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INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO ISABEL DE ESPANHA

                                         CURSO NORMAL - 1º ANO

                                               PROFª VIVIANE

                              TEXTOS A SEREM ESTUDADOS NO 2º TRIMESTRE




•   Meninas,

    Leiam, atentamente cada um deste textos, fazendo anotações, tirando dúvidas, conforme o combinado
    em sala de aula.

•   Não esqueçam de fazer as atividades de avaliação e de compreensão do conteúdo.




                                              Os assuntos tratados são:

•   Reinos Germânicos ... 2

•   Feudalismo ... 5

•   Renascimento … 6

•   Reforma e Contrarreforma … 6

•   Império Bizantino ... 7

•   Islã ...8

•   Igreja Católica Apostólica Romana ...14

•   Cruzadas ...15

•   Conquista da América … 17

•   Brasil (Pré-colonial: 1532 –1815) … 18

•   Revolução Inglesa ...21

•   Iluminismo … 23

•   Revolução Industrial … 24

•   Liberalismo econômico … 25

•   Independência dos Estados Unidos … 26

•   Revoulção Francesa … 28

•   Atividades de avaliação e compreensão … 32



                                                      1
REINOS GERMÂNICOS

      Por Reinos Germânicos, entende-se os reinos que originaram os povos da Europa, entre outras
regiões. Eram também conhecidos como “bárbaros”, por terem idioma, meneiras, cultura e comportamentos
totalmente diferente dos romanos.

      Suevos, membros de um povo de origem germânica, que chegaram à península Ibérica no ano 409
com os vândalos e os alanos. Inicialmente, os invasores se dedicaram ao saque, mas no ano 411 se
estabeleceram em várias regiões do solo hispânico. Os suevos e os vândalos ocuparam a província romana
da Galícia. Rapidamente surgiram rivalidades entre os dois povos. Os suevos posteriormente iniciaram ações
ofensivas contra todas as províncias da Hispânia. Os visigodos, sob o reinado de Leovigildo, se submeteram
definitivamente aos suevos no ano 585.

      Alamanos, confederação de tribos germânicas que habitavam a região situada entre os rios Main e
Danúbio, no século III d.C.




      VISIGODOS

      Reino Visigodo, núcleo político criado na península Ibérica pelos visigodos no transcurso do século VI.
Era um povo germânico do grupo dos godos. Sua presença na Hispânia data do ano 416, quando, como
federados de Roma, ajudaram a combater os suevos, vândalos e alanos que estavam instalados em diversas
regiões peninsulares. Depois dessa intervenção, assinaram um acordo com Roma e estabeleceram-se no sul
das Gálias, onde criaram o reino de Tolosa (em Toulouse). Mais tarde regressaram à Península com funções
de caráter militar, iniciando-se seu assentamento nessas terras. Mas a afluência maciça dos visigodos até a
Península ocorreu depois da derrota sofrida frente aos francos na batalha de Vouillé (507). Seu
assentamento preferencial se situa na bacia do Douro, área de população escassa e desenvolvimento urbano
fraco, que lhes permitia ficar isolados dos hispano-romanos.

      O reino visigodo de Toledo começou a adquirir entidade durante o reinado de Leovigildo (569-586).
Esse monarca conseguiu implantar um domínio político efetivo na maior parte do território peninsular. Assim
mesmo, tomou medidas encaminhadas à promoção da fusão entre visigodos e hispano-romanos, base
fundamental para a formação de um verdadeiro reino. Para acabar com as diferenças religiosas, Leovigildo
tratou de impor o arianismo como religião oficial do Estado, mas fracassou pela oposição da Igreja e da
aristocracia hispano-romana. Seu filho, Hermenegildo, responsável pelo governo da Bética, abraçou o
catolicismo e rebelou-se (579). Diante dessa situação só restava a opção de conseguir a unidade em torno
do catolicismo, medida adotada por seu filho Recaredo no Terceiro Concílio de Toledo (589). A unidade
jurídica foi obtida com a promulgação, por Recesvinto, do Liber Iudiciorum (654), código de validade
territorial pelo qual deveriam reger-se todos os juízes.

      Godos, de origem teutônica, que desde o século III até o VI d.C. foi uma importante potência,
coincidindo com o período de crise e desintegração do Império Romano. Por volta do século III d.C. já se
encontravam no baixo Danúbio, ao redor do mar Negro. Durante esse século, os exércitos godos arrasaram

                                                           2
a Trácia, a Dácia e as cidades da Ásia Menor. No século IV, o reino se estendia desde o mar Báltico até o mar
Negro.

      Até 370, devido às invasões dos hunos, os godos se dividiram em duas ramificações: os ostrogodos,
estabelecidos nas terras ao redor do mar Negro, e os visigodos (godos do ocidente), cujo domínio territorial
se estendia do Dniester ao Danúbio.

      Em 376 os visigodos, ameaçados pelos hunos, buscaram a proteção do imperador romano Valente,
que lhes autorizou o assentamento na província romana de Mésia. Teodósio I assinou a paz com os godos e
incorporou seu exército ao romano. A partir desse momento, os visigodos exerceram grande influência no
Império Romano.
      O rei Alarico I invadiu a Grécia e a Itália, e Ataulfo conduziu os visigodos através dos Pireneus até a
Hispânia.
      De 415 a 418, sob o comando de Valia, os visigodos ampliaram seu domínio com a anexação de
grande parte da Hispânia e do sul da Gália, estabelecendo sua capital em Toulouse. Com Eurico, que havia
declarado sua independência de Roma, o reino de Tolosa abarcava uma considerável extensão da península
Ibérica e grande parte da Gália. Em 506, Alarico II levou a cabo uma recompilação das leis, conhecida como
o Breviário de Alarico. Um ano mais tarde, o rei dos francos Clodoveu I derrotou os visigodos na batalha de
Vouillé, na qual Alarico II morreu, o que representou o desaparecimento do reino de Tolosa. A maior parte
da Provença se separou do reino visigodo e este ficou reduzido, em quase toda a sua totalidade, à península
Ibérica, onde foi fundado o novo reino visigodo com capital em Toledo. O último monarca, Rodrigo, foi
derrotado na batalha do rio Guadalete (711) pelos muçulmanos que ocuparam a península Ibérica.


         OSTROGODOS


         Depois das lutas com os hunos, assentaram-se na Panônia como federados de Roma. Em 474, foi
eleito rei o mais destacado dos monarcas ostrogodos: Teodorico I. No ano 488, depois de diversas guerras e
alianças com o imperador Zenão, Teodorico invadiu a Itália e proclamou-se rei. Depois de sua morte no ano
526, o imperador bizantino Justiniano I enviou seu general Belisário para conquistar o reino ostrogodo da
Itália, destruindo seu poder no ano 555.
      Jutos, um dos povos germânicos mais antigos da Dinamarca ou do norte da Germânia. Segundo Beda,
o Venerável, conquistou o sudeste da Britânia entre 400 e 500 d.C.
      Anglo-saxões, nome coletivo dado aos povos germânicos que emigraram para a Britânia nos séculos V
e VI d.C. O período anglo-saxão abrange da primeira metade do século V até a conquista normanda de
1066. Beda nomeia três povos principais: saxões, que se estabeleceram no sul; os anglos, que ocuparam a
maior parte da Inglaterra; e os jutos, que se instalaram em Kent e na ilha de Wight. Outras fontes também
incluem os francos. Sua conversão ao cristianismo, iniciada por Santo Agostinho da Cantuária, foi concluída
no século VII. A língua anglo-saxônica foi a língua vernácula da Inglaterra até o século XIII.
         A invasão dinamarquesa do século IX acabou com vários reinos pequenos estabelecidos no século
VII. Apenas os saxões ocidentais resistiram ao invasor e, sob o reinado de Alfredo, o Grande, começaram a
conquista do resto da Inglaterra. Após um breve domínio do rei dinamarquês Canuto, o Grande, e de seus
                                                       3
sucessores, o poder foi restituído a Eduardo, o Confessor. Harold Godwinson foi o último rei anglo-saxão.
      Hunos, povo nômade asiático, provavelmente de origem turca, tártara ou ugrio, partiu das estepes
situadas ao norte do mar Cáspio para realizar repetidas incursões no Império romano durante os séculos IV
e V d.C. Esses ataques terminaram numa série de guerras na época de Átila, o mais famoso de seus líderes,
que levaram ambas as partes do Império romano, oriental e ocidental, ao limite da destruição.
       Em seu momento de máximo esplendor, os hunos absorveram diversas tendências raciais em seus
exércitos e assimilaram as características das populações à sua volta. Os relatos são coincidentes ao
descrevê-los como um povo nômade agressivo, de escassas conquistas culturais, que haviam conseguido
desenvolver uma grande habilidade nas técnicas de combate.
      Francos, grupo de tribos germânicas que surgiram pela primeira vez na metade do século III d.C. no
médio e baixo Reno. Os francos se estabeleceram nas províncias romanas até o ano 253 e pouco depois se
dividiram em dois grandes grupos: os francos sálios e os francos ripuários. Os primeiros habitaram o
território que estendia-se ao longo do baixo Reno, enquanto os francos ripuários ocuparam o curso médio do
rio. Os sálios foram conquistados pelo imperador romano Juliano no ano 358 e convertidos em aliados de
Roma. Quando os romanos se retiraram do Reno, no início do século V, os sálios se estabeleceram em quase
todo o território situado ao norte do rio Loire.
      Sob o reinado do rei sálio Clodoveu I, fundador da dinastia Merovíngia, o poder e a influência do reino
franco cresceu de forma considerável.
      Depois da morte de Clodoveu, o reino foi dividido entre seus quatro filhos. Clotário II o consolidou de
forma definitiva no ano 613. Contudo, depois de seu falecimento, a autoridade passou às mãos dos altos
funcionários do reino, sobretudo às do mordomo do palácio. No extremo oriental, na Austrásia, surgiu uma
poderosa família, a Carolíngia, que conservou de forma exclusiva a posse do cargo do mordomo de palácio
durante mais de cem anos. No ano 687, Pepino de Herstal conseguiu se tornar o mordomo do reino
unificado. Seu filho Carlos Martel ampliou as fronteiras e, em 732, repeliu a invasão muçulmana. O poder
franco alcançou seu desenvolvimento máximo com o neto de Carlos Martelo, Carlos Magno, que se tornou o
monarca mais poderoso da Europa. No ano 800, foi coroado imperador dos romanos pelo papa Leão III. O
título imperial de Carlos Magno foi ostentado sucessivamente pelos imperadores do Sacro Império Romano-
Germânico até o início do século XIX.
      Lombardos, povo germânico. Estabelecido, a princípio, ao longo do rio Elba, invadiu e conquistou o
norte e o centro da Itália entre 568 e 572, quando o chefe Alboim fundou o reino da Lombardia; sua dinastia
foi destronada por Carlos Magno, em 774.
      Bretões, nome dado aos antigos habitantes da Britânia (Reino Unido), grupos celtas que, desde o final
da Idade do Bronze, chegaram do continente. Quando os anglos e os saxões invadiram a ilha, muitos deles
fugiram para a Bretanha (França).
      Belgas, povos germânicos e celtas que habitavam o norte da Gália. Lutaram ferozmente contra Júlio
César no princípio das guerras gálicas, mas foram dominados em 57 a.C.
      Celtas, povo que dominava a maior parte do oeste e centro da Europa durante o primeiro milênio a.C.
e que transmitiu seu idioma, costumes e religião aos outros povos da região. Os antigos gregos e romanos
reconheceram a unidade cultural de um povo cujo território se estendia do leste europeu ao norte do

                                                      4
continente. Seu nome genérico aparece nos informes romanos como celtae (derivado de keltoi, o nome que
Heródoto e outros escritores gregos deram a este povo), galatae ou galli. Os celtas falavam uma língua indo-
européia da mesma família dos vizinhos itálicos, helênicos e germânicos. Os topônimos celtas, junto com os
nomes das tribos, pessoas e deuses, nos permitem pensar em sua presença num extenso território europeu
da Espanha ao mar do Norte e das ilhas Britânicas ao baixo Danúbio.
       A sociedade Celta tinha uma base rural, centrada na agricultura e no pastoreio, e sua unidade era
tribal. Nela, a sociedade estava estratificada em: nobreza ou famílias dirigentes de cada tribo, agricultores
livres que também eram guerreiros, artesãos, trabalhadores manuais e outras pessoas não livres, e os
escravos. Também existia uma classe instruída que incluía os druidas, ou sacerdotes.
       Os celtas também sobressaíram na metalurgia e eram pródigos em habilidades artísticas expressas
em objetos como armaduras e arreios para seus cavalos.
      VÂNDALOS
      Genserico (c. 400-477), rei dos vândalos (428-477) no período do máximo poderio desse povo. Era
filho de Godegiselo, rei dos vândalos durante a invasão da Gália. Conduziu seu povo da Hispânia até a
África, derrotando os romanos. No ano 439, ele conquistou Cártago e a transformou em capital.
Posteriormente, realizou diversas incursões ao Mediterrâneo até invadir Roma. O imperador do Oriente,
Zenão, se viu obrigado a reconhecer as possessões de Genserico (norte da África, Sicília, Córcega, Sardenha
e as ilhas Baleares) e a estabelecer a paz com ele no ano 476.




                                                  FEUDALISMO


      O feudalismo sistema contratual de relações políticas e militares entre os membros da nobreza da
Europa Ocidental durante a Alta Idade Média, se caracterizou pela concessão de feudos, quase sempre em
forma de terras e trabalho, em troca de proteção política e militar. O contrato feito era selado por um
juramento de vassalagem e fidelidade. O feudalismo unia a proteção política e militar à possessão de terras
com o propósito de preservar a Europa medieval da desintegração em diversos domínios independentes
depois da queda do império carolíngio.
      No século IX, muitos personagens poderosos se esforçaram para constituir seus próprios grupos de
vassalos dotados de montaria, a quem ofereciam benefícios em troca de seus serviços.
      O vassalo não só prestava o juramento obrigatório de fidelidade a seu senhor, como também um
juramento especial de vassalagem ao senhor feudal, o qual, por sua vez, lhe concedia um feudo. Desse
modo, o feudalismo se tornou uma instituição política e militar, fundamentada em uma relação contratual
entre duas pessoas individuais, que mantinham seus respectivos direitos sobre o feudo.
      O feudalismo alcançou a maturidade no século XI e teve seu ponto máximo nos séculos XII e XIII.
Sua origem foi a região compreendida entre os rios Reno e Loire, dominada pelo ducado da Normandia. Com
a conquista por seus soberanos, no final do século XI, do sul da Itália, Sicília e Inglaterra e a ocupação da
Terra Santa pela primeira Cruzada, as instituições feudais foram estabelecidas em todas essas áreas. A
Espanha também adotou um certo tipo de feudalismo no século XII, igual ao implantado no sul da França,

                                                      5
no norte da Itália e nos territórios alemães. Também a Europa Central e a Oriental conheceram o sistema
feudal durante um certo tempo e em grau limitado, sobretudo quando foi implantado o feudalismo no
império bizantino depois da quarta Cruzada.
      A proteção militar era fundamental no feudalismo. Durante os séculos XII e XIII ocorreram muitos
conflitos entre os senhores e seus vassalos devido aos serviços que estes últimos deveriam prestar. Na
Inglaterra, a Magna Carta definiu as obrigações dos vassalos do rei.

      Devido ao caráter contratual das relações feudais, qualquer ação irregular cometida pelas partes
poderia originar a quebra do contrato. Quando o vassalo não cumpria as obrigações exigidas, o senhor podia
confiscar seu feudo.

      Os monarcas, durante toda a época feudal, tinham outras fontes de autoridade além de seu domínio
feudal. O renascimento do saber clássico significou o ressurgimento do Direito romano, com sua tradição de
governantes fortes e da administração territorial. A Igreja considerava que os governantes deviam seu poder
para governar graças à concessão divina e estavam revestidos de um direito sagrado. O florescimento do
comércio e da indústria deu lugar ao desenvolvimento das cidades e do aparecimento de uma burguesia
incipiente, a qual exigia que os príncipes mantivessem a liberdade e a ordem necessárias ao
desenvolvimento da atividade comercial. Essa população urbana também exigia um papel no governo das
cidades para manter sua riqueza.

                                                RENASCIMENTO

       O desenvolvimento econômico, exigia melhores condições de vida e embelezamento urbano. Assim,
os mecenas ( membros da burguesia) passaram a financiar as obras urbanas e os artistas, inclusive,
pagando-lhes cursos de formação junto à pintores e escultores renomados. Foi um período marcado pelo
HUMANISMO ( valorização do ser humano), que trouze à tona os valores de Grécia e Roma, lembrando a
época na qual o homem foi plenamente feliz. Muitos foram os artitas e obras que se destacaram, passando a
compor o patrimônio cultural da humanidade.




                                           REFORMA PROETESTANTE

      Cansado dos usos e abusos da Igreja Católica Apostólica Romana, que para dominar o imaginário
popular e obter recursos para o financiamento de suas obras e guerras em nome de Deus, não poupara
esforços, Martin Luter ou Martinho Lutero, um monge católico, fez 95 teses criticando a postura da Igreja.
Entre os posicionamentos, estavam:

      – Papel do Papa, como representante de Deus na Terra;

      – O padre é um simples mortal, portanto, não é confiável de ouvir e hápto a perdoar os pecados
alheios;

      – A Bíblia não poderia ser escrita em latim ( língua esta que só os membros da Igreja conheciam);


                                                      6
– As missas tinham que ser na língua natural do fiel, para que pudesse ter sentido o aprendizado;

       – A Bíblia não era acessível por ser escrita, já que a maioria dos fieis eram analfabetos.

       – A Igreja não poderia vender relíquias sagradas, nem fazer roteiros cristãos, bem como oferecer o
perdão em troca de dinheiro e posição social e política.

       – Os padres deveria ter uma moral respeitável.

      Como resposta, a Igreja Católica, reuniu-se em um Concílio, que teve a duração de 20 Anos, o Concílio
de Trento, onde reafirmava seus dogmas e colocava a missa em latim com duas horas de duração, contando
com parte da litúrgia apresentada por um coro de anjos, que vinha do mesanino ao fundo, virado de frente
para o altar.

     - Criou-se a Ordem dos Jesuítas, que tinha por objetivo catequizar pela Cruz ( religião) ou pela Espada
(guerra) e o estilo Barroco, como forma de atração do fiél que ia à igreja para se encantar com a decoração,
a música e a dramatização das esculturas e pinturas, seguidas a literatura com textos dramáticos.

      - Instituiu-se o celibato, entre outras medidas moralizadoras.




                                               IMPÉRIO BIZANTINO



       Império Bizantino,    parte oriental do Império Romano, que sobreviveu à queda do Império do
Ocidente no século V d.C. Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida na capital do
Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I, o Grande, fundou-a no lugar da antiga
cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou seja,
daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa, sudoeste da Ásia e na parte nordeste de
África, que também incluíam países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel,
Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos
do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas
instituições. Representou, inicialmente, um refúgio para a nobreza romana, enquanto Roma ruía pelas
invasões e crises. Concentrou o cristianismo ( na sua mais pura forma), seguido das influências culturais
gregas, que mistruradas com a cultura oriental, geraram um novo movo de concepção política, econômica,
religiosa e cultural.

        No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação ( após inúmeras
invasões e ocupações), alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que
começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu. O renascimento cultural foi
acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura.

                                                        7
Em 1071, os Seljúcidas invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. Os bizantinos perderam suas
últimas possessões na Itália e foram separados do Ocidente cristão devido ao cisma de 1054 aberto entre a
Igreja ortodoxa e o Papado.

      O imperador Aleixo I Comneno, fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os
turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada (1096-1099). Embora, em um primeiro
momento, o Império tenha se beneficiado das Cruzadas, recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas
precipitaram sua decadência. O imperador Miguel VIII Paleólogo, recuperou Constantinopla das mãos dos
latinos em 1261 e fundou a dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos otomanos, em
plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354,
ocuparam os Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim do Império em 1453.

      Contudo, a tradição intelectual bizantina não morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a
Itália durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre o Renascimento italiano.




                                                             ISLÃ

1. INTRODUÇÃO

      Importante religião mundial (a população muçulmana é estimada em mais de 935 milhões), originária
da península da Arábia e baseada nos ensinamentos de Maomé (570-632), chamado o Profeta. Segundo o
Alcorão, o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um seguidor da revelação divina contida
no Alcorão e formulada pelo profeta Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos seguidores
de Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se ofendidos quando são chamados de maometanos
pois isto implica a idéia de um culto pessoal a Maomé, proibido no Islã.


2. DOUTRINA E PRÁTICA

      As duas fontes fundamentais da doutrina e da prática islâmicas são o Alcorão e a S unna (conduta

exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o Alcorão como a palavra “incriada” de Deus,

revelada a Maomé através de Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas acreditam que Deus, e não o

Profeta, é o autor destas revelações. Por isto, o Alcorão é infalível.

      O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética

(610-632). A segunda fonte essencial do islã, a sunna ou exemplo do Profeta, é conhecida através dos

Hadith, recompilação de tradições baseadas no que disse ou fez o Profeta. Ao contrário do Alcorão, os

Hadith não são considerados infalíveis.

        O monoteísmo é uma matéria central para o Islã: a crença em um Deus (Alá), único e onipotente.

Deus desempenha quatro funções fundamentais no Universo e na humanidade: criação, sustentação,

orientação e julgamento, que se conclui com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os

                                                         8
indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou o Universo por absoluta misericórdia, é

obrigado também a mantê-lo. A natureza é subordinada aos homens que podem explorá-la e beneficiar-se

dela. Todavia, o último objetivo humano consiste em existir para o “serviço de Deus”.

      No que se refere à prática islâmica, cinco deveres — conhecidos como os “pilares do Islã”— são

fundamentais:

– profissão da fé ou testemunho; “Não há nada superior a Deus e Maomé é seu enviado”. Esta profissão

deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano pelo menos uma vez na vida.

– cinco orações diárias. Durante a oração, os muçulmanos olham em direção à Caaba, em Meca (Makka).

Antes de cada oração comunitária, é feita uma chamada pública, pelo muezim, a partir do minarete da

mesquita.

- Pagar o zakat (óbolo), instituído por Maomé.

- Jejum no mês de Ramadã.

- Peregrinação à Caaba, em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado fisicamente e dotado de bens

suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez na vida.

Além destas cinco instituições básicas, o Islã impõe a proibição do consumo de álcool e carne de porco.

Além da Caaba, os centros mais importantes da vida islâmica são as mesquitas.

3.ISLÃ E SOCIEDADE

      O conceito islâmico de sociedade é teocrático, sendo que o objetivo de todos os muçulmanos é o

“governo de Deus na Terra”. A filosofia social islâmica baseia-se na crença de que todas as esferas da vida

constituem uma unidade indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este ideal inspira o Direito

islâmico, chamado sharia, que explica os objetivos morais da comunidade. Por isso, na sociedade islâmica, o

termo Direito tem um significado mais amplo do que no Ocidente moderno secularizado, pois engloba

imperativos morais e legais.

        A base da sociedade islâmica é a comunidade dos fiéis que permanece consolidada no cumprimento

dos cinco pilares do islã. Sua missão é “inspirar o bem e proibir o mal” e, deste modo, reformar a Terra. A

luta por este objetivo tenta se concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for necessário, pode

englobar o uso da violência e a utilização de exércitos. A finalidade prescrita pela jihad não é a expansão

territorial ou a tomada do poder político, e sim a conversão dos povos ao Islã.

4. HISTÓRIA

      Na época de Maomé, a península da Arábia era habitada por beduínos nômades — dedicados à

                                                      9
criação de rebanhos e saques —, e pelos árabes que viviam do comércio. A religião dos árabes pré-islâmicos

era politeísta e idólatra, embora existisse uma antiga tradição de monoteísmo. Maomé foi precedido por

oradores monoteístas, mas com pouco êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da tribo beduína Curaichita,

Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando começou a pregar em Meca, sua cidade natal. Depois de

quatro anos, convertera cerca de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam naquele discurso

monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as caravanas que paravam em Meca para reverenciar ídolos

locais, Maomé acabou fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido por Hégira,

inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632, Maomé já era o dirigente máximo de uma

religião que ganhava poder com grande rapidez.

      A primeira escola importante de teologia islâmica, a mutazilita, surgiu graças à tradução das obras

filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da

importância das boas ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta unicidade e justiça de Deus.

Os mutazilitas foram os primeiros muçulmanos a adotar os métodos filosóficos gregos para difundir suas

idéias. Alguns de seus adversários utilizaram os mesmos métodos e o debate resultou no movimento

filosófico islâmico, cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX), que tentou conciliar os

conceitos da filosofia grega com as verdades reveladas do islã. No século X, o turco al–Farabi foi o primeiro

filósofo islâmico a subordinar revelação e lei religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é idêntica

em todo o mundo e que as diversas religiões existentes são expressões simbólicas de uma religião universal

ideal. No século XI, o filósofo e médico persa muçulmano Avicena (Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática

integração do racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés, o filósofo e médico ibero-

muçulmano do século XII, defendeu os conceitos aristotélicos e platônicos e converteu-se no filósofo

islâmico mais importante da história intelectual do Ocidente.

      A estagnação da cultura islâmica depois da Idade Média resultou em uma renovada insistência no

pensamento original (ijtihad) e nos movimentos de reforma religiosa, social e moral. O primeiro deste tipo foi

o wahabita, nome dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab, que surgiu na Arábia, no século

XVIII, e converteu-se no líder de um grande movimento que se integrava com as ramificações do mundo

muçulmano. Outros reformistas islâmicos foram marcados por idéias ocidentais como Mohamed Abduh ou

Mohamed Iqbal. Embora as idéias modernas estejam baseadas em interpretações plausíveis do Alcorão, os

fundamentalistas islâmicos opuseram-se fortemente a elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a

educação moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de difundirem a moralidade

ocidental. Por fim, o ressentimento que os muçulmanos sentem pelo colonialismo ocidental fez com que

muitos deles relacionassem às culturas do ocidente tudo que seja sinônimo e representação do mal.



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XIITAS




       Termo coletivo para referir-se a várias seitas muçulmanas que constituem 10% do mundo islâmico. Os
demais muçulmanos são sunitas.
Os xiitas são partidários de Ali, primo e genro de Maomé, além de quarto chefe (califa) da comunidade
islâmica após a morte do profeta. O movimento xiita começou porque Ali reclamava o poder para si,
alegando que a sucessão de Maomé deveria seguir uma linha de sangue. Por outro lado, os sunitas
acreditavam que bastava o candidato a líder repetir a suna do profeta, ou seja, seu comportamento. A
rivalidade entre os xiitas e sunitas, portanto, remonta ao tempo da morte de Maomé (632). Até hoje, os
xiitas consideram o islamismo que praticam como a mais pura representação da religião original de Maomé.
Durante o período da dinastia omíada(661-750), surgida na tribo curaichita à qual pertencia Maomé, os
xiitas eram chamados descendentes de Ali e, apesar de se acreditarem merecedores da liderança religiosa e
política, eram rejeitados pela maioria dos imãs (chefes religiosos). Segundo uma doutrina surgida entre os
alidas (seguidores de Ali), a missão profética de Maomé prolongava-se no imanado e o imã é impecável e
infalível. Os alidas determinaram que o imã é o único capaz de formular e interpretar leis porque somente a
ele, Alá transmitiu o dom do conhecimento perfeito.
Quatro princípios encontram aceitação geral entre os xiitas:
– Ali foi eleito por Deus como imã e chefe justo do mundo
– A existência do universo depende da presença de um imã vivo
– Todos os imãs têm que descender de Ali
– Ali e seus descendentes possuem qualidades sobre-humanas reconhecidas, pelos outros muçulmanos,
apenas nos profetas.


OS DIVERSOS GRUPOS E SEITAS XIITAS


       A maioria dos grupos xiitas professam que os imãs devem, obrigatoriamente, descender de Ali e sua
esposa Fátima, a única filha de Maomé. Com o tempo, devido a divergências ideológicas quanto à linhagem
dos imãs legítimos, cristalizaram-se três concepções de xiismo: os duodécimos, os ismaelitas (subdividido
entre carmatas e fatímidas) e os zaiditas.
       Os duodécimos formam o grupo maior e reconhecem uma linha de 12 imãs sucessivos, o último dos
quais ainda estaria vivo, apesar de ter se ocultado no ano 874. Os ismaelitas crêem que o último imã foi
Ismael, bruscamente subtraído do mundo apesar de poder revelar-se a alguns iniciados. Entre os ismaelitas
desenvolveu-se uma corrente que reconhece, apenas, sete imãs sucessivos. Este sétimo ocultou-se no
século VIII, sendo sua linha reiniciada dois séculos depois. Tanto os duodécimos quanto os ismaelitas
atribuem qualidades hereditárias e milagrosas a seus imãs. Já para os zaiditas — cujo nome deriva de Zaid
Ibn Ali(740), fundador do movimento e descendente direto de Ali —, o verdadeiro xiita é qualquer
muçulmano que siga as regras dos descendentes de Ali e Fátima e seja culto, piedoso e ativo no meio
político.
       As três seitas possuem enfoques distintos sobre a questão da autoridade religiosa, embora os
                                                      11
duodécimos e os ismaelitas compartilhem quase a mesma teoria. Como os duodécimos perderam todo o
contato com o imã real desde o século IX, escolhem seus imãs entre os homens religiosos que,
tradicionalmente, sejam sábios na literatura e instruções do profeta. Os imãs superiores (aiatolás ou marja
al-taqlid) gozam de uma autoridade muito maior que os juristas ismaelitas e zaiditas.


       LEI, RITUAL E TEOLOGIA


A lei religiosa, ou Sharia, é a base do Islã, comandando a vida pública e privada de qualquer muçulmano. A
Sharia é um conjunto de normas extraídas do Alcorão e da suna. O Fiqh, é a interpretação da Sharia pelos
imãs, baseados no consenso dos sábios e no raciocínio analógico entre as leis e os fatos da vida cotidiana.
Este esforço de interpretação e adaptação das imutáveis leis maometanas envolveu grande efervescência
cultural.
       Durante a dinastia abássida, também oriunda da tribo curaichita, o pensamento jurídico foi
influenciado pelo lógica grega e precisou de uma jurisprudência: os Hadiths. Os Hadiths, considerados a
segunda autoridade jurídica no que se refere a rotina de um muçulmano (a primeira é o Alcorão), são
documentos, interpretados pelos imãs, com instruções que os muçulmanos acreditam inspiradas por Deus.
Os Duodécimos e os ismaelitas crêem que os Hadiths são uma fonte de inspiração divina e iguais, em
sabedoria, aos do Profeta.
       Os duodécimos rezam três vezes ao dia e realizam peregrinações menores aos túmulos dos doze imãs
que, ocasionalmente, podem substituir a peregrinação obrigatória à Meca (um dos cinco pilares do Islã). Os
duodécimos e os zaiditas pregam a temporalidade do Alcorão e que a história da humanidade e do Universo
não está predeterminada. Os ismaelitas seguem uma adaptação do neoplatonismo. De modo geral, as
teologias xiitas mostram-se muito sensíveis às influências filosóficas.

            Sunitas, grupo muçulmano que constitui a maioria dentro da comunidade islâmica mundial. Aceitam
a suna — ou repetir o comportamento do profeta — guiados pelas leis do Alcorão. Enfatizam o poder de
Deus e ao determinismo do destino humano. Dentro de sua teologia desenvolveram-se diversos matizes
interpretativos. A tendência sunita tem sido acomodar-se às diferenças de opinião das minorias e confirmar
o consenso da comunidade no que se refere a assuntos doutrinais.


            Árabes, nome dos habitantes da península Arábica. A denominação é, muitas vezes, erroneamente
aplicada a povos estreitamente relacionados aos árabes no tocante à ascendência, idioma, religião e cultura.
O idioma árabe é o símbolo principal de uma unidade cultural. O islamismo proporciona o outro grande
vínculo.
            A Arábia foi a base de uma civilização florescente muito antes da era cristã. Porém, a partir de
meados do século VII d.C., a influência árabe se estendeu por todo o Oriente Médio, Europa (Sicília,
Espanha e Portugal), a região sul do Saara, Índia, Madagascar e o arquipélago malaio.
            Atualmente, há mais de 200 milhões de árabes que vivem, principalmente, em 21 países,
constituindo a maioria da população da Arábia Saudita, Síria, Iêmen, Jordânia, Líbano, Iraque, Egito e outros
países do norte da África.

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Por califado, entende-se, o território sob jurisdição do califa, considerado dirigente supremo da
comunidade muçulmana e sucessor do profeta Maomé. Os califas eram chefes seculares e religiosos, mas
não tinham poder para formular dogmas, já que a revelação divina foi manifestada, na sua totalidade, por
Maomé.
         Maomé morreu, em 632, sem deixar instruções sobre o futuro governo da comunidade muçulmana.
Ali, genro e primo do profeta, casado com Fátima, a única filha de Maomé, reclamou o poder para si,
iniciando a divisão que, até hoje, existe entre os islâmicos. Os que apoiavam Ali deram início ao movimento
xiita.
         Alguns líderes islâmicos se reuniram em Medina e decidiram manter o poder dentro da clã curaixita ao
qual pertencera o profeta. O primeiro sucessor de Maomé foi Abu Bakr que por pouco tempo esteve no
poder. Em 634, Osman foi elevado a califa e mandou organizar, em um livro, os textos dispersos que
formaram o Alcorão, livro sagrado do Islã. Em 644, Utmán ibn Affan transformou-se em califa. Finalmente,
Ali, que conspirava para alcançar o poder, foi consagrado califa, embora o governador Muawiya, da Síria, não
reconhecesse sua autoridade. Após o assassinato de Ali instalou-se, definitivamente, a divisão entre os xiitas
e sunitas. Os primeiros acreditam que o Alcorão deve ser interpretado literalmente e que a sucessão de
Maomé deveria, sempre, seguir a linha de sangue. Os segundos pregam que importante era os muçulmanos
repetirem a suna, isto é, o comportamento de Maomé.
         O sucessor de Ali foi Omíada Muawiya, que transferiu a capital de Medina para Damasco. Omíada
também estabeleceu o princípio de sucessão califal, designando como herdeiro seu filho Yazid.
         O califas omíadas expandiram o império muçulmano para leste, até as fronteiras da Índia e da China e
para oeste, pelo norte da África até o oceano Atlântico e Península Ibérica, avançando até quase o centro do
antigo reino dos francos.
         Os omíadas foram derrotados por comunidades muçulmanas insatisfeitas com seu regime, dirigidas
pela família abássida que, após chegar ao poder, transferiu a capital para Bagdá.
         No ano 750, Abu al-Abbas tomou posse do califado e os abássidas se mantiveram no poder até 1258.
Em fins do século IX, começaram a delegar funções administrativas e, em meados do século X, perderam o
poder.
         Quando os mongóis saquearam Bagdá, em 1258, dois membros da família abássida fugiram para o
Egito onde se esconderam, apoiados pelo sultão mameluco Baybars I. Mais tarde, Baybars nomeou-os califa.
Ambos só puderam assumir deveres religiosos e os herdeiros de um deles permaneceram submetidos aos
sultões mamelucos. Estes abássidas foram os fundadores do Cairo e sua dinastia durou de 1261 até 1517.
         Durante o século X, califados inimigos se estabeleceram no norte da África e península Ibérica. Um
era liderado pela dinastia Fatímida, fundada por Ubayd Allah, de ideologia xiita e que se acreditava
descendente de Fátima e Ali. Os fatímidas não reconheciam a autoridade abássida. Sua dinastia foi
derrotada no ano de 1171 por Saladino que se proclamou sultão do Egito.
         O segundo califado independente, da dinastia berbere almôada, invadiu al-Andalus (Andaluzia,
territórios muçulmanos da península Ibérica) quando Abd al-Rahman (912-961), proclamou-se califa. O
processo de conquista da Andaluzia foi iniciado por Abd al-Rahman, em 756. Al-Rahman terminou
conseguindo fixar um estado muçulmano, independente do califado de Bagdá, no emirado de Córdoba (756-

                                                       13
929). Com sua morte, a figura do califa enfraqueceu e ficou submetida à vontade do general Almanzor (940-
1002).
      Desaparecido Almanzor, o califado também se distribuiu em 30 reinos de taifas (1031). Esta desunião,
junto do avanço dos reinos cristãos do norte, provocaram o fim da presença muçulmana na península
Ibérica, fato que se produziria de forma definitiva em 1492.
      Desde o século XIII, alguns nobres e príncipes muçulmanos assumiram o título de Califa, em
particular os sultões do Império Otomano, sem levar em conta os requisitos prescritos para o exercício do
califado. O império sofreu um golpe decisivo durante a I Guerra Mundial. Ao findar a luta, os nacionalistas
turcos derrotaram o sultão e o califado foi abolido (março de 1924) pela Grande Assembléia Nacional Turca.
    Al-Andalus, nome que designava o território dominado pelos muçulmanos na península Ibérica. Em 711,
o rei visigodo Rodrigo foi derrotado pelos exércitos berberes dirigidos por Tariq. Estes decidiram prosseguir
com a conquista de todo o território peninsular, concluída cinco anos depois.
      Na evolução de al-Andalus é possível distinguir-se três períodos: o emirado dependente (714-756), no
qual o território foi convertido em uma província do Islã sob a soberania dos califas omíadas de Damasco; o
emirado independente (756-929), constituído quando Abd al-Rahman I, membro da destronada dinastia
omíada chegou ao poder e deixou de obedecer a Bagdá e ao califado abássida; e, por último, o califado
omíada, iniciado quando o emir Abd al-Rahman III se proclamou califa (929), o que representou a
independência religiosa de al-Andalus. Posteriormente, as diferenças entre os grupos étnicos provocaram a
fragmentação desse domínio em numerosos reinos de taifas na metade do século XI. A Espanha muçulmana
voltou a unificar-se sob o império dos almorávidas (1090-1145) e dos almôadas (1157-1212), mas a grande
expansão cristã do século XIII reduziu o espaço dominado pelos muçulmanos ao reino Nazarí de Granada,
que perdurou até 1492, data em que foi encerrado o processo de Reconquista pelos reinos cristãos
peninsulares.
         Califado Omíada, dinastia que governou o califado árabe do Islã de 661 a 750 e a Espanha
muçulmana de 929 a 1031. Todos os califas da dinastia eram descendentes de Umayya ibn Abd Shams,
cidadão da Meca e membro da tribo quraysh, que viveu pelo menos duas gerações antes do profeta Maomé.
O fundador da dinastia, Muawiya, e seus dois sucessores pertenciam ao ramo sufyaní (descendentes de Abu
Sufyan) da família Omíada, enquanto os demais califas omíadas eram marwaníes, descendentes de Marwan
ibn al-Hakam, que tomou posse do califado em 684.

      O centro do poder omíada e a sede do califado era a Síria e sua corte se localizava em Damasco. O

califa omíada mais conhecido é provavelmente Abd al-Malik (685-705), que construiu a Mesquita da Roca de

Jerusalém, emitiu a primeira moeda muçulmana e adotou a utilização do árabe como a língua oficial da

administração. A Grande Mesquita de Damasco (construída a partir da igreja bizantina de São João) e a

Mesquita Aqsa de Jerusalém foram construções omíadas.

      A dinastia realizou uma grande expansão cultural. Próximo ao ano 750 seus califas, embora não

tivessem êxito nas tentativas de conquistar Constantinopla (atual Istambul), capital do Império Bizantino,

controlavam uma área que se estendia do sul da França e a maior parte da península ibérica, até a fronteira

                                                      14
da China e o norte da Índia.

      Durante esse período, o islamismo, como religião e cultura, sofreu uma profunda evolução.

Começaram a formar-se as duas principais doutrinas islâmicas que conhecemos atualmente, o sunismo e o

xiismo.

      A dinastia foi derrubada pelos abássidas em 750, numa revolta que começou na província de Jurasán,

no nordeste da Pérsia.

      Abássidas, dinastia de califas que governou o califado de Bagdá de 750 até 1258. Descendentes de

Abbas, membro da tribo Quraysh de Meca, que era tio do profeta Maomé. Os abássidas tomaram o califado

após derrotar a dinastia omíada, e o mantiveram até os mongóis saquearem Bagdá e assassinarem o último

califa da linha sucessória. Durante a maior parte do tempo, a corte ficou em Bagdá, cidade fundada por

ordem do segundo califa abássida, Al-Mansur (754-775), em 762.

      Durante o primeiro século de seu califado, os abássidas foram tanto líderes religiosos quanto políticos

do Islã. O auge do poder foi alcançado, provavelmente, no reinado de Harun al-Rashid, que foi assessorado

pela família de administradores Barmakíes (ou Barmecíes). Depois da morte de Harun, houve um período de

guerra civil entre seus dois filhos, Al-Amin e Al-Ma'mun, e o prestígio da família entrou em declínio.

      No final do século IX, os abássidas eram incapazes de exercer autoridade política ou religiosa. Do

ponto de vista religioso, o poder estava nas mãos dos eruditos do Islã sunita, depois que os califas

fracassaram ao tentar impor seu poder na disputa conhecida como Mihna (833-847). Em consequência, os

califas ficaram limitados a um papel simbólico, líderes nominais do Islã sunita. Os seguidores do xiismo

rejeitaram completamente os abássidas.




                                   IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA


      A Igreja Católica Apostólica Romana, é a primeira Igreja cristã. Até a ruptura com a Igreja oriental,
em 1054, e com as Igrejas protestantes, no século XVI, era impossível separar a história do catolicismo da
história do cristianismo. A primeira grande mudança na história cristã foi sua expansão desde a Palestina até
o restante do Mediterrâneo, nas décadas que seguiram à morte de Jesus. O reconhecimento da Igreja pelo
imperador Constantino, em 313, permitiu que o cristianismo se aproveitasse da infra-estrutura e imensidão
do Império Romano e consolidasse esta evolução. Até o pontificado de Leão I, o papa exercia a primazia
sobre todas as congregações cristãs.

          Mas a queda do Império Romano do ocidente e a incorporação dos povos germânicos à Igreja

provocaram várias mudanças. Sob a liderança de um papado reformado no final do século XI, restauraram-

se os direitos episcopais no meio da Questão das Investiduras. Como resultado, o papa emergiu desta crise
                                                       15
como o dirigente reconhecido da Igreja do Ocidente. Estas transformações, somadas às Cruzadas, tornaram

a reconciliação com a Igreja oriental — depois do cisma do Oriente (também chamado cisma fociano) de

1054 — mais difícil.

        Em parte como reação às mudanças oriundas da Questão das Investiduras, a Reforma Protestante

estourou em pleno século XVI. A Igreja Católica respondeu com a Contra-Reforma.

        As acusações lançadas à igreja pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa foram responsáveis pela

posição defensiva adotada pelo catolicismo, que vem mantendo-se como importante instituição dentro de

um quadro de altos e baixos.

                                                 CRUZADAS

        Cruzadas, expedições militares realizadas pelos cristãos da Europa Ocidental, organizadas a partir de

1095, normalmente a pedido do papa, para recuperar o território de peregrinação conhecido pelos cristãos

como Terra Santa (entre eles, Jerusalém) e que estava sob o controle dos muçulmanos. A palavra cruzada

(do latim crux, “cruz”, o emblema dos cruzados) foi aplicada também, especialmente no século XIII, às

guerras contra os povos pagãos, contra os hereges cristãos e contra os inimigos políticos do papado e a

qualquer guerra religiosa.

      A origem das Cruzadas está enraizada no cataclismo político resultante da expansão dos seldjúquidas

no Oriente Médio na metade do século XI. As Cruzadas também foram o resultado da ambição de alguns

papas que buscaram ampliar seu poder político e religioso. Por outro lado, as expedições ofereciam grandes

oportunidades      comerciais       aos   mercadores        das   poderosas     cidades     do     Ocidente.

      As Cruzadas foram um grande atrativo para a sociedade contemporânea. Sua popularidade foi

solidificada na compreensão da sociedade que apoiou esse movimento. Era uma sociedade de crentes, e

muitos cruzados estavam convencidos de que sua participação na luta contra os infiéis lhes garantiria a

salvação espiritual. Também era uma sociedade militarista na qual as esperanças e as ambições estavam

associadas às façanhas militares.

                                          AS PRIMEIRAS CRUZADAS

      Em 1095, o papa Urbano II planejou a primeira Cruzada na qual os cruzados se agrupariam em

Constantinopla e, partindo de lá, realizariam uma campanha contra os muçulmanos da Síria e Palestina,

sendo Jerusalém seu objetivo principal.

      Os exércitos da nobreza e o povo comum procedente da França, do sul da Itália e das regiões da

Lorena, Borgonha e Flandres participaram dessa Cruzada. Os cristãos tomaram Jerusalém em 1099 e

elegeram um de seus chefes, Godofredo de Bouillon, duque da Baixa Lorena, como governante da cidade. A

                                                       16
maioria dos cruzados regressou à Europa, permanecendo uma pequena tropa de reserva da força original

para organizar e estabelecer o governo e o controle latino (ou europeu ocidental) sobre os territórios

conquistados. Dos quatro estados que surgiram, o maior e mais poderoso foi o Reino Latino de Jerusalém.

      As conquistas da primeira Cruzada se deveram em grande parte ao isolamento e à fraqueza relativa

dos muçulmanos. Contudo, a geração posterior a essa Cruzada contemplou o início da reunificação

muçulmana no Oriente Médio sob a liderança de Imad al-Din Zangi. Sob seu comando, as tropas

muçulmanas obtiveram sua primeira grande vitória contra os cruzados quando tomaram a cidade de Édessa

em 1144. Depois disso, os muçulmanos desmantelaram sistematicamente os estados cruzados na região.

      A resposta do papado a esses sucessos foi organizar a segunda Cruzada no final de 1145. A nova

convocação atraiu vários expedicionários, entre os quais se destacaram o rei da França, Luís VII, e o

imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Conrado III.

      O fracasso da segunda Cruzada permitiu a reunificação das potências muçulmanas. Em 1169, suas

tropas, sob o comando de Saladino, obtiveram o controle do Egito. Este invadiu o Reino Latino de Jerusalém

em maio de 1187 e apoderou-se da maior parte das fortalezas dos cruzados no território.

      Em 1187, o papa Gregório VIII proclamou a terceira Cruzada. Dela participaram o imperador do Sacro

Império Frederico I, Felipe II e Ricardo, Coração de Leão, constituindo a maior força cruzada já agrupada

desde 1095. Conseguiram tomar várias cidades mediterrâneas do controle de Saladino. Quando Ricardo I

partiu da Palestina, o Reino Latino havia sido restabelecido, perdurando em condições precárias por mais um

século.

                                             AS ÚLTIMAS CRUZADAS

      As últimas Cruzadas não obtiveram os êxitos militares da terceira Cruzada. A quarta, que durou dois

anos, de 1202 a 1204, foi cheia de dificuldades financeiras. Em um esforço para aliviá-las, os chefes

cruzados concordaram em atacar Constantinopla junto com os venezianos. Os cruzados conseguiram tomar

Constantinopla, que foi saqueada sem misericórdia. O império latino de Constantinopla, criado nessas

circunstâncias, sobreviveu até 1261, data em que o imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo retomou

Constantinopla. A primeira ofensiva da quinta Cruzada (1217-1221) tinha como objetivo capturar o porto

egípcio de Damietta (Dumyat), o que foi conseguido em 1219. A estratégia posterior requeria assegurar o

controle da península do Sinai. Não obtiveram todos os seus objetivos, já que os reforços prometidos por

Frederico II não chegaram, razão pela qual ele foi excomungado pelo papa Gregório IX.

      Posteriormente, Frederico II organizou uma Cruzada por sua própria conta, marchou até a Terra Santa

e, sem o apoio do papado, conseguiu que os egípcios devolvessem Jerusalém aos cruzados. Ao mesmo

tempo, o papa proclamou outra Cruzada, desta vez contra Frederico, e seguiu atacando as possessões
                                                    17
italianas do imperador.

      Transcorridos quase 20 anos, Luís IX da França organizou uma Cruzada motivada pela reconquista de

Jerusalém por parte dos muçulmanos; o resultado foi um fracasso.

Pouco a pouco, as cidades e os castelos dos estados cruzados caíram nas mãos dos poderosos exércitos

mamelucos. A última praça forte, Acre, foi tomada em 1291 e os cruzados, junto com as ordens militares dos

Cavaleiros Templários e Hospitalários, buscaram refúgio em Chipre e posteriormente na ilha de Rodes, até

sua rendição aos turcos em 1522.

                                        CONQUISTA DA AMÉRICA



      Tanto no Brasil como na América a denominação de conquista refere-se ao fato de que quando os
europeus aqui chegaram diversos povos habitavam o território. O termo descoberta estaria correto se fosse
um local deserto sem a presença dos indígenas. Sendo assim, já que civilizações habitavam o território,
obviamente a ocupação européia não foi bem recebida pelos nativos, gerando um processo de conquista do
território, com lutas e resistências.
      Colonização da América inglesa
• Em 1607 os ingleses fundaram a primeira colônia na América do Norte: Jamestown. Em 1730 já havia
   treze colônias distribuídas ao longo da costa litorânea norte-americana.
•As colônias inglesas do Norte e a parte da região central dedicavam-se mais ao comércio e à manufatura,
   do que à agricultura; nas colônias do Sul proliferaram as grandes fazendas, principalmente de algodão,
   baseadas no trabalho escravo.
      Colonização da América francesa
•No século XVII os franceses conquistaram o golfo do México, denominando-o de Luisiana.
•Também se estabeleceram na América Central, nas ilhas de São Domingos, Martinica, Guadalupe e
   Dominica.
      No século XVIII o mercantilismo já apresentava visíveis condições de esgotamento: os homens de
negócio não queriam mais a intervenção do Estado na economia. Cada vez mais os pensadores liberais do
século XVIII passaram a defender a liberdade econômica, criticando as práticas mercantilistas.


                                   BRASIL: PERÍODO COLONIAL ( 1532 – 1815)


      A colonização em nosso país pode ser dividida em três momentos:
•Pré- colonizador: 1500 – 1530: marcado por expedições de reconhecimento e posse da terra.
•Colonizador: 1532 – 1808: com uma administração própria, ciclos econômicos, totalmente ligado a
   Portugal, sem ter um representante direto da Coroa Portuguesa em solo brasileiro. Os ciclos econômicos
   eram: do Pau- Brasil; do Açúcar e do Tráfico Negreiro, da Pecuária, da Mineração (ouro e pedras
   preciosas ). Foi marcado por Tratados Expansionistas e Territoriais, conflitos entre grupos colonizadores
   ( portugueses, holandeses, espanhóis e franceses ).
                                                     18
•De 1808 a 1815: Muita coisa mudara no Brasil porque a Família Real Portuguesa havia chegado em terras
   brasileiras por fuga diante do avanço das tropas de Napoleão Bonaparte. Portugal ficara em segundo
   plano, pois a sede administrativa do Império Português localizava-se no Brasil. Em 1815, o rei D. João VI,
   foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, deixando de ser colônia portuguesa,
   adquirindo autonomia administrativa.
      Obviamente, todos estes momentos também tiveram conflitos internos que apontavam para a
necessidade de um novo sistema de governo. Rebeliões não faltaram ...


                                  PERÍODO PRÉ- COLONIZADOR: EXPEDIÇÕES


      Sentindo a necessidade de defender as terras brasileiras, garantindo a sua posse, o governo
português enviou várias expedições ao Brasil, pois após o “descobrimento” do Brasil, oficialmente, pela
expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500, a nova terra foi encarada como uma reserva para futura
exploração e território a ser preservado para impedir o monopólio espanhol da região. Na época, o interesse
maior de Portugal estava no comércio com a Índia. Limitou-se, portanto, o governo português a enviar
expedições de reconhecimento do litoral, como as de Gaspar de Lemos (1501) e Gonçalo Coelho (1503).
Promoveu também o arrendamento da terra a Fernando de Noronha, para a exploração do pau-brasil
(1505). Franceses e espanhóis também freqüentavam o litoral brasileiro, com os mesmos objetivos de
reconhecimento e coleta de pau-brasil. Por este motivo, em duas ocasiões, 1516 e 1526, foram enviadas as
expedições guarda-costas de Cristóvão Jaques, com poucos resultados.
      Em 1530 o rei D. João III, pressionado pela crescente presença francesa, enviou a expedição de
Martim Afonso de Sousa. Este navegou o litoral até o rio da Prata, tomou navios a comerciantes franceses e
fundou duas vilas, Santo André e São Vicente, no que é hoje o estado de São Paulo.


      CAPITÂNIAS HEREDITÁRIAS


        A gravidade da situação fez o governo português, apesar da falta de recursos, optar pelo início da
colonização em escala maior. Foi, assim, introduzido em 1534 o regime de capitanias hereditárias, já
adotado nas ilhas do Atlântico. Por ele, o rei português dividiu a nova terra em quinze áreas, delegando
funções de governo aos donatários ( pessoas de razoáveis condições financeiras ). Estes deveriam distribuir
terras (sesmarias) para incentivar a colonização, defender o território e zelar pelo monopólio real do pau-
brasil. O vínculo entre o rei de Portugal e os donatários era estabelecido em dois documentos básicos:
Carta de Doação ( onde uma parcela das terras era de posse hereditária e tinham a função de administrar
e explorar economicamente toda a capitania) e Carta Foral ( que estabelecia os direitos e deveres do
donatário em relação à terra explorada ). Em troca receberiam percentuais sobre os produtos exportados e
poderiam importar escravos. O regime teve sucesso limitado, sobretudo, nas capitanias de São Vicente e
Pernambuco, com a fundação de algumas vilas e o desenvolvimento do açúcar. Em outras a falta de recursos
dos donatários, falta de comunicação entre capitanias e Portugal, dificuldades com a lavoura e a hostilidade
e constantes revoltas dos indígenas impediu a consolidação. Pontos positivos: Lançou as bases da

                                                     19
colonização; garantiu a posse da terra para Portugal e revelou a possibilidade de exploração econômica da
colônia.
      GOVERNO GERAL
      Em 1549, foi instalado o Governo-Geral, com sede em Salvador, cabendo ao governador Tomé de
Sousa (1549 – 1553) organizar uma administração central na colônia, sem extinguir as capitanias. Dentre as
principais contribuições de seu governo podemos ressaltar: fundação da cidade de Salvador sede da capital
do Governo- Geral; criação do primeiro Bispado Brasileiro ( território subordinado à autoridade do Bispo )
em 1551; início da pecuária e incentivo ao cultivo da cana- de- açúcar; organização das Entradas
expedições mata à dentro em busca de metais preciosos.
      Duarte da Costa ( 1553 – 1558 ) trouxe mais Jesuítas para o Brasil.
      Mem de Sá ( 1558 – 1572): Expulsou os franceses do Rio de Janeiro ( 1567 ), com a ajuda de Estácio
de Sá – sobrinho de Mem e chefe militar considerado fundador da cidade do Rio de Janeiro ); matou muitas
tribos indígenas que lutavam contra a conquista colonial portuguesa; viu na importação dos negros da África
a solução para os problemas da falta de mão- de- obra na agricultura.
      Mais tarde, em 1573, o Brasil foi dividido por alguns anos em dois governos, Salvador e Rio de
Janeiro, na expectativa de melhorar o desempenho administrativo. Nos séculos XVII e XVIII a colônia
compreendeu dois governos ou "estados", o do Brasil, com sede em Salvador até 1763 e no Rio de Janeiro a
seguir e o do Maranhão, com sede em São Luís, até 1737 e depois Belém. De 1774 passou a existir um só
governo, embora os governadores do norte, pela facilidade de comunicação, se dirigissem diretamente a
Lisboa.
      A expansão territorial provocou a ocupação de novas áreas, várias delas além do limite definido pelo
tratado de Tordesilhas, gerando a criação de novas capitanias, como as do Pará, Goiás, Mato Grosso, Rio
Negro (Amazonas) e Rio Grande do Sul. Tal expansão deveu-se a diferentes movimentos de interiorização,
como as entradas, as bandeiras, as missões religiosas, a criação pecuarista e as fortificações militares.
      Os principais tratados internacionais assinados por Portugal para a fixação das fronteiras do Brasil
foram: Tratado de Utrecht ( 1713 ), Tratado de Utrecht ( 1715 ), Tratado de Madrid ( 1750 ), Tratado de
Santo Ildefonso (1777 ) e Tratdo de Badajós ( 1801 ).


      INVASÕES ESTRANGEIRAS
      Simultaneamente, houve conflitos com outros países que tentaram apoderar-se de parte do território
colonial. Assim, ocorreram invasões francesas no Rio de Janeiro – França Antártica ( 1555 , 1560-1567,
1710 e 1711) e no Maranhão (1612-1615), invasões holandesas na Bahia (1624-1625) e Pernambuco (1630-
1654), além de ataques de corsários ingleses no litoral (século XVI), de conflitos pelo controle da foz do
Amazonas (século XVII) e da guerra contra os espanhóis no sul, quando os dois países ibéricos disputaram a
colônia del Sacramento, no atual Uruguai, o Rio Grande do Sul e a ilha de Santa Catarina.
      ECONOMIA COLONIAL
      A atividade econômica colonial iniciou-se pela exploração sistemática do pau- brasil por portugueses e
franceses, instalados em feitorias no litoral e contando com a colaboração de indígenas, que derrubavam as
árvores em troca de produtos europeus.

                                                       20
A partir da década de 1530 iniciou-se a produção sistemática de açúcar, com o plantio de cana-de-
açúcar, a instalação de engenhos e a utilização da mão de obra escrava africana, substituindo a atividade
exploratória ( extração do pau- brasil ) pela organização produtiva dentro das diretrizes do sistema colonial.
A propriedade produtora deveria ter duas características fundamentais: ser monocultora ( apenas um
produto em larga escala visando as necessidades do mercado europeu ) e escravocrata ( utilizava o trabalho
dos negros importados da África ).
         Motivos que levaram à implantação da empresa açucareira no Brasil:
•Condições geográficas favoráves;
•Experiência portuguesa de cultivo da cana- de- açúcar bem sucedida na Ilha da Madeira e Açores;
•Perspectiva de enormes lucros da metrópole com a venda do açúcar muito bem enquadrado no sistema
   colonial mercantilista;
•Participação financeira dos holandeses que controlariam o transporte, o refino e a distribuição no mercado
   europeu.
         O Engenho de Açúcar era o nome da grande propriedade agrícola voltada para a produção do
açúcar. Faziam parte do Engenho as seguintes construções: Casa- grande, capela, senzala, casa do engenho
( moendas e fornalhas ), casa de purgar e galpões. Alguns engenhos possuíam ainda residência para o
capelão,os feitores, o mestre- de- açúcar e alguns trabalhadores assalariados.
         A opção pela utilização da mão- de- obra africana era mais conveniente ao sistema colonial
mercantilista, pois os lucros da captura e do transporte do negro dirigiam-se para a burguesia da metrópole
e para a coroa que recebia os impostos enquanto que os lucros da captura indígena ficavam apenas na
colônia. Outros fatores que influenciaram na escolha do trabalho africano ao invés do indígena, foi que os
negros eram muito mais desenvolvidos tecnicamente do que os indígenas que ainda estavam na Idade da
Pedra, sem contar que a agricultura era feita pelas mulheres das tribos. Os negros eram mais resignados à
escravidão em contraste com o índio que era mais hostil, e , vários setores da Igreja eram contra a
escravização indígena ( de acordo com os interesses do momento), mas não combatiam a escravização
negra.
         Entre 1560 e 1660, quando expandiu-se a produção antilhana, o Brasil foi o principal fornecedor
mundial do produto, cuja produção ocorria em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.
         Embora prejudicada pelo declínio dos preços após 1660, a produção de açúcar continuou a base da
economia da região nordestina até o século XX.
         No século XVIII a economia sofreu novo impulso com a descoberta do ouro em Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso, gerando rápida expansão desta área, o desenvolvimento do comércio, de cidades mineradoras
e do Rio de Janeiro, principal porto escoador da produção. O declínio do ouro, a partir de 1760, provocou
uma crise econômica, que o governo português tentou enfrentar com o fomento de novos produtos, como o
anil, o linho, o arroz e a cochonilha.
         A economia colonial foi caracterizada pelo predomínio da grande propriedade, da escravidão e da
dependência do mercado externo, com escasso mercado interno. Os comerciantes portugueses tinham o
monopólio do comércio, de acordo com as concepções mercantilistas da época, chegando a criar-se
companhias monopolistas nos séculos XVII (Companhia do Brasil e do Maranhão) e XVIII (Companhias de

                                                      21
Pernambuco e Paraíba e Grão Pará e Maranhão). Durante cerca de duzentos anos vigorou o sistema de
frotas, reunindo em comboios os navios que iam e vinham para o Brasil.
      A SOCIEDADE COLONIAL
      A sociedade colonial embora formalmente refletisse os valores cristãos da metrópole, defendidos pela
Igreja e pela Inquisição, foi fortemente miscigenada, tanto do ponto de vista biológico como cultural, com
notável mistura de elementos portugueses, indígenas e africanos na culinária, objetos e utensílios, técnicas,
costumes, hábitos, religião, música e língua.
      Na sociedade do açúcar predominou uma estrutura social rígida, com os senhores de engenho e
outros proprietários e comerciantes no topo e os escravos na base social, com escasso setor intermediário.
Na área do ouro esta rigidez atenuou-se, com o surgimento de um setor intermediário composto de
artesãos, pequenos comerciantes, pequenos agricultores e funcionários subalternos.
      No final do século XVIII a colonização estava em crise, pelas dificuldades econômicas da colônia, pela
divulgação das novas concepções iluministas e liberais e pela rigidez da estrutura colonial portuguesa, o que
se refletiu em movimentos de insatisfação como: conjurações mineira (1789), carioca (1794) e baiana
(1798).
      Quando Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental contra a Inglaterra (1806) e a corte
portuguesa transferiu-se para o Brasil (1808), na prática o Brasil deixou de ser uma colônia, transformado
em sede do Império Português.


                                   REVOLUÇÃO INGLESA ( SÉC. XVII )


      Revolução Inglesa é o nome da do ao conjunto de acontecimentos do século XVII provocados pelos
choque entre classes sociais que defendiam a manutenção da antiga ordem feudal e as que desejavam a
expansão do capitalismo.
Interesses comuns entre a monarquia, a burguesia e a gentry ( nobreza rural que explorava a terra de
forma capitalista , vendendo o excedente produzido ):centralização do poder político como garantia de
ordem social; uniformização das moedas, do sistema de pesos e medidas e das tarifas para facilitar o
comércio; permissão aos corsários para atacar os navios inimigos e incentivo à expansão marítima           e
comercial.
      Os conflitos começaram quando a dinastia dos Stuart queria amplos poderes absolutistas
atrapalhando o rumo capitalista dos negócios. Houve choque com o parlamento inglês (dominado pela
burguesia e pela gentry ) que defendia a limitação jurídica do poder real.
      Para conseguir apoio da nobreza tradicional católica, a Igreja anglicana valorizou o ritual católico,
abandonando os preceitos do conteúdo calvinista. A burguesia, fiel aos princípios calvinistas, fundou novas
seitas religiosas como a dos presbiterianos ( também chamados de puritanos ). Eles queriam uma Igreja
desligada do poder do Estado, onde os bispos não fossem nomeados pelo rei.
      Em 1628, o parlamento inglês estabeleceu medidas que restringiam o poder real ( Petição de
Direitos ). Em 1629, Carlos I, reagiu contra essas medidas fechando o parlamento e perseguindo líderes
políticos que lhe faziam oposição. Posteriormente, viu-se obrigado a reunir o parlamento por conveniência de

                                                     22
seus interesses. Uma vez reunido, o parlamento, tomou uma série de medidas limitando o poder do rei, o
que agravou ainda mais o descontentamento entre rei e parlamento, desencadeando a Revolução Inglesa.
      A Revolução Inglesa pode ser dividida em 4 etapas principais:Guerra Civil ( 1642 – 1648 ); República
de Cromwell ( 1649 – 1658 ); Restauração Monárquica ( 1660 – 1688 ) e Revolução Gloriosa ( 1688 –
1689 ).
Os principais acontecimentos de cada uma das etapas foram:
•Guerra Civil: a morte do rei após confronto de idéiais do parlamento com o rei Carlos I. Houve guerra civil.
   As tropas do parlamento foram lideradas por Oliver Cromwell que organizou um novo modelo de exército
   ( New Model Army ) onde os postos de comando eram conquistados por merecimento e não por origem
   familiar.
•República de Cromwell : o       protetorado. A pós derrotar a oposição, cromwell instalou o regime
   republicano entre 1649 e 1658. Esta república ditatorial foi conhecida como protetorado, cujos fatos
   marcantes foram:
•Formação da Comunidade Britânica ( 1651 ) - com Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales.
•Decreto do Ato de Navegação ( 1651 ) - onde toda e qualquer mercadoria que entrasse ou saísse da
   Inglaterra deveria ser transportada por navios ingleses. O objetivo era favorecer a marinha inglesa e
   dominar o transporte marítimo mundial.
•Guerra contra os holandeses ( 1652 – 1654 ) - a Holanda foi prejudicada com os Atos de Navegação
   ingleses, pois lucrava com o transporte de produtos coloniais para a Inglaterra. A Holanda declarou
   guerra, mas foi derrotada ficando a Inglaterra como a maior potência naval do mundo.
•Lorde Protetor ( 1653 ) - Cromwell tornou-se o Lorde Protetor da Comunidade Britânica. O cargo é vitalício
   e hereditário.
•Morte de Cromwell (1658) - Seu filho, Ricardo, assume o poder dando continuidade ao governo
   republicano.
•Restauração Monárquica. Marca o fim da Revolução Puritana, com a volta dos reis católicos ao poder.
   Ricardo foi deposto 8 meses após assumir o poder          por militares que agiam em sintonia com o
   parlamento. O poder foi restituído aos Stuart. Carlos II assume sob domínio político do parlamento.
      A restauração monárquica dos Stuart estendeu-se pelos reinados de Carlos II ( 1660 – 1685 ) e de
seu irmão Jaime II (1685 – 1688). Jaime tentou restabelecer o absolutismo ampliando a influência católica,
descontentando a      burguesia e a nobreza anglicana, gerando novo conflito entre o parlamento e a
monarquia.
•Revolução Gloriosa: a derrota do absolutismo. Jaime II foi derrubado pelo parlamento, que temia a volta do
   absolutismo. O príncipe holandês, Guilherme de Orange, - genro de Jaime II, casado com Maria Stuart –
   assume o trono inglês, sob a condição de respeitar os poderes do parlamento. Iniciou-se, assim , a
   Revolução Gloriosa ( 1688 – 1689 ) caracterizada pela luta entre as forças de Guilherme de Orange e as
   tropas de Jaime II. Com a derrota do pai de Maria Stuart, Guilherme assume com o nome de Guilherme
   III, assinando a Declaração dos Direitos no qual o parlamento limitava os poderes do rei em vários
   aspectos.



                                                     23
Era o fim do absolutismo, onde a superioridade da lei era maior que a do rei. Foi instalada a
monarquia parlamentar onde o “ rei reina, mas não governa ”.


CONSEQÜÊNCIAS DA REVOLUÇÃO
•Fim do absolutismo na Inglaterra: o rei teve seus poderes limitados. A monarquia constitucional garantia as
   liberdades individuais. O Estado Liberal tem três poderes distintos: Executivo, Legislativo e Judiciário;
•Avanço capitalista: houve rompimento definitivo com o sistema feudal, o que abriu espaço para o
   capitalismo,   solidificando-   o.   As   relações    trabalhistas   no   campo   foram   modificadas,   houve
   aperfeiçoamento das técnicas de produção. A burguesia das cidades e a nobreza rural se uniram no
   esforço de promover o desenvolvimento econômico inglês , lançando as bases para o desenvolvimento do
   capitalismo industrial;
•A primeira revolução burguesa limitava a participação política das massas populares, colocando em prática
   um novo projeto social de acordo com seus interesses.


                                                        ILUMINISMO


      Movimento intelectual que expressou os anseios da sociedade burguesa do século XVIII, cujos
principais pensadores foram: John Locke ( 1632 – 1704), Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778), Charles
Montesquieu (1689 – 1755 ), Françoise Voltaire ( 1694 – 1778 ), Denis Diderot ( 1713 – 1784), Jean D'
Alembert ( 1717 – 1783), François Quesnay ( 1694 – 1774 ) e Adam Smith (1723 – 1790), entre outros.
Defesa de uma concepção de História associada ao ideal de progresso. Secularização de todos os domínios
do conhecimento. Defesa da razão e da experiência como instrumentos centrais para a produção do
conhecimento. Primado da Razão, para explicar os fenômenos; crítica ao passado e à tradição e defesa do
progresso, a partir do racionalismo. Defesa da liberdade de expressão, de pensamento, política e econômica.
Compreensão do Estado enquanto instituição humana, cuja legitimidade estava ligada à vontade popular.
Nascimento da fisiocracia e do liberalismo econômico, correntes econômicas que defendiam a liberdade
econômica ( laissez- faire = deixai fazer). O liberalismo econômico atendia às necessidades de lucro e
investimento da burguesia; o trabalho, cada vez mais, era visto como uma mercadoria vendida no mercado
de trabalho.


                                                 Despotismo Esclarecido


      “Tudo para o povo, nada com o povo”, essa é uma máxima do pensamento despótico. O Despotismo
Esclarecido foi uma tentativa de conciliação do poder absoluto com o Iluminismo. Os reis déspotas
realizaram reformas de caráter social, com algumas concessões ao povo. As reformas por eles realizadas
vinham a fortalecer o Estado Absolutista, mexendo de algum modo no velho estilo de vida da sociedade do
Antigo Regime. O Despotismo foi praticado nos seguintes países: Prússia,             Áustria, Rússia, Espanha e
Portugal.



                                                          24
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
      É um fenômeno tipicamente inglês, que marca a passagem de um sistema de produção
predominantemente agrário e artesanal para outro de cunho industrial, dominado pelas fábricas e pela
maquinaria. Tem-se a transição de uma economia agrícola tradicional para uma caracterizada por processos
de produção mecanizados para fabricar bens em grande escala. Os historiadores aplicam este termo
exclusivamente às mudanças produzidas na Inglaterra a partir do final do século XVIII; sua expansão aos
outros países denomina-se industrialização ou desenvolvimento industrial.
      A Revolução Industrial teve lugar no Reino Unido no final do século XVIII, mais precisamente na Grã-
Bretanha onde foram encontradas circunstâncias favoráveis que adequadamente aproveitadas, deram ao
país as condições de implantar definitivamente o modo de produção capitalista, baseado na produção
industrial em massa, nas relações sociais estabelecidas exclusivamente em dinheiro e na propriedade privada
dos meios de produção. Londres foi o centro de uma rede comercial internacional que favoreceu o
desenvolvimento da economia. A partir de meados do século XIX, este desenvolvimento expandiu-se a
outros países. A Revolução Industrial implicou, no princípio, uma redução do poder aquisitivo dos
trabalhadores e uma perda de qualidade em seu nível de vida, mas depois implicou um aumento da renda
per capita nacional.
      O trabalho se transferiu da produção de produtos primários à de bens manufaturados e serviços, o
que gerou processos migratórios das zonas rurais às urbanas.
      As mudanças mais importantes afetaram a organização do processo produtivo. Este passou a se
realizar em grandes empresas, aumentando a especialização do trabalho. Seu desenvolvimento dependia de
uma utilização intensiva do capital e da aparição de novas ferramentas de trabalho especializadas. A
experiência adquirida aumentou a produtividade e a especialização.
      Caracterizou-se por sucessivas inovações tecnológicas, que podem ser assim resumidas:
•aparecimento de máquinas modernas - rápidas, regulares e precisas - que substituíram o trabalho do
   homem, antes realizado a mão;
•utilização do vapor para acionar a máquina, isto é, como fonte de energia, em substituição à energia
   muscular, eólica e hidráulica;
•obtenção e trabalho de novas matérias-primas, em particular os minerais, que deram impulso à metalurgia
   e à indústria química.
         Todas essas transformações econômicas e sociais - que libertaram o poder produtivo das
   sociedades humanas - pouco a pouco foram se expandindo para o continente europeu e para além-mar,
   contribuindo de forma decisiva para pôr fim ao Antigo Regime.
         Primeira Revolução Industrial (1760 – 1860): substituição do trabalho artesanal pelo mecanizado.
•Acúmulo de capitais ( da expansão comercial e do mercantilismo );
•Supremacia marítima;
•Reservas minerais ( jazidas de carvão e de ferro );
•Uso de capitais de terra ( controle de produção agrária; o campo produzia para atender à indústria;
   cercamento dos campos );



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•Ampliação dos empréstimos a juros ( criação do Banco da Inglaterra, em 1694, para obtenção de créditos
   para aplicação na indústria );
•Crescimento populacional e êxodo rural ( que geraram grande oferta de trabalhadores );
•Revolução Gloriosa (transformação do Parlamento britânico num efetivo órgão dirigente do Estado ).
      Segunda Revolução Industrial ( 1860 – 1900 ): era necessário transportar a produção. Novas técnicas
e materiais foram descobertas. O vapor foi substituído pelo petróleo e pela eletricidade, enquanto o ferro era
substituído pelo aço. Houve multiplicação de redes ferroviárias e rotas marítimas, bem como de indústrias
siderúrgicas, petroquímicas, eletrônicas e automobilísticas.
      Terceira Revolução Industrial: ( segunda metade do século XX ) necessidade de estreitamento dos
limites geográficos e aceleração da comunicação entre os povos, reduzindo tempo, despesas, ampliando a
lucratividade. Utilização da fibra ótica, do celular, da internet, do e- mail; uso da energia nuclear,
desenvolvimento das indústrias eletrônicas, químicas e de informática. Era da Cibernética.
      A Consolidação do Capitalismo industrial e suas conseqüências: surgimento da oposição de classes:
empresários industriais X operários urbanos. Para garantir o lucro, o empresário pagava o menor salário
possível enquanto explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos operários, ultrapassando em diversas
indústrias a jornada de 15 horas diárias. O salário mal dava para alimentar uma pessoa, tendo o operário
que trabalhar com toda a sua família, inclusive com crianças de 6 anos, em fábricas insalubres e de
péssimas instalações.
      Inicialmente os protestos de grupos de operários eram dirigidos às máquinas que representavam o
desemprego, a miséria, os salários de fome e a opressão. Posteriormente, percebeu-se que as explorações
eram causadas pelo capitalismo industrial. Surgiram, então, os sindicatos que iniciaram a luta por melhores
salários e condições de vida para o trabalhador.
      Impactos do avanço industrial: urbanização; divisão do trabalho em linhas de montagem ( operário
perdia a noção do conjunto do processo produtivo, ficando especializado na sua tarefa e alienado em relação
ao processo global); produção em série padronizando o gosto dos compradores; desenvolvimento dos
transportes e das comunicações.
      Novas Ideologias foram surgindo enquanto a massa de pobres e explorados ia aumentando ao mesmo
tempo que a burguesia pregava uma sociedade mais livre e justa.


                        LIBERALISMO ECONÔMICO: AS LEIS DA NATUREZA E DE MERCADO


      O liberalismo econômico justificava a sociedade industrial capitalista. Seus principais expoentes foram:
Adam Smith - 1723 – 1790 (para ele a economia deveria ser dirigida sem intervenção do Estado, apenas
pelo jogo da procura e da oferta de mercado ), Thomas Malthus -1766 – 1834 ( justificava a pobreza pelo
altíssimo número de nascimentos de pessoas pobres, desproporcional às fontes de alimentos ) e David
Ricardo -1772 – 1823 ( a burguesia era inocente com relação à miséria, devido à lei da oferta e da procura
que dizia: quanto maior a oferta de mão- de- obra mais baixos seriam os salários. Com isso os péssimos
salários e a exploração dos trabalhadores ficavam justificados.



                                                      26
O Socialismo surgiu para criticar a exploração e as injustiças cometidas pela sociedade industrial. Ele
pode ser divido em três correntes: utópico , científico e cristão.
      Socialismo utópico: é representada por Saint- Simon - 1760 – 1825 ( criticou o liberalismo econômico
e a exploração pelos proprietários capitalistas. Pregava a extinção das diferenças de classes e a construção
de uma sociedade onde a pessoa recebesse de acordo com o real valor do seu trabalho ) e Proudhon - 1804
– 1865 ( criticava a propriedade privada alegando ser ela mantida pela exploração do trabalho alheio. Queria
a liberdade e a igualdade para todos numa sociedade harmônica sem a força do Estado ).
      Socialismo científico:representada por Karl Marx ( 1818 – 1895) e Friedrich Engels ( 1820 – 1895). Era
considerado científico por ter sido criado a partir de uma análise histórico- filosófica das causas e
conseqüências das mudanças no decorrer do tempo. É conhecido como Marxismo. Suas idéias principais
são: Dialética (onde forças contrárias se movem promovendo transformações qualitativas e quantitativas na
sociedade ); Modo de Produção ( união entre a força de produção econômica – instrumentos e experiência
dos trabalhadores – e relações sociais de produção que interferem na vida social, política e intelectual, desde
os primórdios da humanidade. A situação social do indivíduo determina a sua consciência; Luta de Classes
( é o motor da história humana. Só teria fim com a existência de uma sociedade comunista perfeita , sem
exploração de classes e injustiças sociais); Mais Valia ( valor integral que deveria ser incorporada ao salário
do operário,correspondente ao valor social do seu trabalho, mas fica com o empregador, gerando lucros ).
      Socialismo cristão: Tentativa de aplicar os ensinamentos evangélicos de amor e de respeito pelo
próximo aos problemas sociais gerados pela industrialização. A Encíclica de 1891, que originou o
pensamento social católico reconhecia o direito à propriedade privada, rejeitava a teoria marxista e
condenava a ganância capitalista e a exploração desumana do trabalho. Os empregadores deveriam
reconhecer os direitos do empregado como: limitação das horas de trabalho,descanso semanal,
estabelecimentos de salários dignos e etc. Recomendava ao Estado a intervenção na economia para
melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos setores da habitação e da saúde.


                            INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


      Os ideais iluministas de liberdade, igualdade e rebeldia às opressões políticas influenciou
definitivamente um importante acontecimento no final do século XVIII: a independência das colônias
inglesas da América do Norte, ou seja, o nascimentos dos Estados Unidos – a primeira nação independente
do Mundo Novo, com a primeira Constituição escrita, a primeira democracia moderna , sem dúvida um duro
golpe para o sistema colonial.
      O processo de independência teve início com o fim da Guerra dos Sete Anos ( 1756 – 1763) entre
Inglaterra e França. A Inglaterra venceu, mas teve sua economia abalada devido às despesas militares. Para
recuperar suas economia, a Inglaterra voltou-se para a exploração de suas colônias na América,
descontentado a classe dominante americanas que não aceitou a exploração colonial dos ingleses.
      O conflito de interesses entre colonos americanos e autoridades britânicas sempre existiu, pois os
colonos queriam     construir uma sociedade independente e autônoma, até porque vieram fugidos de
perseguições religiosas e de dificuldades econômicas.

                                                        27
Nas colônias do centro-norte, era desenvolvida a economia policultora baseada na pequena e média
propriedade rural. Por causa das condições climáticas, seus produtos assemelhavam-se à produção européia,
não interessando comercialmente para a metrópole. Estas colônias escaparam da rigidez do sistema colonial,
crescendo como colônias de povoamento, com produção agrícola voltada para o consumo interno, e
manufatureira,vendida para outras regiões da própria América. Já as colônias do sul eram voltadas para a
produção agrícola destinada ao mercado externo, com base na grande propriedade rural ( latifúndio ) e na
utilização de mão- de- obra de escravos africanos. Como localizavam-se em regiões de clima mais quente,
estas colônias produziam    agricultura para a exportação, de acordo com os interesses metropolitanos,
desenvolvendo- se como colônias de exploração. Eram mais conservadoras, e por serem dependentes do
comércio com a metrópole, num primeiro momento eram contrárias ao rompimento com a Inglaterra.
      Entre as leis que foram criadas pela Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, com o objetivo de
reforçar a dominação colonial descontentado a burguesia local, estavam:
•Lei do Açúcar ( 1764 ): proibia a importação do rum estrangeiro e estabelecia a cobrança de taxas para o
   açúcar que não viesse das Antilhas.
•Leis do Selo ( 1765): cobrava taxas sobre diferentes documentos comerciais, jornais, anúncios etc.
•Lei dos Alojamentos( 1765 ): obrigava aos colonos americanos a alojar e alimentar as tropas inglesas.
•Lei do Chá( 1773 ): a venda do chá nas colônias era de monopólio exclusivo da Companhia das Índias
   Orientais (especializada na comercialização de produtos coloniais ). Em 16/12, os comerciantes
   destruíram diversos carregamentos de chá que estavam nos navios da companhia atracados no porto de
   Boston.
      Leis Intoleráveis( 1774 ): foram aplicadas pela Inglaterra para conter a revolta nas Treze colônias.
Elas determinavam o fechamento do porto de Boston, julgamento e punição severa a todo colono envolvido
nos distúrbios políticos contra a Inglaterra. Em 05/ 09/ 1774, realizou-se o Primeiro Congresso da Filadélfia,
com representantes da Treze Colônias que redigiram documento de protesto. A Inglaterra não cedeu, e o
choque entre burguesia colonial e Inglaterra foi inevitável. Só com a luta poderiam livrar-se da Inglaterra. A
guerra pela independência iniciou em 19 e abril de 1775.
      Em maio de 1775, ocorreu o segundo Congresso da Filadélfia, que conclamou os cidadãos às armas,
nomeando George Washington comandante da tropas americanas. Em 04/ 07/ 1776, Thomas Jefferson
redigiu a Declaração oficial de Independência dos Estados Unidos, inspiradas nos ideais iluministas, defendia
a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano.
      Significados da independência: No plano interno: Todos os homens tinham direitos menos os escravos
que só tiveram sua abolição no meio da Guerra de Secessão ( 1861 – 1865 ); no plano externo: Sempre os
EUA procuraram apresentar-se como defensores da democracia e da liberdade mundial, mas na prática
fazem uma política imperialista de dominação, negando os princípios defendidos. Como foram os pioneiros
no rompimento com o sistema colonial, passaram a impor seus interesses econômicos e ideológicos às
demais nações, aprisionando-as em sua área de influência político- econômica.


                                         REVOLUÇÃO FRANCESA ( 1789 )



                                                      28
A Revolução Francesa, foi o processo social e político ocorrido na França entre 1789 e 1799, cujas
principais conseqüências foram a queda de Luís XVI, a abolição da monarquia e a proclamação da República,
que poria fim ao Antigo Regime. causas determinantes de tal processo estavam na incapacidade das classes
dominantes (nobreza, clero e burguesia) de enfrentar os problemas do Estado, a indecisão da monarquia, o
excesso de impostos que pesavam sobre os camponeses, o empobrecimento dos trabalhadores, a agitação
intelectual estimulada pelo Século das Luzes e o exemplo da Guerra da Independência norte-americana.
      Mais de um século antes da ascensão de Luís XVI ao trono (1774), o Estado francês já havia passado
por várias crises econômicas, resultantes das guerras empreendidas durante o reinado de Luís XIV; da má
administração dos assuntos nacionais no reinado de Luís XV; das dispendiosas perdas da guerra entre a
França e a Índia (1754-1763) e do aumento da dívida gerada pelos empréstimos às colônias britânicas da
América do Norte, durante a Guerra da Independência norte-americana (1775-1783).
      Seus momentos importantes foram: Assembléia Nacional Constituinte ( 1789 – 1791); Assembléia
Legislativa ( 1791 – 1792 ); Convenção Nacional ( 1792 – 1795 ); Diretório (1795 – 1799);Golpe do 18
Brumário ( 9 de novembro de 1799 ).
      Iniciada em 1789, foi um amplo movimento burguês, apoiado pelo povo, que derrubou o absolutismo
na França, estabelecendo o estado burguês, defendendo os direitos individuais do cidadão, a liberdade, a
igualdade e a fraternidade. Eram necessárias reformas de acordo com as reivindicações, mas houveram
protestos por descontentamento com as formas de votação, desagradando o rei, seguido de medida que
delegava somente a Assembléia Geral legislar em matéria fiscal. Luís XVI, retirou a Assembléia da sala de
reuniões. Em protesto, ficou decidido pela não dissolução até que a Constituição fosse voltada. O povo
respondeu com insurreição.
      Assembléia Nacional Constituinte( 1789 – 1791): o povo tomou invadiu e tomou a Bastilha ( uma
prisão real que simbolizava o despotismo dos Bourbons ), em 14 de julho; distúrbios, violências e revoltas
espalharam-se pelos campos. A burguesia parisiense estabeleceu um governo provisório local organizando
uma milícia popular que foi oficialmente denominada Guarda Nacional. A bandeira dos Bourbons foi
substituída por uma tricolor (azul, branco e vermelho), que passou a ser a bandeira nacional. A Assembléia
Nacional Constituinte aprovou a legislação, pela qual era abolido o regime feudal e senhorial e suprimido o
dízimo. Foram proibidas a venda de cargos públicos e a isenção tributária das camadas privilegiadas. A
Constituição foi elaborada e na introdução, que seria denominada Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, os delegados formularam os ideais da Revolução, sintetizados em três princípios: “ Liberté, Egalité,
Fraternité” (Liberdade, Igualdade, Fraternidade).
      Em 17 de julho de 1791, os sans-culottes (nome dado aos membros da tendência revolucionária mais
radical, que exigia a proclamação da república) se reuniram exigindo a deposição do monarca. Os feuillants,
partidários da monarquia constitucional, eram a facção mais moderada; o grupo majoritário, conhecido como
A Planície, não tinha opiniões políticas definidas, mas se opunha ao setor radical que ocupava a ala esquerda
e era composto, sobretudo, pelos girondinos. Estes defendiam uma república federativa, em projeto
semelhante ao dos montagnards, grupo que ocupava A Montanha (nome dado à parte superior da Câmara)
e era integrado pelos jacobinos e pelos cordeliers que advogavam a implantação de uma república
centralizada. Luís XVI, não aceitando a perda do poder, estabeleceu contato com nobres emigrados e com os

                                                     29
monarcas da Áustria e Prússia, conspirando contra a revolução. Em 20 de abril de 1792 a Assembléia
Legislativa declarou guerra ao Sacro Império Romano-Germânico. A invasão da França provocou sérias
desordens em Paris. A Assembléia Legislativa declarou estado de exceção em 11 de julho, depois que a
Sardenha e a Prússia aderiram à guerra contra a França. Forças de reserva foram enviadas para a frente de
batalha, e voluntários foram conclamados em todo o país. Quando os reforços, procedentes de Marselha,
chegaram à Paris, cantavam um hino patriótico conhecido como A Marselhesa e tornou-se o hino nacional
francês. Invadiram O Palácio das Tulherias- residência da família real- prendendo e depondo o rei. Foi
realizado um conselho executivo provisório, denominado Comuna de Paris. Os montagnards, liderados por
Georges Jacques Danton, dominaram o novo governo e passaram a controlar a Assembléia Legislativa,
aprovando a realização de eleições em curto prazo, para constituir uma nova Convenção Nacional, na qual
teriam voto todos os cidadãos de sexo masculino. Entre o dia 2 e o dia 7 de setembro, mais de mil
monarquistas e presumíveis traidores, aprisionados em diferentes pontos da França, foram julgados e
executados.
      A primeira decisão oficial da Convenção Nacional foi a abolição da monarquia e a proclamação da I
República. O monarca foi declarado culpado e guilhotinado em 21 de janeiro de 1793 com Maria Antonieta,
sua esposa. A Convenção recrutou 300.000 homens, enviando delegados especiais a vários departamentos
para organizá-los, descontentando setores do clero e da monarquia que incitaram a Vandéia, rebelião dos
camponeses.
      Em 6 de abril foi criado o Comitê de Salvação Pública, órgão executivo da República. O assassinato de
Jean-Paul Marat e a indignação pública suscitada por este acontecimento aumentaram ainda mais a
influência dos jacobinos no poder, em todo o país. O líder Maximilien Robespierre tornou-se figura de maior
destaque do Comitê. Com o apoio de Louis Saint-Just, de Lazare Carnot, de George Couthon e de outros
jacobinos importantes, implantou medidas policiais visando impedir toda e qualquer ação contra-
revolucionária, durante um período que passou a ser conhecido como o Reinado do Terror.
      A situação estava perigosa para a República. As potências inimigas haviam reiniciado uma ofensiva em
todas as frentes. Durante o período do Terror, 40. 000 pessoas foram vitimadas. O calendário passou de
juliano à republicano em repúdio ao clero. Nesse período a guerra estava favorável à França que derrotou os
austríacos em 16 de outubro de 1793, iniciando uma série de vitórias francesas. A Prússia e vários Estados
alemães assinaram, em 5 de abril de 1795, o Tratado de Basiléia com o governo francês. A Espanha,
também, se retirou da guerra, em 22 de julho. Com isso, as únicas nações que prosseguiram no conflito
foram a Grã-Bretanha, a Sardenha e a Áustria. No entanto, por quase um ano não ocorreram mudanças na
frente de batalha. A fase seguinte do conflito foi iniciada com as Guerras Napoleônicas.
      Em 22 de agosto de 1795, foi aprovada a nova Constituição que instituía o Diretório onde o poder
executivo era conferido a cinco membros, denominados diretores. O poder legislativo seria exercido por
uma Assembléia bicameral, composta pelo Conselho dos Anciãos (250 membros) e pelo Conselho dos
Quinhentos. Sucederam-se inúmeros golpes de Estado, decorrentes das lutas pelo poder e, em 5 de
outubro, os monarquistas provocaram uma insurreição contra as leis anti-monárquicas, rapidamente
reprimida pelo general Napoleão Bonaparte, comandante em chefe dos exércitos revolucionários. O regime
da Convenção terminou em 26 de outubro e o novo governo, assumiu suas funções em 2 de novembro.

                                                      30
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Texto magistério 2º trimestre

  • 1. INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO ISABEL DE ESPANHA CURSO NORMAL - 1º ANO PROFª VIVIANE TEXTOS A SEREM ESTUDADOS NO 2º TRIMESTRE • Meninas, Leiam, atentamente cada um deste textos, fazendo anotações, tirando dúvidas, conforme o combinado em sala de aula. • Não esqueçam de fazer as atividades de avaliação e de compreensão do conteúdo. Os assuntos tratados são: • Reinos Germânicos ... 2 • Feudalismo ... 5 • Renascimento … 6 • Reforma e Contrarreforma … 6 • Império Bizantino ... 7 • Islã ...8 • Igreja Católica Apostólica Romana ...14 • Cruzadas ...15 • Conquista da América … 17 • Brasil (Pré-colonial: 1532 –1815) … 18 • Revolução Inglesa ...21 • Iluminismo … 23 • Revolução Industrial … 24 • Liberalismo econômico … 25 • Independência dos Estados Unidos … 26 • Revoulção Francesa … 28 • Atividades de avaliação e compreensão … 32 1
  • 2. REINOS GERMÂNICOS Por Reinos Germânicos, entende-se os reinos que originaram os povos da Europa, entre outras regiões. Eram também conhecidos como “bárbaros”, por terem idioma, meneiras, cultura e comportamentos totalmente diferente dos romanos. Suevos, membros de um povo de origem germânica, que chegaram à península Ibérica no ano 409 com os vândalos e os alanos. Inicialmente, os invasores se dedicaram ao saque, mas no ano 411 se estabeleceram em várias regiões do solo hispânico. Os suevos e os vândalos ocuparam a província romana da Galícia. Rapidamente surgiram rivalidades entre os dois povos. Os suevos posteriormente iniciaram ações ofensivas contra todas as províncias da Hispânia. Os visigodos, sob o reinado de Leovigildo, se submeteram definitivamente aos suevos no ano 585. Alamanos, confederação de tribos germânicas que habitavam a região situada entre os rios Main e Danúbio, no século III d.C. VISIGODOS Reino Visigodo, núcleo político criado na península Ibérica pelos visigodos no transcurso do século VI. Era um povo germânico do grupo dos godos. Sua presença na Hispânia data do ano 416, quando, como federados de Roma, ajudaram a combater os suevos, vândalos e alanos que estavam instalados em diversas regiões peninsulares. Depois dessa intervenção, assinaram um acordo com Roma e estabeleceram-se no sul das Gálias, onde criaram o reino de Tolosa (em Toulouse). Mais tarde regressaram à Península com funções de caráter militar, iniciando-se seu assentamento nessas terras. Mas a afluência maciça dos visigodos até a Península ocorreu depois da derrota sofrida frente aos francos na batalha de Vouillé (507). Seu assentamento preferencial se situa na bacia do Douro, área de população escassa e desenvolvimento urbano fraco, que lhes permitia ficar isolados dos hispano-romanos. O reino visigodo de Toledo começou a adquirir entidade durante o reinado de Leovigildo (569-586). Esse monarca conseguiu implantar um domínio político efetivo na maior parte do território peninsular. Assim mesmo, tomou medidas encaminhadas à promoção da fusão entre visigodos e hispano-romanos, base fundamental para a formação de um verdadeiro reino. Para acabar com as diferenças religiosas, Leovigildo tratou de impor o arianismo como religião oficial do Estado, mas fracassou pela oposição da Igreja e da aristocracia hispano-romana. Seu filho, Hermenegildo, responsável pelo governo da Bética, abraçou o catolicismo e rebelou-se (579). Diante dessa situação só restava a opção de conseguir a unidade em torno do catolicismo, medida adotada por seu filho Recaredo no Terceiro Concílio de Toledo (589). A unidade jurídica foi obtida com a promulgação, por Recesvinto, do Liber Iudiciorum (654), código de validade territorial pelo qual deveriam reger-se todos os juízes. Godos, de origem teutônica, que desde o século III até o VI d.C. foi uma importante potência, coincidindo com o período de crise e desintegração do Império Romano. Por volta do século III d.C. já se encontravam no baixo Danúbio, ao redor do mar Negro. Durante esse século, os exércitos godos arrasaram 2
  • 3. a Trácia, a Dácia e as cidades da Ásia Menor. No século IV, o reino se estendia desde o mar Báltico até o mar Negro. Até 370, devido às invasões dos hunos, os godos se dividiram em duas ramificações: os ostrogodos, estabelecidos nas terras ao redor do mar Negro, e os visigodos (godos do ocidente), cujo domínio territorial se estendia do Dniester ao Danúbio. Em 376 os visigodos, ameaçados pelos hunos, buscaram a proteção do imperador romano Valente, que lhes autorizou o assentamento na província romana de Mésia. Teodósio I assinou a paz com os godos e incorporou seu exército ao romano. A partir desse momento, os visigodos exerceram grande influência no Império Romano. O rei Alarico I invadiu a Grécia e a Itália, e Ataulfo conduziu os visigodos através dos Pireneus até a Hispânia. De 415 a 418, sob o comando de Valia, os visigodos ampliaram seu domínio com a anexação de grande parte da Hispânia e do sul da Gália, estabelecendo sua capital em Toulouse. Com Eurico, que havia declarado sua independência de Roma, o reino de Tolosa abarcava uma considerável extensão da península Ibérica e grande parte da Gália. Em 506, Alarico II levou a cabo uma recompilação das leis, conhecida como o Breviário de Alarico. Um ano mais tarde, o rei dos francos Clodoveu I derrotou os visigodos na batalha de Vouillé, na qual Alarico II morreu, o que representou o desaparecimento do reino de Tolosa. A maior parte da Provença se separou do reino visigodo e este ficou reduzido, em quase toda a sua totalidade, à península Ibérica, onde foi fundado o novo reino visigodo com capital em Toledo. O último monarca, Rodrigo, foi derrotado na batalha do rio Guadalete (711) pelos muçulmanos que ocuparam a península Ibérica. OSTROGODOS Depois das lutas com os hunos, assentaram-se na Panônia como federados de Roma. Em 474, foi eleito rei o mais destacado dos monarcas ostrogodos: Teodorico I. No ano 488, depois de diversas guerras e alianças com o imperador Zenão, Teodorico invadiu a Itália e proclamou-se rei. Depois de sua morte no ano 526, o imperador bizantino Justiniano I enviou seu general Belisário para conquistar o reino ostrogodo da Itália, destruindo seu poder no ano 555. Jutos, um dos povos germânicos mais antigos da Dinamarca ou do norte da Germânia. Segundo Beda, o Venerável, conquistou o sudeste da Britânia entre 400 e 500 d.C. Anglo-saxões, nome coletivo dado aos povos germânicos que emigraram para a Britânia nos séculos V e VI d.C. O período anglo-saxão abrange da primeira metade do século V até a conquista normanda de 1066. Beda nomeia três povos principais: saxões, que se estabeleceram no sul; os anglos, que ocuparam a maior parte da Inglaterra; e os jutos, que se instalaram em Kent e na ilha de Wight. Outras fontes também incluem os francos. Sua conversão ao cristianismo, iniciada por Santo Agostinho da Cantuária, foi concluída no século VII. A língua anglo-saxônica foi a língua vernácula da Inglaterra até o século XIII. A invasão dinamarquesa do século IX acabou com vários reinos pequenos estabelecidos no século VII. Apenas os saxões ocidentais resistiram ao invasor e, sob o reinado de Alfredo, o Grande, começaram a conquista do resto da Inglaterra. Após um breve domínio do rei dinamarquês Canuto, o Grande, e de seus 3
  • 4. sucessores, o poder foi restituído a Eduardo, o Confessor. Harold Godwinson foi o último rei anglo-saxão. Hunos, povo nômade asiático, provavelmente de origem turca, tártara ou ugrio, partiu das estepes situadas ao norte do mar Cáspio para realizar repetidas incursões no Império romano durante os séculos IV e V d.C. Esses ataques terminaram numa série de guerras na época de Átila, o mais famoso de seus líderes, que levaram ambas as partes do Império romano, oriental e ocidental, ao limite da destruição. Em seu momento de máximo esplendor, os hunos absorveram diversas tendências raciais em seus exércitos e assimilaram as características das populações à sua volta. Os relatos são coincidentes ao descrevê-los como um povo nômade agressivo, de escassas conquistas culturais, que haviam conseguido desenvolver uma grande habilidade nas técnicas de combate. Francos, grupo de tribos germânicas que surgiram pela primeira vez na metade do século III d.C. no médio e baixo Reno. Os francos se estabeleceram nas províncias romanas até o ano 253 e pouco depois se dividiram em dois grandes grupos: os francos sálios e os francos ripuários. Os primeiros habitaram o território que estendia-se ao longo do baixo Reno, enquanto os francos ripuários ocuparam o curso médio do rio. Os sálios foram conquistados pelo imperador romano Juliano no ano 358 e convertidos em aliados de Roma. Quando os romanos se retiraram do Reno, no início do século V, os sálios se estabeleceram em quase todo o território situado ao norte do rio Loire. Sob o reinado do rei sálio Clodoveu I, fundador da dinastia Merovíngia, o poder e a influência do reino franco cresceu de forma considerável. Depois da morte de Clodoveu, o reino foi dividido entre seus quatro filhos. Clotário II o consolidou de forma definitiva no ano 613. Contudo, depois de seu falecimento, a autoridade passou às mãos dos altos funcionários do reino, sobretudo às do mordomo do palácio. No extremo oriental, na Austrásia, surgiu uma poderosa família, a Carolíngia, que conservou de forma exclusiva a posse do cargo do mordomo de palácio durante mais de cem anos. No ano 687, Pepino de Herstal conseguiu se tornar o mordomo do reino unificado. Seu filho Carlos Martel ampliou as fronteiras e, em 732, repeliu a invasão muçulmana. O poder franco alcançou seu desenvolvimento máximo com o neto de Carlos Martelo, Carlos Magno, que se tornou o monarca mais poderoso da Europa. No ano 800, foi coroado imperador dos romanos pelo papa Leão III. O título imperial de Carlos Magno foi ostentado sucessivamente pelos imperadores do Sacro Império Romano- Germânico até o início do século XIX. Lombardos, povo germânico. Estabelecido, a princípio, ao longo do rio Elba, invadiu e conquistou o norte e o centro da Itália entre 568 e 572, quando o chefe Alboim fundou o reino da Lombardia; sua dinastia foi destronada por Carlos Magno, em 774. Bretões, nome dado aos antigos habitantes da Britânia (Reino Unido), grupos celtas que, desde o final da Idade do Bronze, chegaram do continente. Quando os anglos e os saxões invadiram a ilha, muitos deles fugiram para a Bretanha (França). Belgas, povos germânicos e celtas que habitavam o norte da Gália. Lutaram ferozmente contra Júlio César no princípio das guerras gálicas, mas foram dominados em 57 a.C. Celtas, povo que dominava a maior parte do oeste e centro da Europa durante o primeiro milênio a.C. e que transmitiu seu idioma, costumes e religião aos outros povos da região. Os antigos gregos e romanos reconheceram a unidade cultural de um povo cujo território se estendia do leste europeu ao norte do 4
  • 5. continente. Seu nome genérico aparece nos informes romanos como celtae (derivado de keltoi, o nome que Heródoto e outros escritores gregos deram a este povo), galatae ou galli. Os celtas falavam uma língua indo- européia da mesma família dos vizinhos itálicos, helênicos e germânicos. Os topônimos celtas, junto com os nomes das tribos, pessoas e deuses, nos permitem pensar em sua presença num extenso território europeu da Espanha ao mar do Norte e das ilhas Britânicas ao baixo Danúbio. A sociedade Celta tinha uma base rural, centrada na agricultura e no pastoreio, e sua unidade era tribal. Nela, a sociedade estava estratificada em: nobreza ou famílias dirigentes de cada tribo, agricultores livres que também eram guerreiros, artesãos, trabalhadores manuais e outras pessoas não livres, e os escravos. Também existia uma classe instruída que incluía os druidas, ou sacerdotes. Os celtas também sobressaíram na metalurgia e eram pródigos em habilidades artísticas expressas em objetos como armaduras e arreios para seus cavalos. VÂNDALOS Genserico (c. 400-477), rei dos vândalos (428-477) no período do máximo poderio desse povo. Era filho de Godegiselo, rei dos vândalos durante a invasão da Gália. Conduziu seu povo da Hispânia até a África, derrotando os romanos. No ano 439, ele conquistou Cártago e a transformou em capital. Posteriormente, realizou diversas incursões ao Mediterrâneo até invadir Roma. O imperador do Oriente, Zenão, se viu obrigado a reconhecer as possessões de Genserico (norte da África, Sicília, Córcega, Sardenha e as ilhas Baleares) e a estabelecer a paz com ele no ano 476. FEUDALISMO O feudalismo sistema contratual de relações políticas e militares entre os membros da nobreza da Europa Ocidental durante a Alta Idade Média, se caracterizou pela concessão de feudos, quase sempre em forma de terras e trabalho, em troca de proteção política e militar. O contrato feito era selado por um juramento de vassalagem e fidelidade. O feudalismo unia a proteção política e militar à possessão de terras com o propósito de preservar a Europa medieval da desintegração em diversos domínios independentes depois da queda do império carolíngio. No século IX, muitos personagens poderosos se esforçaram para constituir seus próprios grupos de vassalos dotados de montaria, a quem ofereciam benefícios em troca de seus serviços. O vassalo não só prestava o juramento obrigatório de fidelidade a seu senhor, como também um juramento especial de vassalagem ao senhor feudal, o qual, por sua vez, lhe concedia um feudo. Desse modo, o feudalismo se tornou uma instituição política e militar, fundamentada em uma relação contratual entre duas pessoas individuais, que mantinham seus respectivos direitos sobre o feudo. O feudalismo alcançou a maturidade no século XI e teve seu ponto máximo nos séculos XII e XIII. Sua origem foi a região compreendida entre os rios Reno e Loire, dominada pelo ducado da Normandia. Com a conquista por seus soberanos, no final do século XI, do sul da Itália, Sicília e Inglaterra e a ocupação da Terra Santa pela primeira Cruzada, as instituições feudais foram estabelecidas em todas essas áreas. A Espanha também adotou um certo tipo de feudalismo no século XII, igual ao implantado no sul da França, 5
  • 6. no norte da Itália e nos territórios alemães. Também a Europa Central e a Oriental conheceram o sistema feudal durante um certo tempo e em grau limitado, sobretudo quando foi implantado o feudalismo no império bizantino depois da quarta Cruzada. A proteção militar era fundamental no feudalismo. Durante os séculos XII e XIII ocorreram muitos conflitos entre os senhores e seus vassalos devido aos serviços que estes últimos deveriam prestar. Na Inglaterra, a Magna Carta definiu as obrigações dos vassalos do rei. Devido ao caráter contratual das relações feudais, qualquer ação irregular cometida pelas partes poderia originar a quebra do contrato. Quando o vassalo não cumpria as obrigações exigidas, o senhor podia confiscar seu feudo. Os monarcas, durante toda a época feudal, tinham outras fontes de autoridade além de seu domínio feudal. O renascimento do saber clássico significou o ressurgimento do Direito romano, com sua tradição de governantes fortes e da administração territorial. A Igreja considerava que os governantes deviam seu poder para governar graças à concessão divina e estavam revestidos de um direito sagrado. O florescimento do comércio e da indústria deu lugar ao desenvolvimento das cidades e do aparecimento de uma burguesia incipiente, a qual exigia que os príncipes mantivessem a liberdade e a ordem necessárias ao desenvolvimento da atividade comercial. Essa população urbana também exigia um papel no governo das cidades para manter sua riqueza. RENASCIMENTO O desenvolvimento econômico, exigia melhores condições de vida e embelezamento urbano. Assim, os mecenas ( membros da burguesia) passaram a financiar as obras urbanas e os artistas, inclusive, pagando-lhes cursos de formação junto à pintores e escultores renomados. Foi um período marcado pelo HUMANISMO ( valorização do ser humano), que trouze à tona os valores de Grécia e Roma, lembrando a época na qual o homem foi plenamente feliz. Muitos foram os artitas e obras que se destacaram, passando a compor o patrimônio cultural da humanidade. REFORMA PROETESTANTE Cansado dos usos e abusos da Igreja Católica Apostólica Romana, que para dominar o imaginário popular e obter recursos para o financiamento de suas obras e guerras em nome de Deus, não poupara esforços, Martin Luter ou Martinho Lutero, um monge católico, fez 95 teses criticando a postura da Igreja. Entre os posicionamentos, estavam: – Papel do Papa, como representante de Deus na Terra; – O padre é um simples mortal, portanto, não é confiável de ouvir e hápto a perdoar os pecados alheios; – A Bíblia não poderia ser escrita em latim ( língua esta que só os membros da Igreja conheciam); 6
  • 7. – As missas tinham que ser na língua natural do fiel, para que pudesse ter sentido o aprendizado; – A Bíblia não era acessível por ser escrita, já que a maioria dos fieis eram analfabetos. – A Igreja não poderia vender relíquias sagradas, nem fazer roteiros cristãos, bem como oferecer o perdão em troca de dinheiro e posição social e política. – Os padres deveria ter uma moral respeitável. Como resposta, a Igreja Católica, reuniu-se em um Concílio, que teve a duração de 20 Anos, o Concílio de Trento, onde reafirmava seus dogmas e colocava a missa em latim com duas horas de duração, contando com parte da litúrgia apresentada por um coro de anjos, que vinha do mesanino ao fundo, virado de frente para o altar. - Criou-se a Ordem dos Jesuítas, que tinha por objetivo catequizar pela Cruz ( religião) ou pela Espada (guerra) e o estilo Barroco, como forma de atração do fiél que ia à igreja para se encantar com a decoração, a música e a dramatização das esculturas e pinturas, seguidas a literatura com textos dramáticos. - Instituiu-se o celibato, entre outras medidas moralizadoras. IMPÉRIO BIZANTINO Império Bizantino, parte oriental do Império Romano, que sobreviveu à queda do Império do Ocidente no século V d.C. Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I, o Grande, fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou seja, daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa, sudoeste da Ásia e na parte nordeste de África, que também incluíam países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas instituições. Representou, inicialmente, um refúgio para a nobreza romana, enquanto Roma ruía pelas invasões e crises. Concentrou o cristianismo ( na sua mais pura forma), seguido das influências culturais gregas, que mistruradas com a cultura oriental, geraram um novo movo de concepção política, econômica, religiosa e cultural. No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação ( após inúmeras invasões e ocupações), alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu. O renascimento cultural foi acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura. 7
  • 8. Em 1071, os Seljúcidas invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. Os bizantinos perderam suas últimas possessões na Itália e foram separados do Ocidente cristão devido ao cisma de 1054 aberto entre a Igreja ortodoxa e o Papado. O imperador Aleixo I Comneno, fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada (1096-1099). Embora, em um primeiro momento, o Império tenha se beneficiado das Cruzadas, recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas precipitaram sua decadência. O imperador Miguel VIII Paleólogo, recuperou Constantinopla das mãos dos latinos em 1261 e fundou a dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos otomanos, em plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354, ocuparam os Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim do Império em 1453. Contudo, a tradição intelectual bizantina não morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a Itália durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre o Renascimento italiano. ISLÃ 1. INTRODUÇÃO Importante religião mundial (a população muçulmana é estimada em mais de 935 milhões), originária da península da Arábia e baseada nos ensinamentos de Maomé (570-632), chamado o Profeta. Segundo o Alcorão, o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um seguidor da revelação divina contida no Alcorão e formulada pelo profeta Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos seguidores de Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se ofendidos quando são chamados de maometanos pois isto implica a idéia de um culto pessoal a Maomé, proibido no Islã. 2. DOUTRINA E PRÁTICA As duas fontes fundamentais da doutrina e da prática islâmicas são o Alcorão e a S unna (conduta exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o Alcorão como a palavra “incriada” de Deus, revelada a Maomé através de Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas acreditam que Deus, e não o Profeta, é o autor destas revelações. Por isto, o Alcorão é infalível. O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética (610-632). A segunda fonte essencial do islã, a sunna ou exemplo do Profeta, é conhecida através dos Hadith, recompilação de tradições baseadas no que disse ou fez o Profeta. Ao contrário do Alcorão, os Hadith não são considerados infalíveis. O monoteísmo é uma matéria central para o Islã: a crença em um Deus (Alá), único e onipotente. Deus desempenha quatro funções fundamentais no Universo e na humanidade: criação, sustentação, orientação e julgamento, que se conclui com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os 8
  • 9. indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou o Universo por absoluta misericórdia, é obrigado também a mantê-lo. A natureza é subordinada aos homens que podem explorá-la e beneficiar-se dela. Todavia, o último objetivo humano consiste em existir para o “serviço de Deus”. No que se refere à prática islâmica, cinco deveres — conhecidos como os “pilares do Islã”— são fundamentais: – profissão da fé ou testemunho; “Não há nada superior a Deus e Maomé é seu enviado”. Esta profissão deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano pelo menos uma vez na vida. – cinco orações diárias. Durante a oração, os muçulmanos olham em direção à Caaba, em Meca (Makka). Antes de cada oração comunitária, é feita uma chamada pública, pelo muezim, a partir do minarete da mesquita. - Pagar o zakat (óbolo), instituído por Maomé. - Jejum no mês de Ramadã. - Peregrinação à Caaba, em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado fisicamente e dotado de bens suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez na vida. Além destas cinco instituições básicas, o Islã impõe a proibição do consumo de álcool e carne de porco. Além da Caaba, os centros mais importantes da vida islâmica são as mesquitas. 3.ISLÃ E SOCIEDADE O conceito islâmico de sociedade é teocrático, sendo que o objetivo de todos os muçulmanos é o “governo de Deus na Terra”. A filosofia social islâmica baseia-se na crença de que todas as esferas da vida constituem uma unidade indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este ideal inspira o Direito islâmico, chamado sharia, que explica os objetivos morais da comunidade. Por isso, na sociedade islâmica, o termo Direito tem um significado mais amplo do que no Ocidente moderno secularizado, pois engloba imperativos morais e legais. A base da sociedade islâmica é a comunidade dos fiéis que permanece consolidada no cumprimento dos cinco pilares do islã. Sua missão é “inspirar o bem e proibir o mal” e, deste modo, reformar a Terra. A luta por este objetivo tenta se concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for necessário, pode englobar o uso da violência e a utilização de exércitos. A finalidade prescrita pela jihad não é a expansão territorial ou a tomada do poder político, e sim a conversão dos povos ao Islã. 4. HISTÓRIA Na época de Maomé, a península da Arábia era habitada por beduínos nômades — dedicados à 9
  • 10. criação de rebanhos e saques —, e pelos árabes que viviam do comércio. A religião dos árabes pré-islâmicos era politeísta e idólatra, embora existisse uma antiga tradição de monoteísmo. Maomé foi precedido por oradores monoteístas, mas com pouco êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da tribo beduína Curaichita, Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando começou a pregar em Meca, sua cidade natal. Depois de quatro anos, convertera cerca de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam naquele discurso monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as caravanas que paravam em Meca para reverenciar ídolos locais, Maomé acabou fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido por Hégira, inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632, Maomé já era o dirigente máximo de uma religião que ganhava poder com grande rapidez. A primeira escola importante de teologia islâmica, a mutazilita, surgiu graças à tradução das obras filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da importância das boas ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta unicidade e justiça de Deus. Os mutazilitas foram os primeiros muçulmanos a adotar os métodos filosóficos gregos para difundir suas idéias. Alguns de seus adversários utilizaram os mesmos métodos e o debate resultou no movimento filosófico islâmico, cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX), que tentou conciliar os conceitos da filosofia grega com as verdades reveladas do islã. No século X, o turco al–Farabi foi o primeiro filósofo islâmico a subordinar revelação e lei religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é idêntica em todo o mundo e que as diversas religiões existentes são expressões simbólicas de uma religião universal ideal. No século XI, o filósofo e médico persa muçulmano Avicena (Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática integração do racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés, o filósofo e médico ibero- muçulmano do século XII, defendeu os conceitos aristotélicos e platônicos e converteu-se no filósofo islâmico mais importante da história intelectual do Ocidente. A estagnação da cultura islâmica depois da Idade Média resultou em uma renovada insistência no pensamento original (ijtihad) e nos movimentos de reforma religiosa, social e moral. O primeiro deste tipo foi o wahabita, nome dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab, que surgiu na Arábia, no século XVIII, e converteu-se no líder de um grande movimento que se integrava com as ramificações do mundo muçulmano. Outros reformistas islâmicos foram marcados por idéias ocidentais como Mohamed Abduh ou Mohamed Iqbal. Embora as idéias modernas estejam baseadas em interpretações plausíveis do Alcorão, os fundamentalistas islâmicos opuseram-se fortemente a elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a educação moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de difundirem a moralidade ocidental. Por fim, o ressentimento que os muçulmanos sentem pelo colonialismo ocidental fez com que muitos deles relacionassem às culturas do ocidente tudo que seja sinônimo e representação do mal. 10
  • 11. XIITAS Termo coletivo para referir-se a várias seitas muçulmanas que constituem 10% do mundo islâmico. Os demais muçulmanos são sunitas. Os xiitas são partidários de Ali, primo e genro de Maomé, além de quarto chefe (califa) da comunidade islâmica após a morte do profeta. O movimento xiita começou porque Ali reclamava o poder para si, alegando que a sucessão de Maomé deveria seguir uma linha de sangue. Por outro lado, os sunitas acreditavam que bastava o candidato a líder repetir a suna do profeta, ou seja, seu comportamento. A rivalidade entre os xiitas e sunitas, portanto, remonta ao tempo da morte de Maomé (632). Até hoje, os xiitas consideram o islamismo que praticam como a mais pura representação da religião original de Maomé. Durante o período da dinastia omíada(661-750), surgida na tribo curaichita à qual pertencia Maomé, os xiitas eram chamados descendentes de Ali e, apesar de se acreditarem merecedores da liderança religiosa e política, eram rejeitados pela maioria dos imãs (chefes religiosos). Segundo uma doutrina surgida entre os alidas (seguidores de Ali), a missão profética de Maomé prolongava-se no imanado e o imã é impecável e infalível. Os alidas determinaram que o imã é o único capaz de formular e interpretar leis porque somente a ele, Alá transmitiu o dom do conhecimento perfeito. Quatro princípios encontram aceitação geral entre os xiitas: – Ali foi eleito por Deus como imã e chefe justo do mundo – A existência do universo depende da presença de um imã vivo – Todos os imãs têm que descender de Ali – Ali e seus descendentes possuem qualidades sobre-humanas reconhecidas, pelos outros muçulmanos, apenas nos profetas. OS DIVERSOS GRUPOS E SEITAS XIITAS A maioria dos grupos xiitas professam que os imãs devem, obrigatoriamente, descender de Ali e sua esposa Fátima, a única filha de Maomé. Com o tempo, devido a divergências ideológicas quanto à linhagem dos imãs legítimos, cristalizaram-se três concepções de xiismo: os duodécimos, os ismaelitas (subdividido entre carmatas e fatímidas) e os zaiditas. Os duodécimos formam o grupo maior e reconhecem uma linha de 12 imãs sucessivos, o último dos quais ainda estaria vivo, apesar de ter se ocultado no ano 874. Os ismaelitas crêem que o último imã foi Ismael, bruscamente subtraído do mundo apesar de poder revelar-se a alguns iniciados. Entre os ismaelitas desenvolveu-se uma corrente que reconhece, apenas, sete imãs sucessivos. Este sétimo ocultou-se no século VIII, sendo sua linha reiniciada dois séculos depois. Tanto os duodécimos quanto os ismaelitas atribuem qualidades hereditárias e milagrosas a seus imãs. Já para os zaiditas — cujo nome deriva de Zaid Ibn Ali(740), fundador do movimento e descendente direto de Ali —, o verdadeiro xiita é qualquer muçulmano que siga as regras dos descendentes de Ali e Fátima e seja culto, piedoso e ativo no meio político. As três seitas possuem enfoques distintos sobre a questão da autoridade religiosa, embora os 11
  • 12. duodécimos e os ismaelitas compartilhem quase a mesma teoria. Como os duodécimos perderam todo o contato com o imã real desde o século IX, escolhem seus imãs entre os homens religiosos que, tradicionalmente, sejam sábios na literatura e instruções do profeta. Os imãs superiores (aiatolás ou marja al-taqlid) gozam de uma autoridade muito maior que os juristas ismaelitas e zaiditas. LEI, RITUAL E TEOLOGIA A lei religiosa, ou Sharia, é a base do Islã, comandando a vida pública e privada de qualquer muçulmano. A Sharia é um conjunto de normas extraídas do Alcorão e da suna. O Fiqh, é a interpretação da Sharia pelos imãs, baseados no consenso dos sábios e no raciocínio analógico entre as leis e os fatos da vida cotidiana. Este esforço de interpretação e adaptação das imutáveis leis maometanas envolveu grande efervescência cultural. Durante a dinastia abássida, também oriunda da tribo curaichita, o pensamento jurídico foi influenciado pelo lógica grega e precisou de uma jurisprudência: os Hadiths. Os Hadiths, considerados a segunda autoridade jurídica no que se refere a rotina de um muçulmano (a primeira é o Alcorão), são documentos, interpretados pelos imãs, com instruções que os muçulmanos acreditam inspiradas por Deus. Os Duodécimos e os ismaelitas crêem que os Hadiths são uma fonte de inspiração divina e iguais, em sabedoria, aos do Profeta. Os duodécimos rezam três vezes ao dia e realizam peregrinações menores aos túmulos dos doze imãs que, ocasionalmente, podem substituir a peregrinação obrigatória à Meca (um dos cinco pilares do Islã). Os duodécimos e os zaiditas pregam a temporalidade do Alcorão e que a história da humanidade e do Universo não está predeterminada. Os ismaelitas seguem uma adaptação do neoplatonismo. De modo geral, as teologias xiitas mostram-se muito sensíveis às influências filosóficas. Sunitas, grupo muçulmano que constitui a maioria dentro da comunidade islâmica mundial. Aceitam a suna — ou repetir o comportamento do profeta — guiados pelas leis do Alcorão. Enfatizam o poder de Deus e ao determinismo do destino humano. Dentro de sua teologia desenvolveram-se diversos matizes interpretativos. A tendência sunita tem sido acomodar-se às diferenças de opinião das minorias e confirmar o consenso da comunidade no que se refere a assuntos doutrinais. Árabes, nome dos habitantes da península Arábica. A denominação é, muitas vezes, erroneamente aplicada a povos estreitamente relacionados aos árabes no tocante à ascendência, idioma, religião e cultura. O idioma árabe é o símbolo principal de uma unidade cultural. O islamismo proporciona o outro grande vínculo. A Arábia foi a base de uma civilização florescente muito antes da era cristã. Porém, a partir de meados do século VII d.C., a influência árabe se estendeu por todo o Oriente Médio, Europa (Sicília, Espanha e Portugal), a região sul do Saara, Índia, Madagascar e o arquipélago malaio. Atualmente, há mais de 200 milhões de árabes que vivem, principalmente, em 21 países, constituindo a maioria da população da Arábia Saudita, Síria, Iêmen, Jordânia, Líbano, Iraque, Egito e outros países do norte da África. 12
  • 13. Por califado, entende-se, o território sob jurisdição do califa, considerado dirigente supremo da comunidade muçulmana e sucessor do profeta Maomé. Os califas eram chefes seculares e religiosos, mas não tinham poder para formular dogmas, já que a revelação divina foi manifestada, na sua totalidade, por Maomé. Maomé morreu, em 632, sem deixar instruções sobre o futuro governo da comunidade muçulmana. Ali, genro e primo do profeta, casado com Fátima, a única filha de Maomé, reclamou o poder para si, iniciando a divisão que, até hoje, existe entre os islâmicos. Os que apoiavam Ali deram início ao movimento xiita. Alguns líderes islâmicos se reuniram em Medina e decidiram manter o poder dentro da clã curaixita ao qual pertencera o profeta. O primeiro sucessor de Maomé foi Abu Bakr que por pouco tempo esteve no poder. Em 634, Osman foi elevado a califa e mandou organizar, em um livro, os textos dispersos que formaram o Alcorão, livro sagrado do Islã. Em 644, Utmán ibn Affan transformou-se em califa. Finalmente, Ali, que conspirava para alcançar o poder, foi consagrado califa, embora o governador Muawiya, da Síria, não reconhecesse sua autoridade. Após o assassinato de Ali instalou-se, definitivamente, a divisão entre os xiitas e sunitas. Os primeiros acreditam que o Alcorão deve ser interpretado literalmente e que a sucessão de Maomé deveria, sempre, seguir a linha de sangue. Os segundos pregam que importante era os muçulmanos repetirem a suna, isto é, o comportamento de Maomé. O sucessor de Ali foi Omíada Muawiya, que transferiu a capital de Medina para Damasco. Omíada também estabeleceu o princípio de sucessão califal, designando como herdeiro seu filho Yazid. O califas omíadas expandiram o império muçulmano para leste, até as fronteiras da Índia e da China e para oeste, pelo norte da África até o oceano Atlântico e Península Ibérica, avançando até quase o centro do antigo reino dos francos. Os omíadas foram derrotados por comunidades muçulmanas insatisfeitas com seu regime, dirigidas pela família abássida que, após chegar ao poder, transferiu a capital para Bagdá. No ano 750, Abu al-Abbas tomou posse do califado e os abássidas se mantiveram no poder até 1258. Em fins do século IX, começaram a delegar funções administrativas e, em meados do século X, perderam o poder. Quando os mongóis saquearam Bagdá, em 1258, dois membros da família abássida fugiram para o Egito onde se esconderam, apoiados pelo sultão mameluco Baybars I. Mais tarde, Baybars nomeou-os califa. Ambos só puderam assumir deveres religiosos e os herdeiros de um deles permaneceram submetidos aos sultões mamelucos. Estes abássidas foram os fundadores do Cairo e sua dinastia durou de 1261 até 1517. Durante o século X, califados inimigos se estabeleceram no norte da África e península Ibérica. Um era liderado pela dinastia Fatímida, fundada por Ubayd Allah, de ideologia xiita e que se acreditava descendente de Fátima e Ali. Os fatímidas não reconheciam a autoridade abássida. Sua dinastia foi derrotada no ano de 1171 por Saladino que se proclamou sultão do Egito. O segundo califado independente, da dinastia berbere almôada, invadiu al-Andalus (Andaluzia, territórios muçulmanos da península Ibérica) quando Abd al-Rahman (912-961), proclamou-se califa. O processo de conquista da Andaluzia foi iniciado por Abd al-Rahman, em 756. Al-Rahman terminou conseguindo fixar um estado muçulmano, independente do califado de Bagdá, no emirado de Córdoba (756- 13
  • 14. 929). Com sua morte, a figura do califa enfraqueceu e ficou submetida à vontade do general Almanzor (940- 1002). Desaparecido Almanzor, o califado também se distribuiu em 30 reinos de taifas (1031). Esta desunião, junto do avanço dos reinos cristãos do norte, provocaram o fim da presença muçulmana na península Ibérica, fato que se produziria de forma definitiva em 1492. Desde o século XIII, alguns nobres e príncipes muçulmanos assumiram o título de Califa, em particular os sultões do Império Otomano, sem levar em conta os requisitos prescritos para o exercício do califado. O império sofreu um golpe decisivo durante a I Guerra Mundial. Ao findar a luta, os nacionalistas turcos derrotaram o sultão e o califado foi abolido (março de 1924) pela Grande Assembléia Nacional Turca. Al-Andalus, nome que designava o território dominado pelos muçulmanos na península Ibérica. Em 711, o rei visigodo Rodrigo foi derrotado pelos exércitos berberes dirigidos por Tariq. Estes decidiram prosseguir com a conquista de todo o território peninsular, concluída cinco anos depois. Na evolução de al-Andalus é possível distinguir-se três períodos: o emirado dependente (714-756), no qual o território foi convertido em uma província do Islã sob a soberania dos califas omíadas de Damasco; o emirado independente (756-929), constituído quando Abd al-Rahman I, membro da destronada dinastia omíada chegou ao poder e deixou de obedecer a Bagdá e ao califado abássida; e, por último, o califado omíada, iniciado quando o emir Abd al-Rahman III se proclamou califa (929), o que representou a independência religiosa de al-Andalus. Posteriormente, as diferenças entre os grupos étnicos provocaram a fragmentação desse domínio em numerosos reinos de taifas na metade do século XI. A Espanha muçulmana voltou a unificar-se sob o império dos almorávidas (1090-1145) e dos almôadas (1157-1212), mas a grande expansão cristã do século XIII reduziu o espaço dominado pelos muçulmanos ao reino Nazarí de Granada, que perdurou até 1492, data em que foi encerrado o processo de Reconquista pelos reinos cristãos peninsulares. Califado Omíada, dinastia que governou o califado árabe do Islã de 661 a 750 e a Espanha muçulmana de 929 a 1031. Todos os califas da dinastia eram descendentes de Umayya ibn Abd Shams, cidadão da Meca e membro da tribo quraysh, que viveu pelo menos duas gerações antes do profeta Maomé. O fundador da dinastia, Muawiya, e seus dois sucessores pertenciam ao ramo sufyaní (descendentes de Abu Sufyan) da família Omíada, enquanto os demais califas omíadas eram marwaníes, descendentes de Marwan ibn al-Hakam, que tomou posse do califado em 684. O centro do poder omíada e a sede do califado era a Síria e sua corte se localizava em Damasco. O califa omíada mais conhecido é provavelmente Abd al-Malik (685-705), que construiu a Mesquita da Roca de Jerusalém, emitiu a primeira moeda muçulmana e adotou a utilização do árabe como a língua oficial da administração. A Grande Mesquita de Damasco (construída a partir da igreja bizantina de São João) e a Mesquita Aqsa de Jerusalém foram construções omíadas. A dinastia realizou uma grande expansão cultural. Próximo ao ano 750 seus califas, embora não tivessem êxito nas tentativas de conquistar Constantinopla (atual Istambul), capital do Império Bizantino, controlavam uma área que se estendia do sul da França e a maior parte da península ibérica, até a fronteira 14
  • 15. da China e o norte da Índia. Durante esse período, o islamismo, como religião e cultura, sofreu uma profunda evolução. Começaram a formar-se as duas principais doutrinas islâmicas que conhecemos atualmente, o sunismo e o xiismo. A dinastia foi derrubada pelos abássidas em 750, numa revolta que começou na província de Jurasán, no nordeste da Pérsia. Abássidas, dinastia de califas que governou o califado de Bagdá de 750 até 1258. Descendentes de Abbas, membro da tribo Quraysh de Meca, que era tio do profeta Maomé. Os abássidas tomaram o califado após derrotar a dinastia omíada, e o mantiveram até os mongóis saquearem Bagdá e assassinarem o último califa da linha sucessória. Durante a maior parte do tempo, a corte ficou em Bagdá, cidade fundada por ordem do segundo califa abássida, Al-Mansur (754-775), em 762. Durante o primeiro século de seu califado, os abássidas foram tanto líderes religiosos quanto políticos do Islã. O auge do poder foi alcançado, provavelmente, no reinado de Harun al-Rashid, que foi assessorado pela família de administradores Barmakíes (ou Barmecíes). Depois da morte de Harun, houve um período de guerra civil entre seus dois filhos, Al-Amin e Al-Ma'mun, e o prestígio da família entrou em declínio. No final do século IX, os abássidas eram incapazes de exercer autoridade política ou religiosa. Do ponto de vista religioso, o poder estava nas mãos dos eruditos do Islã sunita, depois que os califas fracassaram ao tentar impor seu poder na disputa conhecida como Mihna (833-847). Em consequência, os califas ficaram limitados a um papel simbólico, líderes nominais do Islã sunita. Os seguidores do xiismo rejeitaram completamente os abássidas. IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA A Igreja Católica Apostólica Romana, é a primeira Igreja cristã. Até a ruptura com a Igreja oriental, em 1054, e com as Igrejas protestantes, no século XVI, era impossível separar a história do catolicismo da história do cristianismo. A primeira grande mudança na história cristã foi sua expansão desde a Palestina até o restante do Mediterrâneo, nas décadas que seguiram à morte de Jesus. O reconhecimento da Igreja pelo imperador Constantino, em 313, permitiu que o cristianismo se aproveitasse da infra-estrutura e imensidão do Império Romano e consolidasse esta evolução. Até o pontificado de Leão I, o papa exercia a primazia sobre todas as congregações cristãs. Mas a queda do Império Romano do ocidente e a incorporação dos povos germânicos à Igreja provocaram várias mudanças. Sob a liderança de um papado reformado no final do século XI, restauraram- se os direitos episcopais no meio da Questão das Investiduras. Como resultado, o papa emergiu desta crise 15
  • 16. como o dirigente reconhecido da Igreja do Ocidente. Estas transformações, somadas às Cruzadas, tornaram a reconciliação com a Igreja oriental — depois do cisma do Oriente (também chamado cisma fociano) de 1054 — mais difícil. Em parte como reação às mudanças oriundas da Questão das Investiduras, a Reforma Protestante estourou em pleno século XVI. A Igreja Católica respondeu com a Contra-Reforma. As acusações lançadas à igreja pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa foram responsáveis pela posição defensiva adotada pelo catolicismo, que vem mantendo-se como importante instituição dentro de um quadro de altos e baixos. CRUZADAS Cruzadas, expedições militares realizadas pelos cristãos da Europa Ocidental, organizadas a partir de 1095, normalmente a pedido do papa, para recuperar o território de peregrinação conhecido pelos cristãos como Terra Santa (entre eles, Jerusalém) e que estava sob o controle dos muçulmanos. A palavra cruzada (do latim crux, “cruz”, o emblema dos cruzados) foi aplicada também, especialmente no século XIII, às guerras contra os povos pagãos, contra os hereges cristãos e contra os inimigos políticos do papado e a qualquer guerra religiosa. A origem das Cruzadas está enraizada no cataclismo político resultante da expansão dos seldjúquidas no Oriente Médio na metade do século XI. As Cruzadas também foram o resultado da ambição de alguns papas que buscaram ampliar seu poder político e religioso. Por outro lado, as expedições ofereciam grandes oportunidades comerciais aos mercadores das poderosas cidades do Ocidente. As Cruzadas foram um grande atrativo para a sociedade contemporânea. Sua popularidade foi solidificada na compreensão da sociedade que apoiou esse movimento. Era uma sociedade de crentes, e muitos cruzados estavam convencidos de que sua participação na luta contra os infiéis lhes garantiria a salvação espiritual. Também era uma sociedade militarista na qual as esperanças e as ambições estavam associadas às façanhas militares. AS PRIMEIRAS CRUZADAS Em 1095, o papa Urbano II planejou a primeira Cruzada na qual os cruzados se agrupariam em Constantinopla e, partindo de lá, realizariam uma campanha contra os muçulmanos da Síria e Palestina, sendo Jerusalém seu objetivo principal. Os exércitos da nobreza e o povo comum procedente da França, do sul da Itália e das regiões da Lorena, Borgonha e Flandres participaram dessa Cruzada. Os cristãos tomaram Jerusalém em 1099 e elegeram um de seus chefes, Godofredo de Bouillon, duque da Baixa Lorena, como governante da cidade. A 16
  • 17. maioria dos cruzados regressou à Europa, permanecendo uma pequena tropa de reserva da força original para organizar e estabelecer o governo e o controle latino (ou europeu ocidental) sobre os territórios conquistados. Dos quatro estados que surgiram, o maior e mais poderoso foi o Reino Latino de Jerusalém. As conquistas da primeira Cruzada se deveram em grande parte ao isolamento e à fraqueza relativa dos muçulmanos. Contudo, a geração posterior a essa Cruzada contemplou o início da reunificação muçulmana no Oriente Médio sob a liderança de Imad al-Din Zangi. Sob seu comando, as tropas muçulmanas obtiveram sua primeira grande vitória contra os cruzados quando tomaram a cidade de Édessa em 1144. Depois disso, os muçulmanos desmantelaram sistematicamente os estados cruzados na região. A resposta do papado a esses sucessos foi organizar a segunda Cruzada no final de 1145. A nova convocação atraiu vários expedicionários, entre os quais se destacaram o rei da França, Luís VII, e o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Conrado III. O fracasso da segunda Cruzada permitiu a reunificação das potências muçulmanas. Em 1169, suas tropas, sob o comando de Saladino, obtiveram o controle do Egito. Este invadiu o Reino Latino de Jerusalém em maio de 1187 e apoderou-se da maior parte das fortalezas dos cruzados no território. Em 1187, o papa Gregório VIII proclamou a terceira Cruzada. Dela participaram o imperador do Sacro Império Frederico I, Felipe II e Ricardo, Coração de Leão, constituindo a maior força cruzada já agrupada desde 1095. Conseguiram tomar várias cidades mediterrâneas do controle de Saladino. Quando Ricardo I partiu da Palestina, o Reino Latino havia sido restabelecido, perdurando em condições precárias por mais um século. AS ÚLTIMAS CRUZADAS As últimas Cruzadas não obtiveram os êxitos militares da terceira Cruzada. A quarta, que durou dois anos, de 1202 a 1204, foi cheia de dificuldades financeiras. Em um esforço para aliviá-las, os chefes cruzados concordaram em atacar Constantinopla junto com os venezianos. Os cruzados conseguiram tomar Constantinopla, que foi saqueada sem misericórdia. O império latino de Constantinopla, criado nessas circunstâncias, sobreviveu até 1261, data em que o imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo retomou Constantinopla. A primeira ofensiva da quinta Cruzada (1217-1221) tinha como objetivo capturar o porto egípcio de Damietta (Dumyat), o que foi conseguido em 1219. A estratégia posterior requeria assegurar o controle da península do Sinai. Não obtiveram todos os seus objetivos, já que os reforços prometidos por Frederico II não chegaram, razão pela qual ele foi excomungado pelo papa Gregório IX. Posteriormente, Frederico II organizou uma Cruzada por sua própria conta, marchou até a Terra Santa e, sem o apoio do papado, conseguiu que os egípcios devolvessem Jerusalém aos cruzados. Ao mesmo tempo, o papa proclamou outra Cruzada, desta vez contra Frederico, e seguiu atacando as possessões 17
  • 18. italianas do imperador. Transcorridos quase 20 anos, Luís IX da França organizou uma Cruzada motivada pela reconquista de Jerusalém por parte dos muçulmanos; o resultado foi um fracasso. Pouco a pouco, as cidades e os castelos dos estados cruzados caíram nas mãos dos poderosos exércitos mamelucos. A última praça forte, Acre, foi tomada em 1291 e os cruzados, junto com as ordens militares dos Cavaleiros Templários e Hospitalários, buscaram refúgio em Chipre e posteriormente na ilha de Rodes, até sua rendição aos turcos em 1522. CONQUISTA DA AMÉRICA Tanto no Brasil como na América a denominação de conquista refere-se ao fato de que quando os europeus aqui chegaram diversos povos habitavam o território. O termo descoberta estaria correto se fosse um local deserto sem a presença dos indígenas. Sendo assim, já que civilizações habitavam o território, obviamente a ocupação européia não foi bem recebida pelos nativos, gerando um processo de conquista do território, com lutas e resistências. Colonização da América inglesa • Em 1607 os ingleses fundaram a primeira colônia na América do Norte: Jamestown. Em 1730 já havia treze colônias distribuídas ao longo da costa litorânea norte-americana. •As colônias inglesas do Norte e a parte da região central dedicavam-se mais ao comércio e à manufatura, do que à agricultura; nas colônias do Sul proliferaram as grandes fazendas, principalmente de algodão, baseadas no trabalho escravo. Colonização da América francesa •No século XVII os franceses conquistaram o golfo do México, denominando-o de Luisiana. •Também se estabeleceram na América Central, nas ilhas de São Domingos, Martinica, Guadalupe e Dominica. No século XVIII o mercantilismo já apresentava visíveis condições de esgotamento: os homens de negócio não queriam mais a intervenção do Estado na economia. Cada vez mais os pensadores liberais do século XVIII passaram a defender a liberdade econômica, criticando as práticas mercantilistas. BRASIL: PERÍODO COLONIAL ( 1532 – 1815) A colonização em nosso país pode ser dividida em três momentos: •Pré- colonizador: 1500 – 1530: marcado por expedições de reconhecimento e posse da terra. •Colonizador: 1532 – 1808: com uma administração própria, ciclos econômicos, totalmente ligado a Portugal, sem ter um representante direto da Coroa Portuguesa em solo brasileiro. Os ciclos econômicos eram: do Pau- Brasil; do Açúcar e do Tráfico Negreiro, da Pecuária, da Mineração (ouro e pedras preciosas ). Foi marcado por Tratados Expansionistas e Territoriais, conflitos entre grupos colonizadores ( portugueses, holandeses, espanhóis e franceses ). 18
  • 19. •De 1808 a 1815: Muita coisa mudara no Brasil porque a Família Real Portuguesa havia chegado em terras brasileiras por fuga diante do avanço das tropas de Napoleão Bonaparte. Portugal ficara em segundo plano, pois a sede administrativa do Império Português localizava-se no Brasil. Em 1815, o rei D. João VI, foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, deixando de ser colônia portuguesa, adquirindo autonomia administrativa. Obviamente, todos estes momentos também tiveram conflitos internos que apontavam para a necessidade de um novo sistema de governo. Rebeliões não faltaram ... PERÍODO PRÉ- COLONIZADOR: EXPEDIÇÕES Sentindo a necessidade de defender as terras brasileiras, garantindo a sua posse, o governo português enviou várias expedições ao Brasil, pois após o “descobrimento” do Brasil, oficialmente, pela expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500, a nova terra foi encarada como uma reserva para futura exploração e território a ser preservado para impedir o monopólio espanhol da região. Na época, o interesse maior de Portugal estava no comércio com a Índia. Limitou-se, portanto, o governo português a enviar expedições de reconhecimento do litoral, como as de Gaspar de Lemos (1501) e Gonçalo Coelho (1503). Promoveu também o arrendamento da terra a Fernando de Noronha, para a exploração do pau-brasil (1505). Franceses e espanhóis também freqüentavam o litoral brasileiro, com os mesmos objetivos de reconhecimento e coleta de pau-brasil. Por este motivo, em duas ocasiões, 1516 e 1526, foram enviadas as expedições guarda-costas de Cristóvão Jaques, com poucos resultados. Em 1530 o rei D. João III, pressionado pela crescente presença francesa, enviou a expedição de Martim Afonso de Sousa. Este navegou o litoral até o rio da Prata, tomou navios a comerciantes franceses e fundou duas vilas, Santo André e São Vicente, no que é hoje o estado de São Paulo. CAPITÂNIAS HEREDITÁRIAS A gravidade da situação fez o governo português, apesar da falta de recursos, optar pelo início da colonização em escala maior. Foi, assim, introduzido em 1534 o regime de capitanias hereditárias, já adotado nas ilhas do Atlântico. Por ele, o rei português dividiu a nova terra em quinze áreas, delegando funções de governo aos donatários ( pessoas de razoáveis condições financeiras ). Estes deveriam distribuir terras (sesmarias) para incentivar a colonização, defender o território e zelar pelo monopólio real do pau- brasil. O vínculo entre o rei de Portugal e os donatários era estabelecido em dois documentos básicos: Carta de Doação ( onde uma parcela das terras era de posse hereditária e tinham a função de administrar e explorar economicamente toda a capitania) e Carta Foral ( que estabelecia os direitos e deveres do donatário em relação à terra explorada ). Em troca receberiam percentuais sobre os produtos exportados e poderiam importar escravos. O regime teve sucesso limitado, sobretudo, nas capitanias de São Vicente e Pernambuco, com a fundação de algumas vilas e o desenvolvimento do açúcar. Em outras a falta de recursos dos donatários, falta de comunicação entre capitanias e Portugal, dificuldades com a lavoura e a hostilidade e constantes revoltas dos indígenas impediu a consolidação. Pontos positivos: Lançou as bases da 19
  • 20. colonização; garantiu a posse da terra para Portugal e revelou a possibilidade de exploração econômica da colônia. GOVERNO GERAL Em 1549, foi instalado o Governo-Geral, com sede em Salvador, cabendo ao governador Tomé de Sousa (1549 – 1553) organizar uma administração central na colônia, sem extinguir as capitanias. Dentre as principais contribuições de seu governo podemos ressaltar: fundação da cidade de Salvador sede da capital do Governo- Geral; criação do primeiro Bispado Brasileiro ( território subordinado à autoridade do Bispo ) em 1551; início da pecuária e incentivo ao cultivo da cana- de- açúcar; organização das Entradas expedições mata à dentro em busca de metais preciosos. Duarte da Costa ( 1553 – 1558 ) trouxe mais Jesuítas para o Brasil. Mem de Sá ( 1558 – 1572): Expulsou os franceses do Rio de Janeiro ( 1567 ), com a ajuda de Estácio de Sá – sobrinho de Mem e chefe militar considerado fundador da cidade do Rio de Janeiro ); matou muitas tribos indígenas que lutavam contra a conquista colonial portuguesa; viu na importação dos negros da África a solução para os problemas da falta de mão- de- obra na agricultura. Mais tarde, em 1573, o Brasil foi dividido por alguns anos em dois governos, Salvador e Rio de Janeiro, na expectativa de melhorar o desempenho administrativo. Nos séculos XVII e XVIII a colônia compreendeu dois governos ou "estados", o do Brasil, com sede em Salvador até 1763 e no Rio de Janeiro a seguir e o do Maranhão, com sede em São Luís, até 1737 e depois Belém. De 1774 passou a existir um só governo, embora os governadores do norte, pela facilidade de comunicação, se dirigissem diretamente a Lisboa. A expansão territorial provocou a ocupação de novas áreas, várias delas além do limite definido pelo tratado de Tordesilhas, gerando a criação de novas capitanias, como as do Pará, Goiás, Mato Grosso, Rio Negro (Amazonas) e Rio Grande do Sul. Tal expansão deveu-se a diferentes movimentos de interiorização, como as entradas, as bandeiras, as missões religiosas, a criação pecuarista e as fortificações militares. Os principais tratados internacionais assinados por Portugal para a fixação das fronteiras do Brasil foram: Tratado de Utrecht ( 1713 ), Tratado de Utrecht ( 1715 ), Tratado de Madrid ( 1750 ), Tratado de Santo Ildefonso (1777 ) e Tratdo de Badajós ( 1801 ). INVASÕES ESTRANGEIRAS Simultaneamente, houve conflitos com outros países que tentaram apoderar-se de parte do território colonial. Assim, ocorreram invasões francesas no Rio de Janeiro – França Antártica ( 1555 , 1560-1567, 1710 e 1711) e no Maranhão (1612-1615), invasões holandesas na Bahia (1624-1625) e Pernambuco (1630- 1654), além de ataques de corsários ingleses no litoral (século XVI), de conflitos pelo controle da foz do Amazonas (século XVII) e da guerra contra os espanhóis no sul, quando os dois países ibéricos disputaram a colônia del Sacramento, no atual Uruguai, o Rio Grande do Sul e a ilha de Santa Catarina. ECONOMIA COLONIAL A atividade econômica colonial iniciou-se pela exploração sistemática do pau- brasil por portugueses e franceses, instalados em feitorias no litoral e contando com a colaboração de indígenas, que derrubavam as árvores em troca de produtos europeus. 20
  • 21. A partir da década de 1530 iniciou-se a produção sistemática de açúcar, com o plantio de cana-de- açúcar, a instalação de engenhos e a utilização da mão de obra escrava africana, substituindo a atividade exploratória ( extração do pau- brasil ) pela organização produtiva dentro das diretrizes do sistema colonial. A propriedade produtora deveria ter duas características fundamentais: ser monocultora ( apenas um produto em larga escala visando as necessidades do mercado europeu ) e escravocrata ( utilizava o trabalho dos negros importados da África ). Motivos que levaram à implantação da empresa açucareira no Brasil: •Condições geográficas favoráves; •Experiência portuguesa de cultivo da cana- de- açúcar bem sucedida na Ilha da Madeira e Açores; •Perspectiva de enormes lucros da metrópole com a venda do açúcar muito bem enquadrado no sistema colonial mercantilista; •Participação financeira dos holandeses que controlariam o transporte, o refino e a distribuição no mercado europeu. O Engenho de Açúcar era o nome da grande propriedade agrícola voltada para a produção do açúcar. Faziam parte do Engenho as seguintes construções: Casa- grande, capela, senzala, casa do engenho ( moendas e fornalhas ), casa de purgar e galpões. Alguns engenhos possuíam ainda residência para o capelão,os feitores, o mestre- de- açúcar e alguns trabalhadores assalariados. A opção pela utilização da mão- de- obra africana era mais conveniente ao sistema colonial mercantilista, pois os lucros da captura e do transporte do negro dirigiam-se para a burguesia da metrópole e para a coroa que recebia os impostos enquanto que os lucros da captura indígena ficavam apenas na colônia. Outros fatores que influenciaram na escolha do trabalho africano ao invés do indígena, foi que os negros eram muito mais desenvolvidos tecnicamente do que os indígenas que ainda estavam na Idade da Pedra, sem contar que a agricultura era feita pelas mulheres das tribos. Os negros eram mais resignados à escravidão em contraste com o índio que era mais hostil, e , vários setores da Igreja eram contra a escravização indígena ( de acordo com os interesses do momento), mas não combatiam a escravização negra. Entre 1560 e 1660, quando expandiu-se a produção antilhana, o Brasil foi o principal fornecedor mundial do produto, cuja produção ocorria em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Embora prejudicada pelo declínio dos preços após 1660, a produção de açúcar continuou a base da economia da região nordestina até o século XX. No século XVIII a economia sofreu novo impulso com a descoberta do ouro em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, gerando rápida expansão desta área, o desenvolvimento do comércio, de cidades mineradoras e do Rio de Janeiro, principal porto escoador da produção. O declínio do ouro, a partir de 1760, provocou uma crise econômica, que o governo português tentou enfrentar com o fomento de novos produtos, como o anil, o linho, o arroz e a cochonilha. A economia colonial foi caracterizada pelo predomínio da grande propriedade, da escravidão e da dependência do mercado externo, com escasso mercado interno. Os comerciantes portugueses tinham o monopólio do comércio, de acordo com as concepções mercantilistas da época, chegando a criar-se companhias monopolistas nos séculos XVII (Companhia do Brasil e do Maranhão) e XVIII (Companhias de 21
  • 22. Pernambuco e Paraíba e Grão Pará e Maranhão). Durante cerca de duzentos anos vigorou o sistema de frotas, reunindo em comboios os navios que iam e vinham para o Brasil. A SOCIEDADE COLONIAL A sociedade colonial embora formalmente refletisse os valores cristãos da metrópole, defendidos pela Igreja e pela Inquisição, foi fortemente miscigenada, tanto do ponto de vista biológico como cultural, com notável mistura de elementos portugueses, indígenas e africanos na culinária, objetos e utensílios, técnicas, costumes, hábitos, religião, música e língua. Na sociedade do açúcar predominou uma estrutura social rígida, com os senhores de engenho e outros proprietários e comerciantes no topo e os escravos na base social, com escasso setor intermediário. Na área do ouro esta rigidez atenuou-se, com o surgimento de um setor intermediário composto de artesãos, pequenos comerciantes, pequenos agricultores e funcionários subalternos. No final do século XVIII a colonização estava em crise, pelas dificuldades econômicas da colônia, pela divulgação das novas concepções iluministas e liberais e pela rigidez da estrutura colonial portuguesa, o que se refletiu em movimentos de insatisfação como: conjurações mineira (1789), carioca (1794) e baiana (1798). Quando Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental contra a Inglaterra (1806) e a corte portuguesa transferiu-se para o Brasil (1808), na prática o Brasil deixou de ser uma colônia, transformado em sede do Império Português. REVOLUÇÃO INGLESA ( SÉC. XVII ) Revolução Inglesa é o nome da do ao conjunto de acontecimentos do século XVII provocados pelos choque entre classes sociais que defendiam a manutenção da antiga ordem feudal e as que desejavam a expansão do capitalismo. Interesses comuns entre a monarquia, a burguesia e a gentry ( nobreza rural que explorava a terra de forma capitalista , vendendo o excedente produzido ):centralização do poder político como garantia de ordem social; uniformização das moedas, do sistema de pesos e medidas e das tarifas para facilitar o comércio; permissão aos corsários para atacar os navios inimigos e incentivo à expansão marítima e comercial. Os conflitos começaram quando a dinastia dos Stuart queria amplos poderes absolutistas atrapalhando o rumo capitalista dos negócios. Houve choque com o parlamento inglês (dominado pela burguesia e pela gentry ) que defendia a limitação jurídica do poder real. Para conseguir apoio da nobreza tradicional católica, a Igreja anglicana valorizou o ritual católico, abandonando os preceitos do conteúdo calvinista. A burguesia, fiel aos princípios calvinistas, fundou novas seitas religiosas como a dos presbiterianos ( também chamados de puritanos ). Eles queriam uma Igreja desligada do poder do Estado, onde os bispos não fossem nomeados pelo rei. Em 1628, o parlamento inglês estabeleceu medidas que restringiam o poder real ( Petição de Direitos ). Em 1629, Carlos I, reagiu contra essas medidas fechando o parlamento e perseguindo líderes políticos que lhe faziam oposição. Posteriormente, viu-se obrigado a reunir o parlamento por conveniência de 22
  • 23. seus interesses. Uma vez reunido, o parlamento, tomou uma série de medidas limitando o poder do rei, o que agravou ainda mais o descontentamento entre rei e parlamento, desencadeando a Revolução Inglesa. A Revolução Inglesa pode ser dividida em 4 etapas principais:Guerra Civil ( 1642 – 1648 ); República de Cromwell ( 1649 – 1658 ); Restauração Monárquica ( 1660 – 1688 ) e Revolução Gloriosa ( 1688 – 1689 ). Os principais acontecimentos de cada uma das etapas foram: •Guerra Civil: a morte do rei após confronto de idéiais do parlamento com o rei Carlos I. Houve guerra civil. As tropas do parlamento foram lideradas por Oliver Cromwell que organizou um novo modelo de exército ( New Model Army ) onde os postos de comando eram conquistados por merecimento e não por origem familiar. •República de Cromwell : o protetorado. A pós derrotar a oposição, cromwell instalou o regime republicano entre 1649 e 1658. Esta república ditatorial foi conhecida como protetorado, cujos fatos marcantes foram: •Formação da Comunidade Britânica ( 1651 ) - com Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales. •Decreto do Ato de Navegação ( 1651 ) - onde toda e qualquer mercadoria que entrasse ou saísse da Inglaterra deveria ser transportada por navios ingleses. O objetivo era favorecer a marinha inglesa e dominar o transporte marítimo mundial. •Guerra contra os holandeses ( 1652 – 1654 ) - a Holanda foi prejudicada com os Atos de Navegação ingleses, pois lucrava com o transporte de produtos coloniais para a Inglaterra. A Holanda declarou guerra, mas foi derrotada ficando a Inglaterra como a maior potência naval do mundo. •Lorde Protetor ( 1653 ) - Cromwell tornou-se o Lorde Protetor da Comunidade Britânica. O cargo é vitalício e hereditário. •Morte de Cromwell (1658) - Seu filho, Ricardo, assume o poder dando continuidade ao governo republicano. •Restauração Monárquica. Marca o fim da Revolução Puritana, com a volta dos reis católicos ao poder. Ricardo foi deposto 8 meses após assumir o poder por militares que agiam em sintonia com o parlamento. O poder foi restituído aos Stuart. Carlos II assume sob domínio político do parlamento. A restauração monárquica dos Stuart estendeu-se pelos reinados de Carlos II ( 1660 – 1685 ) e de seu irmão Jaime II (1685 – 1688). Jaime tentou restabelecer o absolutismo ampliando a influência católica, descontentando a burguesia e a nobreza anglicana, gerando novo conflito entre o parlamento e a monarquia. •Revolução Gloriosa: a derrota do absolutismo. Jaime II foi derrubado pelo parlamento, que temia a volta do absolutismo. O príncipe holandês, Guilherme de Orange, - genro de Jaime II, casado com Maria Stuart – assume o trono inglês, sob a condição de respeitar os poderes do parlamento. Iniciou-se, assim , a Revolução Gloriosa ( 1688 – 1689 ) caracterizada pela luta entre as forças de Guilherme de Orange e as tropas de Jaime II. Com a derrota do pai de Maria Stuart, Guilherme assume com o nome de Guilherme III, assinando a Declaração dos Direitos no qual o parlamento limitava os poderes do rei em vários aspectos. 23
  • 24. Era o fim do absolutismo, onde a superioridade da lei era maior que a do rei. Foi instalada a monarquia parlamentar onde o “ rei reina, mas não governa ”. CONSEQÜÊNCIAS DA REVOLUÇÃO •Fim do absolutismo na Inglaterra: o rei teve seus poderes limitados. A monarquia constitucional garantia as liberdades individuais. O Estado Liberal tem três poderes distintos: Executivo, Legislativo e Judiciário; •Avanço capitalista: houve rompimento definitivo com o sistema feudal, o que abriu espaço para o capitalismo, solidificando- o. As relações trabalhistas no campo foram modificadas, houve aperfeiçoamento das técnicas de produção. A burguesia das cidades e a nobreza rural se uniram no esforço de promover o desenvolvimento econômico inglês , lançando as bases para o desenvolvimento do capitalismo industrial; •A primeira revolução burguesa limitava a participação política das massas populares, colocando em prática um novo projeto social de acordo com seus interesses. ILUMINISMO Movimento intelectual que expressou os anseios da sociedade burguesa do século XVIII, cujos principais pensadores foram: John Locke ( 1632 – 1704), Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778), Charles Montesquieu (1689 – 1755 ), Françoise Voltaire ( 1694 – 1778 ), Denis Diderot ( 1713 – 1784), Jean D' Alembert ( 1717 – 1783), François Quesnay ( 1694 – 1774 ) e Adam Smith (1723 – 1790), entre outros. Defesa de uma concepção de História associada ao ideal de progresso. Secularização de todos os domínios do conhecimento. Defesa da razão e da experiência como instrumentos centrais para a produção do conhecimento. Primado da Razão, para explicar os fenômenos; crítica ao passado e à tradição e defesa do progresso, a partir do racionalismo. Defesa da liberdade de expressão, de pensamento, política e econômica. Compreensão do Estado enquanto instituição humana, cuja legitimidade estava ligada à vontade popular. Nascimento da fisiocracia e do liberalismo econômico, correntes econômicas que defendiam a liberdade econômica ( laissez- faire = deixai fazer). O liberalismo econômico atendia às necessidades de lucro e investimento da burguesia; o trabalho, cada vez mais, era visto como uma mercadoria vendida no mercado de trabalho. Despotismo Esclarecido “Tudo para o povo, nada com o povo”, essa é uma máxima do pensamento despótico. O Despotismo Esclarecido foi uma tentativa de conciliação do poder absoluto com o Iluminismo. Os reis déspotas realizaram reformas de caráter social, com algumas concessões ao povo. As reformas por eles realizadas vinham a fortalecer o Estado Absolutista, mexendo de algum modo no velho estilo de vida da sociedade do Antigo Regime. O Despotismo foi praticado nos seguintes países: Prússia, Áustria, Rússia, Espanha e Portugal. 24
  • 25. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL É um fenômeno tipicamente inglês, que marca a passagem de um sistema de produção predominantemente agrário e artesanal para outro de cunho industrial, dominado pelas fábricas e pela maquinaria. Tem-se a transição de uma economia agrícola tradicional para uma caracterizada por processos de produção mecanizados para fabricar bens em grande escala. Os historiadores aplicam este termo exclusivamente às mudanças produzidas na Inglaterra a partir do final do século XVIII; sua expansão aos outros países denomina-se industrialização ou desenvolvimento industrial. A Revolução Industrial teve lugar no Reino Unido no final do século XVIII, mais precisamente na Grã- Bretanha onde foram encontradas circunstâncias favoráveis que adequadamente aproveitadas, deram ao país as condições de implantar definitivamente o modo de produção capitalista, baseado na produção industrial em massa, nas relações sociais estabelecidas exclusivamente em dinheiro e na propriedade privada dos meios de produção. Londres foi o centro de uma rede comercial internacional que favoreceu o desenvolvimento da economia. A partir de meados do século XIX, este desenvolvimento expandiu-se a outros países. A Revolução Industrial implicou, no princípio, uma redução do poder aquisitivo dos trabalhadores e uma perda de qualidade em seu nível de vida, mas depois implicou um aumento da renda per capita nacional. O trabalho se transferiu da produção de produtos primários à de bens manufaturados e serviços, o que gerou processos migratórios das zonas rurais às urbanas. As mudanças mais importantes afetaram a organização do processo produtivo. Este passou a se realizar em grandes empresas, aumentando a especialização do trabalho. Seu desenvolvimento dependia de uma utilização intensiva do capital e da aparição de novas ferramentas de trabalho especializadas. A experiência adquirida aumentou a produtividade e a especialização. Caracterizou-se por sucessivas inovações tecnológicas, que podem ser assim resumidas: •aparecimento de máquinas modernas - rápidas, regulares e precisas - que substituíram o trabalho do homem, antes realizado a mão; •utilização do vapor para acionar a máquina, isto é, como fonte de energia, em substituição à energia muscular, eólica e hidráulica; •obtenção e trabalho de novas matérias-primas, em particular os minerais, que deram impulso à metalurgia e à indústria química. Todas essas transformações econômicas e sociais - que libertaram o poder produtivo das sociedades humanas - pouco a pouco foram se expandindo para o continente europeu e para além-mar, contribuindo de forma decisiva para pôr fim ao Antigo Regime. Primeira Revolução Industrial (1760 – 1860): substituição do trabalho artesanal pelo mecanizado. •Acúmulo de capitais ( da expansão comercial e do mercantilismo ); •Supremacia marítima; •Reservas minerais ( jazidas de carvão e de ferro ); •Uso de capitais de terra ( controle de produção agrária; o campo produzia para atender à indústria; cercamento dos campos ); 25
  • 26. •Ampliação dos empréstimos a juros ( criação do Banco da Inglaterra, em 1694, para obtenção de créditos para aplicação na indústria ); •Crescimento populacional e êxodo rural ( que geraram grande oferta de trabalhadores ); •Revolução Gloriosa (transformação do Parlamento britânico num efetivo órgão dirigente do Estado ). Segunda Revolução Industrial ( 1860 – 1900 ): era necessário transportar a produção. Novas técnicas e materiais foram descobertas. O vapor foi substituído pelo petróleo e pela eletricidade, enquanto o ferro era substituído pelo aço. Houve multiplicação de redes ferroviárias e rotas marítimas, bem como de indústrias siderúrgicas, petroquímicas, eletrônicas e automobilísticas. Terceira Revolução Industrial: ( segunda metade do século XX ) necessidade de estreitamento dos limites geográficos e aceleração da comunicação entre os povos, reduzindo tempo, despesas, ampliando a lucratividade. Utilização da fibra ótica, do celular, da internet, do e- mail; uso da energia nuclear, desenvolvimento das indústrias eletrônicas, químicas e de informática. Era da Cibernética. A Consolidação do Capitalismo industrial e suas conseqüências: surgimento da oposição de classes: empresários industriais X operários urbanos. Para garantir o lucro, o empresário pagava o menor salário possível enquanto explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos operários, ultrapassando em diversas indústrias a jornada de 15 horas diárias. O salário mal dava para alimentar uma pessoa, tendo o operário que trabalhar com toda a sua família, inclusive com crianças de 6 anos, em fábricas insalubres e de péssimas instalações. Inicialmente os protestos de grupos de operários eram dirigidos às máquinas que representavam o desemprego, a miséria, os salários de fome e a opressão. Posteriormente, percebeu-se que as explorações eram causadas pelo capitalismo industrial. Surgiram, então, os sindicatos que iniciaram a luta por melhores salários e condições de vida para o trabalhador. Impactos do avanço industrial: urbanização; divisão do trabalho em linhas de montagem ( operário perdia a noção do conjunto do processo produtivo, ficando especializado na sua tarefa e alienado em relação ao processo global); produção em série padronizando o gosto dos compradores; desenvolvimento dos transportes e das comunicações. Novas Ideologias foram surgindo enquanto a massa de pobres e explorados ia aumentando ao mesmo tempo que a burguesia pregava uma sociedade mais livre e justa. LIBERALISMO ECONÔMICO: AS LEIS DA NATUREZA E DE MERCADO O liberalismo econômico justificava a sociedade industrial capitalista. Seus principais expoentes foram: Adam Smith - 1723 – 1790 (para ele a economia deveria ser dirigida sem intervenção do Estado, apenas pelo jogo da procura e da oferta de mercado ), Thomas Malthus -1766 – 1834 ( justificava a pobreza pelo altíssimo número de nascimentos de pessoas pobres, desproporcional às fontes de alimentos ) e David Ricardo -1772 – 1823 ( a burguesia era inocente com relação à miséria, devido à lei da oferta e da procura que dizia: quanto maior a oferta de mão- de- obra mais baixos seriam os salários. Com isso os péssimos salários e a exploração dos trabalhadores ficavam justificados. 26
  • 27. O Socialismo surgiu para criticar a exploração e as injustiças cometidas pela sociedade industrial. Ele pode ser divido em três correntes: utópico , científico e cristão. Socialismo utópico: é representada por Saint- Simon - 1760 – 1825 ( criticou o liberalismo econômico e a exploração pelos proprietários capitalistas. Pregava a extinção das diferenças de classes e a construção de uma sociedade onde a pessoa recebesse de acordo com o real valor do seu trabalho ) e Proudhon - 1804 – 1865 ( criticava a propriedade privada alegando ser ela mantida pela exploração do trabalho alheio. Queria a liberdade e a igualdade para todos numa sociedade harmônica sem a força do Estado ). Socialismo científico:representada por Karl Marx ( 1818 – 1895) e Friedrich Engels ( 1820 – 1895). Era considerado científico por ter sido criado a partir de uma análise histórico- filosófica das causas e conseqüências das mudanças no decorrer do tempo. É conhecido como Marxismo. Suas idéias principais são: Dialética (onde forças contrárias se movem promovendo transformações qualitativas e quantitativas na sociedade ); Modo de Produção ( união entre a força de produção econômica – instrumentos e experiência dos trabalhadores – e relações sociais de produção que interferem na vida social, política e intelectual, desde os primórdios da humanidade. A situação social do indivíduo determina a sua consciência; Luta de Classes ( é o motor da história humana. Só teria fim com a existência de uma sociedade comunista perfeita , sem exploração de classes e injustiças sociais); Mais Valia ( valor integral que deveria ser incorporada ao salário do operário,correspondente ao valor social do seu trabalho, mas fica com o empregador, gerando lucros ). Socialismo cristão: Tentativa de aplicar os ensinamentos evangélicos de amor e de respeito pelo próximo aos problemas sociais gerados pela industrialização. A Encíclica de 1891, que originou o pensamento social católico reconhecia o direito à propriedade privada, rejeitava a teoria marxista e condenava a ganância capitalista e a exploração desumana do trabalho. Os empregadores deveriam reconhecer os direitos do empregado como: limitação das horas de trabalho,descanso semanal, estabelecimentos de salários dignos e etc. Recomendava ao Estado a intervenção na economia para melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos setores da habitação e da saúde. INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Os ideais iluministas de liberdade, igualdade e rebeldia às opressões políticas influenciou definitivamente um importante acontecimento no final do século XVIII: a independência das colônias inglesas da América do Norte, ou seja, o nascimentos dos Estados Unidos – a primeira nação independente do Mundo Novo, com a primeira Constituição escrita, a primeira democracia moderna , sem dúvida um duro golpe para o sistema colonial. O processo de independência teve início com o fim da Guerra dos Sete Anos ( 1756 – 1763) entre Inglaterra e França. A Inglaterra venceu, mas teve sua economia abalada devido às despesas militares. Para recuperar suas economia, a Inglaterra voltou-se para a exploração de suas colônias na América, descontentado a classe dominante americanas que não aceitou a exploração colonial dos ingleses. O conflito de interesses entre colonos americanos e autoridades britânicas sempre existiu, pois os colonos queriam construir uma sociedade independente e autônoma, até porque vieram fugidos de perseguições religiosas e de dificuldades econômicas. 27
  • 28. Nas colônias do centro-norte, era desenvolvida a economia policultora baseada na pequena e média propriedade rural. Por causa das condições climáticas, seus produtos assemelhavam-se à produção européia, não interessando comercialmente para a metrópole. Estas colônias escaparam da rigidez do sistema colonial, crescendo como colônias de povoamento, com produção agrícola voltada para o consumo interno, e manufatureira,vendida para outras regiões da própria América. Já as colônias do sul eram voltadas para a produção agrícola destinada ao mercado externo, com base na grande propriedade rural ( latifúndio ) e na utilização de mão- de- obra de escravos africanos. Como localizavam-se em regiões de clima mais quente, estas colônias produziam agricultura para a exportação, de acordo com os interesses metropolitanos, desenvolvendo- se como colônias de exploração. Eram mais conservadoras, e por serem dependentes do comércio com a metrópole, num primeiro momento eram contrárias ao rompimento com a Inglaterra. Entre as leis que foram criadas pela Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, com o objetivo de reforçar a dominação colonial descontentado a burguesia local, estavam: •Lei do Açúcar ( 1764 ): proibia a importação do rum estrangeiro e estabelecia a cobrança de taxas para o açúcar que não viesse das Antilhas. •Leis do Selo ( 1765): cobrava taxas sobre diferentes documentos comerciais, jornais, anúncios etc. •Lei dos Alojamentos( 1765 ): obrigava aos colonos americanos a alojar e alimentar as tropas inglesas. •Lei do Chá( 1773 ): a venda do chá nas colônias era de monopólio exclusivo da Companhia das Índias Orientais (especializada na comercialização de produtos coloniais ). Em 16/12, os comerciantes destruíram diversos carregamentos de chá que estavam nos navios da companhia atracados no porto de Boston. Leis Intoleráveis( 1774 ): foram aplicadas pela Inglaterra para conter a revolta nas Treze colônias. Elas determinavam o fechamento do porto de Boston, julgamento e punição severa a todo colono envolvido nos distúrbios políticos contra a Inglaterra. Em 05/ 09/ 1774, realizou-se o Primeiro Congresso da Filadélfia, com representantes da Treze Colônias que redigiram documento de protesto. A Inglaterra não cedeu, e o choque entre burguesia colonial e Inglaterra foi inevitável. Só com a luta poderiam livrar-se da Inglaterra. A guerra pela independência iniciou em 19 e abril de 1775. Em maio de 1775, ocorreu o segundo Congresso da Filadélfia, que conclamou os cidadãos às armas, nomeando George Washington comandante da tropas americanas. Em 04/ 07/ 1776, Thomas Jefferson redigiu a Declaração oficial de Independência dos Estados Unidos, inspiradas nos ideais iluministas, defendia a liberdade individual e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano. Significados da independência: No plano interno: Todos os homens tinham direitos menos os escravos que só tiveram sua abolição no meio da Guerra de Secessão ( 1861 – 1865 ); no plano externo: Sempre os EUA procuraram apresentar-se como defensores da democracia e da liberdade mundial, mas na prática fazem uma política imperialista de dominação, negando os princípios defendidos. Como foram os pioneiros no rompimento com o sistema colonial, passaram a impor seus interesses econômicos e ideológicos às demais nações, aprisionando-as em sua área de influência político- econômica. REVOLUÇÃO FRANCESA ( 1789 ) 28
  • 29. A Revolução Francesa, foi o processo social e político ocorrido na França entre 1789 e 1799, cujas principais conseqüências foram a queda de Luís XVI, a abolição da monarquia e a proclamação da República, que poria fim ao Antigo Regime. causas determinantes de tal processo estavam na incapacidade das classes dominantes (nobreza, clero e burguesia) de enfrentar os problemas do Estado, a indecisão da monarquia, o excesso de impostos que pesavam sobre os camponeses, o empobrecimento dos trabalhadores, a agitação intelectual estimulada pelo Século das Luzes e o exemplo da Guerra da Independência norte-americana. Mais de um século antes da ascensão de Luís XVI ao trono (1774), o Estado francês já havia passado por várias crises econômicas, resultantes das guerras empreendidas durante o reinado de Luís XIV; da má administração dos assuntos nacionais no reinado de Luís XV; das dispendiosas perdas da guerra entre a França e a Índia (1754-1763) e do aumento da dívida gerada pelos empréstimos às colônias britânicas da América do Norte, durante a Guerra da Independência norte-americana (1775-1783). Seus momentos importantes foram: Assembléia Nacional Constituinte ( 1789 – 1791); Assembléia Legislativa ( 1791 – 1792 ); Convenção Nacional ( 1792 – 1795 ); Diretório (1795 – 1799);Golpe do 18 Brumário ( 9 de novembro de 1799 ). Iniciada em 1789, foi um amplo movimento burguês, apoiado pelo povo, que derrubou o absolutismo na França, estabelecendo o estado burguês, defendendo os direitos individuais do cidadão, a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Eram necessárias reformas de acordo com as reivindicações, mas houveram protestos por descontentamento com as formas de votação, desagradando o rei, seguido de medida que delegava somente a Assembléia Geral legislar em matéria fiscal. Luís XVI, retirou a Assembléia da sala de reuniões. Em protesto, ficou decidido pela não dissolução até que a Constituição fosse voltada. O povo respondeu com insurreição. Assembléia Nacional Constituinte( 1789 – 1791): o povo tomou invadiu e tomou a Bastilha ( uma prisão real que simbolizava o despotismo dos Bourbons ), em 14 de julho; distúrbios, violências e revoltas espalharam-se pelos campos. A burguesia parisiense estabeleceu um governo provisório local organizando uma milícia popular que foi oficialmente denominada Guarda Nacional. A bandeira dos Bourbons foi substituída por uma tricolor (azul, branco e vermelho), que passou a ser a bandeira nacional. A Assembléia Nacional Constituinte aprovou a legislação, pela qual era abolido o regime feudal e senhorial e suprimido o dízimo. Foram proibidas a venda de cargos públicos e a isenção tributária das camadas privilegiadas. A Constituição foi elaborada e na introdução, que seria denominada Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, os delegados formularam os ideais da Revolução, sintetizados em três princípios: “ Liberté, Egalité, Fraternité” (Liberdade, Igualdade, Fraternidade). Em 17 de julho de 1791, os sans-culottes (nome dado aos membros da tendência revolucionária mais radical, que exigia a proclamação da república) se reuniram exigindo a deposição do monarca. Os feuillants, partidários da monarquia constitucional, eram a facção mais moderada; o grupo majoritário, conhecido como A Planície, não tinha opiniões políticas definidas, mas se opunha ao setor radical que ocupava a ala esquerda e era composto, sobretudo, pelos girondinos. Estes defendiam uma república federativa, em projeto semelhante ao dos montagnards, grupo que ocupava A Montanha (nome dado à parte superior da Câmara) e era integrado pelos jacobinos e pelos cordeliers que advogavam a implantação de uma república centralizada. Luís XVI, não aceitando a perda do poder, estabeleceu contato com nobres emigrados e com os 29
  • 30. monarcas da Áustria e Prússia, conspirando contra a revolução. Em 20 de abril de 1792 a Assembléia Legislativa declarou guerra ao Sacro Império Romano-Germânico. A invasão da França provocou sérias desordens em Paris. A Assembléia Legislativa declarou estado de exceção em 11 de julho, depois que a Sardenha e a Prússia aderiram à guerra contra a França. Forças de reserva foram enviadas para a frente de batalha, e voluntários foram conclamados em todo o país. Quando os reforços, procedentes de Marselha, chegaram à Paris, cantavam um hino patriótico conhecido como A Marselhesa e tornou-se o hino nacional francês. Invadiram O Palácio das Tulherias- residência da família real- prendendo e depondo o rei. Foi realizado um conselho executivo provisório, denominado Comuna de Paris. Os montagnards, liderados por Georges Jacques Danton, dominaram o novo governo e passaram a controlar a Assembléia Legislativa, aprovando a realização de eleições em curto prazo, para constituir uma nova Convenção Nacional, na qual teriam voto todos os cidadãos de sexo masculino. Entre o dia 2 e o dia 7 de setembro, mais de mil monarquistas e presumíveis traidores, aprisionados em diferentes pontos da França, foram julgados e executados. A primeira decisão oficial da Convenção Nacional foi a abolição da monarquia e a proclamação da I República. O monarca foi declarado culpado e guilhotinado em 21 de janeiro de 1793 com Maria Antonieta, sua esposa. A Convenção recrutou 300.000 homens, enviando delegados especiais a vários departamentos para organizá-los, descontentando setores do clero e da monarquia que incitaram a Vandéia, rebelião dos camponeses. Em 6 de abril foi criado o Comitê de Salvação Pública, órgão executivo da República. O assassinato de Jean-Paul Marat e a indignação pública suscitada por este acontecimento aumentaram ainda mais a influência dos jacobinos no poder, em todo o país. O líder Maximilien Robespierre tornou-se figura de maior destaque do Comitê. Com o apoio de Louis Saint-Just, de Lazare Carnot, de George Couthon e de outros jacobinos importantes, implantou medidas policiais visando impedir toda e qualquer ação contra- revolucionária, durante um período que passou a ser conhecido como o Reinado do Terror. A situação estava perigosa para a República. As potências inimigas haviam reiniciado uma ofensiva em todas as frentes. Durante o período do Terror, 40. 000 pessoas foram vitimadas. O calendário passou de juliano à republicano em repúdio ao clero. Nesse período a guerra estava favorável à França que derrotou os austríacos em 16 de outubro de 1793, iniciando uma série de vitórias francesas. A Prússia e vários Estados alemães assinaram, em 5 de abril de 1795, o Tratado de Basiléia com o governo francês. A Espanha, também, se retirou da guerra, em 22 de julho. Com isso, as únicas nações que prosseguiram no conflito foram a Grã-Bretanha, a Sardenha e a Áustria. No entanto, por quase um ano não ocorreram mudanças na frente de batalha. A fase seguinte do conflito foi iniciada com as Guerras Napoleônicas. Em 22 de agosto de 1795, foi aprovada a nova Constituição que instituía o Diretório onde o poder executivo era conferido a cinco membros, denominados diretores. O poder legislativo seria exercido por uma Assembléia bicameral, composta pelo Conselho dos Anciãos (250 membros) e pelo Conselho dos Quinhentos. Sucederam-se inúmeros golpes de Estado, decorrentes das lutas pelo poder e, em 5 de outubro, os monarquistas provocaram uma insurreição contra as leis anti-monárquicas, rapidamente reprimida pelo general Napoleão Bonaparte, comandante em chefe dos exércitos revolucionários. O regime da Convenção terminou em 26 de outubro e o novo governo, assumiu suas funções em 2 de novembro. 30