Sobre os desafios para qualificar a educação gaúcha por cícero santiago
1. SOBRE OS DESAFIOS PARA QUALIFICAR A EDUCAÇÃO GAÚCHA
Por Cícero Santiago de Oliveira
Educador Licenciado em História;
Especialista em Gestão Educacional;
Mestre em Educação pela UFSM;
Chefe do Setor Pedagógico da 8ª CRE.
Há três meses compomos a equipe da 8ª Coordenadoria Regional
de Educação imbuídos em um instigante desafio: aperfeiçoar a estrutura
material e redefinir o conteúdo político-pedagógico da rede estadual.
O contexto possibilita avanços, tanto pelas ações do Governo
Federal no setor, como pelo compromisso do governo do Estado de
colocar a educação como prioridade.
Recentemente, a subordinação da educação ao discurso da
diminuição dos gastos públicos a rebaixou na ordem de prioridades de
diferentes governos. A desvalorização dos agentes das práticas
educacionais e de seu principal ambiente de atuação, as escolas,
instaurou-se.
Os trabalhadores da área foram submetidos a salários
degradantes, ao mesmo tempo em que se construía um muro entre suas
organizações e os elaboradores das políticas educacionais. Submetidos
a programas sobre os quais não foram convidados a opinar, os alunos
eram expostos a escolas caracterizadas por rotinas massantes, com
laboratórios e bibliotecas fechados.
Afora felizes e pontuais experiências, delineou-se um cotidiano
marcado pelo desencanto e pela apatia. Assim, o nosso principal desafio
é possibilitar os meios e incentivar as experiências que colocam as
escolas no centro da vida comunitária da cidadania, como um espaço de
convivência e de amadurecimento de alternativas de sociabilidade
libertadoras, através da mediação da ciência e da cultura.
O governo estadual comprometeu-se com a equiparação gradual
dos salários ao Piso Nacional, com a abertura de concurso público e com
a qualificação do ambiente escolar. Da mesma forma, nos propomos a
construir ações por meio de perspectivas participativas, cuja maior
expressão será a Conferência Estadual de Educação.
O desafio de qualificar a educação gaúcha, assim, tem nas ações
do governo um ponto central. Porém, dependerá também das
organizações docentes e discentes, dos conselhos escolares e das
organizações da sociedade civil. “Oxalá!” tenhamos capacidade política
e social para, coletivamente e por meio de uma perspectiva democrática,
superar tais desafios.