O documento explica o que são valores de referência para exames laboratoriais, como são determinados e sua importância para médicos. Valores de referência fornecem faixas normais para analisar resultados e identificar desvios. Laboratórios podem definir seus próprios valores ou usar literatura, sendo a primeira opção mais desejável.
2. O QUE SÃO VALORES DE REFERÊNCIA?
• O Instituto de Padronização Clínica e Laboratorial (CLSI, na sigla em inglês) define
valor de referência como um valor, ou um resultado, obtido pela observação ou
pela mensuração quantitativa de um analito. Popularmente, são os valores que o
paciente busca nos exames para saber se o seu próprio resultado está dentro da
normalidade ou fora do padrão.
3. COMO É FEITO?
•Isso é feito numa população
selecionada, com base em
critérios bem definidos.
4. COMO CONSEGUIR ESTES
VALORES?
• O laboratório pode definir os próprios valores de referência,
pode validar os dados que vêm nas bulas reagentes e pode
recorrer à literatura.
• É importante saber que cada ensaio deve ser analisado
separadamente e que um mesmo laboratório pode dispor
desses três tipos de ferramentas ao mesmo tempo:
5. COMO SE CHEGAA
ESSES VALORES?
• Entre os três, a determinação de valores próprios é a escolha
mais desejável para a grande maioria dos testes, porque reflete
a condição da população na qual serão aplicados no dia-a-dia.
• Para minimizar possíveis impactos clínicos provenientes da
adoção de IR inadequados, todo laboratório deve assegurar que
o mesmo é apropriado para a população regional, por meio de
um procedimento denominado verificação do IR. (Dr. Fabiano
Brito e Dr. William Pedrosa)
6. PARA QUE SERVE?
• E para os médicos é um norte, um guia, Sempre que o
laboratório clínico libera o resultado de um
teste, este precisa ser avaliado quanto ao seu significado
clínico, o que envolve a comparação entre o valor relatado
versus um intervalo de referência (IR). Em outras palavras, o
médico deve comparar o resultado do paciente com um
valor/intervalo de referência antes de tomar alguma decisão
clínica. O IR indica se o resultado do paciente é o esperado
para um indivíduo saudável ou doente. ( Dr. Fabiano Brito e
Dr. William Pedrosa)
7. GLICOSE: GLICEMIA EM JEJUM
De 70 a 99 mg/dl Glicemia em jejum normal
De 100 a 125 mg/dl* (5.6 a 6.9 mmol/L) Glicemia em jejum alterada (pré-diabetes)
126 mg/dl ou mais em pelo menos dois
exames
Diabetes
Valores Significado
* Mg/dl mg/dl miligramas por decilitro
8. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL
NÍVEIS NÃO APLICÁVEIS DURANTE A GRAVIDEZ.
AMOSTRA COLHIDA 2 HORAS APÓS A INGESTÃO DE 75 G DE GLICOSE.
Menos de 140 mg/dl Tolerância normal à glicose
De 140 a 200 mg/dl Tolerância à glicose alterada (pré-
diabetes)
Acima de 200 mg/dl em pelo menos 2 exame Diabetes
VALORES SIGNIFICADO
9. CURVA GLICÊMICA PARA DIABETES GESTACIONAL
AMOSTRAS COLHIDAS APÓS A INGESTÃO DE 100 G DE
GLICOSE.
Jejum* 95 mg/dl
1 hora após 180 mg/dl
2 horas após 155 mg/dl
3 horas após * 140 mg/dl
* Pode ser usada uma carga de glicose de 75 g,
embora esse método não seja tão validado
quanto o de 100 g; quando são usadas 75 g, a
amostra de 3 horas não é colhida.
Interpretação: Se dois ou mais valores excederem
excederem o nível máximo, é feito o diagnóstico
diagnóstico de diabetes gestacional.
VALORES SIGNIFICADOS
10. TRIAGEM DE DIABETES GESTACIONAL
AMOSTRA COLHIDA 1HORA APÓS A INGESTÃO DE 50 G DE
GLICOSE.
Menos de 140* mg/dl Normal
140* mg/dl ou mais Anormal, necessita curva glicêmica (veja abaixo)
* Alguns preferem o valor 130 mg/dl, que
identifica 90% das mulheres com diabetes
gestacional, enquanto que o valor 140 mg/dl
identifica 80%.
VALORES SIGNIFICADO
11. SÓDIO
• Sódio: *Os valores de referência do sódio no sangue
variam entre 135 a 145 mEq/L
• *(variam também de acordo com a base de dados de cada laboratório)
12. POTÁSSIO
• os valores normais variam de laboratório para laboratório, ficando, porém,
o limite superior sempre ao redor de:
• De 3,5 a 5 mmol / L*
*(mmol/L = mili moles/litro )
14. TGP (TRANSAMINASE GLUTÂMICA PIRÚVICA)
A gama normal de valores para TGP é de:
• 7 a 56 unidades por litro de soro. (a parte líquida do sangue)
15. LDL E HDL(LDL: LOW DENSITY LIPOPROTEINS, QUE SIGNIFICA LIPOPROTEÍNAS DE BAIXA DENSIDADE
HDL: HIGH DENSITY LIPOPROTEINS, QUE SIGNIFICA LIPOPROTEÍNAS DE ALTA DENSIDADE)
Colesterol Total Adultos maiores de 20 anos Crianças e adolescentes
Desejável menor que 200 mg/dl* menor que 150 mg/dl
Máximo entre 200-239 mg/dl entre 150-169 mg/dl
Alto maior que 240 mg/dl maior que 170 mg/dl
Colesterol LDL (ruim) Colesterol LDL (ruim) Colesterol LDL (ruim)
Ótimo menor que 100 mg/dl ---
Desejável entre 100-129 mg/dl menor que 100 mg/dl
Máximo entre 130-159 mg/dl entre 100-129 mg/dl
Alto entre 160-189 mg/dl maior que 130 mg/dl
Muito alto maior que 190 mg/dl ---
Colesterol HDL (bom) Colesterol HDL (bom) Colesterol HDL (bom)
Desejável maior que 60 mg/dl maior que 45 mg/dl
Baixo menor que 40 mg/dl ---
*Mg/dl mg/dl miligramas por decilitro
16. LDL E HDL(LDL: LOW DENSITY LIPOPROTEINS, QUE SIGNIFICA LIPOPROTEÍNAS DE BAIXA DENSIDADE
HDL: HIGH DENSITY LIPOPROTEINS, QUE SIGNIFICA LIPOPROTEÍNAS DE ALTA DENSIDADE)
LDL E HD
• Os valores de referência do exame de sangue do colesterol para diabéticos são
diferentes porque têm que ser ligeiramente inferiores:
• colesterol total menor que 200 mg/dl, colesterol LDL (ruim) menor que 100 mg/dl
• colesterol HDL (bom) maior que 45 mg/dl triglicerídeo menor que 150 mg/dl.
• Além disso, deve-se ficar atento aos valores do colesterol VLDL*, um tipo de
gordura que aumenta o risco de aterosclerose.
*(Very low density lipoprotein, que significa: LIPOPROTEÍNAS DE MUITO BAIXA
DENSIDADE)
17. HB (HEMOGLOBINA)
HT(HEMATOCRITO)
Parâmetros Valores de referência do recém-nascido Valores de referência do bebê até 1 ano Valores de referência da criança
Hemoglobina (g/dL) 13,5 a 19,6 11 a 13 11,5 a 14,8
Hematócrito (%) 44 a 62 36 a 44 37 a 44
VCM (fL*)* 77 a 101 77 a 95 ---
(*Volume Corpuscular
Médio)
FL:oz é a abreviação de fluid ounce, que significa onça líquida, que é uma medida de volume
INFANTIL
18. HB (HEMOGLOBINA)
HT (HEMATOCRITO)
Feminino
Parâmetros Valores de referência da
mulher
Valores de referência da
mulher grávida
Hemoglobina (g/dL) 12 a 16 11,5 a 16
Hematócrito (%) 35 a 45 34 a 47
VCM (fL) 87 a 103
20. TEMPO DE COAGULAÇÃO
• Em geral, considera-se alto o resultado de INR* acima de 5 min
• Um valor normal de INR deve ficar entre 2 e 3
TEMPO DE COAGULACAO (TC)
VALOR DE REFERENCIA: DE 5' A 10' MINUTOS
MATERIAL: SANGUE
METODO : LEE E WHITE
(* Razão Normalizada Internacional, uma norma que pode comparar o tempo de coagulação)
21. TECNICA DE TEMPO DE COAGULAÇÃO
• TÉCNICA
•1). Identificar 3 tubos (ex: A, B, C).
•2). Extrair o sangue de modo habitual
(o mais rápido e com o mínimo de
estresse possível)
•3) Colocar imediatamente 1mL de
sangue nos tubos A,B,C e colocá-los
em banho-maria a 37°C.
22. TECNICA DE TEMPO DE COAGULAÇÃO
4) posicione suavemente o tubo A em um
ângulo de 90o a cada 30 segundos (para
melhor observar o avanço do processo de
coagulação) até que este coagule.
• ATENÇÃO: Não manipular os outros
tubos!
5) Depois de coagulado o tubo A, proceder
com o tubo B e C do mesmo modo.
•Observações: O tempo total de
coagulação sanguínea é o tempo
transcorrido do momento em que o sangue
foi observado na seringa até o instante da
coagulação do sangue no tubo C.
23. OBESERVAÇÃO:
É IMPORTANTE SALIENTAR QUE A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE ALGUNS
ANALITOS, COMO GLICOSE, HEMOGLOBINA GLICADA E COLESTEROL, É FEITA COM
BASE EM LIMITES DE DECISÃO CLÍNICA, E NÃO EM IR(INTERVALO DE REFERÊNCIA) ESPECÍFICOS. OS
LIMITES DE DECISÃO CLÍNICA REPRESENTAM ALVOS TERAPÊUTICOS,
RELACIONADOS COM O RISCO DE OCORRÊNCIA DE UM EVENTO ESPECÍFICO OU
COM A PREDISPOSIÇÃO PARA DETERMINADA DOENÇA, E GERALMENTE SÃO
DERIVADOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OU ENSAIOS CLÍNICOS