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SENADO FEDERAL
Omar Aziz nasceu em 13 de agosto de 1958, na
cidade de Garça, interior de São Paulo, onde viveu os
primeiros anos da sua infância. Filho de pai palestino
e mãe brasileira, é o mais velho dos seis filhos do casal
Muhamad e Delfina Aziz.
Foi aluno do Colégio Amazonense Dom Pedro 11,
da Escola Técnica Federal do Amazonas (atual IFAM) e
graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade do
Amazonas (atual UFAM).
Sua carreira política iniciou no começo da década
de 80, no movimento estudantil. Em 1981, foi eleito
presidente da Engenhoca, que antecedeu a criação do
Diretório Acadêmico de Engenharia da UFAM e, em
Senador Omar Aziz 1984, foi diretor do Diretório Central dos Estudantes
(DCE). Filiado à época ao Partido Comunista do Brasil,
participou ativamente de vários movimentos visando a redemocratização do País, entre
eles o das "Diretas Já". Assumiu a direção da Fundação de Desenvolvimento e Apoio Co-
munitário (FUNDAC), em 1987, seu primeiro cargo na vida pública.
Foi eleito vereador na cidade de Manaus por dois mandatos consecutivos (1 988 e
1992), sendo no último deles o mais votado, quando assumiu a presidência da Câmara
Municipal. Foi também o deputado estadual mais votado (1994) e vice-prefeito em
duas ocasiões, quando acumulou o cargo como secretário municipal de obras, sendo
responsável pela execução das maiores obras viárias até então implantadas na cidade.
Em 2001, esteve à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ocasião em que
pôs em prática um arrojado plano de combate à criminalidade, mas não deixou de atuar
na prevenção e recuperação de jovens em situação de risco social, criando o reconhecido
programa Galera Nota Dez.
Desincompatibilizou-se em abril de 2002 para concorrer ao cargo de vice-governador,
foi eleito e reeleito em 2006.
Em 31 de março de 201 O, Omar foi empossado governador do estado do Amazonas.
Candidato à reeleição no mesmo ano, foi o governador mais votado da história do Ama-
zonas com mais de 940 mil votos (63,9% do total de votos).
Em 2011, ainda no governo do Amazonas, Omar Aziz fundou o Partido Social Demo-
crático (PSD), que tem a manutenção da Zona Franca de Manaus como cláusula pétrea
de seu estatuto.
Em 4 de abril de 2014, Omar Aziz se desincompatibilizou do cargo de governa-
dor para disputar uma vaga no Senado Federal. Seis meses depois, foi eleito com
larga vantagem sobre o segundo colocado.
Após quatro anos, exercendo a função de senador pelo estado do Amazonas, Omar
Aziz foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Econômicos para o período 2019-2020.
Em 2021, Omar Aziz preside a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia e a
Comissão de Segurança Pública do Senado Federal.
Nas eleições de 2022, Omar Aziz foi reeleito Senador da República pelo estado do
Amazonas, para o mandato legislativo de 2023-2031.
VADE
MECUM
2023
VADE
MECUM
2023
Brasília – DF
Senador
Omar Aziz
Mesa Diretora do Senado Federal
Biênio 2023–2024
Senador Rodrigo Pacheco
PRESIDENTE
Senador Veneziano Vital do Rêgo
PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE
Senador Rodrigo Cunha
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Rogério Carvalho
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Weverton
SEGUNDO-SECRETÁRIO
Senador Chico Rodrigues
TERCEIRO-SECRETÁRIO
Senador Styvenson Valentim
QUARTO-SECRETÁRIO
Ilana Trombka
DIRETORA-GERAL
Gustavo A. Sabóia Vieira
SECRETÁRIO-GERAL DA MESA
Nesta obra, o leitor irá dispor das seguintes legislações:
• Constituição da República Federativa do Brasil
• Código Civil
• Código de Processo Civil
• Código Penal
• Código de Processo Penal
• Código Eleitoral
• Consolidação das Leis do Trabalho
• Código de Defesa do Consumidor
• Estatuto da Criança e do Adolescente
• Estatuto da Pessoa Idosa
• Estatuto da Pessoa com Deficiência
• Estatuto da Igualdade Racial
• Lei Maria da Penha
• Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
• Lei de Improbidade Administrativa
• Lei de Licitações
• Código Tributário Nacional
Sumário
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL................................ 9
CÓDIGO CIVIL...........................................................................................119
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.....................................................................265
CÓDIGO PENAL........................................................................................393
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL................................................................. 445
CÓDIGO ELEITORAL................................................................................. 521
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.................................................. 571
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR........................................................683
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE............................................705
ESTATUTO DA PESSOA IDOSA.................................................................. 751
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA..................................................767
ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL...........................................................789
LEI MARIA DA PENHA.............................................................................. 801
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO.......................... 813
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA..................................................... 819
LEI DE LICITAÇÕES................................................................................. 833
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL................................................................865
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
ATUALIZADA ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 128/2022
Atualização e revisão técnica: Coordenação de Edições Técnicas
A norma aqui apresentada não substitui as publicações do Diário Oficial da União.
Sumário
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
15 Preâmbulo
15 TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
15 TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
15 CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
18 CAPÍTULO II – DOS DIREITOS SOCIAIS
19 CAPÍTULO III – DA NACIONALIDADE
20 CAPÍTULO IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS
21 CAPÍTULO V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS
21 TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
21 CAPÍTULO I – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
22 CAPÍTULO II – DA UNIÃO
24 CAPÍTULO III – DOS ESTADOS FEDERADOS
25 CAPÍTULO IV – DOS MUNICÍPIOS
27 CAPÍTULO V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
27 Seção I – Do Distrito Federal
27 Seção II – Dos Territórios
27 CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO
28 CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
28 Seção I – Disposições Gerais
30 Seção II – Dos Servidores Públicos
33 Seção III – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
33 Seção IV – Das Regiões
33 TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
33 CAPÍTULO I – DO PODER LEGISLATIVO
33 Seção I – Do Congresso Nacional
34 Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional
35 Seção III – Da Câmara dos Deputados
35 Seção IV – Do Senado Federal
35 Seção V – Dos Deputados e dos Senadores
36 Seção VI – Das Reuniões
37 Seção VII – Das Comissões
37 Seção VIII – Do Processo Legislativo
37 Subseção I – Disposição Geral
37 Subseção II – Da Emenda à Constituição
38 Subseção III – Das Leis
39 Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
41 CAPÍTULO II – DO PODER EXECUTIVO
41 Seção I – Do Presidente e do Vice-Presidente da República
42 Seção II – Das Atribuições do Presidente da República
42 Seção III – Da Responsabilidade do Presidente da República
43 Seção IV – Dos Ministros de Estado
43 Seção V – Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional
43 Subseção I – Do Conselho da República
43 Subseção II – Do Conselho de Defesa Nacional
44 CAPÍTULO III – DO PODER JUDICIÁRIO
44 Seção I – Disposições Gerais
48 Seção II – Do Supremo Tribunal Federal
50 Seção III – Do Superior Tribunal de Justiça
51 Seção IV – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais
52 Seção V – Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos
Juízes do Trabalho
53 Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
54 Seção VII – Dos Tribunais e Juízes Militares
54 Seção VIII – Dos Tribunais e Juízes dos Estados
55 CAPÍTULO IV – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
55 Seção I – Do Ministério Público
57 Seção II – Da Advocacia Pública
57 Seção III – Da Advocacia
57 Seção IV – Da Defensoria Pública
57 TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
57 CAPÍTULO I – DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
57 Seção I – Do Estado de Defesa
58 Seção II – Do Estado de Sítio
58 Seção III – Disposições Gerais
58 CAPÍTULO II – DAS FORÇAS ARMADAS
59 CAPÍTULO III – DA SEGURANÇA PÚBLICA
60 TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
60 CAPÍTULO I – DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
60 Seção I – Dos Princípios Gerais
61 Seção II – Das Limitações do Poder de Tributar
62 Seção III – Dos Impostos da União
62 Seção IV – Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal
64 Seção V – Dos Impostos dos Municípios
64 Seção VI – Da Repartição das Receitas Tributárias
66 CAPÍTULO II – DAS FINANÇAS PÚBLICAS
66 Seção I – Normas Gerais
66 Seção II – Dos Orçamentos
72 TÍTULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
72 CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
74 CAPÍTULO II – DA POLÍTICA URBANA
74 CAPÍTULO III – DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
75 CAPÍTULO IV – DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
75 TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
75 CAPÍTULO I – DISPOSIÇÃO GERAL
76 CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL
76 Seção I – Disposições Gerais
77 Seção II – Da Saúde
78 Seção III – Da Previdência Social
80 Seção IV – Da Assistência Social
80 CAPÍTULO III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
80 Seção I – Da Educação
83 Seção II – Da Cultura
84 Seção III – Do Desporto
84 CAPÍTULO IV – DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
85 CAPÍTULO V – DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
86 CAPÍTULO VI – DO MEIO AMBIENTE
86 CAPÍTULO VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
88 CAPÍTULO VIII – DOS ÍNDIOS
88 TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
92 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
15
Constituição da República
Federativa do Brasil
Preâmbulo
Nós, representantes do povo
brasileiro, reunidos em Assem-
bleia Nacional Constituinte para
instituirumEstadodemocrático,
destinado a assegurar o exercí-
cio dos direitos sociais e indivi-
duais,aliberdade,asegurança,o
bem-estar,odesenvolvimento,a
igualdade e a justiça como valo-
ressupremosdeumasociedade
fraterna, pluralista e sem pre-
conceitos,fundadanaharmonia
socialecomprometida,naordem
internaeinternacional,comaso-
luçãopacíficadascontrovérsias,
promulgamos,sobaproteçãode
Deus,aseguinteConstituiçãoda
República Federativa do Brasil.
TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
Art. 1o
ARepúblicaFederativado
Brasil, formada pela união indis-
solúvel dos Estados e Municípios
edoDistritoFederal,constitui-se
emEstadoDemocráticodeDireito
e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa
humana;
IV – os valores sociais do tra-
balho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o po-
der emana do povo, que o exerce
por meio de representantes elei-
tos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
Art. 2o
São Poderes da União,
independenteseharmônicosen-
tre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
Art. 3o
Constituem objetivos
fundamentais da República Fe-
derativa do Brasil:
I – construir uma sociedade
livre, justa e solidária;
II–garantirodesenvolvimen-
to nacional;
III – erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as de-
sigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de to-
dos,sempreconceitosdeorigem,
raça,sexo,cor,idadeequaisquer
outras formas de discriminação.
Art. 4o
A República Federativa
do Brasil rege-se nas suas rela-
çõesinternacionaispelosseguin-
tes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos
humanos;
III – autodeterminação dos
povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Es-
tados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos
conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo
e ao racismo;
IX – cooperação entre os po-
vos para o progresso da huma-
nidade;
X – concessão de asilo po-
lítico.
Parágrafoúnico. ARepública
Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política,
social e cultural dos povos da
América Latina, visando à for-
mação de uma comunidade lati-
no-americana de nações.
TÍTULO II – DOS
DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I – DOS
DIREITOS E DEVERES
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5o
Todossãoiguaisperante
a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros resi-
dentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à pro-
priedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são
iguais em direitos e obrigações,
nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei;
III – ninguém será submetido
a tortura nem a tratamento de-
sumano ou degradante;
IV – é livre a manifestação
do pensamento, sendo vedado o
anonimato;
V – é assegurado o direito de
resposta,proporcionalaoagravo,
alémdaindenizaçãopordanoma-
terial, moral ou à imagem;
VI–éinviolávelaliberdadede
consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na
formadalei,aproteçãoaoslocais
de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos ter-
mos da lei, a prestação de as-
sistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação
coletiva;
VIII – ninguém será privado
de direitos por motivo de crença
religiosaoudeconvicçãofilosófi-
ca ou política, salvo se as invocar
paraeximir-sedeobrigaçãolegal
a todos imposta e recusar-se a
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
16
cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
IX – é livre a expressão da
atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, in-
dependentemente de censura
ou licença;
X – são invioláveis a intimi-
dade, a vida privada, a honra e a
imagemdaspessoas,assegurado
o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de
sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável
doindivíduo,ninguémnelapoden-
do penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou
para prestarsocorro,ou,durante
o dia, por determinação judicial;
XII – é inviolável o sigilo da
correspondência e das comuni-
cações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas,
salvo, no último caso, por ordem
judicial,nashipótesesenaforma
que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instru-
ção processual penal;
XIII – é livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou pro-
fissão, atendidas as qualifica-
ções profissionais que a lei es-
tabelecer;
XIV – é assegurado a todos o
acesso à informação e resguar-
dadoosigilodafonte,quandone-
cessárioaoexercícioprofissional;
XV – é livre a locomoção no
território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se
pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, inde-
pendentemente de autorização,
desde que não frustrem outra
reuniãoanteriormenteconvocada
paraomesmolocal,sendoapenas
exigido prévio aviso à autoridade
competente;
XVII – é plena a liberdade de
associação para fins lícitos, ve-
dada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associa-
ções e, na forma da lei, a de co-
operativas independem de au-
torização, sendo vedada a inter-
ferência estatal em seu funcio-
namento;
XIX – as associações só po-
derãosercompulsoriamentedis-
solvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial,
exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser
compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
XXI – as entidades associati-
vas, quando expressamente au-
torizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial
ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de
propriedade;
XXIII–apropriedadeatenderá
a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o
procedimento para desapropria-
ção por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indeni-
zação em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Cons-
tituição;
XXV – no caso de iminente
perigopúblico,aautoridadecom-
petente poderá usar de proprie-
dade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior,
se houver dano;
XXVI–apequenapropriedade
rural,assimdefinidaemlei,desde
que trabalhada pela família, não
seráobjetodepenhoraparapaga-
mentodedébitosdecorrentesde
suaatividadeprodutiva,dispondo
a lei sobre os meios de financiar
o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence
o direito exclusivo de utilização,
publicaçãooureproduçãodesuas
obras,transmissívelaosherdeiros
pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII–sãoassegurados,nos
termos da lei:
a) a proteção às participa-
ções individuais em obras cole-
tivas e à reprodução da imagem
e voz humanas, inclusive nas ati-
vidades desportivas;
b) o direito de fiscalização
do aproveitamento econômico
das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos
intérpretes e às respectivas re-
presentações sindicais e asso-
ciativas;
XXIX – a lei assegurará aos
autores de inventos industriais
privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção
às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos
distintivos,tendoemvistaointe-
resse social e o desenvolvimento
tecnológicoeeconômicodoPaís;
XXX – é garantido o direito
de herança;
XXXI – a sucessão de bens de
estrangeirossituadosnoPaísserá
reguladapelaleibrasileiraembe-
nefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal
do de cujus;
XXXII – o Estado promove-
rá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
XXXIII – todos têm direito a
receber dos órgãos públicos in-
formações de seu interesse par-
ticular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do
Estado;
XXXIV – são a todos assegu-
rados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões
emrepartiçõespúblicas,parade-
fesadedireitoseesclarecimento
desituaçõesdeinteressepessoal;
XXXV – a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará
o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou
tribunal de exceção;
XXXVIII–éreconhecidaains-
tituiçãodojúri,comaorganização
que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredic-
tos;
d) a competência para o jul-
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
17
gamentodoscrimesdolososcon-
tra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
XL–aleipenalnãoretroagirá,
salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer
discriminaçãoatentatóriadosdi-
reitoseliberdadesfundamentais;
XLII – a prática do racismo
constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará cri-
mesinafiançáveiseinsuscetíveis
de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, o terro-
rismoeosdefinidoscomocrimes
hediondos, por eles responden-
do os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
XLIV–constituicrimeinafian-
çável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou milita-
res,contraaordemconstitucional
e o Estado Democrático;
XLV–nenhumapenapassará
da pessoa do condenado, poden-
do a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, es-
tendidasaossucessoresecontra
eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a indi-
vidualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da
liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alter-
nativa;
e) suspensão ou interdição
de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso
de guerra declarada, nos termos
do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII–apenaserácumprida
em estabelecimentos distintos,
de acordo com a natureza do de-
lito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos pre-
sosorespeitoàintegridadefísica
e moral;
L – às presidiárias serão as-
seguradas condições para que
possam permanecer com seus
filhos durante o período de ama-
mentação;
LI – nenhum brasileiro será
extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, prati-
cado antes da naturalização, ou
decomprovadoenvolvimentoem
tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida ex-
tradiçãodeestrangeiroporcrime
político ou de opinião;
LIII–ninguémseráprocessa-
do nem sentenciado senão pela
autoridade competente;
LIV–ninguémseráprivadoda
liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;
LV – aos litigantes, em pro-
cesso judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são as-
seguradosocontraditórioeampla
defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;
LVII – ninguém será consi-
derado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII–ocivilmenteidentifica-
do não será submetido a identi-
ficação criminal, salvo nas hipó-
teses previstas em lei;
LIX – será admitida ação pri-
vada nos crimes de ação públi-
ca, se esta não for intentada no
prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir
a publicidade dos atos processu-
aisquandoadefesadaintimidade
ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso se-
nãoemflagrantedelitoouporor-
dem escrita e fundamentada de
autoridadejudiciáriacompetente,
salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encon-
tre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por
ele indicada;
LXIII–opresoseráinformado
de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-
-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à
identificação dos responsáveis
por sua prisão ou por seu inter-
rogatório policial;
LXV–aprisãoilegalseráime-
diatamente relaxada pela autori-
dade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à
prisão ou nela mantido, quando a
lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;
LXVII–nãohaveráprisãocivil
pordívida,salvoadoresponsável
pelo inadimplemento voluntário
e inescusável de obrigação ali-
mentíciaeadodepositárioinfiel;
LXVIII – conceder-se-á ha-
beas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á man-
dadodesegurançaparaproteger
direito líquido e certo, não ampa-
radoporhabeascorpusouhabeas
data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segu-
rança coletivo pode ser impe-
trado por:
a) partidopolíticocomrepre-
sentaçãonoCongressoNacional;
b) organização sindical, en-
tidade de classe ou associação
legalmenteconstituídaeemfun-
cionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses
deseusmembrosouassociados;
LXXI–conceder-se-ámanda-
dodeinjunçãosemprequeafalta
de norma regulamentadora tor-
ne inviável o exercício dos direi-
tos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXII–conceder-se-á­habeas
data:
a) paraasseguraroconheci-
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
18
mentodeinformaçõesrelativasà
pessoadoimpetrante,constantes
de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou
de caráter público;
b) para a retificação de da-
dos,quandonãoseprefirafazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é
parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato le-
sivo ao patrimônio público ou de
entidadedequeoEstadopartici-
pe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimô-
nio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará
assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o
condenadoporerrojudiciário,as-
sim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para
os reconhecidamente pobres,
na forma da lei:
a) o registro civil de nasci-
mento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as
ações de habeas corpus e ha-
beas data, e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da
cidadania;
LXXVIII – a todos, no âmbi-
to judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração
do processo e os meios que ga-
rantam a celeridade de sua tra-
mitação;
LXXIX – é assegurado, nos
termosdalei,odireitoàproteção
dosdadospessoais,inclusivenos
meios digitais.
§ 1o
As normas definidoras
dos direitos e garantias funda-
mentais têm aplicação imediata.
§ 2o
Os direitos e garantias
expressosnestaConstituiçãonão
excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados inter-
nacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3o
Os tratados e conven-
çõesinternacionaissobredireitos
humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, por três
quintosdosvotosdosrespectivos
membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
§ 4o
O Brasil se submete à
jurisdição de Tribunal Penal In-
ternacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
CAPÍTULO II – DOS
DIREITOS SOCIAIS
Art. 6o
São direitos sociais a
educação, a saúde, a alimen-
tação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a as-
sistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
Parágrafo único. Todo bra-
sileiro em situação de vulnera-
bilidade social terá direito a uma
renda básica familiar, garantida
pelo poder público em programa
permanente de transferência de
renda, cujas normas e requisitos
deacessoserãodeterminadosem
lei, observada a legislação fiscal
e orçamentária.
Art. 7o
São direitos dos traba-
lhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
I–relaçãodeempregoprote-
gida contra despedida arbitrária
ou sem justa causa, nos termos
deleicomplementar,quepreverá
indenizaçãocompensatória,den-
tre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em
casodedesempregoinvoluntário;
III–fundodegarantiadotem-
po de serviço;
IV–saláriomínimo,fixadoem
lei, nacionalmente unificado, ca-
pazdeatenderasuasnecessida-
des vitais básicas e às de sua fa-
mília com moradia, alimentação,
educação,saúde,lazer,vestuário,
higiene,transporteeprevidência
social, com reajustes periódicos
quelhepreservemopoderaquisi-
tivo,sendovedadasuavinculação
para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional
à extensão e à complexidade do
trabalho;
VI–irredutibilidadedosalário,
salvoodispostoemconvençãoou
acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nun-
cainferioraomínimo,paraosque
percebemremuneraçãovariável;
VIII – décimo terceiro salário
com base na remuneração inte-
gralounovalordaaposentadoria;
IX – remuneração do traba-
lho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na
forma da lei, constituindo crime
sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros,
ou resultados, desvinculada da
remuneração,e,excepcionalmen-
te,participaçãonagestãodaem-
presa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em
razão do dependente do traba-
lhador de baixa renda nos ter-
mos da lei;
XIII – duração do trabalho
normal não superior a oito ho-
ras diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compen-
sação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas
para o trabalho realizado em tur-
nos ininterruptos de revezamen-
to, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remu-
nerado, preferencialmente aos
domingos;
XVI – remuneração do ser-
viço extraordinário superior, no
mínimo, em cinquenta por cento
à do normal;
XVII – gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos,
um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante,
sem prejuízo do emprego e do
salário, com a duração de cento
e vinte dias;
XIX – licença-paternidade,
nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado
de trabalho da mulher, median-
te incentivos específicos, nos
termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcio-
nal ao tempo de serviço, sendo
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
19
no mínimo de trinta dias, nos ter-
mos da lei;
XXII–reduçãodosriscosine-
rentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e se-
gurança;
XXIII – adicional de remune-
ração para as atividades peno-
sas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita
aosfilhosedependentesdesdeo
nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das
convenções e acordos coletivos
de trabalho;
XXVII – proteção em face da
automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra aci-
dentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a inde-
nizaçãoaqueesteestáobrigado,
quandoincorreremdoloouculpa;
XXIX – ação, quanto aos cré-
ditos resultantes das relações de
trabalho,comprazoprescricional
decincoanosparaostrabalhado-
res urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;
a) (Revogada);
b) (Revogada);
XXX – proibição de diferença
de salários, de exercício de fun-
ções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor
ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer
discriminaçãonotocanteasalário
e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
XXXII–proibiçãodedistinção
entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissio-
nais respectivos;
XXXIII–proibiçãodetrabalho
noturno, perigoso ou insalubre a
menoresdedezoitoedequalquer
trabalho a menores de dezesseis
anos,salvonacondiçãodeapren-
diz, a partir de quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos
entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
Parágrafo único. São asse-
gurados à categoria dos traba-
lhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII,
VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidasemleieobservada
a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, prin-
cipais e acessórias, decorrentes
da relação de trabalho e suas
peculiaridades, os previstos nos
incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XX-
VIII, bem como a sua integração
à previdência social.
Art. 8o
É livre a associação pro-
fissional ou sindical, observado o
seguinte:
I – a lei não poderá exigir au-
torização do Estado para a fun-
dação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente,
vedadas ao Poder Público a in-
terferência e a intervenção na
organização sindical;
II–évedadaacriaçãodemais
de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econô-
mica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalha-
dores ou empregadores interes-
sados, não podendo ser inferior
à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defe-
sa dos direitos e interesses cole-
tivos ou individuais da categoria,
inclusiveemquestõesjudiciaisou
administrativas;
IV – a assembleia geral fixará
a contribuição que, em se tra-
tando de categoria profissional,
será descontada em folha, para
custeio do sistema confedera-
tivo da representação sindical
respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a
filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato;
VI – é obrigatória a participa-
ção dos sindicatos nas negocia-
ções coletivas de trabalho;
VII–oaposentadofiliadotem
direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do
empregado sindicalizado a partir
do registro da candidatura a car-
go de direção ou representação
sindicale,seeleito,aindaquesu-
plente,atéumanoapósofinaldo
mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As dispo-
sições deste artigo aplicam-se
à organização de sindicatos ru-
rais e de colônias de pescadores,
atendidas as condições que a lei
estabelecer.
Art. 9o
É assegurado o direito
de greve, competindo aos tra-
balhadores decidir sobre a opor-
tunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio
dele defender.
§ 1o
A lei definirá os serviços
ouatividadesessenciaisedisporá
sobreoatendimentodasnecessi-
dadesinadiáveisdacomunidade.
§ 2o
Os abusos cometidos
sujeitam os responsáveis às pe-
nas da lei.
Art. 10. É assegurada a partici-
pação dos trabalhadores e em-
pregadores nos colegiados dos
órgãospúblicosemqueseusinte-
ressesprofissionaisoupreviden-
ciáriossejamobjetodediscussão
e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais
de duzentos empregados, é as-
segurada a eleição de um repre-
sentante destes com a finalida-
de exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os
empregadores.
CAPÍTULO III – DA
NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I – natos:
a) os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de
seu país;
b) os nascidos no estran-
geiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da Repú-
blica Federativa do Brasil;
c) osnascidosnoestrangeiro
de pai brasileiro ou de mãe bra-
sileira, desde que sejam regis-
trados em repartição brasileira
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
20
competente ou venham a residir
na República Federativa do Bra-
sil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira;
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei,
adquiram a nacionalidade bra-
sileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qual-
quernacionalidaderesidentesna
RepúblicaFederativadoBrasilhá
maisdequinzeanosininterruptos
e sem condenação penal, desde
que requeiram a nacionalidade
brasileira.
§ 1o
Aos portugueses com
residência permanente no País,
sehouverreciprocidadeemfavor
debrasileiros,serãoatribuídosos
direitos inerentes ao brasileiro,
salvo os casos previstos nesta
Constituição.
§ 2o
Aleinãopoderáestabe-
lecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Consti-
tuição.
§ 3o
São privativos de brasi-
leiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Pre-
sidente da República;
II – de Presidente da Câmara
dos Deputados;
III – de Presidente do Senado
Federal;
IV – de Ministro do Supremo
Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Ar-
madas;
VII – de Ministro de Estado
da Defesa.
§ 4o
Será declarada a per-
da da nacionalidade do brasi-
leiro que:
I – tiver cancelada sua natu-
ralização, por sentença judicial,
em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionali-
dade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de
nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de natura-
lização, pela norma estrangeira,
aobrasileiroresidenteemEstado
estrangeiro,comocondiçãopara
permanênciaemseuterritórioou
para o exercício de direitos civis.
Art. 13. A língua portuguesa é o
idiomaoficialdaRepúblicaFede-
rativa do Brasil.
§ 1o
São símbolos da Repú-
blica Federativa do Brasil a ban-
deira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2o
Os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão
ter símbolos próprios.
CAPÍTULO IV – DOS
DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. Asoberaniapopularserá
exercida pelo sufrágio universal
e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos ter-
mos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
§ 1o
O alistamento eleitoral
e o voto são:
I–obrigatóriosparaosmaio-
res de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta
anos;
c) osmaioresdedezesseise
menores de dezoito anos.
§ 2o
Não podem alistar-se
como eleitores os estrangeiros
e, durante o período do serviço
militarobrigatório,osconscritos.
§ 3o
São condições de elegi-
bilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos di-
reitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na
circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para
Presidente e Vice-Presidente da
República e Senador;
b) trinta anos para Governa-
dor e Vice-Governador de Estado
e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para De-
putado Federal, Deputado Esta-
dual ou Distrital, Prefeito, Vice-
-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vere-
ador.
§ 4o
Sãoinelegíveisosinalis-
táveis e os analfabetos.
§ 5o
OPresidentedaRepúbli-
ca, os Governadores de Estado e
do Distrito Federal, os Prefeitos
e quem os houver sucedido ou
substituído no curso dos man-
datos poderão ser reeleitos para
um único período subsequente.
§ 6o
Para concorrerem a
outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
§ 7o
São inelegíveis, no ter-
ritório de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consan-
guíneos ou afins, até o segundo
grauouporadoção,doPresidente
da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem
os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
§ 8o
O militar alistável é ele-
gível,atendidasasseguintescon-
dições:
I – se contar menos de dez
anos de serviço, deverá afastar-
-se da atividade;
II–secontarmaisdedezanos
de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito,
passaráautomaticamente,noato
dadiplomação,paraainatividade.
§ 9o
Leicomplementaresta-
beleceráoutroscasosdeinelegi-
bilidadeeosprazosdesuacessa-
ção,afimdeprotegeraprobidade
administrativa,amoralidadepara
oexercíciodomandato,conside-
radaavidapregressadocandida-
to,eanormalidadeelegitimidade
das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso
do exercício de função, cargo ou
empregonaadministraçãodireta
ou indireta.
§ 10. O mandato eletivo po-
derá ser impugnado ante a Jus-
tiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação,
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
21
instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, cor-
rupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação
demandatotramitaráemsegredo
de justiça, respondendo o autor,
na forma da lei, se temerária ou
de manifesta má-fé.
§ 12. Serão realizadas con-
comitantementeàseleiçõesmu-
nicipais as consultas populares
sobre questões locais aprovadas
pelas Câmaras Municipais e en-
caminhadas à Justiça Eleitoral
até 90 (noventa) dias antes da
data das eleições, observados os
limites operacionais relativos ao
número de quesitos.
§ 13. Asmanifestaçõesfavo-
ráveis e contrárias às questões
submetidasàsconsultaspopula-
res nos termos do § 12 ocorrerão
duranteascampanhaseleitorais,
sem a utilização de propaganda
gratuita no rádio e na televisão.
Art. 15. É vedada a cassação
de direitos políticos, cuja per-
da ou suspensão só se dará nos
casos de:
I – cancelamento da natura-
lização por sentença transitada
em julgado;
II – incapacidade civil abso-
luta;
III – condenação criminal
transitada em julgado, enquan-
to durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obri-
gação a todos imposta ou pres-
tação alternativa, nos termos do
art. 5o
, VIII;
V – improbidade administra-
tiva, nos termos do art. 37, § 4o
.
Art. 16. A lei que alterar o pro-
cesso eleitoral entrará em vigor
nadatadesuapublicação,nãose
aplicandoàeleiçãoqueocorraaté
um ano da data de sua vigência.
CAPÍTULO V – DOS
PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de par-
tidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime de-
mocrático,opluripartidarismo,os
direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguin-
tes preceitos:
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento
de recursos financeiros de enti-
dade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III – prestação de contas à
Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parla-
mentar de acordo com a lei.
§ 1o
É assegurada aos par-
tidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre esco-
lha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisó-
rios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime
de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua ce-
lebração nas eleições propor-
cionais, sem obrigatoriedade de
vinculaçãoentreascandidaturas
emâmbitonacional,estadual,dis-
trital ou municipal, devendo seus
estatutosestabelecernormasde
disciplina e fidelidade partidária.
§ 2o
Os partidos políticos,
após adquirirem personalidade
jurídica, na forma da lei civil, re-
gistrarão seus estatutos no Tri-
bunal Superior Eleitoral.
§ 3o
Somente terão direito
a recursos do fundo partidário e
acesso gratuito ao rádio e à tele-
visão,naformadalei,ospartidos
políticos que alternativamente:
I – obtiverem, nas eleições
paraaCâmaradosDeputados,no
mínimo, 3% (três por cento) dos
votosválidos,distribuídosempelo
menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de
2% (dois por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou
II – tiverem elegido pelo me-
nos quinze Deputados Federais
distribuídos em pelo menos um
terçodasunidadesdaFederação.
§ 4o
É vedada a utilização
pelos partidos políticos de orga-
nização paramilitar.
§ 5o
Aoeleitoporpartidoque
não preencher os requisitos pre-
vistosno§3o
deste artigo é asse-
gurado o mandato e facultada a
filiação, sem perda do mandato,
aoutropartidoqueostenhaatin-
gido,nãosendoessafiliaçãocon-
sideradaparafinsdedistribuição
dos recursos do fundo partidário
e de acesso gratuito ao tempo de
rádio e de televisão.
§ 6o
Os Deputados Federais,
os Deputados Estaduais, os De-
putados Distritais e os Vereado-
res que se desligarem do partido
pelo qual tenham sido eleitos
perderão o mandato, salvo nos
casos de anuência do partido
ou de outras hipóteses de justa
causa estabelecidas em lei, não
computada, em qualquer caso, a
migração de partido para fins de
distribuiçãoderecursosdofundo
partidário ou de outros fundos
públicos e de acesso gratuito ao
rádio e à televisão.
§ 7o
Ospartidospolíticosde-
vem aplicar no mínimo 5% (cin-
co por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na
manutenção de programas de
promoção e difusão da partici-
pação política das mulheres, de
acordo com os interesses intra-
partidários.
§ 8o
O montante do Fundo
Especial de Financiamento de
Campanha e da parcela do fundo
partidáriodestinadaacampanhas
eleitorais, bem como o tempo de
propagandagratuitanorádioena
televisão a ser distribuído pelos
partidos às respectivas candi-
datas, deverão ser de no mínimo
30%(trintaporcento),proporcio-
nal ao número de candidatas, e a
distribuição deverá ser realizada
conforme critérios definidos pe-
losrespectivosórgãosdedireção
epelasnormasestatutárias,con-
siderados a autonomia e o inte-
resse partidário.
TÍTULO III – DA
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I – DA
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-
-administrativa da República Fe-
derativa do Brasil compreende
a União, os Estados, o Distrito
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
22
Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 1o
Brasília é a Capital Fe-
deral.
§ 2o
Os Territórios Federais
integram a União, e sua criação,
transformaçãoemEstadoourein-
tegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei comple-
mentar.
§ 3o
Os Estados podem in-
corporar-se entre si, subdividir-
-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou forma-
rem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação
da população diretamente inte-
ressada, através de plebiscito, e
do Congresso Nacional, por lei
complementar.
§ 4o
A criação, a incorpora-
ção,afusãoeodesmembramen-
todeMunicípios,far-se-ãoporlei
estadual, dentro do período de-
terminado por lei complementar
federal,edependerãodeconsulta
prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios en-
volvidos, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Munici-
pal, apresentados e publicados
na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos
Estados,aoDistritoFederaleaos
Municípios:
I – estabelecer cultos religio-
sos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhesofuncionamento
ou manter com eles ou seus re-
presentantesrelaçõesdedepen-
dência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II – recusar fé aos documen-
tos públicos;
III–criardistinçõesentrebra-
sileiros ou preferências entre si.
CAPÍTULO II – DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
I–osqueatualmentelheper-
tencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;
II – as terras devolutas indis-
pensáveisàdefesadasfronteiras,
das fortificações e construções
militares, das vias federais de
comunicação e à preservação
ambiental, definidas em lei;
III– os lagos, rios e quaisquer
correntes de água em terrenos
de seu domínio, ou que banhem
mais de um Estado, sirvam de
limites com outros países, ou se
estendamaterritórioestrangeiro
oudeleprovenham,bemcomoos
terrenos marginais e as praias
fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacus-
tresnaszonaslimítrofescomou-
tros países; as praias marítimas;
as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que con-
tenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
V – os recursos naturais da
plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha
e seus acrescidos;
VIII–ospotenciaisdeenergia
hidráulica;
IX – os recursos minerais,
inclusive os do subsolo;
X–ascavidadesnaturaissub-
terrâneas e os sítios arqueológi-
cos e pré-históricos;
XI–asterrastradicionalmen-
te ocupadas pelos índios.
§ 1o
É assegurada, nos ter-
mos da lei, à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municí-
pios a participação no resultado
da exploração de petróleo ou gás
natural,derecursoshídricospara
fins de geração de energia elétri-
ca e de outros recursos minerais
no respectivo território, platafor-
ma continental, mar territorial
ou zona econômica exclusiva,
ou compensação financeira por
essa exploração.
§ 2o
A faixa de até cento e
cinquentaquilômetrosdelargura,
aolongodasfronteirasterrestres,
designada como faixa de frontei-
ra, é considerada fundamental
paradefesadoterritórionacional,
esuaocupaçãoeutilizaçãoserão
reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I – manter relações com Es-
tados estrangeiros e participar
de organizações internacionais;
II – declarar a guerra e cele-
brar a paz;
III – assegurar a defesa na-
cional;
IV – permitir, nos casos pre-
vistos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
V–decretaroestadodesítio,
o estado de defesa e a interven-
ção federal;
VI – autorizar e fiscalizar a
produção e o comércio de ma-
terial bélico;
VII – emitir moeda;
VIII – administrar as reser-
vas cambiais do País e fiscali-
zar as operações de natureza
financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização,
bem como as de seguros e de
previdência privada;
IX – elaborar e executar pla-
nos nacionais e regionais de or-
denaçãodoterritórioededesen-
volvimento econômico e social;
X – manter o serviço postal e
o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou
medianteautorização,concessão
oupermissão,osserviçosdetele-
comunicações,nostermosdalei,
que disporá sobre a organização
dos serviços, a criação de um ór-
gão regulador e outros aspectos
institucionais;
XII–explorar,diretamenteou
medianteautorização,concessão
ou permissão:
a) os serviços de radiodifu-
são sonora e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações
de energia elétrica e o aprovei-
tamento energético dos cursos
de água, em articulação com os
Estados onde se situam os po-
tenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aero-
espacial e a infraestrutura aero-
portuária;
d) os serviços de transpor-
te ferroviário e aquaviário entre
portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham
oslimitesdeEstadoouTerritório;
e) os serviços de transporte
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
23
rodoviário interestadual e inter-
nacional de passageiros;
f) os portos marítimos, flu-
viais e lacustres;
XIII – organizar e manter o
PoderJudiciário,oMinistérioPú-
blico do Distrito Federal e dos
TerritórioseaDefensoriaPública
dos Territórios;
XIV–organizaremanterapo-
lícia civil, a polícia penal, a polícia
militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal, bem
como prestar assistência finan-
ceira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos,
por meio de fundo próprio;
XV – organizar e manter os
serviços oficiais de estatística,
geografia, geologia e cartografia
de âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação,
para efeito indicativo, de diver-
sões públicas e de programas
de rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover
a defesa permanente contra as
calamidades públicas, especial-
mente as secas e as inundações;
XIX – instituir sistema nacio-
nal de gerenciamento de recur-
sos hídricos e definir critérios de
outorga de direitos de seu uso;
XX–instituirdiretrizesparao
desenvolvimentourbano,inclusi-
vehabitação,saneamentobásico
e transportes urbanos;
XXI–estabelecerprincípiose
diretrizesparaosistemanacional
de viação;
XXII–executarosserviçosde
polícia marítima, aeroportuária e
de fronteiras;
XXIII – explorar os serviços e
instalaçõesnuclearesdequalquer
natureza e exercer monopólio
estatal sobre a pesquisa, a lavra,
o enriquecimento e reproces-
samento, a industrialização e o
comércio de minérios nucleares
e seus derivados, atendidos os
seguintesprincípiosecondições:
a) todaatividadenuclearem
território nacional somente será
admitidaparafinspacíficoseme-
diante aprovação do Congresso
Nacional;
b) sob regime de permissão,
são autorizadas a comercializa-
çãoeautilizaçãoderadioisótopos
para pesquisa e uso agrícolas e
industriais;
c) sob regime de permissão,
são autorizadas a produção, a
comercialização e a utilização
de radioisótopos para pesquisa
e uso médicos;
d) a responsabilidade civil
por danos nucleares independe
da existência de culpa;
XXIV – organizar, manter e
executar a inspeção do trabalho;
XXV – estabelecer as áreas
e as condições para o exercício
da atividade de garimpagem, em
forma associativa;
XXVI – organizar e fiscalizar
a proteção e o tratamento de da-
dos pessoais, nos termos da lei.
Art. 22. Competeprivativamen-
te à União legislar sobre:
I–direitocivil,comercial,pe-
nal,processual,eleitoral,agrário,
marítimo,aeronáutico,espaciale
do trabalho;
II – desapropriação;
III–requisiçõescivisemilita-
res, em caso de iminente perigo
e em tempo de guerra;
IV – águas, energia, informá-
tica, telecomunicações e radio-
difusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de
medidas, títulos e garantias dos
metais;
VII – política de crédito, câm-
bio, seguros e transferência de
valores;
VIII – comércio exterior e in-
terestadual;
IX – diretrizes da política na-
cional de transportes;
X – regime dos portos, nave-
gação lacustre, fluvial, marítima,
aérea e aeroespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros
recursos minerais e metalurgia;
XIII–nacionalidade,cidadania
e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração,
entrada, extradição e expulsão
de estrangeiros;
XVI–organizaçãodosistema
nacionaldeempregoecondições
para o exercício de profissões;
XVII – organização judiciária,
do Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios e da De-
fensoria Pública dos Territórios,
bem como organização adminis-
trativa destes;
XVIII – sistema estatístico,
sistema cartográfico e de geo-
logia nacionais;
XIX – sistemas de poupança,
captaçãoegarantiadapoupança
popular;
XX – sistemas de consórcios
e sorteios;
XXI – normas gerais de orga-
nização,efetivos,materialbélico,
garantias,convocação,mobiliza-
ção, inatividades e pensões das
políciasmilitaresedoscorposde
bombeiros militares;
XXII–competênciadapolícia
federal e das polícias rodoviária
e ferroviária federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da
educação nacional;
XXV – registros públicos;
XXVI – atividades nucleares
de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de lici-
taçãoecontratação,emtodasas
modalidades,paraasadministra-
çõespúblicasdiretas,autárquicas
efundacionaisdaUnião,Estados,
DistritoFederaleMunicípios,obe-
decido o disposto no art. 37, XXI,
e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista,
nos termos do art. 173, § 1o
, III;
XXVIII–defesaterritorial,de-
fesa aeroespacial, defesa marí-
tima, defesa civil e mobilização
nacional;
XXIX–propagandacomercial;
XXX – proteção e tratamento
de dados pessoais.
Parágrafo único. Lei com-
plementar poderá autorizar os
Estadosalegislarsobrequestões
específicasdasmatériasrelacio-
nadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum
daUnião,dosEstados,doDistrito
Federal e dos Municípios:
I – zelar pela guarda da Cons-
tituição,dasleisedasinstituições
democráticas e conservar o pa-
trimônio público;
II – cuidar da saúde e assis-
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
24
tência pública, da proteção e ga-
rantiadaspessoasportadorasde
deficiência;
III–protegerosdocumentos,
as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens na-
turais notáveis e os sítios arque-
ológicos;
IV – impedir a evasão, a des-
truição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens
de valor histórico, artístico ou
cultural;
V – proporcionar os meios de
acesso à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa
e à inovação;
VI–protegeromeioambiente
e combater a poluição em qual-
quer de suas formas;
VII – preservar as florestas,
a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção
agropecuária e organizar o abas-
tecimento alimentar;
IX – promover programas de
construção de moradias e a me-
lhoria das condições habitacio-
nais e de saneamento básico;
X – combater as causas da
pobreza e os fatores de margi-
nalização, promovendo a inte-
gração social dos setores des-
favorecidos;
XI – registrar, acompanhar e
fiscalizarasconcessõesdedirei-
tos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em
seus territórios;
XII – estabelecer e implantar
política de educação para a se-
gurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis com-
plementaresfixarãonormaspara
a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e
dobem-estaremâmbitonacional.
Art. 24. Compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal le-
gislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, finan-
ceiro, penitenciário, econômico
e urbanístico;
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços fo-
renses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca,
fauna, conservação da nature-
za, defesa do solo e dos recur-
sos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio
histórico, cultural, artístico, tu-
rístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por
dano ao meio ambiente, ao con-
sumidor,abensedireitosdevalor
artístico, estético, histórico, tu-
rístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, en-
sino, desporto, ciência, tecnolo-
gia, pesquisa, desenvolvimento
e inovação;
X – criação, funcionamento
e processo do juizado de peque-
nas causas;
XI – procedimentos em ma-
téria processual;
XII – previdência social, pro-
teção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e
defensoria pública;
XIV – proteção e integração
socialdaspessoasportadorasde
deficiência;
XV – proteção à infância e à
juventude;
XVI – organização, garantias,
direitos e deveres das polícias
civis.
§ 1o
No âmbito da legislação
concorrente, a competência da
União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2o
AcompetênciadaUnião
paralegislarsobrenormasgerais
não exclui a competência suple-
mentar dos Estados.
§ 3o
Inexistindo lei federal
sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legis-
lativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4o
A superveniência de lei
federal sobre normas gerais sus-
pende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
CAPÍTULO III – DOS
ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organi-
zam-se e regem-se pelas Cons-
tituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta
Constituição.
§ 1o
SãoreservadasaosEsta-
dosascompetênciasquenãolhes
sejam vedadas por esta Consti-
tuição.
§ 2o
Cabe aos Estados ex-
plorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de
gás canalizado, na forma da lei,
vedadaaediçãodemedidaprovi-
sóriaparaasuaregulamentação.
§ 3o
OsEstadospoderão,me-
dianteleicomplementar,instituir
regiões metropolitanas, aglome-
rações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos
de municípios limítrofes, para
integrar a organização, o plane-
jamentoeaexecuçãodefunções
públicas de interesse comum.
Art. 26. Incluem-se entre os
bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou
subterrâneas,fluentes,emergen-
tes e em depósito, ressalvadas,
neste caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceâ-
nicas e costeiras, que estiverem
noseudomínio,excluídasaquelas
sobdomíniodaUnião,Municípios
ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacus-
tres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não
compreendidasentreasdaUnião.
Art. 27. OnúmerodeDeputados
à Assembleia Legislativa corres-
ponderá ao triplo da represen-
tação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número
de trinta e seis, será acrescido
de tantos quantos forem os De-
putados Federais acima de doze.
§ 1o
Será de quatro anos o
mandato dos Deputados Estadu-
ais, aplicando-se-lhes as regras
destaConstituiçãosobresistema
eleitoral,inviolabilidade,imunida-
des,remuneração,perdademan-
dato, licença, impedimentos e
incorporaçãoàsForçasArmadas.
§ 2o
O subsídio dos Deputa-
dos Estaduais será fixado por lei
de iniciativa da Assembleia Le-
gislativa,narazãode,nomáximo,
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
25
setentaecincoporcentodaquele
estabelecido,emespécie,paraos
DeputadosFederais,observadoo
que dispõem os arts. 39, § 4o
, 57,
§ 7o
, 150, II, 153, III, e 153, § 2o
, I.
§ 3o
CompeteàsAssembleias
Legislativas dispor sobre seu re-
gimentointerno,políciaeserviços
administrativosdesuasecretaria,
e prover os respectivos cargos.
§ 4o
A lei disporá sobre a ini-
ciativapopularnoprocessolegis-
lativo estadual.
Art. 28. AeleiçãodoGovernador
e do Vice-Governador de Estado,
para mandato de 4 (quatro) anos,
realizar-se-ánoprimeirodomingo
de outubro, em primeiro turno, e
no último domingo de outubro,
em segundo turno, se houver,
do ano anterior ao do término do
mandatodeseusantecessores,e
a posse ocorrerá em 6 de janeiro
do ano subsequente, observado,
quanto ao mais, o disposto no
art. 77 desta Constituição.1
§ 1o
PerderáomandatooGo-
vernadorqueassumiroutrocargo
oufunçãonaadministraçãopúbli-
ca direta ou indireta, ressalvada
a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto
no art. 38, I, IV e V.
§ 2o
Os subsídios do Gover-
nador, do Vice-Governador e dos
Secretários de Estado serão fi-
xados por lei de iniciativa da As-
sembleia Legislativa, observado
o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
§ 4o
, 150, II, 153, III, e 153, § 2o
, I.
CAPÍTULO IV – DOS
MUNICÍPIOS
Art. 29. O Município reger-se-á
por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câma-
1
Nota do Editor (NE): a EC no
111/2021 alterou
a data de posse de 1o
de janeiro para 6 de
janeiro; contudo, a mudança será aplicada
somente a partir das eleições de 2026. Os
Governadores de Estado e do Distrito Fede-
ral eleitos em 2022 tomarão posse em 1o
de
janeiro de 2023, e seus mandatos durarão
até a posse de seus sucessores, em 6 de
janeiro de 2027.
ra Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabe-
lecidos nesta Constituição, na
ConstituiçãodorespectivoEstado
e os seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vi-
ce-Prefeito e dos Vereadores,
para mandato de quatro anos,
mediante pleito direto e simul-
tâneo realizado em todo o País;
II–eleiçãodoPrefeitoedoVi-
ce-Prefeitorealizadanoprimeiro
domingodeoutubrodoanoante-
rior ao término do mandato dos
que devam suceder, aplicadas as
regras do art. 77 no caso de Mu-
nicípios com mais de duzentos
mil eleitores;
III–possedoPrefeitoedoVi-
ce-Prefeitonodia1o
dejaneirodo
ano subsequente ao da eleição;
IV – para a composição das
Câmaras Municipais, será obser-
vado o limite máximo de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos
Municípios de até 15.000 (quinze
mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos
Municípios de mais de 15.000
(quinze mil) habitantes e de até
30.000 (trinta mil) habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos
Municípios com mais de 30.000
(trinta mil) habitantes e de até
50.000(cinquentamil)habitantes;
d) 15(quinze)Vereadores,nos
Municípiosdemaisde50.000(cin-
quenta mil) habitantes e de até
80.000 (oitenta mil) habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
80.000 (oitenta mil) habitantes e
de até 120.000 (cento e vinte mil)
habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores,
nosMunicípiosdemaisde120.000
(centoevintemil)habitantesede
até160.000(centoesessentamil)
habitantes;
g) 21(vinteeum)Vereadores,
nosMunicípiosdemaisde160.000
(cento e sessenta mil) habitantes
e de até 300.000 (trezentos mil)
habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
300.000(trezentosmil)habitantes
e de até 450.000 (quatrocentos e
cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
450.000(quatrocentosecinquen-
tamil)habitantesedeaté600.000
(seiscentos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
600.000(seiscentosmil)habitan-
tesedeaté750.000(setecentose
cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
750.000 (setecentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereado-
res, nos Municípios de mais de
900.000(novecentosmil)habitan-
tes e de até 1.050.000 (um milhão
e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Verea-
dores, nos Municípios de mais
de 1.050.000 (um milhão e cin-
quenta mil) habitantes e de até
1.200.000 (um milhão e duzentos
mil) habitantes;
n) 35 (trinta e cinco) Verea-
dores, nos Municípios de mais de
1.200.000 (um milhão e duzentos
mil)habitantesedeaté1.350.000
(ummilhãoetrezentosecinquen-
ta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereado-
res, nos Municípios de 1.350.000
(um milhão e trezentos e cin-
quenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhen-
tos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Verea-
dores, nos Municípios de mais
de 1.500.000 (um milhão e qui-
nhentos mil) habitantes e de até
1.800.000(ummilhãoeoitocentos
mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Verea-
dores, nos Municípios de mais de
1.800.000(ummilhãoeoitocentos
mil)habitantesedeaté2.400.000
(dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes;
r) 43(quarentaetrês)Verea-
dores, nos Municípios de mais de
2.400.000 (dois milhões e qua-
trocentos mil) habitantes e de
até 3.000.000 (três milhões) de
habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Ve-
readores,nosMunicípiosdemais
de 3.000.000 (três milhões) de
habitantes e de até 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes;
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
26
t) 47 (quarenta e sete) Vere-
adores, nos Municípios de mais
de 4.000.000 (quatro milhões)
de habitantes e de até 5.000.000
(cinco milhões) de habitantes;
u) 49(quarentaenove)Vere-
adores,nosMunicípiosdemaisde
5.000.000 (cinco milhões) de ha-
bitantes e de até 6.000.000 (seis
milhões) de habitantes;
v) 51(cinquentaeum)Verea-
dores, nos Municípios de mais de
6.000.000 (seis milhões) de habi-
tantes e de até 7.000.000 (sete
milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Ve-
readores,nosMunicípiosdemais
de7.000.000(setemilhões)deha-
bitantes e de até 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;
x) 55 (cinquenta e cinco) Ve-
readores,nosMunicípiosdemais
de 8.000.000 (oito milhões) de
habitantes;
V – subsídios do Prefeito, do
Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais fixados por lei de ini-
ciativa da Câmara Municipal, ob-
servadooquedispõemosarts.37,
XI, 39, § 4o
, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2o
, I;
VI – o subsídio dos Vereado-
res será fixado pelas respectivas
Câmaras Municipais em cada le-
gislaturaparaasubsequente,ob-
servado o que dispõe esta Cons-
tituição, observados os critérios
estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites
máximos:
a) em Municípios de até dez
milhabitantes,osubsídiomáximo
dos Vereadores corresponderá a
vinte por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
b) emMunicípiosdedezmile
um a cinquenta mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cen-
to do subsídio dos Deputados
Estaduais;
c) emMunicípiosdecinquen-
ta mil e um a cem mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereado-
rescorresponderáaquarentapor
cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
d) em Municípios de cem mil
eumatrezentosmilhabitantes,o
subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinquenta por
cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
e) em Municípios de trezen-
tos mil e um a quinhentos mil
habitantes, o subsídio máximo
dos Vereadores corresponderá
a sessenta por cento do subsídio
dos Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de
quinhentosmilhabitantes,osub-
sídiomáximodosVereadorescor-
responderá a setenta e cinco por
cento do subsídio dos Deputados
Estaduais;
VII–ototaldadespesacoma
remuneraçãodosVereadoresnão
poderá ultrapassar o montante
de cinco por cento da receita do
Município;
VIII – inviolabilidade dos Ve-
readores por suas opiniões, pa-
lavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do
Município;
IX–proibiçõeseincompatibi-
lidades,noexercíciodavereança,
similares, no que couber, ao dis-
posto nesta Constituição para os
membros do Congresso Nacional
e, na Constituição do respectivo
Estado, para os membros da As-
sembleia Legislativa;
X – julgamento do Prefeito
perante o Tribunal de Justiça;
XI – organização das funções
legislativas e fiscalizadoras da
Câmara Municipal;
XII – cooperação das asso-
ciações representativas no pla-
nejamento municipal;
XIII – iniciativa popular de
projetos de lei de interesse es-
pecífico do Município, da cidade
ou de bairros, através de mani-
festação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado;
XIV – perda do mandato do
Prefeito, nos termos do art. 28,
parágrafo único2
.
Art. 29-A. Ototaldadespesado
PoderLegislativoMunicipal,inclu-
ídos os subsídios dos Vereadores
e excluídos os gastos com inati-
vos, não poderá ultrapassar os
seguintes percentuais, relativos
2
NE: leia-se Ҥ 1o
”, por força do disposto na
EC no
19/1998.
ao somatório da receita tributá-
riaedastransferênciasprevistas
no § 5o
do art. 153 e nos arts. 158
e 159, efetivamente realizado no
exercício anterior:3
I – 7% (sete por cento) para
Municípios com população de
até 100.000 (cem mil) habitantes;
II – 6% (seis por cento) para
Municípios com população entre
100.000 (cem mil) e 300.000 (tre-
zentos mil) habitantes;
III–5%(cincoporcento)para
Municípios com população entre
300.001 (trezentos mil e um) e
500.000 (quinhentos mil) habi-
tantes;
IV – 4,5% (quatro inteiros e
cinco décimos por cento) para
Municípios com população entre
500.001 (quinhentos mil e um) e
3.000.000 (três milhões) de ha-
bitantes;
V – 4% (quatro por cento)
para Municípios com população
entre 3.000.001 (três milhões e
um) e 8.000.000 (oito milhões)
de habitantes;
VI–3,5%(trêsinteirosecinco
décimos por cento) para Municí-
pios com população acima de
8.000.0001 (oito milhões e um)
habitantes.
§ 1o
A Câmara Municipal não
gastarámaisdesetentaporcento
de sua receita com folha de pa-
gamento, incluído o gasto com
o subsídio de seus Vereadores.
§ 2o
Constitui crime de res-
ponsabilidade do Prefeito Mu-
nicipal:
I–efetuarrepassequesupere
os limites definidos neste artigo;
II–nãoenviarorepasseatéo
dia vinte de cada mês; ou
III – enviá-lo a menor em re-
lação à proporção fixada na Lei
Orçamentária.
§ 3o
Constitui crime de res-
3
NE: a EC no
109/2021 alterou a redação do
caput do art. 29‑A para “O total da despesa
do Poder Legislativo Municipal, incluídos os
subsídios dos Vereadores e os demais gas-
tos com pessoal inativo e pensionistas, não
poderáultrapassarosseguintespercentuais,
relativos ao somatório da receita tributária e
dastransferênciasprevistasno§5o
doart.153
e nos arts. 158 e 159 desta Constituição, efe-
tivamente realizado no exercício anterior:”. A
alteração entra em vigor a partir do início da
primeiralegislaturamunicipalapós16/3/2021.
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
27
ponsabilidade do Presidente da
Câmara Municipal o desrespeito
ao § 1o
deste artigo.
Art. 30. Compete aos Municí-
pios:
I – legislar sobre assuntos de
interesse local;
II – suplementar a legisla-
ção federal e a estadual no que
couber;
III – instituir e arrecadar os
tributosdesuacompetência,bem
como aplicar suas rendas, sem
prejuízo da obrigatoriedade de
prestar contas e publicar balan-
cetes nos prazos fixados em lei;
IV–criar,organizaresuprimir
distritos, observada a legislação
estadual;
V – organizar e prestar, dire-
tamente ou sob regime de con-
cessãooupermissão,osserviços
públicosdeinteresselocal,inclu-
ído o de transporte coletivo, que
tem caráter essencial;
VI – manter, com a coope-
ração técnica e financeira da
União e do Estado, programas
de educação infantil e de ensino
fundamental;
VII – prestar, com a coopera-
çãotécnicaefinanceiradaUnião
e do Estado, serviços de aten-
dimento à saúde da população;
VIII – promover, no que cou-
ber, adequado ordenamento ter-
ritorial,medianteplanejamentoe
controledouso,doparcelamento
e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do
patrimônio histórico-cultural lo-
cal, observada a legislação e a
ação fiscalizadora federal e es-
tadual.
Art. 31. A fiscalização do Mu-
nicípio será exercida pelo Poder
Legislativo Municipal, mediante
controleexterno,epelossistemas
decontroleinternodoPoderExe-
cutivo Municipal, na forma da lei.
§ 1o
O controle externo da
Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Mu-
nicípio ou dos Conselhos ou Tri-
bunais de Contas dos Municípios,
onde houver.
§ 2o
O parecer prévio, emiti-
do pelo órgão competente sobre
as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará
deprevalecerpordecisãodedois
terços dos membros da Câmara
Municipal.
§ 3o
As contas dos Municí-
pios ficarão, durante sessenta
dias,anualmente,àdisposiçãode
qualquer contribuinte, para exa-
me e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei.
§ 4o
É vedada a criação de
Tribunais, Conselhos ou órgãos
de Contas Municipais.
CAPÍTULO V – DO
DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS
Seção I – Do Distrito Federal
Art. 32. O Distrito Federal, ve-
dada sua divisão em Municípios,
reger-se-á por lei orgânica, vota-
daemdoisturnoscominterstício
mínimo de dez dias, e aprovada
por dois terços da Câmara Legis-
lativa, que a promulgará, atendi-
dos os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1o
Ao Distrito Federal são
atribuídasascompetênciaslegis-
lativas reservadas aos Estados e
Municípios.
§ 2o
AeleiçãodoGovernador
edoVice-Governador,observadas
as regras do art. 77, e dos Depu-
tados Distritais coincidirá com a
dos Governadores e Deputados
Estaduais,paramandatodeigual
duração.
§ 3o
AosDeputadosDistritais
e à Câmara Legislativa aplica-se
o disposto no art. 27.
§ 4o
Lei federal disporá so-
bre a utilização, pelo Governo do
Distrito Federal, da polícia civil,
da polícia penal, da polícia militar
e do corpo de bombeiros militar.
Seção II – Dos Territórios
Art. 33. A lei disporá sobre a
organização administrativa e ju-
diciária dos Territórios.
§ 1o
Os Territórios poderão
ser divididos em Municípios, aos
quais se aplicará, no que cou-
ber, o disposto no Capítulo IV
deste Título.
§ 2o
AscontasdoGovernodo
Território serão submetidas ao
Congresso Nacional, com pare-
cer prévio do Tribunal de Contas
da União.
§ 3o
NosTerritóriosFederais
com mais de cem mil habitantes,
além do Governador nomeado na
formadestaConstituição,haverá
órgãos judiciários de primeira e
segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores
públicos federais; a lei disporá
sobre as eleições para a Câma-
ra Territorial e sua competência
deliberativa.
CAPÍTULO VI – DA
INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá
nos Estados nem no Distrito Fe-
deral, exceto para:
I – manter a integridade na-
cional;
II–repelirinvasãoestrangeira
ou de uma unidade da Federação
em outra;
III – pôr termo a grave com-
prometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício
dequalquerdosPoderesnasuni-
dades da Federação;
V – reorganizar as finanças
da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento
da dívida fundada por mais de
dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos
Municípios receitas tributárias
fixadasnestaConstituição,dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei
federal,ordemoudecisãojudicial;
VII–asseguraraobservância
dos seguintes princípios consti-
tucionais:
a) forma republicana, sis-
tema representativo e regime
democrático;
b) direitos da pessoa hu-
mana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
28
administração pública, direta e
indireta;
e) aplicação do mínimo exi-
gido da receita resultante de im-
postos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências,
namanutençãoedesenvolvimen-
to do ensino e nas ações e servi-
ços públicos de saúde.
Art. 35. O Estado não intervirá
em seus Municípios, nem a União
nos Municípios localizados em
TerritórioFederal,excetoquando:
I – deixar de ser paga, sem
motivo de força maior, por dois
anos consecutivos, a dívida fun-
dada;
II–nãoforemprestadascon-
tas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o
mínimo exigido da receita muni-
cipal na manutenção e desenvol-
vimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde;
IV – o Tribunal de Justiça der
provimentoarepresentaçãopara
assegurar a observância de prin-
cípios indicados na Constituição
Estadual,ouparaproveraexecu-
ção de lei, de ordem ou de deci-
são judicial.
Art. 36. A decretação da inter-
venção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de
solicitação do Poder Legislativo
ou do Poder Executivo coacto
ou impedido, ou de requisição
do Supremo Tribunal Federal, se
a coação for exercida contra o
Poder Judiciário;
II–nocasodedesobediência
a ordem ou decisão judiciária, de
requisição do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do Tribunal Superior
Eleitoral;
III – de provimento, pelo Su-
premoTribunalFederal,derepre-
sentaçãodoProcurador-Geralda
República,nahipótesedoart.34,
VII, e no caso de recusa à execu-
ção de lei federal;
IV – (Revogado).
§ 1o
O decreto de interven-
ção,queespecificaráaamplitude,
o prazo e as condições de execu-
ção e que, se couber, nomeará
o interventor, será submetido à
apreciação do Congresso Nacio-
nal ou da Assembleia Legislativa
do Estado, no prazo de vinte e
quatro horas.
§ 2o
Se não estiver funcio-
nando o Congresso Nacional ou
aAssembleiaLegislativa,far-se-á
convocação extraordinária, no
mesmo prazo de vinte e quatro
horas.
§ 3o
Nos casos do art. 34, VI
e VII, ou do art. 35, IV, dispensa-
da a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembleia Le-
gislativa, o decreto limitar-se-
-á a suspender a execução do
ato impugnado, se essa medida
bastar ao restabelecimento da
normalidade.
§ 4o
Cessados os motivos
da intervenção, as autoridades
afastadas de seus cargos a estes
voltarão,salvoimpedimentolegal.
CAPÍTULO VII – DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I – Disposições Gerais
Art. 37. Aadministraçãopública
direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municí-
pios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e
funções públicas são acessíveis
aosbrasileirosquepreenchamos
requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na
forma da lei;
II – a investidura em cargo
ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a nature-
za e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão decla-
rado em lei de livre nomeação e
exoneração;
III – o prazo de validade do
concursopúblicoserádeatédois
anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
IV – durante o prazo impror-
rogávelprevistonoeditaldecon-
vocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou
de provas e títulos será convo-
cadocomprioridadesobrenovos
concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;
V – as funções de confiança,
exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comis-
são, a serem preenchidos por
servidoresdecarreiranoscasos,
condiçõesepercentuaismínimos
previstos em lei, destinam-se
apenasàsatribuiçõesdedireção,
chefia e assessoramento;
VI – é garantido ao servidor
público civil o direito à livre as-
sociação sindical;
VII – o direito de greve será
exercido nos termos e nos limi-
tes definidos em lei específica;
VIII–aleireservarápercentu-
aldoscargoseempregospúblicos
para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios
de sua admissão;
IX – a lei estabelecerá os ca-
sos de contratação por tempo
determinado para atender a ne-
cessidade temporária de excep-
cional interesse público;
X – a remuneração dos ser-
vidores públicos e o subsídio de
quetratao§4o
doart.39somente
poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a
iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual,
sempre na mesma data e sem
distinção de índices;
XI – a remuneração e o sub-
sídio dos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica
e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remu-
neratória,percebidoscumulativa-
menteounão,incluídasasvanta-
genspessoaisoudequalquerou-
tranatureza,nãopoderãoexceder
o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, aplicando-se como
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
29
limite, nos Municípios, o subsídio
do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio men-
sal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais
no âmbito do Poder Legislativo e
osubsídiodosDesembargadores
do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco
centésimosporcentodosubsídio
mensal,emespécie,dosMinistros
do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, apli-
cávelestelimiteaosmembrosdo
Ministério Público, aos Procura-
doreseaosDefensoresPúblicos;
XII–osvencimentosdoscar-
gos do Poder Legislativo e do
PoderJudiciárionãopoderãoser
superiores aos pagos pelo Poder
Executivo;
XIII–évedadaavinculaçãoou
equiparação de quaisquer espé-
ciesremuneratóriasparaoefeito
de remuneração de pessoal do
serviço público;
XIV – os acréscimos pecu-
niários percebidos por servidor
público não serão computados
nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulte-
riores;
XV – o subsídio e os venci-
mentosdosocupantesdecargos
e empregos públicos são irredu-
tíveis, ressalvado o disposto nos
incisos XI e XIV deste artigo e
nos arts. 39, § 4o
, 150, II, 153, III,
e 153, § 2o
, I;
XVI – é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos,
exceto, quando houver compati-
bilidade de horários, observado
em qualquer caso o disposto no
inciso XI:
a) a de dois cargos de pro-
fessor;
b) adeumcargodeprofessor
com outro, técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou em-
pregos privativos de profissio-
nais de saúde, com profissões
regulamentadas;
XVII – a proibição de acu-
mular estende-se a empregos e
funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indireta-
mente, pelo poder público;
XVIII–aadministraçãofazen-
dária e seus servidores fiscais
terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, prece-
dência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei especí-
fica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de em-
presa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação,
cabendoàleicomplementar,nes-
teúltimocaso,definirasáreasde
sua atuação;
XX – depende de autorização
legislativa, em cada caso, a cria-
çãodesubsidiáriasdasentidades
mencionadas no inciso anterior,
assim como a participação de
qualquer delas em empresa pri-
vada;
XXI – ressalvados os casos
especificados na legislação, as
obras,serviços,comprasealiena-
çõesserãocontratadosmediante
processodelicitaçãopúblicaque
assegureigualdadedecondições
a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obri-
gações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da pro-
posta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econô-
mica indispensáveis à garantia
documprimento dasobrigações;
XXII – as administrações tri-
butárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exer-
cidas por servidores de carreiras
específicas, terão recursos prio-
ritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o com-
partilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da
lei ou convênio.
§ 1o
A publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, in-
formativooudeorientaçãosocial,
delanãopodendoconstarnomes,
símbolos ou imagens que carac-
terizempromoçãopessoaldeau-
toridadesouservidorespúblicos.
§ 2o
A não observância do
disposto nos incisos II e III impli-
caráanulidadedoatoeapunição
da autoridade responsável, nos
termos da lei.
§ 3o
A lei disciplinará as for-
masdeparticipaçãodousuáriona
administraçãopúblicadiretaein-
direta,regulandoespecialmente:
I–asreclamaçõesrelativasà
prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manu-
tenção de serviços de atendi-
mento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a
registros administrativos e a in-
formaçõessobreatosdegoverno,
observado o disposto no art. 5o
,
X e XXXIII;
III – a disciplina da represen-
taçãocontraoexercícionegligen-
te ou abusivo de cargo, empre-
go ou função na administração
pública.
§ 4o
Os atos de improbida-
de administrativa importarão a
suspensão dos direitos políti-
cos, a perda da função pública,
a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimentoaoerário,naforma
e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
§ 5o
A lei estabelecerá os
prazos de prescrição para ilíci-
tospraticadosporqualqueragen-
te, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas
as respectivas ações de ressar-
cimento.
§ 6o
As pessoas jurídicas de
direito público e as de direito
privado prestadoras de servi-
ços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.
§ 7o
A lei disporá sobre os
requisitoseasrestriçõesaoocu-
pante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta
que possibilite o acesso a infor-
mações privilegiadas.
§ 8o
A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos
órgãos e entidades da adminis-
tração direta e indireta poderá
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
30
ser ampliada mediante contrato,
a ser firmado entre seus admi-
nistradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação
de metas de desempenho para
o órgão ou entidade, cabendo à
lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do
contrato;
II – os controles e critérios
de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsa-
bilidade dos dirigentes;
III – a remuneração do pes-
soal.
§ 9o
O disposto no inciso XI
aplica-se às empresas públicas
e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União,
dos Estados, do Distrito Federal
oudosMunicípiosparapagamen-
to de despesas de pessoal ou de
custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção
simultânea de proventos de apo-
sentadoriadecorrentesdoart.40
ou dos arts. 42 e 142 com a re-
muneração de cargo, emprego
ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos
eletivoseoscargosemcomissão
declarados em lei de livre nome-
ação e exoneração.
§ 11. Nãoserãocomputadas,
para efeito dos limites remune-
ratórios de que trata o inciso XI
docaputdesteartigo,asparcelas
de caráter indenizatório previs-
tas em lei.
§ 12. Paraosfinsdodisposto
no inciso XI do caput deste arti-
go, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu
âmbito,medianteemendaàsres-
pectivasConstituiçõeseLeiOrgâ-
nica,comolimiteúnico,osubsídio
mensaldosDesembargadoresdo
respectivoTribunaldeJustiça,li-
mitado a noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, não
se aplicando o disposto neste
parágrafo aos subsídios dos De-
putados Estaduais e Distritais e
dos Vereadores.
§ 13. O servidor público titu-
lardecargoefetivopoderáserre-
adaptadoparaexercíciodecargo
cujas atribuições e responsabili-
dades sejam compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em
sua capacidade física ou men-
tal, enquanto permanecer nesta
condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escola-
ridade exigidos para o cargo de
destino, mantida a remuneração
do cargo de origem.
§ 14. Aaposentadoriaconce-
dida com a utilização de tempo
de contribuição decorrente de
cargo, emprego ou função públi-
ca, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o
rompimentodovínculoquegerou
oreferidotempodecontribuição.
§ 15. Évedadaacomplemen-
tação de aposentadorias de ser-
vidores públicos e de pensões
por morte a seus dependentes
que não seja decorrente do dis-
posto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou
que não seja prevista em lei que
extinga regime próprio de previ-
dência social.
§ 16. Os órgãos e entidades
da administração pública, indi-
vidual ou conjuntamente, devem
realizar avaliação das políticas
públicas, inclusive com divulga-
ção do objeto a ser avaliado e
dos resultados alcançados, na
forma da lei.
Art. 38. Ao servidor público da
administração direta, autárquica
e fundacional, no exercício de
mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato
eletivofederal,estadualoudistri-
tal, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de
Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remu-
neração;
III – investido no mandato
de Vereador, havendo compati-
bilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, em-
prego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo,
e, não havendo compatibilidade,
será aplicada a norma do inciso
anterior;
IV–emqualquercasoqueexi-
ja o afastamento para oexercício
demandatoeletivo,seutempode
serviço será contado para todos
osefeitoslegais,excetoparapro-
moção por merecimento;
V–nahipótesedesersegura-
doderegimeprópriodeprevidên-
cia social, permanecerá filiado a
esse regime, no ente federativo
de origem.
Seção II – Dos Servidores
Públicos
Art. 39. A União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios
instituirão conselho de política
deadministraçãoeremuneração
depessoal,integradoporservido-
resdesignadospelosrespectivos
Poderes.4
§ 1o
Afixaçãodospadrõesde
vencimentoedosdemaiscompo-
nentesdosistemaremuneratório
observará:
I – a natureza, o grau de res-
ponsabilidade e a complexidade
doscargoscomponentesdecada
carreira;
II – os requisitos para a in-
vestidura;
III – as peculiaridades dos
cargos.
§ 2o
A União, os Estados e o
DistritoFederalmanterãoescolas
de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servido-
res públicos, constituindo-se a
participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na
carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou con-
tratos entre os entes federados.
§ 3o
Aplica-se aos servido-
res ocupantes de cargo público
o disposto no art. 7o
, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XX,XXIIeXXX,podendoaleiesta-
belecer requisitos diferenciados
de admissão quando a natureza
4
NE: o caput deste artigo teve a sua aplica-
ção suspensa em caráter liminar, por força
da ADI no
2.135. Redação anterior: “A União,
osEstados,oDistritoFederaleosMunicípios
instituirão,noâmbitodesuacompetência,re-
gime jurídico único e planos de carreira para
osservidoresdaadministraçãopúblicadireta,
das autarquias e das fundações públicas”.
Constituição
da
República
Federativa
do
Brasil
31
do cargo o exigir.
§ 4o
O membro de Poder, o
detentor de mandato eletivo, os
MinistrosdeEstadoeosSecretá-
riosEstaduaiseMunicipaisserão
remuneradosexclusivamentepor
subsídiofixadoemparcelaúnica,
vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.
§ 5o
Lei da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos
Municípios poderá estabelecer
a relação entre a maior e a me-
nor remuneração dos servidores
públicos,obedecido,emqualquer
caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 6o
Os Poderes Executivo,
LegislativoeJudiciáriopublicarão
anualmenteosvaloresdosubsídio
e da remuneração dos cargos e
empregos públicos.
§ 7o
Lei da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos
Municípios disciplinará a aplica-
ção de recursos orçamentários
provenientes da economia com
despesas correntes em cada ór-
gão, autarquia e fundação, para
aplicaçãonodesenvolvimentode
programas de qualidade e pro-
dutividade, treinamento e de-
senvolvimento, modernização,
reaparelhamentoeracionalização
do serviço público, inclusive sob
a forma de adicional ou prêmio
de produtividade.
§ 8o
Aremuneraçãodosser-
vidores públicos organizados em
carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4o
.
§ 9o
Évedadaaincorporação
devantagensdecarátertemporá-
rio ou vinculadas ao exercício de
função de confiança ou de cargo
em comissão à remuneração do
cargo efetivo.
Art. 40. O regime próprio de
previdênciasocialdosservidores
titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do res-
pectivo ente federativo, de ser-
vidores ativos, de aposentados e
de pensionistas, observados cri-
térios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.
§ 1o
Oservidorabrangidopor
regime próprio de previdência
social será aposentado:
I – por incapacidade perma-
nente para o trabalho, no cargo
em que estiver investido, quan-
do insuscetível de readaptação,
hipótese em que será obriga-
tória a realização de avaliações
periódicas para verificação da
continuidade das condições que
ensejaram a concessão da apo-
sentadoria, na forma de lei do
respectivo ente federativo;
II – compulsoriamente, com
proventos proporcionais ao tem-
po de contribuição, aos 70 (se-
tenta) anos de idade, ou aos 75
(setenta e cinco) anos de idade,
na forma de lei complementar;
III – no âmbito da União, aos
62(sessentaedois)anosdeidade,
se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem,
e, no âmbito dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida
medianteemendaàsrespectivas
Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contri-
buiçãoeosdemaisrequisitoses-
tabelecidosemleicomplementar
do respectivo ente federativo.
§ 2o
Osproventosdeaposen-
tadorianãopoderãoserinferiores
ao valor mínimo a que se refere o
§ 2o
do art. 201 ou superiores ao
limite máximo estabelecido para
o Regime Geral de Previdência
Social, observado o disposto nos
§§ 14 a 16.
§ 3o
Asregrasparacálculode
proventosdeaposentadoriaserão
disciplinadasemleidorespectivo
ente federativo.
§ 4o
É vedada a adoção de
requisitosoucritériosdiferencia-
dosparaconcessãodebenefícios
emregimeprópriodeprevidência
social, ressalvado o disposto nos
§§ 4o
‑A, 4o
‑B, 4o
‑C e 5o
.
§ 4o
-A. Poderão ser estabe-
lecidos por lei complementar do
respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição dife-
renciados para aposentadoria
de servidores com deficiência,
previamente submetidos a ava-
liação biopsicossocial realizada
por equipe multiprofissional e
interdisciplinar.
§ 4o
-B. Poderão ser estabe-
lecidos por lei complementar do
respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferen-
ciados para aposentadoria de
ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioe-
ducativooudepolicialdosórgãos
dequetratamoincisoIVdocaput
doart.51,oincisoXIIIdocaputdo
art. 52 e os incisos I a IV docaput
do art. 144.
§ 4o
-C. Poderão ser estabe-
lecidos por lei complementar do
respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferen-
ciados para aposentadoria de
servidorescujasatividadessejam
exercidascomefetivaexposiçãoa
agentesquímicos,físicosebioló-
gicos prejudiciais à saúde, ou as-
sociaçãodessesagentes,vedada
a caracterização por categoria
profissional ou ocupação.
§ 5o
Os ocupantes do cargo
de professor terão idade mínima
reduzida em 5 (cinco) anos em
relaçãoàsidadesdecorrentesda
aplicação do disposto no inciso
III do § 1o
, desde que compro-
vem tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na
educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em
lei complementar do respectivo
ente federativo.
§ 6o
Ressalvadasasaposen-
tadorias decorrentes dos car-
gos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percep-
ção de mais de uma aposenta-
doria à conta de regime próprio
de previdência social, aplican-
do-se outras vedações, regras
e condições para a acumulação
debenefíciosprevidenciárioses-
tabelecidas no Regime Geral de
Previdência Social.
§ 7o
Observadoodispostono
§ 2o
do art. 201, quando se tratar
da única fonte de renda formal
auferida pelo dependente, o be-
nefício de pensão por morte será
concedido nos termos de lei do
respectivoentefederativo,aqual
tratará de forma diferenciada a
hipótesedemortedosservidores
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
Vade Mecum 2023
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  • 2. Omar Aziz nasceu em 13 de agosto de 1958, na cidade de Garça, interior de São Paulo, onde viveu os primeiros anos da sua infância. Filho de pai palestino e mãe brasileira, é o mais velho dos seis filhos do casal Muhamad e Delfina Aziz. Foi aluno do Colégio Amazonense Dom Pedro 11, da Escola Técnica Federal do Amazonas (atual IFAM) e graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade do Amazonas (atual UFAM). Sua carreira política iniciou no começo da década de 80, no movimento estudantil. Em 1981, foi eleito presidente da Engenhoca, que antecedeu a criação do Diretório Acadêmico de Engenharia da UFAM e, em Senador Omar Aziz 1984, foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Filiado à época ao Partido Comunista do Brasil, participou ativamente de vários movimentos visando a redemocratização do País, entre eles o das "Diretas Já". Assumiu a direção da Fundação de Desenvolvimento e Apoio Co- munitário (FUNDAC), em 1987, seu primeiro cargo na vida pública. Foi eleito vereador na cidade de Manaus por dois mandatos consecutivos (1 988 e 1992), sendo no último deles o mais votado, quando assumiu a presidência da Câmara Municipal. Foi também o deputado estadual mais votado (1994) e vice-prefeito em duas ocasiões, quando acumulou o cargo como secretário municipal de obras, sendo responsável pela execução das maiores obras viárias até então implantadas na cidade. Em 2001, esteve à frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública, ocasião em que pôs em prática um arrojado plano de combate à criminalidade, mas não deixou de atuar na prevenção e recuperação de jovens em situação de risco social, criando o reconhecido programa Galera Nota Dez. Desincompatibilizou-se em abril de 2002 para concorrer ao cargo de vice-governador, foi eleito e reeleito em 2006. Em 31 de março de 201 O, Omar foi empossado governador do estado do Amazonas. Candidato à reeleição no mesmo ano, foi o governador mais votado da história do Ama- zonas com mais de 940 mil votos (63,9% do total de votos). Em 2011, ainda no governo do Amazonas, Omar Aziz fundou o Partido Social Demo- crático (PSD), que tem a manutenção da Zona Franca de Manaus como cláusula pétrea de seu estatuto. Em 4 de abril de 2014, Omar Aziz se desincompatibilizou do cargo de governa- dor para disputar uma vaga no Senado Federal. Seis meses depois, foi eleito com larga vantagem sobre o segundo colocado. Após quatro anos, exercendo a função de senador pelo estado do Amazonas, Omar Aziz foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Econômicos para o período 2019-2020. Em 2021, Omar Aziz preside a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia e a Comissão de Segurança Pública do Senado Federal. Nas eleições de 2022, Omar Aziz foi reeleito Senador da República pelo estado do Amazonas, para o mandato legislativo de 2023-2031.
  • 3.
  • 5.
  • 7. Mesa Diretora do Senado Federal Biênio 2023–2024 Senador Rodrigo Pacheco PRESIDENTE Senador Veneziano Vital do Rêgo PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE Senador Rodrigo Cunha SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE Senador Rogério Carvalho PRIMEIRO-SECRETÁRIO Senador Weverton SEGUNDO-SECRETÁRIO Senador Chico Rodrigues TERCEIRO-SECRETÁRIO Senador Styvenson Valentim QUARTO-SECRETÁRIO Ilana Trombka DIRETORA-GERAL Gustavo A. Sabóia Vieira SECRETÁRIO-GERAL DA MESA
  • 8. Nesta obra, o leitor irá dispor das seguintes legislações: • Constituição da República Federativa do Brasil • Código Civil • Código de Processo Civil • Código Penal • Código de Processo Penal • Código Eleitoral • Consolidação das Leis do Trabalho • Código de Defesa do Consumidor • Estatuto da Criança e do Adolescente • Estatuto da Pessoa Idosa • Estatuto da Pessoa com Deficiência • Estatuto da Igualdade Racial • Lei Maria da Penha • Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro • Lei de Improbidade Administrativa • Lei de Licitações • Código Tributário Nacional
  • 9.
  • 10. Sumário CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL................................ 9 CÓDIGO CIVIL...........................................................................................119 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.....................................................................265 CÓDIGO PENAL........................................................................................393 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL................................................................. 445 CÓDIGO ELEITORAL................................................................................. 521 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.................................................. 571 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR........................................................683 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE............................................705 ESTATUTO DA PESSOA IDOSA.................................................................. 751 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA..................................................767 ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL...........................................................789 LEI MARIA DA PENHA.............................................................................. 801 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO.......................... 813 LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA..................................................... 819 LEI DE LICITAÇÕES................................................................................. 833 CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL................................................................865
  • 11.
  • 13. ATUALIZADA ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 128/2022 Atualização e revisão técnica: Coordenação de Edições Técnicas A norma aqui apresentada não substitui as publicações do Diário Oficial da União.
  • 14. Sumário CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 15 Preâmbulo 15 TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 15 TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 15 CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 18 CAPÍTULO II – DOS DIREITOS SOCIAIS 19 CAPÍTULO III – DA NACIONALIDADE 20 CAPÍTULO IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS 21 CAPÍTULO V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS 21 TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 21 CAPÍTULO I – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 22 CAPÍTULO II – DA UNIÃO 24 CAPÍTULO III – DOS ESTADOS FEDERADOS 25 CAPÍTULO IV – DOS MUNICÍPIOS 27 CAPÍTULO V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 27 Seção I – Do Distrito Federal 27 Seção II – Dos Territórios 27 CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO 28 CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 28 Seção I – Disposições Gerais 30 Seção II – Dos Servidores Públicos 33 Seção III – Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios 33 Seção IV – Das Regiões 33 TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 33 CAPÍTULO I – DO PODER LEGISLATIVO 33 Seção I – Do Congresso Nacional 34 Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional 35 Seção III – Da Câmara dos Deputados 35 Seção IV – Do Senado Federal 35 Seção V – Dos Deputados e dos Senadores 36 Seção VI – Das Reuniões 37 Seção VII – Das Comissões 37 Seção VIII – Do Processo Legislativo 37 Subseção I – Disposição Geral 37 Subseção II – Da Emenda à Constituição 38 Subseção III – Das Leis
  • 15. 39 Seção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária 41 CAPÍTULO II – DO PODER EXECUTIVO 41 Seção I – Do Presidente e do Vice-Presidente da República 42 Seção II – Das Atribuições do Presidente da República 42 Seção III – Da Responsabilidade do Presidente da República 43 Seção IV – Dos Ministros de Estado 43 Seção V – Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional 43 Subseção I – Do Conselho da República 43 Subseção II – Do Conselho de Defesa Nacional 44 CAPÍTULO III – DO PODER JUDICIÁRIO 44 Seção I – Disposições Gerais 48 Seção II – Do Supremo Tribunal Federal 50 Seção III – Do Superior Tribunal de Justiça 51 Seção IV – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais 52 Seção V – Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho 53 Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais 54 Seção VII – Dos Tribunais e Juízes Militares 54 Seção VIII – Dos Tribunais e Juízes dos Estados 55 CAPÍTULO IV – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 55 Seção I – Do Ministério Público 57 Seção II – Da Advocacia Pública 57 Seção III – Da Advocacia 57 Seção IV – Da Defensoria Pública 57 TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 57 CAPÍTULO I – DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO 57 Seção I – Do Estado de Defesa 58 Seção II – Do Estado de Sítio 58 Seção III – Disposições Gerais 58 CAPÍTULO II – DAS FORÇAS ARMADAS 59 CAPÍTULO III – DA SEGURANÇA PÚBLICA 60 TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO 60 CAPÍTULO I – DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 60 Seção I – Dos Princípios Gerais 61 Seção II – Das Limitações do Poder de Tributar 62 Seção III – Dos Impostos da União 62 Seção IV – Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal 64 Seção V – Dos Impostos dos Municípios 64 Seção VI – Da Repartição das Receitas Tributárias 66 CAPÍTULO II – DAS FINANÇAS PÚBLICAS 66 Seção I – Normas Gerais 66 Seção II – Dos Orçamentos 72 TÍTULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 72 CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
  • 16. 74 CAPÍTULO II – DA POLÍTICA URBANA 74 CAPÍTULO III – DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA 75 CAPÍTULO IV – DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 75 TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL 75 CAPÍTULO I – DISPOSIÇÃO GERAL 76 CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL 76 Seção I – Disposições Gerais 77 Seção II – Da Saúde 78 Seção III – Da Previdência Social 80 Seção IV – Da Assistência Social 80 CAPÍTULO III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 80 Seção I – Da Educação 83 Seção II – Da Cultura 84 Seção III – Do Desporto 84 CAPÍTULO IV – DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 85 CAPÍTULO V – DA COMUNICAÇÃO SOCIAL 86 CAPÍTULO VI – DO MEIO AMBIENTE 86 CAPÍTULO VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO 88 CAPÍTULO VIII – DOS ÍNDIOS 88 TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS 92 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
  • 17.
  • 18. 15 Constituição da República Federativa do Brasil Preâmbulo Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem- bleia Nacional Constituinte para instituirumEstadodemocrático, destinado a assegurar o exercí- cio dos direitos sociais e indivi- duais,aliberdade,asegurança,o bem-estar,odesenvolvimento,a igualdade e a justiça como valo- ressupremosdeumasociedade fraterna, pluralista e sem pre- conceitos,fundadanaharmonia socialecomprometida,naordem internaeinternacional,comaso- luçãopacíficadascontrovérsias, promulgamos,sobaproteçãode Deus,aseguinteConstituiçãoda República Federativa do Brasil. TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1o ARepúblicaFederativado Brasil, formada pela união indis- solúvel dos Estados e Municípios edoDistritoFederal,constitui-se emEstadoDemocráticodeDireito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do tra- balho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o po- der emana do povo, que o exerce por meio de representantes elei- tos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2o São Poderes da União, independenteseharmônicosen- tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Fe- derativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II–garantirodesenvolvimen- to nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as de- sigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de to- dos,sempreconceitosdeorigem, raça,sexo,cor,idadeequaisquer outras formas de discriminação. Art. 4o A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- çõesinternacionaispelosseguin- tes princípios: I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não intervenção; V – igualdade entre os Es- tados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os po- vos para o progresso da huma- nidade; X – concessão de asilo po- lítico. Parágrafoúnico. ARepública Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à for- mação de uma comunidade lati- no-americana de nações. TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5o Todossãoiguaisperante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra- sileiros e aos estrangeiros resi- dentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro- priedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento de- sumano ou degradante; IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito de resposta,proporcionalaoagravo, alémdaindenizaçãopordanoma- terial, moral ou à imagem; VI–éinviolávelaliberdadede consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na formadalei,aproteçãoaoslocais de culto e a suas liturgias; VII – é assegurada, nos ter- mos da lei, a prestação de as- sistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosaoudeconvicçãofilosófi- ca ou política, salvo se as invocar paraeximir-sedeobrigaçãolegal a todos imposta e recusar-se a
  • 19. Constituição da República Federativa do Brasil 16 cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, in- dependentemente de censura ou licença; X – são invioláveis a intimi- dade, a vida privada, a honra e a imagemdaspessoas,assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI – a casa é asilo inviolável doindivíduo,ninguémnelapoden- do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestarsocorro,ou,durante o dia, por determinação judicial; XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comuni- cações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,nashipótesesenaforma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instru- ção processual penal; XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro- fissão, atendidas as qualifica- ções profissionais que a lei es- tabelecer; XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- dadoosigilodafonte,quandone- cessárioaoexercícioprofissional; XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inde- pendentemente de autorização, desde que não frustrem outra reuniãoanteriormenteconvocada paraomesmolocal,sendoapenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, ve- dada a de caráter paramilitar; XVIII – a criação de associa- ções e, na forma da lei, a de co- operativas independem de au- torização, sendo vedada a inter- ferência estatal em seu funcio- namento; XIX – as associações só po- derãosercompulsoriamentedis- solvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI – as entidades associati- vas, quando expressamente au- torizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII–apropriedadeatenderá a sua função social; XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropria- ção por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeni- zação em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Cons- tituição; XXV – no caso de iminente perigopúblico,aautoridadecom- petente poderá usar de proprie- dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI–apequenapropriedade rural,assimdefinidaemlei,desde que trabalhada pela família, não seráobjetodepenhoraparapaga- mentodedébitosdecorrentesde suaatividadeprodutiva,dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicaçãooureproduçãodesuas obras,transmissívelaosherdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII–sãoassegurados,nos termos da lei: a) a proteção às participa- ções individuais em obras cole- tivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas ati- vidades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas re- presentações sindicais e asso- ciativas; XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro- priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,tendoemvistaointe- resse social e o desenvolvimento tecnológicoeeconômicodoPaís; XXX – é garantido o direito de herança; XXXI – a sucessão de bens de estrangeirossituadosnoPaísserá reguladapelaleibrasileiraembe- nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XXXII – o Estado promove- rá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos in- formações de seu interesse par- ticular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon- sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV – são a todos assegu- rados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões emrepartiçõespúblicas,parade- fesadedireitoseesclarecimento desituaçõesdeinteressepessoal; XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII–éreconhecidaains- tituiçãodojúri,comaorganização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredic- tos; d) a competência para o jul-
  • 20. Constituição da República Federativa do Brasil 17 gamentodoscrimesdolososcon- tra a vida; XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL–aleipenalnãoretroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI – a lei punirá qualquer discriminaçãoatentatóriadosdi- reitoseliberdadesfundamentais; XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII – a lei considerará cri- mesinafiançáveiseinsuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entor- pecentes e drogas afins, o terro- rismoeosdefinidoscomocrimes hediondos, por eles responden- do os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV–constituicrimeinafian- çável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou milita- res,contraaordemconstitucional e o Estado Democrático; XLV–nenhumapenapassará da pessoa do condenado, poden- do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es- tendidasaossucessoresecontra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI – a lei regulará a indi- vidualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alter- nativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII–apenaserácumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do de- lito, a idade e o sexo do apenado; XLIX – é assegurado aos pre- sosorespeitoàintegridadefísica e moral; L – às presidiárias serão as- seguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de ama- mentação; LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, prati- cado antes da naturalização, ou decomprovadoenvolvimentoem tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII – não será concedida ex- tradiçãodeestrangeiroporcrime político ou de opinião; LIII–ninguémseráprocessa- do nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV–ninguémseráprivadoda liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV – aos litigantes, em pro- cesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são as- seguradosocontraditórioeampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII – ninguém será consi- derado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII–ocivilmenteidentifica- do não será submetido a identi- ficação criminal, salvo nas hipó- teses previstas em lei; LIX – será admitida ação pri- vada nos crimes de ação públi- ca, se esta não for intentada no prazo legal; LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processu- aisquandoadefesadaintimidade ou o interesse social o exigirem; LXI – ninguém será preso se- nãoemflagrantedelitoouporor- dem escrita e fundamentada de autoridadejudiciáriacompetente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encon- tre serão comunicados imedia- tamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII–opresoseráinformado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo- -lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu inter- rogatório policial; LXV–aprisãoilegalseráime- diatamente relaxada pela autori- dade judiciária; LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII–nãohaveráprisãocivil pordívida,salvoadoresponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação ali- mentíciaeadodepositárioinfiel; LXVIII – conceder-se-á ha- beas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX – conceder-se-á man- dadodesegurançaparaproteger direito líquido e certo, não ampa- radoporhabeascorpusouhabeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX – o mandado de segu- rança coletivo pode ser impe- trado por: a) partidopolíticocomrepre- sentaçãonoCongressoNacional; b) organização sindical, en- tidade de classe ou associação legalmenteconstituídaeemfun- cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses deseusmembrosouassociados; LXXI–conceder-se-ámanda- dodeinjunçãosemprequeafalta de norma regulamentadora tor- ne inviável o exercício dos direi- tos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII–conceder-se-á­habeas data: a) paraasseguraroconheci-
  • 21. Constituição da República Federativa do Brasil 18 mentodeinformaçõesrelativasà pessoadoimpetrante,constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de da- dos,quandonãoseprefirafazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato le- sivo ao patrimônio público ou de entidadedequeoEstadopartici- pe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô- nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV – o Estado indenizará o condenadoporerrojudiciário,as- sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nasci- mento; b) a certidão de óbito; LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e ha- beas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania; LXXVIII – a todos, no âmbi- to judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que ga- rantam a celeridade de sua tra- mitação; LXXIX – é assegurado, nos termosdalei,odireitoàproteção dosdadospessoais,inclusivenos meios digitais. § 1o As normas definidoras dos direitos e garantias funda- mentais têm aplicação imediata. § 2o Os direitos e garantias expressosnestaConstituiçãonão excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados inter- nacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3o Os tratados e conven- çõesinternacionaissobredireitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na- cional, em dois turnos, por três quintosdosvotosdosrespectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4o O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal In- ternacional a cuja criação tenha manifestado adesão. CAPÍTULO II – DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen- tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a as- sistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Parágrafo único. Todo bra- sileiro em situação de vulnera- bilidade social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos deacessoserãodeterminadosem lei, observada a legislação fiscal e orçamentária. Art. 7o São direitos dos traba- lhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I–relaçãodeempregoprote- gida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos deleicomplementar,quepreverá indenizaçãocompensatória,den- tre outros direitos; II – seguro-desemprego, em casodedesempregoinvoluntário; III–fundodegarantiadotem- po de serviço; IV–saláriomínimo,fixadoem lei, nacionalmente unificado, ca- pazdeatenderasuasnecessida- des vitais básicas e às de sua fa- mília com moradia, alimentação, educação,saúde,lazer,vestuário, higiene,transporteeprevidência social, com reajustes periódicos quelhepreservemopoderaquisi- tivo,sendovedadasuavinculação para qualquer fim; V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI–irredutibilidadedosalário, salvoodispostoemconvençãoou acordo coletivo; VII – garantia de salário, nun- cainferioraomínimo,paraosque percebemremuneraçãovariável; VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração inte- gralounovalordaaposentadoria; IX – remuneração do traba- lho noturno superior à do diurno; X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,e,excepcionalmen- te,participaçãonagestãodaem- presa, conforme definido em lei; XII – salário-família pago em razão do dependente do traba- lhador de baixa renda nos ter- mos da lei; XIII – duração do trabalho normal não superior a oito ho- ras diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compen- sação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em tur- nos ininterruptos de revezamen- to, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remu- nerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do ser- viço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, median- te incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcio- nal ao tempo de serviço, sendo
  • 22. Constituição da República Federativa do Brasil 19 no mínimo de trinta dias, nos ter- mos da lei; XXII–reduçãodosriscosine- rentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e se- gurança; XXIII – adicional de remune- ração para as atividades peno- sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aosfilhosedependentesdesdeo nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra aci- dentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a inde- nizaçãoaqueesteestáobrigado, quandoincorreremdoloouculpa; XXIX – ação, quanto aos cré- ditos resultantes das relações de trabalho,comprazoprescricional decincoanosparaostrabalhado- res urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; a) (Revogada); b) (Revogada); XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun- ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminaçãonotocanteasalário e critérios de admissão do traba- lhador portador de deficiência; XXXII–proibiçãodedistinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissio- nais respectivos; XXXIII–proibiçãodetrabalho noturno, perigoso ou insalubre a menoresdedezoitoedequalquer trabalho a menores de dezesseis anos,salvonacondiçãodeapren- diz, a partir de quatorze anos; XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São asse- gurados à categoria dos traba- lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidasemleieobservada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, prin- cipais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XX- VIII, bem como a sua integração à previdência social. Art. 8o É livre a associação pro- fissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir au- torização do Estado para a fun- dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a in- terferência e a intervenção na organização sindical; II–évedadaacriaçãodemais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econô- mica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha- dores ou empregadores interes- sados, não podendo ser inferior à área de um Município; III – ao sindicato cabe a defe- sa dos direitos e interesses cole- tivos ou individuais da categoria, inclusiveemquestõesjudiciaisou administrativas; IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tra- tando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confedera- tivo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI – é obrigatória a participa- ção dos sindicatos nas negocia- ções coletivas de trabalho; VII–oaposentadofiliadotem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a car- go de direção ou representação sindicale,seeleito,aindaquesu- plente,atéumanoapósofinaldo mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As dispo- sições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos ru- rais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. Art. 9o É assegurado o direito de greve, competindo aos tra- balhadores decidir sobre a opor- tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1o A lei definirá os serviços ouatividadesessenciaisedisporá sobreoatendimentodasnecessi- dadesinadiáveisdacomunidade. § 2o Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às pe- nas da lei. Art. 10. É assegurada a partici- pação dos trabalhadores e em- pregadores nos colegiados dos órgãospúblicosemqueseusinte- ressesprofissionaisoupreviden- ciáriossejamobjetodediscussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as- segurada a eleição de um repre- sentante destes com a finalida- de exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. CAPÍTULO III – DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I – natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estran- geiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da Repú- blica Federativa do Brasil; c) osnascidosnoestrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- sileira, desde que sejam regis- trados em repartição brasileira
  • 23. Constituição da República Federativa do Brasil 20 competente ou venham a residir na República Federativa do Bra- sil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II – naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade bra- sileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qual- quernacionalidaderesidentesna RepúblicaFederativadoBrasilhá maisdequinzeanosininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1o Aos portugueses com residência permanente no País, sehouverreciprocidadeemfavor debrasileiros,serãoatribuídosos direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2o Aleinãopoderáestabe- lecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Consti- tuição. § 3o São privativos de brasi- leiro nato os cargos: I – de Presidente e Vice-Pre- sidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Ar- madas; VII – de Ministro de Estado da Defesa. § 4o Será declarada a per- da da nacionalidade do brasi- leiro que: I – tiver cancelada sua natu- ralização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II – adquirir outra nacionali- dade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de natura- lização, pela norma estrangeira, aobrasileiroresidenteemEstado estrangeiro,comocondiçãopara permanênciaemseuterritórioou para o exercício de direitos civis. Art. 13. A língua portuguesa é o idiomaoficialdaRepúblicaFede- rativa do Brasil. § 1o São símbolos da Repú- blica Federativa do Brasil a ban- deira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. CAPÍTULO IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 14. Asoberaniapopularserá exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos ter- mos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular. § 1o O alistamento eleitoral e o voto são: I–obrigatóriosparaosmaio- res de dezoito anos; II – facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) osmaioresdedezesseise menores de dezoito anos. § 2o Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militarobrigatório,osconscritos. § 3o São condições de elegi- bilidade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos di- reitos políticos; III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI – a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governa- dor e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para De- putado Federal, Deputado Esta- dual ou Distrital, Prefeito, Vice- -Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vere- ador. § 4o Sãoinelegíveisosinalis- táveis e os analfabetos. § 5o OPresidentedaRepúbli- ca, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos man- datos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. § 6o Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7o São inelegíveis, no ter- ritório de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consan- guíneos ou afins, até o segundo grauouporadoção,doPresidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8o O militar alistável é ele- gível,atendidasasseguintescon- dições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar- -se da atividade; II–secontarmaisdedezanos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passaráautomaticamente,noato dadiplomação,paraainatividade. § 9o Leicomplementaresta- beleceráoutroscasosdeinelegi- bilidadeeosprazosdesuacessa- ção,afimdeprotegeraprobidade administrativa,amoralidadepara oexercíciodomandato,conside- radaavidapregressadocandida- to,eanormalidadeelegitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou empregonaadministraçãodireta ou indireta. § 10. O mandato eletivo po- derá ser impugnado ante a Jus- tiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
  • 24. Constituição da República Federativa do Brasil 21 instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, cor- rupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação demandatotramitaráemsegredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. § 12. Serão realizadas con- comitantementeàseleiçõesmu- nicipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e en- caminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. § 13. Asmanifestaçõesfavo- ráveis e contrárias às questões submetidasàsconsultaspopula- res nos termos do § 12 ocorrerão duranteascampanhaseleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja per- da ou suspensão só se dará nos casos de: I – cancelamento da natura- lização por sentença transitada em julgado; II – incapacidade civil abso- luta; III – condenação criminal transitada em julgado, enquan- to durarem seus efeitos; IV – recusa de cumprir obri- gação a todos imposta ou pres- tação alternativa, nos termos do art. 5o , VIII; V – improbidade administra- tiva, nos termos do art. 37, § 4o . Art. 16. A lei que alterar o pro- cesso eleitoral entrará em vigor nadatadesuapublicação,nãose aplicandoàeleiçãoqueocorraaté um ano da data de sua vigência. CAPÍTULO V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de par- tidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de- mocrático,opluripartidarismo,os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguin- tes preceitos: I – caráter nacional; II – proibição de recebimento de recursos financeiros de enti- dade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV – funcionamento parla- mentar de acordo com a lei. § 1o É assegurada aos par- tidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre esco- lha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisó- rios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua ce- lebração nas eleições propor- cionais, sem obrigatoriedade de vinculaçãoentreascandidaturas emâmbitonacional,estadual,dis- trital ou municipal, devendo seus estatutosestabelecernormasde disciplina e fidelidade partidária. § 2o Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, re- gistrarão seus estatutos no Tri- bunal Superior Eleitoral. § 3o Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à tele- visão,naformadalei,ospartidos políticos que alternativamente: I – obtiverem, nas eleições paraaCâmaradosDeputados,no mínimo, 3% (três por cento) dos votosválidos,distribuídosempelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II – tiverem elegido pelo me- nos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terçodasunidadesdaFederação. § 4o É vedada a utilização pelos partidos políticos de orga- nização paramilitar. § 5o Aoeleitoporpartidoque não preencher os requisitos pre- vistosno§3o deste artigo é asse- gurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, aoutropartidoqueostenhaatin- gido,nãosendoessafiliaçãocon- sideradaparafinsdedistribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. § 6o Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os De- putados Distritais e os Vereado- res que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuiçãoderecursosdofundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão. § 7o Ospartidospolíticosde- vem aplicar no mínimo 5% (cin- co por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da partici- pação política das mulheres, de acordo com os interesses intra- partidários. § 8o O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidáriodestinadaacampanhas eleitorais, bem como o tempo de propagandagratuitanorádioena televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candi- datas, deverão ser de no mínimo 30%(trintaporcento),proporcio- nal ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pe- losrespectivosórgãosdedireção epelasnormasestatutárias,con- siderados a autonomia e o inte- resse partidário. TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO CAPÍTULO I – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO- ADMINISTRATIVA Art. 18. A organização político- -administrativa da República Fe- derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
  • 25. Constituição da República Federativa do Brasil 22 Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 1o Brasília é a Capital Fe- deral. § 2o Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformaçãoemEstadoourein- tegração ao Estado de origem serão reguladas em lei comple- mentar. § 3o Os Estados podem in- corporar-se entre si, subdividir- -se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou forma- rem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente inte- ressada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. § 4o A criação, a incorpora- ção,afusãoeodesmembramen- todeMunicípios,far-se-ãoporlei estadual, dentro do período de- terminado por lei complementar federal,edependerãodeconsulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios en- volvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Munici- pal, apresentados e publicados na forma da lei. Art. 19. É vedado à União, aos Estados,aoDistritoFederaleaos Municípios: I – estabelecer cultos religio- sos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhesofuncionamento ou manter com eles ou seus re- presentantesrelaçõesdedepen- dência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II – recusar fé aos documen- tos públicos; III–criardistinçõesentrebra- sileiros ou preferências entre si. CAPÍTULO II – DA UNIÃO Art. 20. São bens da União: I–osqueatualmentelheper- tencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II – as terras devolutas indis- pensáveisàdefesadasfronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III– os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendamaterritórioestrangeiro oudeleprovenham,bemcomoos terrenos marginais e as praias fluviais; IV – as ilhas fluviais e lacus- tresnaszonaslimítrofescomou- tros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que con- tenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI – o mar territorial; VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII–ospotenciaisdeenergia hidráulica; IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X–ascavidadesnaturaissub- terrâneas e os sítios arqueológi- cos e pré-históricos; XI–asterrastradicionalmen- te ocupadas pelos índios. § 1o É assegurada, nos ter- mos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- pios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural,derecursoshídricospara fins de geração de energia elétri- ca e de outros recursos minerais no respectivo território, platafor- ma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2o A faixa de até cento e cinquentaquilômetrosdelargura, aolongodasfronteirasterrestres, designada como faixa de frontei- ra, é considerada fundamental paradefesadoterritórionacional, esuaocupaçãoeutilizaçãoserão reguladas em lei. Art. 21. Compete à União: I – manter relações com Es- tados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II – declarar a guerra e cele- brar a paz; III – assegurar a defesa na- cional; IV – permitir, nos casos pre- vistos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V–decretaroestadodesítio, o estado de defesa e a interven- ção federal; VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ma- terial bélico; VII – emitir moeda; VIII – administrar as reser- vas cambiais do País e fiscali- zar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX – elaborar e executar pla- nos nacionais e regionais de or- denaçãodoterritórioededesen- volvimento econômico e social; X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI – explorar, diretamente ou medianteautorização,concessão oupermissão,osserviçosdetele- comunicações,nostermosdalei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór- gão regulador e outros aspectos institucionais; XII–explorar,diretamenteou medianteautorização,concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifu- são sonora e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aprovei- tamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os po- tenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aero- espacial e a infraestrutura aero- portuária; d) os serviços de transpor- te ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham oslimitesdeEstadoouTerritório; e) os serviços de transporte
  • 26. Constituição da República Federativa do Brasil 23 rodoviário interestadual e inter- nacional de passageiros; f) os portos marítimos, flu- viais e lacustres; XIII – organizar e manter o PoderJudiciário,oMinistérioPú- blico do Distrito Federal e dos TerritórioseaDefensoriaPública dos Territórios; XIV–organizaremanterapo- lícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência finan- ceira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver- sões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII – conceder anistia; XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especial- mente as secas e as inundações; XIX – instituir sistema nacio- nal de gerenciamento de recur- sos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX–instituirdiretrizesparao desenvolvimentourbano,inclusi- vehabitação,saneamentobásico e transportes urbanos; XXI–estabelecerprincípiose diretrizesparaosistemanacional de viação; XXII–executarosserviçosde polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII – explorar os serviços e instalaçõesnuclearesdequalquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reproces- samento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintesprincípiosecondições: a) todaatividadenuclearem território nacional somente será admitidaparafinspacíficoseme- diante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- çãoeautilizaçãoderadioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médicos; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa; XXVI – organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de da- dos pessoais, nos termos da lei. Art. 22. Competeprivativamen- te à União legislar sobre: I–direitocivil,comercial,pe- nal,processual,eleitoral,agrário, marítimo,aeronáutico,espaciale do trabalho; II – desapropriação; III–requisiçõescivisemilita- res, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV – águas, energia, informá- tica, telecomunicações e radio- difusão; V – serviço postal; VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII – política de crédito, câm- bio, seguros e transferência de valores; VIII – comércio exterior e in- terestadual; IX – diretrizes da política na- cional de transportes; X – regime dos portos, nave- gação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI – trânsito e transporte; XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII–nacionalidade,cidadania e naturalização; XIV – populações indígenas; XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; XVI–organizaçãodosistema nacionaldeempregoecondições para o exercício de profissões; XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da De- fensoria Pública dos Territórios, bem como organização adminis- trativa destes; XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geo- logia nacionais; XIX – sistemas de poupança, captaçãoegarantiadapoupança popular; XX – sistemas de consórcios e sorteios; XXI – normas gerais de orga- nização,efetivos,materialbélico, garantias,convocação,mobiliza- ção, inatividades e pensões das políciasmilitaresedoscorposde bombeiros militares; XXII–competênciadapolícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; XXIII – seguridade social; XXIV – diretrizes e bases da educação nacional; XXV – registros públicos; XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais de lici- taçãoecontratação,emtodasas modalidades,paraasadministra- çõespúblicasdiretas,autárquicas efundacionaisdaUnião,Estados, DistritoFederaleMunicípios,obe- decido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o , III; XXVIII–defesaterritorial,de- fesa aeroespacial, defesa marí- tima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX–propagandacomercial; XXX – proteção e tratamento de dados pessoais. Parágrafo único. Lei com- plementar poderá autorizar os Estadosalegislarsobrequestões específicasdasmatériasrelacio- nadas neste artigo. Art. 23. É competência comum daUnião,dosEstados,doDistrito Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da Cons- tituição,dasleisedasinstituições democráticas e conservar o pa- trimônio público; II – cuidar da saúde e assis-
  • 27. Constituição da República Federativa do Brasil 24 tência pública, da proteção e ga- rantiadaspessoasportadorasde deficiência; III–protegerosdocumentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens na- turais notáveis e os sítios arque- ológicos; IV – impedir a evasão, a des- truição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; VI–protegeromeioambiente e combater a poluição em qual- quer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abas- tecimento alimentar; IX – promover programas de construção de moradias e a me- lhoria das condições habitacio- nais e de saneamento básico; X – combater as causas da pobreza e os fatores de margi- nalização, promovendo a inte- gração social dos setores des- favorecidos; XI – registrar, acompanhar e fiscalizarasconcessõesdedirei- tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII – estabelecer e implantar política de educação para a se- gurança do trânsito. Parágrafo único. Leis com- plementaresfixarãonormaspara a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e dobem-estaremâmbitonacional. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- gislar concorrentemente sobre: I – direito tributário, finan- ceiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II – orçamento; III – juntas comerciais; IV – custas dos serviços fo- renses; V – produção e consumo; VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature- za, defesa do solo e dos recur- sos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, tu- rístico e paisagístico; VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao con- sumidor,abensedireitosdevalor artístico, estético, histórico, tu- rístico e paisagístico; IX – educação, cultura, en- sino, desporto, ciência, tecnolo- gia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; X – criação, funcionamento e processo do juizado de peque- nas causas; XI – procedimentos em ma- téria processual; XII – previdência social, pro- teção e defesa da saúde; XIII – assistência jurídica e defensoria pública; XIV – proteção e integração socialdaspessoasportadorasde deficiência; XV – proteção à infância e à juventude; XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. § 1o No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2o AcompetênciadaUnião paralegislarsobrenormasgerais não exclui a competência suple- mentar dos Estados. § 3o Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legis- lativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4o A superveniência de lei federal sobre normas gerais sus- pende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. CAPÍTULO III – DOS ESTADOS FEDERADOS Art. 25. Os Estados organi- zam-se e regem-se pelas Cons- tituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1o SãoreservadasaosEsta- dosascompetênciasquenãolhes sejam vedadas por esta Consti- tuição. § 2o Cabe aos Estados ex- plorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedadaaediçãodemedidaprovi- sóriaparaasuaregulamentação. § 3o OsEstadospoderão,me- dianteleicomplementar,instituir regiões metropolitanas, aglome- rações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o plane- jamentoeaexecuçãodefunções públicas de interesse comum. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I – as águas superficiais ou subterrâneas,fluentes,emergen- tes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceâ- nicas e costeiras, que estiverem noseudomínio,excluídasaquelas sobdomíniodaUnião,Municípios ou terceiros; III – as ilhas fluviais e lacus- tres não pertencentes à União; IV – as terras devolutas não compreendidasentreasdaUnião. Art. 27. OnúmerodeDeputados à Assembleia Legislativa corres- ponderá ao triplo da represen- tação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os De- putados Federais acima de doze. § 1o Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estadu- ais, aplicando-se-lhes as regras destaConstituiçãosobresistema eleitoral,inviolabilidade,imunida- des,remuneração,perdademan- dato, licença, impedimentos e incorporaçãoàsForçasArmadas. § 2o O subsídio dos Deputa- dos Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Le- gislativa,narazãode,nomáximo,
  • 28. Constituição da República Federativa do Brasil 25 setentaecincoporcentodaquele estabelecido,emespécie,paraos DeputadosFederais,observadoo que dispõem os arts. 39, § 4o , 57, § 7o , 150, II, 153, III, e 153, § 2o , I. § 3o CompeteàsAssembleias Legislativas dispor sobre seu re- gimentointerno,políciaeserviços administrativosdesuasecretaria, e prover os respectivos cargos. § 4o A lei disporá sobre a ini- ciativapopularnoprocessolegis- lativo estadual. Art. 28. AeleiçãodoGovernador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-ánoprimeirodomingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandatodeseusantecessores,e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta Constituição.1 § 1o PerderáomandatooGo- vernadorqueassumiroutrocargo oufunçãonaadministraçãopúbli- ca direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. § 2o Os subsídios do Gover- nador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fi- xados por lei de iniciativa da As- sembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4o , 150, II, 153, III, e 153, § 2o , I. CAPÍTULO IV – DOS MUNICÍPIOS Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câma- 1 Nota do Editor (NE): a EC no 111/2021 alterou a data de posse de 1o de janeiro para 6 de janeiro; contudo, a mudança será aplicada somente a partir das eleições de 2026. Os Governadores de Estado e do Distrito Fede- ral eleitos em 2022 tomarão posse em 1o de janeiro de 2023, e seus mandatos durarão até a posse de seus sucessores, em 6 de janeiro de 2027. ra Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabe- lecidos nesta Constituição, na ConstituiçãodorespectivoEstado e os seguintes preceitos: I – eleição do Prefeito, do Vi- ce-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simul- tâneo realizado em todo o País; II–eleiçãodoPrefeitoedoVi- ce-Prefeitorealizadanoprimeiro domingodeoutubrodoanoante- rior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de Mu- nicípios com mais de duzentos mil eleitores; III–possedoPrefeitoedoVi- ce-Prefeitonodia1o dejaneirodo ano subsequente ao da eleição; IV – para a composição das Câmaras Municipais, será obser- vado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000(cinquentamil)habitantes; d) 15(quinze)Vereadores,nos Municípiosdemaisde50.000(cin- quenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereado- res, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nosMunicípiosdemaisde120.000 (centoevintemil)habitantesede até160.000(centoesessentamil) habitantes; g) 21(vinteeum)Vereadores, nosMunicípiosdemaisde160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereado- res, nos Municípios de mais de 300.000(trezentosmil)habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereado- res, nos Municípios de mais de 450.000(quatrocentosecinquen- tamil)habitantesedeaté600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereado- res, nos Municípios de mais de 600.000(seiscentosmil)habitan- tesedeaté750.000(setecentose cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) Vereado- res, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereado- res, nos Municípios de mais de 900.000(novecentosmil)habitan- tes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Verea- dores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cin- quenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Verea- dores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)habitantesedeaté1.350.000 (ummilhãoetrezentosecinquen- ta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereado- res, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cin- quenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhen- tos mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) Verea- dores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e qui- nhentos mil) habitantes e de até 1.800.000(ummilhãoeoitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Verea- dores, nos Municípios de mais de 1.800.000(ummilhãoeoitocentos mil)habitantesedeaté2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43(quarentaetrês)Verea- dores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e qua- trocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Ve- readores,nosMunicípiosdemais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
  • 29. Constituição da República Federativa do Brasil 26 t) 47 (quarenta e sete) Vere- adores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49(quarentaenove)Vere- adores,nosMunicípiosdemaisde 5.000.000 (cinco milhões) de ha- bitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51(cinquentaeum)Verea- dores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habi- tantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Ve- readores,nosMunicípiosdemais de7.000.000(setemilhões)deha- bitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; x) 55 (cinquenta e cinco) Ve- readores,nosMunicípiosdemais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de ini- ciativa da Câmara Municipal, ob- servadooquedispõemosarts.37, XI, 39, § 4o , 150, II, 153, III, e 153, § 2o , I; VI – o subsídio dos Vereado- res será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada le- gislaturaparaasubsequente,ob- servado o que dispõe esta Cons- tituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: a) em Municípios de até dez milhabitantes,osubsídiomáximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; b) emMunicípiosdedezmile um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cen- to do subsídio dos Deputados Estaduais; c) emMunicípiosdecinquen- ta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereado- rescorresponderáaquarentapor cento do subsídio dos Deputados Estaduais; d) em Municípios de cem mil eumatrezentosmilhabitantes,o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; e) em Municípios de trezen- tos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; f) em Municípios de mais de quinhentosmilhabitantes,osub- sídiomáximodosVereadorescor- responderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; VII–ototaldadespesacoma remuneraçãodosVereadoresnão poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; VIII – inviolabilidade dos Ve- readores por suas opiniões, pa- lavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; IX–proibiçõeseincompatibi- lidades,noexercíciodavereança, similares, no que couber, ao dis- posto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os membros da As- sembleia Legislativa; X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; XII – cooperação das asso- ciações representativas no pla- nejamento municipal; XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse es- pecífico do Município, da cidade ou de bairros, através de mani- festação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único2 . Art. 29-A. Ototaldadespesado PoderLegislativoMunicipal,inclu- ídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inati- vos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos 2 NE: leia-se “§ 1o ”, por força do disposto na EC no 19/1998. ao somatório da receita tributá- riaedastransferênciasprevistas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior:3 I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (tre- zentos mil) habitantes; III–5%(cincoporcento)para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habi- tantes; IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de ha- bitantes; V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; VI–3,5%(trêsinteirosecinco décimos por cento) para Municí- pios com população acima de 8.000.0001 (oito milhões e um) habitantes. § 1o A Câmara Municipal não gastarámaisdesetentaporcento de sua receita com folha de pa- gamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. § 2o Constitui crime de res- ponsabilidade do Prefeito Mu- nicipal: I–efetuarrepassequesupere os limites definidos neste artigo; II–nãoenviarorepasseatéo dia vinte de cada mês; ou III – enviá-lo a menor em re- lação à proporção fixada na Lei Orçamentária. § 3o Constitui crime de res- 3 NE: a EC no 109/2021 alterou a redação do caput do art. 29‑A para “O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e os demais gas- tos com pessoal inativo e pensionistas, não poderáultrapassarosseguintespercentuais, relativos ao somatório da receita tributária e dastransferênciasprevistasno§5o doart.153 e nos arts. 158 e 159 desta Constituição, efe- tivamente realizado no exercício anterior:”. A alteração entra em vigor a partir do início da primeiralegislaturamunicipalapós16/3/2021.
  • 30. Constituição da República Federativa do Brasil 27 ponsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. Art. 30. Compete aos Municí- pios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; II – suplementar a legisla- ção federal e a estadual no que couber; III – instituir e arrecadar os tributosdesuacompetência,bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balan- cetes nos prazos fixados em lei; IV–criar,organizaresuprimir distritos, observada a legislação estadual; V – organizar e prestar, dire- tamente ou sob regime de con- cessãooupermissão,osserviços públicosdeinteresselocal,inclu- ído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI – manter, com a coope- ração técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII – prestar, com a coopera- çãotécnicaefinanceiradaUnião e do Estado, serviços de aten- dimento à saúde da população; VIII – promover, no que cou- ber, adequado ordenamento ter- ritorial,medianteplanejamentoe controledouso,doparcelamento e da ocupação do solo urbano; IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural lo- cal, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e es- tadual. Art. 31. A fiscalização do Mu- nicípio será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controleexterno,epelossistemas decontroleinternodoPoderExe- cutivo Municipal, na forma da lei. § 1o O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Mu- nicípio ou dos Conselhos ou Tri- bunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 2o O parecer prévio, emiti- do pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará deprevalecerpordecisãodedois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3o As contas dos Municí- pios ficarão, durante sessenta dias,anualmente,àdisposiçãode qualquer contribuinte, para exa- me e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4o É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. CAPÍTULO V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Seção I – Do Distrito Federal Art. 32. O Distrito Federal, ve- dada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, vota- daemdoisturnoscominterstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legis- lativa, que a promulgará, atendi- dos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1o Ao Distrito Federal são atribuídasascompetênciaslegis- lativas reservadas aos Estados e Municípios. § 2o AeleiçãodoGovernador edoVice-Governador,observadas as regras do art. 77, e dos Depu- tados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,paramandatodeigual duração. § 3o AosDeputadosDistritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. § 4o Lei federal disporá so- bre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar. Seção II – Dos Territórios Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e ju- diciária dos Territórios. § 1o Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que cou- ber, o disposto no Capítulo IV deste Título. § 2o AscontasdoGovernodo Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com pare- cer prévio do Tribunal de Contas da União. § 3o NosTerritóriosFederais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na formadestaConstituição,haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câma- ra Territorial e sua competência deliberativa. CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe- deral, exceto para: I – manter a integridade na- cional; II–repelirinvasãoestrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III – pôr termo a grave com- prometimento da ordem pública; IV – garantir o livre exercício dequalquerdosPoderesnasuni- dades da Federação; V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadasnestaConstituição,dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI – prover a execução de lei federal,ordemoudecisãojudicial; VII–asseguraraobservância dos seguintes princípios consti- tucionais: a) forma republicana, sis- tema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa hu- mana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da
  • 31. Constituição da República Federativa do Brasil 28 administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exi- gido da receita resultante de im- postos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, namanutençãoedesenvolvimen- to do ensino e nas ações e servi- ços públicos de saúde. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em TerritórioFederal,excetoquando: I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fun- dada; II–nãoforemprestadascon- tas devidas, na forma da lei; III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita muni- cipal na manutenção e desenvol- vimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV – o Tribunal de Justiça der provimentoarepresentaçãopara assegurar a observância de prin- cípios indicados na Constituição Estadual,ouparaproveraexecu- ção de lei, de ordem ou de deci- são judicial. Art. 36. A decretação da inter- venção dependerá: I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; II–nocasodedesobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III – de provimento, pelo Su- premoTribunalFederal,derepre- sentaçãodoProcurador-Geralda República,nahipótesedoart.34, VII, e no caso de recusa à execu- ção de lei federal; IV – (Revogado). § 1o O decreto de interven- ção,queespecificaráaamplitude, o prazo e as condições de execu- ção e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacio- nal ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. § 2o Se não estiver funcio- nando o Congresso Nacional ou aAssembleiaLegislativa,far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. § 3o Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensa- da a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Le- gislativa, o decreto limitar-se- -á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. § 4o Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão,salvoimpedimentolegal. CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I – Disposições Gerais Art. 37. Aadministraçãopública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aosbrasileirosquepreenchamos requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature- za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão decla- rado em lei de livre nomeação e exoneração; III – o prazo de validade do concursopúblicoserádeatédois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV – durante o prazo impror- rogávelprevistonoeditaldecon- vocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convo- cadocomprioridadesobrenovos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis- são, a serem preenchidos por servidoresdecarreiranoscasos, condiçõesepercentuaismínimos previstos em lei, destinam-se apenasàsatribuiçõesdedireção, chefia e assessoramento; VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre as- sociação sindical; VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limi- tes definidos em lei específica; VIII–aleireservarápercentu- aldoscargoseempregospúblicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX – a lei estabelecerá os ca- sos de contratação por tempo determinado para atender a ne- cessidade temporária de excep- cional interesse público; X – a remuneração dos ser- vidores públicos e o subsídio de quetratao§4o doart.39somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; XI – a remuneração e o sub- sídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- neratória,percebidoscumulativa- menteounão,incluídasasvanta- genspessoaisoudequalquerou- tranatureza,nãopoderãoexceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu- nal Federal, aplicando-se como
  • 32. Constituição da República Federativa do Brasil 29 limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio men- sal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e osubsídiodosDesembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimosporcentodosubsídio mensal,emespécie,dosMinistros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, apli- cávelestelimiteaosmembrosdo Ministério Público, aos Procura- doreseaosDefensoresPúblicos; XII–osvencimentosdoscar- gos do Poder Legislativo e do PoderJudiciárionãopoderãoser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XIII–évedadaavinculaçãoou equiparação de quaisquer espé- ciesremuneratóriasparaoefeito de remuneração de pessoal do serviço público; XIV – os acréscimos pecu- niários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulte- riores; XV – o subsídio e os venci- mentosdosocupantesdecargos e empregos públicos são irredu- tíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4o , 150, II, 153, III, e 153, § 2o , I; XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compati- bilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de pro- fessor; b) adeumcargodeprofessor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou em- pregos privativos de profissio- nais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII – a proibição de acu- mular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- mente, pelo poder público; XVIII–aadministraçãofazen- dária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece- dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XIX – somente por lei especí- fica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de em- presa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendoàleicomplementar,nes- teúltimocaso,definirasáreasde sua atuação; XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- çãodesubsidiáriasdasentidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa pri- vada; XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,serviços,comprasealiena- çõesserãocontratadosmediante processodelicitaçãopúblicaque assegureigualdadedecondições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obri- gações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econô- mica indispensáveis à garantia documprimento dasobrigações; XXII – as administrações tri- butárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- cípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exer- cidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- ritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o com- partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. § 1o A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- formativooudeorientaçãosocial, delanãopodendoconstarnomes, símbolos ou imagens que carac- terizempromoçãopessoaldeau- toridadesouservidorespúblicos. § 2o A não observância do disposto nos incisos II e III impli- caráanulidadedoatoeapunição da autoridade responsável, nos termos da lei. § 3o A lei disciplinará as for- masdeparticipaçãodousuáriona administraçãopúblicadiretaein- direta,regulandoespecialmente: I–asreclamaçõesrelativasà prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manu- tenção de serviços de atendi- mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a in- formaçõessobreatosdegoverno, observado o disposto no art. 5o , X e XXXIII; III – a disciplina da represen- taçãocontraoexercícionegligen- te ou abusivo de cargo, empre- go ou função na administração pública. § 4o Os atos de improbida- de administrativa importarão a suspensão dos direitos políti- cos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimentoaoerário,naforma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 5o A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilíci- tospraticadosporqualqueragen- te, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar- cimento. § 6o As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de servi- ços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 7o A lei disporá sobre os requisitoseasrestriçõesaoocu- pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a infor- mações privilegiadas. § 8o A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da adminis- tração direta e indireta poderá
  • 33. Constituição da República Federativa do Brasil 30 ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus admi- nistradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I – o prazo de duração do contrato; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsa- bilidade dos dirigentes; III – a remuneração do pes- soal. § 9o O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal oudosMunicípiosparapagamen- to de despesas de pessoal ou de custeio em geral. § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- sentadoriadecorrentesdoart.40 ou dos arts. 42 e 142 com a re- muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivoseoscargosemcomissão declarados em lei de livre nome- ação e exoneração. § 11. Nãoserãocomputadas, para efeito dos limites remune- ratórios de que trata o inciso XI docaputdesteartigo,asparcelas de caráter indenizatório previs- tas em lei. § 12. Paraosfinsdodisposto no inciso XI do caput deste arti- go, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,medianteemendaàsres- pectivasConstituiçõeseLeiOrgâ- nica,comolimiteúnico,osubsídio mensaldosDesembargadoresdo respectivoTribunaldeJustiça,li- mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos De- putados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. § 13. O servidor público titu- lardecargoefetivopoderáserre- adaptadoparaexercíciodecargo cujas atribuições e responsabili- dades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou men- tal, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escola- ridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. § 14. Aaposentadoriaconce- dida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função públi- ca, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimentodovínculoquegerou oreferidotempodecontribuição. § 15. Évedadaacomplemen- tação de aposentadorias de ser- vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do dis- posto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previ- dência social. § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi- vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulga- ção do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato eletivofederal,estadualoudistri- tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu- neração; III – investido no mandato de Vereador, havendo compati- bilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, em- prego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV–emqualquercasoqueexi- ja o afastamento para oexercício demandatoeletivo,seutempode serviço será contado para todos osefeitoslegais,excetoparapro- moção por merecimento; V–nahipótesedesersegura- doderegimeprópriodeprevidên- cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. Seção II – Dos Servidores Públicos Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política deadministraçãoeremuneração depessoal,integradoporservido- resdesignadospelosrespectivos Poderes.4 § 1o Afixaçãodospadrõesde vencimentoedosdemaiscompo- nentesdosistemaremuneratório observará: I – a natureza, o grau de res- ponsabilidade e a complexidade doscargoscomponentesdecada carreira; II – os requisitos para a in- vestidura; III – as peculiaridades dos cargos. § 2o A União, os Estados e o DistritoFederalmanterãoescolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servido- res públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou con- tratos entre os entes federados. § 3o Aplica-se aos servido- res ocupantes de cargo público o disposto no art. 7o , IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,XXIIeXXX,podendoaleiesta- belecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 4 NE: o caput deste artigo teve a sua aplica- ção suspensa em caráter liminar, por força da ADI no 2.135. Redação anterior: “A União, osEstados,oDistritoFederaleosMunicípios instituirão,noâmbitodesuacompetência,re- gime jurídico único e planos de carreira para osservidoresdaadministraçãopúblicadireta, das autarquias e das fundações públicas”.
  • 34. Constituição da República Federativa do Brasil 31 do cargo o exigir. § 4o O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os MinistrosdeEstadoeosSecretá- riosEstaduaiseMunicipaisserão remuneradosexclusivamentepor subsídiofixadoemparcelaúnica, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. § 5o Lei da União, dos Es- tados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a me- nor remuneração dos servidores públicos,obedecido,emqualquer caso, o disposto no art. 37, XI. § 6o Os Poderes Executivo, LegislativoeJudiciáriopublicarão anualmenteosvaloresdosubsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. § 7o Lei da União, dos Es- tados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplica- ção de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada ór- gão, autarquia e fundação, para aplicaçãonodesenvolvimentode programas de qualidade e pro- dutividade, treinamento e de- senvolvimento, modernização, reaparelhamentoeracionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 8o Aremuneraçãodosser- vidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4o . § 9o Évedadaaincorporação devantagensdecarátertemporá- rio ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. Art. 40. O regime próprio de previdênciasocialdosservidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do res- pectivo ente federativo, de ser- vidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados cri- térios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. § 1o Oservidorabrangidopor regime próprio de previdência social será aposentado: I – por incapacidade perma- nente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quan- do insuscetível de readaptação, hipótese em que será obriga- tória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da apo- sentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tem- po de contribuição, aos 70 (se- tenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III – no âmbito da União, aos 62(sessentaedois)anosdeidade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Dis- trito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida medianteemendaàsrespectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contri- buiçãoeosdemaisrequisitoses- tabelecidosemleicomplementar do respectivo ente federativo. § 2o Osproventosdeaposen- tadorianãopoderãoserinferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2o do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. § 3o Asregrasparacálculode proventosdeaposentadoriaserão disciplinadasemleidorespectivo ente federativo. § 4o É vedada a adoção de requisitosoucritériosdiferencia- dosparaconcessãodebenefícios emregimeprópriodeprevidência social, ressalvado o disposto nos §§ 4o ‑A, 4o ‑B, 4o ‑C e 5o . § 4o -A. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição dife- renciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a ava- liação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. § 4o -B. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- ciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioe- ducativooudepolicialdosórgãos dequetratamoincisoIVdocaput doart.51,oincisoXIIIdocaputdo art. 52 e os incisos I a IV docaput do art. 144. § 4o -C. Poderão ser estabe- lecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- ciados para aposentadoria de servidorescujasatividadessejam exercidascomefetivaexposiçãoa agentesquímicos,físicosebioló- gicos prejudiciais à saúde, ou as- sociaçãodessesagentes,vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. § 5o Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relaçãoàsidadesdecorrentesda aplicação do disposto no inciso III do § 1o , desde que compro- vem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. § 6o Ressalvadasasaposen- tadorias decorrentes dos car- gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percep- ção de mais de uma aposenta- doria à conta de regime próprio de previdência social, aplican- do-se outras vedações, regras e condições para a acumulação debenefíciosprevidenciárioses- tabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. § 7o Observadoodispostono § 2o do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivoentefederativo,aqual tratará de forma diferenciada a hipótesedemortedosservidores