Bumba Boi se tornou um símbolo da união entre as tradições culturais e a magia do além,
lembrando a todos que a celebração da vida pode superar até mesmo a tristeza mais profunda...
E assim, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a ser contada nas noites
estreladas do Maranhão...
A festa continua a encher o ar com músicas alegres e cores vibrantes, lembrando a todos que a
magia e a alegria podem transformar a escuridão em luz, e que a união entre as pessoas e os
mundos mágicos é o que faz a vida verdadeiramente especial...
À medida que os anos se passaram, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" evoluiu,
tornando-se uma parte vital da cultura e identidade da região...
A festa não era apenas um evento anual, mas uma tradição que permeava a vida cotidiana dos
moradores...
As danças, músicas e trajes tradicionais do Bumba Boi eram incorporados a outras celebrações
e festividades, criando um vínculo profundo entre o passado e o presente...
A história do curandeiro espiritual que trouxe alegria a Cururupu era compartilhada com cada
nova geração, passando de avós para pais e filhos...
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A narrativa servia como um lembrete constante de que mesmo nas horas mais sombrias, a
esperança e a alegria podem ser encontradas quando as pessoas se unem em torno de um
propósito comum e fiel...
O Bumba Boi também se tornou uma atração turística, atraindo visitantes de todos os cantos
para testemunhar a mágica celebração...
A vila de Cururupu prosperou com o influxo de pessoas, e os moradores compartilhavam com
orgulho sua história e tradições com os recém-chegados...
Mas a lenda não era apenas uma história do passado; ela continuava a se desenrolar em meio a
população e os herdeiros desta crença...
Diziam que, durante as noites mais místicas, quando a lua brilhava mais intensamente e os
ventos sussurravam segredos antigos, o espírito curandeiro ainda poderia ser visto caminhando
pelas praias de Cururupu...
Aqueles que estavam sintonizados com a magia do lugar e do Bumba Boi podiam sentir sua
presença, uma bênção silenciosa que reafirmava o poder da celebração e da união...
Com o tempo, Cururupu se tornou um centro de celebração cultural, onde o passado e o presente
se fundiam em harmonia...
A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se tornou um símbolo da resiliência e da
força da comunidade, um lembrete de que, independentemente das dificuldades que a vida
possa trazer, a alegria e a magia sempre podem ser encontradas quando as pessoas se unem em
torno do espírito da celebração...
A lenda continua, ecoando pelas praias, dançando nas melodias e vivendo nos corações
daqueles que acreditam...
O "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" permanece como um farol de esperança, lembrando
a todos que a magia e a alegria podem ser encontradas em todos os cantos do mundo, se tivermos
olhos para ver e corações abertos para celebrar...
E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" ganhou ainda
mais força, transcendendo as fronteiras do Maranhão e se tornando conhecida em todo o Brasil
e até mesmo além...
A celebração anual do Bumba Boi se tornou um evento de destaque no calendário cultural do
país, atraindo visitantes de todas as partes, ansiosos por testemunhar a magia da tradição...
A vila de Cururupu se transformou em um destino turístico verdadeiramente especial...
As suas praias acolhiam viajantes de todo o mundo, que vinham não apenas pela beleza natural
do lugar, mas também para vivenciar a energia contagiante da celebração do Bumba Boi...
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As pousadas estavam sempre cheias, e os moradores da vila compartilhavam sua hospitalidade
e sua história com aqueles que buscavam experimentar a magia da lenda em primeira mão...
Mas além da festa e da lenda, algo ainda mais profundo acontecia em Cururupu...
A comunidade, fortalecida por sua união e pelo amor à sua tradição, trabalhava juntos para
preservar a natureza e proteger o meio ambiente que sustentava suas vidas...
Eles perceberam que a magia do Bumba Boi não estava apenas nas danças e músicas, mas
também na conexão profunda entre o homem e a natureza, entre o passado e o futuro...
E, à medida que as gerações se sucediam, a lenda ganhava novos capítulos...
Jovens cururupuenses se tornavam os guardiões da tradição, aprendendo as danças, músicas e
histórias que faziam parte do Bumba Boi...
Cada passo, cada batida de tambor carregava consigo a memória de seus ancestrais e a
esperança de um futuro em que a celebração e a união continuariam a prevalecer...
A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" transcendeu os limites do tempo e do
espaço, continuando a dançar nas praias e corações das pessoas...
Ela não era apenas uma história do passado, mas uma força viva que inspirava as pessoas a se
conectarem com suas raízes, a celebrar a vida e a preservar a magia que torna cada momento
especial...
E assim, enquanto as danças coloridas do Bumba Boi ecoam nas noites estreladas do Maranhão,
a lenda continua a lembrar a todos nós que, mesmo em um mundo em constante mudança, as
tradições e a magia que unem as comunidades têm o poder de nos conectar com o eterno e nos
lembrar da verdadeira essência da vida...
A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a brilhar como uma joia preciosa
nas areias do tempo...
Ela nos ensina que a magia reside nas histórias compartilhadas, nas danças que unem corações
e nas tradições que nos conectam com nossas raízes...
Nas noites de festa em Cururupu, a música ressoa e as cores se misturam em um espetáculo de
alegria e união...
A lenda permanece viva, não apenas nas palavras, mas na alegria contagiante das pessoas
dançando ao ritmo dos tambores, celebrando a vida e a cultura que ecoam através dos séculos...
E assim, a cada batida dos tambores e a cada passo do Bumba Boi, a lenda é contada mais uma
vez...
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Ela flui como um rio de energia, uma corrente de conexão que une o passado ao presente, o
humano ao mágico...
E enquanto as estrelas brilharem sobre as praias de Cururupu, a lenda do "Bumba Boi de Costa
Mão de Cururupu" permanecerá como um testemunho duradouro de que a celebração da vida
e a preservação das tradições são um tributo ao espírito eterno da humanidade...
Fim
27
3° CONTO OU LENDA
A LENDA DO TOCADOR DE TAMBOR DE CRIOULA ENCANTADO DO
MARANHÃO
Em São Luís do Maranhão existem muitos contos e histórias que acabam virando lenda na boca
do povo...
Um destes contos busca referência sobre a vida de um tocador de tambor de crioula que virou
lenda na ilha do amor...
Há muito tempo, nas profundezas das noites estreladas do Maranhão, circulava uma lenda que
ecoava pelas ruas estreitas e becos sombrios...
Era a história do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão...
Um ser misterioso que habitava os recantos mais escondidos da ilha encantada de São Luís...
Diziam que ele era um jovem talentoso, apaixonado pela cultura e pela dança do tambor de
crioula...
A sua habilidade era inigualável; seus ritmos eram capazes de envolver qualquer coração em
um transe de alegria e espiritualidade...
Toda noite de lua cheia, ele emergia das sombras, com seu tambor enfeitado com conchas
marinhas e fitas coloridas, pronto para tocar e dançar até o amanhecer...
A lenda contava que o jovem tamborileiro havia sido amaldiçoado por um feiticeiro das antigas
tradições ritualísticas da casa das minas, que invejava sua maestria musical...
Em um ato de ciúmes e vingança, o feiticeiro lançou um encanto sobre o jovem, condenando-o
a tocar seu tambor de crioula eternamente, sem descanso, como um guardião dos ritmos
ancestrais...
À medida que os anos passaram, o jovem se tornou parte do tecido da noite maranhense...
A sua música, embora encantadora, carregava uma melancolia profunda, pois nunca mais
poderia conhecer o repouso e a paz...
Os moradores da ilha ouviam os ritmos mágicos do tambor de crioula ecoando à distância,
sempre acompanhados de uma sensação de reverência e tristeza...
Diziam que aqueles que ousavam se aproximar do tocador de tambor de crioula encantado
podiam vislumbrar sua figura etérea à luz da lua, dançando com passos leves na beira do mar...
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No entanto, era um encontro fugaz, pois o encanto era tão forte que quem se aproximava demais
era empurrado para longe, como se uma força invisível o protegesse...
As gerações passaram, e a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a ser
contada de boca em boca...
Ele se tornou um símbolo da paixão pelas tradições culturais e uma advertência contra a inveja
e a maldade...
Muitos diziam que, quando o tambor de crioula tocava ao longe, trazia uma energia única, capaz
de curar corações partidos e aliviar tristezas profundas...
A lenda persistiu, ecoando através das brisas noturnas do Maranhão...
O tocador de tambor de crioula encantado permaneceu um guardião dos ritmos ancestrais, uma
alma presa entre a melodia e a maldição, lembrando a todos a importância de valorizar e
respeitar as tradições que moldam nossa cultura e nossa identidade...
As vezes era possível ouvir e ver um velho tambor de crioula tocando sozinho dentro a antiga
casa das tulhas...
Este ainda era um antigo nome dado a um mercado comercial e tradicional de são luís do
maranhão...
Um local onde muitas rodas de cantadas e tocadas eram realizadas no passado...
E onde também podia se ver o Tocador de Tambor perambulando sozinho som o seu tambor...
Também se registre aqui uma rara eventualidade...
O Tocador de Tambor de Crioula também aparecia quando as coreiras dançavam e cantavam
ao redor das fogueiras e dos tambores...
Aquilo era uma espécie de chamariz para a presença do jovem tocador encantado...
Uma espécie de encantamento...
Algo que o chamava de forma compulsória para qualquer lugar da ilha...
E nestes casos eles sempre se fazia presente ao local...
E por gerações, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a inspirar as
pessoas no Maranhão...
No entanto, havia um detalhe adicional que acrescentava mais magia e mistério à história...
29
Era o tambor de crioula antigo que tocava sozinho casa das tulhas do Mercado Central de São
Luís...
Diziam que, em noites calmas e silenciosas, quando a cidade estava adormecendo, os moradores
próximos ao Mercado Central testemunhavam algo extraordinário...
O tambor de crioula, adornado com conchas brilhantes e fitas coloridas, pertencentes ao jovem
tocador de crioula encantado começava a ressoar por si só...
E seus ritmos inconfundíveis enchiam o ar, como se estivessem sendo tocados por mãos
invisíveis...
As tulhas, construções antigas e abobadadas que compunham o mercado, vibravam ao ritmo do
tambor solitário...
A madeira rangia e as paredes pareciam pulsar em sintonia com os sons ancestrais...
Os que ouviam esse espetáculo silencioso sentiam uma sensação de respeito e reverência,
sabendo que estavam testemunhando algo além do comum...
Era dito que, nessas noites especiais, as coreiras - as dançarinas que ainda mantinham vivas as
tradições do tambor de crioula - reuniam-se ao redor do mercado chamando e clamando pela
presença do jovem tocador de tambor de crioula...
E com suas saias rodadas e movimentos graciosos, elas executavam passos de dança que
refletiam a energia da lenda...
Era como se estivessem respondendo ao chamado do jovem tocador encantado, atraindo sua
presença com suas movimentações rituais...
Contava-se que, durante esses momentos, uma figura etérea e luminosa podia ser vislumbrada
entre as coreiras, dançando com uma graça sobrenatural...
Era o jovem tamborileiro encantado, unindo-se a elas em sua dança hipnotizante...
As coreiras podiam sentir sua presença, uma conexão profunda que transcendia os limites entre
o mundo material e o espiritual...
A lenda ganhava vida novamente nessas noites de lua cheia, quando a música do tambor de
crioula ecoava pelas tulhas e as coreiras dançavam ao seu redor...
Era como se a barreira entre o visível e o invisível se dissolvesse, e o jovem tocador de tambor
de crioula pudesse, por um breve momento, encontrar alívio em sua eterna obrigação de tocar
sem descanso...
30
A lenda continuou a tecer seu encanto sobre o Maranhão, lembrando a todos da importância de
honrar as tradições culturais e do poder mágico da música e da dança...
A lenda do tocador de tambor de crioula encantado, juntamente com o tambor que tocava
sozinho nas tulhas, permaneceu como um testemunho vivo da riqueza da cultura maranhense e
do espírito indomável que habita suas histórias...
À medida que as noites passavam, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado
continuava a inspirar e cativar os corações dos moradores do Maranhão...
As histórias se multiplicavam, ganhando novos matizes e detalhes, cada um adicionando um
novo brilho à trama mágica...
Os relatos sobre o tambor que tocava sozinho nas tulhas do Mercado Central eram muitos...
Muitos diziam que, quando a lua estava cheia e a brisa marinha sussurrava segredos, era
possível ver as fitas coloridas se moverem como se dançassem por vontade própria...
E o som do tambor, claro, continuava a ecoar pelos arredores, preenchendo o ar com uma
melodia que transcendeu o tempo...
As coreiras, sempre em sintonia com a tradição, dançavam com ainda mais fervor nessas noites
especiais...
E suas saias rodopiavam, seus pés batiam ritmos no chão de terra batida, e seus cantos
ressoavam pelas ruas estreitas da cidade...
Era como se elas estivessem em comunhão com o espírito do jovem tocador encantado,
honrando sua paixão e seu sofrimento...
No entanto, havia um aspecto ainda mais profundo na história...
Diziam que aqueles que conseguissem tocar o tambor encantado nas tulhas seriam agraciados
com uma inspiração divina...
Um toque nas fitas, um acorde nos tambores, e a criatividade fluiria como água de uma
nascente...
Muitos aspirantes a músicos e dançarinos se aventuraram até as tulhas em busca dessa bênção
secreta, mas poucos conseguiram vivenciar o toque do tambor de crioula encantado...
As histórias também contavam que, em raras ocasiões, alguém com um coração puro e uma
conexão profunda com as tradições poderia ser agraciado com um vislumbre do jovem tocador
encantado...
31
Em uma noite de lua cheia, quando o tambor tocava e as coreiras dançavam, um indivíduo
sortudo poderia sentir a presença dele ao seu lado, compartilhando sua paixão pela música e a
dança...
A lenda continuava a se desdobrar, entrelaçando o real e o mágico, o passado e o presente...
O jovem tocador de tambor de crioula encantado permanecia como um símbolo de
perseverança, paixão e conexão com as raízes culturais profundas do Maranhão...
A cada lua cheia, a cada som do tambor que ecoava pelas tulhas e a cada passo das coreiras, a
lenda se renovava, reafirmando a magia que permeava a ilha e a alma de seu povo...
A lenda do tocador de tambor de crioula encantado permaneceu viva através das gerações no
Maranhão, entrelaçando o cotidiano com o mágico, o real com o espiritual...
A história do jovem tocador, condenado a tocar seu tambor de crioula para sempre, ecoava nas
canções, danças e corações dos habitantes da ilha...
As tulhas do Mercado Central continuaram a ressoar com o som solitário do tambor, lembrando
a todos que as tradições são mais do que simples costumes, são vínculos com as raízes e os
antepassados...
E as coreiras, com sua energia contagiante, dançavam ao redor do tambor como um lembrete
da importância de preservar as práticas culturais e celebrar a vida com paixão e alegria...
Nos dias de lua cheia, quando a brisa do mar soprava suave, dizia-se que o jovem tocador de
tambor de crioula encantado ainda se unia às coreiras para dançar...
Era um momento em que o mundo visível e invisível se encontrava, onde as barreiras se
desvaneciam e a música transcendia o tempo e o espaço...
A lenda, como todas as histórias, encontrava seu fim no eterno ciclo da vida...
O jovem tocador, após séculos de tocar seu tambor, encontrou finalmente a redenção...
Muitos moradores da ilha de são luís do maranhão dizem que, em uma noite de lua dourada,
ele dançou com as coreiras pela última vez, e seu espírito finalmente ficou livre para descansar...
O tambor, agora silencioso, foi colocado em um lugar de honra nas tulhas do mercado,
lembrando a todos que a paixão e a dedicação nunca será em vão no coração de ama a música
e o tambor...
E assim, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão encontrou seu
desfecho, mas sua essência continuou a ecoar nos corações e tradições da ilha...
32
O tambor, as coreiras e o jovem tocador agora faziam parte do tecido das memórias e dos
sonhos, perpetuando uma história que inspiraria as gerações vindouras a valorizar suas raízes e
a manter viva a chama da cultura e da identidade maranhense.
Fim
33
4° CONTO OU LENDA
A LENDA DO BOI ENCANTADO DE PINDARÉ MIRIM
Nas noites quentes e úmidas do leste do Maranhão, uma lenda misteriosa ganhava vida em
Pindaré Mirim, interior do Estado do Maranhão...
Era a história do Boi Encantado de Pindaré Mirim, uma figura sobrenatural que, diziam, era a
própria personificação do espírito do folclore e da cultura da região...
Conta-se que há muitos anos, em uma pequena aldeia próxima à capital São Luís, um casal de
lavradores vivia em harmonia com a terra e seus animais...
João Anísio e Maria Celestina eram conhecidos por sua generosidade e amor pela música e pela
dança...
Eles ansiavam por uma vida simples e feliz, mas o destino tinha outros planos em suas vidas...
Uma noite, enquanto dançavam e celebravam a colheita, algo extraordinário aconteceu em sua
casa...
Um boi branco e muito formoso surgiu da escuridão da floresta nos fundos do quintal de sua
residência...
Ele era majestoso e imponente, com chifres adornados e olhos que brilhavam como estrelas...
O boi começou a dançar com uma graça surpreendente, respondendo aos movimentos de João
Anísio e Maria Celeste como se compartilhasse a mesma paixão pela dança...
A notícia da dança miraculosa do boi logo se espalhou pela aldeia e por outras comunidades
ribeirinhas...
As pessoas se reuniam para testemunhar o espetáculo celestial, maravilhadas com a harmonia
entre os humanos e o boi encantado...
A dança do Boi Encantado não era apenas uma exibição de movimentos, mas sim um elo entre
as tradições culturais e a natureza, uma celebração da vida e da união...
No entanto, como em todas as lendas, ciúmes e invejas começaram a se infiltrar entre as
pessoas...
Alguns temiam que o boi encantado fosse uma obra demoníaca, mas a maioria da população
tinha certeza da áurea divina do boi...
Mas algumas pessoas mais ambiciosas observaram que a mística do boi poderia trazer poder e
prosperidade, e começaram a conspirar para capturá-lo e controlar a sua magia...
34
Uma noite, enquanto o boi e os lavradores dançavam, um grupo de homens se aproximou,
armados com redes e laços...
O boi, percebendo a ameaça, emitiu um som alto e angustiado...
Em um momento de desespero, João Anísio e Maria Celestina imploraram à natureza e aos
espíritos ancestrais por ajuda...
O céu escureceu, e uma luz cintilante envolveu o boi e os lavradores...
O chão tremeu e uma voz suave, mas poderosa, ecoou: "Este boi representa a alma do
Maranhão, a união entre o homem e a natureza. Ele nunca será controlado..."
O boi encantado começou a elevar-se no ar, transformando-se em uma figura luminosa que
brilhava intensamente...
Ele desapareceu no céu noturno, deixando para trás uma sensação de maravilha e admiração...
João Anísio e Maria Celestina, agora iluminados pela presença do boi encantado, continuaram
a dançar e a celebrar sua cultura, transmitindo a história para as gerações futuras...
A lenda do Bumba Meu Boi Encantado se espalhou pelo Maranhão como fogo, tornando-se
uma narrativa que recordava a importância da preservação cultural e do respeito pela natureza...
Dizia-se que, em noites claras e serenas, o brilho do boi encantado ainda podia ser visto nos
céus, lembrando a todos que as tradições e a harmonia com a terra eram tesouros a serem
cuidadosamente guardados...
Em uma outra narrativa um pouco mais próxima da realidade, o povo de Pindaré Mirim afirma
que o boi encantado realmente subiu aos céus de forma iluminada...
Mais isso aconteceu depois de sua morte e de ter sido ressuscitado pelo pajé da aldeia...
O Boi Encantado foi morto por um grupo de homens armados que tinham inveja e ciúmes da
vida de João Anísio e Maria Celestina...
Conta-se que, após o boi ter sido morto por aqueles que buscavam controlá-lo, um feiticeiro
sábio da aldeia de Pindaré, conhecido por sua conexão com os espíritos da terra e do além,
ouviu os lamentos da natureza e do povo...
Movido por sua compaixão e sabedoria, o feiticeiro realizou um ritual antigo, invocando os
poderes ancestrais para trazer o boi de volta à vida...
Com uma mistura de ervas, cânticos e gestos místicos, o feiticeiro canalizou a energia da terra
e dos espíritos...
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O corpo do boi, outrora sem vida, começou a se mover novamente...
Aos poucos, a figura majestosa do Bumba Meu Boi Encantado renasceu, mais radiante do que
nunca, como se a magia do próprio Maranhão estivesse pulsando em suas veias...
A lenda continuou a crescer, agora com o conto da ressurreição do boi encantado adicionado à
sua essência...
O poder do feiticeiro de Pindaré e a ligação indissolúvel entre o boi e a terra reforçaram a
mensagem de que a cultura e a natureza eram inseparáveis, e que a harmonia e o respeito eram
essenciais para manter viva a alma de Pindaré Mirim...
E assim, o Bumba Meu Boi Encantado permaneceu como um lembrete de que a magia e a
tradição podem florescer mesmo nos cantos mais inesperados do mundo...
As histórias sobre o Boi Encantado do Pindaré Mirim continuaram a ser contadas através das
gerações, cada uma adicionando um novo brilho ao mito...
Dizia-se que, nos anos que se seguiram à ressurreição do boi, ele nunca mais foi visto dançando
entre os humanos...
Em vez disso, o boi passou a vagar pelos campos, florestas e prados, tornando-se um guardião
invisível das tradições e da natureza...
Os contos contavam que, em algumas noites de lua cheia, os moradores da aldeia podiam ouvir
os suaves acordes da música distante e os passos delicados do boi dançando entre as árvores...
Era como se o espírito do Boi Encantado tivesse encontrado a paz ao abraçar a terra que tanto
amava...
A dança não era mais uma exibição pública, mas sim uma celebração íntima entre o boi e o
universo...
A figura do feiticeiro de Pindaré também se tornou lendária, um símbolo de sabedoria e respeito
pela natureza...
Dizia-se que, mesmo após a ressurreição do boi, ele continuou a atuar como um elo entre os
mundos visível e invisível, guiando aqueles que buscavam compreender as forças misteriosas
que permeavam a terra e a cultura...
As festas do Boi Encantado, que ocorriam anualmente em Pindaré Mirim no Maranhão,
tornaram-se ainda mais grandiosas e significativas...
E durante esses eventos, as pessoas dançavam, cantavam e celebravam a herança cultural da
região....
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O boi encantado, mesmo invisível aos olhos, era sentido em cada movimento, em cada batida
de tambor, em cada sorriso compartilhado...
A lenda do Boi Encantado continuou a unir o povo de Pindaré Mirim, lembrando a todos da
importância de honrar suas raízes culturais e de preservar a harmonia com a natureza....
O mito passou a ser mais do que uma história, era uma inspiração para cultivar um amor
profundo pela terra, pelas tradições e pela espiritualidade que permeava cada aspecto da vida...
E assim, a lenda viveu em cada passo de dança, em cada nota de música, em cada brilho da
lua...
O Boi Encantado permaneceu como um elo entre o passado e o presente, um guardião invisível
que protegia e nutria a alma daqueles que viviam em Pindaré Mirim, lembrando a todos que,
por trás de cada conto, há uma lição profunda a ser aprendida...
Fim
37
5° LENDA OU CONTO
A LENDA ENCANTADA DO BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO
No Maranhão a lenda de um boi muito formoso, bonito e forte é contada a gerações...
É uma alegoria fantasmagórica que ganhou ainda mais prestigio depois que ele é morto em uma
fazenda no interior do Estado do Maranhão...
Os criados da fazenda são identificados como os principais culpados pela morte animal...
Esta é atualmente uma das estórias mais contadas, recontadas e replicadas no Maranhão...
Uma lenda que vem sendo passada de geração a geração no maranhão a diversas décadas...
Mas a sua fama acontece depois que o boi é ressuscitado pelo pajé de uma aldeia indígena que
habitava as beiras dos rios Mearim e Pindaré...
Esta fabula ganha ainda mais importância, valor e brilho...
Depois que vários moradores...
Alegaram ter visto o boi ressuscitado...
Dançando as margens do rio Pindaré e Mearim...
Após este acontecimento...
O boi começa a bailar, brincar e a dança em várias partes das cidades que circundavam estes
dois rios...
Anos mais tarde...
Os moradores construíram vários arraiais para homenagear a aparição do boi encantado que
dançava nestas duas cidades...
Após estes acontecimentos assombrosos e sobrenaturais...
Vários outros povoados, vilarejos e aldeias do maranhão...
Também construíram várias outras casas de palha enfeitadas com bandeirinhas, formando assim
um arraial...
Depois de alguns anos...
Este boi foi sendo avistado brincando com maior intensidade...
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Na cidade de são luís do maranhão...
Encantado todos aqueles que o viam dançando pelas pedras de paralelepípedos desta velha
cidade...
Mas esta história começa a ter ainda mais relevância...
Quando contada por um outro ponto vista....
Há muitos, muitos anos, no coração do interior do Maranhão...
Existia uma fazenda exuberante...
Onde os campos se estendiam em um verde infinito e os riachos murmuravam segredos para as
árvores antigas...
Nessa fazenda vivia um boi magnífico, de pelos negros brilhantes e chifres imponentes...
O seu nome era Sebastião...
Em homenagem ao santo São Sebastião...
Um boi tão majestoso que parecia ter sido esculpido pelos próprios deuses da natureza...
Naquela terra, a vida transcorria tranquila até que o velho fazendeiro caiu em grande aflição e
desgraça...
O boi...
Carinhosamente, chamado de Rei Sebastião...
Era um boi amado pelas pessoas que habitavam a fazenda de Serra Talhada...
O boi certo dia...
Desaparecera sem deixar rastro...
Nas noites escuras...
O dono da fazenda ouvia o lamento distante do boi, como se ele implorasse por ajuda...
Os criados da fazenda, liderados por Pai Francisco e sua esposa Catirina, admitiram,
envergonhados, terem abatido o boi para satisfazer o desejo insaciável da grávida Catirina...
O coração do fazendeiro se encheu de tristeza e raiva, e ele buscou justiça para o boi cuja vida
fora tirada injustamente...
39
Porém, ao invés de vingança, o dono da fazenda se voltou para suas raízes ancestrais e buscou
a sabedoria dos espíritos que habitavam as matas...
Ele caminhou até uma aldeia indígena próxima, onde o pajé dos nativos, um homem sábio e
respeitado, o ouviu com compaixão...
O pajé indígena, com seus cantos mágicos e ervas sagradas, realizou um ritual de ressurreição...
E fez isso sobre o corpo do majestoso Sebastião....
Ele entoou palavras antigas, chamando a alma do boi de volta à sua forma terrena...
A terra tremeu suavemente, os ventos sussurraram melodias de renascimento, e o boi Sebastião,
como um milagre da natureza, abriu os olhos novamente...
No momento em que as chamas da vida foram reacendidas em Sebastião, algo extraordinário
aconteceu...
O seu corpo pulsava com uma energia mágica, e ele começou a dançar, a brincar, a saltar em
um ritmo único e encantador...
Era como se a alma do boi tivesse se fundido com a música da terra, e sua dança hipnotizava a
todos que a testemunhavam no centro da fazenda...
Sebastião, agora conhecido como o "Bumba Meu Boi Encantado", não era mais apenas um boi,
mas uma criatura mágica que espalhava alegria por onde passava...
Ele dançava nos arraiais dos povoados, nas praças das cidades e nas festas juninas que
iluminavam as noites maranhenses...
Estas festividades foram criadas justamente em sua homenagem...
A sua dança era uma celebração da vida, da ressurreição e da harmonia entre as diferentes
culturas...
As pessoas vinham de todas as partes para testemunhar o espetáculo de Sebastião dançando, e
cada vez que ele rodopiava e saltava, ele deixava uma trilha de magia no ar...
A sua dança unia corações, dissolveu conflitos e renovou a esperança em dias melhores...
A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão perdurou através das gerações, lembrando
a todos que a vida, mesmo após a escuridão da morte, pode se transformar em uma dança
encantadora de alegria, amor e harmonia...
A cada movimento do boi, a magia do renascimento era reafirmada, e a alma do Maranhão
pulsava em sincronia com a música da eternidade...
40
Nas noites de festa, quando a lua se erguia majestosa no céu, o Bumba Meu Boi Encantado
emergia de entre as sombras, como uma visão celestial que desceu à Terra para espalhar sua
magia...
A sua pelagem negra brilhava sob o luar, e seus chifres se erguiam como coroas da natureza...
A música dos tambores e dos pandeiros preenchia o ar, enquanto as pessoas se reuniam em
volta do boi, os olhos dos populares brilhavam com expectativa e admiração...
A dança do Bumba Meu Boi Encantado não era apenas uma performance, mas uma jornada
pela história e pela alma da terra....
E cada passo, cada giro, cada batida dos cascos no chão evocava a ressurreição, a união das
culturas e a celebração da vida em toda a sua diversidade...
Os espectadores eram transportados para um reino mágico, onde os limites entre o real e o
imaginário se fundiam em uma harmonia transcendental...
Nas aldeias indígenas, os pajés contavam a história da ressurreição do boi como um conto que
atravessava o tempo, reforçando a importância do equilíbrio entre o homem e a natureza, entre
as tradições antigas e os novos horizontes...
As crianças, com olhos brilhantes, sonhavam em ver o Bumba Meu Boi dançando nas noites
estreladas...
A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão continuava a se espalhar, atravessando
fronteiras geográficas e culturais...
Nas ruas de São Luís, a capital do estado, as festas juninas ganhavam vida com o espetáculo
hipnotizante do boi dançante...
Turistas e locais, todos eram envolvidos pelo poder magnético do boi, pela mensagem de
renovação e união que ele carregava consigo...
Ano após ano, a lenda persistia, não apenas como uma história do passado, mas como uma força
viva que conectava as pessoas à sua herança cultural e ao espírito de celebração...
O Bumba Meu Boi Encantado tornou-se uma manifestação do orgulho maranhense, uma prova
tangível de que a ressurreição da vida e da alegria é possível mesmo diante das adversidades...
E sob o brilho da lua e o som dos tambores, a dança do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão
continuava, lembrando a todos que a magia da ressurreição, do encantamento e da harmonia
pode ser encontrada onde quer que haja um coração disposto a dançar ao ritmo da vida...
A lenda persiste, ecoando através das eras, uma eterna celebração do poder da transformação e
da alegria que brota da união de diferentes mundos em uma dança mágica e encantada...
41
O Bumba Meu Boi é uma das mais emblemáticas manifestações culturais do estado do
Maranhão, no nordeste do Brasil...
É uma festa popular que envolve música, dança, teatro e uma rica simbologia folclórica...
A lenda do Bumba Meu Boi é a base dessa celebração e é contada através de diversas variações,
mas a essência da história geralmente permanece a mesma até os dias de hoje...
A lenda narra a história de um vaqueiro chamado Pai Francisco, que é casado com Catirina...
Mas Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito e valioso da fazenda...
E para satisfazer o desejo de sua esposa, Pai Francisco rouba o boi, que é extremamente
estimado pelo fazendeiro...
O fazendeiro descobre o roubo e fica furioso...
Ele reúne um grupo de vaqueiros e sai em busca do boi roubado...
Durante a perseguição, acontecem diversas situações dramáticas, envolvendo personagens
como o índio, a negra, o vaqueiro e outros...
O boi é representado por uma figura grande e colorida, geralmente feita de papel, pano e outros
materiais...
A dança e a música são elementos centrais da celebração, com diferentes grupos dançando ao
som de tambores, pandeiros e outros instrumentos, enquanto encenam a história do Bumba Meu
Boi...
A história culmina com o embate entre os vaqueiros liderados por José o dono da fazenda e Pai
Francisco...
Após uma série de reviravoltas e negociações, o boi é morto...
No entanto, através de elementos mágicos e sobrenaturais, o boi é ressuscitado e a festa atinge
seu véu iluminado de magia...
Essa parte da lenda simboliza a morte e o renascimento da natureza, um ciclo que é comemorado
durante a celebração...
O Bumba Meu Boi é uma festa rica em tradições e significados, que combina elementos
indígenas, africanos e europeus, refletindo a diversidade cultural do Brasil...
A lenda do Bumba Meu Boi do Maranhão é uma história cheia de nuances e detalhes que variam
de região para região, mas que no geral celebra a união das diferentes culturas em uma festa
vibrante e emocionante...
42
Após o clímax da ressurreição do boi, a festa continua com muita dança, música e alegria...
Os grupos de dançarinos, conhecidos como "brincantes", se apresentam em diversos ritmos e
estilos, cada um com sua própria indumentária característica...
Os tambores, pandeiros, ganzás e outros instrumentos tradicionais criam uma atmosfera
animada, convidando todos a participarem da celebração...
Além dos personagens principais, como Pai Francisco, Catirina e José, há uma ampla gama de
figuras secundárias que contribuem para a riqueza da trama...
O índio, a negra, o vaqueiro, o doutor, o caboclo de pena, entre outros, são personagens que
desempenham papéis específicos na narrativa e na dança, cada um com suas peculiaridades e
movimentos característicos...
A festa do Bumba Meu Boi é marcada pela sua capacidade de unir comunidades e ressaltar a
diversidade cultural do Maranhão...
Ela é celebrada ao longo do ano, com destaque para o período das festas juninas, quando as
apresentações ganham maior visibilidade e ocorrem em várias partes do estado...
E cada região e grupo cultural pode adicionar suas próprias interpretações e elementos à lenda,
enriquecendo ainda mais a tradição...
A festa não se limita apenas às apresentações de dança e teatro...
Ela também envolve a culinária típica da região, comidas tradicionais sendo compartilhadas
entre os participantes e espectadores...
Pratos como arroz de cuxá, vatapá, peixes e outros quitutes maranhenses são apreciados durante
os festejos...
O Bumba Meu Boi é muito mais do que apenas uma celebração festiva; ele representa a cultura,
a história e a identidade do povo maranhense...
A lenda do boi resgata elementos do folclore local, destacando a conexão entre a humanidade,
a natureza e o sagrado...
É uma celebração que continua a se reinventar ao longo do tempo, mantendo-se viva e vibrante
nas tradições do Maranhão e encantando gerações sucessivas...
Fim
43
6° LENDA OU CONTO
A LENDA DE PAI FRANCISCO E CATIRINA
A lenda de Pai Francisco e Catirina é uma história enraizada no folclore maranhense, repleta de
elementos culturais e mágicos que encantam gerações...
Catirina, uma mulher grávida, sentiu um desejo inusitado: comer a língua de um boi. Seu
marido, Pai Francisco, sabendo da dificuldade em atender tal desejo, recorreu à ajuda do
feiticeiro da aldeia...
O feiticeiro instruiu Pai Francisco a matar um boi branco, cuja língua deveria ser preparada e
oferecida a Catirina...
Contudo, ele alertou que Pai Francisco jamais poderia olhar para trás durante todo o processo...
O marido seguiu as instruções, mas, ao chegar em casa com a língua do boi, a curiosidade o
venceu e ele olhou para trás, transformando o feito em desastre...
O feiticeiro, furioso com a quebra das regras, amaldiçoou Pai Francisco e Catirina...
O casal, então, foi transformado em dois rios que corriam lado a lado, mas nunca se
encontravam...
Pai Francisco se tornou o Rio Mearim, e Catirina se tornou o Rio Pindaré...
A separação dos rios foi o castigo pela desobediência e a maldição que marcaria para sempre a
lenda...
A lenda de Pai Francisco e Catirina, além de uma história de desejo e punição, simboliza a
importância de seguir as orientações e respeitar os mistérios do mundo espiritual...
Ela também ressalta a ligação profunda entre o ser humano e a natureza, mostrando como a
curiosidade e a desobediência podem ter consequências duradouras...
Até hoje, essa história continua sendo contada no Maranhão como um lembrete das tradições e
crenças locais...
A lenda de Pai Francisco e Catirina é também uma narrativa que reflete a sabedoria transmitida
de geração em geração...
Ela destaca a importância de respeitar os limites estabelecidos pelos poderes sobrenaturais e a
necessidade de aceitar as consequências de nossas ações...
44
Além disso, a história de Catirina desejando comer a língua do boi ressalta a conexão entre as
mulheres grávidas e os desejos incomuns que frequentemente experimentam durante a
gravidez...
Esse elemento da história acrescenta um toque de realismo e humanidade à lenda, permitindo
que as pessoas se identifiquem com os personagens de maneira mais profunda...
A separação dos rios Mearim e Pindaré, representando Pai Francisco e Catirina, é uma metáfora
poética da dualidade da vida, da separação e do destino...
Esses dois rios correndo lado a lado, mas nunca se encontrando, ecoam os altos e baixos da
jornada humana, onde caminhos diferentes podem levar a destinos diferentes...
No Maranhão, a lenda é passada de pais para filhos, enriquecendo a tradição oral e mantendo
viva a identidade cultural da região...
A história de Pai Francisco e Catirina se tornou um tesouro do folclore local, ensinando valiosas
lições sobre obediência, respeito pela natureza e as complexas tramas do destino humano...
Há muito tempo, em uma aldeia do Maranhão, viviam Pai Francisco e Catirina, um casal
simples e amoroso...
Catirina estava grávida e, um dia, despertou com um desejo incomum: o desejo de comer a
língua de um boi...
Pai Francisco, preocupado em atender o desejo de sua amada, procurou a ajuda do feiticeiro da
aldeia...
O feiticeiro, um homem sábio e misterioso, escutou atentamente o pedido de Pai Francisco e
lhe deu uma tarefa desafiadora...
Ele instruiu o homem a encontrar um boi branco, sacrificar o animal e preparar sua língua para
Catirina...
No entanto, havia uma condição crucial: Pai Francisco não deveria olhar para trás durante todo
o processo, até entregar a língua à sua esposa...
Determinado a satisfazer o desejo de Catirina, Pai Francisco partiu em busca do boi branco...
Ele o encontrou, realizou o sacrifício e preparou a língua conforme as instruções do feiticeiro...
Mas, à medida que se aproximava de casa, a curiosidade o consumiu. Incapaz de resistir, ele
olhou para trás, quebrando assim a regra imposta...
Nesse instante, uma energia sobrenatural se desencadeou...
45
O chão tremeu e o céu escureceu, como se a própria natureza estivesse reagindo à transgressão.
O feiticeiro, que estava observando de longe, lançou sua magia...
Pai Francisco e Catirina foram transformados em rios, fluindo lado a lado, mas sempre
separados...
Pai Francisco tornou-se o majestoso Rio Mearim, e Catirina, o sereno Rio Pindaré...
A maldição do feiticeiro havia se concretizado: os rios nunca se encontrariam, assim como Pai
Francisco e Catirina nunca mais estariam juntos...
As águas corriam eternamente, um ao lado do outro, mas nunca se tocavam...
A aldeia inteira testemunhou essa transformação, e a lenda se espalhou como uma brisa
carregada de mistério e tristeza...
Ao longo dos anos, as águas dos rios Mearim e Pindaré continuaram a fluir, e a história de Pai
Francisco e Catirina passou de boca em boca...
As pessoas admiravam a beleza dos rios e refletiam sobre as consequências da desobediência...
A lenda se tornou um lembrete poderoso sobre a importância de seguir as orientações do
sobrenatural e as complexas teias do destino, que podem ser tão imprevisíveis quanto as águas
que fluem eternamente lado a lado, mas nunca se encontram...
As noites de lua cheia ganhavam um toque especial na aldeia...
Dizia-se que, nesses momentos, os espíritos de Pai Francisco e Catirina se erguiam das águas e
dançavam à beira dos rios, relembrando o amor que compartilharam e a trágica separação que
os condenou...
As pessoas se reuniam para assistir a essa dança sobrenatural, sentindo uma mistura de encanto
e tristeza ao testemunhar a eterna ligação do casal, agora presa nas águas dos rios...
Com o tempo, a lenda de Pai Francisco e Catirina transcendeu as fronteiras da aldeia e se
espalhou por todo o Maranhão...
Viajantes e curiosos vinham de diferentes lugares para ouvir a história das águas que guardavam
um amor amaldiçoado...
As águas dos rios, frequentemente calmantes e serenas, pareciam sussurrar os ecos da lenda
àqueles que se aproximavam...
Alguns diziam que, em noites de tempestade, as águas dos rios se agitavam de forma
inexplicável, como se os espíritos de Pai Francisco e Catirina estivessem tentando se encontrar
novamente...
46
Outros contavam que os ventos sopravam canções tristes que ecoavam a melancolia da
separação eterna...
Com o passar das gerações, a lenda se transformou em parte fundamental da cultura do
Maranhão...
Ela servia como um lembrete para as pessoas sobre a importância de respeitar as forças do
sobrenatural e as consequências das escolhas que fazemos...
Também era uma ode ao poder do amor, que persistia mesmo diante das maiores adversidades.
Assim, a história de Pai Francisco e Catirina se tornou uma narrativa enraizada na alma do
Maranhão...
A lenda era compartilhada entre amigos e famílias, contada ao redor de fogueiras em noites
estreladas, e transmitida como um tesouro cultural de geração em geração...
E, à medida que os rios Mearim e Pindaré continuavam a fluir, também fluía a história eterna
do casal que se amou além das barreiras da vida e da morte...
Fim
47
7° LENDA OU CONTO
A LENDA DA GRANDE SERPENTE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO
Esta lenda nos conta que nas profundezas das águas que banham a cidade de São Luís do
Maranhão, uma lenda antiga fala sobre a existência de uma criatura misteriosa e majestosa: a
Grande Serpente...
Os povos antigos dizem que a cidade foi abençoada e protegida por essa criatura ancestral, cuja
presença está entrelaçada com as raízes mais profundas da região...
Há séculos, quando os primeiros colonizadores chegaram às margens da ilha, eles foram
recebidos por uma tribo indígena que reverenciava a Grande Serpente como um grande espírito
guardião...
Os nativos acreditavam que essa serpente gigante emergia das águas sempre que a cidade
enfrentava perigos iminentes ou desafios grandiosos...
A sua forma majestosa e imponente inspirava temor e respeito...
Conta-se que, em tempos remotos, São Luís do Maranhão foi ameaçada por invasores
estrangeiros que pretendiam conquistar a cidade...
Os habitantes, com corações cheios de temor, imploraram à Grande Serpente por ajuda...
Na noite que precedeu a batalha, uma tempestade feroz e descomunal se abateu sobre os
invasores, como se os céus estivessem respondendo ao apelo da serpente guardiã...
E quando os invasores finalmente tentaram desembarcar, foram recebidos por uma aparição
deslumbrante: a Grande Serpente emergiu das profundezas das águas, erguendo-se com
majestade diante do exército inimigo...
O seu corpo brilhava sob a luz da lua, suas escamas reluziam como ouro e seus olhos emitiam
um brilho sobrenatural...
A serpente estendeu suas asas, que eram como mantos de névoa, e envolveu-se ao redor dos
invasores, causando uma agitação imensa nas fileiras inimigas...
As ondas tumultuadas do mar pareciam obedecer ao seu comando, erguendo-se com fúria para
atacar os navios inimigos...
Os invasores, tomados pelo medo e pela percepção da força divina da serpente, recuaram em
desordem e fugiram das terras de São Luís...
Desde então, a lenda da Grande Serpente tornou-se um testemunho da força protetora e
benevolente que envolve São Luís do Maranhão...
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Os habitantes da cidade continuam acreditando que a serpente ancestral permanece vigilante,
pronta para intervir sempre que a cidade enfrentar perigos ou desafios...
A lenda ecoa nas noites de tempestade, quando os ventos sussurram o nome da serpente e as
ondas dançam em sua honra...
A Grande Serpente de São Luís do Maranhão é mais do que uma lenda; é uma fonte de
esperança, uma lembrança da conexão profunda entre a cidade e as forças sobrenaturais que a
protegem...
A sua presença majestosa e misteriosa continua a inspirar respeito e reverência, e a lenda
permanece viva, fluindo como as águas que banham a cidade, eternamente ligada à sua história
e identidade...
Os primeiros moradores de ilha do amor...
Os indígenas também dizem que a serpente vive hoje entre a igreja da sé e a fonte do ribeirão...
A cabeça está na igreja e a sua calda cresce em direção a fonte do ribeirão...
A serpente cresce em baixo da cidade...
E assim que a cabeça encontra o rabo na foz do rio Bacanga em frente à beira mar, ela dará um
abraço mortal na cidade...
Destruindo a ilha de São Luís do Maranhão para sempre...
À medida que os anos se passaram, a lenda da Grande Serpente de São Luís do Maranhão
ganhou novos contornos e mistérios, tornando-se uma narrativa que inspirava tanto admiração
quanto temor...
As histórias contadas à luz das fogueiras se tornaram mais detalhadas, e as gerações
continuaram a passar adiante os segredos e encantos que cercavam a serpente...
Muitos moradores da cidade dizem que a cabeça da serpente está guardada na majestosa Igreja
da Sé...
Estando a serpente em um lugar de culto e veneração...
Está sendo alimentada em segredo pelos frades capuchinhos...
Estes aguardam que o crescimento da grande serpente se complete...
E que a profecia se cumpra...
49
Acredita-se que essa conexão com o sagrado confere à cidade uma proteção especial contra
qualquer mal que possa se abater sobre a cidade...
E, na outra extremidade, a cauda repousa nas águas da Fonte do Ribeirão, um local de beleza e
serenidade...
Quando a serpente troca de pele...
É neste local que é feito a retirada da pele do animal...
A serpente, segundo a lenda, cresce silenciosamente sob a cidade...
E seus movimentos misteriosos ecoando sob as ruas e praças de São Luís...
O seu corpo serpenteante e gigantesco, que se estende sob a terra, é tanto uma fonte de assombro
quanto um sinal da ligação profunda entre a criatura e a própria essência da cidade...
A parte mais intrigante da lenda é a profecia sombria que circunda a união da cabeça e da cauda
da serpente...
Diz-se que, quando a cabeça finalmente encontrar a cauda, a serpente dará um abraço mortal
na cidade, desencadeando uma destruição catastrófica...
Essa profecia mantém os habitantes em alerta, sempre cientes da importância de manter a paz
e a harmonia na cidade...
E por gerações, a Grande Serpente permaneceu como uma guardiã e protetora da cidade...
As pessoas continuam a reverenciá-la, fazendo oferendas à Fonte do Ribeirão e frequentando a
Igreja da Sé em busca de bênçãos e proteção...
A lenda da serpente se fundiu com a identidade da cidade, lembrando a todos que a relação
entre os habitantes e as forças da natureza é sagrada e delicada...
A história da Grande Serpente de São Luís do Maranhão é uma lembrança constante da força
do sobrenatural, da conexão entre o passado e o presente, e do respeito que devemos ter por
nosso ambiente e história...
E, embora a profecia possa pairar como uma sombra, os habitantes continuam a viver em
harmonia com a serpente guardiã, mantendo viva a tradição e a esperança de que sua presença
continue a proteger a ilha de São Luís por gerações vindouras...
E esperando que a cabeça nunca encontre a calda...
Neste aspecto, dizem que os frades jesuítas em desacordo com os frades capuchinhos lutam
para que o plano de destruição da cidade nunca se cumpra...
50
E são os jesuítas que redirecionam o caminho por onde cresce o rabo da serpente...
Impedindo desta forma que a cabeça nunca encontre o rabo...
Neste entendimento existe uma luta secreta entre capuchinhos e jesuítas que derrama sangue e
espalha violência nos bastidores da igreja...
Um grupo a favor da grande serpente e outro contra o avanço vertiginoso da profecia...
O crescimento corporal do grande animal continua...
E a luta entre jesuítas e capuchinhos também...
Enquanto o tempo avança, a cidade de São Luís do Maranhão permanece envolta em um manto
de mistério e reverência devido à lenda da Grande Serpente...
As gerações continuam a compartilhar a narrativa da serpente, enriquecendo-a com novos
detalhes e interpretações, mantendo-a viva em sua essência...
Muitos peregrinos e viajantes chegam à cidade, atraídos pela história da serpente guardiã e pela
aura sobrenatural que ela emana...
Ao visitar a Igreja da Sé e a Fonte do Ribeirão, esses curiosos buscam a bênção da serpente e
esperança em seus olhos...
E, enquanto se aprofundam na história, mergulham na cultura rica e diversificada que rodeia a
lenda...
Os moradores da cidade também continuam a honrar a serpente de maneiras diversas...
Festivais e celebrações são realizados, onde as histórias são contadas, danças são executadas e
oferendas são feitas...
Esses eventos não apenas reforçam os laços com a lenda, mas também reafirmam a importância
da comunidade e da união...
Apesar do temor em torno da profecia do abraço mortal, a serpente também é vista como uma
representação da necessidade de equilíbrio entre a natureza e a humanidade...
Ela personifica a dualidade entre o poder protetor e o potencial destrutivo da natureza...
Os habitantes de São Luís do Maranhão entendem que a harmonia com a terra e as águas é
essencial para evitar qualquer catástrofe iminente...
Assim, a lenda da Grande Serpente continua a ser entrelaçada com a vida e a cultura da cidade...
51
Ela não apenas mantém viva a tradição, mas também serve como um lembrete constante de que
a relação entre o homem e a natureza é complexa e delicada...
Enquanto a serpente permanece nas profundezas das águas e no imaginário dos habitantes, São
Luís do Maranhão segue em frente, sempre consciente do papel da serpente como uma guardiã
dos mistérios da terra e do sobrenatural...
Fim
52
8° LENDA OU CONTO
A LENDA DE DOM SEBASTIÃO E O TOURO ENCANTADO
A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é uma narrativa que mistura elementos
históricos e folclóricos, envolvendo o desaparecimento do rei Dom Sebastião de Portugal e uma
figura mítica, o touro encantado...
Esta lenda carrega consigo uma mistura de esperança, misticismo e saudade que tem
reverberado através das gerações...
No século XVI, Portugal enfrentou um período de turbulência política e social...
Dom Sebastião, um jovem rei sonhador, decidiu embarcar em uma expedição militar ao norte
da África, na batalha de Alcácer-Quibir...
Entretanto, a batalha terminou em desastre, e Dom Sebastião desapareceu sem deixar rastros,
presumidamente morto...
A lenda começa aqui: o povo português não conseguia aceitar a morte do jovem rei e agarrava-
se à esperança de que ele retornaria para restaurar a glória da nação...
Essa esperança alimentou a crença de que Dom Sebastião estava encantado, escondido em
alguma parte mágica do mundo...
Nesse contexto, surge o elemento mágico do touro encantado...
Dizia-se que, para que Dom Sebastião retornasse, seria necessário que alguém corajoso
enfrentasse o touro e o derrotasse...
O touro, de acordo com a lenda, era uma criatura imponente, protegendo o rei encantado e
guardando o seu paradeiro secreto...
Ao longo dos anos, a narrativa do touro encantado se tornou uma representação da busca por
um líder messiânico que restauraria a glória perdida de Portugal...
A lenda serviu como um símbolo de esperança e resistência durante tempos difíceis, unindo o
povo em torno da crença de um retorno triunfante...
A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado não é apenas uma história de fé e esperança,
mas também um reflexo das complexas relações entre história, mito e cultura...
Ela mostra como as histórias podem transcender o tempo e inspirar as pessoas a enfrentar
desafios com coragem e determinação, mantendo viva a chama da esperança mesmo nos
momentos mais sombrios...
53
E com o passar dos séculos, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado continuou a ser
contada, adaptando-se às mudanças culturais e sociais...
Ela se entrelaçou com a identidade de Portugal, servindo como um lembrete constante de que
a esperança e a perseverança podem superar até os obstáculos mais difíceis...
Em diversas regiões de Portugal, principalmente nas zonas rurais, a lenda do touro encantado
encontrou formas únicas de se manifestar...
Festivais e celebrações foram realizados em honra ao rei desaparecido e à criatura mítica...
Danças folclóricas e encenações teatrais retrataram o confronto lendário entre um corajoso herói
e o touro encantado...
A lenda também se entrelaçou com a religião e a espiritualidade...
Em algumas interpretações, Dom Sebastião foi visto como um "rei adormecido", um tipo de
messias que um dia retornaria para conduzir Portugal a um destino grandioso...
Essa fusão de elementos mitológicos e religiosos deu à lenda uma profundidade adicional e
uma ressonância espiritual...
Além disso, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado serviu como uma fonte de
inspiração para escritores, artistas e músicos ao longo dos anos...
Ela encontrou sua expressão em poesia, pintura, música e literatura, contribuindo para a rica
tapeçaria cultural de Portugal...
Hoje, embora a crença literal na lenda tenha diminuído, ela continua a ser valorizada como parte
da identidade cultural do país...
A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é um lembrete das raízes históricas de Portugal,
das forças que unem o povo e da importância de nunca perder a esperança mesmo diante das
adversidades mais sombrias...
Assim, a história de Dom Sebastião e do touro encantado permanece viva, ecoando através do
tempo como um testemunho da capacidade da imaginação humana de criar histórias que
transcenderão gerações e se tornarão símbolos de força, resiliência e esperança...
A lenda do rei de Portugal tem atravessado os tempos, os povos e até os oceanos...
Os contos recentes sobre a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma
narrativa quase fiel ao que é contado em Portugal...
Muitos moradores em São Luís do Maranhão, alguns deles descentes diretos de portugueses...
54
Afirmam ter visto o rei de Portugal e o seu navio fantasmagórico nos leitos dos lenções
maranhenses...
Muitos moradores confirmam que o rei de Portugal assombra embarcações, pescadores, ribeiros
e marinheiros no litoral do maranhão...
E inúmeras pessoas ratificam ter visto o rei na forma de um touro encantado com uma estrela
na testa cavalgando sobre as dunas dos lenções maranhenses...
E vários moradores no decorrer destas aparições simplesmente sumiram nas areias dos lenções
maranhenses...
Muitos desapareceram tentando laçar o boi...
Pois muitos moradores acreditavam que capturando o boi encantado...
Também conseguiriam captura o Rei de Portugal...
Ele uma vez capturado os levaria até o tesouro que está junto ao navio do Rei Sebastião...
A lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma história carregada de
mistério e fascinação, onde elementos da história de Portugal se entrelaçam com a mitologia
local...
Aqui também se conta que muitos moradores da região litorânea do maranhão afirmam ter
testemunhado a aparição do rei de Portugal e de seu navio fantasmagórico navegando em
chamas nos leitos dos Lençóis Maranhenses...
Dizem que, em noites de lua cheia, quando as marés estão altas e o vento uiva através das dunas,
a figura de Dom Sebastião surge em meio à bruma marinha...
E o seu navio é descrito como uma embarcação majestosa, banhada por uma luz mágica e etérea.
A aparição do rei está envolta em um ar de tristeza e mistério, evocando a saudade de um
passado glorioso e a busca por um destino perdido...
Os relatos das aparições de Dom Sebastião se espalham entre os moradores, e muitos acreditam
que o rei assombra as águas e a costa do Maranhão, tanto como uma figura imponente quanto
como o misterioso touro encantado...
A lenda diz que ele se manifesta na forma de um touro, com uma estrela brilhante em sua testa,
cavalgando sobre as dunas dos Lençóis Maranhenses...
E o seu olhar é intenso e profundo, reflete uma mistura de tristeza e esperança...
Os moradores da região também acreditam que capturar o touro encantado poderia levar a um
tesouro escondido próximo ao navio fantasmagórico de Dom Sebastião...
55
Alguns moradores afirmam que a embarcação se materializa em noites de super lua...
O navio fica atracado na ilha do meio e frente a biqueira d´agua cuidado por Iara a rainha dos
mares...
Alguns moradores, guiados por um desejo de riqueza ou pela busca de respostas, tentaram
capturar o touro, mas muitos desapareceram nas areias dos Lençóis Maranhenses, envolvidos
pela aura misteriosa que permeia a lenda...
A aparição de Dom Sebastião e seu touro encantado se tornou parte integrante da cultura e do
folclore local...
Os moradores respeitam e temem esses eventos sobrenaturais, ao mesmo tempo que veem neles
um vínculo entre o passado e o presente, entre a história de Portugal e a riqueza natural do
Maranhão...
Assim, a lenda persiste, misturando realidade e mito, história e folclore, esperança e mistério...
Ela é uma lembrança de como as histórias podem transcender fronteiras e épocas, refletindo as
complexas emoções humanas e a capacidade da imaginação de moldar o mundo à sua volta...
A aparição de Dom Sebastião nos Lençóis Maranhenses permanece como um enigma, um elo
entre dois mundos e um lembrete das profundezas inexploradas da natureza e da mente
humana...
À medida que a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão persiste ao longo
do tempo, ela continua a influenciar a vida e a cultura da região de maneiras diversas e
intrigantes...
As histórias das aparições de Dom Sebastião e do touro encantado são contadas ao redor de
fogueiras, nas comunidades à beira-mar, transmitidas de geração em geração...
Os moradores compartilham essas narrativas com uma mistura de reverência, admiração e um
toque de medo respeitoso, reconhecendo que o sobrenatural pode estar mais próximo do que se
imagina...
Os pescadores, marinheiros e ribeirinhos que frequentam as águas costeiras do Maranhão
muitas vezes partilham histórias de encontros inexplicáveis com figuras misteriosas...
Relatos de embarcações cruzando com o navio fantasmagórico de Dom Sebastião, ou de
avistamentos do touro encantado nas dunas dos Lençóis Maranhenses, se espalham como o
vento que sopra pelo litoral...
Alguns, impulsionados pela crença na possibilidade de encontrar o tesouro guardado por Dom
Sebastião, tentam laçar o touro encantado...
56
A busca pelo tesouro escondido tornou-se um desafio arriscado e intrigante para muitos
aventureiros, embora muitos nunca retornem...
A lenda agrega ainda mais mistério aos Lençóis Maranhenses, um lugar que já é naturalmente
mágico e único...
A lenda também encontra espaço na cultura artística do Maranhão...
Pinturas, esculturas, músicas e poesias retratam a aparição de Dom Sebastião e seu navio,
mantendo viva a história por meio de expressões criativas...
A aparição de Dom Sebastião nos leitos dos Lençóis Maranhenses não é apenas uma história
de fantasmas, mas um eco da história, um espelho da identidade e uma prova da poderosa
imaginação humana...
Ela transcende as barreiras do tempo e da realidade, lembrando-nos da beleza e do mistério do
desconhecido que ainda habita as profundezas das águas e das areias do Maranhão...
A lenda permanece, ecoando como as ondas que beijam a costa, e continuará a inspirar as
gerações vindouras a explorar as fronteiras entre o visível e o invisível, o passado e o presente,
o real e o sobrenatural...
Fim
57
9° LENDA OU CONTO
A LENDA DE ANA JANSEN
Ana Jansen, conhecida como "A Rainha do Maranhão", foi uma figura lendária do estado
brasileiro do Maranhão no século XIX...
Era uma mulher rica, poderosa e temida por sua crueldade. Segundo a lenda, ela possuía vastas
terras e uma imponente mansão em São Luís...
Descrita como uma mulher alta, de cabelos negros e olhar penetrante, Ana Jansen tinha
reputação de ser implacável com seus inimigos e escravos...
Dizem que ela exercia controle sobre a cidade com punhos de ferro, governando-a com mão de
ferro...
A lenda conta que Ana Jansen era cruel com os escravos, tratando-os com extrema violência e
desumanidade...
Acredita-se que ela torturava aqueles que a desobedeciam e que sua mansão era cenário de
horrores, com histórias de espíritos vingativos que assombravam o local...
Além de sua fama como senhora implacável, Ana Jansen também era conhecida por seus
excessos e extravagâncias, ostentando roupas e joias luxuosas...
A lenda da Rainha do Maranhão perdurou ao longo do tempo, e seu nome ficou associado a
histórias de assombrações e maldições...
Muitos acreditavam que ela teria feito pactos com entidades malignas para obter sua riqueza e
poder, e que seu espírito perturbado ainda vagava pela mansão após sua morte...
A figura de Ana Jansen se mistura à história e cultura do Maranhão, sendo retratada em diversas
lendas, livros e até mesmo peças de teatro...
Sua história continua a intrigar e fascinar gerações, mantendo viva a memória dessa enigmática
mulher que governou com mão de ferro e deixou um legado sombrio na história da região...
Apesar da morte de Ana Jansen, sua lenda continuou a crescer com o passar dos anos...
As histórias sobre sua crueldade, riqueza e poder foram transmitidas de geração em geração,
tornando-se parte do folclore local...
A mansão de Ana Jansen, conhecida como "Solar da Jansen", tornou-se um ponto turístico
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21 Contos e Lendas

  • 1. 1 Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas Para serem Contadas em Acampamentos antes de Dormir “Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis” Abrantes F. Roosevelt
  • 2. 2 Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas Para serem Contadas em Acampamentos antes de Dormir “Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis” Abrantes F. Roosevelt 2019
  • 3. 3 Prefacio Nas páginas deste livro, mergulhamos em um mundo onde a linha tênue entre a realidade e a fantasia se dissolve, dando vida a contos e lendas que ecoaram através dos tempos. Desde tempos imemoriais, a humanidade encontrou nas narrativas uma maneira de explorar os mistérios do universo e dar voz a seus sonhos e medos mais profundos. Os contos e lendas que povoam essas páginas não são apenas histórias isoladas, mas fios de sabedoria e imaginação que tecem o próprio tecido de nossa cultura. Ao virar cada página, somos transportados para eras e lugares distantes, onde heróis enfrentam criaturas míticas, desafiam destinos sombrios e celebram triunfos épicos. Essas histórias transcendem as barreiras do tempo, perpetuando-se através de gerações, emoldurando nossa compreensão do que é ser humano e do que é possível nos reinos da imaginação. Dos deuses do Olimpo aos dragões dos contos de fadas, cada narrativa é uma janela para uma dimensão alternativa, onde a maravilha e o mistério coexistem. Mas as lendas não são apenas janelas para mundos imaginários. Elas também são espelhos que refletem as profundezas da psique humana, capturando anseios, medos e anseios que atravessam fronteiras culturais. Essas histórias muitas vezes escondem lições morais e filosóficas, transmitidas de geração em geração como um guia para a conduta humana. Em cada encontro com um ogro, um cavaleiro destemido ou uma sereia encantadora, encontramos fragmentos de nossa própria jornada através da vida. Este livro convida você a se perder nas tramas intricadas das fábulas antigas e das sagas heroicas. Ele é um tributo às tradições que nos unem como seres humanos e às histórias que resistiram ao teste do tempo. À medida que navegamos por essas páginas, lembramos que, embora separados por fronteiras e culturas diversas, nossa paixão compartilhada por contos e lendas é o que verdadeiramente nos conecta, revelando nossa eterna busca por significado e maravilha no vasto panorama da imaginação humana. Abrantes F. Roosevelt
  • 4. 4 Preface In the pages of this book, we delve into a world where the delicate line between reality and fantasy dissolves, giving life to tales and legends that have echoed through the ages. Since time immemorial, humanity has found in narratives a way to explore the mysteries of the universe and give voice to its deepest dreams and fears. The tales and legends that populate these pages are not just isolated stories, but threads of wisdom and imagination that weave the very fabric of our culture. As we turn each page, we are transported to distant eras and places, where heroes confront mythical creatures, challenge dark fates, and celebrate epic triumphs. These stories transcend the barriers of time, perpetuating themselves through generations, framing our understanding of what it means to be human and what is possible in the realms of imagination. From the gods of Olympus to the dragons of fairy tales, each narrative is a window into an alternate dimension where wonder and mystery coexist. But legends are not just windows to imaginary worlds. They are also mirrors reflecting the depths of the human psyche, capturing desires, fears, and aspirations that cross cultural boundaries. These stories often conceal moral and philosophical lessons, passed down from generation to generation as a guide to human conduct. In each encounter with an ogre, a fearless knight, or an enchanting mermaid, we find fragments of our own journey through life. This book invites you to lose yourself in the intricate plots of ancient fables and heroic sagas. It is a tribute to the traditions that unite us as humans and to the stories that have stood the test of time. As we navigate through these pages, we are reminded that, although separated by diverse borders and cultures, our shared passion for tales and legends is what truly connects us, revealing our eternal quest for meaning and wonder in the vast panorama of human imagination. Abrantes F. Roosevelt
  • 5. 5 Livro: Vinte e Um Contos e Lendas Culturais e Folclóricas para serem Contadas em Acampamentos antes de Dormir - Um Conto e uma Lenda para cada Noite que se Fizer Fria em Acampamentos Juvenis” Gênero: Contos e Lendas Ano: 2019 Autor: Roosevelt Ferreira Abrantes Titularidade: Este é um Livro de Titularidade de Roosevelt F. Abrantes Editora: Editora Lascivinista / Produção e Publicação Independente Coletânea: Abrantes e Ferreiras Ano de Finalização Escritural da Obra: 2018 Data da Primeira Publicação deste Livro: 26 de Junho de 2019 Contatos: End.: Rua Padre Rafael, n° 01 Vila Embratel – São Luís - Maranhão Proximo a Praça 07 Palmeiras Cep.: 65081-618 – São Luís – Ma País.: Brasil / Região.: Nordeste Tel.: (98) 9 9907-9243 / (98) 9 98449-3346 WhatsApp.: (98) 9 9907-9243 / 98449-3346 E-mail.: rooseveltabrantes@outlook.com Redes Sociais: Facebook.: https://www.facebook.com/rooseveltfabrantes Twitter.: https://twitter.com/rooseveltabrant Linkendin.: https://www.linkedin.com/in/abrantesroosevelt Instagran.: https://www.instagram.com/abrantes.roosevelt/ Hotmail.: rooseveltabrantes@outlook.com Blogger: http://movimentolascivinista.blogspot.com/ Site.: http://movimentolascivinista.com
  • 6. 6 Autobiografia Nome: Roosevelt F. Abrantes Data de Nascimento: 26/02/1981 Cidade Natal: São Luís Estado Natal: Maranhão País: Brasil Nome do Pai: João Costa Abrantes Nome da Mãe: Justa Maria de Nazaré Ferreira Abrantes Cônjuge: Ainda há Procura de um Grande Amor Verdadeiro Ocupação: Cientista Financeiro, Escritor, Poeta, Contista, Cronista, Fotografo, Grafista, Iluminarista e Influenciador Digital. Profissão: Analista Financeiro Bairro onde Morou na Infância: Vila Embratel Locais onde Trabalhou: Staff Investimentos do Brasil Formação Acadêmica: Pós-graduação Completa Lugares onde Morou: Maranhão, Piauí, Recife, Rio Grande do Norte e São Paulo Ideologia Politica: Extrema Esquerda Gosto Musical: MPB, MPM e Rock Gosto Gastronômico: Tambaqui, Baião de dois, feijão, Arroz, Farinha e Molho de Pimenta. Religião: Agnóstica Altura: 1,75 Mts Etnia / Raça: Negra Cor da Pele: Preta Cor dos Olhos: Pretos e Pequenos Cor dos Cabelos: Pretos, Enrolados e Curto Postura Física: Reta e Firme Tipo Físico: Magro, Dedos Pequenos, Pés Pequenos e Pernas Compridas Tipo Físico Facial: Nariz Afilado, Cabeça Mediana e Queixo Redondo Trajes Habituais: Camisas Apolo Brancas, Causas Jeans Escura e Tênis branco Idade Atual: 42 anos Orientação Sexual: Heterossexual Heterônimo: Não possuir Escritor: Roosevelt Ferreira Abrantes Roosevelt F. Abrantes
  • 7. 7 "Não importa o quanto seu coração esteja sofrendo, se você continuar acreditando, o sonho que você deseja se tornará realidade." Cinderela
  • 8. 8 Agradecimentos A meu filho amado Cauã Carvalhos Abrantes A minha Filha Amada Carolina Carvalho Abrantes A minha Neta Maria Lívia Carvalho Abrantes ·
  • 9. 9 CONTOS & LENDAS Os Contos e Lendas são duas formas distintas de narrativas que desempenham papéis essenciais na transmissão de histórias e valores culturais ao longo das gerações. As duas vertentes narrativas são eximias formas de difusão de mensagens históricas e culturais que valorizam a passagem e o trajeto do homem sobre a face da terra. Os Contos são narrativas curtas e concisas que geralmente se concentram em uma única situação, evento ou personagem. Eles têm a habilidade de capturar a essência de uma história em um espaço limitado, muitas vezes evocando emoções profundas e oferecendo uma visão aguda da condição humana. A brevidade dos contos os torna ideais para a exploração de momentos cruciais ou revelações surpreendentes. Eles podem abranger uma variedade de gêneros, desde realismo e ficção científica até horror e fantasia, permitindo que os escritores expressem suas ideias de maneira concentrada. As Lendas, por outro lado, são narrativas tradicionais que misturam elementos reais e imaginários. Elas frequentemente têm origens históricas ou culturais, e podem envolver figuras heroicas, eventos marcantes ou explicações para fenômenos naturais. As lendas são contadas para transmitir valores, crenças e tradições de uma comunidade. À medida que são transmitidas oralmente ou por meio de registros escritos, as lendas podem evoluir, adquirindo detalhes e nuances que enriquecem a narrativa. Algumas lendas podem se tornar parte intrínseca do patrimônio cultural de uma região, ajudando a definir sua identidade. Apesar das diferenças entre contos e lendas, ambos os gêneros compartilham algumas características fundamentais que os tornam poderosos meios de expressão e comunicação: 1. Transmissão Cultural: Tanto contos quanto lendas desempenham um papel vital na preservação e transmissão da cultura. Eles encapsulam os valores, crenças e tradições de uma sociedade, permitindo que esses elementos sejam compartilhados e passados adiante para as gerações futuras. 2. Reflexão Humana: Tanto contos quanto lendas exploram a complexidade da experiência humana. Eles tocam em temas universais, como amor, medo, coragem, moralidade e esperança, proporcionando um terreno fértil para a reflexão sobre o que significa ser humano. 3. Conexões Emocionais: Ambos os gêneros têm o poder de evocar emoções intensas nos leitores ou ouvintes. Seja através das reviravoltas surpreendentes dos contos ou dos feitos heroicos das lendas, essas narrativas têm a capacidade de criar conexões emocionais profundas. 4. Criatividade e Imaginação: Tanto contos quanto lendas encorajam a criatividade e a imaginação. Eles transportam os leitores para mundos diferentes, desafiando-os a visualizar cenários, personagens e eventos que podem estar muito além da realidade cotidiana.
  • 10. 10 5. Mudança e Evolução: Tanto os contos quanto as lendas podem evoluir com o tempo, adaptando-se a diferentes contextos culturais e sociais. Eles podem ser reinterpretados e recontados por diferentes autores, resultando em uma rica tapeçaria de versões e variações. E enquanto os contos são narrativas curtas e focadas que buscam provocar emoções e reflexões em um espaço limitado, as lendas são narrativas que combinam elementos históricos e fantásticos, muitas vezes servindo como veículos para a transmissão de conhecimentos culturais e morais. Ambos os gêneros têm um papel crucial na maneira como compartilhamos e perpetuamos histórias ao longo do tempo. Em última análise, tanto contos quanto lendas são pilares fundamentais da narrativa humana. Eles nos lembram da nossa capacidade inata de contar histórias para transmitir conhecimento, explorar a imaginação e nos conectarmos com os outros. Enquanto os contos muitas vezes se concentram em capturar momentos e emoções com eficiência, as lendas mergulham na profundidade da cultura e da história de uma comunidade. Juntos, esses gêneros literários contribuem para a riqueza do patrimônio narrativo global.
  • 11. 11 OS CONTOS Os contos são uma jornada fascinante que remonta a tempos ancestrais e que evoluiu ao longo das eras, dando origem a uma rica tradição literária. Contos são narrativas curtas que exploram temas universais, muitas vezes envolvendo personagens em situações intrigantes, emocionais ou fantásticas. A sua origem pode ser traçada até as antigas tradições orais de culturas ao redor do mundo. Na antiguidade, os contos eram transmitidos oralmente, passados de geração em geração. Mitos e lendas de civilizações como os gregos, romanos, egípcios e hindus frequentemente continham elementos narrativos que se assemelhavam a contos modernos. Com o advento da escrita, essas histórias foram registradas, permitindo uma maior preservação e disseminação. A Idade Média trouxe consigo contos de cunho moral e religioso, como as fábulas de Esopo e as narrativas exemplares dos monges. Com o Renascimento, a popularidade dos contos de fadas cresceu, com autores como Charles Perrault e os irmãos Grimm criando versões literárias de histórias que já circulavam no folclore. Esses contos frequentemente transmitiam lições de moral e valores sociais. Nos séculos seguintes, a tradição dos contos evoluiu, adaptando-se a diferentes estilos e abordagens. No século XIX, o movimento romântico deu origem a contos góticos e de terror, explorando o lado sombrio da psique humana. No início do século XX, autores como Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft contribuíram para o gênero do conto de horror, enquanto autores como Anton Tchekhov e Guy de Maupassant desenvolveram o conto realista, enfocando aspectos cotidianos e psicológicos. Com o avanço da modernidade, surgiram novos movimentos literários, como o realismo mágico e o minimalismo, que influenciaram os contos contemporâneos. Escritores como Gabriel García Márquez e Raymond Carver trouxeram uma abordagem única às narrativas curtas, explorando a interseção entre o ordinário e o extraordinário. Atualmente, a história dos contos continua a se desdobrar, abraçando a diversidade cultural e uma multiplicidade de estilos. A era digital trouxe novas formas de disseminação, com contos sendo compartilhados em blogs, redes sociais e plataformas de publicação online. A historiografia dos contos reflete a evolução da sociedade, suas crenças, desafios e perspectivas ao longo do tempo, permanecendo como uma janela para a alma humana e sua capacidade de criar e compartilhar histórias cativantes. Os contos são pequenos universos de imaginação encapsulados em palavras, onde as histórias ganham vida com a mesma intensidade que as emoções. São como pinturas literárias em miniatura, onde cada pincelada de palavra é cuidadosamente escolhida para criar um quadro completo e vívido na mente do leitor. Imagine-se passeando por um jardim mágico de narrativas, onde cada conto é uma flor única e delicada, pronta para desabrochar em sua mente. Cada pétala de frase carrega consigo a fragrância das emoções humanas - a alegria, o medo, a tristeza, o amor. E, à medida que você
  • 12. 12 mergulha na leitura, as cores das palavras se misturam e se transformam, formando uma paisagem visual e emocional. Os contos têm a habilidade de capturar instantâneas de vida, enquadrando momentos cruciais em cenários variados. Eles podem ser como janelas para outros mundos, transportando-nos para cenários fantásticos ou nos revelando os recantos ocultos do cotidiano. Seja em uma cidade futurista ou em uma aldeia antiga, os contos pintam o cenário com detalhes minuciosos, permitindo-nos sentir os grãos de areia sob os pés ou o aroma das especiarias no ar. Essas narrativas curtas muitas vezes abrigam personagens que parecem saltar das páginas, com suas alegrias e tristezas, desafios e triunfos. Como marionetistas habilidosos, os autores manipulam os fios da trama para criar reviravoltas inesperadas, mantendo o leitor ansioso para desvendar o que está por vir. Assim como um bom prato que combina diversos ingredientes em uma harmonia única, os contos misturam elementos narrativos, diálogos e descrições em uma dança bem coreografada. Cada palavra tem um papel fundamental, contribuindo para o ritmo e o fluxo da história, enquanto o espaço limitado desafia os escritores a serem mestres da economia verbal. Em última análise, os contos são como pequenas pepitas de ouro literário, brilhando com a essência da experiência humana. Eles nos lembram da capacidade ilimitada da imaginação para criar mundos inteiros em poucas palavras e nos transportar para além dos limites da realidade. Contos são narrativas curtas que apresentam uma história completa e concisa em um espaço limitado. Eles geralmente se concentram em um único evento, situação ou personagem, com o objetivo de entreter, transmitir uma mensagem ou explorar temas específicos. Os contos compartilham algumas características essenciais: Brevidade: Os contos são notavelmente curtos em comparação com romances ou novelas. Eles são projetados para serem lidos de uma só vez, muitas vezes em poucos minutos. Foco em um Elemento Central: Cada conto gira em torno de um evento chave, um conflito central ou uma revelação. A trama é construída para destacar esse elemento central. Personagens Limitados: Dado o espaço limitado, os contos geralmente apresentam um número reduzido de personagens. Isso ajuda a manter o foco na história principal. Clareza e Economia de Palavras: A linguagem utilizada nos contos é muitas vezes direta e precisa. Cada palavra é escolhida com cuidado para transmitir o máximo de significado em um espaço limitado. Mensagem ou Lição: Muitos contos têm uma mensagem subjacente, moral ou lição que pode ser direta ou sugerida. Essas mensagens podem ser reflexivas, humorísticas, filosóficas, entre outras.
  • 13. 13 Suspensão da Descrença: Assim como em outras formas de ficção, os leitores muitas vezes precisam suspender sua descrença para entrar no mundo fictício do conto, mesmo que por um curto período de tempo. Variedade de Gêneros e Temas: Os contos podem abranger uma ampla gama de gêneros e temas, desde ficção científica e fantasia até realismo, mistério, horror e romance. Autores famosos de contos incluem Edgar Allan Poe, Anton Tchekhov, Guy de Maupassant, Gabriel García Márquez, Alice Munro, Raymond Carver e muitos outros. Os contos são apreciados por sua capacidade de transmitir uma história cativante em um formato compacto, tornando-os uma parte valiosa da literatura mundial.
  • 14. 14 AS LENDAS As Lendas são narrativas tradicionais que misturam elementos da realidade e da fantasia para contar histórias sobre eventos, pessoas ou lugares que têm significado cultural, histórico ou simbólico. Elas desempenham um papel importante na transmissão de valores, crenças e conhecimentos de geração em geração. As lendas são frequentemente enraizadas na cultura de um determinado grupo de pessoas e podem abordar temas como a criação do mundo, feitos heroicos, explicação de fenômenos naturais e a origem de tradições. E diferentemente dos mitos, que muitas vezes estão ligados a explicações míticas ou religiosas e podem envolver deuses e seres sobrenaturais, as lendas geralmente têm conexões mais diretas com eventos históricos ou figuras reais. No entanto, ao longo do tempo, as lendas podem se transformar e adquirir elementos fantasiosos à medida que são contadas e recontadas, criando uma linha tênue entre a realidade e a imaginação. As lendas podem ser encontradas em culturas de todo o mundo e variam amplamente em conteúdo e estilo. Por exemplo, a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda é uma narrativa lendária que surgiu na Grã-Bretanha medieval e envolve feitos heróicos, magia e aventuras. Outro exemplo é a lenda de Robin Hood, um fora-da-lei que roubava dos ricos para dar aos pobres, que também tem suas raízes na Inglaterra. As lendas muitas vezes possuem uma qualidade atemporal, mantendo-se relevantes ao longo dos séculos, uma vez que exploram aspectos universais da experiência humana, como coragem, sacrifício, lealdade e justiça. Elas são contadas oralmente, registradas em textos escritos e continuam a ser reinterpretadas em várias formas de mídia, incluindo literatura, teatro, cinema e arte visual. As lendas, ao longo do tempo, podem se transformar em elementos fundamentais da identidade cultural de uma sociedade. Elas frequentemente encapsulam os valores, tradições e crenças de um povo, refletindo a forma como eles veem a si mesmos e sua relação com o mundo ao seu redor. Uma das características fascinantes das lendas é sua capacidade de se adaptar e evoluir. À medida que são transmitidas oralmente ou por escrito, diferentes narradores e culturas podem adicionar detalhes, nuances e interpretações únicas às histórias. Isso resulta em variações regionais e interpretações divergentes da mesma lenda, enriquecendo ainda mais o tecido da narrativa. Além disso, muitas lendas têm uma ligação com locais específicos, dando origem a lugares sagrados, monumentos ou marcos associados às histórias. Esses locais podem atrair peregrinos, turistas e entusiastas de mitologia e folclore, contribuindo para o fortalecimento do patrimônio cultural e do turismo cultural. No entanto, é importante notar que, devido à natureza oral e à evolução contínua das lendas, a linha entre fato e ficção pode se tornar nebulosa. Elementos históricos reais podem se misturar
  • 15. 15 com elementos fantásticos, o que pode dificultar a distinção entre o que é puramente ficcional e o que tem alguma base na realidade. As lendas também podem inspirar obras literárias modernas, como romances, contos e peças de teatro que reimaginam e expandem os personagens e eventos das narrativas originais. Assim, essas histórias antigas continuam a influenciar a criatividade contemporânea, mantendo viva a tradição de contar histórias que ressoam através do tempo e das fronteiras culturais. Abrantes F. Roosevelt
  • 16. 16 1° CONTO OU LENDA A LENDA DA DANÇARINA DE CACURIA ENCANTADA DO MARANHÃO Nas sombras das noites enluaradas do Maranhão, uma lenda urbana intrigante ecoa entre os moradores da pequena São Luís do Maranhão... É a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada", um conto que mistura mistério, magia e encantamento... Um conto que até hoje ainda deixa uma marca indelével nas mentes daqueles que a ouvem e observam silenciosamente em sua dança... Diz a lenda que, há muitos anos, nas praias tranquilas e místicas do Maranhão, vivia uma jovem chamada Isabella... Ela era conhecida por sua beleza deslumbrante e habilidade em dançar a tradicional dança do cacuriá, uma dança típica e folclórica do maranhão que envolve tambores e movimentos elegantes que celebra a cultura local... Isabella era apaixonada pela dança e passava horas aprimorando seus passos à beira-mar... Um certo dia, durante uma noite de lua cheia, ela executou uma performance tão magnífica que atraiu a atenção de seres mágicos do oceano... Esses seres eram as sereias da ilha do meio, habitantes do lado norte do mar do Maranhão, guardiãs das águas profundas e dos segredos do mar... Fascinadas pela graça de Isabella, as sereias decidiram conceder-lhe um presente único e irrecusável para quem ama dançar... Isabella teria o dom de dançar de maneira transcendental, sendo capaz de hipnotizar todos que a assistissem... A jovem, humildemente, aceitou o presente com gratidão, sem saber que isso a ligaria a um destino entrelaçado com o mar... À medida que sua dança se tornava mais cativante e magnética, Isabella começou a se afastar dos costumes e da sociedade dos mortais... E seus olhos brilhavam com um brilho enigmático, e sua dança parecia transportar aqueles que a observavam para outro mundo... No entanto, seu coração começou a se encher de solidão, pois sua ligação com o mar e sua dança encantadora a isolavam do resto do mundo...
  • 17. 17 Os pescadores e moradores da vila, fascinados pela dança de Isabella, tentaram se aproximar dela, mas suas tentativas eram em vão... Ela dançava em meio à neblina do oceano, seus pés tocando a água como se ela flutuasse... À medida que os anos passavam, Isabella parecia não envelhecer, mantendo sua juventude e beleza intocadas... A lenda conta que, em algumas noites de lua cheia, os moradores ainda podem ouvir a música suave dos tambores e o eco hipnotizante da dança de Isabella à beira-mar... Dizem que aqueles que se aventuram perto o suficiente da dançarina pode vislumbrar uma figura etérea dançando sobre as ondas, com um olhar que parece convidar à transcendência... A "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece uma lenda misteriosa e encantadora, lembrando a todos que a magia do Maranhão não está apenas nas belezas naturais da região, mas também nas histórias que ecoam através das gerações, ligando o presente ao passado de forma mágica e fascinante... As gerações subsequentes na região do Maranhão cresceram ouvindo a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada"... A história passou de pais para filhos, tornando-se parte do rico tecido da cultura local... As noites de lua cheia ganharam um toque de mistério e expectativa, quando os moradores saíam para as praias, esperando testemunhar a lendária dança que parecia transcender os limites entre o mundo terreno e o mágico... No entanto, com o tempo, a lenda se misturou com a realidade e ganhou diferentes versões... Alguns afirmam ter visto a dançarina em seu estado etéreo, outros dizem ter ouvido os tambores distantes do cacuria ecoando pela noite no centro histórico do maranhão... E a cada novo relato adicionou camadas à narrativa, tornando-a ainda mais complexa e intrigante a sua história... Atualmente a dançarina de Cacuria pode ser vista entre o cais da praia grande e as ruas de paralelepípedos do centro histórico de São Luís do Maranhão... Alguns moradores afirmam que a jovem ainda está viva e esbanja jovialidade... Estando o tempo estático e inerte a sua condição humana... A dança do cacuria a mantem sobre forte magia que a protege do envelhecimento e da morte...
  • 18. 18 Atualmente entendemos que a "Dançarina de Cacuria Encantada" não era apenas uma história para entretenimento; ela também tinha um significado mais profundo... Muitos a viam como um símbolo da ligação entre os seres humanos e a natureza, um lembrete de que há elementos mágicos e desconhecidos no mundo que nos cercam e nos envolve neste mundo e no outro... A história também servia como uma advertência contra a obsessão e a busca de poder, lembrando que a busca implacável por um dom excepcional poderia levar à solidão e ao isolamento... Ao longo dos anos, a lenda inspirou artistas, escritores e músicos a criar obras que capturassem a essência da "Dançarina de Cacuria Encantada"... Pinturas, poemas e músicas foram criados em homenagem à história, perpetuando sua beleza e mistério... A lenda não apenas perdurou, mas também se transformou em uma parte viva da cultura local, mantendo viva a conexão entre o passado e o presente... E assim, nos entardeceres dourados do Maranhão, quando a lua começa a ascender no céu e as ondas sussurram histórias antigas, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a desenhar aqueles que a ouvem para um mundo onde a magia é real e as fronteiras entre o ordinário e o extraordinário se desvanecem... E com o passar dos anos, a "Dançarina de Cacuria Encantada" foi aos poucos desaparecendo das praias do Maranhão e também do centro histórico... A sua presença etérea e a sua dança hipnotizante não eram mais vistas à luz da lua cheia... O povo maranhense não desejava este afastamento.... Mas os lamentos da jovem em relação a solidão foram aumentando... E isto foi distanciando a jovem do resto do mundo a sua volta sem que ela percebe-se... E ao final foi isso que acabou acontecendo... Ela teve poucas aparições até sumir de vez... E nunca mais foi vista na ilha de São Luís do Maranhão... No entanto, a lenda continuou a ser passada de geração em geração, mantendo viva a memória da jovem que dançava sobre as ondas do mar e sobre as pedras de paralelepípedo do cais da praia grande...
  • 19. 19 No entanto, algo mágico aconteceu décadas após o seu último avistamento... Em noites especiais, quando a lua brilha com um esplendor particular, e os ventos carregam a nostalgia das histórias antigas, moradores e visitantes da região relataram ter vislumbrado uma figura graciosa dançando sobre o cais da Praia Grande... A lenda, que por tanto tempo havia sido apenas uma história do passado, parecia ter ressurgido de alguma dimensão mágica... Muitos afirmaram ter visto a "Dançarina de Cacuria Encantada" movendo-se com uma graciosidade sobrenatural, seus passos hipnotizantes ecoando através das brisas marítimas... Os tambores da cacuria pareciam acompanhar a sua dança, como se a própria natureza celebrasse o retorno dessa figura lendária... As ruas antigas de paralelepípedo do centro histórico de são luís do maranhão também foram palco de suas aparições recentes... Algumas aparições causaram medo e outras alegrias... A cidade testemunhou um renascimento da crença na lenda... As noites de lua cheia novamente se tornaram ocasiões de encanto e mistério, quando os moradores se reuniam à beira-mar, olhando em direção ao cais da Praia Grande, esperando ver a dançarina e ouvir os tambores ecoarem no ar salgado... A "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se um símbolo de esperança, lembrando a todos que há um elo entre passado e presente, entre o real e o mágico... A lenda transcendeu as barreiras do tempo, conectando a comunidade com sua própria história e cultura... E assim, nas noites iluminadas pela lua cheia, a dançarina continua a desafiar o esquecimento, revivendo sua dança encantadora e deixando uma marca etérea nas praias do Maranhão... À medida que os anos passavam, a presença da "Dançarina de Cacuria Encantada" tornou-se ainda mais profunda e enigmática... Aqueles que tiveram a sorte de testemunhar sua dança descreviam uma sensação de paz e êxtase, como se estivessem sendo transportados para um reino onde o tempo não existia e a magia era tangível... Os músicos locais começaram a compor canções inspiradas na lenda, capturando a aura mágica da dançarina em suas melodias...
  • 20. 20 Pintores retratavam sua figura etérea com pinceladas que pareciam capturar a própria essência do vento e das ondas... Escritores mergulhavam nas profundezas da história, dando vida aos sentimentos e pensamentos da jovem que dançava sobre o cais... Muitos visitantes de outras partes do Brasil e do mundo ouviam falar da lenda e viajavam até o Maranhão para vivenciar a experiência por si próprios... As hospedarias e pousadas nas proximidades da Praia Grande tornaram-se destinos concorridos, com viajantes ansiosos por vislumbrar a dançarina em seu estado encantado... As celebrações das noites de lua cheia ganharam um novo significado... Festivais e eventos foram organizados para homenagear a "Dançarina de Cacuria Encantada", e os moradores da região se uniram para manter viva essa tradição... Dançarinos locais treinavam o cacuria com fervor, não apenas como uma performance, mas como uma forma de conexão com a lenda que se tornou parte indissociável de suas vidas... E assim, nos dias de hoje, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar sob a luz da lua cheia, sobre o cais da Praia Grande do Maranhão... Ela se tornou uma presença constante nas vidas das pessoas, uma ligação entre o passado e o presente, entre o humano e o mágico... A sua dança transcendeu o tempo e o espaço, tornando-se um símbolo eterno de beleza, mistério e conexão com o inexplicável... E, enquanto a lua brilhar sobre as águas do Maranhão, a lenda da dançarina viverá, ecoando através das ondas e deixando um legado mágico que permanecerá viva na memória das pessoas para todo o sempre... E assim, a "Dançarina de Cacuria Encantada" continua sua dança mágica sob a lua cheia, no cais da Praia Grande do Maranhão... A sua presença transcende os limites do tempo, conectando gerações e trazendo um toque de magia à vida daqueles que acreditam... Os moradores da região, os visitantes curiosos e até os céticos que se permitem sonhar são todos tocados pela lenda que se tornou parte indelével da cultura local... Nas noites em que a lua brilha mais intensamente, os tambores da cacuria parecem ganhar vida própria, ecoando pela praia e pelo coração dos espectadores...
  • 21. 21 A dança da "Dançarina de Cacuria Encantada" é um espetáculo que transcende a realidade, como um elo mágico entre o mundo terreno e o reino do mistério... E assim, sob as estrelas cintilantes e ao som das ondas que beijam a costa, a lenda vive e dança, lembrando a todos que a magia e o encantamento podem ser encontrados nos lugares mais inesperados... A história da "Dançarina de Cacuria Encantada" permanece como um lembrete de que, mesmo em um mundo moderno e racional, há espaço para acreditar no extraordinário e no desconhecido... E assim, quer você seja um habitante local ou um viajante curioso, se tiver a sorte de testemunhar a dança hipnotizante da "Dançarina de Cacuria Encantada", saberá que está testemunhando algo mais do que uma simples lenda... Estará testemunhando a conexão entre as histórias do passado e os sonhos do presente, uma dança que ecoa com o pulsar da vida, uma dança que transcende o tempo e nos lembra da eternidade da magia que vive dentro de todos nós... E assim, a lenda da "Dançarina de Cacuria Encantada" continua a dançar, na encruzilhada entre a realidade e o encantamento, deixando seu legado de beleza e mistério no coração de todos que a ouvem. Fim
  • 22. 22 2° CONTO OU LENDA A LENDA DO BUMBA BOI DE COSTA DE MÃO DE CURURUPU NO MARANHÃO O município de Cururupu guarda muitas lendas e tradições antigas... Mas a lenda do tocador do bumba boi de costa de mão de Cururupu é a mais emblemática e sobrenatural que existe no Maranhão... Há muito tempo, nas terras místicas do Maranhão, uma lenda mágica começou a se desenrola as beiras do rio dos guarás... É a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma história que combina a riqueza das tradições culturais com a magia do folclore local... Conta-se que em uma pequena vila à beira-mar chamada Cururupu, vivia um grupo de pescadores e agricultores que dependia das bênçãos do mar e da terra para sobreviver... Durante as festividades do São João, eles se uniam para celebrar a colheita e a abundância, dançando e cantando ao som dos tambores e pandeirões... No entanto, a lenda começa com um acontecimento triste e assombrador... Um dos moradores, um humilde pescador chamado João Anísio, perdeu seu filho em um acidente trágico nas águas do mar... A dor de João Anísio era profunda, e ele mergulhou em uma tristeza que parecia não ter fim... Ele passava seus dias à beira-mar, olhando para as ondas e lamentando a perda de seu filho... Certa noite, enquanto João estava sentado na praia, uma estranha figura apareceu diante dele... Era um espírito misterioso, vestido com trajes coloridos e brilhantes... O espírito se apresentou como um curandeiro espiritual, com o poder de trazer de volta à vida o filho de João Anísio, mas sob uma condição: a vila deveria criar uma festa em sua homenagem, celebrando a vida e a alegria.... João Anísio, embora cético, ansiava pelo retorno de seu filho... Ele concordou com a condição do espírito e, junto com os outros moradores, começou a preparar a festa... E assim nasceu o "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu", uma celebração que combinava elementos da cultura local com a magia do sobrenatural...
  • 23. 23 A festa era uma maravilha de cores e sons... O Bumba Boi, um grande boneco adornado com penas, lantejoulas e espelhos, dançava ao som dos tambores e instrumentos tradicionais... As pessoas cantavam, dançavam e celebravam a vida com alegria renovada... A cada ano, a festa crescia em tamanho e grandiosidade, tornando-se um evento esperado por toda a região... O espírito curandeiro continuou a aparecer, trazendo bênçãos à vila de Cururupu... Dizia-se que ele trazia sorte aos pescadores e prosperidade aos agricultores, e a vila floresceu como nunca antes se viu na comunidade de Cururupu... A tristeza que havia pairado sobre João e sua comunidade começou a se dissipar, substituída pela alegria e pela celebração... E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se espalhou para além das fronteiras da vila... Viajantes de diferentes lugares vinham testemunhar a festa mágica e testemunhar a transformação que ela trouxera a Cururupu... O Bumba Boi se tornou um símbolo da união entre as tradições culturais e a magia do além, lembrando a todos que a celebração da vida pode superar até mesmo a tristeza mais profunda... E assim, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a ser contada nas noites estreladas do Maranhão... A festa continua a encher o ar com músicas alegres e cores vibrantes, lembrando a todos que a magia e a alegria podem transformar a escuridão em luz, e que a união entre as pessoas e os mundos mágicos é o que faz a vida verdadeiramente especial... À medida que os anos se passaram, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" evoluiu, tornando-se uma parte vital da cultura e identidade da região... A festa não era apenas um evento anual, mas uma tradição que permeava a vida cotidiana dos moradores... As danças, músicas e trajes tradicionais do Bumba Boi eram incorporados a outras celebrações e festividades, criando um vínculo profundo entre o passado e o presente... A história do curandeiro espiritual que trouxe alegria a Cururupu era compartilhada com cada nova geração, passando de avós para pais e filhos...
  • 24. 24 A narrativa servia como um lembrete constante de que mesmo nas horas mais sombrias, a esperança e a alegria podem ser encontradas quando as pessoas se unem em torno de um propósito comum e fiel... O Bumba Boi também se tornou uma atração turística, atraindo visitantes de todos os cantos para testemunhar a mágica celebração... A vila de Cururupu prosperou com o influxo de pessoas, e os moradores compartilhavam com orgulho sua história e tradições com os recém-chegados... Mas a lenda não era apenas uma história do passado; ela continuava a se desenrolar em meio a população e os herdeiros desta crença... Diziam que, durante as noites mais místicas, quando a lua brilhava mais intensamente e os ventos sussurravam segredos antigos, o espírito curandeiro ainda poderia ser visto caminhando pelas praias de Cururupu... Aqueles que estavam sintonizados com a magia do lugar e do Bumba Boi podiam sentir sua presença, uma bênção silenciosa que reafirmava o poder da celebração e da união... Com o tempo, Cururupu se tornou um centro de celebração cultural, onde o passado e o presente se fundiam em harmonia... A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" se tornou um símbolo da resiliência e da força da comunidade, um lembrete de que, independentemente das dificuldades que a vida possa trazer, a alegria e a magia sempre podem ser encontradas quando as pessoas se unem em torno do espírito da celebração... A lenda continua, ecoando pelas praias, dançando nas melodias e vivendo nos corações daqueles que acreditam... O "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" permanece como um farol de esperança, lembrando a todos que a magia e a alegria podem ser encontradas em todos os cantos do mundo, se tivermos olhos para ver e corações abertos para celebrar... E com o passar dos anos, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" ganhou ainda mais força, transcendendo as fronteiras do Maranhão e se tornando conhecida em todo o Brasil e até mesmo além... A celebração anual do Bumba Boi se tornou um evento de destaque no calendário cultural do país, atraindo visitantes de todas as partes, ansiosos por testemunhar a magia da tradição... A vila de Cururupu se transformou em um destino turístico verdadeiramente especial... As suas praias acolhiam viajantes de todo o mundo, que vinham não apenas pela beleza natural do lugar, mas também para vivenciar a energia contagiante da celebração do Bumba Boi...
  • 25. 25 As pousadas estavam sempre cheias, e os moradores da vila compartilhavam sua hospitalidade e sua história com aqueles que buscavam experimentar a magia da lenda em primeira mão... Mas além da festa e da lenda, algo ainda mais profundo acontecia em Cururupu... A comunidade, fortalecida por sua união e pelo amor à sua tradição, trabalhava juntos para preservar a natureza e proteger o meio ambiente que sustentava suas vidas... Eles perceberam que a magia do Bumba Boi não estava apenas nas danças e músicas, mas também na conexão profunda entre o homem e a natureza, entre o passado e o futuro... E, à medida que as gerações se sucediam, a lenda ganhava novos capítulos... Jovens cururupuenses se tornavam os guardiões da tradição, aprendendo as danças, músicas e histórias que faziam parte do Bumba Boi... Cada passo, cada batida de tambor carregava consigo a memória de seus ancestrais e a esperança de um futuro em que a celebração e a união continuariam a prevalecer... A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" transcendeu os limites do tempo e do espaço, continuando a dançar nas praias e corações das pessoas... Ela não era apenas uma história do passado, mas uma força viva que inspirava as pessoas a se conectarem com suas raízes, a celebrar a vida e a preservar a magia que torna cada momento especial... E assim, enquanto as danças coloridas do Bumba Boi ecoam nas noites estreladas do Maranhão, a lenda continua a lembrar a todos nós que, mesmo em um mundo em constante mudança, as tradições e a magia que unem as comunidades têm o poder de nos conectar com o eterno e nos lembrar da verdadeira essência da vida... A lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" continua a brilhar como uma joia preciosa nas areias do tempo... Ela nos ensina que a magia reside nas histórias compartilhadas, nas danças que unem corações e nas tradições que nos conectam com nossas raízes... Nas noites de festa em Cururupu, a música ressoa e as cores se misturam em um espetáculo de alegria e união... A lenda permanece viva, não apenas nas palavras, mas na alegria contagiante das pessoas dançando ao ritmo dos tambores, celebrando a vida e a cultura que ecoam através dos séculos... E assim, a cada batida dos tambores e a cada passo do Bumba Boi, a lenda é contada mais uma vez...
  • 26. 26 Ela flui como um rio de energia, uma corrente de conexão que une o passado ao presente, o humano ao mágico... E enquanto as estrelas brilharem sobre as praias de Cururupu, a lenda do "Bumba Boi de Costa Mão de Cururupu" permanecerá como um testemunho duradouro de que a celebração da vida e a preservação das tradições são um tributo ao espírito eterno da humanidade... Fim
  • 27. 27 3° CONTO OU LENDA A LENDA DO TOCADOR DE TAMBOR DE CRIOULA ENCANTADO DO MARANHÃO Em São Luís do Maranhão existem muitos contos e histórias que acabam virando lenda na boca do povo... Um destes contos busca referência sobre a vida de um tocador de tambor de crioula que virou lenda na ilha do amor... Há muito tempo, nas profundezas das noites estreladas do Maranhão, circulava uma lenda que ecoava pelas ruas estreitas e becos sombrios... Era a história do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão... Um ser misterioso que habitava os recantos mais escondidos da ilha encantada de São Luís... Diziam que ele era um jovem talentoso, apaixonado pela cultura e pela dança do tambor de crioula... A sua habilidade era inigualável; seus ritmos eram capazes de envolver qualquer coração em um transe de alegria e espiritualidade... Toda noite de lua cheia, ele emergia das sombras, com seu tambor enfeitado com conchas marinhas e fitas coloridas, pronto para tocar e dançar até o amanhecer... A lenda contava que o jovem tamborileiro havia sido amaldiçoado por um feiticeiro das antigas tradições ritualísticas da casa das minas, que invejava sua maestria musical... Em um ato de ciúmes e vingança, o feiticeiro lançou um encanto sobre o jovem, condenando-o a tocar seu tambor de crioula eternamente, sem descanso, como um guardião dos ritmos ancestrais... À medida que os anos passaram, o jovem se tornou parte do tecido da noite maranhense... A sua música, embora encantadora, carregava uma melancolia profunda, pois nunca mais poderia conhecer o repouso e a paz... Os moradores da ilha ouviam os ritmos mágicos do tambor de crioula ecoando à distância, sempre acompanhados de uma sensação de reverência e tristeza... Diziam que aqueles que ousavam se aproximar do tocador de tambor de crioula encantado podiam vislumbrar sua figura etérea à luz da lua, dançando com passos leves na beira do mar...
  • 28. 28 No entanto, era um encontro fugaz, pois o encanto era tão forte que quem se aproximava demais era empurrado para longe, como se uma força invisível o protegesse... As gerações passaram, e a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a ser contada de boca em boca... Ele se tornou um símbolo da paixão pelas tradições culturais e uma advertência contra a inveja e a maldade... Muitos diziam que, quando o tambor de crioula tocava ao longe, trazia uma energia única, capaz de curar corações partidos e aliviar tristezas profundas... A lenda persistiu, ecoando através das brisas noturnas do Maranhão... O tocador de tambor de crioula encantado permaneceu um guardião dos ritmos ancestrais, uma alma presa entre a melodia e a maldição, lembrando a todos a importância de valorizar e respeitar as tradições que moldam nossa cultura e nossa identidade... As vezes era possível ouvir e ver um velho tambor de crioula tocando sozinho dentro a antiga casa das tulhas... Este ainda era um antigo nome dado a um mercado comercial e tradicional de são luís do maranhão... Um local onde muitas rodas de cantadas e tocadas eram realizadas no passado... E onde também podia se ver o Tocador de Tambor perambulando sozinho som o seu tambor... Também se registre aqui uma rara eventualidade... O Tocador de Tambor de Crioula também aparecia quando as coreiras dançavam e cantavam ao redor das fogueiras e dos tambores... Aquilo era uma espécie de chamariz para a presença do jovem tocador encantado... Uma espécie de encantamento... Algo que o chamava de forma compulsória para qualquer lugar da ilha... E nestes casos eles sempre se fazia presente ao local... E por gerações, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuou a inspirar as pessoas no Maranhão... No entanto, havia um detalhe adicional que acrescentava mais magia e mistério à história...
  • 29. 29 Era o tambor de crioula antigo que tocava sozinho casa das tulhas do Mercado Central de São Luís... Diziam que, em noites calmas e silenciosas, quando a cidade estava adormecendo, os moradores próximos ao Mercado Central testemunhavam algo extraordinário... O tambor de crioula, adornado com conchas brilhantes e fitas coloridas, pertencentes ao jovem tocador de crioula encantado começava a ressoar por si só... E seus ritmos inconfundíveis enchiam o ar, como se estivessem sendo tocados por mãos invisíveis... As tulhas, construções antigas e abobadadas que compunham o mercado, vibravam ao ritmo do tambor solitário... A madeira rangia e as paredes pareciam pulsar em sintonia com os sons ancestrais... Os que ouviam esse espetáculo silencioso sentiam uma sensação de respeito e reverência, sabendo que estavam testemunhando algo além do comum... Era dito que, nessas noites especiais, as coreiras - as dançarinas que ainda mantinham vivas as tradições do tambor de crioula - reuniam-se ao redor do mercado chamando e clamando pela presença do jovem tocador de tambor de crioula... E com suas saias rodadas e movimentos graciosos, elas executavam passos de dança que refletiam a energia da lenda... Era como se estivessem respondendo ao chamado do jovem tocador encantado, atraindo sua presença com suas movimentações rituais... Contava-se que, durante esses momentos, uma figura etérea e luminosa podia ser vislumbrada entre as coreiras, dançando com uma graça sobrenatural... Era o jovem tamborileiro encantado, unindo-se a elas em sua dança hipnotizante... As coreiras podiam sentir sua presença, uma conexão profunda que transcendia os limites entre o mundo material e o espiritual... A lenda ganhava vida novamente nessas noites de lua cheia, quando a música do tambor de crioula ecoava pelas tulhas e as coreiras dançavam ao seu redor... Era como se a barreira entre o visível e o invisível se dissolvesse, e o jovem tocador de tambor de crioula pudesse, por um breve momento, encontrar alívio em sua eterna obrigação de tocar sem descanso...
  • 30. 30 A lenda continuou a tecer seu encanto sobre o Maranhão, lembrando a todos da importância de honrar as tradições culturais e do poder mágico da música e da dança... A lenda do tocador de tambor de crioula encantado, juntamente com o tambor que tocava sozinho nas tulhas, permaneceu como um testemunho vivo da riqueza da cultura maranhense e do espírito indomável que habita suas histórias... À medida que as noites passavam, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado continuava a inspirar e cativar os corações dos moradores do Maranhão... As histórias se multiplicavam, ganhando novos matizes e detalhes, cada um adicionando um novo brilho à trama mágica... Os relatos sobre o tambor que tocava sozinho nas tulhas do Mercado Central eram muitos... Muitos diziam que, quando a lua estava cheia e a brisa marinha sussurrava segredos, era possível ver as fitas coloridas se moverem como se dançassem por vontade própria... E o som do tambor, claro, continuava a ecoar pelos arredores, preenchendo o ar com uma melodia que transcendeu o tempo... As coreiras, sempre em sintonia com a tradição, dançavam com ainda mais fervor nessas noites especiais... E suas saias rodopiavam, seus pés batiam ritmos no chão de terra batida, e seus cantos ressoavam pelas ruas estreitas da cidade... Era como se elas estivessem em comunhão com o espírito do jovem tocador encantado, honrando sua paixão e seu sofrimento... No entanto, havia um aspecto ainda mais profundo na história... Diziam que aqueles que conseguissem tocar o tambor encantado nas tulhas seriam agraciados com uma inspiração divina... Um toque nas fitas, um acorde nos tambores, e a criatividade fluiria como água de uma nascente... Muitos aspirantes a músicos e dançarinos se aventuraram até as tulhas em busca dessa bênção secreta, mas poucos conseguiram vivenciar o toque do tambor de crioula encantado... As histórias também contavam que, em raras ocasiões, alguém com um coração puro e uma conexão profunda com as tradições poderia ser agraciado com um vislumbre do jovem tocador encantado...
  • 31. 31 Em uma noite de lua cheia, quando o tambor tocava e as coreiras dançavam, um indivíduo sortudo poderia sentir a presença dele ao seu lado, compartilhando sua paixão pela música e a dança... A lenda continuava a se desdobrar, entrelaçando o real e o mágico, o passado e o presente... O jovem tocador de tambor de crioula encantado permanecia como um símbolo de perseverança, paixão e conexão com as raízes culturais profundas do Maranhão... A cada lua cheia, a cada som do tambor que ecoava pelas tulhas e a cada passo das coreiras, a lenda se renovava, reafirmando a magia que permeava a ilha e a alma de seu povo... A lenda do tocador de tambor de crioula encantado permaneceu viva através das gerações no Maranhão, entrelaçando o cotidiano com o mágico, o real com o espiritual... A história do jovem tocador, condenado a tocar seu tambor de crioula para sempre, ecoava nas canções, danças e corações dos habitantes da ilha... As tulhas do Mercado Central continuaram a ressoar com o som solitário do tambor, lembrando a todos que as tradições são mais do que simples costumes, são vínculos com as raízes e os antepassados... E as coreiras, com sua energia contagiante, dançavam ao redor do tambor como um lembrete da importância de preservar as práticas culturais e celebrar a vida com paixão e alegria... Nos dias de lua cheia, quando a brisa do mar soprava suave, dizia-se que o jovem tocador de tambor de crioula encantado ainda se unia às coreiras para dançar... Era um momento em que o mundo visível e invisível se encontrava, onde as barreiras se desvaneciam e a música transcendia o tempo e o espaço... A lenda, como todas as histórias, encontrava seu fim no eterno ciclo da vida... O jovem tocador, após séculos de tocar seu tambor, encontrou finalmente a redenção... Muitos moradores da ilha de são luís do maranhão dizem que, em uma noite de lua dourada, ele dançou com as coreiras pela última vez, e seu espírito finalmente ficou livre para descansar... O tambor, agora silencioso, foi colocado em um lugar de honra nas tulhas do mercado, lembrando a todos que a paixão e a dedicação nunca será em vão no coração de ama a música e o tambor... E assim, a lenda do tocador de tambor de crioula encantado do Maranhão encontrou seu desfecho, mas sua essência continuou a ecoar nos corações e tradições da ilha...
  • 32. 32 O tambor, as coreiras e o jovem tocador agora faziam parte do tecido das memórias e dos sonhos, perpetuando uma história que inspiraria as gerações vindouras a valorizar suas raízes e a manter viva a chama da cultura e da identidade maranhense. Fim
  • 33. 33 4° CONTO OU LENDA A LENDA DO BOI ENCANTADO DE PINDARÉ MIRIM Nas noites quentes e úmidas do leste do Maranhão, uma lenda misteriosa ganhava vida em Pindaré Mirim, interior do Estado do Maranhão... Era a história do Boi Encantado de Pindaré Mirim, uma figura sobrenatural que, diziam, era a própria personificação do espírito do folclore e da cultura da região... Conta-se que há muitos anos, em uma pequena aldeia próxima à capital São Luís, um casal de lavradores vivia em harmonia com a terra e seus animais... João Anísio e Maria Celestina eram conhecidos por sua generosidade e amor pela música e pela dança... Eles ansiavam por uma vida simples e feliz, mas o destino tinha outros planos em suas vidas... Uma noite, enquanto dançavam e celebravam a colheita, algo extraordinário aconteceu em sua casa... Um boi branco e muito formoso surgiu da escuridão da floresta nos fundos do quintal de sua residência... Ele era majestoso e imponente, com chifres adornados e olhos que brilhavam como estrelas... O boi começou a dançar com uma graça surpreendente, respondendo aos movimentos de João Anísio e Maria Celeste como se compartilhasse a mesma paixão pela dança... A notícia da dança miraculosa do boi logo se espalhou pela aldeia e por outras comunidades ribeirinhas... As pessoas se reuniam para testemunhar o espetáculo celestial, maravilhadas com a harmonia entre os humanos e o boi encantado... A dança do Boi Encantado não era apenas uma exibição de movimentos, mas sim um elo entre as tradições culturais e a natureza, uma celebração da vida e da união... No entanto, como em todas as lendas, ciúmes e invejas começaram a se infiltrar entre as pessoas... Alguns temiam que o boi encantado fosse uma obra demoníaca, mas a maioria da população tinha certeza da áurea divina do boi... Mas algumas pessoas mais ambiciosas observaram que a mística do boi poderia trazer poder e prosperidade, e começaram a conspirar para capturá-lo e controlar a sua magia...
  • 34. 34 Uma noite, enquanto o boi e os lavradores dançavam, um grupo de homens se aproximou, armados com redes e laços... O boi, percebendo a ameaça, emitiu um som alto e angustiado... Em um momento de desespero, João Anísio e Maria Celestina imploraram à natureza e aos espíritos ancestrais por ajuda... O céu escureceu, e uma luz cintilante envolveu o boi e os lavradores... O chão tremeu e uma voz suave, mas poderosa, ecoou: "Este boi representa a alma do Maranhão, a união entre o homem e a natureza. Ele nunca será controlado..." O boi encantado começou a elevar-se no ar, transformando-se em uma figura luminosa que brilhava intensamente... Ele desapareceu no céu noturno, deixando para trás uma sensação de maravilha e admiração... João Anísio e Maria Celestina, agora iluminados pela presença do boi encantado, continuaram a dançar e a celebrar sua cultura, transmitindo a história para as gerações futuras... A lenda do Bumba Meu Boi Encantado se espalhou pelo Maranhão como fogo, tornando-se uma narrativa que recordava a importância da preservação cultural e do respeito pela natureza... Dizia-se que, em noites claras e serenas, o brilho do boi encantado ainda podia ser visto nos céus, lembrando a todos que as tradições e a harmonia com a terra eram tesouros a serem cuidadosamente guardados... Em uma outra narrativa um pouco mais próxima da realidade, o povo de Pindaré Mirim afirma que o boi encantado realmente subiu aos céus de forma iluminada... Mais isso aconteceu depois de sua morte e de ter sido ressuscitado pelo pajé da aldeia... O Boi Encantado foi morto por um grupo de homens armados que tinham inveja e ciúmes da vida de João Anísio e Maria Celestina... Conta-se que, após o boi ter sido morto por aqueles que buscavam controlá-lo, um feiticeiro sábio da aldeia de Pindaré, conhecido por sua conexão com os espíritos da terra e do além, ouviu os lamentos da natureza e do povo... Movido por sua compaixão e sabedoria, o feiticeiro realizou um ritual antigo, invocando os poderes ancestrais para trazer o boi de volta à vida... Com uma mistura de ervas, cânticos e gestos místicos, o feiticeiro canalizou a energia da terra e dos espíritos...
  • 35. 35 O corpo do boi, outrora sem vida, começou a se mover novamente... Aos poucos, a figura majestosa do Bumba Meu Boi Encantado renasceu, mais radiante do que nunca, como se a magia do próprio Maranhão estivesse pulsando em suas veias... A lenda continuou a crescer, agora com o conto da ressurreição do boi encantado adicionado à sua essência... O poder do feiticeiro de Pindaré e a ligação indissolúvel entre o boi e a terra reforçaram a mensagem de que a cultura e a natureza eram inseparáveis, e que a harmonia e o respeito eram essenciais para manter viva a alma de Pindaré Mirim... E assim, o Bumba Meu Boi Encantado permaneceu como um lembrete de que a magia e a tradição podem florescer mesmo nos cantos mais inesperados do mundo... As histórias sobre o Boi Encantado do Pindaré Mirim continuaram a ser contadas através das gerações, cada uma adicionando um novo brilho ao mito... Dizia-se que, nos anos que se seguiram à ressurreição do boi, ele nunca mais foi visto dançando entre os humanos... Em vez disso, o boi passou a vagar pelos campos, florestas e prados, tornando-se um guardião invisível das tradições e da natureza... Os contos contavam que, em algumas noites de lua cheia, os moradores da aldeia podiam ouvir os suaves acordes da música distante e os passos delicados do boi dançando entre as árvores... Era como se o espírito do Boi Encantado tivesse encontrado a paz ao abraçar a terra que tanto amava... A dança não era mais uma exibição pública, mas sim uma celebração íntima entre o boi e o universo... A figura do feiticeiro de Pindaré também se tornou lendária, um símbolo de sabedoria e respeito pela natureza... Dizia-se que, mesmo após a ressurreição do boi, ele continuou a atuar como um elo entre os mundos visível e invisível, guiando aqueles que buscavam compreender as forças misteriosas que permeavam a terra e a cultura... As festas do Boi Encantado, que ocorriam anualmente em Pindaré Mirim no Maranhão, tornaram-se ainda mais grandiosas e significativas... E durante esses eventos, as pessoas dançavam, cantavam e celebravam a herança cultural da região....
  • 36. 36 O boi encantado, mesmo invisível aos olhos, era sentido em cada movimento, em cada batida de tambor, em cada sorriso compartilhado... A lenda do Boi Encantado continuou a unir o povo de Pindaré Mirim, lembrando a todos da importância de honrar suas raízes culturais e de preservar a harmonia com a natureza.... O mito passou a ser mais do que uma história, era uma inspiração para cultivar um amor profundo pela terra, pelas tradições e pela espiritualidade que permeava cada aspecto da vida... E assim, a lenda viveu em cada passo de dança, em cada nota de música, em cada brilho da lua... O Boi Encantado permaneceu como um elo entre o passado e o presente, um guardião invisível que protegia e nutria a alma daqueles que viviam em Pindaré Mirim, lembrando a todos que, por trás de cada conto, há uma lição profunda a ser aprendida... Fim
  • 37. 37 5° LENDA OU CONTO A LENDA ENCANTADA DO BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO No Maranhão a lenda de um boi muito formoso, bonito e forte é contada a gerações... É uma alegoria fantasmagórica que ganhou ainda mais prestigio depois que ele é morto em uma fazenda no interior do Estado do Maranhão... Os criados da fazenda são identificados como os principais culpados pela morte animal... Esta é atualmente uma das estórias mais contadas, recontadas e replicadas no Maranhão... Uma lenda que vem sendo passada de geração a geração no maranhão a diversas décadas... Mas a sua fama acontece depois que o boi é ressuscitado pelo pajé de uma aldeia indígena que habitava as beiras dos rios Mearim e Pindaré... Esta fabula ganha ainda mais importância, valor e brilho... Depois que vários moradores... Alegaram ter visto o boi ressuscitado... Dançando as margens do rio Pindaré e Mearim... Após este acontecimento... O boi começa a bailar, brincar e a dança em várias partes das cidades que circundavam estes dois rios... Anos mais tarde... Os moradores construíram vários arraiais para homenagear a aparição do boi encantado que dançava nestas duas cidades... Após estes acontecimentos assombrosos e sobrenaturais... Vários outros povoados, vilarejos e aldeias do maranhão... Também construíram várias outras casas de palha enfeitadas com bandeirinhas, formando assim um arraial... Depois de alguns anos... Este boi foi sendo avistado brincando com maior intensidade...
  • 38. 38 Na cidade de são luís do maranhão... Encantado todos aqueles que o viam dançando pelas pedras de paralelepípedos desta velha cidade... Mas esta história começa a ter ainda mais relevância... Quando contada por um outro ponto vista.... Há muitos, muitos anos, no coração do interior do Maranhão... Existia uma fazenda exuberante... Onde os campos se estendiam em um verde infinito e os riachos murmuravam segredos para as árvores antigas... Nessa fazenda vivia um boi magnífico, de pelos negros brilhantes e chifres imponentes... O seu nome era Sebastião... Em homenagem ao santo São Sebastião... Um boi tão majestoso que parecia ter sido esculpido pelos próprios deuses da natureza... Naquela terra, a vida transcorria tranquila até que o velho fazendeiro caiu em grande aflição e desgraça... O boi... Carinhosamente, chamado de Rei Sebastião... Era um boi amado pelas pessoas que habitavam a fazenda de Serra Talhada... O boi certo dia... Desaparecera sem deixar rastro... Nas noites escuras... O dono da fazenda ouvia o lamento distante do boi, como se ele implorasse por ajuda... Os criados da fazenda, liderados por Pai Francisco e sua esposa Catirina, admitiram, envergonhados, terem abatido o boi para satisfazer o desejo insaciável da grávida Catirina... O coração do fazendeiro se encheu de tristeza e raiva, e ele buscou justiça para o boi cuja vida fora tirada injustamente...
  • 39. 39 Porém, ao invés de vingança, o dono da fazenda se voltou para suas raízes ancestrais e buscou a sabedoria dos espíritos que habitavam as matas... Ele caminhou até uma aldeia indígena próxima, onde o pajé dos nativos, um homem sábio e respeitado, o ouviu com compaixão... O pajé indígena, com seus cantos mágicos e ervas sagradas, realizou um ritual de ressurreição... E fez isso sobre o corpo do majestoso Sebastião.... Ele entoou palavras antigas, chamando a alma do boi de volta à sua forma terrena... A terra tremeu suavemente, os ventos sussurraram melodias de renascimento, e o boi Sebastião, como um milagre da natureza, abriu os olhos novamente... No momento em que as chamas da vida foram reacendidas em Sebastião, algo extraordinário aconteceu... O seu corpo pulsava com uma energia mágica, e ele começou a dançar, a brincar, a saltar em um ritmo único e encantador... Era como se a alma do boi tivesse se fundido com a música da terra, e sua dança hipnotizava a todos que a testemunhavam no centro da fazenda... Sebastião, agora conhecido como o "Bumba Meu Boi Encantado", não era mais apenas um boi, mas uma criatura mágica que espalhava alegria por onde passava... Ele dançava nos arraiais dos povoados, nas praças das cidades e nas festas juninas que iluminavam as noites maranhenses... Estas festividades foram criadas justamente em sua homenagem... A sua dança era uma celebração da vida, da ressurreição e da harmonia entre as diferentes culturas... As pessoas vinham de todas as partes para testemunhar o espetáculo de Sebastião dançando, e cada vez que ele rodopiava e saltava, ele deixava uma trilha de magia no ar... A sua dança unia corações, dissolveu conflitos e renovou a esperança em dias melhores... A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão perdurou através das gerações, lembrando a todos que a vida, mesmo após a escuridão da morte, pode se transformar em uma dança encantadora de alegria, amor e harmonia... A cada movimento do boi, a magia do renascimento era reafirmada, e a alma do Maranhão pulsava em sincronia com a música da eternidade...
  • 40. 40 Nas noites de festa, quando a lua se erguia majestosa no céu, o Bumba Meu Boi Encantado emergia de entre as sombras, como uma visão celestial que desceu à Terra para espalhar sua magia... A sua pelagem negra brilhava sob o luar, e seus chifres se erguiam como coroas da natureza... A música dos tambores e dos pandeiros preenchia o ar, enquanto as pessoas se reuniam em volta do boi, os olhos dos populares brilhavam com expectativa e admiração... A dança do Bumba Meu Boi Encantado não era apenas uma performance, mas uma jornada pela história e pela alma da terra.... E cada passo, cada giro, cada batida dos cascos no chão evocava a ressurreição, a união das culturas e a celebração da vida em toda a sua diversidade... Os espectadores eram transportados para um reino mágico, onde os limites entre o real e o imaginário se fundiam em uma harmonia transcendental... Nas aldeias indígenas, os pajés contavam a história da ressurreição do boi como um conto que atravessava o tempo, reforçando a importância do equilíbrio entre o homem e a natureza, entre as tradições antigas e os novos horizontes... As crianças, com olhos brilhantes, sonhavam em ver o Bumba Meu Boi dançando nas noites estreladas... A lenda do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão continuava a se espalhar, atravessando fronteiras geográficas e culturais... Nas ruas de São Luís, a capital do estado, as festas juninas ganhavam vida com o espetáculo hipnotizante do boi dançante... Turistas e locais, todos eram envolvidos pelo poder magnético do boi, pela mensagem de renovação e união que ele carregava consigo... Ano após ano, a lenda persistia, não apenas como uma história do passado, mas como uma força viva que conectava as pessoas à sua herança cultural e ao espírito de celebração... O Bumba Meu Boi Encantado tornou-se uma manifestação do orgulho maranhense, uma prova tangível de que a ressurreição da vida e da alegria é possível mesmo diante das adversidades... E sob o brilho da lua e o som dos tambores, a dança do Bumba Meu Boi Encantado do Maranhão continuava, lembrando a todos que a magia da ressurreição, do encantamento e da harmonia pode ser encontrada onde quer que haja um coração disposto a dançar ao ritmo da vida... A lenda persiste, ecoando através das eras, uma eterna celebração do poder da transformação e da alegria que brota da união de diferentes mundos em uma dança mágica e encantada...
  • 41. 41 O Bumba Meu Boi é uma das mais emblemáticas manifestações culturais do estado do Maranhão, no nordeste do Brasil... É uma festa popular que envolve música, dança, teatro e uma rica simbologia folclórica... A lenda do Bumba Meu Boi é a base dessa celebração e é contada através de diversas variações, mas a essência da história geralmente permanece a mesma até os dias de hoje... A lenda narra a história de um vaqueiro chamado Pai Francisco, que é casado com Catirina... Mas Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito e valioso da fazenda... E para satisfazer o desejo de sua esposa, Pai Francisco rouba o boi, que é extremamente estimado pelo fazendeiro... O fazendeiro descobre o roubo e fica furioso... Ele reúne um grupo de vaqueiros e sai em busca do boi roubado... Durante a perseguição, acontecem diversas situações dramáticas, envolvendo personagens como o índio, a negra, o vaqueiro e outros... O boi é representado por uma figura grande e colorida, geralmente feita de papel, pano e outros materiais... A dança e a música são elementos centrais da celebração, com diferentes grupos dançando ao som de tambores, pandeiros e outros instrumentos, enquanto encenam a história do Bumba Meu Boi... A história culmina com o embate entre os vaqueiros liderados por José o dono da fazenda e Pai Francisco... Após uma série de reviravoltas e negociações, o boi é morto... No entanto, através de elementos mágicos e sobrenaturais, o boi é ressuscitado e a festa atinge seu véu iluminado de magia... Essa parte da lenda simboliza a morte e o renascimento da natureza, um ciclo que é comemorado durante a celebração... O Bumba Meu Boi é uma festa rica em tradições e significados, que combina elementos indígenas, africanos e europeus, refletindo a diversidade cultural do Brasil... A lenda do Bumba Meu Boi do Maranhão é uma história cheia de nuances e detalhes que variam de região para região, mas que no geral celebra a união das diferentes culturas em uma festa vibrante e emocionante...
  • 42. 42 Após o clímax da ressurreição do boi, a festa continua com muita dança, música e alegria... Os grupos de dançarinos, conhecidos como "brincantes", se apresentam em diversos ritmos e estilos, cada um com sua própria indumentária característica... Os tambores, pandeiros, ganzás e outros instrumentos tradicionais criam uma atmosfera animada, convidando todos a participarem da celebração... Além dos personagens principais, como Pai Francisco, Catirina e José, há uma ampla gama de figuras secundárias que contribuem para a riqueza da trama... O índio, a negra, o vaqueiro, o doutor, o caboclo de pena, entre outros, são personagens que desempenham papéis específicos na narrativa e na dança, cada um com suas peculiaridades e movimentos característicos... A festa do Bumba Meu Boi é marcada pela sua capacidade de unir comunidades e ressaltar a diversidade cultural do Maranhão... Ela é celebrada ao longo do ano, com destaque para o período das festas juninas, quando as apresentações ganham maior visibilidade e ocorrem em várias partes do estado... E cada região e grupo cultural pode adicionar suas próprias interpretações e elementos à lenda, enriquecendo ainda mais a tradição... A festa não se limita apenas às apresentações de dança e teatro... Ela também envolve a culinária típica da região, comidas tradicionais sendo compartilhadas entre os participantes e espectadores... Pratos como arroz de cuxá, vatapá, peixes e outros quitutes maranhenses são apreciados durante os festejos... O Bumba Meu Boi é muito mais do que apenas uma celebração festiva; ele representa a cultura, a história e a identidade do povo maranhense... A lenda do boi resgata elementos do folclore local, destacando a conexão entre a humanidade, a natureza e o sagrado... É uma celebração que continua a se reinventar ao longo do tempo, mantendo-se viva e vibrante nas tradições do Maranhão e encantando gerações sucessivas... Fim
  • 43. 43 6° LENDA OU CONTO A LENDA DE PAI FRANCISCO E CATIRINA A lenda de Pai Francisco e Catirina é uma história enraizada no folclore maranhense, repleta de elementos culturais e mágicos que encantam gerações... Catirina, uma mulher grávida, sentiu um desejo inusitado: comer a língua de um boi. Seu marido, Pai Francisco, sabendo da dificuldade em atender tal desejo, recorreu à ajuda do feiticeiro da aldeia... O feiticeiro instruiu Pai Francisco a matar um boi branco, cuja língua deveria ser preparada e oferecida a Catirina... Contudo, ele alertou que Pai Francisco jamais poderia olhar para trás durante todo o processo... O marido seguiu as instruções, mas, ao chegar em casa com a língua do boi, a curiosidade o venceu e ele olhou para trás, transformando o feito em desastre... O feiticeiro, furioso com a quebra das regras, amaldiçoou Pai Francisco e Catirina... O casal, então, foi transformado em dois rios que corriam lado a lado, mas nunca se encontravam... Pai Francisco se tornou o Rio Mearim, e Catirina se tornou o Rio Pindaré... A separação dos rios foi o castigo pela desobediência e a maldição que marcaria para sempre a lenda... A lenda de Pai Francisco e Catirina, além de uma história de desejo e punição, simboliza a importância de seguir as orientações e respeitar os mistérios do mundo espiritual... Ela também ressalta a ligação profunda entre o ser humano e a natureza, mostrando como a curiosidade e a desobediência podem ter consequências duradouras... Até hoje, essa história continua sendo contada no Maranhão como um lembrete das tradições e crenças locais... A lenda de Pai Francisco e Catirina é também uma narrativa que reflete a sabedoria transmitida de geração em geração... Ela destaca a importância de respeitar os limites estabelecidos pelos poderes sobrenaturais e a necessidade de aceitar as consequências de nossas ações...
  • 44. 44 Além disso, a história de Catirina desejando comer a língua do boi ressalta a conexão entre as mulheres grávidas e os desejos incomuns que frequentemente experimentam durante a gravidez... Esse elemento da história acrescenta um toque de realismo e humanidade à lenda, permitindo que as pessoas se identifiquem com os personagens de maneira mais profunda... A separação dos rios Mearim e Pindaré, representando Pai Francisco e Catirina, é uma metáfora poética da dualidade da vida, da separação e do destino... Esses dois rios correndo lado a lado, mas nunca se encontrando, ecoam os altos e baixos da jornada humana, onde caminhos diferentes podem levar a destinos diferentes... No Maranhão, a lenda é passada de pais para filhos, enriquecendo a tradição oral e mantendo viva a identidade cultural da região... A história de Pai Francisco e Catirina se tornou um tesouro do folclore local, ensinando valiosas lições sobre obediência, respeito pela natureza e as complexas tramas do destino humano... Há muito tempo, em uma aldeia do Maranhão, viviam Pai Francisco e Catirina, um casal simples e amoroso... Catirina estava grávida e, um dia, despertou com um desejo incomum: o desejo de comer a língua de um boi... Pai Francisco, preocupado em atender o desejo de sua amada, procurou a ajuda do feiticeiro da aldeia... O feiticeiro, um homem sábio e misterioso, escutou atentamente o pedido de Pai Francisco e lhe deu uma tarefa desafiadora... Ele instruiu o homem a encontrar um boi branco, sacrificar o animal e preparar sua língua para Catirina... No entanto, havia uma condição crucial: Pai Francisco não deveria olhar para trás durante todo o processo, até entregar a língua à sua esposa... Determinado a satisfazer o desejo de Catirina, Pai Francisco partiu em busca do boi branco... Ele o encontrou, realizou o sacrifício e preparou a língua conforme as instruções do feiticeiro... Mas, à medida que se aproximava de casa, a curiosidade o consumiu. Incapaz de resistir, ele olhou para trás, quebrando assim a regra imposta... Nesse instante, uma energia sobrenatural se desencadeou...
  • 45. 45 O chão tremeu e o céu escureceu, como se a própria natureza estivesse reagindo à transgressão. O feiticeiro, que estava observando de longe, lançou sua magia... Pai Francisco e Catirina foram transformados em rios, fluindo lado a lado, mas sempre separados... Pai Francisco tornou-se o majestoso Rio Mearim, e Catirina, o sereno Rio Pindaré... A maldição do feiticeiro havia se concretizado: os rios nunca se encontrariam, assim como Pai Francisco e Catirina nunca mais estariam juntos... As águas corriam eternamente, um ao lado do outro, mas nunca se tocavam... A aldeia inteira testemunhou essa transformação, e a lenda se espalhou como uma brisa carregada de mistério e tristeza... Ao longo dos anos, as águas dos rios Mearim e Pindaré continuaram a fluir, e a história de Pai Francisco e Catirina passou de boca em boca... As pessoas admiravam a beleza dos rios e refletiam sobre as consequências da desobediência... A lenda se tornou um lembrete poderoso sobre a importância de seguir as orientações do sobrenatural e as complexas teias do destino, que podem ser tão imprevisíveis quanto as águas que fluem eternamente lado a lado, mas nunca se encontram... As noites de lua cheia ganhavam um toque especial na aldeia... Dizia-se que, nesses momentos, os espíritos de Pai Francisco e Catirina se erguiam das águas e dançavam à beira dos rios, relembrando o amor que compartilharam e a trágica separação que os condenou... As pessoas se reuniam para assistir a essa dança sobrenatural, sentindo uma mistura de encanto e tristeza ao testemunhar a eterna ligação do casal, agora presa nas águas dos rios... Com o tempo, a lenda de Pai Francisco e Catirina transcendeu as fronteiras da aldeia e se espalhou por todo o Maranhão... Viajantes e curiosos vinham de diferentes lugares para ouvir a história das águas que guardavam um amor amaldiçoado... As águas dos rios, frequentemente calmantes e serenas, pareciam sussurrar os ecos da lenda àqueles que se aproximavam... Alguns diziam que, em noites de tempestade, as águas dos rios se agitavam de forma inexplicável, como se os espíritos de Pai Francisco e Catirina estivessem tentando se encontrar novamente...
  • 46. 46 Outros contavam que os ventos sopravam canções tristes que ecoavam a melancolia da separação eterna... Com o passar das gerações, a lenda se transformou em parte fundamental da cultura do Maranhão... Ela servia como um lembrete para as pessoas sobre a importância de respeitar as forças do sobrenatural e as consequências das escolhas que fazemos... Também era uma ode ao poder do amor, que persistia mesmo diante das maiores adversidades. Assim, a história de Pai Francisco e Catirina se tornou uma narrativa enraizada na alma do Maranhão... A lenda era compartilhada entre amigos e famílias, contada ao redor de fogueiras em noites estreladas, e transmitida como um tesouro cultural de geração em geração... E, à medida que os rios Mearim e Pindaré continuavam a fluir, também fluía a história eterna do casal que se amou além das barreiras da vida e da morte... Fim
  • 47. 47 7° LENDA OU CONTO A LENDA DA GRANDE SERPENTE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO Esta lenda nos conta que nas profundezas das águas que banham a cidade de São Luís do Maranhão, uma lenda antiga fala sobre a existência de uma criatura misteriosa e majestosa: a Grande Serpente... Os povos antigos dizem que a cidade foi abençoada e protegida por essa criatura ancestral, cuja presença está entrelaçada com as raízes mais profundas da região... Há séculos, quando os primeiros colonizadores chegaram às margens da ilha, eles foram recebidos por uma tribo indígena que reverenciava a Grande Serpente como um grande espírito guardião... Os nativos acreditavam que essa serpente gigante emergia das águas sempre que a cidade enfrentava perigos iminentes ou desafios grandiosos... A sua forma majestosa e imponente inspirava temor e respeito... Conta-se que, em tempos remotos, São Luís do Maranhão foi ameaçada por invasores estrangeiros que pretendiam conquistar a cidade... Os habitantes, com corações cheios de temor, imploraram à Grande Serpente por ajuda... Na noite que precedeu a batalha, uma tempestade feroz e descomunal se abateu sobre os invasores, como se os céus estivessem respondendo ao apelo da serpente guardiã... E quando os invasores finalmente tentaram desembarcar, foram recebidos por uma aparição deslumbrante: a Grande Serpente emergiu das profundezas das águas, erguendo-se com majestade diante do exército inimigo... O seu corpo brilhava sob a luz da lua, suas escamas reluziam como ouro e seus olhos emitiam um brilho sobrenatural... A serpente estendeu suas asas, que eram como mantos de névoa, e envolveu-se ao redor dos invasores, causando uma agitação imensa nas fileiras inimigas... As ondas tumultuadas do mar pareciam obedecer ao seu comando, erguendo-se com fúria para atacar os navios inimigos... Os invasores, tomados pelo medo e pela percepção da força divina da serpente, recuaram em desordem e fugiram das terras de São Luís... Desde então, a lenda da Grande Serpente tornou-se um testemunho da força protetora e benevolente que envolve São Luís do Maranhão...
  • 48. 48 Os habitantes da cidade continuam acreditando que a serpente ancestral permanece vigilante, pronta para intervir sempre que a cidade enfrentar perigos ou desafios... A lenda ecoa nas noites de tempestade, quando os ventos sussurram o nome da serpente e as ondas dançam em sua honra... A Grande Serpente de São Luís do Maranhão é mais do que uma lenda; é uma fonte de esperança, uma lembrança da conexão profunda entre a cidade e as forças sobrenaturais que a protegem... A sua presença majestosa e misteriosa continua a inspirar respeito e reverência, e a lenda permanece viva, fluindo como as águas que banham a cidade, eternamente ligada à sua história e identidade... Os primeiros moradores de ilha do amor... Os indígenas também dizem que a serpente vive hoje entre a igreja da sé e a fonte do ribeirão... A cabeça está na igreja e a sua calda cresce em direção a fonte do ribeirão... A serpente cresce em baixo da cidade... E assim que a cabeça encontra o rabo na foz do rio Bacanga em frente à beira mar, ela dará um abraço mortal na cidade... Destruindo a ilha de São Luís do Maranhão para sempre... À medida que os anos se passaram, a lenda da Grande Serpente de São Luís do Maranhão ganhou novos contornos e mistérios, tornando-se uma narrativa que inspirava tanto admiração quanto temor... As histórias contadas à luz das fogueiras se tornaram mais detalhadas, e as gerações continuaram a passar adiante os segredos e encantos que cercavam a serpente... Muitos moradores da cidade dizem que a cabeça da serpente está guardada na majestosa Igreja da Sé... Estando a serpente em um lugar de culto e veneração... Está sendo alimentada em segredo pelos frades capuchinhos... Estes aguardam que o crescimento da grande serpente se complete... E que a profecia se cumpra...
  • 49. 49 Acredita-se que essa conexão com o sagrado confere à cidade uma proteção especial contra qualquer mal que possa se abater sobre a cidade... E, na outra extremidade, a cauda repousa nas águas da Fonte do Ribeirão, um local de beleza e serenidade... Quando a serpente troca de pele... É neste local que é feito a retirada da pele do animal... A serpente, segundo a lenda, cresce silenciosamente sob a cidade... E seus movimentos misteriosos ecoando sob as ruas e praças de São Luís... O seu corpo serpenteante e gigantesco, que se estende sob a terra, é tanto uma fonte de assombro quanto um sinal da ligação profunda entre a criatura e a própria essência da cidade... A parte mais intrigante da lenda é a profecia sombria que circunda a união da cabeça e da cauda da serpente... Diz-se que, quando a cabeça finalmente encontrar a cauda, a serpente dará um abraço mortal na cidade, desencadeando uma destruição catastrófica... Essa profecia mantém os habitantes em alerta, sempre cientes da importância de manter a paz e a harmonia na cidade... E por gerações, a Grande Serpente permaneceu como uma guardiã e protetora da cidade... As pessoas continuam a reverenciá-la, fazendo oferendas à Fonte do Ribeirão e frequentando a Igreja da Sé em busca de bênçãos e proteção... A lenda da serpente se fundiu com a identidade da cidade, lembrando a todos que a relação entre os habitantes e as forças da natureza é sagrada e delicada... A história da Grande Serpente de São Luís do Maranhão é uma lembrança constante da força do sobrenatural, da conexão entre o passado e o presente, e do respeito que devemos ter por nosso ambiente e história... E, embora a profecia possa pairar como uma sombra, os habitantes continuam a viver em harmonia com a serpente guardiã, mantendo viva a tradição e a esperança de que sua presença continue a proteger a ilha de São Luís por gerações vindouras... E esperando que a cabeça nunca encontre a calda... Neste aspecto, dizem que os frades jesuítas em desacordo com os frades capuchinhos lutam para que o plano de destruição da cidade nunca se cumpra...
  • 50. 50 E são os jesuítas que redirecionam o caminho por onde cresce o rabo da serpente... Impedindo desta forma que a cabeça nunca encontre o rabo... Neste entendimento existe uma luta secreta entre capuchinhos e jesuítas que derrama sangue e espalha violência nos bastidores da igreja... Um grupo a favor da grande serpente e outro contra o avanço vertiginoso da profecia... O crescimento corporal do grande animal continua... E a luta entre jesuítas e capuchinhos também... Enquanto o tempo avança, a cidade de São Luís do Maranhão permanece envolta em um manto de mistério e reverência devido à lenda da Grande Serpente... As gerações continuam a compartilhar a narrativa da serpente, enriquecendo-a com novos detalhes e interpretações, mantendo-a viva em sua essência... Muitos peregrinos e viajantes chegam à cidade, atraídos pela história da serpente guardiã e pela aura sobrenatural que ela emana... Ao visitar a Igreja da Sé e a Fonte do Ribeirão, esses curiosos buscam a bênção da serpente e esperança em seus olhos... E, enquanto se aprofundam na história, mergulham na cultura rica e diversificada que rodeia a lenda... Os moradores da cidade também continuam a honrar a serpente de maneiras diversas... Festivais e celebrações são realizados, onde as histórias são contadas, danças são executadas e oferendas são feitas... Esses eventos não apenas reforçam os laços com a lenda, mas também reafirmam a importância da comunidade e da união... Apesar do temor em torno da profecia do abraço mortal, a serpente também é vista como uma representação da necessidade de equilíbrio entre a natureza e a humanidade... Ela personifica a dualidade entre o poder protetor e o potencial destrutivo da natureza... Os habitantes de São Luís do Maranhão entendem que a harmonia com a terra e as águas é essencial para evitar qualquer catástrofe iminente... Assim, a lenda da Grande Serpente continua a ser entrelaçada com a vida e a cultura da cidade...
  • 51. 51 Ela não apenas mantém viva a tradição, mas também serve como um lembrete constante de que a relação entre o homem e a natureza é complexa e delicada... Enquanto a serpente permanece nas profundezas das águas e no imaginário dos habitantes, São Luís do Maranhão segue em frente, sempre consciente do papel da serpente como uma guardiã dos mistérios da terra e do sobrenatural... Fim
  • 52. 52 8° LENDA OU CONTO A LENDA DE DOM SEBASTIÃO E O TOURO ENCANTADO A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é uma narrativa que mistura elementos históricos e folclóricos, envolvendo o desaparecimento do rei Dom Sebastião de Portugal e uma figura mítica, o touro encantado... Esta lenda carrega consigo uma mistura de esperança, misticismo e saudade que tem reverberado através das gerações... No século XVI, Portugal enfrentou um período de turbulência política e social... Dom Sebastião, um jovem rei sonhador, decidiu embarcar em uma expedição militar ao norte da África, na batalha de Alcácer-Quibir... Entretanto, a batalha terminou em desastre, e Dom Sebastião desapareceu sem deixar rastros, presumidamente morto... A lenda começa aqui: o povo português não conseguia aceitar a morte do jovem rei e agarrava- se à esperança de que ele retornaria para restaurar a glória da nação... Essa esperança alimentou a crença de que Dom Sebastião estava encantado, escondido em alguma parte mágica do mundo... Nesse contexto, surge o elemento mágico do touro encantado... Dizia-se que, para que Dom Sebastião retornasse, seria necessário que alguém corajoso enfrentasse o touro e o derrotasse... O touro, de acordo com a lenda, era uma criatura imponente, protegendo o rei encantado e guardando o seu paradeiro secreto... Ao longo dos anos, a narrativa do touro encantado se tornou uma representação da busca por um líder messiânico que restauraria a glória perdida de Portugal... A lenda serviu como um símbolo de esperança e resistência durante tempos difíceis, unindo o povo em torno da crença de um retorno triunfante... A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado não é apenas uma história de fé e esperança, mas também um reflexo das complexas relações entre história, mito e cultura... Ela mostra como as histórias podem transcender o tempo e inspirar as pessoas a enfrentar desafios com coragem e determinação, mantendo viva a chama da esperança mesmo nos momentos mais sombrios...
  • 53. 53 E com o passar dos séculos, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado continuou a ser contada, adaptando-se às mudanças culturais e sociais... Ela se entrelaçou com a identidade de Portugal, servindo como um lembrete constante de que a esperança e a perseverança podem superar até os obstáculos mais difíceis... Em diversas regiões de Portugal, principalmente nas zonas rurais, a lenda do touro encantado encontrou formas únicas de se manifestar... Festivais e celebrações foram realizados em honra ao rei desaparecido e à criatura mítica... Danças folclóricas e encenações teatrais retrataram o confronto lendário entre um corajoso herói e o touro encantado... A lenda também se entrelaçou com a religião e a espiritualidade... Em algumas interpretações, Dom Sebastião foi visto como um "rei adormecido", um tipo de messias que um dia retornaria para conduzir Portugal a um destino grandioso... Essa fusão de elementos mitológicos e religiosos deu à lenda uma profundidade adicional e uma ressonância espiritual... Além disso, a lenda de Dom Sebastião e do touro encantado serviu como uma fonte de inspiração para escritores, artistas e músicos ao longo dos anos... Ela encontrou sua expressão em poesia, pintura, música e literatura, contribuindo para a rica tapeçaria cultural de Portugal... Hoje, embora a crença literal na lenda tenha diminuído, ela continua a ser valorizada como parte da identidade cultural do país... A lenda de Dom Sebastião e do touro encantado é um lembrete das raízes históricas de Portugal, das forças que unem o povo e da importância de nunca perder a esperança mesmo diante das adversidades mais sombrias... Assim, a história de Dom Sebastião e do touro encantado permanece viva, ecoando através do tempo como um testemunho da capacidade da imaginação humana de criar histórias que transcenderão gerações e se tornarão símbolos de força, resiliência e esperança... A lenda do rei de Portugal tem atravessado os tempos, os povos e até os oceanos... Os contos recentes sobre a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma narrativa quase fiel ao que é contado em Portugal... Muitos moradores em São Luís do Maranhão, alguns deles descentes diretos de portugueses...
  • 54. 54 Afirmam ter visto o rei de Portugal e o seu navio fantasmagórico nos leitos dos lenções maranhenses... Muitos moradores confirmam que o rei de Portugal assombra embarcações, pescadores, ribeiros e marinheiros no litoral do maranhão... E inúmeras pessoas ratificam ter visto o rei na forma de um touro encantado com uma estrela na testa cavalgando sobre as dunas dos lenções maranhenses... E vários moradores no decorrer destas aparições simplesmente sumiram nas areias dos lenções maranhenses... Muitos desapareceram tentando laçar o boi... Pois muitos moradores acreditavam que capturando o boi encantado... Também conseguiriam captura o Rei de Portugal... Ele uma vez capturado os levaria até o tesouro que está junto ao navio do Rei Sebastião... A lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão é uma história carregada de mistério e fascinação, onde elementos da história de Portugal se entrelaçam com a mitologia local... Aqui também se conta que muitos moradores da região litorânea do maranhão afirmam ter testemunhado a aparição do rei de Portugal e de seu navio fantasmagórico navegando em chamas nos leitos dos Lençóis Maranhenses... Dizem que, em noites de lua cheia, quando as marés estão altas e o vento uiva através das dunas, a figura de Dom Sebastião surge em meio à bruma marinha... E o seu navio é descrito como uma embarcação majestosa, banhada por uma luz mágica e etérea. A aparição do rei está envolta em um ar de tristeza e mistério, evocando a saudade de um passado glorioso e a busca por um destino perdido... Os relatos das aparições de Dom Sebastião se espalham entre os moradores, e muitos acreditam que o rei assombra as águas e a costa do Maranhão, tanto como uma figura imponente quanto como o misterioso touro encantado... A lenda diz que ele se manifesta na forma de um touro, com uma estrela brilhante em sua testa, cavalgando sobre as dunas dos Lençóis Maranhenses... E o seu olhar é intenso e profundo, reflete uma mistura de tristeza e esperança... Os moradores da região também acreditam que capturar o touro encantado poderia levar a um tesouro escondido próximo ao navio fantasmagórico de Dom Sebastião...
  • 55. 55 Alguns moradores afirmam que a embarcação se materializa em noites de super lua... O navio fica atracado na ilha do meio e frente a biqueira d´agua cuidado por Iara a rainha dos mares... Alguns moradores, guiados por um desejo de riqueza ou pela busca de respostas, tentaram capturar o touro, mas muitos desapareceram nas areias dos Lençóis Maranhenses, envolvidos pela aura misteriosa que permeia a lenda... A aparição de Dom Sebastião e seu touro encantado se tornou parte integrante da cultura e do folclore local... Os moradores respeitam e temem esses eventos sobrenaturais, ao mesmo tempo que veem neles um vínculo entre o passado e o presente, entre a história de Portugal e a riqueza natural do Maranhão... Assim, a lenda persiste, misturando realidade e mito, história e folclore, esperança e mistério... Ela é uma lembrança de como as histórias podem transcender fronteiras e épocas, refletindo as complexas emoções humanas e a capacidade da imaginação de moldar o mundo à sua volta... A aparição de Dom Sebastião nos Lençóis Maranhenses permanece como um enigma, um elo entre dois mundos e um lembrete das profundezas inexploradas da natureza e da mente humana... À medida que a lenda da aparição de Dom Sebastião no litoral do Maranhão persiste ao longo do tempo, ela continua a influenciar a vida e a cultura da região de maneiras diversas e intrigantes... As histórias das aparições de Dom Sebastião e do touro encantado são contadas ao redor de fogueiras, nas comunidades à beira-mar, transmitidas de geração em geração... Os moradores compartilham essas narrativas com uma mistura de reverência, admiração e um toque de medo respeitoso, reconhecendo que o sobrenatural pode estar mais próximo do que se imagina... Os pescadores, marinheiros e ribeirinhos que frequentam as águas costeiras do Maranhão muitas vezes partilham histórias de encontros inexplicáveis com figuras misteriosas... Relatos de embarcações cruzando com o navio fantasmagórico de Dom Sebastião, ou de avistamentos do touro encantado nas dunas dos Lençóis Maranhenses, se espalham como o vento que sopra pelo litoral... Alguns, impulsionados pela crença na possibilidade de encontrar o tesouro guardado por Dom Sebastião, tentam laçar o touro encantado...
  • 56. 56 A busca pelo tesouro escondido tornou-se um desafio arriscado e intrigante para muitos aventureiros, embora muitos nunca retornem... A lenda agrega ainda mais mistério aos Lençóis Maranhenses, um lugar que já é naturalmente mágico e único... A lenda também encontra espaço na cultura artística do Maranhão... Pinturas, esculturas, músicas e poesias retratam a aparição de Dom Sebastião e seu navio, mantendo viva a história por meio de expressões criativas... A aparição de Dom Sebastião nos leitos dos Lençóis Maranhenses não é apenas uma história de fantasmas, mas um eco da história, um espelho da identidade e uma prova da poderosa imaginação humana... Ela transcende as barreiras do tempo e da realidade, lembrando-nos da beleza e do mistério do desconhecido que ainda habita as profundezas das águas e das areias do Maranhão... A lenda permanece, ecoando como as ondas que beijam a costa, e continuará a inspirar as gerações vindouras a explorar as fronteiras entre o visível e o invisível, o passado e o presente, o real e o sobrenatural... Fim
  • 57. 57 9° LENDA OU CONTO A LENDA DE ANA JANSEN Ana Jansen, conhecida como "A Rainha do Maranhão", foi uma figura lendária do estado brasileiro do Maranhão no século XIX... Era uma mulher rica, poderosa e temida por sua crueldade. Segundo a lenda, ela possuía vastas terras e uma imponente mansão em São Luís... Descrita como uma mulher alta, de cabelos negros e olhar penetrante, Ana Jansen tinha reputação de ser implacável com seus inimigos e escravos... Dizem que ela exercia controle sobre a cidade com punhos de ferro, governando-a com mão de ferro... A lenda conta que Ana Jansen era cruel com os escravos, tratando-os com extrema violência e desumanidade... Acredita-se que ela torturava aqueles que a desobedeciam e que sua mansão era cenário de horrores, com histórias de espíritos vingativos que assombravam o local... Além de sua fama como senhora implacável, Ana Jansen também era conhecida por seus excessos e extravagâncias, ostentando roupas e joias luxuosas... A lenda da Rainha do Maranhão perdurou ao longo do tempo, e seu nome ficou associado a histórias de assombrações e maldições... Muitos acreditavam que ela teria feito pactos com entidades malignas para obter sua riqueza e poder, e que seu espírito perturbado ainda vagava pela mansão após sua morte... A figura de Ana Jansen se mistura à história e cultura do Maranhão, sendo retratada em diversas lendas, livros e até mesmo peças de teatro... Sua história continua a intrigar e fascinar gerações, mantendo viva a memória dessa enigmática mulher que governou com mão de ferro e deixou um legado sombrio na história da região... Apesar da morte de Ana Jansen, sua lenda continuou a crescer com o passar dos anos... As histórias sobre sua crueldade, riqueza e poder foram transmitidas de geração em geração, tornando-se parte do folclore local... A mansão de Ana Jansen, conhecida como "Solar da Jansen", tornou-se um ponto turístico popular, mas também continuou a ser envolta em mistérios e lendas sobrenaturais...