Este artigo discute o conceito de intertextualidade e dialogismo, definindo-os como referências entre textos onde um autor constrói sua obra com referências a outras obras e autores. A intertextualidade surgiu nos estudos de Bakhtin e Kristeva e pode ocorrer por citação, alusão ou estilização entre diferentes mídias como literatura, artes plásticas e cinema. Exemplos de Rabelais e Cervantes ilustram como incorporaram elementos de outros textos em seus próprios trabalhos de forma dialógica.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
1. O documento apresenta um resumo do pensamento de Bakhtin e discute alguns de seus principais conceitos, como o diálogo e a heterogeneidade da linguagem.
2. A autora analisa a obra de Bakhtin por meio de quatro períodos: fenomenológico, sociológico, linguístico e histórico-literário. Ela destaca a ênfase de Bakhtin na intersubjetividade e no caráter social e ideológico da linguagem.
3. Dois temas centrais discutidos são a constit
Horacio texto arspoetica e dissertação furlanPedro Lima
Este trabalho analisa as possibilidades e implicações de traduzir o texto clássico Ars Poetica de Horácio do latim para o português. Primeiramente, apresenta os fundamentos teóricos da tradução e a história do texto original. Em seguida, discute as diferentes abordagens adotadas em traduções anteriores da Ars Poetica. Por fim, propõe uma nova tradução do texto visando recriar seus valores literários e teóricos na língua portuguesa.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Intertextualidades no processo de reconstrução de textos de escóliosEdilson A. Souza
1) O documento discute as relações intertextuais encontradas nos escólios, comentários sobre a obra de Hermógenes de Tarso.
2) Estes escólios citam, parafraseiam e debatem outros comentários e teorias de retóricos como Hermagoras de Temnos e Sópatro.
3) O autor propõe categorias para distinguir os diferentes tipos de intertextos encontrados nos escólios, como fontes teóricas e referências literárias usadas como exemplos.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
1. O documento apresenta um resumo do pensamento de Bakhtin e discute alguns de seus principais conceitos, como o diálogo e a heterogeneidade da linguagem.
2. A autora analisa a obra de Bakhtin por meio de quatro períodos: fenomenológico, sociológico, linguístico e histórico-literário. Ela destaca a ênfase de Bakhtin na intersubjetividade e no caráter social e ideológico da linguagem.
3. Dois temas centrais discutidos são a constit
Horacio texto arspoetica e dissertação furlanPedro Lima
Este trabalho analisa as possibilidades e implicações de traduzir o texto clássico Ars Poetica de Horácio do latim para o português. Primeiramente, apresenta os fundamentos teóricos da tradução e a história do texto original. Em seguida, discute as diferentes abordagens adotadas em traduções anteriores da Ars Poetica. Por fim, propõe uma nova tradução do texto visando recriar seus valores literários e teóricos na língua portuguesa.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Intertextualidades no processo de reconstrução de textos de escóliosEdilson A. Souza
1) O documento discute as relações intertextuais encontradas nos escólios, comentários sobre a obra de Hermógenes de Tarso.
2) Estes escólios citam, parafraseiam e debatem outros comentários e teorias de retóricos como Hermagoras de Temnos e Sópatro.
3) O autor propõe categorias para distinguir os diferentes tipos de intertextos encontrados nos escólios, como fontes teóricas e referências literárias usadas como exemplos.
1) O termo "literatura" foi utilizado de forma universalizante para se referir a produções verbais de todas as épocas, mas recentemente passou a ser questionado se existia antes do século XVIII.
2) Existem duas hipóteses sobre o conceito de literatura: a tradicional que considera que os "fatos literários" existem independentemente do termo, e a nominalista que defende que surgiu no século XVIII junto com a palavra.
3) Na verdade, o termo "literatura" existe há mais de dois mil anos em latim
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o videoAcervo_DAC
O documento apresenta um resumo sobre a elaboração de um vídeo baseado em um poema de autoria própria. Discute a tradução da poesia literária para o formato audiovisual, descrevendo os processos de transcrição do texto para imagem e som, e apresentando o produto final do vídeo.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
O documento discute as visões pós-estruturalistas sobre a diferença entre original e tradução. Argumenta-se que não há uma diferença clara entre os conceitos de autor e tradutor ou original e tradução, uma vez que todo texto deriva de outros textos anteriores. O autor propõe analisar uma tradução e um poema originais para tentar identificar possíveis diferenças entre a atividade de traduzir e escrever.
O documento descreve a trajetória do entrevistado que o levou a viver e estudar na União Soviética na década de 1960, onde desenvolveu interesse pela língua e literatura russas. Ele foi enviado para um curso de formação política em Moscou em 1963 e permaneceu no país após o golpe militar de 1964 no Brasil. Estudou tradução e trabalhou em uma rádio, o que aprofundou seu conhecimento da língua e cultura russas.
1) O autor argumenta que o conceito moderno de autor é uma construção social e que na escrita a voz do autor se perde, sendo substituída pela linguagem.
2) A morte do autor transforma radicalmente o texto moderno, que passa a ser visto como um tecido de citações ao invés de uma expressão única do autor.
3) Sem o autor, o leitor assume o papel central na interpretação do texto, que passa a ter múltiplos sentidos ao invés de um sentido último dado pelo autor.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
A Intertextualidade nos processos de composição e interpretação da Seresta pa...Edilson A. Souza
O artigo discute a aplicação da teoria da intertextualidade na composição e interpretação musical, analisando a Seresta para Violão de José Alberto Kaplan. Kaplan incorporou elementos rítmicos, melódicos e formais de obras de Francisco Mignone e Aylton Escobar. A interpretação e audição de uma obra também são processos intertextuais, onde intérprete e ouvinte criam seus próprios textos musicais a partir da obra.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
CONCEITOS BAKTINIANOS NA ANÁLISE DA INSCRIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO DISCURSO TR...planetanet
Este documento resume uma pesquisa sobre como os conceitos bakhtinianos podem ser aplicados à análise do discurso tradutório e da subjetividade do tradutor. Analisa como o tradutor apreende o discurso do autor original e como conceitos como dialogismo e polifonia são úteis para entender a produção do texto traduzido.
O artigo versa sobre alguns aspectos da obra de Dorival Caymmi em relação de aproximação com a poesia brasileira.Foi produzido para o curso de graduação em Letras,Literatura brasileira,sobre poesia na UFRJ.Posteriormente,foi apresentado como comunicação em Colóquio sobre poesia e contemporaneidade,2010.
O sentido histórico filosófico do poema de parmênides Christian Athayde
I. O documento analisa as três partes do poema de Parmênides - o prólogo, a parte ontológica e a parte sobre as opiniões dos mortais - e como cada uma se relaciona com a tradição filosófica e poética grega anterior.
II. No prólogo, Parmênides faz referências a poetas e filósofos como Hesíodo, Pitágoras e Xenófanes para demonstrar seu diálogo com essas tradições e justificar a clivagem anunciada entre as partes do poema.
III. Essas referências também
Este artigo traça um estudo sobre a poética de Sérgio Sant ́Anna, escritor brasileiro, sob a ótica da poética do recorte e do hibridismo. Assim investigaremos no interior da narrativa o cruzamento de dois discursos dentro do mesmo enunciado: O discurso da Teoria literária, que será confrontado com o Discurso Ficcional, para isso será analisado a obra Simulacros, onde será verificado se no texto ocorre esse cruzamento discursivo, para com isso estabelecermos se este cruzamento poderá se entendido como uma das marcas da poética de Sergio Sant ́Anna.
O artigo discute a experiência da violência do original sobre o tradutor e sua língua, que deflagra a pulsão de traduzir. A experiência da tradução é pensada como uma relação já em movimento com um original que se apresenta em tensão tradutória desde sempre. Explora-se a discussão da tradução como Bildung no sentido freudiano de uma forma em formação interminável e conflituosa.
Introdução de elemento teórico (Mikhail Bakhtin) seguida de aplicação de exemplo corriqueiro com a finalidade de identificar as principais caracteristicas, seus procedimentos e fundamentos.
Este documento presenta los conceptos fundamentales de un seminario taller sobre lectura y producción textual en la Universidad de Nariño. Se define el acto ético como un acto llevado a cabo para el otro que puede ser de visión, pensamiento o creación. También se discuten las dificultades que tienen los estudiantes con la comprensión de textos y las estrategias que pueden usar los lectores eficientes.
1) O termo "literatura" foi utilizado de forma universalizante para se referir a produções verbais de todas as épocas, mas recentemente passou a ser questionado se existia antes do século XVIII.
2) Existem duas hipóteses sobre o conceito de literatura: a tradicional que considera que os "fatos literários" existem independentemente do termo, e a nominalista que defende que surgiu no século XVIII junto com a palavra.
3) Na verdade, o termo "literatura" existe há mais de dois mil anos em latim
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o videoAcervo_DAC
O documento apresenta um resumo sobre a elaboração de um vídeo baseado em um poema de autoria própria. Discute a tradução da poesia literária para o formato audiovisual, descrevendo os processos de transcrição do texto para imagem e som, e apresentando o produto final do vídeo.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
O documento discute as visões pós-estruturalistas sobre a diferença entre original e tradução. Argumenta-se que não há uma diferença clara entre os conceitos de autor e tradutor ou original e tradução, uma vez que todo texto deriva de outros textos anteriores. O autor propõe analisar uma tradução e um poema originais para tentar identificar possíveis diferenças entre a atividade de traduzir e escrever.
O documento descreve a trajetória do entrevistado que o levou a viver e estudar na União Soviética na década de 1960, onde desenvolveu interesse pela língua e literatura russas. Ele foi enviado para um curso de formação política em Moscou em 1963 e permaneceu no país após o golpe militar de 1964 no Brasil. Estudou tradução e trabalhou em uma rádio, o que aprofundou seu conhecimento da língua e cultura russas.
1) O autor argumenta que o conceito moderno de autor é uma construção social e que na escrita a voz do autor se perde, sendo substituída pela linguagem.
2) A morte do autor transforma radicalmente o texto moderno, que passa a ser visto como um tecido de citações ao invés de uma expressão única do autor.
3) Sem o autor, o leitor assume o papel central na interpretação do texto, que passa a ter múltiplos sentidos ao invés de um sentido último dado pelo autor.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
A Intertextualidade nos processos de composição e interpretação da Seresta pa...Edilson A. Souza
O artigo discute a aplicação da teoria da intertextualidade na composição e interpretação musical, analisando a Seresta para Violão de José Alberto Kaplan. Kaplan incorporou elementos rítmicos, melódicos e formais de obras de Francisco Mignone e Aylton Escobar. A interpretação e audição de uma obra também são processos intertextuais, onde intérprete e ouvinte criam seus próprios textos musicais a partir da obra.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
CONCEITOS BAKTINIANOS NA ANÁLISE DA INSCRIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO DISCURSO TR...planetanet
Este documento resume uma pesquisa sobre como os conceitos bakhtinianos podem ser aplicados à análise do discurso tradutório e da subjetividade do tradutor. Analisa como o tradutor apreende o discurso do autor original e como conceitos como dialogismo e polifonia são úteis para entender a produção do texto traduzido.
O artigo versa sobre alguns aspectos da obra de Dorival Caymmi em relação de aproximação com a poesia brasileira.Foi produzido para o curso de graduação em Letras,Literatura brasileira,sobre poesia na UFRJ.Posteriormente,foi apresentado como comunicação em Colóquio sobre poesia e contemporaneidade,2010.
O sentido histórico filosófico do poema de parmênides Christian Athayde
I. O documento analisa as três partes do poema de Parmênides - o prólogo, a parte ontológica e a parte sobre as opiniões dos mortais - e como cada uma se relaciona com a tradição filosófica e poética grega anterior.
II. No prólogo, Parmênides faz referências a poetas e filósofos como Hesíodo, Pitágoras e Xenófanes para demonstrar seu diálogo com essas tradições e justificar a clivagem anunciada entre as partes do poema.
III. Essas referências também
Este artigo traça um estudo sobre a poética de Sérgio Sant ́Anna, escritor brasileiro, sob a ótica da poética do recorte e do hibridismo. Assim investigaremos no interior da narrativa o cruzamento de dois discursos dentro do mesmo enunciado: O discurso da Teoria literária, que será confrontado com o Discurso Ficcional, para isso será analisado a obra Simulacros, onde será verificado se no texto ocorre esse cruzamento discursivo, para com isso estabelecermos se este cruzamento poderá se entendido como uma das marcas da poética de Sergio Sant ́Anna.
O artigo discute a experiência da violência do original sobre o tradutor e sua língua, que deflagra a pulsão de traduzir. A experiência da tradução é pensada como uma relação já em movimento com um original que se apresenta em tensão tradutória desde sempre. Explora-se a discussão da tradução como Bildung no sentido freudiano de uma forma em formação interminável e conflituosa.
Introdução de elemento teórico (Mikhail Bakhtin) seguida de aplicação de exemplo corriqueiro com a finalidade de identificar as principais caracteristicas, seus procedimentos e fundamentos.
Este documento presenta los conceptos fundamentales de un seminario taller sobre lectura y producción textual en la Universidad de Nariño. Se define el acto ético como un acto llevado a cabo para el otro que puede ser de visión, pensamiento o creación. También se discuten las dificultades que tienen los estudiantes con la comprensión de textos y las estrategias que pueden usar los lectores eficientes.
O documento discute os conceitos de polifonia, intertextualidade e dialogismo na criação literária. A polifonia refere-se à presença de muitas vozes em um texto. A intertextualidade é a criação de um texto a partir de outro já existente. O dialogismo descreve a interação entre textos na escrita e leitura, onde um texto não é visto isoladamente, mas sim relacionado a outros discursos.
Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagemLucila Pesce
O documento discute as visões de Bakhtin e Lévy sobre a cibercultura e a linguagem. Bakhtin via a linguagem como dialógica e polifônica, constituída social e historicamente. Lévy enfatiza a inteligência coletiva emergente na rede. Ambos rejeitam visões objetivistas ou subjetivistas da linguagem.
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochmarimidlej
O documento discute os conceitos de intertextualidade e polifonia. A intertextualidade refere-se às relações entre um texto e outros textos, enquanto a polifonia refere-se às múltiplas vozes e perspectivas representadas em um texto. Embora a intertextualidade implique polifonia, a polifonia pode ocorrer sem a presença explícita de outros textos. Ambos conceitos são importantes para entender como os sentidos são construídos nos textos.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
1) O livro Marxismo e Filosofia da Linguagem foi publicado em 1929 sob o nome de V.N. Volochínov, mas foi escrito na verdade por Mikhail Bakhtin.
2) Bakhtin escondeu sua autoria para evitar modificações impostas pelo editor e por sua modéstia científica.
3) O livro antecipa conceitos da sociolinguística e da semiótica e estabelece novas bases para o estudo da linguagem.
1. A literatura é a arte da palavra e faz da palavra seu principal objeto, concedendo-lhe outras possibilidades além de seu significado usual.
2. A literatura existe para preencher os vazios que a realidade não consegue perceber.
3. Os três gêneros literários clássicos são o lírico, o épico e o dramático.
Este documento analisa a representação do escritor como intelectual em dois romances: A correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiróz e Nação Crioula de José Eduardo Agualusa. Ambos usam o personagem Fradique Mendes para construir projetos intelectuais diferentes para o escritor. No primeiro, Fradique endossa o discurso imperialista português da época. No segundo, escrito quase 100 anos depois, Fradique é reescrito para deslocar o ethos do escritor e produzir um novo modelo de su
1. O documento resume o prefácio de um livro de Mikhail Bakhtin sobre estética da criação verbal.
2. Bakhtin critica os formalistas russos por se concentrarem apenas nos aspectos formais das obras literárias em vez de considerar também o conteúdo e a relação com o mundo.
3. Bakhtin inicialmente via a relação entre autor e personagem como o autor tendo uma visão superior e completa sobre a personagem, mas ao analisar Dostoiévski passou a ver essa relação de forma mais igualitária e dialógica
1) O documento descreve a história do livro "Marxismo e Filosofia da Linguagem" e de seu autor real, Bakhtin. Bakhtin escreveu o livro mas publicou-o sob o pseudônimo de Volochínov para evitar censura.
2) O livro explora as relações entre linguagem e sociedade numa perspectiva marxista, antecipando temas da sociolinguística e semiótica modernas.
3) Apesar do título, o livro aborda diversos domínios das ciências human
1) O livro "Marxismo e Filosofia da Linguagem" foi escrito por Bakhtin mas publicado sob o nome de Volochínov para evitar censura.
2) Bakhtin desenvolveu novas ideias sobre semiótica e sociolinguística que anteciparam pesquisas modernas nesses campos.
3) Uma parte importante do livro discute o papel da citação em discursos e a adaptação de empréstimos linguísticos ao contexto.
1) O documento descreve a biografia de Mikhail Bakhtin e o contexto de publicação de seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem.
2) Bakhtin publicou o livro sob o pseudônimo de V.N. Volochinov devido a restrições políticas na época.
3) O livro aborda as relações entre linguagem e sociedade de uma perspectiva marxista, antecipando debates posteriores sobre o tema.
Comparar literaturas é comparar nações, que se constroem discursivamente em confronto mútuo. No século 19, a historiografia romântica construiu narrativas nacionais com mitos fundacionais, enquanto o Romantismo sugeriu comparar diferentes narrativas nacionais. O documento discute como a literatura comparada configurou-se como comparação entre estados-nação em construção discursiva recíproca, permeada por relações de poder.
O documento descreve vários estilos literários ao longo da história, começando pelo Trovadorismo na Idade Média e incluindo o Classicismo, Barroco e Arcadismo. Cada estilo reflete valores culturais e sociais de sua época, abordando temas como amor, política e religião de maneiras características. A literatura produzida no Brasil colonial também evoluiu através desses estilos ao longo dos séculos.
O documento descreve vários estilos literários ao longo da história, começando pelo Trovadorismo na Idade Média e incluindo o Classicismo, Barroco e Arcadismo. Cada estilo reflete as características culturais e sociais de sua época, abordando temas como amor, política e valores religiosos. A literatura produzida no Brasil colonial foi influenciada pelos estilos europeus, mas também começou a desenvolver temas nacionais.
Este artigo analisa as referências filosóficas presentes na obra "O Nome da Rosa" de Umberto Eco, encontrando menções à semiótica de Charles Peirce, ao nominalismo de Guilherme de Ockham e à teoria da enciclopédia mundi de Buridano. O texto literário é apresentado como uma ferramenta para estudar filosofia de forma acessível.
O documento discute palavras-chave para a antropologia transnacional, como fluxo, fronteiras e híbridos.
Fluxo sugere continuidade cultural ao invés de descontinuidades implicadas por fronteiras.
Conceitos como hibridez e criolização descrevem culturas não puras e homogêneas, mas sim dinâmicas e criativas, resultado da mistura cultural.
Este documento apresenta uma análise comparativa inicial de poemas brasileiros, mexicanos, portugueses e espanhóis da transição entre os séculos XIX e XX, buscando compreender continuidades e rupturas entre as vanguardas literárias desses países ibéricos e identificar como conceitos como "modernismo" podem ser reavaliados de forma mais complexa.
4 a literatura_em_dialogo_com_outras_artesLuiz Cunha
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Imagens da natureza no haikai de Paulo Franchettirodrigobovary
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Linguagem e trabalho: a figura do trabalhador em Lima Barreto.LinTrab
Este documento apresenta uma análise da figura do trabalhador na obra de Lima Barreto. Analisa-se duas crônicas do autor: "Maio" e "A matemática não falha". A literatura é capaz de representar as relações sociais de sua época, incluindo as relações de trabalho. Lima Barreto retrata as experiências dos trabalhadores no século XX no Brasil.
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O barroco sucedeu o Renascimento entre os séculos XVI e XVIII na Europa e América Latina. A literatura barroca se caracterizava pelo uso exagerado de figuras de linguagem como metáforas e antíteses. No Brasil, a literatura barroca foi introduzida pelos portugueses e refletia a literatura portuguesa da época, não sendo reconhecida como genuinamente nacional.
O documento descreve o contexto histórico e artístico do período Barroco na Europa e no Brasil, desde a Reforma Protestante até a literatura do século XVII. A arte Barroca foi marcada pela tensão entre visões opostas e a busca pela harmonia da dissonância. Grandes nomes como Gregório de Matos também são apresentados.
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O documento discute o princípio da intertextualidade como fator de textualidade em textos orais e escritos. Apresenta as definições de interdiscursividade e intertextualidade e classifica as formas mais utilizadas da intertextualidade, como citação, alusão e estilização.
Este artigo discute três pontos principais: 1) A intertextualidade como um fator importante de textualidade que determina a influência de textos anteriores nos atuais; 2) As teorias de interdiscursividade e intertextualidade e como um discurso sempre se refere a outros discursos; 3) As diferentes formas de intertextualidade, incluindo citação, alusão e estilização.
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Este documento apresenta uma tese de doutorado sobre o fenômeno da intertextualidade em uma perspectiva cognitiva. A pesquisa analisa a intertextualidade como uma manifestação do princípio dialógico da linguagem e da cognição humana e como uma manifestação do processo cognitivo de integração conceptual. Os dados analisados consistem em textos de publicidade, literatura e jornalismo representativos da sociedade brasileira contemporânea. A pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa baseada na análise introspectiva dos dados e sug
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Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda autores que ampliaram as noções de intertextualidade.
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Este documento analisa a intertextualidade em anúncios publicitários impressos por meio da perspectiva bakhtiniana. Discute como a intertextualidade é uma ferramenta criativa na publicidade ao permitir a incorporação de significados de outros textos no processo de criação publicitária. Identifica diferentes formas de intertextualidade como citação, alusão e estilização em anúncios que fazem referência a contos de fadas e a histórias bíblicas.
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O documento discute a dificuldade de compreensão do texto bíblico devido à sua natureza intertextual e à variedade de gêneros literários presentes. Aponta que o conceito de intertextualidade é fundamental para entender como cada parte da Bíblia só faz sentido em relação aos demais textos, já que é constituída por diversos gêneros literários ao longo do Antigo e Novo Testamento. Argumenta que uma leitura que considere a intertextualidade é essencial para uma compreensão adequada do texto bíblico.
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Intertextualidade interdiscursividade 121022125333-phpapp02Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade e interdiscursividade a partir da obra de Bakhtin e de outros autores. Segundo Fiorin, interdiscursividade refere-se a qualquer relação dialógica entre enunciados, enquanto intertextualidade é um tipo particular onde há incorporação de materialidade textual de um texto em outro. Kristeva define intertextualidade como a noção de que todo texto é construído a partir de citações de outros textos.
O documento discute a diferença entre gêneros textuais e tipos de texto. Apresenta a noção bakhtiniana de gênero, que inclui textos de comunicação cotidiana, e não apenas literários. Também explica que tipos de texto são categorias teóricas limitadas, enquanto gêneros textuais são realizações sociais ilimitadas. Finalmente, destaca que livros didáticos comumente confundem esses conceitos.
1. 121
1 INTRODUÇÃO
Intertextualidade ou dialogismo é uma referência ou uma incorporação
de um elemento discursivo a outro, podendo-se reconhecê-lo quando um
autor constrói a sua obra com referências a textos, imagens ou a sons de outras
obras e autores e até por si mesmo, como uma forma de reverência, de com-
plemento e de elaboração do nexo e sentido deste texto/imagem (BARROS;
Intertextualidade:
considerações em
torno do dialogismo
Ricardo Zani
RESUMO
Este artigo tem a finalidade de contribuir para o reconhecimento
do que se convencionou chamar por dialogismo, quando
estudado por Mikhail Bakhtin através das obras do escritor
francês François Rabelais e outros autores. As propriedades do
dialogismo tornaram-se, posteriormente, focos de estudos para
pesquisadores como Julia Kristeva, Robert Stam, Diana da Luz
e José L. Fiorin, adquirindo também a denominação de
intertextualidade e até mesmo de antropofagia, à medida em
que um discurso, qualquer que seja este, remete-se a outros
ao construir o seu nexo. Surgido no meio literário, o fenômeno
dialógico ou intertextual pode ser aplicado à outras mídias como
as artes plásticas, o cinema e a publicidade, enquanto estas
travam um diálogo com diversas vozes (discursos), sendo
perfeitamente reconhecidas, retrabalhadas e apresentando-se
com desempenhos diferenciados de suas antecessoras. Como
tal, o discurso dialógico é reconhecido quando uma relação
entre vozes distintas é mostrada e não há uma necessidade de
rompimento com seus modelos, influências e predecessores,
ou seja, com a sua relação histórica.
PALAVRAS-CHAVE: Intertextualidade; Dialogismo;
Iconografia.
EmQuestão,PortoAlegre,v.9,n.1,p.121-132,jan./jun.2003.
2. 122
FIORIN, 1999). A idéia central das relações denominadas convencionalmente
por intertextuais surgiu em Mikhail Bakhtin1
no começo do século XX, como
um meio para estudar e reconhecer o intercâmbio existente entre autores e
obras, configurando-as como dialogismos. Diálogos também reconhecidos
por outros termos, como intertextualidade, enquanto as relações entre vários
discursos estudadas no decorrer do século XX se mantiveram como tema e
procedimento importantes na interpretação da cultura.
2 INTERTEXTUALIDADE OU DIALOGISMO
O termo intertextualidade surgiu e foi reutilizado por Julia Kristeva em
1969 para explicar o que Mikhail Bakhtin, na década de 20, entendia por
dialogismo. Ou seja, são duas variações de termos para um mesmo significa-
do. Para Bakhtin, a noção de que um texto não subexiste sem o outro, quer
como uma forma de atração ou de rejeição, permite que ocorra um diálogo
entre duas ou mais vozes, entre dois ou mais discursos.
A noção de dialogismo - escrita em que se lê o outro, o discurso
do outro - remete a outra, explicitada por Kristeva (1969) ao
sugerir que Bakhtin, ao falar de duas vozes coexistindo num
texto, isto é, de um texto como atração e rejeição, resgate e
repelência de outros textos, teria apresentado a idéia de
intertextualidade. (BARROS; FIORIN, 1999, p. 50).
Para Robert Stam (2000), Julia Kristeva concebeu o termo
intertextualidade baseando-se no dialogismo de Bakhtin, à medida em que é
permitido observar-se em qualquer texto ou discurso artístico um diálogo
com outros textos e também com o público que o prestigia. Um diálogo não
ocorre somente em um discurso fechado, mas também com outros discursos
e seus receptores, como uma relação intertextual entre um discurso, outros
discursos anteriores e com os espectadores que, porventura, já tenham uma
prévia noção de como se realiza uma relação citacional, sendo então determi-
nado um diálogo de gêneros ou de vozes.
Ainda para Robert Stam (2000), há a possibilidade de uma relação entre
a arte moderna brasileira e a intertextualidade. O que para Bakhtin
convencionou-se chamar de dialogismo ou carnavalização e para Kristeva,
EmQuestão,PortoAlegre,v.9,n.1,p.121-132,jan./jun.2003.
1
Mikhail Bakhtin foi um teórico russo e um dos primeiros a abordar a questão do dialogismo,
das relações intertextuais entre obras e autores. Porém, estas relações dialógicas foram
estudadas por ele somente em literatura e lingüística, em obras de François Rabelais e
Dostoiévski, abrindo o caminho para que outros teóricos, como Julia Kristeva e Robert
Stam, aplicassem tais relações em outras mídias como o cinema e as artes plásticas.
3. 123
que baseou-se em Bakhtin, tornou-se intertextualidade, para os modernistas
brasileiros, como Mário de Andrade, denominou-se antropofagia. Conside-
rando-se aí, que a noção de antropofagia defendida pelos modernistas brasi-
leiros pode ser caracterizada como uma ocorrência intertextual ou dialógica,
porque não ignorou as influências européias e assimilou-as, revertendo-as,
introjetando-as e reordenando-as em seu próprio estilo. Como tal, a antropo-
fagia pode ser interpretada como a contribuição brasileira para a
intertextualidade, ou melhor, para o dialogismo. Isto é:
A noção de “antropofagia” simplesmente reconhece a
inevitabilidade da intertextualidade, para usar o termo de
Kristeva, ou do “dialogismo”, para usar o de Bakhtin. O artista
de uma cultura dominada não pode ignorar a presença
estrangeira; é preciso que dialogue com ela, que a engula e a
recicle de acordo com objetivos nacionais. (STAM, 2000, p. 55).
Convém situar que, em primeiro lugar, a intertextualidade foi um foco
de estudo no campo da literatura - através das citações textuais - como sendo
a inclusão de um texto a outro, para efeitos de reprodução ou transformação.
Entretanto, pode-se também empregar o termo à outras produções textuais,
imagéticas e midiáticas que trabalhem e elaborem sua narrativa discursiva
com este artifício. A ocorrência intertextual dá-se por meio de três processos,
o da citação, o da alusão e o da estilização.
A citação confirma ou altera o sentido do discurso mencionado e faz-se
presente também em outros meios, como no teatro que cita as artes plásticas,
no cinema que recorre ao teatro e nas artes plásticas que citam a própria
História da Arte. A citação firma-se por mostrar a relação discursiva explicita-
mente e todo o discurso citado é, basicamente, um elemento dentro de outro
já existente. Por sua vez, a alusão não se faz como uma citação explícita, mas
sim, como uma construção que reproduz a idéia central de algo já discursado
e que, como o próprio termo deixa transparecer, alude a um discurso já co-
nhecido do público em geral. Por fim, a estilização é uma forma de reproduzir
os elementos de um discurso já existente, como uma reprodução estilística do
conteúdo formal ou textual, com o intuito de reestilizá-lo.
Como uma referência fundamental que caracteriza a citação, tem-se em
Mikhail Bakhtin a correlação que este faz entre François Rabelais no
Renascimento e os textos clássicos consultados, lidos e reinterpretados pelo
escritor francês.
Na leitura de Bakhtin, Rabelais é considerado um escritor de teor demo-
crático do Renascimento francês. Ele destaca, em um importante estudo so-
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4. 124
bre as referências e os significados rabelasianos, todo o caráter popular de sua
obra e as questões de ordem ritualísticas nas camadas populares no período
medieval, tais como: o corpo grotesco, o rebaixamento de ordem corporal e as
inversões de sentidos e valores oficiais do clero e da realeza. Nesta época,
segundo Bakhtin, essas inversões e rebaixamentos faziam parte do repertório
carnavalesco, da praça pública e, portanto, do gosto e regalo das camadas
populares. Dentre estes gostos populares, François Rabelais soube mostrar em
seus escritos sobre as personagens Gargântua e Pantagruel, as inversões de
papéis recorrentes nos períodos de carnavais nos feudos e vilarejos, a troca de
funções e de significados para determinadas coisas e condutas, como a morte
que, antes de ser considerada de malgrado, é associada ao riso, “[ . . . ] ao
morrer de rir e de alegria [ . . . ]” (BAKHTIN, 1999, p. 358). Assim, Bakhtin
exemplifica o dialogismo ao destacar, nas obras de Rabelais, o uso da citação:
Morrer de rir é uma das variedades da morte alegre. Rabelais
volta várias vezes às imagens da morte alegre. No capítulo X
de Gargantua, enumera as formas de morrer de felicidade ou
de alegria. Essas mortes são tomadas de fontes antigas. De
Aulo Gélio, por exemplo, a de Diágoras cujos três filhos
venceram os Jogos Olímpicos: ele morre de alegria no momento
em que seus filhos vitoriosos o coroam com as suas coroas, e
que o povo o cobre de flores. (BAKHTIN, 1999, p. 358).
Posteriormente a Rabelais, no início do século XVII, o escritor espanhol
Miguel de Cervantes Saavedra construiu a sua obra mais significativa O Enge-
nhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, volumes I e II (1605-1615), con-
tendo um repertório constante de diálogos com outras obras clássicas, medi-
evais ou contemporâneas aos seus escritos. Na obra de Cervantes há um retor-
no, por meio da insanidade de Dom Quixote, aos ideais medievais da cavala-
ria andante, à busca do bem fazer, das lutas com bruxos, monstros míticos e a
incessante procura de aventuras com o intuito em salvar castelos (estalagens),
nobres (taberneiros) e damas da corte (prostitutas). Para tanto, Cervantes es-
trutura sua obra valendo-se de citações, alusões e estilizações de textos literários
da mitologia, das crenças populares, de fatos históricos e dos livros de cavala-
rias e suas personagens fantásticas, sempre presentes nos pensamentos, ilusões
e pretensões do intrépido Cavaleiro daTriste Figura e seu fiel escudeiro Sancho
Pança. Dentre tantos, Cervantes escreveu:
Pois se acaso Sua Majestade perguntar quem a praticou, dir-
lhe-eis que foi o Cavaleiro dos Leões, que daqui por diante quero
mudar nesta denominação a que tive até aqui de Cavaleiro da
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5. 125
Triste Figura; e nisto sigo a antiga usança dos cavaleiros andantes,
que mudavam de nomes quando queriam, ou quando vinha a
propósito. (CERVANTES SAAVEDRA, 1993, p. 378).
Isto posto, de que maneira grosso modo ocorreria o dialogismo? Numa série
de diálogos, tal qual uma gama de relações entre muitos textos e/ou discursos
culturais, que se instalam no interior de um discurso específico e o definem.
Em Mikhail Bakhtin, a relação dos diálogos é estabelecida por um cruza-
mento de vozes e/ou discursos diversificados e, embora o teórico russo tenha
se baseado na literatura, o dialogismo proporciona também um cruzamento
de meios de comunicação e discursos enunciativos distintos. Tal cruzamento
serve também para ressaltar que o termo dialogismo pode ser denominado
como polifonia - um outro termo para designar um significado assemelhado
e/ou próximo e/ou o mesmo -, caracterizando-o como um diálogo em que
muitas vozes adquirem visibilidade no dialogismo. Esta intertextualidade
explicitada existe e confere uma identidade específica ao discurso.
Entende-se por polifonia um diálogo entre diversas vozes, não apenas
enquanto um elemento de citação estático, mas no sentido de constituir um
discurso entre duas ou mais vozes que se mostram e interagem em um diálogo
intertextual. Um discurso, qualquer que seja, nunca é isolado, nunca é falado
por uma única voz, é discursado por muitas vozes geradoras de textos, discur-
sos que intercalam-se no tempo e no espaço.
Um discurso pode se valer de outro ou de outros para sugerir novas ori-
entações e/ou novos sentidos à uma obra. Mesmo que a obra possua suas
próprias significações, orientações e conserve esta forma, sem alterar o que
está estabelecido, o novo discurso vem retrabalhar a idéia mostrada. Um úni-
co discurso pode encontrar duas orientações de interpretações, duas vozes
distintas, criando também uma pluralidade textual ou discursiva de vozes
diferenciadas. Robert Stam lembra:
Finalmente, vale a pena notar que o próprio Bakhtin pratica a
polifonia discursiva em suas críticas. [ . . .]Cita esses críticos
longamente, permitindo-nos ouvir suas vozes com ressonância
plena. Não vê os outros críticos como oponentes a serem
aniquilados, mas como colaboradores potenciais para um
discurso polifônico. Neste sentido, a prática crítica do próprio
Bakhtin exemplifica o dialogismo de que fala. (2000, p. 41).
Como tal, a intertextualidade nasce de um diálogo entre vozes, entre
consciências ou entre discursos, como uma multiplicidade que se relaciona
sem o intuito de anulação, mas sim, de compartilhamento para algo além das
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6. 126
mesmas, para gerar novos discursos e definir-se então como um diálogo de
citações. Com justiça, é observado:
Bakhtin, durante toda sua vida, foi fiel ao desenvolvimento de
um conceito: o de dialogismo. Sua preocupação básica foi a
de que o discurso não se constrói sobre o mesmo, mas se
elabora em vista do outro. Em outras palavras, o outro perpassa,
atravessa, condiciona o discurso do eu. Bakhtin aprofundou
esse conceito, mostrou suas várias faces: a concepção
carnavalesca do mundo, a palavra bivocal, o romance
polifônico etc. (BARROS; FIORIN, 1999, p. 29).
Por esta razão, Bakhtin ressalta na obra rabelasiana suas referências clássi-
cas e seus elementos históricos, bíblicos e populares quando escreve:
Observemos de passagem um detalhe muito significativo:
segundo Platão (o Banquete), os silenos se vendiam nos ateliês
dos escultores e, ao abri-los encontrava-se a efígie do deus.
Rabelais transporta os silenos para as boticas dos farmacêuticos
que, como sabemos, o jovem Gargantua gostava de frequentar
para estudar a vida da rua, e no interior dessas figurinhas
encontra-se toda espécie de drogas, das quais uma muito
popular: o pó de pedra preciosa ao qual se atribuíam virtudes
curativas. (1999, p. 146).
Bakhtin enfatiza as influências literárias clássicas, que se tornaram
canônicas na Idade Média, e as lendas sobre as viagens e maravilhas do Orien-
te - relatadas em crônicas como elementos de composição para a imagética e
a literatura renascentistas -, que marcaram bastante a imagética medieval,
destacando a sua polifonia em: “Assim composto e propagado, o ciclo das
maravilhas da Índia inspirou igualmente os motivos de numerosas obras pic-
tóricas e artísticas da Idade Média.” (1999, p. 302).
Entretanto, mesmo tendo por referência uma releitura histórica e literá-
ria da Idade Média e do Renascimento, o dialogismo pode ser percebido no
campo da lingüagem em outros momentos históricos, além daquele estudado
por Mikhail Bakhtin.
A intertextualidade pode também ser compreendida como uma série de
relações de vozes, que se intercalam e se orientam por desempenhos anteriores
de um único autor e/ou autores diferenciados, originando um diálogo no
campo da própria língua, da literatura, dos gêneros narrativos, dos estilos e
até mesmo em culturas diversas. Porque o conceito de dialogismo vai além da
literatura e da história de suas fontes, trabalha e existe dentro de uma produ-
ção cultural, literária, pictórica, musical, cinematográfica e define o que se
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7. 127
entende por uma relação polifônica, onde vozes subexistem, como uma rela-
ção intertextual que se extende por vários meios e períodos. Logo, o que fora
denominado como releitura em outro momento, passou a ser conhecido por
dialogismo no início do século XX, a partir da obra de Bakhtin, de forma que,
a constante visita ou volta às escolas artísticas do passado - ou contemporâneas
entre si - e a apropriação ao mundo das artes plásticas ou audiovisuais em geral,
não é um fator estritamente marcado por um período histórico-artístico.
Faço aqui minhas, as palavras de Julio Plaza ao concordar que:
Nenhum artista é independente de predecessores e modelos.
Na realidade, a história, mais de que simples sucessão de
estados reais, é parte integrante da realidade humana. A
ocupação com o passado é também um ocupar-se com o
presente. O passado não é apenas lembrança, mas
sobrevivência como a realidade inscrita no presente. As
realizações artísticas dos antepassados traçam caminhos da
arte de hoje e seus descaminhos. (1987, p. 2).
A citação intertextual destaca-se, aí, como um fenômeno atemporal quando
o Renascimento recitou a Idade Média, o Barroco releu o Renascimento e os
artistas do Surrealismo voltaram ao passado para completar seus sonhos
imagéticos. Segundo Gustave René Hocke (HOCKE, 1986), os surrealistas
elegeram alguns elementos recorrentes do Maneirismo em suas composições
e transportaram-nas à modernidade com as mesmas indagações do século
XVII, como as imagens duplas de Arcimboldo, o misterioso em Gracián e
Vasari, os monstros de Alberto Trevisan e Bosch e o bissexualismo/
hermafroditismo encontrados em Jean Cocteau e Salvador Dalí, apoiados no
mito do terceiro sexo maneirista. Dalí foi além, criou constantemente uma
relação com outros movimentos artísticos, como fez em suas várias redefinições
da obra Angelus (1858) de Jean-François Millet.
Mesmo as vangüardas artísticas do início do século XX, que reivindica-
ram uma drástica ruptura com o passado, em um segundo momento, no final
da década de 20, presenciaram o desaparecimento deste sentido de ruptura.
Embora as vangüardas artísticas não tivessem abandonado esta reivindicação,
o sentido de ruptura perdeu sua força justamente porque uma pessoa, um
movimento ou uma época, só conseguem definir a sua identidade a partir de
suas referências com o passado, por meio de sua memória histórica e social
freqüentemente reelaboradas (SUBIRATS, 1991).
A arte moderna, após a euforia do novo das primeiras décadas, tornou-se
um movimento consonante ao dialogismo. Na literatura de ficção moderna
também ocorreu um encontro de vozes diferenciadas que somaram-se,
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8. 128
interagiram-se, contradisseram-se, homologaram-se umas às outras por meio
de discursos modernos, clássicos e maneiristas que subsistiram-se, criaram
uma nova relação polifônica e abriram caminho para o início do Pós-Moder-
nismo quando “[ . . . ] a intertextualidade nasce da percepção da disjunção
existente entre essas duas vozes, essas duas consciências, esses dois discursos,
homólogos narrativos das contradições profundas que coexistem a cada ins-
tante dentro e fora das pessoas de uma mesma coletividade.” (BARROS;
FIORIN, 1999, p. 76). Isto fica também evidenciado por Omar Calabrese ao
perceber em Umberto Eco, marco na literatura Pós-Moderna, fontes
referenciais do passado:
Em vez de partir da mesma hipótese que Calvino (extraída
da semiótica de Greimas), da equivalência estrutural de
todas as histórias com a mesma matriz, Eco parte mais da
idéia de que estrutura e figuras são transportáveis para
dentro de uma outra história, “nova”, que resultará na
combinatória de um material enciclopédico mais ou menos
já existente. Assim, com níveis de especulação diversamente
patenteados, Eco efetua uma “montagem” de muitíssimos
textos (narrativos, figurativos, filosóficos, científicos, etc.)
encaixados todos num novo texto que, traduzindo-os e
obrigando-os ao objectivo, os homogeneiza também
figurativamente.” (CALABRESE, 1987, p. 119).
Os discursos modernos e pós-modernos tendem a ser polifônicos e se
relacionam com o presente e o passado, concebendo-se como uma montagem
que é alcançada por meio da fusão de elementos oferecidos por outros discur-
sos distintos, sem contudo, perder a singularidade de cada um, afirmando
assim, o seu caráter intertextual para atingir seus objetivos.
Destaco o cinema como sendo uma imagem em movimento dialógica
por excelência quando, analisando-o, é possível encontrar uma cultura
polifônica por tratar-se, primeiramente, de uma união de meios audiovisuais
(o fotográfico e o sonoro), o que já exemplifica a inter-relação de dois discur-
sos distintos e mais, especifica-se também por propiciar uma convivência
heterogênica de discursos das mais diversas culturas. Discursos que se imbri-
cam na narrativa cinematográfica e configuram uma somatória de elementos
próprios do cinema. Que afirmam-no como um meio sem fronteiras ao lan-
çar mão de recursos existentes em outras mídias. Que dialoga com as mesmas
ao roteirizar um romance de sucesso, ao documentar uma escola artística ou
ao dramatizar com a vida de um artista de renome. A crítica Annateresa Fa-
bris afirmou:
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O cinema como “sinfonia poliexpressiva”, fusão de pintura,
arquitetura, escultura, palavras em liberdade, “música de cores,
linhas e forças”, [ . . . ] por romper com a lógica [ . . . ] por
contradizer o mundo objetual através de um processo de
estranhamento que prenuncia o onírico surrealista [ . . . ] e,
portanto, moderno por englobar as mais avançadas pesquisas
artísticas, por permitir, através de suas sínteses, a decomposição
e a recomposição do universo de acordo com os “maravilhosos
caprichos” do artista. (1987, p. 76).
Afora o fato do cinema ser uma união de meios, também encontra-se no
mesmo toda uma tradição em citar a história, as artes plásticas, a música e o
próprio cinema, como foi o caso do cineasta espanhol Luis Buñuel. Em Buñuel,
os mais cultuado dentre os realizadores do cinema surrealista, a
intertextualidade ocorreu com grande intensidade e fez-se presente e freqüen-
te em sua carreira cinematográfica, sendo possível afirmar que, em sua obra,
estas constantes relações dialogaram com a pintura, com outros meios
audiovisuais e com a História da Arte (ZANI, 2001). Quando Luis Buñuel
recorreu a metalingüagem e a intertextualidade, para entrelaçar as inspirações
e os sonhos sempre vistos em seus filmes, encontrou-se aí uma de suas princi-
pais características, a polifonia, que desde o seu primeiro filme - Um Cão
Andaluz (1928) - e prolongando-se por suas três fases como realizador, assina-
lou-se como uma propriedade que, por vezes, reconfigurou-se em textos e
imagens únicas nos filmes de Luis Buñuel, convencionando-se classificá-la
como parte integrante de sua galeria de estilos, o estilema buñueliano2
.
Assim, Robert Stam escreve que:
As imitações religiosas, tão freqüentes nos filmes de Buñuel
(as paródias de liturgias em Simão do deserto, o arremedo de
Cristo e do papa em A idade de ouro), formam, simplesmente,
a contrapartida atual das Festas de Cipriano e da parodia sacra
da Idade Média. (2000, p. 61).
O próprio Robert Stam discute que o cinema, de maneira geral e como
um veículo de massa, trabalha constantemente com a intertextualidade, com
o seu conceito multidimensional e interdisciplinar ao travar um diálogo com
filmes anteriores, gêneros, sons e imagens (STAM, 2000). Para Stam, os exem-
2
Quando afirmo que a intertextualidade e a metalingüagem existiram em todas as três fases de
realizações cinematográficas de Luis Buñuel, recorro, não só às imagens de seus filmes, que
por elas mesmas já comprovariam tal fato, como também a estudiosos do trabalho do
cineasta espanhol, como Eduardo Peñuela Cañizal e Adilson Ruiz, que em seus escritos sobre
Luis Buñuel destacaram estas relações como parte do “estilema buñueliano”.
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plos dos filmes brasileiros como Carnaval na Atlântida (1952), de Carlos
Manga, e O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, forjam
um elo direto com as realizações clássicas do cinema Hollywoodiano, por
meio das alusões e das colagens de gêneros inusitadas encontradas nas referi-
das produções, transfigurando determinadas características demarcadas pelos
cineastas das obras norte-americanas, definindo e confirmando assim, a inter-
pretação de Stam sobre a noção de antropofagia através da intertextualidade.
O bandido da luz vermelha (1968), de Roberto Sganzerla, por
exemplo, dá mostras de uma abertura antropofágica a todas
as influências intertextuais, jogando Hollywood contra
Hollywood através de uma tática de fusão de gêneros e de
colagem discursiva num “filme-suma” que funde o faroeste
com a comédia musical, a chanchada com a ficção científica, o
policial com o documentário. (STAM, 2000, p. 55).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, faz-se necessário destacar o meio publicitário como um gran-
de sorvedor das realizações de outros meios e culturas. Para a publicidade não
existe fronteiras e as influências adquiridas são resgatadas e condensadas ao
imaginário do criador. A título de exemplo, pode-se destacar, na atualidade, a
campanha veiculada pela empresa Telefonica e sua personagem, o Super 15,
nada mais que um retorno aos quadrinhos, aos seriados e aos filmes do Super-
Homem, como Superman - O Filme (1978) de Richard Donner, reestilizando-
o com as cores da empresa de telefonia e ainda preservando as características
essenciais do belo e bom moço vindo de Krypton, tal qual Kalel e sua roupa
colante com as cores da bandeira dos Estados Unidos da América.
A publicidade assume que seu repertório pode ser construído através de
referências diversas e as artes plásticas, o cinema e a História da Arte exercem
uma grande influência ao meio. Há exemplos como o do artista plástico Andy
Warhol que, nos anos 60 do século XX, flertou com a publicidade em suas
criações neo-dadaístas (FERNANDES, 1998). Porém, o fundamental é reco-
nhecer que as vangüardas artísticas do início do século XX deram uma grande
contribuição ao crescimento e fortalecimento do que, na época, caracterizou-
se como o surgimento do designer moderno e propagou-se até os nossos dias
com qualidades formais únicas na venda de determinados produtos. Desta
forma, de acordo com Carlos Roberto Fernandes:
[. . .] o cartaz pode ser “expressionista”, o anúncio de TV,
“surrealista”, a campanha tal tem aspecto “barroco”, claras
EmQuestão,PortoAlegre,v.9,n.1,p.121-132,jan./jun.2003.
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citações da propaganda do desenvolvimento pós-moderno nas
artes plásticas e sua conseqüência como recuperação da
história.
É notória a interface arte/propaganda no que diz respeito à
identificação de características plásticas, aparência formal,
valores culturais, conceituais e mesmo tecnológicos oriundos
do desenvolvimento da produção artística. (1998, p. 142).
Intertextuality: considerations about dialogism
This article has the purpose to contribute to the recognition of what has been
agreed to be called dialogism, by Mikhail Bakhtin, when he first studied the
French writer François Rabelais and other authors. The properties of dialogism
were focused, after that, by Julia Kristeva, Robert Stam, Diana da Luz and
José L.Fiorin, acquiring lhe denomination of intertextuality and even
anthropophagy, as long as a discourse, no matter which, leads to others, as its
nexus is built.’ to “ng up first in literary circles, lhe dialogical or intertextual
phenomenon can be applied to ther media, like lhe plastic arts, cinema and
publicity. The latter establishing a dialog h several voices (discourses), being
perfectly recognized, reworked, and being introduc by performances
distinguished from their predecessors. In this way, dialogical discourse s
recognized when a relationship between distinct voices is shown and there is
no need to reak up with their patterns, influences and predecessors, i.e., with
their historical relationship.
KEYWORDS: Intertextualization; Dialogism; Iconography.
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Ricardo Zani
Bacharel em Artes Plásticas, graduado pela Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Mestre em Multimeios pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor
na Faculdade Montessouri de Educação e Cultura, na
Faculdade Prudente Moraes e no Instituto Superior de
Educação de Indaiatuba. E-mail:
montessori@montessorinet.com.br; prudente@theway.com.br;
info@unopec.com.br.
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