SlideShare uma empresa Scribd logo
Curso de Especialização em Fundamentos
da Educação (Práticas Pedagógicas e
Interdisciplinares)
Módulo: Sujeito, Cultura e
Contemporaneidade.
Sala 125
Ministrante: Profª Eliete Santos
Identidades culturais
Juvenis e Escolas: arenas de
conflitos e possibilidades.
Paulo Carrano – Universidade
Federal Fluminense (RJ). (P.
109 a 122 do módulo de
estudo).
Juventude brasileira e escola:
dilemas da modernidade.
Diagnósticos iniciais
“A expansão da escolaridade para
grande parte das crianças e jovens
brasileiros, sobretudo os mais pobres,
não foi acompanhada dos
investimentos necessários...” (p. 110).
Situação trabalhista
precária dos docentes,
sobretudo nas escolas
públicas. (p. 110).
Práticas de ensino sem
sentido (Escolarização sem
sentido) (p. 110).
Ser jovem na modernidade
é motivo de grande mal
estar, em uma sociedade
que produz riscos e
incertezas (BAUMAN, 1999)
(p. 111).
Que tal mais um
clipe? Color city
powered by
google
“Jovens, ilhas de sociabilidade
em seus grupos culturais de
referência: (...) essa apreensão
impede que vejamos as
conexões entre sociabilidade
juvenil e as estruturas sociais
que constituem a própria base
da ação social” (p. 111).
Que tal mais um
clipe? Superstars –
Campeonato Nacional
de hip – hop – 2013.
Ser jovem hoje é uma fria: seres desprovidos de direitos
(emprego, escola de qualidade, família decente, saúde
etc)
Jovens: identidades imersas, deslocadas (vítimas?) do
espaço urbano? (integrados à estrutura de produção?;
disponíveis; ou circulantes, sem destino? (p. 112).
Cidade: de espaço anônimo para construção
(resistências): tatuagens, bonés (fontes de tensão nas
escolas), movimentos musicais etc. (p. 113)
Constroem territórios próprios nos subterfúgios e ruínas
das cidades: é o que lhes sobra.
“O conservadorismo da escola não reconhece as
culturas juvenis como possibilidade de inclusão e
transformação” (P. 113).
“Falta se compreender os tempos e os espaços não
escolares dos sujeitos jovens que estão na escola, mas
que não são, em última instância, da escola” (P. 114).
(Sposito, 2003).
“a escola não enxerga a via não escolar, legitimada
pelo aluno” (Sposito, 2003).
“Juventude, é a noção produtora de sentidos e
contribui para o estabelecimento de acordos e
representações sociais dominantes” (Bourdieu, 1983)
(P. 114).
“Perda progressiva de uma zona limítrofe que divide
adolescência, juventude e fase adulta, sobretudo os
jovens das classes mais populares: estudo, trabalho
concomitantes” (p. 115).
Participação juvenil e escolarização: quem
tem pode!!!
Privilégios das classes altas aos bens culturais, além de
melhor escolaridade: melhores cursos para os
provenientes das escolas privadas, por exemplo. (P.
116). O resto é da escola pública: currículos formais e
pouco interessantes aos jovens. (P. 116).
Onde andam os grêmios estudantis, espaços de participação
política e redefinição de identidades?
Para os jovens das escolas públicas, onde andam os cursos de
informática, língua estrangeira, teatro, esportes e pré-
vestibulares?
A quem interessa a profissionalização? (Cursos rápidos e de
qualidade duvidosa podem ser a solução?)
A universidade é a solução?
E as escolhas da profissão em um universo de modernidade,
como devem se processar? (P. 117) Onde se constitui a
autonomia da escolha frente aos estímulos, mensagens e
informações orientadas dos modos de ser, agir, sentir e pensar?
(P. 117)
“Nesta conjuntura o eu se faz múltiplo, ajustando-se às
mudanças rápidas a que é submetido” P. 117).
Os jovens já respiram uma certa autonomia frente ao mundo
dos adultos (P. 118)
A importância da escola no processo de escolha identitárias e
construção de autonomia pessoal dos jovens: sem diálogo não
solução, mas sim fechamento da escola ao mundo do jovem (P.
118).
Tarefas mais fundantes da escola: educar nas diferenças, na
solidariedade, para que os sujeitos se reconheçam a si mesmos
e aos outros. (P. 119).
A escola precisa reconhecer, admitir e respeitar a identidade do
jovem: sem se falar uma linguagem comun não há educação.
Força das chamadas mercadorias culturais para interagir e
“lucrar” com os jovens: aqui a escola fica prá trás. (P. 119)
“As mercadorias culturais
São alienantes e geram pertencimento
cultural. Estabelecem vínculos
socioafetivos como respostas à
fragmentação dos territórios sociais da
cidade e perda de referenciais
institucionais tradicionais” (P. 120).
Não são marcas autoritárias, porém
alienantes.
... NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
“Embora o capitalismo continue a ‘fabricar’
na juventude corpos e subjetividades
citadinas – através de imposição de
mercadorias, via reprodução ideológica e
cultural sobre esses sujeitos – ainda assim há
resistências dos jovens” (P. 120).
DESAFIOS DA ESCOLA: CONTRIBUIR PARA O
AUMENTO DE REFLEXÃO DOS JOVENS
ALUNOS EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIA DAS
MERCADORIAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO DE
SUAS SUBJETIVIDADES”. (P. 120).
“A escola precisa ver o jovem, não como aluno (sem
luz), mas sim como sujeito cultural: corpo como
política de reconhecimento de si e de comunicação
com o outro” (P. 120).
“Escola como questionadora dos vários
condicionamentos sociais que nos afastam da
aquisição da autoconsciência e da solidariedade” (P.
121).
ESTRATÉGIA EFICAZ DE LIBERTAÇÃO E
FORMAÇÃO DE UM ALUNO CRÍTICO:
LEITURA CRÍTICO-LIBERTADORA DAS
MENSAGENS EMITIDAS PELA PUBLICIDADE
– DE MERCADOS E GOVERNOS – ISTO É,
DESENVOLVIMENTO DE NOVAS FORMAS
DE OLHAR BASEADAS NA CAPACIDADE DE
INTERPRETAÇÃO – E TAMBÉM DE
DESTRUIÇÃO SIMBÓLICA – DOS SIGNOS
PRODUZIDOS PELOS DIFERENTES CENTROS
DE PODER E CONDICIONAMENTOS DAS
SUBJETIVIDADES.” (p. 121).
Estratégias interessantes.
1. trabalhar com as experiências
prévias dos jovens alunos. (p. 121)
2. Currículos reorganizadores de
espaços e tempos de
compartilhamento e de saberes e que
ampliem a experiência social pública
e o direito de todos às riquezas
materiais e simbólicas das cidades. (p.
121).
Alguns possibilidades
de se pensar “velhos
conteúdos” revestidos
de “roupa nova e mais
chique”:
“Os Presidentes”
Tinha um presidente, que, antes, havia sido ditador, mas depois foi eleito, só que um
negão amigo dele arrumou uma encrenca na rua e o presidente deu um tiro no peito, peito
dele, não do negão, foi um bafafá, mas assumiu o vice, depois veio um presidente que
construiu uma cidade no meio do nada e mudou a capital para lá, aí veio outro que falava
esquisito e tinha mania de vassoura, e que de repente renunciou, ninguém entendeu bem
por que, então deu uma confusão danada, mas acabou assumindo o vice, que começou a
ter umas idéias e foi derrrubado pelos militares, que botaram um general na presidência,
aliás, um não, vários, um atrás do outro, teve aquele baixinho, depois aquele outro que
teve um treco, e assumiu uma junta militar, aí vieram mais três, que não gostavam muito
de ser presidentes e, quando ninguém mais agüentava generais, eles deixaram entrar um
civil, que tinha sido ministro daquele que deu um tiro no peito, mas ele também teve um
treco, bem no dia da posse, e entrou esse outro, que seria vice, tinha um bigode estranho
e se dizia poeta, que fez uma lei proibindo os preços de subir e deu com os burros
n’água, foi quando voltou a eleição direta e ganhou um almofadinha, que confiscou o
dinheiro da população, construiu uma cascata em casa e quase foi pra cadeia, junto com
o tesoureiro, que depois foi morto em circunstâncias misteriosas, mas quando o
almofadinha dançou, entrou um vice, aquele do topete, amante do pão de queijo, que
relançou o fusca e lançou um novo dinheiro, bolado por um ministro, que, por isso, virou
presidente, e está aí, querendo ficar mais um pouquinho, talvez disputando a eleição com
o do bigode, o do topete e, se deixarem, o da cascata. Bom, é basicamente isso.
Anúncio do jornal Folha de São Paulo em janeiro de 1997. “Folha. 75 anos tentando
explicar esse país”.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01
Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01
Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01Odairdesouza
 
Racismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisRacismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisSergiana Helmer
 
Direitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalDireitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalElaine Krauze
 
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...Instituto Uka
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoAline Vaz
 
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppt
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.pptBoa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppt
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppttemastransversais
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoGeraa Ufms
 
Pluralidade Cultural e Etnia
Pluralidade Cultural e EtniaPluralidade Cultural e Etnia
Pluralidade Cultural e EtniaWelton Castro
 
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...culturaafro
 
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a Distancia
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a DistanciaO ensino de História e Cultura Afro-brasileira a Distancia
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a DistanciaZelinda Barros
 
Filme: "O contador de Histórias"
Filme: "O contador de Histórias"Filme: "O contador de Histórias"
Filme: "O contador de Histórias"andre barbosa
 
Pluralidade cultural
Pluralidade culturalPluralidade cultural
Pluralidade culturalAna Lúcia
 
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALI
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALIYour file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALI
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALItemastransversais
 
O preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasO preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasClarice-Borges
 
Folclore não é apenas folguedos e festas
Folclore não é apenas folguedos e festasFolclore não é apenas folguedos e festas
Folclore não é apenas folguedos e festasamaurilimadesouza
 

Mais procurados (17)

Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01
Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01
Pluralidade cultural, diversidade e cidadania 01
 
Racismos e olhares plurais
Racismos e olhares pluraisRacismos e olhares plurais
Racismos e olhares plurais
 
Direitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalDireitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade cultural
 
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...
Literatura afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na constr...
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educação
 
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppt
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.pptBoa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppt
Boa esperança.santa rita pluralidade cultural 2.ppt
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educação
 
Pluralidade Cultural e Etnia
Pluralidade Cultural e EtniaPluralidade Cultural e Etnia
Pluralidade Cultural e Etnia
 
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...
Conceitos de gênero, etnia e raça: reflexões sobre a diversidade cultural na ...
 
Vídeo aula 24
Vídeo aula 24Vídeo aula 24
Vídeo aula 24
 
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a Distancia
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a DistanciaO ensino de História e Cultura Afro-brasileira a Distancia
O ensino de História e Cultura Afro-brasileira a Distancia
 
Filme: "O contador de Histórias"
Filme: "O contador de Histórias"Filme: "O contador de Histórias"
Filme: "O contador de Histórias"
 
Livro101
Livro101Livro101
Livro101
 
Pluralidade cultural
Pluralidade culturalPluralidade cultural
Pluralidade cultural
 
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALI
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALIYour file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALI
Your file BICASTIRADENTES_PLURALIDADECULTURALI
 
O preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadasO preconceito nos contos de fadas
O preconceito nos contos de fadas
 
Folclore não é apenas folguedos e festas
Folclore não é apenas folguedos e festasFolclore não é apenas folguedos e festas
Folclore não é apenas folguedos e festas
 

Destaque (7)

Identidade
IdentidadeIdentidade
Identidade
 
A música na cultura brasileira compactado (1)
A música na cultura brasileira compactado (1)A música na cultura brasileira compactado (1)
A música na cultura brasileira compactado (1)
 
Identidade e memória
Identidade e memóriaIdentidade e memória
Identidade e memória
 
Apresentaça oseminarioprofeliete
Apresentaça oseminarioprofelieteApresentaça oseminarioprofeliete
Apresentaça oseminarioprofeliete
 
Cultura indígena
Cultura indígenaCultura indígena
Cultura indígena
 
Anatomia do artigo cesp
Anatomia do artigo   cespAnatomia do artigo   cesp
Anatomia do artigo cesp
 
Curso de oratória
Curso de oratóriaCurso de oratória
Curso de oratória
 

Semelhante a Slides semana 5

Construir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do RealConstruir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do RealGabrielle Silva
 
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.Marconildo Viegas
 
Reunião pedagógica 03 06 2016
Reunião pedagógica 03 06 2016Reunião pedagógica 03 06 2016
Reunião pedagógica 03 06 2016Fábio Peixoto
 
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASIL
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASILCURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASIL
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASILWilson Melo
 
Repensar a educacao - Inger Enkvist
Repensar a educacao - Inger EnkvistRepensar a educacao - Inger Enkvist
Repensar a educacao - Inger EnkvistPrometeusone
 
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismo
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismoTÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismo
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismoIsrael serique
 
Texto 3 -Educação intercultural
Texto 3 -Educação interculturalTexto 3 -Educação intercultural
Texto 3 -Educação interculturalVanubia_sampaio
 
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIFolhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIValter Gomes
 
Ensino de História e Experências
Ensino de História e ExperênciasEnsino de História e Experências
Ensino de História e ExperênciasAlef Lopes
 
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im foco
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im focoProjeto eeefm luiz jouffroy cultura im foco
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im focoMarilia Frizzera Dias
 
21.4 Power Sacristan
21.4   Power Sacristan21.4   Power Sacristan
21.4 Power SacristanJulia Poletto
 
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardio
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardioPNE - 2011-2020: construindo um presente tardio
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardioProfessor Gilson Nunes
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015Wanya Castro
 

Semelhante a Slides semana 5 (20)

Construir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do RealConstruir a Educação Infantil na Complexidade do Real
Construir a Educação Infantil na Complexidade do Real
 
Slidesolange
SlidesolangeSlidesolange
Slidesolange
 
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.
Seminário UEPB Mídia, Cultura e Imaginário Urbano.
 
Reunião pedagógica 03 06 2016
Reunião pedagógica 03 06 2016Reunião pedagógica 03 06 2016
Reunião pedagógica 03 06 2016
 
Texto 3
Texto 3Texto 3
Texto 3
 
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASIL
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASILCURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASIL
CURRICULO E DIVERSIDADE CULTURAL EM PALMAS, TO: BRASIL
 
Negações e silenciamentos no discurso acerca da juventude
Negações e silenciamentos no discurso acerca da juventudeNegações e silenciamentos no discurso acerca da juventude
Negações e silenciamentos no discurso acerca da juventude
 
Repensar a educacao - Inger Enkvist
Repensar a educacao - Inger EnkvistRepensar a educacao - Inger Enkvist
Repensar a educacao - Inger Enkvist
 
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismo
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismoTÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismo
TÓPICOS EM EDUCAÇÃO II: Resumo do 2º bimestre multicuralismo
 
Texto 3 -Educação intercultural
Texto 3 -Educação interculturalTexto 3 -Educação intercultural
Texto 3 -Educação intercultural
 
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIFolhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
 
Ensino de História e Experências
Ensino de História e ExperênciasEnsino de História e Experências
Ensino de História e Experências
 
Pluralidade
PluralidadePluralidade
Pluralidade
 
Pressupostos
PressupostosPressupostos
Pressupostos
 
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im foco
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im focoProjeto eeefm luiz jouffroy cultura im foco
Projeto eeefm luiz jouffroy cultura im foco
 
21.4 Power Sacristan
21.4   Power Sacristan21.4   Power Sacristan
21.4 Power Sacristan
 
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardio
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardioPNE - 2011-2020: construindo um presente tardio
PNE - 2011-2020: construindo um presente tardio
 
Saber academicosociedade
Saber academicosociedadeSaber academicosociedade
Saber academicosociedade
 
A criança e o brincar
A criança e o brincarA criança e o brincar
A criança e o brincar
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015
 

Slides semana 5

  • 1. Curso de Especialização em Fundamentos da Educação (Práticas Pedagógicas e Interdisciplinares) Módulo: Sujeito, Cultura e Contemporaneidade. Sala 125 Ministrante: Profª Eliete Santos
  • 2. Identidades culturais Juvenis e Escolas: arenas de conflitos e possibilidades. Paulo Carrano – Universidade Federal Fluminense (RJ). (P. 109 a 122 do módulo de estudo).
  • 3. Juventude brasileira e escola: dilemas da modernidade. Diagnósticos iniciais “A expansão da escolaridade para grande parte das crianças e jovens brasileiros, sobretudo os mais pobres, não foi acompanhada dos investimentos necessários...” (p. 110).
  • 4.
  • 5. Situação trabalhista precária dos docentes, sobretudo nas escolas públicas. (p. 110). Práticas de ensino sem sentido (Escolarização sem sentido) (p. 110).
  • 6. Ser jovem na modernidade é motivo de grande mal estar, em uma sociedade que produz riscos e incertezas (BAUMAN, 1999) (p. 111).
  • 7. Que tal mais um clipe? Color city powered by google
  • 8. “Jovens, ilhas de sociabilidade em seus grupos culturais de referência: (...) essa apreensão impede que vejamos as conexões entre sociabilidade juvenil e as estruturas sociais que constituem a própria base da ação social” (p. 111).
  • 9. Que tal mais um clipe? Superstars – Campeonato Nacional de hip – hop – 2013.
  • 10. Ser jovem hoje é uma fria: seres desprovidos de direitos (emprego, escola de qualidade, família decente, saúde etc) Jovens: identidades imersas, deslocadas (vítimas?) do espaço urbano? (integrados à estrutura de produção?; disponíveis; ou circulantes, sem destino? (p. 112). Cidade: de espaço anônimo para construção (resistências): tatuagens, bonés (fontes de tensão nas escolas), movimentos musicais etc. (p. 113) Constroem territórios próprios nos subterfúgios e ruínas das cidades: é o que lhes sobra.
  • 11.
  • 12. “O conservadorismo da escola não reconhece as culturas juvenis como possibilidade de inclusão e transformação” (P. 113). “Falta se compreender os tempos e os espaços não escolares dos sujeitos jovens que estão na escola, mas que não são, em última instância, da escola” (P. 114). (Sposito, 2003). “a escola não enxerga a via não escolar, legitimada pelo aluno” (Sposito, 2003). “Juventude, é a noção produtora de sentidos e contribui para o estabelecimento de acordos e representações sociais dominantes” (Bourdieu, 1983) (P. 114).
  • 13. “Perda progressiva de uma zona limítrofe que divide adolescência, juventude e fase adulta, sobretudo os jovens das classes mais populares: estudo, trabalho concomitantes” (p. 115). Participação juvenil e escolarização: quem tem pode!!! Privilégios das classes altas aos bens culturais, além de melhor escolaridade: melhores cursos para os provenientes das escolas privadas, por exemplo. (P. 116). O resto é da escola pública: currículos formais e pouco interessantes aos jovens. (P. 116).
  • 14. Onde andam os grêmios estudantis, espaços de participação política e redefinição de identidades? Para os jovens das escolas públicas, onde andam os cursos de informática, língua estrangeira, teatro, esportes e pré- vestibulares? A quem interessa a profissionalização? (Cursos rápidos e de qualidade duvidosa podem ser a solução?) A universidade é a solução? E as escolhas da profissão em um universo de modernidade, como devem se processar? (P. 117) Onde se constitui a autonomia da escolha frente aos estímulos, mensagens e informações orientadas dos modos de ser, agir, sentir e pensar? (P. 117)
  • 15. “Nesta conjuntura o eu se faz múltiplo, ajustando-se às mudanças rápidas a que é submetido” P. 117). Os jovens já respiram uma certa autonomia frente ao mundo dos adultos (P. 118) A importância da escola no processo de escolha identitárias e construção de autonomia pessoal dos jovens: sem diálogo não solução, mas sim fechamento da escola ao mundo do jovem (P. 118). Tarefas mais fundantes da escola: educar nas diferenças, na solidariedade, para que os sujeitos se reconheçam a si mesmos e aos outros. (P. 119). A escola precisa reconhecer, admitir e respeitar a identidade do jovem: sem se falar uma linguagem comun não há educação. Força das chamadas mercadorias culturais para interagir e “lucrar” com os jovens: aqui a escola fica prá trás. (P. 119)
  • 16.
  • 17. “As mercadorias culturais São alienantes e geram pertencimento cultural. Estabelecem vínculos socioafetivos como respostas à fragmentação dos territórios sociais da cidade e perda de referenciais institucionais tradicionais” (P. 120). Não são marcas autoritárias, porém alienantes.
  • 18.
  • 19.
  • 20. ... NEM TUDO ESTÁ PERDIDO “Embora o capitalismo continue a ‘fabricar’ na juventude corpos e subjetividades citadinas – através de imposição de mercadorias, via reprodução ideológica e cultural sobre esses sujeitos – ainda assim há resistências dos jovens” (P. 120). DESAFIOS DA ESCOLA: CONTRIBUIR PARA O AUMENTO DE REFLEXÃO DOS JOVENS ALUNOS EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIA DAS MERCADORIAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO DE SUAS SUBJETIVIDADES”. (P. 120).
  • 21. “A escola precisa ver o jovem, não como aluno (sem luz), mas sim como sujeito cultural: corpo como política de reconhecimento de si e de comunicação com o outro” (P. 120). “Escola como questionadora dos vários condicionamentos sociais que nos afastam da aquisição da autoconsciência e da solidariedade” (P. 121).
  • 22. ESTRATÉGIA EFICAZ DE LIBERTAÇÃO E FORMAÇÃO DE UM ALUNO CRÍTICO: LEITURA CRÍTICO-LIBERTADORA DAS MENSAGENS EMITIDAS PELA PUBLICIDADE – DE MERCADOS E GOVERNOS – ISTO É, DESENVOLVIMENTO DE NOVAS FORMAS DE OLHAR BASEADAS NA CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO – E TAMBÉM DE DESTRUIÇÃO SIMBÓLICA – DOS SIGNOS PRODUZIDOS PELOS DIFERENTES CENTROS DE PODER E CONDICIONAMENTOS DAS SUBJETIVIDADES.” (p. 121).
  • 23. Estratégias interessantes. 1. trabalhar com as experiências prévias dos jovens alunos. (p. 121) 2. Currículos reorganizadores de espaços e tempos de compartilhamento e de saberes e que ampliem a experiência social pública e o direito de todos às riquezas materiais e simbólicas das cidades. (p. 121).
  • 24. Alguns possibilidades de se pensar “velhos conteúdos” revestidos de “roupa nova e mais chique”:
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33. “Os Presidentes” Tinha um presidente, que, antes, havia sido ditador, mas depois foi eleito, só que um negão amigo dele arrumou uma encrenca na rua e o presidente deu um tiro no peito, peito dele, não do negão, foi um bafafá, mas assumiu o vice, depois veio um presidente que construiu uma cidade no meio do nada e mudou a capital para lá, aí veio outro que falava esquisito e tinha mania de vassoura, e que de repente renunciou, ninguém entendeu bem por que, então deu uma confusão danada, mas acabou assumindo o vice, que começou a ter umas idéias e foi derrrubado pelos militares, que botaram um general na presidência, aliás, um não, vários, um atrás do outro, teve aquele baixinho, depois aquele outro que teve um treco, e assumiu uma junta militar, aí vieram mais três, que não gostavam muito de ser presidentes e, quando ninguém mais agüentava generais, eles deixaram entrar um civil, que tinha sido ministro daquele que deu um tiro no peito, mas ele também teve um treco, bem no dia da posse, e entrou esse outro, que seria vice, tinha um bigode estranho e se dizia poeta, que fez uma lei proibindo os preços de subir e deu com os burros n’água, foi quando voltou a eleição direta e ganhou um almofadinha, que confiscou o dinheiro da população, construiu uma cascata em casa e quase foi pra cadeia, junto com o tesoureiro, que depois foi morto em circunstâncias misteriosas, mas quando o almofadinha dançou, entrou um vice, aquele do topete, amante do pão de queijo, que relançou o fusca e lançou um novo dinheiro, bolado por um ministro, que, por isso, virou presidente, e está aí, querendo ficar mais um pouquinho, talvez disputando a eleição com o do bigode, o do topete e, se deixarem, o da cascata. Bom, é basicamente isso. Anúncio do jornal Folha de São Paulo em janeiro de 1997. “Folha. 75 anos tentando explicar esse país”.