1) O documento discute as identidades culturais de jovens e as arenas de conflito e possibilidades nas escolas.
2) A escolarização de jovens brasileiros não foi acompanhada de investimentos adequados e os professores enfrentam situações precárias, especialmente nas escolas públicas.
3) As culturas juvenis são vistas como ameaças pelas escolas, em vez de possibilidades de inclusão, e falta compreender os tempos e espaços não escolares vividos pelos jovens.
1. Curso de Especialização em Fundamentos
da Educação (Práticas Pedagógicas e
Interdisciplinares)
Módulo: Sujeito, Cultura e
Contemporaneidade.
Sala 125
Ministrante: Profª Eliete Santos
2. Identidades culturais
Juvenis e Escolas: arenas de
conflitos e possibilidades.
Paulo Carrano – Universidade
Federal Fluminense (RJ). (P.
109 a 122 do módulo de
estudo).
3. Juventude brasileira e escola:
dilemas da modernidade.
Diagnósticos iniciais
“A expansão da escolaridade para
grande parte das crianças e jovens
brasileiros, sobretudo os mais pobres,
não foi acompanhada dos
investimentos necessários...” (p. 110).
4.
5. Situação trabalhista
precária dos docentes,
sobretudo nas escolas
públicas. (p. 110).
Práticas de ensino sem
sentido (Escolarização sem
sentido) (p. 110).
6. Ser jovem na modernidade
é motivo de grande mal
estar, em uma sociedade
que produz riscos e
incertezas (BAUMAN, 1999)
(p. 111).
7. Que tal mais um
clipe? Color city
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8. “Jovens, ilhas de sociabilidade
em seus grupos culturais de
referência: (...) essa apreensão
impede que vejamos as
conexões entre sociabilidade
juvenil e as estruturas sociais
que constituem a própria base
da ação social” (p. 111).
9. Que tal mais um
clipe? Superstars –
Campeonato Nacional
de hip – hop – 2013.
10. Ser jovem hoje é uma fria: seres desprovidos de direitos
(emprego, escola de qualidade, família decente, saúde
etc)
Jovens: identidades imersas, deslocadas (vítimas?) do
espaço urbano? (integrados à estrutura de produção?;
disponíveis; ou circulantes, sem destino? (p. 112).
Cidade: de espaço anônimo para construção
(resistências): tatuagens, bonés (fontes de tensão nas
escolas), movimentos musicais etc. (p. 113)
Constroem territórios próprios nos subterfúgios e ruínas
das cidades: é o que lhes sobra.
11.
12. “O conservadorismo da escola não reconhece as
culturas juvenis como possibilidade de inclusão e
transformação” (P. 113).
“Falta se compreender os tempos e os espaços não
escolares dos sujeitos jovens que estão na escola, mas
que não são, em última instância, da escola” (P. 114).
(Sposito, 2003).
“a escola não enxerga a via não escolar, legitimada
pelo aluno” (Sposito, 2003).
“Juventude, é a noção produtora de sentidos e
contribui para o estabelecimento de acordos e
representações sociais dominantes” (Bourdieu, 1983)
(P. 114).
13. “Perda progressiva de uma zona limítrofe que divide
adolescência, juventude e fase adulta, sobretudo os
jovens das classes mais populares: estudo, trabalho
concomitantes” (p. 115).
Participação juvenil e escolarização: quem
tem pode!!!
Privilégios das classes altas aos bens culturais, além de
melhor escolaridade: melhores cursos para os
provenientes das escolas privadas, por exemplo. (P.
116). O resto é da escola pública: currículos formais e
pouco interessantes aos jovens. (P. 116).
14. Onde andam os grêmios estudantis, espaços de participação
política e redefinição de identidades?
Para os jovens das escolas públicas, onde andam os cursos de
informática, língua estrangeira, teatro, esportes e pré-
vestibulares?
A quem interessa a profissionalização? (Cursos rápidos e de
qualidade duvidosa podem ser a solução?)
A universidade é a solução?
E as escolhas da profissão em um universo de modernidade,
como devem se processar? (P. 117) Onde se constitui a
autonomia da escolha frente aos estímulos, mensagens e
informações orientadas dos modos de ser, agir, sentir e pensar?
(P. 117)
15. “Nesta conjuntura o eu se faz múltiplo, ajustando-se às
mudanças rápidas a que é submetido” P. 117).
Os jovens já respiram uma certa autonomia frente ao mundo
dos adultos (P. 118)
A importância da escola no processo de escolha identitárias e
construção de autonomia pessoal dos jovens: sem diálogo não
solução, mas sim fechamento da escola ao mundo do jovem (P.
118).
Tarefas mais fundantes da escola: educar nas diferenças, na
solidariedade, para que os sujeitos se reconheçam a si mesmos
e aos outros. (P. 119).
A escola precisa reconhecer, admitir e respeitar a identidade do
jovem: sem se falar uma linguagem comun não há educação.
Força das chamadas mercadorias culturais para interagir e
“lucrar” com os jovens: aqui a escola fica prá trás. (P. 119)
16.
17. “As mercadorias culturais
São alienantes e geram pertencimento
cultural. Estabelecem vínculos
socioafetivos como respostas à
fragmentação dos territórios sociais da
cidade e perda de referenciais
institucionais tradicionais” (P. 120).
Não são marcas autoritárias, porém
alienantes.
18.
19.
20. ... NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
“Embora o capitalismo continue a ‘fabricar’
na juventude corpos e subjetividades
citadinas – através de imposição de
mercadorias, via reprodução ideológica e
cultural sobre esses sujeitos – ainda assim há
resistências dos jovens” (P. 120).
DESAFIOS DA ESCOLA: CONTRIBUIR PARA O
AUMENTO DE REFLEXÃO DOS JOVENS
ALUNOS EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIA DAS
MERCADORIAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO DE
SUAS SUBJETIVIDADES”. (P. 120).
21. “A escola precisa ver o jovem, não como aluno (sem
luz), mas sim como sujeito cultural: corpo como
política de reconhecimento de si e de comunicação
com o outro” (P. 120).
“Escola como questionadora dos vários
condicionamentos sociais que nos afastam da
aquisição da autoconsciência e da solidariedade” (P.
121).
22. ESTRATÉGIA EFICAZ DE LIBERTAÇÃO E
FORMAÇÃO DE UM ALUNO CRÍTICO:
LEITURA CRÍTICO-LIBERTADORA DAS
MENSAGENS EMITIDAS PELA PUBLICIDADE
– DE MERCADOS E GOVERNOS – ISTO É,
DESENVOLVIMENTO DE NOVAS FORMAS
DE OLHAR BASEADAS NA CAPACIDADE DE
INTERPRETAÇÃO – E TAMBÉM DE
DESTRUIÇÃO SIMBÓLICA – DOS SIGNOS
PRODUZIDOS PELOS DIFERENTES CENTROS
DE PODER E CONDICIONAMENTOS DAS
SUBJETIVIDADES.” (p. 121).
23. Estratégias interessantes.
1. trabalhar com as experiências
prévias dos jovens alunos. (p. 121)
2. Currículos reorganizadores de
espaços e tempos de
compartilhamento e de saberes e que
ampliem a experiência social pública
e o direito de todos às riquezas
materiais e simbólicas das cidades. (p.
121).
33. “Os Presidentes”
Tinha um presidente, que, antes, havia sido ditador, mas depois foi eleito, só que um
negão amigo dele arrumou uma encrenca na rua e o presidente deu um tiro no peito, peito
dele, não do negão, foi um bafafá, mas assumiu o vice, depois veio um presidente que
construiu uma cidade no meio do nada e mudou a capital para lá, aí veio outro que falava
esquisito e tinha mania de vassoura, e que de repente renunciou, ninguém entendeu bem
por que, então deu uma confusão danada, mas acabou assumindo o vice, que começou a
ter umas idéias e foi derrrubado pelos militares, que botaram um general na presidência,
aliás, um não, vários, um atrás do outro, teve aquele baixinho, depois aquele outro que
teve um treco, e assumiu uma junta militar, aí vieram mais três, que não gostavam muito
de ser presidentes e, quando ninguém mais agüentava generais, eles deixaram entrar um
civil, que tinha sido ministro daquele que deu um tiro no peito, mas ele também teve um
treco, bem no dia da posse, e entrou esse outro, que seria vice, tinha um bigode estranho
e se dizia poeta, que fez uma lei proibindo os preços de subir e deu com os burros
n’água, foi quando voltou a eleição direta e ganhou um almofadinha, que confiscou o
dinheiro da população, construiu uma cascata em casa e quase foi pra cadeia, junto com
o tesoureiro, que depois foi morto em circunstâncias misteriosas, mas quando o
almofadinha dançou, entrou um vice, aquele do topete, amante do pão de queijo, que
relançou o fusca e lançou um novo dinheiro, bolado por um ministro, que, por isso, virou
presidente, e está aí, querendo ficar mais um pouquinho, talvez disputando a eleição com
o do bigode, o do topete e, se deixarem, o da cascata. Bom, é basicamente isso.
Anúncio do jornal Folha de São Paulo em janeiro de 1997. “Folha. 75 anos tentando
explicar esse país”.