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Pela retomada da luta por Educação Pública e Gratuita para todos!
          Contribuição da Juventude Marxista ao CONEB da UNE (Janeiro/2013 – Recife-PE)

         1. A UNE é a entidade máxima dos estudantes brasileiros na defesa dos seus direitos e interesses.
         2. A UNE é uma entidade livre e independente, subordinada unicamente ao conjunto dos estudantes.
         3. A UNE deve pugnar em defesa dos direitos e interesses dos estudantes, sem qualquer distinção de raça,
            cor, nacionalidade, convicção política, religiosa ou social.
         4. A UNE deve manter relações de solidariedade com todos os estudantes e entidades estudantis do mundo.
         5. A UNE deve incentivar e preservar a cultura nacional e popular.
         6. A UNE deve lutar por um ensino voltado para o interesse da maioria da população brasileira, pelo
            ensino público e gratuito, estendido à todos.
         7. A UNE deve lutar contra toda forma de opressão e exploração, prestando irrestrita solidariedade à luta
            dos trabalhadores de todo o mundo.
                            (Carta de Princípios - Congresso de Reconstrução da UNE, 1979 – Salvador-BA)

    Como podemos ver no excerto acima, em 1979, quando          ou seja, aceitam que não há vagas para todos nas univer-
a UNE foi reconstruída após o período de clandestinidade        sidades públicas, que pode haver universidades pagas,
imposto pela Ditadura Militar, a luta por educação pública      desde que sejam “regulamentadas”. Mas mesmo essa re-
e gratuita para todos era um princípio da entidade. Entre-      gulamentação não é traduzida em questões concretas que
tanto, já há quase 20 anos, as sucessivas direções eleitas da   poderiam colocar os estudantes em movimento. Com isso,
UNE vêm abandonando essa bandeira e substituindo-a por          paralisam a UNE como entidade nacional de luta dos estu-
outras que aparentam ser “paliativos”, mas que na verdade       dantes, tanto é que desde o “FORA COLLOR” (1992) nunca
buscam desviar a genuína luta dos estudantes.                   mais a UNE mobilizou os estudantes nacionalmente.
    No fim dos anos 80 a UNE defendia claramente o fim              É essa política que vai levar a UNE a defender o FIES,
do ensino superior pago. Nos anos 90, a UNE parou de            o PROUNI e a política de cotas, no lugar de defender “Va-
reivindicar vagas para todos nas universidades públicas e       gas para todos nas universidades públicas”. Sob o falso ar-
começou a levantar a bandeira                                                              gumento de que não é possível
da “regulamentação do ensino                                                               que o Estado brasileiro garanta
pago”. Como pode ter mudado                                                                vagas para todos, aceitam que
tão drasticamente? Quais inte-                                                             essa demanda seja suprida por
resses estão por trás disso?                                                               universidades privadas, inclusi-
    Desde o início dos anos 90,                                                            ve subsidiadas por dinheiro pú-
a UNE vem sendo dirigida ma-                                                               blico (como no FIES ou PROU-
joritariamente pela UJS (União                                                             NI), em vez de exigir que o di-
da Juventude Socialista), que                                                              nheiro público seja investido
nada mais é do que o “braço                                                                na abertura de mais vagas nas
jovem” do PCdoB (Partido Co-                                                               universidades públicas. Assim
munista do Brasil). Acontece                                                               passam a aceitar também que a
que, após a queda do muro de                                                               maioria esmagadora da juventu-
Berlim (1989) e a restauração                                                              de pobre deste país (majorita-
capitalista na União Soviética                                                             riamente negra) continue sem a
(1991), várias organizações que                                                            menor perspectiva de acesso ao
se reivindicavam “socialistas”                                                             ensino superior em troca de ga-
tiraram a equivocada conclusão                                                             rantir que um pequeno punhado
de que o “Comunismo” havia                                                                 de estudantes autodeclarados
perdido a batalha e passaram                                                               “negros” ingressem na univer-
a defender o capitalismo como                                                              sidade pública através de cotas
único sistema viável no nosso                                                              raciais ou nas universidades pa-
período histórico. Portanto, ao                                                            gas através do PROUNI.
invés de lutar pela ampliação                                                                  Quando dizemos “um pe-
de direitos que colocariam em questão a propriedade             queno punhado” não estamos exagerando. Para se ter uma
privada dos meios de produção, passaram a propor re-            ideia, em 2012 foram 5 milhões e 700 mil jovens que se ins-
formas que não mudam a estrutura do sistema, mas que            creveram no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
permitiriam algumas aparentes melhorias para a classe           com a esperança de conseguir uma vaga numa Universi-
trabalhadora e a juventude. Com isso, passaram a ignorar        dade Pública. Mas, o Estado brasileiro ofereceu apenas
a própria luta de classes e fazer o jogo dos capitalistas. O    100 mil vagas nas Universidades Federais e mais 250 mil
PCdoB é o exemplo clássico desta política, que também é         bolsas do PROUNI, pagas pelo Governo, com dinheiro pú-
levada a cabo pela direção do PT.                               blico, nas universidades privadas. Isso significa que dos 5,7
    Por isso que param de defender “Fim do Ensino Pago”         milhões de jovens que prestaram o ENEM, apenas 350 mil
e passam a defender “Regulamentação do Ensino Pago”,            conseguiram ingressar no Ensino Superior “gratuitamente”,
enquanto que os outros 5,4 milhões terão que pagar men-         justamente para mudar isso. É preciso compromisso
salidade de alguma universidade paga ou ficarão sem estu-       político com o povo trabalhador para estancar a pilha-
dar. Isso sem falar nos outros milhões de jovens que sequer     gem da nação e destinar os recursos arrecadados para
se inscreveram no ENEM, pois não acreditam que possam           educação, saúde, habitação, cultura, etc. Só assim o tão
ter alguma chance e nem tentam. São esses milhões que ja-       comemorado “desenvolvimento econômico” poderá de
mais serão contemplados com políticas como as do FIES,          fato ser transformado em desenvolvimento social e cul-
PROUNI, Cotas, etc.                                             tural. Alguns setores do Movimento Estudantil reivindi-
     Mas é possível educação pública e gratuita para todos      cam os 10% do PIB para a educação. Certamente isso
em todos os níveis, com qualidade superior à das melho-         seria um avanço em relação ao que se investe hoje, mas
res instituições privadas do país e do mundo. E é possível      ainda assim seria insuficiente e atrelaria o investimento
já! E não estamos falando do Socialismo. A Venezuela, por       na educação ao crescimento do PIB. Em tempos de cri-
exemplo, mostrou que, somente por ter iniciado um pro-          se, se o PIB vier a diminuir (o que não é nem um pouco
cesso revolucionário, ainda inacabado, com a maior parte        improvável) isso faria diminuir também o investimento
da economia ainda sob controle privado, foi possível erra-      em educação.
dicar o analfabetismo e garantir o acesso ao ensino supe-            A reivindicação adequada, que traduz os anseios dos
rior público para todos (hoje na Venezuela não é preciso        filhos da classe trabalhadora de todo o país e que a UNE
passar num vestibular para entrar na universidade: todos        deve retomar, é de “Educação Pública e Gratuita para to-
que se formam no ensino médico têm direito automático a         dos em todos os níveis”! Nenhuma criança fora da escola,
cursar uma universidade pública).                               nenhum jovem fora da universidade, nenhum brasileiro
     No Brasil, em todos os anos é aprovado um orçamento        analfabeto! E que o Governo se vire para bancar isso, não
no Congresso Nacional que destina praticamente metade           importando qual porcentagem do PIB isso represente (mas
da arrecadação de todo o país para o pagamento de juros         sabemos que é mais do que 10% - cerca de R$ 400 bilhões).
e amortização da dívida pública interna e externa (e, desse     O Estado deve garantir o direito de todos os cidadãos à
jeito, também eterna). Por exemplo, está previsto para 2013     educação em todos os níveis!
(e deverá ser aprovado em 05/02/2013) um orçamento de R$             Para isso é preciso que a UNE reassuma os princí-
2,2 trilhões, sendo que destes, R$ 900 bilhões devem ser des-   pios decididos no Congresso de Reconstrução de 1979.
tinados ao pagamento de juros da dívida pública. Enquanto       É preciso que coloque toda a sua estrutura para fomen-
isso, apenas 73 bilhões estão previstos para a educação (e      tar a discussão entre os estudantes do Brasil inteiro e
destes, apenas R$ 13 bilhões para o ensino superior). Isso      colocá-los nas ruas, exigindo que o Governo Federal
mostra a prioridade dos deputados, senadores e do Governo       rompa com o pagamento da Dívida Pública e garanta
Federal em relação à educação. Destinam 12 vezes mais do        educação pública e gratuita para todos! Este é o papel
que para a educação, para pagar juros de uma dívida que não     histórico da UNE agora!
foi o povo que fez e que já foi paga várias vezes. Na verda-         Sabemos que o Governo eleito é um governo de coali-
de, a dívida pública se constitui no mecanismo moderno de       zão entre o Partido dos Trabalhadores e uma série de par-
saque da nação, através do qual o Capital Financeiro conti-     tidos capitalistas. Sabemos que para que o Governo do PT
nua sugando a riqueza do país, tal como faziam os Impérios      rompa o curso atual e passe a governar para os trabalhado-
europeus com o Brasil-Colônia nos últimos cinco séculos.        res implicará numa ruptura dessas alianças com partidos
     O povo trabalhador brasileiro, juntamente com a            como PMDB, PP, PR, etc. E nós, marxistas, lutamos por
juventude, elegeu sucessivamente um Governo do PT               isso inclusive dentro do PT.

• Fim dos vestibulares! Educação Pública e Gratuita para todos em todos os níveis já!
• Nenhuma criança fora da escola, nenhum jovem fora da universidade, nenhum brasileiro analfabeto!
• Pelo não pagamento da dívida pública interna e externa! Todo dinheiro necessário para a educação!
• Pela ruptura do Governo Dilma com os partidos capitalistas!
• Expansão de vagas com qualidade! Abaixo o REUNI!
• Pela redução imediata das mensalidades das universidades pagas! Federalização das Instituições em crise!
• Pela garantia de conclusão dos estudos de todos os estudantes inadimplentes! Pelo direito à educação!
• Contra a evasão, por Assistência Estudantil para garantir que todos os estudantes concluam seus cursos!
• Que a UNE retome os princípios do Congresso de Reconstrução de 1979!
• Que a UNE rompa com os conselhos que unem empresários da educação, governo e estudantes!
• Que a UNE mobilize nacionalmente os estudantes por vagas para todos nas universidades públicas!

  Para debater tudo isso e nos organizarmos para avançar, convidamos todos os estudantes interessados a participar da
Conferência da Juventude Marxista, que se realizará em 29 de março de 2013, em Barra do Sul (SC).

                       Entre em contato por e-mail: contato@juventudemarxista.com

              Jojó/UPFE (081-8679-3927), Johannes/UDESC (047-8859-2435), Felipe/UFRJ (021-8728-8128)
                            Arthur/USP (011-98429-7403), Ramirez/UFMT (065-9280-9999)

    www.juventudemarxista.com - www.marxismo.org.br - www.marxist.com

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Luta por Educação Pública e Gratuita

  • 1. Pela retomada da luta por Educação Pública e Gratuita para todos! Contribuição da Juventude Marxista ao CONEB da UNE (Janeiro/2013 – Recife-PE) 1. A UNE é a entidade máxima dos estudantes brasileiros na defesa dos seus direitos e interesses. 2. A UNE é uma entidade livre e independente, subordinada unicamente ao conjunto dos estudantes. 3. A UNE deve pugnar em defesa dos direitos e interesses dos estudantes, sem qualquer distinção de raça, cor, nacionalidade, convicção política, religiosa ou social. 4. A UNE deve manter relações de solidariedade com todos os estudantes e entidades estudantis do mundo. 5. A UNE deve incentivar e preservar a cultura nacional e popular. 6. A UNE deve lutar por um ensino voltado para o interesse da maioria da população brasileira, pelo ensino público e gratuito, estendido à todos. 7. A UNE deve lutar contra toda forma de opressão e exploração, prestando irrestrita solidariedade à luta dos trabalhadores de todo o mundo. (Carta de Princípios - Congresso de Reconstrução da UNE, 1979 – Salvador-BA) Como podemos ver no excerto acima, em 1979, quando ou seja, aceitam que não há vagas para todos nas univer- a UNE foi reconstruída após o período de clandestinidade sidades públicas, que pode haver universidades pagas, imposto pela Ditadura Militar, a luta por educação pública desde que sejam “regulamentadas”. Mas mesmo essa re- e gratuita para todos era um princípio da entidade. Entre- gulamentação não é traduzida em questões concretas que tanto, já há quase 20 anos, as sucessivas direções eleitas da poderiam colocar os estudantes em movimento. Com isso, UNE vêm abandonando essa bandeira e substituindo-a por paralisam a UNE como entidade nacional de luta dos estu- outras que aparentam ser “paliativos”, mas que na verdade dantes, tanto é que desde o “FORA COLLOR” (1992) nunca buscam desviar a genuína luta dos estudantes. mais a UNE mobilizou os estudantes nacionalmente. No fim dos anos 80 a UNE defendia claramente o fim É essa política que vai levar a UNE a defender o FIES, do ensino superior pago. Nos anos 90, a UNE parou de o PROUNI e a política de cotas, no lugar de defender “Va- reivindicar vagas para todos nas universidades públicas e gas para todos nas universidades públicas”. Sob o falso ar- começou a levantar a bandeira gumento de que não é possível da “regulamentação do ensino que o Estado brasileiro garanta pago”. Como pode ter mudado vagas para todos, aceitam que tão drasticamente? Quais inte- essa demanda seja suprida por resses estão por trás disso? universidades privadas, inclusi- Desde o início dos anos 90, ve subsidiadas por dinheiro pú- a UNE vem sendo dirigida ma- blico (como no FIES ou PROU- joritariamente pela UJS (União NI), em vez de exigir que o di- da Juventude Socialista), que nheiro público seja investido nada mais é do que o “braço na abertura de mais vagas nas jovem” do PCdoB (Partido Co- universidades públicas. Assim munista do Brasil). Acontece passam a aceitar também que a que, após a queda do muro de maioria esmagadora da juventu- Berlim (1989) e a restauração de pobre deste país (majorita- capitalista na União Soviética riamente negra) continue sem a (1991), várias organizações que menor perspectiva de acesso ao se reivindicavam “socialistas” ensino superior em troca de ga- tiraram a equivocada conclusão rantir que um pequeno punhado de que o “Comunismo” havia de estudantes autodeclarados perdido a batalha e passaram “negros” ingressem na univer- a defender o capitalismo como sidade pública através de cotas único sistema viável no nosso raciais ou nas universidades pa- período histórico. Portanto, ao gas através do PROUNI. invés de lutar pela ampliação Quando dizemos “um pe- de direitos que colocariam em questão a propriedade queno punhado” não estamos exagerando. Para se ter uma privada dos meios de produção, passaram a propor re- ideia, em 2012 foram 5 milhões e 700 mil jovens que se ins- formas que não mudam a estrutura do sistema, mas que creveram no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), permitiriam algumas aparentes melhorias para a classe com a esperança de conseguir uma vaga numa Universi- trabalhadora e a juventude. Com isso, passaram a ignorar dade Pública. Mas, o Estado brasileiro ofereceu apenas a própria luta de classes e fazer o jogo dos capitalistas. O 100 mil vagas nas Universidades Federais e mais 250 mil PCdoB é o exemplo clássico desta política, que também é bolsas do PROUNI, pagas pelo Governo, com dinheiro pú- levada a cabo pela direção do PT. blico, nas universidades privadas. Isso significa que dos 5,7 Por isso que param de defender “Fim do Ensino Pago” milhões de jovens que prestaram o ENEM, apenas 350 mil e passam a defender “Regulamentação do Ensino Pago”, conseguiram ingressar no Ensino Superior “gratuitamente”,
  • 2. enquanto que os outros 5,4 milhões terão que pagar men- justamente para mudar isso. É preciso compromisso salidade de alguma universidade paga ou ficarão sem estu- político com o povo trabalhador para estancar a pilha- dar. Isso sem falar nos outros milhões de jovens que sequer gem da nação e destinar os recursos arrecadados para se inscreveram no ENEM, pois não acreditam que possam educação, saúde, habitação, cultura, etc. Só assim o tão ter alguma chance e nem tentam. São esses milhões que ja- comemorado “desenvolvimento econômico” poderá de mais serão contemplados com políticas como as do FIES, fato ser transformado em desenvolvimento social e cul- PROUNI, Cotas, etc. tural. Alguns setores do Movimento Estudantil reivindi- Mas é possível educação pública e gratuita para todos cam os 10% do PIB para a educação. Certamente isso em todos os níveis, com qualidade superior à das melho- seria um avanço em relação ao que se investe hoje, mas res instituições privadas do país e do mundo. E é possível ainda assim seria insuficiente e atrelaria o investimento já! E não estamos falando do Socialismo. A Venezuela, por na educação ao crescimento do PIB. Em tempos de cri- exemplo, mostrou que, somente por ter iniciado um pro- se, se o PIB vier a diminuir (o que não é nem um pouco cesso revolucionário, ainda inacabado, com a maior parte improvável) isso faria diminuir também o investimento da economia ainda sob controle privado, foi possível erra- em educação. dicar o analfabetismo e garantir o acesso ao ensino supe- A reivindicação adequada, que traduz os anseios dos rior público para todos (hoje na Venezuela não é preciso filhos da classe trabalhadora de todo o país e que a UNE passar num vestibular para entrar na universidade: todos deve retomar, é de “Educação Pública e Gratuita para to- que se formam no ensino médico têm direito automático a dos em todos os níveis”! Nenhuma criança fora da escola, cursar uma universidade pública). nenhum jovem fora da universidade, nenhum brasileiro No Brasil, em todos os anos é aprovado um orçamento analfabeto! E que o Governo se vire para bancar isso, não no Congresso Nacional que destina praticamente metade importando qual porcentagem do PIB isso represente (mas da arrecadação de todo o país para o pagamento de juros sabemos que é mais do que 10% - cerca de R$ 400 bilhões). e amortização da dívida pública interna e externa (e, desse O Estado deve garantir o direito de todos os cidadãos à jeito, também eterna). Por exemplo, está previsto para 2013 educação em todos os níveis! (e deverá ser aprovado em 05/02/2013) um orçamento de R$ Para isso é preciso que a UNE reassuma os princí- 2,2 trilhões, sendo que destes, R$ 900 bilhões devem ser des- pios decididos no Congresso de Reconstrução de 1979. tinados ao pagamento de juros da dívida pública. Enquanto É preciso que coloque toda a sua estrutura para fomen- isso, apenas 73 bilhões estão previstos para a educação (e tar a discussão entre os estudantes do Brasil inteiro e destes, apenas R$ 13 bilhões para o ensino superior). Isso colocá-los nas ruas, exigindo que o Governo Federal mostra a prioridade dos deputados, senadores e do Governo rompa com o pagamento da Dívida Pública e garanta Federal em relação à educação. Destinam 12 vezes mais do educação pública e gratuita para todos! Este é o papel que para a educação, para pagar juros de uma dívida que não histórico da UNE agora! foi o povo que fez e que já foi paga várias vezes. Na verda- Sabemos que o Governo eleito é um governo de coali- de, a dívida pública se constitui no mecanismo moderno de zão entre o Partido dos Trabalhadores e uma série de par- saque da nação, através do qual o Capital Financeiro conti- tidos capitalistas. Sabemos que para que o Governo do PT nua sugando a riqueza do país, tal como faziam os Impérios rompa o curso atual e passe a governar para os trabalhado- europeus com o Brasil-Colônia nos últimos cinco séculos. res implicará numa ruptura dessas alianças com partidos O povo trabalhador brasileiro, juntamente com a como PMDB, PP, PR, etc. E nós, marxistas, lutamos por juventude, elegeu sucessivamente um Governo do PT isso inclusive dentro do PT. • Fim dos vestibulares! Educação Pública e Gratuita para todos em todos os níveis já! • Nenhuma criança fora da escola, nenhum jovem fora da universidade, nenhum brasileiro analfabeto! • Pelo não pagamento da dívida pública interna e externa! Todo dinheiro necessário para a educação! • Pela ruptura do Governo Dilma com os partidos capitalistas! • Expansão de vagas com qualidade! Abaixo o REUNI! • Pela redução imediata das mensalidades das universidades pagas! Federalização das Instituições em crise! • Pela garantia de conclusão dos estudos de todos os estudantes inadimplentes! Pelo direito à educação! • Contra a evasão, por Assistência Estudantil para garantir que todos os estudantes concluam seus cursos! • Que a UNE retome os princípios do Congresso de Reconstrução de 1979! • Que a UNE rompa com os conselhos que unem empresários da educação, governo e estudantes! • Que a UNE mobilize nacionalmente os estudantes por vagas para todos nas universidades públicas! Para debater tudo isso e nos organizarmos para avançar, convidamos todos os estudantes interessados a participar da Conferência da Juventude Marxista, que se realizará em 29 de março de 2013, em Barra do Sul (SC). Entre em contato por e-mail: contato@juventudemarxista.com Jojó/UPFE (081-8679-3927), Johannes/UDESC (047-8859-2435), Felipe/UFRJ (021-8728-8128) Arthur/USP (011-98429-7403), Ramirez/UFMT (065-9280-9999) www.juventudemarxista.com - www.marxismo.org.br - www.marxist.com