O Golpe da Maioridade e o início do Segundo Reinado no Brasil
1. Ciências Humanas e suas
Tecnologias - História
Ensino Fundamental, 8º Ano
Prof: Clayton Artaud
O SEGUNDO REINADO NO BRASIL (1840-1889)
2. Golpe da maioridade:
• De acordo com a Constituição, Dom Pedro II só atingiria a sua
maioridade quando completasse 18 anos de idade;
• foi fundado o Clube da Maioridade, que acionou a Campanha da
Maioridade, um movimento que defendia a ideia de que Dom Pedro II,
mesmo com menos de 15 anos, estava preparado para assumir o
governo do Brasil;
• o Partido Liberal apresentou um projeto para a antecipação da
maioridade do Imperador, declarando Dom Pedro II como maior de
idade, mas as forças conservadoras se colocaram em oposição aos
liberais, que por sua vez foram às ruas fazer manifestações e recebendo
o apoio do povo. E, com toda essa pressão popular em meados de
1840, Dom Pedro II foi considerado maior de idade, com 15 anos
incompletos, dando início ao Segundo Reinado (1840 – 1889).
• No dia 23/07/1840 D. Pedro II jurou a Constituição e foi aclamado
imperador aos 14 anos.
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3. GOLPE DA
MAIORIDADE
Grupos viram as revoltas
provinciais como um
sinal de que era preciso
antecipar a maioridade
de D. Pedro.
O debate sobre a
maioridade começou na
Assembleia, mas logo
ganhou as ruas.
Em julho de 1840, a
Assembleia Geral
declarou que Pedro de
Alcântara, aos 14 anos de
idade, já era maior de
idade.
Esse processo ficaria
conhecido como Golpe
da Maioridade.
3
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4. Queremos D. Pedro II
Embora não tenha idade
A nação dispensa a lei
E viva a maioridade!
Cavalaria da Sabinada
O FIM DO PERÍODO REGENCIAL
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5. • A propaganda ajudou a antecipar o golpe.
• Até os Conservadores apoiaram
• O Golpe seria a SALVAÇÃO DA NAÇÃO
• Em julho de 1840, com 15 anos incompletos,
D. Pedro II foi aclamado imperador do Brasil
Esta é uma das raras imagens
do monarca quando jovem.
O cetro portado por ele,
era todo feito de ouro e
cravejado de diamantes
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6. LIBERAIS E
CONSERVADORES
Dois grupos políticos, o Partido Liberal e o Partido
Conservador, dominaram a política brasileira no Segundo
Reinado.
Partidos no Segundo Reinado
Partido Liberal
(“Luzias”)
Partido Conservador
(“Saquaremas”)
Defendiam
mais
autonomia
para as
províncias
Venceu as
primeiras
eleições
parlamentares:
“eleições do
cacete”
Defendiam
um poder
central forte
De volta ao
poder em 1841,
tomaram
medidas para
reduzir o poder
das províncias
7. LIBERAIS E CONSERVADORES ERAM FARINHA DO MESMO
SACO
• Os dois eram os partidos políticos com o maior poder no Brasil
• Os dois tinham líderes da elite (fazendeiros, comerciantes, funcionários
públicos ou militares)
• Os dois tinham interesses em manter a população excluída da vida
política
• Os dois eram violentos e fraudavam as eleições
OS PARTIDOS E AS ELEIÇÕES
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8. ELEIÇÕES DO CACETE:
LIBERAIS X CONSERVADORES
• Os Liberais fraudaram
as primeiras eleições legislativas
do Segundo Reinado.
• Pagaram capangas para espancar
os adversários e roubar as urnas.
• Modificaram o resultado das
eleições.
• E venceram de forma
fraudulenta
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9. • Os Conservadores
pressionaram D. Pedro II
a dissolver a Câmara e
convocar outras eleições
Desta vez, quem
venceu foram os
Conservadores.
• Os Liberais reagiram ,
pegaram em armas ,
mas foram derrotados.
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10. HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
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11. • Surgiu um novo partido : PARTIDO DA PRAIA (elite)
• O nome desse partido é por conta da sede de seu jornal , DIÁRIO NOVO, que
ficava na Rua da Praia em Recife.
• D. Pedro II nomeou um CONSERVADOR para comandar
Pernambuco
• Os PRAIEIROS reagiram (1848) com um MANIFESTO
• Tentaram conquistar Recife
• Líder PEDRO IVO DA SILVEIRA
• Conseguiram algumas vitórias mas foram derrotados pelo
império
• Os líderes foram condenados a prisão perpétua em FERNANDO DE NORONHA
Recife - 1851
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12. • ONDE: Pernambuco
• CAUSAS: concentração de poder e riquezas nas
mãos de poucas famílias de Pernambuco , os
portugueses dominava o comércio do varejo e
só davam empregos a seus parentes.
• FAMÍLIA CAVALCANTE: somente essa
família detinha um terço dos engenhos de
Pernambuco
• Destas famílias ricas , saíam políticos do
Partido Liberal quanto do Partido
Conservador
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13. • Autor: Antônio Borges da Fonseca)
• voto livre e universal do povo
brasileiro
• liberdade plena e absoluta de comunicar os
pensamentos por meio da imprensa
• trabalho como garantia de vida para
o cidadão brasileiro
• comércio varejista (a retalho) só para cidadãos
brasileiros
• extinção do poder MODERADOR
Capa de livro sobre a
Revolução Praieira
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15. A MARCHA DO
CAFÉ
Principal produto cultivado no Brasil durante o Segundo Reinado (introduzido
por Francisco de Melo Palheta.
Além do café, produziam-se cana-de-açúcar, algodão, tabaco etc.
Boa parte da produção cafeeira era exportada.
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática,
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16. • RJ (1760) e SP tinham solo ideal (Vale
do Paraíba)
• A economia do Brasil melhorou
• Usavam mão-de-obra escrava
• Surgem os grandes proprietário rurais
• O Brasil passou a exportar café
• Nasce uma nova classe social: os
BARÕES DO CAFÉ (receberam títulos
de nobreza do imperador)
• Cafeicultores tinham influência
política
• Sustentavam a economia do Brasil
• Muitas cidades e grandes latifúndios surgiram
• Surgem ferrovias
• Os portos de Santos (SP) e do RJ
prosperaram
O café tem origem na Etiópia (África)
Acredita-se que as primeiras mudas do café
entraram no Brasil por Belém (PA) em 1727
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17. A OPÇÃO PELO
CAFÉ.
No plano interno, o Brasil possuía clima e solos favoráveis para
esse cultivo, além disso havia mão de obra escrava e capitais
disponíveis para investir na lavoura cafeeira, provenientes de
comerciantes, ex-mineradores e de antigos plantadores de
cana de açúcar.
No plano externo, o consumo do café aumentou, no início do
século XIX, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, e isso
provocou um considerável aumento no preço do produto.
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18. • Produção para o mercado
interno
• MG: gado, cavalo, porco,
tecidos e alimentos
( farinha de mandioca e de milho,
toucinho e carne salgada
• Produtos vendidos no interior
de MG e no RJ
• RS: charque (usada para
alimentar escravizados)
Casa de fazenda produtora de charque no RS
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19. Além do CAFÉ , contribuíram também para o progresso do Brasil:
•Tarifa Alves Branco (1844): aumentou impostos de produtos estrangeiros ( passaram de 15% para até
60%)
•Lei Eusébio de Queirós (1850) : proibia a vinda de africanos para o trabalho escravo no Brasil
•O capital que era usado para comprar escravos e os lucros do café foram Investidos em FERROVIAS
• A primeira ferrovia do Brasil inaugurada em 1854 e
ligava Baía da Guanabara a Petrópolis(onde a família real descansava)
• 1858- Estrada de Ferro D. Pedro II
(para transportar café do Vale do Paraíba ao RJ)
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20. • PE (1855): Estrada de Ferro Recife São Francisco
• SP (1868): Santos-Jundiaí (com capitais ingleses)
• Paulista, Mogiana e Sorocaba (financiadas pelo café)
• O transporte se tornou mais barato
• Aumentaram os lucros dos barões de café
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21. • Surgem as primeiras indústrias de tecidos, chapéus e
cerveja
• Companhias de iluminação a gás
• Companhias de seguro e navegação a vapor
• Bancos
• Empresas de mineração
• Empresas de transporte urbano
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22. O FIM DA ESCRAVIDÃO I
A mão-de-obra escrava negra, utilizada durante séculos no país, começou
a ser cada vez mais questionada, a partir do Segundo Reinado.
Isto porque o modelo capitalista e industrial que iniciou na Europa, e aos
poucos veio para o Brasil, era incompatível com o escravismo.
Assim, a Inglaterra passou a pressionar pelo fim do tráfico de escravos na
América, visando investimento em seus produtos industrializados.
Em 1845, os ingleses assinaram a Lei Bill Aberdeen que proibia o comércio
de escravos entre a África e a América.
Em 1850, foi assinado, no Brasil, a Lei Eusébio de Queiróz, que proibia
o tráfico de escravos no país.
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23. • Irineu Evangelista de Souza
• Empresário gaúcho
Aqui você pode baixar o livro:
“Mauá: o desafio inovador numa sociedade arcaica”
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24. Ao longo de sua vida foi merecedor, por contribuição à
industrialização do Brasil no período do Império (1822-
1889), dos títulos nobiliárquicos primeiro de barão (1854)
e depois de Visconde de Mauá (1874).
Foi pioneiro em várias áreas da economia do Brasil.
Dentre as suas maiores realizações encontra-se a
implantação da primeira fundição de ferro e estaleiro no
país, a construção da primeira ferrovia brasileira, a
estrada de ferro Mauá, no atual estado do Rio de Janeiro,
o início da exploração do rio Amazonas e afluentes, bem
como o Guaíba e afluentes, no Rio Grande do Sul, com
barcos a vapor, a instalação da iluminação pública a gás
na cidade do Rio de Janeiro, a criação do primeiro Banco
do Brasil, e a instalação do cabo submarino telegráfico
entre a América do Sul e a Europa.
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SEGUNDO REINADO NO BRASIL (1840-1889
25. LEI DE TERRA E
IMIGRAÇÃO
Imigração
• Pensada como alternativa para a mão de
obra escrava.
• Teorias racistas estimulavam o desejo de
imigração europeia.
• Objetivo da imigração era fornecer
trabalhadores para as fazendas brasileiras.
• Além disso, promover o branqueamento
da população do país.
Lei de Terra
• Lei visava impedir que libertos, imigrantes e
pobres se instalassem em terras devolutas.
• Oficializou o latifúndio e proibiu a venda de
terras a prazo.
• Estabeleceu que somente após dois anos
residindo no país o imigrante poderia comprar
terras.
• Muitos indígenas perderam o direito que tinham
sobre as terras em que viviam.
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SEGUNDO REINADO NO BRASIL (1840-1889)
26. Abolição, imigração e indigenismo no
Império
Abolição
da
escravidão
Pressão inglesa
Resistência dos escravizados
Movimento abolicionista
RESISTÊNCIA DOS
ESCRAVIZADOS
Desobediência
Fuga e formação de quilombos
Levantes urbanos
Busca de liberdade para prática
de suas culturas e religiões
Inúmeras revoltas no século
XIX: mais de 20 na Bahia
MOVIMENTO ABOLICIONISTA
Ganha força na segunda
metade do século XIX
Luta na imprensa
Passeatas e comícios
Compra de cartas de alforria
O movimento ganha forças com
o fim da Guerra do Paraguai
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27. HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
IMIGRANTES NO BRASIL
Em 1871 o governo
brasileiro cria a lei que
permite a emissão de
apólices de até 600 contos
de réis para auxiliar no
pagamento das passagens
e no adiantamento de 20
mil-réis a cada família
imigrante. No mesmo ano,
é formada a Associação
Auxiliadora de Colonização
de São Paulo, que reúne
grandes fazendeiros e
capitalistas e tem o apoio
do governo provincial. Entre
1875 e 1885, a Província de
São Paulo recebe 42 mil
estrangeiros.
28. O CONTEXTO
EUROPEU.
Os grandes proprietários rurais introduziram técnicas
modernas na produção agrícola e dispensaram um grande
número de trabalhadores.
A nascente indústria europeia não era capaz de absorver um
grande número de trabalhadores desempregados. Além disso,
a população do continente praticamente dobrou nessa época.
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IMIGRANTES NO BRASIL.
29. HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
IMIGRANTES NO BRASIL
30. A SOCIEDADE PROMOTORA DE
IMIGRAÇÃO
Os cafeicultores de São Paulo, criaram em 1886, a sociedade
promotora de Imigração, como o objetivo de reunir trabalhadores
europeus dispostos a emigrar para o Brasil. A sociedade mantinha
agentes na Europa com a função de recrutar trabalhadores. Esses
agentes exageravam ao descrever as oportunidades oferecidas pelo
país, convencendo muitos europeus de que ótimas oportunidades de
trabalho estariam garantidas no Brasil.
Para facilitar a imigração desses europeus, geralmente eram
contratados no sistema de colonato, o governo brasileiro arcava com
os custos das passagens de navios, dessa forma os fazendeiros
ficavam isentos das despesas da viagem.
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IMIGRANTES NO BRASIL.
31. OS IMIGRANTES
Portugueses, espanhóis, italianos, alemães, austríacos, entre outros povos, são atraídos pelas
propagandas divulgadas em seus países, que acenam com uma vida melhor para quem quiser se
aventurar nos trópicos. É da Itália, porém, que vem a maioria dos imigrantes. Fogem da falta de
empregos e da fome generalizada. A maioria dos imigrantes vem para as lavouras de café de São
Paulo.
Um número expressivo dirige-se ao Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde se
desenvolve uma colonização baseada na pequena propriedade agrícola. Muitos ficam nos
núcleos urbanos, como operários ou artesãos autônomos. O recenseamento de 1900 registra 1,2
milhão de estrangeiros no Brasil, ou cerca de 7% da população. Destes, cerca de 500 mil estão
em São Paulo, 200 mil no Rio de Janeiro, mais de 140 mil no Rio Grande do Sul.
Fonte: www.conhecimentosgerais.com.br
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IMIGRANTES NO BRASIL.
32. Espanhóis
Os espanhóis começaram a imigrar para o Brasil em razão dos problemas no país de origem e das
possibilidades de trabalho que, bem ou mal, lhes eram oferecidas. Muitos agricultores, proprietários
de minifúndios, partiram da Galícia; outros vieram da Andaluzia, onde eram, principalmente,
trabalhadores agrícolas.
Italianos
As grandes áreas de atração de imigrantes italianos para o Brasil foram os estados de São Paulo, Rio
Grande do Sul e Minas Gerais. Considerando o período 1884-1972, verificamos que quase 70% dos
italianos ingressaram no País pelo estado de São Paulo.
As condições de estabelecimento dos italianos foram bastante diversas. A imigração sulina praticamente não
foi subsidiada e os recém-chegados instalaram-se como proprietários rurais ou urbanos. Em São Paulo,
foram a princípio atraídos para trabalhar nas fazendas de café, através do esquema da imigração
subsidiada. Nas cidades paulistas, trabalharam em uma série de atividades, em especial como operários da
construção e da indústria têxtil.
Os japoneses foram destinados inicialmente as fazendas de café, mas gradativamente tornaram-
se pequenos e médios proprietários rurais. Dentre todos os grupos imigrantes foram os que se
concentraram por período mais longo nas atividades rurais, em que se destacaram pela
diversificação da produção dos hortifrutigranjeiros. Em anos recentes, houve forte migração de
descendentes de japoneses para os centros urbanos, onde passaram a ocupar posições
importantes nas várias atividades componentes da área de serviços
33. Em anos mais recentes, a imigração para o
Brasil, qualitativamente, diversificou-se
bastante. Novas etnias se juntaram às mais
antigas, como é o caso da imigração de
países vizinhos – Argentina, Uruguai, Chile,
Bolívia etc. – tanto por razões profissionais
como políticas. Coreanos passaram a compor
a paisagem da cidade de São Paulo,
multiplicando restaurantes e confecções.
O fenômeno migratório no Brasil
O Brasil é um país de migrantes. É
bastante comum encontrar nas nossas
comunidades eclesiais, no trabalho, entre
os colegas de aula ou na parada de ônibus
pessoas provenientes de outras cidades,
outros estados e até mesmo de diferentes
países. Às vezes, quem migrou foram os
pais, os avós ou os bisavós. No fundo, se
remontamos às origens históricas, somos
todos migrantes ou descendentes de
migrantes. Essa realidade, que pode ser
averiguada pela experiência do dia-a-dia, é
o espelho de um país de grande
mobilidade humana. Mulheres, homens,
crianças, idosos, famílias, trabalhadores
com e sem emprego perambulam no país
em busca de melhores condições de vida,
muitas vezes fugindo de situações
insustentáveis, outras vezes perseguindo
um sonho, uma terra prometida.
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IMIGRANTES NO BRASIL.
34. HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
IMIGRANTES NO BRASIL.
35. O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da
década de 1870, mas um ponto de partida importante a ser
considerado foi a proibição do tráfico negreiro, que aconteceu
por meio da Lei Eusébio de Queirós, em 1850. Com essa lei,
cortava-se a fonte que renovava os números de escravos no
território brasileiro.
A força do abolicionismo em nosso país apresentou-se de
diversas maneiras. Associações abolicionistas surgiram aos
montes no país, conferências abolicionistas foram organizadas,
eventos públicos realizados, levantaram-se fundos para pagar a
alforria de escravos, advogados passaram a atuar efetivamente
contra senhores de escravos, jornalistas publicavam textos
defendendo a abolição e populares abrigavam escravos fugidos
em suas casas.
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36. Houve na ocasião um
descontentamento geral por parte dos
usineiros, fazendeiros, comerciantes,
cafeicultores e senhores de um modo
geral que se sentindo prejudicados
com a nova lei, entraram na justiça
exigindo que o governo os
ressarcisse, pois não sabiam como
vencer a crise gerada com a abolição
da escravatura, pois agora tinham de
pagar salários a seus ex-escravos.
Como a cultura brasileira sempre foi
escravagista o Brasil acabou sendo o
ultimo país a libertar seus escravos e
mesmo assim as dificuldades foram
imensas para se chegar a isso.
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37. A abolição da escravatura acabou fazendo do mundo um lugar melhor porém logo que foram
libertados muitos escravos não sabiam o que fazer com a sua liberdade pois não tinham
terras, nem economias e assim eram obrigados a viver de maneira muito precária tentando a
sorte em garimpos e florestas pelo interior do país. Muitos deles se deram bem e acabaram
ficando ricos, porém o número de escravos que continuou nas fazendas de seus antigos
donos foi muito grande e lá eles seguiram trabalhando e recebendo salários que mal dava
para sobreviverem uma vez que depois da abolição da escravatura aos que decidiam ficar
era pago um salário, mas em contrapartida comida, roupa, tudo passou a ser cobrado deles,
não sobrando praticamente nada.
que partiram em busca da felicidade e de uma nova vida, muitos se deram bem, entretanto
outros acabaram voltando ao lugar de origem. Hoje no Brasil muito ainda se fala em racismo
e discriminação dos negros, porém não se esqueça que poucos são os brasileiros que não
tem em sua arvore genealógica a presença negra. A abolição da escravatura terminou com
um período do qual os brasileiros devem se envergonhar, pois dominar e escravizar os
semelhantes, são idéias não só grotescas como inescrupulosas de pessoas ambiciosas e
sem caráter.
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38. Ano Nome ou origem da lei Conteúdo da lei Lei X Realidade
1831
Lei criada para atender a
exigência da Inglaterra para
reconhecer a independência do
Brasil
Declarava ilegal o comércio de africanos para o
Brasil
Não teve efeitos, pois, após um breve momentos
inicial, o tráfico cresceu em vez de diminuir.
1850 Lei Eusébio de Queiroz
Proibia definitivamente a entrada de escravizados
no Brasil
De fato não entraram mais escravizados vindos da
África, mas houve um aumento significativo do tráfico
interprovincial.
1871 Lei do Ventre Livre
Definia que os filhos de escravos nascidos a
partir daquela data seriam considerados livres
Foi elaborada segundo os interesses dos proprietários
de escravos, pois a lei previa que os escravos
poderiam ficar sob a autoridade do senhor até os 21
anos de idade.
1885 Lei dos Sexagenários
Declarava que os escravos a partir de 60 anos
eram livres
A lei previa que os escravos deveriam trabalhar por
mais três anos. Mesmo que eles conseguissem
sobreviver, não conseguiriam arrumar emprego com
aquela idade.
1889 Lei Áurea Declarou extinta a escravidão no Brasil
De fato foi aplicada, mas os ex-escravos foram
deixados em uma situação muito precária.
AS LEIS E A REALIDADE
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HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
Abolicionismo.
39. A VIDA DIFÍCIL DOS RECÉM-LIBERTOS
Recém-libertos sem terra, sem instrução, sem
dinheiro e sem apoio do governo
Alguns negociaram sua
permanência nas fazendas
em troca de modestos
salários ou do direito de ter
uma roça
Alguns migraram para as
cidades
Foram obrigados a aceitar os
piores serviços, os mais
baixos salários e a
convivência com o racismo
Alguns poucos ascenderam
socialmente
Para amenizar a
luta diária pela
sobrevivência,
organizavam-
-se em centros
religiosos,
clubes
esportivos e
grupos de lazer
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40. Um dos abolicionistas mais famosos,
é célebre por seus poemas
engajados, entre os quais, Vozes d’
África e Navio Negreiro. Fundou em
1869 a Sociedade Libertadora 7 de
Setembro na Bahia. Atuante,
conseguiu alforria para 500 escravos
e difundiu a luta em prol dos ideais
“Abolicionista”. Morreu aos 24 anos,
em 1871 sem ver a Lei Áurea ser
assinada.
de liberdade em um jornal chamado
CASTRO
ALVES
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42. Fim da escravidão
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho escravo e isso ocorreu por meio da
Lei áurea aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O fim da
escravidão no Brasil não foi por um ato de bondade da monarquia brasileira, mas foi uma conquista
realizada por meio do engajamento popular e da resistência dos escravos.
A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha que o clima de desordem no
final da década de 1880 era evidente: o Império não tinha mais o controle sobre a situação. Pressionado,
o Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.
A reação da população mediante a lei foi de festa, e as celebrações estenderam-se por dias. A abolição,
porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros libertos, e eles continuaram sendo
vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de acesso ao estudo e às boas oportunidades.
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43. JOSÉ DO
PATROCÍNIO
Filho de uma quitandeira com um
padre, José do Patrocínio foi um
desses abolicionistas que tinham a
alma inspirada. Era um jornalista
polêmico e orador eloquente. Com o
jornal Gazeta da Tarde fez ampliar a
voz dos ideais abolicionistas. Terminou
exilado por criticar demais o governo e
problematizar a questão da população
negra que, após a Lei Áurea, ainda
continuava miserável.
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44. EXERCÍCIOS DE
CLASSE
1) Analisando as estruturas econômicas coloniais, o historiador Caio Prado Jr., assim se referiu ao
tema da escravidão: “É aliás esta exigência da colonização que explica o renascimento, na
civilização ocidental, da escravidão em declínio desde os fins do Império Romano e já quase
extinta de todo neste século XVI em que se inicia aquela colonização”
A qual exigência da colonização o autor está se referindo?
a) Ao fato de o litoral brasileiro apresentar imenso potencial mineral e somente os escravos africanos
terem a necessária técnica de extração.
b) À definição de uma colonização baseada na plantation, dentro dos padrões mercantilistas da época
moderna.
c) À impossibilidade de se utilizar o trabalho escravo dos indígenas, visto que não se adaptaram de
forma conveniente ao trabalho compulsório.
d) À especialidade própria das regiões americanas, que estavam a exigir a implantação de um amplo
sistema de feitorias destinadas ao comércio dos produtos tropicais.
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45. A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual
não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era
muito pequena.
b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame
escravidão.
c) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando,
quase quarenta anos (1850-1888).
d)Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um
escravo.
e)Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum
cabedal compravam a sua liberdade.
HISTÓRIA, 8º Ano do Ensino Fundamental. Prof. Clayton Artaud
Abolicionismo.
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