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A COMPREENSÃO DE ALMA EM SANTO AGOSTINHO
Gilvonete Souza de Oliveira1
Isaque Rodrigues dos Santos2
RESUMO: O artigo trata da abordagem da alma humana que é um questionamento
antigo, onde diversos pensadores clássicos já se debruçaram sobre o assunto na
tentativa de encontrar uma resposta cada vez mais satisfatória. Santo Agostinho
afirma a importância da alma, mas, apesar de beber do pensamento platônico e nas
diversas correntes do pensamento grego, ele apresenta soluções bem diferentes
desses pensadores, na tentativa de defender o pensamento cristão, que vão
influenciar até os vários pensamentos ocidentais. Esta abordagem pretende refletir
sobre a compreensão da alma na filosofia Agostiniana, investigando, sobretudo, a
relação que existe, entre corpo e alma.
Palavras-chave: Alma. Corpo. Subjetividade. Espírito. Homem.
ABSTRACT: This article deals with the approach of the human soul which is an old
question, where many classical thinkers already have addressed the issue in an
attempt to find an increasingly satisfactory answer. St. Augustine says will
importance of the soul but in spite of drinking Platonic thought and the various
currents of Greek thought, it features quite different solutions to these thinkers,
attempting to defend the Christian thought, that will influence to the various western
thoughts. Our approach aims to reflect on the understanding of the soul in the
Augustinian philosophy; Investigating, above all, the relationship between body and
soul.
Key words: Soul. Sody. Subjectivity. Spirit. Men.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com o pensamento construído com base nas ideias de Platão, as
pessoas ficam presas nas aparências e esquecem a realidade. Criam imagens que
não existe, ou seja, que não faz parte da realidade e sim de um mundo de
ignorâncias, que muitos deixam de enxerga de visar um mundo mais verdadeiro.que
o homem deve viver a realidade compreender a verdade,e para Agostinho essa
verdade tem nome é Deus.
Desta forma, fica claro que para conhecermos a verdade devemos ter a
certeza que Deus é a verdade então puramente através da fé e razão conhecemos
essa realidade através das nossas inteligências e do intelecto que capta todas as
1 Acadêmica do curso de Filosofia da Faculdade Católica São Tomás de Aquino – FACESTA.
2 Professor Especialista, orientador, e professor da Faculdade São Tomás de Aquino – FACESTA.
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verdades. Agostinho transmite conhecimentos para que possa ter virtudes como
também atitudes.
Ele tinha na fé a certeza da felicidade, pois, a revelação é a verdade e essa
verdade pode ser alcançada pela fé.
Para Platão, esse mundo é o das ideias, em Agostinho esse mundo é visualizado na
cidade celeste, cujo governante é o próprio Deus.
Este trabalho tem como objetivo refletir a compreensão de alma. Que se
propõe sobre a compreensão da alma na filosofia Agostiniana. Tendo em suma a
abordagem da alma humana é um questionamento antigo, onde diversos
pensadores, estudiosos, clássicos modernos, contemporâneo já se debruçaram
sobre o assunto na tentativa de encontrar uma explicação cada vez mais satisfatória
Por meio dos aspectos da sociedade é possível discutir á noção de alma em
Santo Agostinho. Na organização que se dá no pensamento Agostiniano assim
como ponto de partida investigar a noção de subjetividade em Santo Agostinho e
sua relação com a alma. Tendo em vista o intuito de diferenciar a alma e o corpo em
Santo Agostinho e mostrando a sua superioridade em relação a este.
O presente trabalho foi dividido em três seções distribuídas da seguinte
forma: na primeira, falaremos sobre a ideia de alma e seus desdobramentos no
pensamento Agostiniano, sobretudo, a influência do platonismo no pensamento de
Santo Agostinho, e analisando como as concepções do corpo, alma e espírito, são
conceitos fundamentais para nosso estudo. Na segunda seção serão discutidos
conceitos relacionados à condição humana; a alma e seus aspectos intelectuais e
subjetivos da condição humana, de como o livre arbítrio é uma condição importante
para a subjetividade. E por fim na terceira e última seção, abordaremos a noção de
subjetividade em Agostinho e sua relação com a alma e o paralelo entre a visão de
alma platônica e as inovações da perspectiva agostiniana.
Para alcançar os resultados propostos foram analisados: obras de autores,
clássicos referente á temática, levantamento histórico de vários conceitos, pesquisa
bibliográfica de obras de Santo Agostinho sobre o conceito de alma.
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2. IDÉIA DE ALMA E SEUS DESDOBRAMENTOS NO PENSAMENTO
AGOSTINIANO
2.1 A INFLUENCIA DO PLATONISMO NO PENSMENTO AGOSTINIANO
Santo Agostinho formulou sua doutrina da alma baseando-se, sobretudo, nos
conceitos de Sócrates e Platão, embora existam certos pontos da doutrina desses
filósofos que não estão em consonância com o pensamento cristão. Para
compreendermos o conceito de alma em Agostinho faz-se necessário entendermos
melhor o que Platão entendia a respeito dessa questão.
De acordo com a doutrina das formas, de Platão, existem realidades invisíveis
e inacessíveis aos sentidos, apreensíveis somente pelo pensamento. Segundo
Platão há o mundo sensível e o mundo inteligível. No mundo sensível nós
interagimos com as aparências, mas para ultrapassarmos esse nível devemos nos
voltar para a essência. No mundo inteligível existe cada idéia, única e imutável, pois
lá seria o mundo real. Assim para nos libertarmos das “aparências” temos que nos
libertar das amarras do corpo, e alcançar as essências. Sendo o corpo a “prisão” da
alma, esta só estaria livre das amarras corporais depois da morte.
Assim surge a tese da imortalidade da alma no platonismo. Com a tese da
imortalidade da alma temos uma visão da realidade que privilegia o conhecimento
do puramente inteligível e desvaloriza os eventos relacionados à vida corporal e
sensível. Portanto a alma deve controlar o corpo e viver, na medida do possível,
voltada para valores como justiça e virtude, porque isso tem parte na sua própria
natureza.
2.2 AS CONCEPÇÕES DE CORPO, ALMA E ESPÍRITO
Para Santo Agostinho, o corpo não é mau por natureza, portanto a matéria
não pode ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as
coisas. Mas a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental:
alma e corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na
concepção aristotélica-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma
nasce com o indivíduo humano e, absolutamente, é uma específica criatura divina.
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Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo, isto é, se
a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais.
Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois,
distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas afirma
que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é dividida em
intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade. No homem a
vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores, cego apetite.
A alma viva recebeu a sua origem da terra, porque só aos fiéis é meritório
refrearem-se no amor a este mundo, para que a alma deles viva para Deus. Para
Agostinho a alma morre afastando-se da fonte da vida, e é arrebatada pelo mundo
que passa e com o qual se conforma.
A respeito da origem da alma, não há nenhum texto segundo Agostinho que
fala inequivocamente ou expresse uma ideia a preexistência da alma, embora
apresente visão de certo inatismo. “Assim são os bem instruídos nas artes liberais, já
que eles, aprendendo, as resolveram e, de certo modo, as escavam, pois sem
dúvida estavam soterradas neles pelo esquecimento. Como a alma surgiu no
mundo?” (AGOSTINHO, 1998, p. 387).
A nossa alma tem forças para tudo porque ela é a representação do homem
por isso, ele tem mais sensibilidade de agir de acordo com o intelecto.
Agostinho assegura que o que chamamos “aprender”, nada mais é que
“lembrar e recordar”, mas para não contrariar o pensamento cristão ou para não
deixar de mostrar sua crença contrária à filosofia anterior a ele, adverte seus leitores
adiante, em suas Retratações que: Isto não pode ser entendido como aprovando a
doutrina de que a alma viveu antes, em qualquer outro corpo, ou em outro lugar,
com ou sem um corpo.
Estas palavras não insinuam necessariamente que Agostinho concorda com
essa doutrina da preexistência de seus antepassados; somente poderia se sua
intenção impedir a interpretação habitual dada por platônicos. Porém, nas
retratações, Agostinho parece está rejeitando o que já havia assegurado, e a
referência a Platão identifica aquela doutrina. Defender as ideias platônicas, mas é ir
além do que ele escreveu colocar-se a serviço do cristianismo, mas conservando o
que ele considerava como doutrina validada em Platão, parece o ideal de santo
Agostinho.
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Aquela descoberta mais nobre de Sócrates pelo qual é acertado que não são
afirmadas as coisas que nós aprendemos como novo, mas é recordado à memória,
aparece aqui num modelo novo, recuperado, mas concertado ao modo da
iluminação divina agostiniana.
2.3 A RELAÇÃO CORPO E ALMA: A SUPERIORIDADE DA ALMA EM RELAÇÃO
AO CORPO
Aqui, Santo Agostino desvencilha-se da influencia do platonismo que afirma
que o homem é uma alma que usa um corpo; ou, uma alma racional, que se serve
de um corpo terrestre e mortal; ou, “uma alma racional que tem um corpo”. Tudo
indica que, para Santo Agostinho, o homem é a alma.
A questão ainda está sujeita a discussão, mas exagerou-se demais o
platonismo de Santo Agostinho neste particular. De qualquer forma, Santo Agostinho
supera a desvalorização do corporal, - (como se existisse esse valor todo no corpo,
não?) - tão essencial no platonismo e no neoplatonismo. O corpo é matéria, criação
de Deus, e por isso, bom. Não é o cárcere nem o túmulo da alma: Não é o corpo o
teu cárcere, mas a corrupção do teu corpo. O “teu corpo, Deus o fez bom, porque
ele é bom”. Também aqui poderíamos multiplicar os textos: “Todo aquele que quer
eliminar o corpo da natureza humana desvaira”.
2.4 A ILUMINAÇÃO DIVINA
A iluminação divina está baseada na nossa fé, e precisamos acreditar em
Deus diante da verdade porque Deus deve estar presente diante de tudo e de todas
as coisas que o ser humano for fazer, ele deve vir em primeiro plano. E só assim
confiar somente em Deus. Quanto mais nos aproximar de Deus, teremos inspiração,
luz, portanto, Deus é a iluminação divina porque ele ilumina a mente humana para
que nós possamos transmitir conhecimentos, ele dá a sabedoria neste sentido, Deus
usa as pessoas para repassar iluminação verdadeira, principalmente o
conhecimento.
Mas precisamos crer, para compreender confiar em primeiro lugar somente
nele, conhecendo Deus só assim, capacitamos á verdade que através da fé é que se
chega à iluminação divina que é Deus.
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A teologia é a base de conhecimentos é o caminho que devemos seguir,
porque através da teologia podemos chegar à verdade inclusive, a iluminação divina
é o único meio para se chegar até Deus que é a única verdade mais com a fé e
acreditando é possível chegar a verdade e somente Deus nos guia, pois, devemos
ser iluminados através dele para preparar e ter conhecimentos da importância que
Deus tem para nós.
A doutrina platônica, sem dúvida, foi importante para Agostinho expor seu
conceito de “interioridade”, o problema consiste nas consequências dessa aceitação.
A solução viável para esse problema estaria no próprio conceito de “iluminação”,
pois a sua doutrina deixaria de ser algo passado.
3. A CONDIÇÃO HUMANA EM AGOSTINHO
3.1 A ALMA E SEUS ASPECTOS INTELECTUAIS E SUBJETIVOS DA CONDIÇÃO
HUMANA
A alma tem dado uma grande contribuição para o entendimento da realidade,
pois, a mesma tem a função que anima o corpo. Segundo Agostinho, a alma é
responsável pelos nossos conhecimentos, sentimentos, emoções, a alma tem a
grandeza de esclarecer alguns fatos referentes à representação e a capacidade de
entendermos as coisas e a finalidade de compreensão, de iluminação de ideias por
isso, a alma ela é um sopro divino. O homem é capaz de chegar a Deus através da
razão, da iluminação divina para alcançar a verdade que é Deus.
O homem é capaz de conhecer as coisas através da mente, da razão, da
iluminação divina, ao conhecer vários conhecimentos diversos ele pode obter vários
conceitos diferentes relativo a alma em busca do entendimento para atingir a tão
almejada verdade.
A mente humana é naturalmente inquiridora: quer conhecer as razões das
coisas. Basta ver uma criança fazendo perguntas aos pais, mas as mesmas
perguntas podem ser dadas de diversas respostas: respostas míticas,
científicas, filosóficas. As respostas míticas são explicações que podem
contentar a fantasia, embora não sejam verdadeiras (MONDIN, 1981, p. 9).
Neste sentido, fica claro que com a força da mente o homem quer ser
superior a Deus porque quer fazer e desfazer de suas vontades, ou seja, da vontade
de Deus. O homem deve estar sempre em busca das verdades como também
conhecer os ensinamentos de Deus.
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O homem é uma unidade substancial de corpo e alma. Não é infreqüente,
afirma-se que para Agostinho a essência do homem é uma que se utiliza de
um corpo; todavia, é fora de dúvida que ele doutrina, clara e reiteradamente,
que o homem se compõe de alma e corpo, graças a uma estreita união
destes dois componentes, e que só o ser assim composto merece o nome
de homem (BOEHNER; GILSON, 1991, p. 180).
Deus criou o homem, em seguida deu a ele uma alma e um corpo para que
ele se servisse dele, pois, acredita-se que a essência do homem é a alma. A alma
ela é mais forte e capaz de governar o corpo, como também do homem ela domina e
dá equilíbrio, ela tem forças de manipular o homem e representá-lo como a
essência.
O homem é composto de corpo e alma ambos tem uma união, sendo que o
indivíduo é reconhecido por Deus através do seu poder da sua criação, desta forma
as suas atitudes e ações vão contribuir de forma significativa para a perfeita
permanência desta ligação. A alma tem forças de governar e manipular o corpo,
sendo uma parte extremamente importante do homem, sendo superior e
responsável por algumas práticas ou atos do ser humano. Por essa razão, Santo
Agostinho está interessado pela sustentabilidade da alma, não desprezando o corpo,
ele também tem sua função na construção do homem, ou seja, estão fortemente
interligados entre si.
A alma tem seus sentimentos, tem seus desejos, tem o seu objetivo e alvo
desejado que é de aproximar de Deus para alcançar a salvação, por esse e outros
motivos a alma é uma relíquia primordial e indispensável para o ser humano que o
conduz para Deus, trazendo para as pessoas uma representação divina, iluminando
suas mentes, sondando os corações, para que possam raciocinar no que é certo e
correto, mostrando que a alma é uma base que prova a existência humana.
3.2 O LIVRE ARBÍTRIO
O homem é bom porque foi Deus quem o criou, o bem provém de Deus, as
escolhas que são feitas é que são boas ou más. Neste sentido Deus não criou o
mal, deu o livre arbítrio a partir daí surgiu o direito ou a liberdade de escolher entre o
bem e o mal. Através da desobediência do homem surgiram os problemas, pois,
Deus deu ao homem o livre arbítrio para que pudessem interagir e compreender
seus valores mediante suas escolhas por que ele é um ser pensante e livre para
fazer o bem que são os caminhos e a verdade de Deus. Entretanto o homem
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consegue fazer suas escolhas boas através da fé, da boa obra, da razão conforme
seu raciocínio.
“Deus é, pois o criador de todas as naturezas: Não somente daquelas que
haviam de perseverar na virtude e na justiça, como daqueles que haviam de pecar”
(AGOSTINHO, 1995, p. 186).
Deus é o criador e fez o homem a sua semelhança o homem é bom por
natureza por isso, através das escolhas ele tornou-se mal. Mas, percebe-se que o
homem ele tem suas qualidades, portanto ele não é totalmente mal através da
liberdade de escolha ele tornou-se mal porque é livre para decidir suas vontades.
Neste sentido, Deus criou o homem como também todas as coisas lhe dando
sabedoria e entendimento, já que Ele foi feito a sua imagem e semelhança. Os
homens são superiores aos demais seres, tendo a capacidade de compreender,
assim como explicar muitas coisas de forma racional, agindo com consciência,
habilitado a produzir, construir conhecimentos.
A liberdade tem suas raízes no conhecimento intelectual. O homem é na
escolha dos bens finitos. No desejo, porém, da felicidade, o ato voluntario,
posto espontâneo é necessário. O problema do livre arbítrio é considerado
sob todos os seus aspectos e as dificuldades que suscita são encaradas
com firmeza e resolvidas com segurança e profundidade (FRANCA, 1990,
p. 111).
Deus nos deu o direito de liberdade de sermos livres, pois, devemos ser bons
porque Deus é bom e nos fez bom também. O homem deve fazer o bem praticar
bondades fazer nossos atos bons que agrade a Deus só assim ele conseguir ser
feliz.
De acordo com a citação acima, a alma é superior e que o homem é livre, em
suas vontades e ideias, capaz de escolher. A alma é muito eficiente unindo-se ao
corpo, dando condições para que o mesmo a partir da sua liberdade possa tomar
medidas cabíveis para seu próprio contentamento, no sentido do prazer, da
satisfação em prol dos seus desejos, recebendo autonomia de fazer múltiplas
coisas. O homem é santificado pelas suas boas ações, ou seja, pelo o que ele faz de
bom.
Admito que a alma procede de Deus, refletir isso, comigo, e se algo me
ocorrer sobre o assunto, perguntarei novamente. Peço agora que me explique a
natureza da alma (qualis sit.) (EVODIO apud AGOSTINHO, 2013, p. 24).
De acordo com a citação acima, percebe-se que Deus com sua bondade
infinita criou o homem e deu a ele uma alma. Deus é tão misericordioso que ao criar
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o homem concedeu a ele uma alma, pois, a alma é a base de todas as coisas, ela é
fundamental para o ser humano.
Na verdade para os filósofos a mente humana dar forças para conduzir o
corpo, ela é um sopro divino, por essa razão ela é uma adjuntora do corpo animando
e mantendo o equilíbrio, por isso que se define o homem como corpo e alma por que
a mente tem forças para pensar, querer, sentir, receptando uma capacidade de
manter uma conexão fundamental. A alma representa muita coisa para o homem,
lhe dando grandes possibilidades de adquirir seus objetivos, na plenitude de seus
ideais o ajudando em sua inteligência, emoções, na busca de soluções para
respectivos questionamentos.
Segundo Santo Agostinho e Platão o homem é corpo e alma como também
diz que o homem é puramente alma, porque somente a alma é capaz de fazer o
homem pensar, agir, ter emoções, razões, pois, ele não vive sem alma porque a
alma é espiritual e Deus que criou, para que ele tivesse equilíbrio do seu próprio
corpo.
“O homem foi criado para participar da felicidade de Deus. Para ser feliz é
mister que se possa gozar o bem desejado; para gozá-lo é preciso que se possa
atingi-lo;e para atingi-lo requer-se um ato de assentimento ou afirmação”
(BOEHNER; GILSON, 1991, p. 286).
Somos capazes de conhecer e participar dos planos de Deus, porque o
homem não é a causa do mal, entende-se que através dos costumes e da cultura, e
do meio, o homem quer se destacar diante de todas as coisas, mais Deus é quem
nos conduz, nos orienta com seu amor divino.
De acordo com o pensamento de Agostinho é possível afirmar que o homem
foi criado para participar dos planos de Deus, desse modo, fica ao critério do homem
ser participativo ou não da vontade de Deus para não fazer suas escolhas
desnecessárias que contradiz com a permissão dele. O homem tem a liberdade de
fazer suas escolhas, portanto, ele decide fazer uso de seu desejo segundo seu
discernimento, só assim ele alcançara os merecimentos de Deus, ou seja, de
adquirir a sua salvação ou a sua destruição.
“O segundo fator constitutivo do livre arbítrio é uma energia espiritual. O
“arbítrio” envolve conhecimento e julgamento. A vontade é apta a julgar seus
próprios atos. Isto é, a decidir de sua bondade ou malícia” (BOEHNER; GILSON,
1991, p. 287).
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Analisando este pensamento, que abordamos, que o homem ele é racional
agi por razão, portanto, ele determina suas escolhas, mais responde por elas e
sofrerá as consequências porque ele é um sujeito pensante de acordo com as suas
decisões.
4. A NOÇÃO DE SUBJETIVIDADE EM AGOSTINHO E SUA RELAÇÃO COM A
ALMA
4.1 O PARALELO ENTRE A VISÃO DE ALMA PLATÔNICA E AS INOVAÇÕES DA
PERSPECTIVA AGOSTINIANA
Deus é bondoso por que ele só faz o bem e o homem é livre porque tem suas
vontades próprias, e ao mesmo tempo se torna miserável porque não faz boas
escolhas, dando passos distorcidamente incoerentes com a iluminação de Deus.
Três faculdades da alma, a memória enquanto persistência de imagens
produzidas pela percepção sensível corresponderia a essência (Deus Pai)
aqui que é e nunca deixa de ser; a inteligência seria o correlato do verbo
razão ou verdade (Filho), finalmente, a vontade constituiria a expressão
humana do amor (Espírito Santo), responsável pela criação do mundo
(AGOSTINHO, 1999, p. 20).
Conclui-se, que a memória, inteligência, e a vontade, são de grande
importância, porque cada uma delas tem sua tonalidade mais a vontade, é a mais
importante porque é através dela que o homem expõe suas atitudes, é a forma dele
criar suas idéias, pensar, sentir, e principalmente fazer uso de suas escolhas.
Conforme a citação a mais importante destas faculdades é a vontade, por que
o homem é o produto do meio capaz de realizar através de sua inteligência e
escolhas o caminho real de conhecer a verdade e de se aproximar ou se afastar de
Deus, pois, ele tem o conhecimento do mal e do bem. “[...] Mas segundo Agostinho,
nem todos os homens recebem a graça das mãos de Deus, apenas alguns eleitos,
quem estão, portanto, predestinados à salvação” (AGOSTINHO, 1999, p. 21).
Neste sentido, nem todo ser humano é obediente a Deus nem as doutrinas de
Deus, porque não buscar ser fiel e não seguir os mandamentos de Deus não age de
forma correta, procura outros caminhos que desagrada a Deus, por isso, sofre as
sanções e pagará um preço alto por falta de desobediência.
Fazendo uso das palavras do Filosofo são privilegiados de fazer parte dos
planos de Deus diante de todas as demais criaturas somos os únicos que tivemos
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este prazer, porém, não deixamos de ser seres contingentes, ou seja, nossa
ausência não faria nenhuma diferença, o mundo continuaria sendo o que é e Deus
também, por isso que alguns são destinados a salvação Deus, sendo privilegiados,
agraciados, bem aventurados por adquirir tal dádiva de Deus, porem não nos dar a
liberdade pra chegamos ao conhecimento pleno, para que o homem reconheça seus
limites e o busque, para não se sentir mais do que o ser que o criou conservando a
humildade.
4.1 A HERANÇA FILOSÓFICA AGOSTINIANA DA COMPREENSÃO DA ALMA
PARA O CRISTIANISMO
Entende-se que a história da filosofia trata-se da salvação do homem do
comportamento, isso, depende das instituições, da forma, da ordem, de cada uma
delas, tudo isso é maneira de como o homem obtém a sua salvação. Para
Agostinho, a única verdade absoluta é Deus, por isso que ele influenciou o projeto
ocidental, a Polis Medieval é substituída pela grega.
Na cidade de Deus era a opressão da razão, a igreja não dominou o mundo
naquela época, o homem é incapaz de se justificar a si mesmo ele sempre precisa
de algo, o homem pós-moderno em muitas ocasiões se equívoca nas suas próprias
ideias segundo seus propósitos. A ciência sabe que é limitada, por isso não é capaz
de resolver todos os problemas do homem, pois são alimentados pela razão. O
homem se distancia de Deus a partir do momento em que ele despreza a vontade
de Deus.
A liberdade dos filhos de Deus não é algo que se dá e acontece conosco e
nos atinge e afeta, como seres humanos em nossos empenhos de
realização. A liberdade da fé é um dom gratuito dentro de um empenho de
conquista (AGOSTINHO, 1990, p. 21).
Compreende-se que o ser humano não é preso a nada, portanto, temos a
liberdade de escolha para tudo chorar, brincar, rir, sonhar, ter emoções obter ideias
e crescer e alcançar novos horizontes.
Para Agostinho a fé é um dom muito importante que cada indivíduo pode
conquistar devido sua crença. Por essa razão, é um esforço ou empenho que cada
um tem que demonstrar para que com a fé possa atingir seu objeto desejado,
segundo a vontade de Deus. Na razão Filosófica e Teológica três coisas andam
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juntas, ou seja, tem uma ligação importante, pois para se chegar a uma verdade é
preciso ter fé, razão, conhecimento.
A mente humana tem forças de conhecer e sentir coisas através da razão, da
fé, das virtudes, sendo uma fonte fundamental e com uma dimensão surreal para
fazer coisas, e passamos a imaginar e reproduzir aquilo que ouvimos, que alguém
fala entre outros, a partir daí criamos nossas concepções e fazemos uma ideologia
da realidade imposta.
À nos modernos, estas respostas parecem simplistas e errôneas,
historicamente, com tudo elas têm uma importância muito grande por que
representam o primeiro esforço da humanidade para explicar as coisas e
suas causas. Sob o véu da fantasia, há nessas respostas uma autêntica
procura das “causas primeiras” do mundo (MONDIN, 1981, p. 9).
Encontramos nas leituras, palavras distorcidas, porque somente através do
conhecimento, e dos nossos sacrifícios, podemos encontrar as verdadeiras coisas
boas e corretas.
4.2 ONDE SE ENCONTRA O VALOR DO HOMEM NA ALMA
De acordo com os relatos sobre Agostinho, o homem aprende ensinamentos
de Deus que o ilumina e o conduz para a certeza da própria realidade em que vive,
pois, são doutrinas que o faz saber quais os melhores preceitos a seguir ou a
escolher para o bem pessoal e para o bem comum. “Para explicar como é possível
ao homem receber de Deus o conhecimento das verdades eternas, Agostinho
elabora a doutrina da iluminação divina” (AGOSTINHO, 1999, p. 16).
Imaginamos que se espelhamos na fé e na razão como também nas nossas
virtudes temos o conhecimento que Deus é divino e misericordioso temos a
capacidade de compreender a iluminação divina.
De acordo com o comentário acima, Deus se aproxima do homem através de
sua fé, daí ele procura a verdade pare ter o conhecimento de Deus. As ideias são
inspiradas no homem, porem esse conhecimento é algo muito intimo é um momento
de transcendência com o divino, ou seja, sendo Deus é sumo amor infinito.
A iluminação divina coopera em todos os aspectos na conduta do homem
sobre a terra, além de dar propriedades divinas que são reveladas pela bondade do
criador, que frequentemente possibilita a sua criatura amada revelações não dos
mistérios transcendentes, mas de uma ideia perfeita que impulsiona o ser para suas
inquietações e resoluções. Em vista disso, Agostinho afirmou: “Por que me destes a
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razão, ó Deus, se não sou capaz de compreender tudo?” Em vista das inquietações,
Agostinho chegou a conclusão de que o homem sempre será inquieto, angustiado, o
seu coração jamais estará conformado e completo sem antes voltar todos os seus
pensamentos para o seu criador.
5. CONCLUSÃO
Por meio do trabalho realizado, percebe-se a perspectivas do estudo da alma
humana como reflexão para esclarecer e contextualizar a importância que ela nos
mostra.
De acordo com o pensamento Agostiniano, a alma tem a finalidade de
representar o corpo, sendo desta forma, a iluminação.
Assim sendo, a alma é superior ao corpo é responsável por todos os atos e
ações do homem, pois, só assim ele é capaz de sentir, chorar, pensar e agir através
da fé e da razão.
Vimos ainda, que Agostinho constrói toda sua argumentação, utilizando o
pensamento platônico. Essa adaptação é conveniente, pois ele parte da fé para
chegar á compreensão da verdade. Pode desenvolver sobre a teoria da iluminação
que para entender essa iluminação é necessário que tenhamos fé para chegar o
conceito que a iluminação divina é Deus.
Percebe-se a partir da nossa aproximação que temos de Deus, que através
das nossas experiências, da verdade e como também da razão, principalmente a fé
cristã, que temos sobre Deus.
Através do intelecto e da participamos em busca da verdade temos a certeza
que Deus nos transmite luz, paz cada vez que se aproximamos dele isso é possível
através dos nossos sentimentos, e da união que temos desta forma, a fé e a razão
são caminhos verdadeiros para se chegar à verdade que é Deus.
O ser humano é capaz de visualizar essa importância por meio da fé como
também os ensinamentos da Bíblia isso influência a capacidade do homem de
pensar, agir. Compreender principalmente aceitar Deus como verdade e só é
possível chegar essa verdade através da fé, pois, torna-se necessário crê acreditar
para poder compreender que Deus é iluminado e toda iluminação é Deus baseado
na verdade.
14
6. REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, Santo. Sobre a potencialidade da alma: (De quantitate animae).
Tradução de Aloysio Jansen de Faria. Revisão da tradução frei Graciano González.
Petropólis, Rj: Vozes, 2013. (Vozes de Bolso).
_______. Confissões. In: O homem e a essência do pecado. São Paulo: Nova
Cultural, 1999.
_______. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995.
_______. A Cidade de Deus: contra os pagãos. 2. ed. Trad. de Oscar Paes Leme.
Petropólis, Rj: Vozes, 1990. (Coleção Pensamento Humano).
_______. Solilóquios & A vida feliz. São Paulo: Paulus, 1998.
BOEHNER, P.; GILSON, E. Santo Agostinho, o mestre do Ocidente. In: História da
Filosofia Cristã: desde as origens até Nicolau de Cusa. Petrópolis: Vozes, 1991.
FRANCA, Leonel. Noções de história da filosofia. 24. ed. Rio de Janeiro: Agir,
1990.
MONDIN, Battista. Curso de Filosofia: os filósofos do Ocidente. Vol. I, 7. ed.
(tradução do italiano de Bênoni Lemos; revisão de João Bosco de Lavor Medeiros).
São Paulo: Paulus, 1981. (Coleção Filosofia).

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Tcc que fala sobre a alma em Santo Agostinho

  • 1. 1 A COMPREENSÃO DE ALMA EM SANTO AGOSTINHO Gilvonete Souza de Oliveira1 Isaque Rodrigues dos Santos2 RESUMO: O artigo trata da abordagem da alma humana que é um questionamento antigo, onde diversos pensadores clássicos já se debruçaram sobre o assunto na tentativa de encontrar uma resposta cada vez mais satisfatória. Santo Agostinho afirma a importância da alma, mas, apesar de beber do pensamento platônico e nas diversas correntes do pensamento grego, ele apresenta soluções bem diferentes desses pensadores, na tentativa de defender o pensamento cristão, que vão influenciar até os vários pensamentos ocidentais. Esta abordagem pretende refletir sobre a compreensão da alma na filosofia Agostiniana, investigando, sobretudo, a relação que existe, entre corpo e alma. Palavras-chave: Alma. Corpo. Subjetividade. Espírito. Homem. ABSTRACT: This article deals with the approach of the human soul which is an old question, where many classical thinkers already have addressed the issue in an attempt to find an increasingly satisfactory answer. St. Augustine says will importance of the soul but in spite of drinking Platonic thought and the various currents of Greek thought, it features quite different solutions to these thinkers, attempting to defend the Christian thought, that will influence to the various western thoughts. Our approach aims to reflect on the understanding of the soul in the Augustinian philosophy; Investigating, above all, the relationship between body and soul. Key words: Soul. Sody. Subjectivity. Spirit. Men. 1. INTRODUÇÃO De acordo com o pensamento construído com base nas ideias de Platão, as pessoas ficam presas nas aparências e esquecem a realidade. Criam imagens que não existe, ou seja, que não faz parte da realidade e sim de um mundo de ignorâncias, que muitos deixam de enxerga de visar um mundo mais verdadeiro.que o homem deve viver a realidade compreender a verdade,e para Agostinho essa verdade tem nome é Deus. Desta forma, fica claro que para conhecermos a verdade devemos ter a certeza que Deus é a verdade então puramente através da fé e razão conhecemos essa realidade através das nossas inteligências e do intelecto que capta todas as 1 Acadêmica do curso de Filosofia da Faculdade Católica São Tomás de Aquino – FACESTA. 2 Professor Especialista, orientador, e professor da Faculdade São Tomás de Aquino – FACESTA.
  • 2. 2 verdades. Agostinho transmite conhecimentos para que possa ter virtudes como também atitudes. Ele tinha na fé a certeza da felicidade, pois, a revelação é a verdade e essa verdade pode ser alcançada pela fé. Para Platão, esse mundo é o das ideias, em Agostinho esse mundo é visualizado na cidade celeste, cujo governante é o próprio Deus. Este trabalho tem como objetivo refletir a compreensão de alma. Que se propõe sobre a compreensão da alma na filosofia Agostiniana. Tendo em suma a abordagem da alma humana é um questionamento antigo, onde diversos pensadores, estudiosos, clássicos modernos, contemporâneo já se debruçaram sobre o assunto na tentativa de encontrar uma explicação cada vez mais satisfatória Por meio dos aspectos da sociedade é possível discutir á noção de alma em Santo Agostinho. Na organização que se dá no pensamento Agostiniano assim como ponto de partida investigar a noção de subjetividade em Santo Agostinho e sua relação com a alma. Tendo em vista o intuito de diferenciar a alma e o corpo em Santo Agostinho e mostrando a sua superioridade em relação a este. O presente trabalho foi dividido em três seções distribuídas da seguinte forma: na primeira, falaremos sobre a ideia de alma e seus desdobramentos no pensamento Agostiniano, sobretudo, a influência do platonismo no pensamento de Santo Agostinho, e analisando como as concepções do corpo, alma e espírito, são conceitos fundamentais para nosso estudo. Na segunda seção serão discutidos conceitos relacionados à condição humana; a alma e seus aspectos intelectuais e subjetivos da condição humana, de como o livre arbítrio é uma condição importante para a subjetividade. E por fim na terceira e última seção, abordaremos a noção de subjetividade em Agostinho e sua relação com a alma e o paralelo entre a visão de alma platônica e as inovações da perspectiva agostiniana. Para alcançar os resultados propostos foram analisados: obras de autores, clássicos referente á temática, levantamento histórico de vários conceitos, pesquisa bibliográfica de obras de Santo Agostinho sobre o conceito de alma.
  • 3. 3 2. IDÉIA DE ALMA E SEUS DESDOBRAMENTOS NO PENSAMENTO AGOSTINIANO 2.1 A INFLUENCIA DO PLATONISMO NO PENSMENTO AGOSTINIANO Santo Agostinho formulou sua doutrina da alma baseando-se, sobretudo, nos conceitos de Sócrates e Platão, embora existam certos pontos da doutrina desses filósofos que não estão em consonância com o pensamento cristão. Para compreendermos o conceito de alma em Agostinho faz-se necessário entendermos melhor o que Platão entendia a respeito dessa questão. De acordo com a doutrina das formas, de Platão, existem realidades invisíveis e inacessíveis aos sentidos, apreensíveis somente pelo pensamento. Segundo Platão há o mundo sensível e o mundo inteligível. No mundo sensível nós interagimos com as aparências, mas para ultrapassarmos esse nível devemos nos voltar para a essência. No mundo inteligível existe cada idéia, única e imutável, pois lá seria o mundo real. Assim para nos libertarmos das “aparências” temos que nos libertar das amarras do corpo, e alcançar as essências. Sendo o corpo a “prisão” da alma, esta só estaria livre das amarras corporais depois da morte. Assim surge a tese da imortalidade da alma no platonismo. Com a tese da imortalidade da alma temos uma visão da realidade que privilegia o conhecimento do puramente inteligível e desvaloriza os eventos relacionados à vida corporal e sensível. Portanto a alma deve controlar o corpo e viver, na medida do possível, voltada para valores como justiça e virtude, porque isso tem parte na sua própria natureza. 2.2 AS CONCEPÇÕES DE CORPO, ALMA E ESPÍRITO Para Santo Agostinho, o corpo não é mau por natureza, portanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na concepção aristotélica-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e, absolutamente, é uma específica criatura divina.
  • 4. 4 Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo, isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais. Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois, distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é dividida em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade. No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores, cego apetite. A alma viva recebeu a sua origem da terra, porque só aos fiéis é meritório refrearem-se no amor a este mundo, para que a alma deles viva para Deus. Para Agostinho a alma morre afastando-se da fonte da vida, e é arrebatada pelo mundo que passa e com o qual se conforma. A respeito da origem da alma, não há nenhum texto segundo Agostinho que fala inequivocamente ou expresse uma ideia a preexistência da alma, embora apresente visão de certo inatismo. “Assim são os bem instruídos nas artes liberais, já que eles, aprendendo, as resolveram e, de certo modo, as escavam, pois sem dúvida estavam soterradas neles pelo esquecimento. Como a alma surgiu no mundo?” (AGOSTINHO, 1998, p. 387). A nossa alma tem forças para tudo porque ela é a representação do homem por isso, ele tem mais sensibilidade de agir de acordo com o intelecto. Agostinho assegura que o que chamamos “aprender”, nada mais é que “lembrar e recordar”, mas para não contrariar o pensamento cristão ou para não deixar de mostrar sua crença contrária à filosofia anterior a ele, adverte seus leitores adiante, em suas Retratações que: Isto não pode ser entendido como aprovando a doutrina de que a alma viveu antes, em qualquer outro corpo, ou em outro lugar, com ou sem um corpo. Estas palavras não insinuam necessariamente que Agostinho concorda com essa doutrina da preexistência de seus antepassados; somente poderia se sua intenção impedir a interpretação habitual dada por platônicos. Porém, nas retratações, Agostinho parece está rejeitando o que já havia assegurado, e a referência a Platão identifica aquela doutrina. Defender as ideias platônicas, mas é ir além do que ele escreveu colocar-se a serviço do cristianismo, mas conservando o que ele considerava como doutrina validada em Platão, parece o ideal de santo Agostinho.
  • 5. 5 Aquela descoberta mais nobre de Sócrates pelo qual é acertado que não são afirmadas as coisas que nós aprendemos como novo, mas é recordado à memória, aparece aqui num modelo novo, recuperado, mas concertado ao modo da iluminação divina agostiniana. 2.3 A RELAÇÃO CORPO E ALMA: A SUPERIORIDADE DA ALMA EM RELAÇÃO AO CORPO Aqui, Santo Agostino desvencilha-se da influencia do platonismo que afirma que o homem é uma alma que usa um corpo; ou, uma alma racional, que se serve de um corpo terrestre e mortal; ou, “uma alma racional que tem um corpo”. Tudo indica que, para Santo Agostinho, o homem é a alma. A questão ainda está sujeita a discussão, mas exagerou-se demais o platonismo de Santo Agostinho neste particular. De qualquer forma, Santo Agostinho supera a desvalorização do corporal, - (como se existisse esse valor todo no corpo, não?) - tão essencial no platonismo e no neoplatonismo. O corpo é matéria, criação de Deus, e por isso, bom. Não é o cárcere nem o túmulo da alma: Não é o corpo o teu cárcere, mas a corrupção do teu corpo. O “teu corpo, Deus o fez bom, porque ele é bom”. Também aqui poderíamos multiplicar os textos: “Todo aquele que quer eliminar o corpo da natureza humana desvaira”. 2.4 A ILUMINAÇÃO DIVINA A iluminação divina está baseada na nossa fé, e precisamos acreditar em Deus diante da verdade porque Deus deve estar presente diante de tudo e de todas as coisas que o ser humano for fazer, ele deve vir em primeiro plano. E só assim confiar somente em Deus. Quanto mais nos aproximar de Deus, teremos inspiração, luz, portanto, Deus é a iluminação divina porque ele ilumina a mente humana para que nós possamos transmitir conhecimentos, ele dá a sabedoria neste sentido, Deus usa as pessoas para repassar iluminação verdadeira, principalmente o conhecimento. Mas precisamos crer, para compreender confiar em primeiro lugar somente nele, conhecendo Deus só assim, capacitamos á verdade que através da fé é que se chega à iluminação divina que é Deus.
  • 6. 6 A teologia é a base de conhecimentos é o caminho que devemos seguir, porque através da teologia podemos chegar à verdade inclusive, a iluminação divina é o único meio para se chegar até Deus que é a única verdade mais com a fé e acreditando é possível chegar a verdade e somente Deus nos guia, pois, devemos ser iluminados através dele para preparar e ter conhecimentos da importância que Deus tem para nós. A doutrina platônica, sem dúvida, foi importante para Agostinho expor seu conceito de “interioridade”, o problema consiste nas consequências dessa aceitação. A solução viável para esse problema estaria no próprio conceito de “iluminação”, pois a sua doutrina deixaria de ser algo passado. 3. A CONDIÇÃO HUMANA EM AGOSTINHO 3.1 A ALMA E SEUS ASPECTOS INTELECTUAIS E SUBJETIVOS DA CONDIÇÃO HUMANA A alma tem dado uma grande contribuição para o entendimento da realidade, pois, a mesma tem a função que anima o corpo. Segundo Agostinho, a alma é responsável pelos nossos conhecimentos, sentimentos, emoções, a alma tem a grandeza de esclarecer alguns fatos referentes à representação e a capacidade de entendermos as coisas e a finalidade de compreensão, de iluminação de ideias por isso, a alma ela é um sopro divino. O homem é capaz de chegar a Deus através da razão, da iluminação divina para alcançar a verdade que é Deus. O homem é capaz de conhecer as coisas através da mente, da razão, da iluminação divina, ao conhecer vários conhecimentos diversos ele pode obter vários conceitos diferentes relativo a alma em busca do entendimento para atingir a tão almejada verdade. A mente humana é naturalmente inquiridora: quer conhecer as razões das coisas. Basta ver uma criança fazendo perguntas aos pais, mas as mesmas perguntas podem ser dadas de diversas respostas: respostas míticas, científicas, filosóficas. As respostas míticas são explicações que podem contentar a fantasia, embora não sejam verdadeiras (MONDIN, 1981, p. 9). Neste sentido, fica claro que com a força da mente o homem quer ser superior a Deus porque quer fazer e desfazer de suas vontades, ou seja, da vontade de Deus. O homem deve estar sempre em busca das verdades como também conhecer os ensinamentos de Deus.
  • 7. 7 O homem é uma unidade substancial de corpo e alma. Não é infreqüente, afirma-se que para Agostinho a essência do homem é uma que se utiliza de um corpo; todavia, é fora de dúvida que ele doutrina, clara e reiteradamente, que o homem se compõe de alma e corpo, graças a uma estreita união destes dois componentes, e que só o ser assim composto merece o nome de homem (BOEHNER; GILSON, 1991, p. 180). Deus criou o homem, em seguida deu a ele uma alma e um corpo para que ele se servisse dele, pois, acredita-se que a essência do homem é a alma. A alma ela é mais forte e capaz de governar o corpo, como também do homem ela domina e dá equilíbrio, ela tem forças de manipular o homem e representá-lo como a essência. O homem é composto de corpo e alma ambos tem uma união, sendo que o indivíduo é reconhecido por Deus através do seu poder da sua criação, desta forma as suas atitudes e ações vão contribuir de forma significativa para a perfeita permanência desta ligação. A alma tem forças de governar e manipular o corpo, sendo uma parte extremamente importante do homem, sendo superior e responsável por algumas práticas ou atos do ser humano. Por essa razão, Santo Agostinho está interessado pela sustentabilidade da alma, não desprezando o corpo, ele também tem sua função na construção do homem, ou seja, estão fortemente interligados entre si. A alma tem seus sentimentos, tem seus desejos, tem o seu objetivo e alvo desejado que é de aproximar de Deus para alcançar a salvação, por esse e outros motivos a alma é uma relíquia primordial e indispensável para o ser humano que o conduz para Deus, trazendo para as pessoas uma representação divina, iluminando suas mentes, sondando os corações, para que possam raciocinar no que é certo e correto, mostrando que a alma é uma base que prova a existência humana. 3.2 O LIVRE ARBÍTRIO O homem é bom porque foi Deus quem o criou, o bem provém de Deus, as escolhas que são feitas é que são boas ou más. Neste sentido Deus não criou o mal, deu o livre arbítrio a partir daí surgiu o direito ou a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Através da desobediência do homem surgiram os problemas, pois, Deus deu ao homem o livre arbítrio para que pudessem interagir e compreender seus valores mediante suas escolhas por que ele é um ser pensante e livre para fazer o bem que são os caminhos e a verdade de Deus. Entretanto o homem
  • 8. 8 consegue fazer suas escolhas boas através da fé, da boa obra, da razão conforme seu raciocínio. “Deus é, pois o criador de todas as naturezas: Não somente daquelas que haviam de perseverar na virtude e na justiça, como daqueles que haviam de pecar” (AGOSTINHO, 1995, p. 186). Deus é o criador e fez o homem a sua semelhança o homem é bom por natureza por isso, através das escolhas ele tornou-se mal. Mas, percebe-se que o homem ele tem suas qualidades, portanto ele não é totalmente mal através da liberdade de escolha ele tornou-se mal porque é livre para decidir suas vontades. Neste sentido, Deus criou o homem como também todas as coisas lhe dando sabedoria e entendimento, já que Ele foi feito a sua imagem e semelhança. Os homens são superiores aos demais seres, tendo a capacidade de compreender, assim como explicar muitas coisas de forma racional, agindo com consciência, habilitado a produzir, construir conhecimentos. A liberdade tem suas raízes no conhecimento intelectual. O homem é na escolha dos bens finitos. No desejo, porém, da felicidade, o ato voluntario, posto espontâneo é necessário. O problema do livre arbítrio é considerado sob todos os seus aspectos e as dificuldades que suscita são encaradas com firmeza e resolvidas com segurança e profundidade (FRANCA, 1990, p. 111). Deus nos deu o direito de liberdade de sermos livres, pois, devemos ser bons porque Deus é bom e nos fez bom também. O homem deve fazer o bem praticar bondades fazer nossos atos bons que agrade a Deus só assim ele conseguir ser feliz. De acordo com a citação acima, a alma é superior e que o homem é livre, em suas vontades e ideias, capaz de escolher. A alma é muito eficiente unindo-se ao corpo, dando condições para que o mesmo a partir da sua liberdade possa tomar medidas cabíveis para seu próprio contentamento, no sentido do prazer, da satisfação em prol dos seus desejos, recebendo autonomia de fazer múltiplas coisas. O homem é santificado pelas suas boas ações, ou seja, pelo o que ele faz de bom. Admito que a alma procede de Deus, refletir isso, comigo, e se algo me ocorrer sobre o assunto, perguntarei novamente. Peço agora que me explique a natureza da alma (qualis sit.) (EVODIO apud AGOSTINHO, 2013, p. 24). De acordo com a citação acima, percebe-se que Deus com sua bondade infinita criou o homem e deu a ele uma alma. Deus é tão misericordioso que ao criar
  • 9. 9 o homem concedeu a ele uma alma, pois, a alma é a base de todas as coisas, ela é fundamental para o ser humano. Na verdade para os filósofos a mente humana dar forças para conduzir o corpo, ela é um sopro divino, por essa razão ela é uma adjuntora do corpo animando e mantendo o equilíbrio, por isso que se define o homem como corpo e alma por que a mente tem forças para pensar, querer, sentir, receptando uma capacidade de manter uma conexão fundamental. A alma representa muita coisa para o homem, lhe dando grandes possibilidades de adquirir seus objetivos, na plenitude de seus ideais o ajudando em sua inteligência, emoções, na busca de soluções para respectivos questionamentos. Segundo Santo Agostinho e Platão o homem é corpo e alma como também diz que o homem é puramente alma, porque somente a alma é capaz de fazer o homem pensar, agir, ter emoções, razões, pois, ele não vive sem alma porque a alma é espiritual e Deus que criou, para que ele tivesse equilíbrio do seu próprio corpo. “O homem foi criado para participar da felicidade de Deus. Para ser feliz é mister que se possa gozar o bem desejado; para gozá-lo é preciso que se possa atingi-lo;e para atingi-lo requer-se um ato de assentimento ou afirmação” (BOEHNER; GILSON, 1991, p. 286). Somos capazes de conhecer e participar dos planos de Deus, porque o homem não é a causa do mal, entende-se que através dos costumes e da cultura, e do meio, o homem quer se destacar diante de todas as coisas, mais Deus é quem nos conduz, nos orienta com seu amor divino. De acordo com o pensamento de Agostinho é possível afirmar que o homem foi criado para participar dos planos de Deus, desse modo, fica ao critério do homem ser participativo ou não da vontade de Deus para não fazer suas escolhas desnecessárias que contradiz com a permissão dele. O homem tem a liberdade de fazer suas escolhas, portanto, ele decide fazer uso de seu desejo segundo seu discernimento, só assim ele alcançara os merecimentos de Deus, ou seja, de adquirir a sua salvação ou a sua destruição. “O segundo fator constitutivo do livre arbítrio é uma energia espiritual. O “arbítrio” envolve conhecimento e julgamento. A vontade é apta a julgar seus próprios atos. Isto é, a decidir de sua bondade ou malícia” (BOEHNER; GILSON, 1991, p. 287).
  • 10. 10 Analisando este pensamento, que abordamos, que o homem ele é racional agi por razão, portanto, ele determina suas escolhas, mais responde por elas e sofrerá as consequências porque ele é um sujeito pensante de acordo com as suas decisões. 4. A NOÇÃO DE SUBJETIVIDADE EM AGOSTINHO E SUA RELAÇÃO COM A ALMA 4.1 O PARALELO ENTRE A VISÃO DE ALMA PLATÔNICA E AS INOVAÇÕES DA PERSPECTIVA AGOSTINIANA Deus é bondoso por que ele só faz o bem e o homem é livre porque tem suas vontades próprias, e ao mesmo tempo se torna miserável porque não faz boas escolhas, dando passos distorcidamente incoerentes com a iluminação de Deus. Três faculdades da alma, a memória enquanto persistência de imagens produzidas pela percepção sensível corresponderia a essência (Deus Pai) aqui que é e nunca deixa de ser; a inteligência seria o correlato do verbo razão ou verdade (Filho), finalmente, a vontade constituiria a expressão humana do amor (Espírito Santo), responsável pela criação do mundo (AGOSTINHO, 1999, p. 20). Conclui-se, que a memória, inteligência, e a vontade, são de grande importância, porque cada uma delas tem sua tonalidade mais a vontade, é a mais importante porque é através dela que o homem expõe suas atitudes, é a forma dele criar suas idéias, pensar, sentir, e principalmente fazer uso de suas escolhas. Conforme a citação a mais importante destas faculdades é a vontade, por que o homem é o produto do meio capaz de realizar através de sua inteligência e escolhas o caminho real de conhecer a verdade e de se aproximar ou se afastar de Deus, pois, ele tem o conhecimento do mal e do bem. “[...] Mas segundo Agostinho, nem todos os homens recebem a graça das mãos de Deus, apenas alguns eleitos, quem estão, portanto, predestinados à salvação” (AGOSTINHO, 1999, p. 21). Neste sentido, nem todo ser humano é obediente a Deus nem as doutrinas de Deus, porque não buscar ser fiel e não seguir os mandamentos de Deus não age de forma correta, procura outros caminhos que desagrada a Deus, por isso, sofre as sanções e pagará um preço alto por falta de desobediência. Fazendo uso das palavras do Filosofo são privilegiados de fazer parte dos planos de Deus diante de todas as demais criaturas somos os únicos que tivemos
  • 11. 11 este prazer, porém, não deixamos de ser seres contingentes, ou seja, nossa ausência não faria nenhuma diferença, o mundo continuaria sendo o que é e Deus também, por isso que alguns são destinados a salvação Deus, sendo privilegiados, agraciados, bem aventurados por adquirir tal dádiva de Deus, porem não nos dar a liberdade pra chegamos ao conhecimento pleno, para que o homem reconheça seus limites e o busque, para não se sentir mais do que o ser que o criou conservando a humildade. 4.1 A HERANÇA FILOSÓFICA AGOSTINIANA DA COMPREENSÃO DA ALMA PARA O CRISTIANISMO Entende-se que a história da filosofia trata-se da salvação do homem do comportamento, isso, depende das instituições, da forma, da ordem, de cada uma delas, tudo isso é maneira de como o homem obtém a sua salvação. Para Agostinho, a única verdade absoluta é Deus, por isso que ele influenciou o projeto ocidental, a Polis Medieval é substituída pela grega. Na cidade de Deus era a opressão da razão, a igreja não dominou o mundo naquela época, o homem é incapaz de se justificar a si mesmo ele sempre precisa de algo, o homem pós-moderno em muitas ocasiões se equívoca nas suas próprias ideias segundo seus propósitos. A ciência sabe que é limitada, por isso não é capaz de resolver todos os problemas do homem, pois são alimentados pela razão. O homem se distancia de Deus a partir do momento em que ele despreza a vontade de Deus. A liberdade dos filhos de Deus não é algo que se dá e acontece conosco e nos atinge e afeta, como seres humanos em nossos empenhos de realização. A liberdade da fé é um dom gratuito dentro de um empenho de conquista (AGOSTINHO, 1990, p. 21). Compreende-se que o ser humano não é preso a nada, portanto, temos a liberdade de escolha para tudo chorar, brincar, rir, sonhar, ter emoções obter ideias e crescer e alcançar novos horizontes. Para Agostinho a fé é um dom muito importante que cada indivíduo pode conquistar devido sua crença. Por essa razão, é um esforço ou empenho que cada um tem que demonstrar para que com a fé possa atingir seu objeto desejado, segundo a vontade de Deus. Na razão Filosófica e Teológica três coisas andam
  • 12. 12 juntas, ou seja, tem uma ligação importante, pois para se chegar a uma verdade é preciso ter fé, razão, conhecimento. A mente humana tem forças de conhecer e sentir coisas através da razão, da fé, das virtudes, sendo uma fonte fundamental e com uma dimensão surreal para fazer coisas, e passamos a imaginar e reproduzir aquilo que ouvimos, que alguém fala entre outros, a partir daí criamos nossas concepções e fazemos uma ideologia da realidade imposta. À nos modernos, estas respostas parecem simplistas e errôneas, historicamente, com tudo elas têm uma importância muito grande por que representam o primeiro esforço da humanidade para explicar as coisas e suas causas. Sob o véu da fantasia, há nessas respostas uma autêntica procura das “causas primeiras” do mundo (MONDIN, 1981, p. 9). Encontramos nas leituras, palavras distorcidas, porque somente através do conhecimento, e dos nossos sacrifícios, podemos encontrar as verdadeiras coisas boas e corretas. 4.2 ONDE SE ENCONTRA O VALOR DO HOMEM NA ALMA De acordo com os relatos sobre Agostinho, o homem aprende ensinamentos de Deus que o ilumina e o conduz para a certeza da própria realidade em que vive, pois, são doutrinas que o faz saber quais os melhores preceitos a seguir ou a escolher para o bem pessoal e para o bem comum. “Para explicar como é possível ao homem receber de Deus o conhecimento das verdades eternas, Agostinho elabora a doutrina da iluminação divina” (AGOSTINHO, 1999, p. 16). Imaginamos que se espelhamos na fé e na razão como também nas nossas virtudes temos o conhecimento que Deus é divino e misericordioso temos a capacidade de compreender a iluminação divina. De acordo com o comentário acima, Deus se aproxima do homem através de sua fé, daí ele procura a verdade pare ter o conhecimento de Deus. As ideias são inspiradas no homem, porem esse conhecimento é algo muito intimo é um momento de transcendência com o divino, ou seja, sendo Deus é sumo amor infinito. A iluminação divina coopera em todos os aspectos na conduta do homem sobre a terra, além de dar propriedades divinas que são reveladas pela bondade do criador, que frequentemente possibilita a sua criatura amada revelações não dos mistérios transcendentes, mas de uma ideia perfeita que impulsiona o ser para suas inquietações e resoluções. Em vista disso, Agostinho afirmou: “Por que me destes a
  • 13. 13 razão, ó Deus, se não sou capaz de compreender tudo?” Em vista das inquietações, Agostinho chegou a conclusão de que o homem sempre será inquieto, angustiado, o seu coração jamais estará conformado e completo sem antes voltar todos os seus pensamentos para o seu criador. 5. CONCLUSÃO Por meio do trabalho realizado, percebe-se a perspectivas do estudo da alma humana como reflexão para esclarecer e contextualizar a importância que ela nos mostra. De acordo com o pensamento Agostiniano, a alma tem a finalidade de representar o corpo, sendo desta forma, a iluminação. Assim sendo, a alma é superior ao corpo é responsável por todos os atos e ações do homem, pois, só assim ele é capaz de sentir, chorar, pensar e agir através da fé e da razão. Vimos ainda, que Agostinho constrói toda sua argumentação, utilizando o pensamento platônico. Essa adaptação é conveniente, pois ele parte da fé para chegar á compreensão da verdade. Pode desenvolver sobre a teoria da iluminação que para entender essa iluminação é necessário que tenhamos fé para chegar o conceito que a iluminação divina é Deus. Percebe-se a partir da nossa aproximação que temos de Deus, que através das nossas experiências, da verdade e como também da razão, principalmente a fé cristã, que temos sobre Deus. Através do intelecto e da participamos em busca da verdade temos a certeza que Deus nos transmite luz, paz cada vez que se aproximamos dele isso é possível através dos nossos sentimentos, e da união que temos desta forma, a fé e a razão são caminhos verdadeiros para se chegar à verdade que é Deus. O ser humano é capaz de visualizar essa importância por meio da fé como também os ensinamentos da Bíblia isso influência a capacidade do homem de pensar, agir. Compreender principalmente aceitar Deus como verdade e só é possível chegar essa verdade através da fé, pois, torna-se necessário crê acreditar para poder compreender que Deus é iluminado e toda iluminação é Deus baseado na verdade.
  • 14. 14 6. REFERÊNCIAS AGOSTINHO, Santo. Sobre a potencialidade da alma: (De quantitate animae). Tradução de Aloysio Jansen de Faria. Revisão da tradução frei Graciano González. Petropólis, Rj: Vozes, 2013. (Vozes de Bolso). _______. Confissões. In: O homem e a essência do pecado. São Paulo: Nova Cultural, 1999. _______. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995. _______. A Cidade de Deus: contra os pagãos. 2. ed. Trad. de Oscar Paes Leme. Petropólis, Rj: Vozes, 1990. (Coleção Pensamento Humano). _______. Solilóquios & A vida feliz. São Paulo: Paulus, 1998. BOEHNER, P.; GILSON, E. Santo Agostinho, o mestre do Ocidente. In: História da Filosofia Cristã: desde as origens até Nicolau de Cusa. Petrópolis: Vozes, 1991. FRANCA, Leonel. Noções de história da filosofia. 24. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1990. MONDIN, Battista. Curso de Filosofia: os filósofos do Ocidente. Vol. I, 7. ed. (tradução do italiano de Bênoni Lemos; revisão de João Bosco de Lavor Medeiros). São Paulo: Paulus, 1981. (Coleção Filosofia).