O documento descreve a origem, disseminação e ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Detalha as fases aquática e terrestre do mosquito, os sintomas das doenças transmitidas e a falta de tratamentos específicos.
3. O mosquito Aedes aegypti é originário
do Egito, na África, e vem se espalhando
pelas regiões tropicais e subtropicais do
planeta desde o século 16, período das
Grandes Navegações.
Admite-se que o vetor foi introduzido no
novo mundo, no período colonial, por
meio de navios que traficavam escravos.
4. O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762,
quando foi denominado Culex aegypti. Culex significa
“mosquito” e aegypti, egípcio, portanto: mosquito egípcio.
O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Logo verificou- se que
a espécie aegypti, descrita anos antes, apresenta características
morfológicas e biológicas semelhantes às de espécies do gênero
Aedes – e não às do já conhecido gênero Culex.
Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti.
5. As teorias mais aceitas indicam que o A.
aegypti tenha se disseminado da África
para o continente americano por
embarcações que aportaram no Brasil
para o tráfico de escravos.
Há registro da ocorrência da doença em
Curitiba (PR) no final do século 19 e em
Niterói (RJ) no início do século 20.
6. No início do século 20, a identificação do A. aegypti como
transmissor da febre amarela urbana impulsionou a execução de
rígidas medidas de controle que levaram, em 1955, à erradicação
do mosquito no país. Em 1958, o país foi considerado livre do vetor
pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
7. No entanto, a erradicação não recobriu a totalidade do
continente americano e o vetor permaneceu em áreas como
Venezuela, sul dos Estados Unidos, Guianas e Suriname, além
de toda a extensão insular que engloba caribe e cuba.
8. A hipótese mais provável para explicar a reintrodução do
mosquito no Brasil é a chamada dispersão passiva dos vetores,
através de deslocamentos humanos marítimos ou terrestres –
dinâmica facilitada pela grande resistência do ovo do vetor ao
ressecamento.
No Brasil, o relaxamento das medidas de controle após a
erradicação do A. aegypti permitiu sua reintrodução no país no
final da década de 1960. Hoje o mosquito é encontrado em
todos os Estados Brasileiros.
11. Os ovos do Aedes aegypti medem,
aproximadamente, 1mm de comprimento e
contorno alongado e fusiforme.
Os ovos são capazes de resistir a longos períodos de dessecação, que
podem prolongar-se por mais de um ano (450 dias).
Esta condição permite que os ovos sejam transportados a grandes
distâncias, em recipientes secos, tornando-se assim o principal meio
de dispersão do inseto (dispersão passiva).
12. As larvas vivem na água se alimentando e
vindo à superfície para respirar.
Mudam de tamanho 4 vezes (o que chamamos
de estágios).
A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura
(25 a 29ºC) e boa alimentação é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar
por algumas semanas.
Movimenta-se em forma de serpente, como um "S".
É sensível a movimentos bruscos na água, movimenta-se com
rapidez e se refugia no fundo do recipiente.
14. As pupas não se alimentam.
É nesta fase que ocorre a metamorfose do
estágio larval para o adulto.
O estado pupal dura, geralmente, de dois a três dias.
Quando inativas se mantêm na superfície da água, flutuando, o que
facilita a emergência do inseto adulto.
A pupa tem um par de tubos respiratórios ou “trompetas”, que
atravessam a água e permitem a respiração.
15. A pupa é dividida em cefalotórax
(cabeça + tórax) e abdômen tendo o
formato de uma virgula.
16. O Aedes aegypti é escuro, com faixas brancas
no corpo e nas pernas.
Logo após emergir do estágio pupal, o inseto adulto procura pousar
sobre as paredes do recipiente, assim permanecendo durante várias
horas, o que permite o endurecimento do exoesqueleto, das asas e, no
caso dos machos, a rotação da genitália em 180º.
Dentro de 24 horas após, emergirem, podem acasalar, o que vale para
ambos os sexos.
O tempo de vida nesta fase gira em torno de 30 a 35 dias.
17. O mosquito adulto, tanto o macho quanto a
fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais,
sendo que a fêmea, depois da cópula, necessita
de sangue para maturação dos ovos.
Se a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a
postura de ovos, há a possibilidade de as larvas filhas já nascerem
com o vírus, no processo chamado de transmissão vertical.
18. É pequena a capacidade de dispersão do Aedes
aegypti pelo voo, poucas vezes excede os 100
metros.
Entretanto, já foi demonstrado que uma fêmea grávida pode voar até
3Km em busca de local adequado para a oviposição, quando não há
recipientes apropriados nas proximidades.
19. A fêmea é maior que o
macho e apresenta as
antenas diferentes.
As antenas do mosquito
são revestidas com pelos
finos chamados flagelo
antenal, e a densidade do
flagelo difere de um sexo
para outro.
20. Os machos têm muitos mais flagelo antenal, transformando suas
antenas em um par de escovas de garrafa espessas.
21. O acasalamento realiza-se
geralmente durante o vôo.
Uma única inseminação é
suficiente para fecundar todos os
ovos que a fêmea venha a produzir.
Após cada repasto sanguíneo a fêmea deposita seus
ovos em recipientes, próximos a linha d’agua.
22. A fêmea do mosquito coloca seus ovos nas paredes de recipientes
e não diretamente na água, onde podem resistir por mais 450
dias, por isso, não basta apenas jogar a água dos criadouros fora,
é preciso lavá-los bem com bucha ou escovão para eliminar
todos os ovos.
25. A dengue é uma doença febril causada por um vírus que apresenta
quatro sorotipos, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A transmissão ocorre quando a fêmea da espécie vetora se
contamina ao picar um indivíduo infectado que se encontra na fase
virêmica da doença, tornando-se, após um período de 10 a 14 dias,
capaz de transmitir o vírus por toda sua vida através de suas
26. A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença
grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue
é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7
dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações,
prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.
27. Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é
feito para aliviar os sintomas quando aparecer os sintomas, é
importante procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer
repouso e ingerir bastante líquido. Importante não tomar
medicamentos por conta própria.
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30. A chikungunya é uma doença viral também transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti que chegou ao Brasil em 2014. O nome dessa
enfermidade significa “aqueles que se dobram” e faz referência aos
primeiros pacientes diagnosticados com o problema, na Tanzânia, que se
curvavam em virtude das dores provocadas pelo vírus.
31. Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores
intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos,
tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos
músculos e manchas vermelhas na pele.
32. Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os
sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e
as dores articulares (antiinflamatórios). Não é recomendado usar o
ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber
líquidos em abundância.
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35. A zika também é uma doença viral e chegou ao Brasil em 2015. Seu
nome foi dado em referência ao local em que o vírus foi identificado
pela primeira vez: Floresta Zika, na Uganda.
36. Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não
desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são
dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas
vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros
sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta,
tosse e vômitos.
37. Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.
Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado
para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno
(paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor.
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40. O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a
Microcefalia.
As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em
andamento para esclarecer questões como a transmissão desse
agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e
período de maior vulnerabilidade para a gestante.
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42. Doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível (Doença que
pode ser prevenida com a vacinação), cujo agente etiológico é
transmitido por artrópodes, e que possui dois ciclos
epidemiológicos de transmissão distintos: silvestre e urbano. Do
ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a
doença é a mesma.
43. Início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas,
dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria
das pessoas melhora após estes sintomas iniciais.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração
amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a
partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de
múltiplos órgãos.
44. O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao
paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com
reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas
formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia
Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.
Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode
favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
45. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos
(macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do
vírus. O homem participa como um hospedeiro acidental ao
adentrar áreas de mata .
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância
epidemiológica.
46. No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores
urbanos (Aedes aegypti) infectados.
No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos
estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e
Sabethes os mais importantes na América Latina