2. Projeto Justiça Restaurativa nas Escolas:
A Construção da Paz pelo Diálogo
Referências: Carolyn Boyes-Watson, Kay Pranis e
Cristiane Holanda.
Formação de Facilitadores de Círculos de Construção
de Paz.
3. CÍRCULOSDECONSTRUÇÃODEPAZ
É uma metodologia ativa, inspirada no
paradigma restaurativo e nos valores humanos.
Práticas que ampliam o olhar sobre a
multiplicidade dos fatores que devem ser
considerados ao analisar um dano.
É uma proposta para trabalhar a resolução de
conflitos e a cultura de paz, envolvendo também a
comunidade nas soluções compartilhadas para
reparação de danos, restauração de vínculos e
reintegração à sociedade.
Kay Pranis
4. A artedaPaziniciaporvocê
Construir uma cultura da paz envolve adotar uma compreensão dos
princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos
humanos, tolerância, igualdade e solidariedade.
Implica uma rejeição, individual e coletiva, da violência que tem sido
parte integrante de qualquer sociedade, em seus mais variados
contextos. A cultura da paz pode ser uma resposta a diversos tratados,
mas tem de procurar soluções que advenham de dentro da
sociedade e não impostas do exterior.
(LEILA DUPRET)
5. OCírculo
O Círculo é um processo de comunicação estruturado e simples que ajuda
os participantes a se reconectarem com a valorização deles mesmos e dos
outros.
Foi elaborado para criar um espaço seguro, a fim de que todas as vozes
sejam ouvidas e para encorajar cada participante a caminhar em direção
ao seu melhor como ser humano.
A prática de Círculos é útil para construir e para manter uma comunidade
saudável, na qual todos os membros se sintam conectados e respeitados.
(KAY PRANIS, 2015, p. 14)
6. O Círculo de Construção de Paz é uma forma de reunir
as pessoa de modo que:
Todos sejam respeitados.
Todos tenham igual oportunidade de falar.
Compartilhem histórias.
Todos são iguais. Ninguém é mais
importante que o outro.
7. Pressupostos Centrais
o São ideias básicas que nós acreditamos serem verdadeiras sobre
a natureza humana e a nossa relação com o mundo.
o São princípios que podem ser encontrados em tradições
culturais e sabedoria pelo mundo todo.
8. DENTRO DE CADA UM DE NÓS
ESTÁ O VERDADEIRO EU:
NÓS VAMOS NOS REFERIR A ISSO COMO O EU “VERDADEIRO”,
“ESSENCIAL”. O EU VERDADEIRO ESTÁ EM CADA UM.
1º PRESSUPOSTO
S ÁB I O
B O M P O D E R O S O
17. Tipos de Círculos de Construção de Paz
À medida que os círculos foram sendo aplicados em diferentes
situações, emergiu a terminologia para diferenciá-los de acordo
com suas funções.
Esta linguagem ainda está evoluindo e os títulos ainda não são
empregados universalmente.
Há círculos de vários tipos.
18. Tipos de Círculos de Construção de Paz
1. Círculo de Celebração.
2. Círculo de Diálogo.
3. Círculo de Apoio.
4. Círculo de Compreensão.
5. Círculo de Resolução de Conflito.
19. Tipos de Círculos de Construção de Paz
Círculo de Celebração - nesse caso se reúne um grupo de
pessoas a fim de prestar reconhecimento a um grupo ou
indivíduo e partilhar alegria e senso de realização.
Círculo de Diálogo - num círculo de diálogo os
participantes exploram determinada questão ou assunto a
partir de vários pontos de vista. Não procuram consenso
sobre o assunto. Ao contrário, permitem que todas as vozes
sejam ouvidas respeitosamente e oferece aos participantes
perspectivas diferentes que estimulam suas reflexões.
20. Círculo de diálogo são úteis:
Como oportunidade para gerar diálogo aberto sobre um
determinado tema.
Para o contato mútuo dentro de um processo grupal (sala de aula,
equipe de trabalho, grupo comunitário).
Refletir acerca de uma experiência que o grupo vivenciou: um
filme, um tema.
Dialogar acerca de questões comunitárias ou sociais.
Compartilhar as perspectivas entre pessoas de diferentes
gerações.
21. Círculo de Diálogo
Situações de conflitos interpessoais, decisões grupais difíceis ou
situações de grande intensidade emocional não são cuidadas nos
Círculos de Diálogo, pois exige que o facilitador tenha um trabalho
formativo para facilitar processos circulares com esses objetivos.
Verificar se o Círculo de Diálogo é adequado:
Existem pessoas dispostas a participar?
O assunto interessa a alguém?
Estou aberto a escutar e respeitar perspectivas diferentes?
Se existem situações de conflitos que necessitam de acordos e
restauração de vínculos fragilizados ou rompidos, não se pode fazer
uso do Círculo de Diálogo.
22. Círculo de Diálogo
Preparação para um Círculo de Diálogo:
Identificar os participantes.
Escolher quem será o facilitador e co-facilitador.
Estabelecer local e horário.
Fazer o convite aos participantes .
Definir: cerimônia de abertura, objeto da palavra, elaborar
perguntas norteadoras, cerimônia de encerramento.
23. Tipos de Círculos de Construção de Paz
Círculo de Apoio – este reúne pessoas chave capazes de
oferecer apoio a alguém que passa por uma dificuldade ou
dolorosa transição. Este tipo de círculo em geral se reúne
regularmente ao longo de dado período de tempo. Por consenso,
podem desenvolver acordos e planos.
Círculo de Compreensão – esta é uma roda de diálogo que se
empenha em compreender algum aspecto de um conflito ou
situação difícil. Seu propósito é desenvolver um quadro mais
completo do contexto ou das causas de um determinado
acontecimento ou comportamento.
24. Tipos de Círculos de Construção de Paz
Círculo de Resolução de Conflitos – este reúne as partes de
um conflito a fim de resolver suas diferenças. A resolução
acontece através da formação de um acordo consensual.
25. As pessoas em um Círculo
Compartilham histórias, valores, sonhos
Criam uma unidade
De vida que segue
Sabedoria universal
Casada com a esperança
De um mundo renovado
E ninguém fica de fora.
William Tweed Kennedy
“PoemadoCírculo”
27. Papel do Facilitador
Deve manter postura respeitosa, fazendo do círculo um espaço
seguro e propício ao diálogo aberto, sincero e ético.
Seu papel é iniciar um espaço respeitoso e seguro e envolver os
participantes na partilha da responsabilidade pelo espaço e pelo
trabalho em comum.
O facilitador não é responsável por encontrar soluções nem
controlar o grupo.
Co-facilitador – com o intuito de equilibrar o processo. Os dois
devem trabalhar para iniciar um espaço que seja respeitoso e
seguro.
28. Dicas para Facilitadores
Administrar o tempo: Ao introduzir o objeto da palavra, o
facilitador pode lembrar às pessoas os parâmetros de tempo,
encorajando os participantes a falarem sobre o que é realmente
importante para eles e ter em mente a importância de que todos
tem chance de falar. Ao se estabelecerem valores, ou ao fazer as
rodadas de apresentação, às vezes pode ser útil pedir aos
participantes que limitem suas respostas a uma ou duas frases.
Mas não se deve limitar os participantes quando estiverem falando
sobre o assunto central do círculo. O processo não deve ser
apressado. Cada um precisa ter a oportunidade de ser escutado.
29. Dicas para Facilitadores
Devolver a responsabilidade ao grupo: Se o objeto da palavra
retornar para você, e você não tiver certeza de como direcionar o
círculo, é aceitável que você diga: “Eu não tenho certeza de qual o
melhor passo a tomar a partir daqui,” e então passar o objeto adiante.
Com frequência, alguém no grupo tem uma ideia que será útil. Esta
técnica permite que você demonstre que a liderança é uma
responsabilidade compartilhada no grupo.
Use intervalos: Os intervalos são uma técnica útil para administrar
momentos difíceis. Ao voltar do intervalo você pode pedir aos
participantes que se voltem novamente para os valores e revejam as
diretrizes, antes de retomar o diálogo.
30. Dicas para Facilitadores
Abordar os verdadeiros problemas: você poderá descobrir que os
problemas levantados pelos participantes nos pré-encontros não estão
sendo discutidos no círculo. Você pode fazer perguntas orientadoras,
encorajando os participantes a trazê-los à tona.
Os participantes não devem ser pressionados a falar de nada para o que
não estejam prontos. Lembre que sempre é possível passar o objeto da
palavra adiante sem se manifestar.
As pessoas podem se sentir relutantes em falar honestamente sobre os
assuntos que temem. Se este for o caso, você pode precisar suspender
o círculo e ter mais tempo de preparação para aumentar a sensação de
segurança.
31. Dicas para Facilitadores
Abordar os verdadeiros problemas:
Algumas perguntas ou afirmações que podem ajudar a abrir o diálogo:
Eu não estou ouvindo ninguém falar sobre as questões levantadas por
vocês nos pré-encontros. É isso o que o grupo quer? Retome o objetivo
do círculo, que foi evidenciado na solicitação e pergunte: “Nós estamos
atingindo o objetivo do círculo”?
Outra estratégia é fazer uma transição do tópico difícil para um enfoque
diferente, usando uma pergunta para compartilhar histórias que
lembrem às pessoas de que têm algo em comum.
32. Dicas para Facilitadores
Centrar-se durante um círculo: A forma como um círculo se
desenrola poderá deixar você em desequilíbrio e engatilhar sua
ansiedade, sua sensibilidade a críticas ou sua raiva. Se isso acontecer, é
importante tomar medidas para se centrar novamente.
Autoconscientização é o primeiro passo: preste atenção em seu próprio
estado emocional, seu senso de equilíbrio, reconheça os sentimentos.
Coloque seu foco nas suas ferramentas internas que poderão incluir:
respirar profundamente, ficar em silêncio, voltar-se para dentro com
empatia, rezar, sinalizar para seu Co-Facilitador que você precisa de um
momento, fazer um intervalo.
33. Habilidades/características do Facilitador
Escuta empática = escuta atenta e profunda sobre o que o outro
fala.
Respeito = é o entendimento de que todos merecem respeito e
oportunidade.
Disponibilidade para lidar com as incertezas = cada processo
circular é único e não temos a garantia de que vai ser como
pensou, preparou ou deseja.
34. Habilidades/características do Facilitador
Responsabilidade compartilhada = não há um controle do
facilitador, o processo circular é do grupo.
Esperança = a crença no potencial e competência do ser humano
para mudar significativamente a sua vida. A força positiva e
amorosa para o diálogo, aceitação e cuidado com o outro.
Humildade = reconhecendo-se como membro deste grupo
disponível a ajudá-los a dialogar, mas ciente de que seu saber é
um entre os outros.
35. Acho que podemos realmente transformar o
mundo de várias maneiras. Poderia haver um
novo movimento crescendo, brotando do chão,
se alongando em direção à luz, como uma árvore.
Peter Gabriel
“Nósrealmentepodemostransformaro mundo”
37. Elementos Estruturantes
o A prática dos Círculos é útil na construção e na manutenção
de uma comunidade saudável, na qual todos os membros se
sintam conectados e respeitados.
o O processo circular encoraja os participantes a
desacelerarem e a estarem presentes com eles mesmos e
com os outros.
o Os círculos usam elementos estruturais para criar um espaço
seguro onde as pessoas se conectam umas as outras de
modo positivo.
38. Elementos Estruturantes
Formato Circular
Cerimônia de abertura e encerramento
Peça de centro
Objeto da palavra/bastão de fala
Facilitador e Co-facilitador
Valores e diretrizes
Perguntas norteadoras
Decisão por consenso
39. O espaço do círculo está projetado para
nos ajudar a irmos em direção ao nosso
melhor.
O fato de não haver móveis no centro
do círculo encoraja a presença
completa.
O formato espacial do círculo simboliza
liderança partilhada, igualdade,
conexão e inclusão.
40. Cerimônia de abertura e encerramento
São desenvolvidas na abertura e no encerramento do encontro,
realizando uma cerimônia ou atividade.
Os círculos utilizam as cerimônias de abertura e de
encerramento para marcar o círculo como um espaço à parte, um
espaço intencional.
Abertura – promove o centramento, fomenta um clima de
otimismo e celebra a presença de todos.
Encerramento – reconhecimento pelo esforço realizado no
círculo, instalam esperança em relação ao futuro e preparam o
participante para voltar ao espaço comum da vida.
41. Peça de Centro
A peça de centro pode ser constituída
por um ou mais objetos, que ficam no
chão, no centro do círculo.
Tem a função de ajudar as pessoas a
chegar ao objetivo proposto. O centro do
círculo é opcional.
Importante refletir: Se colocar o centro
vai levar as pessoas ao melhor delas?
Será um elemento de conexão ou de
barreira?
42. Objeto da palavra
Conhecido também como bastão de fala.
Elemento essencial do processo circular, sua utilização
cria um espaço em que todos os participantes podem
falar, escutar e silenciar.
O Objeto da Palavra é um objeto que passa de pessoa
para pessoa em volta do círculo e somente a pessoa
que estiver segurando o objeto da palavra pode falar.
43. Facilitador e co-facilitador
• Tem uma relação de cuidado para com o bem-estar
de cada membro do círculo.
• Ajuda o grupo a criar um espaço respeitoso.
• Monitora a qualidade do espaço à medida que o
círculo prossegue.
• Chama a atenção do grupo para qualquer problema
com a qualidade do espaço.
• Convida o grupo a pensar em como melhorar a
qualidade do espaço.
44. Valores e Diretrizes
Valores – é imprescindível que os participantes do
círculo possam escolher os valores que querem
estabelecer para nortear o diálogo.
Diretrizes – são compromissos que os participantes
assumem, não são impostas aos participantes, mas
adotadas por consenso no círculo. A ideia das
diretrizes é que todos vão fazer o máximo possível para
atendê-las, mas compreendendo que existem fatores
externos que podem interferir nessa situação.
45. Diretrizes
As diretrizes não são condicionantes rígidas, mas lembretes
construtivos em relação ao comportamento dos participantes
do Círculo.
Ao se estabelecerem as diretrizes em conjunto vivencia-se o
sentimento de respeito mutuo.
Não são impostas aos participantes, mas adotadas por
consenso.
São lembretes para que os participantes tenham em mente o
compromisso mútuo de criar um lugar propício que viabilize o
diálogo.
46. Perguntas norteadoras
São perguntas utilizadas para estimular o diálogo
durante o círculo.
É importante que no planejamento haja um preparo
cuidadoso com as perguntas norteadoras.
47. Decisão por consenso
Nem todos os círculos de Construção de Paz tomam
decisões, mas quando fazem elas são consensuais.
Consenso – todos os participantes estão dispostos a
conviver com aquilo que foi definido.
As decisões consensuais resultam em acordos mais
eficazes e sustentáveis, pois eles conferem poder a
todos.
48. O círculo é um processo flexível, há
muitas escolhas que podem ser feitas
ao planejar o círculo.
Quando houver dúvida a respeito de
uma estratégia em particular o
facilitador pode se perguntar:
Essa estratégia vai ajudar o grupo a ir
em direção ao seu melhor eu ?
50. O círculoemsié umacerimônia
O Círculo em si é um ritual que transmite significado. Sentar-se em roda
mostra que todos estão incluídos de maneira igual. Despir-se dos títulos
exprime mais uma mensagem de igualdade e um olhar para quem nós somos em
nossos corações, que vai além dos papéis que desempenhamos em nossas
vidas. A cerimônia de abertura convida à reflexão e ao sentido espiritual de
conexão. O objeto da palavra cultiva a capacidade tanto de escutar como de
falar com respeito. As diretrizes indicam a propriedade compartilhada do
processo e a responsabilidade pelo seu resultado. E a cerimônia de
encerramento inspira gratidão pelo bem alcançado. Juntos, esses rituais criam
um espaço seguro onde se pode compartilhar histórias pessoais, expressar
emoções, ser honesto, arriscar-se e buscar soluções para questões muito
difíceis.
(PRANIS; WEDGE; START, 2003, p. 119).
52. Círculos de construção de paz mais complexos
(conflitivos)
Pré-Círculo: Convite e explicação sobre o procedimento
restaurativo. Realizado individualmente com cada uma
das partes envolvidas direta e indiretamente.
Círculo: Com todos os envolvidos direta e indiretamente.
Pós-Círculos: Averiguar os acordos firmados no Círculo.
53. Pré-Círculo
Propicia condições para que o círculo possa acontecer.
Conseguimos dados importantes para planejar o círculo.
Desenvolve-se por meio de encontros dos Facilitadores com as
pessoas envolvidas direta e indiretamente na situação.
Objetiva-se conversar sobre a situação, criar vínculo e
apresentar o Procedimento Restaurativo, verificando se outros
participantes serão convidados.
Tem mais alguém sofrendo? Quem você gostaria que estivesse
presente?
54. Pré-Círculo
Criar um relacionamento de modo que a pessoa possa confiar
nos facilitadores
Verificar se há disposição para falar sobre o assunto-chave com
todo o círculo.
Verificar se há disposição para escutar os outros que possam
ter pontos de vista diferentes.
O Círculo somente acontece se houver a voluntariedade.
Podemos fazer quantos pré-círculos forem necessários.
55. No Pré-Círculo, cabe ao facilitador:
o Reunir-se com cada participante, escutá-los de maneira
empática e explicar o Processo do Círculo com clareza,
lembrando sempre que não podemos oferecer garantias.
o Ser responsável pelo processo e NÃO pelo resultado.
o Averiguar a viabilidade do desenvolvimento. Verificar se o caso
é indicado para círculo.
o O Facilitador tem a alternativa de declinar o caso para outro
Facilitador, inclusive por alguma razão de ordem pessoal.
56. Roteiro de Pré-Círculo
Acolhimento.
Apresentação da proposta.
Oportunidade de conversar sobre sentimentos.
Escutar pela visão da pessoa.
Fazer perguntas para compreender.
Verificar envolvidos direta e indiretamente.
Conversa em círculo, respeitosa e com o uso do objeto
da palavra.
57. Roteiro de Pré-Círculo
Vamos ter combinações.
Voluntariedade.
Sigilo.
Não tem prejuízo se não aceitar.
Não estamos ao lado de ninguém, sem julgamento.
Não é obrigatório ter acordo.
Pode desistir.
Tempo de duração.
58. Planejar os pontos específicos do círculo
Quando? Onde? Em que horário?
Qual vai ser o objeto da palavra?
O que colocará no centro?
Que cerimônia de abertura e encerramento será usada?
Que perguntas que serão feitas para gerar valores? Para rodada
de apresentação? Para abordar o assunto...
59. Autopreparação
Demanda comportamento intencional que esteja alinhado com os valores
do círculo.
A autopreparação tem duas dimensões:
Preparar-se antes de um círculo = descansar o suficiente, alimentar-
se de forma adequada, estar centrado, tirar outras distrações da
mente, chegar ao local com tempo para relaxar, organizar a sala.
Desenvolvimento de hábitos contínuos que cultivem as
qualidades que são benéficas para facilitar um círculo = trabalhar
para o crescimento pessoal, autoconhecimento, autocuidado.
60. Círculo
É a realização do círculo seguindo o
fluxo:
Conhecer-se.
Construir relacionamentos.
Abordar as questões.
Fazer planos – consenso.
Identificar os valores partilhados, iniciar a
contação de histórias a fim de criar
relacionamentos e conexões, expressar
sentimentos, gerar ideias, desenvolver
acordos e explicitar responsabilidades.
61. Esboço do Círculo
Boas Vindas
Explicação da Peça de Centro e Objeto da Palavra
Cerimônia de Abertura
Check-in (rodada de apresentação e checagem inicial)
Construção de Valores
Construção de Diretrizes
Contação de História
Falando sobre sentimentos (Como você foi afetado por essa situação?
Como você se sente em relação ao que aconteceu?)
Levantando necessidades (O que é preciso para esta situação melhorar?)
Gerando Planos (Como cada um pode se comprometer?)
Check-out (rodada de checagem final)
Cerimônia de Encerramento
62. Pós-Círculo
Vai acontecer se tiver acordo e o tempo depende do que foi
pactuado. Podemos fazer mais de um.
Nem todos os círculos necessitam de acompanhamento, pois
depende do tipo de círculo que é desenvolvido, por exemplo os
círculos de resolução de conflitos.
O acompanhamento é necessário para avaliar o progresso dos
acordos, se as partes estão cumprindo.
Se é necessário, reformulá-lo, bem como registrar e socializar o grau
de satisfação com esse processo.
63. Pós-Círculo
Boas Vindas
Explicação da Peça de Centro e Objeto da Palavra
Cerimônia de Abertura
Check-in (rodada de apresentação e checagem inicial)
Construção de Valores
Construção de Diretrizes
Contação de História (o que aconteceu de bom desde nosso último
encontro?)
Lembrar do termo do acordo
Como as coisas estão?
Gerando Planos (se necessário)
Check-out (rodada de checagem final)
Cerimônia de Encerramento
65. LEDERACH, John Paul. Transformação de conflitos. Tradução Tônia Van Acker. São Paulo:
Palas Athena, 2012.
PRANIS, Kay. Processos Circulares. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2010.
PRANIS, Kay. Círculos de justiça restaurativa e construção de paz: Guia do facilitador.
Trad. Fátima de Bastiani. Porto Alegre: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
Departamento de Artes Gráficas, 2011.
PRANIS & BOYES-WATSON, Carolyn. No coração da esperança: guia de práticas
circulares. Trad. Fátima De Bastiani. Porto Alegre: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul, 2011.
ReferênciasBibliográficas
66. PRANIS, Kay. Círculos em Movimento: construindo uma comunidade escolar
restaurativa. Porto Alegre: Ajuris. 2015.
TERRA DES HOMMES. Curso de Instrutores de Círculos de Justiça Restaurativa e
Construção de Paz: Orientações gerais para Capacitação de Facilitadores de Círculos
de Construção de Paz. Fortaleza, 2018.
ZEHR, Howard. Uma lente restaurativa. In: ZEHR, H. Trocando as lentes: um novo foco
sobre o crime e a justiça. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.
ReferênciasBibliográficas