O documento discute como o Serviço Social vem se aproximando da área da Saúde do Trabalhador ao longo dos anos para lidar com essa demanda dispersa. A saúde do trabalhador representa um desafio teórico e metodológico para o Serviço Social devido aos impactos das transformações sociais no trabalho e na saúde. O Serviço Social precisa responder essas questões de forma ética e política.
Trabalho saúde do trabalhador e serviço socialluciana couto
1) O documento discute as relações entre trabalho, saúde do trabalhador e serviço social, analisando como o processo de trabalho pode levar ao adoecimento físico e mental dos trabalhadores;
2) Aborda a centralidade do trabalho na formação do ser social e como as mudanças no mundo do trabalho causaram crises e precarização das condições de vida dos trabalhadores;
3) Discutem as consequências da reestruturação produtiva para a saúde dos trabalhadores, como estresse e doenças musculoesqueléticas,
Este documento discute os desafios da saúde do trabalhador no SUS frente à precarização do trabalho. Apresenta três situações que contemplam trabalhos rurais, informais e infantis e verifica a contradição da categoria trabalho, que pode excluir socialmente quando realizado sem direitos. Conclui destacando o papel do SUS na assistência à saúde dos trabalhadores e no desafio de atuar de forma preventiva e integrada com outros órgãos.
O documento discute o trabalho em equipe na atenção primária à saúde a partir de uma perspectiva histórico-política. Aborda brevemente a história das políticas de saúde no Brasil e o movimento da Reforma Sanitária Brasileira. Também apresenta as diferentes vertentes da atenção primária e as propostas de mudança no modelo de atenção à saúde no SUS, destacando os desafios do trabalho em equipe nesta área.
Este artigo discute os conceitos de ocupação e atividade na literatura anglófona contemporânea da Terapia Ocupacional e Ciência Ocupacional. A autora analisa as definições desses termos, destacando as tensões conceituais e as oportunidades para o futuro desenvolvimento dessas áreas.
A Reforma Sanitária Brasileira após 20 anos do SUS - ReflexõesHelenice Alexandrino
Este documento discute os principais desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) após 20 anos de sua implementação. A autora argumenta que, embora tenham ocorrido avanços significativos, também houve limitações e retrocessos que precisam ser enfrentados criticamente para que os princípios originais do SUS sejam plenamente alcançados. Ela defende ser necessário retomar o caráter emancipatório da Reforma Sanitária e repolitizar o debate sobre saúde no Brasil.
- A pesquisa qualitativa tem se mostrado útil para compreender sentimentos, opiniões e experiências da vida cotidiana que não podem ser quantificadas. Isso não invalida a pesquisa quantitativa, que também é necessária quando se precisa de dados objetivos e generalizáveis. Tradicionalmente, pesquisas qualitativas e quantitativas são realizadas de forma associada, com bons resultados.
O documento discute o papel do assistente social na saúde pública no município de Três Lagoas. Ele descreve as funções do assistente social no contexto da saúde pública municipal, incluindo o fornecimento de passagens para tratamento médico, agendamento de ambulâncias e fornecimento de fraldas geriátricas. O documento também discute os desafios enfrentados pelo assistente social, como a articulação com outros profissionais de saúde e movimentos sociais em defesa do direito à saúde pública.
Trabalho saúde do trabalhador e serviço socialluciana couto
1) O documento discute as relações entre trabalho, saúde do trabalhador e serviço social, analisando como o processo de trabalho pode levar ao adoecimento físico e mental dos trabalhadores;
2) Aborda a centralidade do trabalho na formação do ser social e como as mudanças no mundo do trabalho causaram crises e precarização das condições de vida dos trabalhadores;
3) Discutem as consequências da reestruturação produtiva para a saúde dos trabalhadores, como estresse e doenças musculoesqueléticas,
Este documento discute os desafios da saúde do trabalhador no SUS frente à precarização do trabalho. Apresenta três situações que contemplam trabalhos rurais, informais e infantis e verifica a contradição da categoria trabalho, que pode excluir socialmente quando realizado sem direitos. Conclui destacando o papel do SUS na assistência à saúde dos trabalhadores e no desafio de atuar de forma preventiva e integrada com outros órgãos.
O documento discute o trabalho em equipe na atenção primária à saúde a partir de uma perspectiva histórico-política. Aborda brevemente a história das políticas de saúde no Brasil e o movimento da Reforma Sanitária Brasileira. Também apresenta as diferentes vertentes da atenção primária e as propostas de mudança no modelo de atenção à saúde no SUS, destacando os desafios do trabalho em equipe nesta área.
Este artigo discute os conceitos de ocupação e atividade na literatura anglófona contemporânea da Terapia Ocupacional e Ciência Ocupacional. A autora analisa as definições desses termos, destacando as tensões conceituais e as oportunidades para o futuro desenvolvimento dessas áreas.
A Reforma Sanitária Brasileira após 20 anos do SUS - ReflexõesHelenice Alexandrino
Este documento discute os principais desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) após 20 anos de sua implementação. A autora argumenta que, embora tenham ocorrido avanços significativos, também houve limitações e retrocessos que precisam ser enfrentados criticamente para que os princípios originais do SUS sejam plenamente alcançados. Ela defende ser necessário retomar o caráter emancipatório da Reforma Sanitária e repolitizar o debate sobre saúde no Brasil.
- A pesquisa qualitativa tem se mostrado útil para compreender sentimentos, opiniões e experiências da vida cotidiana que não podem ser quantificadas. Isso não invalida a pesquisa quantitativa, que também é necessária quando se precisa de dados objetivos e generalizáveis. Tradicionalmente, pesquisas qualitativas e quantitativas são realizadas de forma associada, com bons resultados.
O documento discute o papel do assistente social na saúde pública no município de Três Lagoas. Ele descreve as funções do assistente social no contexto da saúde pública municipal, incluindo o fornecimento de passagens para tratamento médico, agendamento de ambulâncias e fornecimento de fraldas geriátricas. O documento também discute os desafios enfrentados pelo assistente social, como a articulação com outros profissionais de saúde e movimentos sociais em defesa do direito à saúde pública.
Este documento discute a inserção da psicologia no campo da saúde pública brasileira e o conceito de clínica ampliada. Primeiramente, resume os principais conceitos e pilares do Sistema Único de Saúde e a trajetória da psicologia da saúde. Em seguida, explica que a clínica ampliada, voltada à singularidade dos sujeitos, serve como guia para os profissionais da atenção primária, enfatizando a escuta, o estabelecimento de vínculos e a participação do paciente.
O documento discute o que são ocupações, atividades e tarefas. Define ocupações como atividades do dia-a-dia que as pessoas realizam para ocupar o tempo e trazer significado à vida. Distingue ocupações de atividades e tarefas, e explica que contextos como culturais, pessoais, temporais e virtuais influenciam as ocupações das pessoas.
Análise sobre a inserção do assistente social no programa saúde da familiaRosane Domingues
1. O documento analisa a inserção do assistente social no Programa Saúde da Família no Recôncavo da Bahia e sua importância para lidar com as questões sociais que afetam a saúde das comunidades tradicionais da região.
2. Discute os desafios enfrentados pelos assistentes sociais no Sistema Único de Saúde brasileiro diante do avanço do neoliberalismo e como sua atuação é essencial para garantir os princípios de universalidade, equidade e integralidade na
Saúde Mental e ECOSOL uma relação em construçãoBia Corrales
O documento discute a importância do desenvolvimento de propostas alternativas de trabalho direcionadas à reabilitação psicossocial de portadores de sofrimento mental. A Economia Solidária é apontada como capaz de desenvolver e efetivar estas propostas, considerando princípios como equidade, participação e cooperação. O trabalho é visto como elemento essencial na inclusão social destes indivíduos, mas deve ter valor social e não apenas produtivo.
SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA: ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM UMA CO...Bia Corrales
Este artigo analisa como a organização do trabalho em uma cooperativa de costura influencia a saúde mental dos trabalhadores. Os resultados indicaram que a identificação dos trabalhadores com os princípios cooperativistas e a autogestão, além das relações solidárias, transformam o sofrimento em prazer e favorecem a saúde mental ao permitir a rediscussão constante da organização do trabalho.
O documento discute a emergência da terapia ocupacional social no Brasil, definida como a atenção a grupos sociais em processos de ruptura das redes de suporte. Alguns terapeutas ocupacionais passaram a questionar seu papel em instituições totais à luz das ideias de Basaglia e Gramsci. Isso levou ao desenvolvimento de uma abordagem que vê o sujeito, não a doença, como foco e busca satisfazer as necessidades identificadas em conjunto com a comunidade.
1) O Serviço Social emergiu no Brasil nos anos 1920-1930 sob influência católica, recebendo influência norte-americana nos anos 1940-1950.
2) Nos anos 1960-1970, houve renovação com laicização e aproximação das ciências sociais.
3) Nos anos 1990, o Serviço Social ampliou suas áreas de atuação em resposta aos efeitos do neoliberalismo.
O trabalho do assistente social no poder judiciário a realização do estudo ...Clici Teixeira
O documento discute o trabalho do assistente social no Poder Judiciário, especificamente na realização de estudos sociais e elaboração de pareceres técnicos. A autora analisa como essas atividades refletem as dimensões investigativa e interventiva da profissão, e como seus significados mudaram historicamente. Também destaca a importância de compreender o Serviço Social em seu contexto social mais amplo e suas relações com o Estado.
O documento discute o papel do serviço social na instituição hospitalar. Ele explica que o assistente social trabalha para lidar com os fatores sociais que afetam a saúde, prevenção e tratamento de doenças dos pacientes. O assistente social avalia as necessidades sociais dos pacientes e familiares e mobiliza recursos para apoiá-los durante e após a alta hospitalar.
1) O documento discute as contribuições do terapeuta ocupacional no processo de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei que estão privados de liberdade.
2) É analisada a influência do contexto sócio-histórico na criminalidade juvenil e as diretrizes atuais da legislação brasileira sobre adolescentes infratores.
3) Também são abordados os pressupostos e o potencial da Terapia Ocupacional no campo social, destacando-se o uso de atividades para transformar, expressar e humanizar o ambiente
O documento analisa a trajetória das políticas públicas de saúde no Brasil, identificando como foram historicamente centradas no modelo curativo e hospitalar, em detrimento dos cuidados primários. Relatos apontam desafios como falta de gestão, fiscalização e burocracia, que dificultam o acesso universal prometido pelo SUS. A compreensão das políticas requer análise das determinações econômicas, sociais e culturais ao longo do tempo, desde a ênfase inicial no saber científico e na segregação social.
Movimento antimanicomial no brasil pesquisa bibliográficaDiego Piekas
O documento descreve o movimento antimanicomial no Brasil em 1987. O movimento buscou os direitos dos usuários de hospitais psiquiátricos e suas famílias para um tratamento digno. O movimento questionou a realidade dos manicômios, onde ocorreram violações dos direitos humanos. O objetivo era incluir as pessoas com deficiências na sociedade, em substituição aos manicômios.
Desafios atuais do sistema único de saúde – sus e as exigências para os assis...Isabel Amaral
[1] O documento discute os desafios atuais do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) e as exigências para assistentes sociais.
[2] Ele analisa como o novo modelo de atenção à saúde no Brasil, baseado na concepção ampliada de saúde, expandiu o papel dos assistentes sociais.
[3] Também discute os desafios do SUS em garantir os princípios de universalidade, equidade e integralidade diante das reformas do Estado brasileiro.
O documento discute vários conceitos fundamentais da terapia ocupacional, incluindo equilíbrio ocupacional, adaptação ocupacional, justiça ocupacional, privação ocupacional e participação. O equilíbrio ocupacional refere-se à divisão adequada do tempo entre trabalho, lazer e autocuidados. A adaptação ocupacional permite que pessoas com deficiências participem independentemente através de alterações no ambiente. A justiça ocupacional promove a participação de todos nas ocupações diárias.
Este trabalho baseou-se na trajetória da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica no Brasil. Para chegarmos à delimitação do tema da pesquisa, foi preciso voltar no tempo e resgatar as principais informações sobre este movimento que trouxe mudanças significativas no que diz respeito aos tratamentos da saúde mental em nosso país. Tendo em vista que a principal meta dessa luta é a extinção de manicômios, hospitais psiquiátricos e a criação de formas adequadas para o tratamento de doenças mentais – como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) –, decidimos delimitar o tema e tratar da inclusão e segregação dos usuários dos CAPS da região metropolitana de São Paulo
ECONOMIA SOLIDÁRIA E SAÚDE MENTAL: AS PRÁTICAS DA INTECOOP PELOTAS JUNTO AS O...Bia Corrales
O documento discute a economia solidária e sua relação com a saúde mental no contexto das oficinas de geração de trabalho e renda da Intecoop Pelotas. A economia solidária busca a inserção social através da criação de grupos autogeridos que promovam a reabilitação psicossocial e econômica de pessoas com problemas mentais. A Intecoop Pelotas vem aplicando esses princípios em parceria com a prefeitura local.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a situação de rendimentos das mulheres em um município. Ele apresenta a introdução, delimitação do problema, objetivos, metodologia, cronograma e resultados esperados da pesquisa. A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos como observação, entrevistas e grupos focais para analisar a realidade local das mulheres.
O trabalho do assistente social no poder judiciárioFILIPE NERI
O documento discute o trabalho do assistente social no Poder Judiciário, realizando estudos sociais e pareceres sociais para auxiliar os juízes em suas decisões. O assistente social orienta famílias em crises, faz atendimentos em situações sócio-jurídicas, e busca entender as realidades dos usuários de forma crítica para transformá-las. Seu trabalho é fundamental para garantir o bem-estar dos envolvidos e subsidiar as sentenças judiciais.
As Implicações da Cotidianidade na Prática do Assistente Social: Desafios da ...Aslan Bogado
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no ano de 2012, no curso de Serviço Social da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
TEMAS DE MONOGRAFIA E TCC EM SERVIÇO SOCIAL- Encontrado na internetRosane Domingues
1) O documento discute os temas de monografias e trabalhos de conclusão de curso em Serviço Social, focando no papel do assistente social no hospital.
2) O assistente social no hospital tem um papel importante na promoção da saúde, prevenção de doenças, cura, convalescença e reabilitação dos pacientes considerando fatores sociais.
3) O documento analisa a evolução do conceito de saúde e doença e como isso impacta o trabalho do assistente social, que deve considerar aspectos bio-psico
O documento discute o papel do assistente social no hospital. Ele aborda (1) como a concepção de saúde evoluiu para incluir fatores psicossociais, não apenas físicos; (2) como os fatores sociais afetam a saúde e doença dos indivíduos; (3) o papel do assistente social está relacionado à promoção da saúde e prevenção de doenças considerando esses fatores sociais.
Este documento discute a inserção da psicologia no campo da saúde pública brasileira e o conceito de clínica ampliada. Primeiramente, resume os principais conceitos e pilares do Sistema Único de Saúde e a trajetória da psicologia da saúde. Em seguida, explica que a clínica ampliada, voltada à singularidade dos sujeitos, serve como guia para os profissionais da atenção primária, enfatizando a escuta, o estabelecimento de vínculos e a participação do paciente.
O documento discute o que são ocupações, atividades e tarefas. Define ocupações como atividades do dia-a-dia que as pessoas realizam para ocupar o tempo e trazer significado à vida. Distingue ocupações de atividades e tarefas, e explica que contextos como culturais, pessoais, temporais e virtuais influenciam as ocupações das pessoas.
Análise sobre a inserção do assistente social no programa saúde da familiaRosane Domingues
1. O documento analisa a inserção do assistente social no Programa Saúde da Família no Recôncavo da Bahia e sua importância para lidar com as questões sociais que afetam a saúde das comunidades tradicionais da região.
2. Discute os desafios enfrentados pelos assistentes sociais no Sistema Único de Saúde brasileiro diante do avanço do neoliberalismo e como sua atuação é essencial para garantir os princípios de universalidade, equidade e integralidade na
Saúde Mental e ECOSOL uma relação em construçãoBia Corrales
O documento discute a importância do desenvolvimento de propostas alternativas de trabalho direcionadas à reabilitação psicossocial de portadores de sofrimento mental. A Economia Solidária é apontada como capaz de desenvolver e efetivar estas propostas, considerando princípios como equidade, participação e cooperação. O trabalho é visto como elemento essencial na inclusão social destes indivíduos, mas deve ter valor social e não apenas produtivo.
SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA: ANÁLISE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM UMA CO...Bia Corrales
Este artigo analisa como a organização do trabalho em uma cooperativa de costura influencia a saúde mental dos trabalhadores. Os resultados indicaram que a identificação dos trabalhadores com os princípios cooperativistas e a autogestão, além das relações solidárias, transformam o sofrimento em prazer e favorecem a saúde mental ao permitir a rediscussão constante da organização do trabalho.
O documento discute a emergência da terapia ocupacional social no Brasil, definida como a atenção a grupos sociais em processos de ruptura das redes de suporte. Alguns terapeutas ocupacionais passaram a questionar seu papel em instituições totais à luz das ideias de Basaglia e Gramsci. Isso levou ao desenvolvimento de uma abordagem que vê o sujeito, não a doença, como foco e busca satisfazer as necessidades identificadas em conjunto com a comunidade.
1) O Serviço Social emergiu no Brasil nos anos 1920-1930 sob influência católica, recebendo influência norte-americana nos anos 1940-1950.
2) Nos anos 1960-1970, houve renovação com laicização e aproximação das ciências sociais.
3) Nos anos 1990, o Serviço Social ampliou suas áreas de atuação em resposta aos efeitos do neoliberalismo.
O trabalho do assistente social no poder judiciário a realização do estudo ...Clici Teixeira
O documento discute o trabalho do assistente social no Poder Judiciário, especificamente na realização de estudos sociais e elaboração de pareceres técnicos. A autora analisa como essas atividades refletem as dimensões investigativa e interventiva da profissão, e como seus significados mudaram historicamente. Também destaca a importância de compreender o Serviço Social em seu contexto social mais amplo e suas relações com o Estado.
O documento discute o papel do serviço social na instituição hospitalar. Ele explica que o assistente social trabalha para lidar com os fatores sociais que afetam a saúde, prevenção e tratamento de doenças dos pacientes. O assistente social avalia as necessidades sociais dos pacientes e familiares e mobiliza recursos para apoiá-los durante e após a alta hospitalar.
1) O documento discute as contribuições do terapeuta ocupacional no processo de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei que estão privados de liberdade.
2) É analisada a influência do contexto sócio-histórico na criminalidade juvenil e as diretrizes atuais da legislação brasileira sobre adolescentes infratores.
3) Também são abordados os pressupostos e o potencial da Terapia Ocupacional no campo social, destacando-se o uso de atividades para transformar, expressar e humanizar o ambiente
O documento analisa a trajetória das políticas públicas de saúde no Brasil, identificando como foram historicamente centradas no modelo curativo e hospitalar, em detrimento dos cuidados primários. Relatos apontam desafios como falta de gestão, fiscalização e burocracia, que dificultam o acesso universal prometido pelo SUS. A compreensão das políticas requer análise das determinações econômicas, sociais e culturais ao longo do tempo, desde a ênfase inicial no saber científico e na segregação social.
Movimento antimanicomial no brasil pesquisa bibliográficaDiego Piekas
O documento descreve o movimento antimanicomial no Brasil em 1987. O movimento buscou os direitos dos usuários de hospitais psiquiátricos e suas famílias para um tratamento digno. O movimento questionou a realidade dos manicômios, onde ocorreram violações dos direitos humanos. O objetivo era incluir as pessoas com deficiências na sociedade, em substituição aos manicômios.
Desafios atuais do sistema único de saúde – sus e as exigências para os assis...Isabel Amaral
[1] O documento discute os desafios atuais do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) e as exigências para assistentes sociais.
[2] Ele analisa como o novo modelo de atenção à saúde no Brasil, baseado na concepção ampliada de saúde, expandiu o papel dos assistentes sociais.
[3] Também discute os desafios do SUS em garantir os princípios de universalidade, equidade e integralidade diante das reformas do Estado brasileiro.
O documento discute vários conceitos fundamentais da terapia ocupacional, incluindo equilíbrio ocupacional, adaptação ocupacional, justiça ocupacional, privação ocupacional e participação. O equilíbrio ocupacional refere-se à divisão adequada do tempo entre trabalho, lazer e autocuidados. A adaptação ocupacional permite que pessoas com deficiências participem independentemente através de alterações no ambiente. A justiça ocupacional promove a participação de todos nas ocupações diárias.
Este trabalho baseou-se na trajetória da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica no Brasil. Para chegarmos à delimitação do tema da pesquisa, foi preciso voltar no tempo e resgatar as principais informações sobre este movimento que trouxe mudanças significativas no que diz respeito aos tratamentos da saúde mental em nosso país. Tendo em vista que a principal meta dessa luta é a extinção de manicômios, hospitais psiquiátricos e a criação de formas adequadas para o tratamento de doenças mentais – como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) –, decidimos delimitar o tema e tratar da inclusão e segregação dos usuários dos CAPS da região metropolitana de São Paulo
ECONOMIA SOLIDÁRIA E SAÚDE MENTAL: AS PRÁTICAS DA INTECOOP PELOTAS JUNTO AS O...Bia Corrales
O documento discute a economia solidária e sua relação com a saúde mental no contexto das oficinas de geração de trabalho e renda da Intecoop Pelotas. A economia solidária busca a inserção social através da criação de grupos autogeridos que promovam a reabilitação psicossocial e econômica de pessoas com problemas mentais. A Intecoop Pelotas vem aplicando esses princípios em parceria com a prefeitura local.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a situação de rendimentos das mulheres em um município. Ele apresenta a introdução, delimitação do problema, objetivos, metodologia, cronograma e resultados esperados da pesquisa. A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos como observação, entrevistas e grupos focais para analisar a realidade local das mulheres.
O trabalho do assistente social no poder judiciárioFILIPE NERI
O documento discute o trabalho do assistente social no Poder Judiciário, realizando estudos sociais e pareceres sociais para auxiliar os juízes em suas decisões. O assistente social orienta famílias em crises, faz atendimentos em situações sócio-jurídicas, e busca entender as realidades dos usuários de forma crítica para transformá-las. Seu trabalho é fundamental para garantir o bem-estar dos envolvidos e subsidiar as sentenças judiciais.
As Implicações da Cotidianidade na Prática do Assistente Social: Desafios da ...Aslan Bogado
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no ano de 2012, no curso de Serviço Social da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
TEMAS DE MONOGRAFIA E TCC EM SERVIÇO SOCIAL- Encontrado na internetRosane Domingues
1) O documento discute os temas de monografias e trabalhos de conclusão de curso em Serviço Social, focando no papel do assistente social no hospital.
2) O assistente social no hospital tem um papel importante na promoção da saúde, prevenção de doenças, cura, convalescença e reabilitação dos pacientes considerando fatores sociais.
3) O documento analisa a evolução do conceito de saúde e doença e como isso impacta o trabalho do assistente social, que deve considerar aspectos bio-psico
O documento discute o papel do assistente social no hospital. Ele aborda (1) como a concepção de saúde evoluiu para incluir fatores psicossociais, não apenas físicos; (2) como os fatores sociais afetam a saúde e doença dos indivíduos; (3) o papel do assistente social está relacionado à promoção da saúde e prevenção de doenças considerando esses fatores sociais.
Espaços sócio-ocupacional do Asisstente SocialCátia Santana
O documento discute o arcabouço jurídico-político que protege o espaço sócio-ocupacional dos assistentes sociais no Brasil. Apresenta as principais leis e resoluções que regulamentam a profissão e definem suas atribuições exclusivas, protegendo-a em meio aos desafios do mundo do trabalho contemporâneo, como desemprego e precarização. Questiona se estas salvaguardas são suficientes para qualificar a atuação dos assistentes sociais e ampliar seu espaço de atuação.
1) O documento discute os desafios da implementação do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) após 20 anos, apontando perdas no caráter reflexivo e emancipatório original da Reforma Sanitária.
2) Nos últimos anos, houve um deslocamento para estudos tecnicistas em vez de questões estruturais e de projeto de nação. Isso levou a uma despolitização da participação social.
3) É necessário retomar a Reforma Sanitária como um projeto emancipatório e questionar se as mud
O documento discute as transformações no mundo do trabalho e suas implicações para o serviço social, com foco na demanda por saúde do trabalhador. A pesquisa analisou programas e projetos de empresas privadas em Alagoas que abordam questões como saúde, segurança, meio ambiente e qualidade de vida. Conclui-se que embora as empresas busquem melhorar as condições dos trabalhadores, seu objetivo real é a maximização dos lucros.
O documento resume uma pesquisa sobre as concepções de saúde de profissionais que atuam em hospitais universitários no Rio de Janeiro. A pesquisa encontrou que a maioria dos profissionais tem uma visão biomédica de saúde e desconhece os princípios do SUS e da Reforma Sanitária, ao contrário dos assistentes sociais que demonstraram um melhor entendimento desses conceitos.
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptxarmando jonas
O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos do Serviço Social, incluindo suas diferentes fases de desenvolvimento e influências de ciências como Sociologia, Psicologia, Economia e Medicina. Também aborda os principais métodos do Serviço Social como o trabalho de casos, grupos e comunidades.
O documento discute as referências de conhecimento e concepções de saúde de profissionais que atuam em hospitais universitários no Rio de Janeiro e sua relação com a política de saúde brasileira. A pesquisa identificou que os profissionais adotam principalmente o modelo biomédico de saúde e não reconhecem o Sistema Único de Saúde como guia para suas práticas, ignorando seus princípios socializantes. A transferência de hospitais universitários para gestão privada também ameaça a miss
Onde se-le-recursos-humanos-da-saude-leia-se-coletivos-organizados-de-produca...EducaSaude1
[1] O documento discute a mudança do conceito de "Recursos Humanos da Saúde" para "Coletivos Organizados de Produção da Saúde" e os desafios para a educação. [2] Ele argumenta que os trabalhadores da saúde devem ser vistos como atores sociais e não apenas recursos, à luz da reforma do sistema de saúde brasileiro. [3] O autor defende uma nova racionalidade administrativa centrada nos usuários e na participação, em contraste com a racionalidade hegemônica existente.
1) O documento discute o modelo de atenção básica em saúde no Brasil, criticando sua expansão acompanhada da terceirização da força de trabalho e privatização da gestão.
2) A atenção básica deve cumprir funções como resolutividade, coordenação e responsabilização pela saúde dos usuários para alcançar a integralidade preconizada pelo SUS.
3) Há desafios em implementar práticas de cuidado na atenção básica que atendam à eficácia, efetividade e integralidade no sentido de
O documento analisa a trajetória das políticas públicas de saúde no Brasil, identificando que historicamente prevaleceu um modelo curativo e centrado no hospital. Apesar de avanços no entendimento da importância dos cuidados primários, a mudança desse modelo enfrenta desafios. Trabalhadores da saúde relatam problemas como falta de gerenciamento e fiscalização que comprometem a implementação do SUS e dificultam o exercício da cidadania na saúde. É necessário compreender as determinações históricas, econômicas, políticas e cult
O documento discute os conceitos de território, cultura e saúde e como eles estão interligados. O território é entendido como mais do que limites geográficos, envolvendo aspectos sociais, culturais e de identidade. O documento argumenta que é necessário considerar as especificidades culturais de cada território para promover saúde de forma efetiva.
1. O projeto ético-político do Serviço Social está vinculado a um projeto social democrático e coletivo, que se alinha com os princípios da Reforma Sanitária brasileira de saúde pública, universal e gratuita.
2. A Reforma Sanitária contribuiu para consolidar as bases de um novo projeto profissional do Serviço Social no Brasil durante as décadas de 1980-1990.
3. No entanto, atualmente enfrentamos retrocessos como a diminuição do espaço público democrático e dos dire
A formação dos trabalhadores sociais no contexto neoliberal o projeto das res...Isabel Amaral
O documento discute a formação de trabalhadores sociais no contexto neoliberal no Brasil e apresenta o projeto de residência em saúde da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. Apresenta o contexto do neoliberalismo no Brasil a partir da década de 1980 e seu impacto nas políticas sociais. Também aborda brevemente a história da política de saúde brasileira e a proposta de uma formação alternativa à corporativista por meio das residências em saúde.
O Trabalho nos Serviços de Saúde e a Inserção dos(as) Assistentes Sociais.pdfLuizPauloBrando
1) O documento discute a inserção dos assistentes sociais no Sistema Único de Saúde brasileiro e as particularidades de seu trabalho.
2) Embora os assistentes sociais subestimassem a utilidade de suas práticas, a demanda por seus serviços crescia nos hospitais e unidades de saúde.
3) O trabalho dos assistentes sociais é determinado pelas condições históricas e sociais, e está subordinado aos objetivos das instituições empregadoras no contexto do processo de cooperação que assegura a
O documento discute os fundamentos teórico-metodológicos do serviço social na contemporaneidade. Argumenta que o serviço social deve ter uma fundamentação teórica crítica para guiar a prática profissional de forma a promover a emancipação social. Também enfatiza a importância da pesquisa para produzir conhecimento que melhore a intervenção nos problemas sociais.
A política nacional de humanização e o serviço social elementos para o debat...Amanda Olibert
Este documento discute a Política Nacional de Humanização no Brasil e sua interface com o Serviço Social. (1) A política surgiu para promover relações humanizadas entre usuários, trabalhadores e gestores do sistema de saúde. (2) Há desafios em conceituar e implementar a humanização para além de gestão da qualidade e focar nos sujeitos envolvidos. (3) A Saúde Coletiva e a política de humanização devem considerar as esferas individuais e subjetivas, não apenas as macrossociais.
A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da EnfermagemDaniel Tavares
1) O documento discute os desafios da humanização e gestão na saúde para os profissionais de enfermagem no Brasil. 2) Ele analisa o histórico da criação da Política Nacional de Humanização no Brasil e como isso afetou as práticas dos profissionais. 3) O autor argumenta que os profissionais de enfermagem enfrentam pressões no ambiente de trabalho que afetam sua saúde física e mental, e propõe intervenções para melhorar suas condições.
A Humanização e a Gestão em Saúde: os desafios da EnfermagemDaniel Tavares
1) O documento discute os desafios da humanização e gestão na saúde para os profissionais de enfermagem no Brasil. 2) A política nacional de humanização do SUS vem sendo desenvolvida desde 1960 com discussões sobre direitos humanos. 3) Apesar dos esforços para melhorar o acesso e qualidade do SUS, profissionais de enfermagem ainda enfrentam problemas relacionados às suas práticas e ambiente de trabalho.
Trabalhar na assistência social em defesa dos direitos da seguridade socialRosane Domingues
1) O documento discute a definição de trabalhadores da assistência social no Brasil. Defende que deve incluir todos os níveis de escolaridade e assegurar boas condições de trabalho.
2) Apresenta a história de luta do CFESS-CRESS em defesa da assistência social como política de seguridade social e direito constitucional no Brasil.
3) Aponta pressupostos para a definição, como equipe multiprofissional e gestão do trabalho que contemple condições de trabalho, competências profissionais e instrumentos para o exerc
Semelhante a Serviço social e a saude do trabalhador (20)
Este documento apresenta uma pesquisa sobre a atuação do Serviço Social na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Santa Catarina. A pesquisa analisa como as transformações no mundo do trabalho afetam as demandas e perspectivas da profissão no contexto empresarial. A metodologia incluiu entrevistas com gestores e assistentes sociais, que revelaram desafios como processos burocráticos e falta de autonomia, mas também estratégias utilizadas para superar barreiras.
O documento discute três aspectos para contextualizar o trabalho do serviço social em empresas: 1) as novas configurações do mundo do trabalho na contemporaneidade e seus impactos no Brasil; 2) o trabalho do serviço social em empresas; 3) como o projeto ético-político do serviço social é configurado nesse contexto.
Este documento apresenta a Política Nacional de Assistência Social do Brasil, aprovada em 2004 pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Ele define os princípios, diretrizes e objetivos da política, bem como as proteções sociais básicas e especiais. Além disso, descreve a gestão da política no âmbito do Sistema Único de Assistência Social, cobrindo temas como financiamento, controle social e recursos humanos.
1. A dissertação analisa o exercício profissional do assistente social na política de assistência social no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
2. O objetivo é investigar os avanços, desafios e limites para os assistentes sociais que trabalham nos municípios da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina, à luz das transformações no mundo do trabalho e da desregulamentação do Estado.
3. As transformações no mundo do trabalho desde a década de 1970 tro
O documento apresenta um manual para auxiliar na elaboração de Planos Municipais de Assistência Social. Ele fornece uma estrutura sugerida para o plano, com seções como identificação, introdução, conhecimento da realidade, mapeamento da rede de serviços, objetivos, diretrizes e mais. O manual também discute o processo de elaboração do plano e a importância da participação social nesse processo.
Este documento apresenta diretrizes para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), unidades que apoiam as equipes de Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde. O NASF é composto por profissionais de diferentes áreas que atuam de forma interdisciplinar e intersetorial com as equipes de Saúde da Família. O documento descreve como o NASF deve atuar apoiando as equipes de Saúde da Família no território, realizando ações como projetos de saúde, capacita
Este documento apresenta um dicionário de termos técnicos da assistência social com 201 verbetes utilizados nos serviços, programas e benefícios da assistência social em Belo Horizonte. O dicionário visa padronizar a nomenclatura e uniformizar os conceitos utilizados na política de assistência social do município. A publicação contribui para a comunicação interna da secretaria e facilita o trabalho dos profissionais e gestores da área.
Dicionário de termos técnicos da assistência social
Serviço social e a saude do trabalhador
1. Serviço Social e a saúde do trabalhador:
uma dispersa demanda
Social Welfare and health of the worker: a dispersed demand
Jussara Maria Rosa Mendes*
Dolores Sanches Wünsch**
Resumo: O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o
Serviço Social na área da Saúde do Trabalhador, demonstrando como
ao longo dos anos a profissão se aproxima dessa dispersa demanda.
Apontam‑se elementos que historicamente vêm norteando o debate
sobre o trabalho e a saúde, expressando avanços e contradições na área
da saúde do trabalhador. Para o Serviço Social, os desafios dessa área
do conhecimento vêm ampliando a exigência teórica e metodológica,
bem como ética e política para o enfrentamento das confrontações e
manifestações contemporâneas dessas duas categorias centrais: saúde
e trabalho.
Palavras‑chave: Saúde do trabalhador. Serviço Social. Espaços só‑
cio‑ocupacionais
Abstract: The present article has the objective of discuss about Social Work in the field of Worker’s
Health, showing the way Social Work get closer to this disperse demand. Elements that historically
surround the debate concerning work and health are pointed out, expressing the advances and contra‑
dictions within the field of worker´s health. For Social Work, the challenges in this field of knowledge
increase the theoretical and practical requirements for facing these confrontations and manifestations
of these two central categories: health and work.
Keywords: Worker’s health. Social Services. Social‑occupational spaces.
* Assistente social, doutora em Serviço Social (PUC-SP) e professora de Serviço Social da Universi‑
dade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS); Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde e
Trabalho (NEST/UFRGS) — Porto Alegre-RS, Brasil. E‑mail: jussara.mendes@ufrgs.br.
** Assistente social, doutora em Serviço Social (PUC-RS) e professora de Serviço Social da Universi‑
dade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS); Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Saúde e
Trabalho (NEST/UFRGS) — Porto Alegre-RS, Brasi. E‑mail: doloressw@terra.com.br.
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2. Introdução
A
saúde do trabalhador constitui‑se área do conhecimento, investigação
e intervenção, que condensa um conjunto de determinações que vem
reconfigurando‑a ao longo das últimas décadas. Para o Serviço Social
em particular, a área se constitui numa exigência ética e política fren‑
te aos impactos das transformações sociais e de forma mais precisa no que se refe‑
re às grandes proporções que ocorrem na esfera do trabalho e seus desdobramentos
sobre a sociabilidade humana na atualidade. Observa‑se que a área da saúde do
trabalhador, historicamente, vem representando uma dispersa demanda para a pro‑
fissão, em que vários fatores contribuíram para o mascaramento dessa demanda.
Entre eles pode‑se se apontar questões endógenas à profissão norteada pela pers‑
pectiva conservadora e outros condicionantes que limitaram a compreensão sobre
o tema saúde e trabalho, bem como o pensamento hegemônico da concepção da
saúde do trabalhador presente na área. Esses aspectos foram confrontados com o
contexto social e político ao longo da década de 1990, e nos anos 2000 passam a
se constituir em um emergente campo de atuação profissional. Tal fato significa que
o assistente social é convocado e ao mesmo tempo se convoca a acolher e dar res‑
postas às refrações do trabalho sobre a saúde do trabalhador.
A expansão da área da saúde do trabalhador pode caracterizar‑se por meio de
dupla dimensão: uma decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho; outra
por conta do reconhecimento político da área, representado pela sua inserção, ain‑
da que insuficiente, no conjunto das políticas públicas e intersetoriais, resultante da
capacidade de organização de diferentes agentes políticos. No que se refere à pri‑
meira dimensão, esta assenta‑se no impacto dos novos padrões de acumulação
capitalista, ao se verificar, a partir do complexo da reestruturação produtiva1, uma
reconfiguração do trabalho, sendo cada vez mais indissociável a análise dessas
mutações sem compreender o seu impacto sobre a saúde. Na segunda dimensão, os
avanços políticos‑legais estão associados ao reconhecimento da concepção amplia‑
da de saúde e sua regulação como direito universal e, ainda, à incorporação da
1. “O ‘complexo de reestruturação produtiva’ envolve um sistema de inovações tecnológicas‑organiza‑
cionais no campo da produção social capitalista — por exemplo, a robótica e a automação microeletrônica
aplicada à produção; as novas modalidades de gestão da produção [...]. Além disso, é um importante com‑
ponente do complexo de reestruturação produtiva, dos vários tipos de descentralização produtiva [...]” (Alves,
2005, p. 11).
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3. saúde do trabalhador no campo da saúde coletiva e em demais políticas públicas.
Tais fatores conjugam‑se ao crescimento da participação social na defesa e no
controle social de políticas públicas, bem como ao fortalecimento da organização
social dos trabalhadores e a incorporação nas pautas coletivas de necessidades
voltadas para a saúde e a proteção social e do trabalho, enquanto conquista da
mobilização de amplos setores da sociedade.
Esse cenário é o solo fértil da profissão, cujo objeto de intervenção comunga
das expressões presentes na saúde do trabalhador e que conforma a questão social
na atualidade. Ao mesmo tempo, a apropriação crítica e teórica do Serviço Social
amplia as possibilidades de compreensão das manifestações que repercutem sobre
o trabalho e a saúde presentes na tensão cotidiana do trabalho do assistente social
frente à questão social. Em diferentes espaços sócio‑ocupacionais, o Serviço Social,
atento à interface saúde e trabalho, vem incorporando essa demanda, embora por
vezes difusa, mas que demarcam e consolidam o seu lugar nessa área. Há de se
considerar, entretanto, que a temática integra a agenda da profissão de forma inci‑
piente. Ausente dos currículos e em grande parte do debate acadêmico, vem reve‑
lando a existência de lacunas na formação profissional em nível de graduação,
muitas vezes supridas pela possibilidade da formação permanente e no âmbito da
pós‑graduação.
Esse conjunto de constatações dão a dimensão dos desafios para o Serviço
Social na área, considerando as exigências no plano teórico e prático, representadas
por meio de questões sobre o contexto societário e indagações sobre os referenciais
teórico‑metodológicos, que fundamentam o trabalho do assistente social e suas
particularidades para o seu processamento, que é compartilhado por diferentes
campos do saber. Ou seja, o Serviço Social é requisitado a responder teórica, téc‑
nica e éticamente aos impactos da confrontação cotidiana presentes nos antigos e
novos contornos do processo de saúde‑doença e sua relação com o trabalho.
Assim, o presente artigo tem como objetivo apresentar e discorrer sobre ques‑
tões que estão sendo colocadas para o Serviço Social na área da saúde do trabalha‑
dor na atualidade. Constitui‑se, inicialmente, de uma breve contextualização sobre
reconhecimento da saúde do trabalhador enquanto campo teórico e político, de‑
monstrando sua evolução conceitual e rupturas como perspectivas unilaterais e
hegemônicas, além de elementos que são colocados no debate sobre o trabalho e o
perfil do trabalhador. Num segundo momento, o artigo trata da dimensão teóri‑
co‑metodológica na interface Serviço Social e saúde do trabalhador, buscando
responder aos processos sociais que vêm impactando a saúde e o trabalho na con‑
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4. temporaneidade. Na sequência, problematizam‑se os espaços sócio‑ocupacionais
voltados para a área da saúde do trabalhador, os desafios para sua consolidação e
as respostas da profissão. Entende‑se que a abordagem proposta neste artigo sobre
a temática do Serviço Social e saúde do trabalhador expressam inquietações pro‑
fissionais e reflexões teóricas, as quais, acredita-se, são compartilhadas pelo con‑
junto de profissionais que atuam nessa área.
1. Trabalho e a saúde do trabalhador: entre rupturas e conservadorismo
A denominação saúde do trabalhador carrega em si as contradições engendra‑
das na relação capital e trabalho e no reconhecimento do trabalhador como sujeito
político. Ela representa o esgotamento de um modelo hegemônico que atravessou
décadas, e por que não dizer séculos, circunscrito num arcabouço legal e conser‑
vador que reconhecia um risco socialmente aceitável e indenizável à lógica do
capital dos acidentes de trabalho.
O surgimento da relação saúde e trabalho remonta à história social do trabalho
ao longo do tempo. Essa indissociabilidade vem exigindo respostas políticas, teó‑
ricas e sociais, cuja raiz está na compreensão do trabalho, seu significado e meta‑
morfoses. O trabalho, aqui entendido como processo dinâmico, representa para o
trabalhador sua história individual e também coletiva. A centralidade do trabalho2
(Antunes, 1999) nas vidas das pessoas é repleta de antagonismos e contradições,
pois ao mesmo tempo em que é propiciador de qualidade de vida, de satisfação das
necessidades básicas, pode também representar o seu anverso, devido às condições
destrutivas da organização trabalho3 na lógica do capital, que pode determinar a
produção de doenças e mortes.
A construção do conhecimento e a compreensão das múltiplas determinações
que constituem o processo saúde‑doença incorporaram a relação dialética entre o
capital e o trabalho na explicitação do conjunto de manifestações no corpo e na
mente dos indivíduos. Como refere Dias,
2. A centralidade do trabalho decorre do atender a necessidade da sociabilidade através da produção dos
meios de produção e de subsistência, indispensáveis à vida social. Transforma ainda o mundo natural e a
própria natureza humana de maneira permanente, criando possibilidades e necessidades sociais e individuais
objetivas e subjetivas (Lessa, 2007).
3. O trabalho tem uma dúplice e contraditória dimensão na medida em que possibilita criar, mas também
subordinar, humanizar e degradar, libertar e escravizar, emancipar e alienar (Antunes, 2005).
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5. os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a população
de um determinado tempo, lugar, e classe social, mas também, de forma diferenciada,
decorrente de sua inserção particular no processo produtivo, sustenta a proposição de que
esta especificidade deve ser contemplada no atendimento às suas necessidades de
saúde (Dias, 1994, p. 28).
Compreender a saúde nessa dimensão significa entendê‑la na divisão social e
técnica do trabalho. Representa entender “o processo de trabalho como espaço
concreto de exploração [...] e a saúde do trabalhador como expressão, igualmente
concreta, desta exploração” (Laurell e Noriega, 1989, p. 23). Os desafios são de
diferentes ordens, uma vez que o capital procura dissimular seu caráter de explo‑
ração, mas fica cada vez mais difícil esconder sua natureza, ou seja, “a nova ordem
teoriza e pratica, abertamente, as desigualdades como uma necessidade intrínseca
do capital” (Augusto, 2001, p. 170). Assim, fica exposta a estranha lógica na qual
a igualdade tem valor negativo e a desigualdade valor positivo, a fim de naturalizar
a mesma.
A configuração do trabalho no sistema capitalista tem apresentado, em seus
vários ciclos, sistemas gerenciais com evolução crescente da produção, da qua‑
lificação profissional, do ritmo de trabalho e da fragmentação do processo pro‑
dutivo. O contexto é de precarização, flexibilização, trabalho parcial, polivalência
de funções, redução dos postos de trabalho, aceleramento no ritmo da produção
e das ações somado ao desemprego estrutural, à implementação de novas tecno‑
logias, com salários em declínio e/ou instáveis. Ressaltam‑se ainda outras ques‑
tões relacionadas à precarização dos contratos de trabalho, tanto aquelas deno‑
minadas de precariedade objetiva (contrato por prazo determinado, trabalho
temporário) quanto as de precariedade subjetiva, tão ou mais prejudicial à saúde
quanto a anterior, como a instabilidade dos contextos técnicos e organizacionais,
em que se constata a fragilidade das organizações não governamentais e coope‑
rativas que fazem os contratos com os profissionais terceirizados, e a responsa‑
bilização dos assalariados, tornando‑os responsáveis pela sobrevivência das
empresas. Constitui momento predominante da atual produção do capital a bus-.
ca do envolvimento do trabalhador enquanto disposição intelectual‑afetiva com
a lógica da valorização do capital, portanto para além do “fazer” e do “saber”
( lves, 2005).
A
Todas essas condições de trabalho levam a uma verdadeira sobressolicitação
mental, com uma sobrecarga informacional, um verdadeiro “soterramento” sob
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6. informações, hipersolicitação e tratamento paralelo de tarefas múltiplas, que pro‑
vocam uma situação que poderíamos chamar de transbordamento cognitivo (Fal‑
zon, 2007). Como uma sensação de transbordamento e saturação, impressão de
fazer o urgente passar na frente do importante, de não conseguir fazer o que se
planificou, sem compreender o porquê, de permanente insatisfação com o trabalho
realizado.
A reestruturação produtiva alterou substancialmente o perfil do trabalho e
dos trabalhadores, assim como os determinantes da saúde‑doença dos trabalha‑
dores. Essas alterações modificaram também o perfil da morbi‑mortalidade rela‑
cionada ao trabalho, assim como a organização e as práticas de saúde e trabalho
(Dias, 1994).
A necessidade de transformações de práticas sociais para uma abordagem
ampliada da saúde, para fazer frente aos crescentes índices de morbidade e morta‑
lidade da população, ocorreu em um momento de efervescência do movimento da
Reforma Sanitária e da democracia brasileira, e resultou na aprovação do Sistema
Único de Saúde (1990) e na reorganização das competências das ações de seguran‑
ça e saúde do trabalhador, na tentativa de superar a histórica fragmentação em três
áreas: saúde, trabalho e previdência.
Em uma retrospectiva histórica situa‑se o movimento de Reforma Sanitária
iniciado no início da década de 1980, como marco da área e da denominação “saú‑
de do trabalhador”. A consolidação do conceito legal pela Lei n. 8.080, de 1990,
do SUS — Sistema Único de Saúde, estabeleceu os procedimentos de orientação
básicos como forma de instrumentalização das ações e dos serviços em saúde do
trabalhador4.
Tradicionalmente, a atenção prestada aos trabalhadores se voltava para o
trabalho formal. Porém em tempos de transformações constata‑se que a precariza‑
ção das relações de trabalho, mudou sem dúvida, a forma de compreender a ques‑
tão, o que exigiu transformações radicais na maneira de se conceber e de se enfren‑
tar os problemas daí decorrentes. A análise, sob uma perspectiva evolutiva e
conceitual, indica que na medicina do trabalho o enfoque principal da determinação
do processo de saúde/doença é individual, biologicista, como demonstra a sistema‑
tização realizada por Mendes e Oliveira (1995), no quadro a seguir.
4. Essa lei foi definida e ampliada em 1998 pela portaria n. 3.908, pela Norma Operacional em Saúde
do Trabalhador — NOST‑SUS.
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7. Quadro 1 Situando o desenvolvimento conceitual em saúde do trabalhador
Determinantes
do Processo
Saúde/Doença
Ação
Principal
Caráter
Principal
da Ação
Ator
Principal
Cenário
Papel do
Usuário
Campo da
Saúde
1. Biológico
Tratamento
da doença
Técnico
Médico
Hospital
O usuário é
o objeto
Medicina .
do Trabalho
2. Ambiental
Prevenção
da doença
Técnico
Equipe
Ambulatório
Usuário e
ambiente
são objetos
Saúde
ocupacional
3. Social
Promoção
da saúde
Técnico/
Político
Cidadão
Sociedade
Sujeito
Saúde do
trabalhador
Fonte: Mendes e Oliveira, 1995.
A concepção atual de saúde do trabalhador entende o social como determi‑
nante das condições de saúde, sem negar que o adoecimento deve ser tratado e que
é necessário prevenir novas doenças, privilegiando ações de promoção da saúde.
Tal concepção entende que as múltiplas causas dos acidentes e das doenças do
trabalho têm uma hierarquia entre si, não sendo neutras e iguais, havendo algumas
causas que determinam outras (Mendes e Oliveira, 1995). Diferentemente das visões
dicotomizadas anteriores, propugna‑se que os programas de saúde incluam a pro‑
teção, a recuperação e a promoção da saúde do trabalhador de forma integrada, e
que sejam dirigidos não só aos trabalhadores que sofrem, adoecem ou se acidentam,
mas também ao conjunto deles (Dias, 1994). Essas ações devem ser redirecionadas
para se alcançar as múltiplas mudanças que ocorrem nos processos de trabalho,
sendo realizadas através de uma abordagem transdisciplinar e intersetorial e, ainda,
com a imprescindível participação dos trabalhadores.
Entre os inúmeros desafios, aponta‑se a necessidade de estruturação de uma
abordagem que tenha como meta a realização de ações coletivas, no âmbito da
vigilância, da promoção e da proteção da saúde nas quais o sujeito é parte essencial
dessa ação.
Portanto, a área da saúde do trabalhador na contemporaneidade transcende os
conhecimentos específicos da medicina do trabalho no sentido de compreender a
relação capital‑trabalho, na qual a saúde e o acidente de trabalho tornam‑se expres‑
são máxima das desigualdades geradas por esse conflito (Mendes, 2003). Torna‑se
fundamental, ao estudar a relação da saúde com o trabalho, entender como as so‑
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8. ciedades constroem a saúde e quais são as possibilidades de sobrevivência individual
e coletiva (Thébaud‑Mony, 2000). O trabalho está, contudo — por meio de sua
presença ou ausência —, totalmente ligado à evolução da questão da saúde, evi‑
denciando a atualidade do nexo produção‑reprodução da força de trabalho‑consu‑
mo‑ambiente‑saúde‑doença, vistos na sua integralidade (freire, 1995).
É importante reconhecer, ainda, na saúde do trabalhador, os desgastes físicos
provocados pela modalidade do trabalho repetitivo, associado agora à característi‑
ca polivalente da produção, e aos fatores psicossociais do desemprego crescente,
pois fornecem as bases para a criação de estratégias ao trabalhador. Se o local de
trabalho é o espaço no qual os processos organizativos estão disponibilizados para
alcançar determinados fins, é importante perceber que os elementos que o integram
não são homogêneos, pois os trabalhadores criam vínculos e regras próprias, e nem
sempre obedecem ao dito, ao mensurável, ao controlável. A observação dessas
práticas de trabalho, bem como das relações delas decorrentes, tornam‑se pertinen‑
tes em estudos que buscam compreender a relação do adoecimento com o trabalho.
Destaca‑se, portanto que a saúde do trabalhador pressupõe uma interface entre
diferentes alternativas de intervenção que contemplem as várias formas de determi‑
nação do processo de saúde‑doença dos trabalhadores (Mendes, 2003). É necessário
pensar a saúde do trabalhador desde a sua organização na sociedade e no trabalho,
compreendendo‑se essa realidade sob uma perspectiva de sujeitos coletivos, conhe‑
cendo‑os e reconhecendo‑os historicamente. Desse modo, é preciso, além do diag‑
nóstico e do tratamento, a implementação simultânea das modificações nos ambien‑
tes de trabalho, bem como o desenvolvimento de outras ações no âmbito da
organização desses ambientes, que devem estar em consonância com as múltiplas
mudanças nos processos de trabalho, as quais retratam a divergência de interesses
entre capital e trabalho, quando emergem as doenças e os acidentes de trabalho.
Os avanços no campo político e teórico sobre a saúde do trabalhador não pode
prescindir da construção de uma base legal e normativa que contemple diretrizes
políticas para a atenção e a promoção da saúde do trabalhador. Destaca‑se, assim,
pela Portaria n. 1.679, de 19 de setembro de 2002, a criação da Rede Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), como estratégia para a elabora‑
ção desse instrumento, com ênfase nas ações assistenciais. Cabe ressaltar que essa
portaria foi apoiada pelos profissionais e técnicos dos Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador — Cerest e setores do movimento dos trabalhadores, que
reconheceram na iniciativa as possibilidades de institucionalização e fortalecimen‑
to da saúde do trabalhador, no SUS. Pela primeira vez seria possível contar com
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9. um financiamento extrateto das ações, vinculado à operacionalização de um Plano
de Trabalho de Saúde do Trabalhador, em nível estadual e municipal. A partir de
2003, a coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da
Saúde priorizou a implementação da Renast como a principal estratégia da Política
Nacional de Saúde do Trabalhador (PNST) para o SUS (MS, 2004).
Essas ações são parte do debate em torno da articulação da área e da constru‑
ção da proposta de Política Nacional de Segurança e Saúde do trabalhador — PNSST
contendo importantes proposições e contemplando os papéis a ser desempenhado,
entre outros, pelo Ministério da Saúde (assistência e vigilância), Ministério da
Previdência (benefício por incapacidade e implementação do nexo epidemiológico
presumido) e Ministério do Trabalho (diretrizes e normas de SST). Assim, a segu‑
rança e Saúde do Trabalhador — SST atende o intento de ampliação das ações de
promoção, resultando na ampliação da cobertura dos trabalhadores, na harmoniza‑
ção de normas e articulação de ações; precedência da prevenção sobre a reparação;
estruturação de uma rede integrada em SST; reestruturação da formação em SST;
promoção de uma agenda integrada de estudos e investigação em SST (Lacaz, 2010).
Porém, apesar desse esforço, não há ainda a efetivação da PNSST em decreto pre‑
sidencial, para assim viabilizar efetivamente as ações propostas nelas contidas. Há
de se considerar ainda divergências constantes na proposta da política, as quais
representam questões de concepção travestidas, por vezes, de terminologias que,
na sua essência, ocultam históricas tensões entre as áreas.
Ao demonstrar as implicações do trabalho sobre a saúde e os constantes em‑
bates que delineiam a área de saúde do trabalhador, identificam‑se nas relações sociais
da sociedade capitalista distintas perspectivas no campo ético, político e econômico.
Tal constatação demanda sólido conhecimento teórico‑metodológico e a articulação
com as forças sociais, na defesa da saúde do trabalhador, como direito, e no sentido
da emancipação do trabalhador, rompendo com abordagens conservadoras que
concebe o adoecimento como fenômeno estranho ao processo de produção.
2. Apontamentos sobre a dimensão teórico‑metodológica do Serviço Social
na saúde do trabalhador
Tem‑se na teoria social crítica a apropriação e a possibilidade da mediação da
realidade que perpassa as duas categorias centrais e vitais, que são a saúde e o
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10. trabalho. Os embates teóricos que fundam o pensamento social frente ao capitalis‑
mo contemporâneo são dilemas que vêm desafiando a profissão, em simetria com
a área da saúde do trabalhador. Ou seja, a mundialização da economia com sua
crescente financeirização, o complexo de reestruturação produtiva, os embates em
torno das políticas sociais e o papel do Estado são processos sociais em curso, que
só podem ser compreendidos no campo teórico‑metodológico, à luz do materialis‑
mo dialético‑histórico.
O Serviço Social e a saúde do trabalhador referenciada na perspectiva da
matriz marxista constituem “o fundamento para análise teórica da produção das
condições materiais da vida social” (Netto, 2009, p. 682). Indissociavelmente, para
entender a estrutura e a dinâmica da sociedade e determinações sobre o objeto
saúde do trabalhador, há necessidade de um conhecimento dotado de força social
e política para assim incidir sobre a realidade concreta circunscrita na saúde e no
trabalho.
Portanto, ao evidenciar, o contexto social e político que envolve a saúde do
trabalhador, é inegável o impacto de suas particularidades nos diferentes e crescen‑
tes espaços sócio‑ocupacionais voltados para a atenção à esse aspecto. Trata‑se,
aqui, da necessidade de ampliar a busca pela compreensão das transformações
sociais para ressignificar a realidade vivenciada pelos profissionais e pelos sujeitos
vinculados à sua ação e, acima de tudo, para compreender como e onde se produz
o processo de saúde‑doença. Além disso é preciso, identificar quais as necessidades
produzidas por ele e como se dá o processamento do trabalho nessa área. São ques‑
tões que vêm demandando respostas, como já mencionado, no deciframento e na
compreensão do contexto sócio‑histórico, mas entendendo que a saúde do traba‑
lhador envolve, necessariamente, outros quatro grandes pilares que representam e
ampliam as mediações no campo ético‑político, teórico‑metodológico e técnico‑ope‑
rativo: a) a concepção de saúde; b) o processo de saúde‑doença e seus determinan‑
tes sociais; c) a proteção social; d) a concepção de saúde do trabalhador. Assim,
identificam‑se categorias teóricas e também constitutivas da realidade com a qual
o assistente social trabalha, fundamentalmente, por traduzir um conjunto de ele‑
mentos que contribuem para o desocultamento e ao mesmo tempo para o enfrenta‑
mento do processo de saúde‑doença por meio da identificação das necessidades de
proteção social nele presentes e que são fundamentais para compreender o concei‑
to de saúde do trabalhador.
Ao trazer inicialmente a base conceitual de categoria saúde objetiva‑se expli‑
citar que a noção ampliada de saúde caracteriza‑se pela sua dimensão social, eco‑
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11. nômica e política, ou seja, como aponta Thébaud‑Mony e Appay (2000), a saúde é
um processo dinâmico que se insere em diferentes lógicas, ou seja, representa por
onde “o indivíduo se constrói e caminha, se inscreve no trabalho, nas condições de
vida, nos acontecimentos, nas dores, no prazer, no sofrimento e em tudo o que
constitui uma história singular, mas também a história coletiva”.
Nessa perspectiva, a saúde é resultado das possibilidades de satisfação de ne‑
cessidades básicas materializadas em direitos sociais, o que pressupõe a articulação
das diferentes interfaces sociais entre modo de viver e acesso que os indivíduos têm
aos bens e serviços, os quais contribuem para redefinir o binômio saúde/doença
(Mendes, 2003). Entende‑se, dessa maneira, que a saúde representa o acesso a um
conjunto de condições básicas necessárias e um mecanismo de enfrentamento das
desigualdades sociais. Reconhecidamente de forma materializada no plano legal,
pelo conceito contemplado pela Lei n. 8080, que dispõe sobre o Sistema Único de
Saúde no SUS (1990), a saúde é “resultante das condições de alimentação, educa‑
ção, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer e liberdade, acesso
à propriedade privada da terra e dos serviços de saúde” (Brasil, 1990).
Esse conceito representa não apenas um avanço legal, mas o reconhecimento
do acúmulo produzido no campo do conhecimento que rompeu com conceituações
construídas ao longo história social que vinculam saúde a causalidades unilaterais,
conhecimento este incorporado pelo movimento da sociedade e de seus agentes
políticos no bojo da Reforma Sanitária do Brasil em meados da década de 1980.
Assim, os princípios que fundaram o Sistema Único de Saúde no Brasil, a partir da
concepção ampliada de saúde, vão exigir políticas que atendam as diferentes ne‑
cessidades em saúde. São princípios constituídos pela universalidade, integralidade
e equidade e pela defesa da promoção à saúde, participação da população e dever
do Estado. Sua efetivação requer políticas sociais e ações intersetoriais que contri‑
buam para o enfrentamento do processo de saúde e doença.
As determinações sociais do processo de saúde‑doença representam as con‑
dições sociais objetivas de vida e de trabalho da população. Reconhecem, assim, a
saúde e a doença como um processo social, fundamentado na base material de sua
produção e na articulação de processos biológicos e sociais. Isso ficou demonstra‑
do pelos estudos de Laurell (1983), que explicita, fundamentalmente, a relação
trabalho‑saúde. Suas pesquisas mostram as mudanças do perfil epidemiológico
através do tempo e evidenciam o caráter social no estudo comparativo, possibili‑
tando ver que o adoecer/morrer são distintos nas diferentes classes sociais, demons‑
trando que as doenças são socialmente produzidas e historicamente determinadas.
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12. No que tange ao trabalho, destaca‑se o lugar da organização social da produção,
das expressões do trabalho hoje e as contradições presentes no desenvolvimento
das forças produtivas que impactam sobre a saúde. Traduzem‑se em processos de
adoecimento e de exclusão do “mundo do trabalho”, de perda do reconhecimento
e identidade social do trabalhador, atingindo sua subjetividade e condicionando
formas de ser e de viver.
A compreensão das multicausalidades e diferentes interfaces explicitadas a
partir da concepção de saúde, do processo de saúde e doença na sua relação com o
trabalho, constitutiva de determinações sociais, pressupõe reconhecê‑las como
demandas sociais a serem respondidas pelo Estado. Entretanto, o que a história
recente tem demonstrado é que o atendimento dessas demandas depende da capa‑
cidade de poder dos diferentes agentes sociais e políticos transformarem suas ne‑
cessidades em demandas políticas (Fleury, 1994), levando, assim, o Estado a dar
respostas aos efeitos produzidos pela desigualdade social. Resposta constitutiva da
formatação dos sistemas de proteção social que passa a representar, na perspectiva
da análise explicitada na concepção de saúde, mecanismos de enfrentamento aos
determinantes sociais que incidem no processo de saúde‑doença e trabalho.
Entende‑se, a partir desses apontamentos, que a proteção social representa a
estruturação de um conjunto de políticas sociais que se efetivam pela intervenção
do Estado visando à satisfação das necessidades sociais. Tais políticas resultam do
reconhecimento das contradições existentes na sociedade capitalista e da concen‑
tração da riqueza coletivamente produzida. Esse reconhecimento é, historicamente,
fruto da capacidade da classe trabalhadora de denunciar e de se rebelar contra for‑
mas de opressão e ausência de condições básicas para a sua reprodução. A proteção
social é compreendida como “um conjunto de ações, institucionalizadas ou não,
que visam proteger a sociedade ou parte desta dos impactos de riscos naturais e/ou
sociais que incidem sobre o indivíduo e a coletividade, os quais decorrem funda‑
mentalmente das desigualdades sociais que acompanham os diferentes estágios da
sociedade capitalista” (Mendes, Wünsch e Couto, 2006).
A evolução dessa proteção social representa formas distintas de enfrentamen‑
to da questão social e responde inicialmente à organização do trabalho, avançando
para o reconhecimento dos direitos inerentes à condição de cidadania (Fleury e
Ouverney, 2008). Isso significa uma concepção de proteção social que engloba a
noção de seguridade social (Pereira, 2000) e que vem superando a visão de seguro
social que predominou nas primeiras legislações sociais. A seguridade social via‑
biliza‑se por meio de políticas públicas que atendam, portanto, as mais diferentes
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13. situações de vulnerabilidade social que atingem os cidadãos, sejam elas decorren‑
tes das relações sociais de produção, sejam consequência das contingências naturais
dos ciclos vitais. A proteção social se afirma como mediações que concretizam
direitos sociais, na inter‑relação entre o político e o econômico na sociedade capi‑
talista, uma vez que expressa a correlação de forças e embates políticos entre as
classes sociais.
Na área da saúde do trabalhador, tem‑se a proteção social como balizadora
dos direitos a ele relacionados. Ela passa a ser definidora das reais e efetivas con‑
dições de garantia e preservação das condições de vida da classe trabalhadora.
Também se constitui um indicador das insuficientes condições de reprodução social
advindas do ofensivo movimento do capitalismo sobre o trabalho humano, ao lon‑
go de seu processo de acumulação.
No Brasil, a Seguridade Social contemplada constitucionalmente institui três
grandes políticas sociais como constitutivas da proteção social: a Saúde, a Previ‑
dência Social e a Assistência Social. Isto representa avanços importantes, funda‑
mentalmente no campo da política de saúde, pela sua universalidade e pelo reco‑
nhecimento da Assistência Social como política pública. Inaugura também uma
nova relação entre Estado e a sociedade pelo seu caráter descentralizado e partici‑
pativo. Entretanto, este modelo, enseja contradições históricas que não foram su‑
peradas, cujos reflexos incidem e se visibilizam na análise que se faz sobre o tra‑
balho e a saúde do trabalhador. Factualmente o que se constata é que as refrações
das expressões do trabalho presentes na saúde do trabalhador são respondidas pelo
Estado de forma insuficiente.
A Previdência Social, que se constitui como núcleo central e histórico do
sistema brasileiro de proteção social, não supera a clivagem entre capazes e inca‑
pazes para o trabalho, reforçando que é o trabalho que define quem tem ou não
direitos (Boschetti, 2008). A natureza contratualista e securitária da Previdência
reafirma, como bem destaca Fleury, “o caráter público do seguro social introduz
uma contradição entre o vínculo individual e a garantia social do benefício” (1994,
p. 154). O modelo de proteção social brasileiro estruturado através do trabalho
assalariado produziu grandes lacunas ao longo de sua evolução, que se ampliaram
a partir das necessidades que emergem das novas formas produtivas, as quais alte‑
ram não só a natureza dos processos de trabalho, mas, principalmente, o emprego
formal e as relações de trabalho, constando‑se assim um incontável número de
trabalhadores desprotegidos socialmente.
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14. A fronteira entre proteção e desproteção social tensiona cotidianamente a saú‑
de do trabalhador, particularizada no reconhecimento da relação trabalho e saúde.
Tal fronteira situa‑se na arena de conflitos do capital e trabalho, cujas manifestações
principais estão relacionadas às condições em que o trabalho se realiza e à caracte‑
rização de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Ela repercute fundamen‑
talmente no acesso ou não à renda legalmente instituída por meio “benefícios” pelo
modelo de Previdência Social, seja pela ausência do reconhecimento do adoeci‑
mento seja, pela falta de vínculo com o sistema.
Aponta‑se a Previdência Social como política social estratégica no campo da
proteção social e dos direitos sociais, dado ao seu caráter distributivo de renda, sem,
contudo, se dissociar das prerrogativas da política de saúde. Indica‑se, também a
lacuna presente entre Previdência e Assistência, na qual a segunda não consegue
suprir as necessidades representadas pelo contexto do trabalho e de suas caracte‑
rísticas amplamente já referidas.
A direção apontada sobre a proteção social e a saúde do trabalhador situa‑se
na elevação do papel do Estado numa perspectiva contra‑hegemônica dos trabalha‑
dores frente à imposição do capital sobre o Estado. Destaca‑se que os avanços
ocorridos nesse campo são produtos históricos, da permanente busca dos trabalha‑
dores pelos seus direitos, mas atentos que estes, os direitos sociais, “não significam
a superação da desigualdade e nem das formas de opressão vigente na vida cotidia‑
na” (Behring e Santos, 2009 p. 280).
Reafirma‑se, a partir das perspectivas apontadas, a definição de saúde do
trabalhador como um processo dinâmico, social, político e econômico, que envol‑
ve diferentes manifestações de agravos relacionados aos processos de trabalho e
aos processos sociais e que requer a articulação de um conjunto de conhecimentos
e intervenções que possam incidir sobre as condições efetivas do processo de
saúde‑doença e de proteção social.
Essa formulação adquire sentido por meio da mediação teórico‑metodológica,
cuja perspectiva crítica conduz à identificação e à compreensão da construção social
de invisibilização do processo de saúde‑doença no trabalho. O cenário de desigual‑
dade social, ao mesmo tempo em que produz esse processo, o oculta. A invisibili‑
dade é resultante de aspectos objetivos e subjetivos nas relações sociais e que
contribuem para tornar o fenômeno saúde‑doença individualizado, descontextuali‑
zado e naturalizado. Os processos de adoecimento são ocultados frente à precari‑
zação das condições e relações de trabalho, o que vem levando ao não reconheci‑
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15. mento dos agravos relacionados ao trabalho e à consequente ausência de proteção
social (Wünsch, 2005).
Evidenciar a construção social da invisibilidade do processo de saúde‑doen‑
ça e compreendê‑la significa tornar possível o desvendamento dos mecanismos
sociais que ocultam esse processo e encontrar possibilidades de ação. Isso resulta,
na perspectiva de superação do que vem limitando a área da saúde do trabalhador
a incorporar os seus avanços e, ao mesmo tempo, possibilitar a construção crítica
do conhecimento frente ao já instituído. Entendem‑se os diferentes espaços só‑
cio‑ocupacionais em que a saúde do trabalhador se apresenta como objeto profis‑
sional para o assistente social, com imensos desafios. Porém a contribuição e as
respostas da profissão não podem prescindir da busca e da elucidação da realidade
social, bem como do reconhecimento, do lugar e do papel do trabalhador nesse
contraditório campo de intervenção.
3. Espaços sócio‑ocupacionais e os desafios e respostas do Serviço Social
para a área da saúde do trabalhador
Os espaços sócio‑ocupacionais que requerem a presença do assistente social
na área da saúde do trabalhador representam o conjunto de serviços e programas
que expressam a dinâmica das políticas sociais e da sociedade, bem como dos
processos sociais que incidem nas antigas e novas demandas atendidas nesse cam‑
po. Esses espaços são expressões que conjugam, ao mesmo tempo, os avanços
políticos da área e as refrações do trabalho sobre a saúde. Para o Serviço Social, o
significado é de reconhecimento do papel e perfil profissional para com a área.
Contudo, também se entende que as requisições desse trabalho confrontam‑se com
a condição de trabalhador assalariado, resultando numa tensa relação dessa condi‑
ção com o projeto ético‑político da profissão (Iamamoto, 2007). As contradições
presentes nesses espaços dão a dimensão dos desafios para que sejam efetivados
projetos que qualifiquem as ações profissionais na busca de respostas inovadoras
que repercutam sobre as condições sociais e materiais da população trabalhadora.
O trabalho na área da saúde do trabalhador assume características interdisci‑
plinares e intersetoriais, representado pela sua natureza multidimensional. O traba‑
lho do assistente social é requisitado em diferentes instituições, na prestação direta
de serviços e execução de programas, cujos principais espaços profissionais são:
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16. atenção básica de saúde, centros regionais de referência em saúde do trabalhador,
hospitais públicos ou privados e serviços ambulatoriais referenciados, previdenciá‑
ria social como espaço específico para o Serviço Social e reabilitação profissional,
institutos próprios de previdência, serviços de medicina e segurança do trabalho
vinculado a empresas e/ou instituições terceirizadas, gestão de recursos humanos
para o desenvolvimento de programas voltados para a saúde do trabalhador, sindi‑
catos que desenvolvem programas de promoção da saúde e defesa de direitos,
serviços de vigilância e educação em saúde, trabalhos de assessoria e consultoria,
organizações de ensino e pesquisa em saúde, entre outras áreas.
Entretanto, essa multiplicidade de espaços de intervenção precisa ser com‑
preendida a partir da clareza dos limites representados pelos diferentes embates
políticos e teóricos que refletem na implementação das políticas de saúde do traba‑
lhador. Em outras palavras, como refere Raichelis (2010), os espaços profissionais
condensam, e são confrontadas concepções, valores, intencionalidades, propostas
de sujeitos individuais e coletivos, articulados em torno de distintos projetos em
disputa no espaço institucional.
Nessa perspectiva, aponta‑se outro dilema colocado para a profissão, que é o
de identificar os nós górdios que vêm historicamente engessando as estruturas e
determinando condutas profissionais e técnicas conservadoras e reprodutoras de
antigas estratégias travestidas de novas. Transformam‑se direitos sociais em “be‑
nefícios” estabelecendo uma tênue relação entre a garantia e/ou assistencialização
desse direito.5
Pensar a intervenção na área da saúde do trabalhador e os diferentes condi‑
cionamentos sobre o processo de trabalho em que se insere o assistente social requer,
portanto, um conjunto de competências e exigências. Assim, alguns elementos
constituem‑se como eixos norteadores para o trabalho. Inicialmente, aponta‑se o
5. Deve‑se registrar, que históricos espaços profissionais nas políticas voltadas para a saúde do traba‑
lhador de natureza pública, como na Previdência Social, e/ou de caráter privado, a exemplo do Serviço Social
da Indústria — SESI, representaram os primórdios da profissão na área. Entretanto, esses também são pro‑
dutos históricos de práticas que oscilam entre o conservadorismo e a busca de rupturas que acompanham o
processo de renovação da profissão nas décadas de 1970 e 1980. Ao mesmo tempo, destaca‑se que ocorreu
um esvaziamento desses espaços na década de 1990, em especial na Previdência Social, recuperados recen‑
temente após ampla mobilização da categoria, que resultou no ingresso de um contingente significativo de
profissionais e que se encontram no momento em franco embate com o racionalismo e o conservadorismo
institucional frente à necessidade de implementação de projetos político‑institucionais e intersetoriais na área
da saúde do trabalhador.
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17. caráter interdisciplinar do trabalho, demarcando um lugar que conjuga os diferen‑
tes conhecimentos e as especificidades das profissões ali inseridas, conferindo uma
dimensão processual ao trabalho para superar a fragmentação do saber e das limi‑
tações encontradas durante o processo de intervenção e de conhecimento.
A compreensão das diferentes dimensões que envolvem os processos de
saúde‑doença e trabalho potencializa e amplia o próprio espaço profissional no
enfretamento das suas determinações. Para tanto, nessa perspectiva, o trabalho do
assistente social se materializa na capacidade de trabalhar em equipes com forma‑
ção interdisciplinar, buscando a intersetorialidade e a interface da saúde do traba‑
lhador com as demais políticas sociais. Esse trabalho exige uma abordagem inte‑
rinstitucional, de reconhecimento das diferentes instituições e programas que estão
relacionados a esse campo, em particular os vinculados à Seguridade Social, con‑
tribuindo assim para a integralidade das ações e de universalidade no acesso aos
serviços em todos os níveis de proteção social.
Significa, assim, situar o objeto de trabalho do assistente social na saúde do
trabalhador no processo de saúde‑doença e suas expressões decorrentes do trabalho
e diretamente atreladas ao processo de produção e reprodução social que incidem
na vida do trabalhador. Para tal, pressupõe dos profissionais o conhecimento teóri‑
co‑metodológico e requer uma intencionalidade crítica, clareza ética, que se ex‑
pressa no compromisso político com a transformação e a superação do seu objeto.
Portanto, requer um conjunto de competências, as quais perpassam a compreensão
das relações que envolvem o processo de saúde‑doença e trabalho; das múltiplas
vivências dos sujeitos e de como percebem o processo de adoecimento; do conhe‑
cimento das políticas sociais e dos princípios que as norteiam; da capacidade de
leitura crítica da realidade, de análise socioinstitucional e de articulação com a rede
de serviços; da capacidade de desvendamento da questão social dando visibilidade
à mesma a partir da apreensão das suas expressões no processo de saúde‑doença e
trabalho, na demanda institucional, na vida dos sujeitos e nos impactos desse pro‑
cesso na família e no meio social; da postura investigativa, interpretativa, crítica,
ética, de escuta, reflexiva, relacional, propositiva, da capacidade de mobilizar pes‑
soas, profissionais e instituições; da capacidade de trabalhar interdisciplinarmente
no planejamento, na gestão, na execução e na implementação de políticas e na
avaliação delas; da capacidade de avaliação do impacto e da efetividade do trabalho
profissional com vistas a incidir de forma qualitativa no objeto de intervenção; da
sistematização e reflexão acerca do processo de trabalho e disseminação do conhe‑
cimento a partir dele.
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18. Reitera‑se que as competências evidenciadas são construídas a partir de um
referencial teórico crítico que articula as diferentes dimensões do processo de tra‑
balho na área, mas que deve se aliar à capacidade de esses profissionais estabele‑
cerem mecanismos de formação permanente, — o que implica um aprendizado
sistemático que valorize a experiência profissional e a reflexão sobre a mesma,
resultando em novas estratégias de intervenção, vislumbrando novos “sentidos”
para o trabalho e ao mesmo tempo ampliando o significado social da profissão.
Considerações finais
Os desafios colocados para o assistente social na área da saúde do trabalhador
representam dilemas compartilhados e debatidos pelo conjunto da categoria. Neles
estão presentes questões que remetem ao constante embate entre projetos políticos
e ético‑políticos da profissão.
Nessa área do conhecimento e intervenção, o assistente social é requisitado a
responder a demandas legitimadas pelas contradições produzidas na ofensiva do
capital sobre os trabalhadores. O trabalhador Assistente Social não fica imune às
confrontações advindas desse contexto. Sobre ele impactam também as mesmas
exigências colocadas sobre o trabalho e os agravos sobre a sua saúde do conjunto
dos trabalhadores. Conjugam‑se a essa realidade as condições objetivas para exer‑
cer o trabalho, os limites colocados pelos órgãos empregadores, pelas relações de
poder, pelo estatuto político‑legal e recursos programáticos e financeiros, entre
outras determinantes que interferem nas atribuições profissionais. A concretude do
trabalho profissional oscila entre o reconhecimento do trabalhador, o impacto de
suas ações sobre a saúde e o trabalho e os limites resultantes de múltiplas determi‑
nações sobre o processo de trabalho em que se insere o assistente social.
As diferentes formas de precarização do trabalho e o crescimento dos aciden‑
tes e adoecimento resultantes do trabalho e as necessidades, daí resultantes, são
marcas históricas que sinalizam para a sociedade o lugar desse fenômeno, como
produto das relações sociais da sociedade capitalista. Ao Serviço Social compete
realizar o enfrentamento das diferentes formas e dimensões de como se dá à pro‑
dução e reprodução das relações sociais. Assim, deve a profissão, como bem apon‑
ta Iamamoto (2007), contribuir para a progressiva democratização dessas relações.
A saúde do trabalhador choca‑se com a lógica do capital, onde estão repre‑
sentados distintos interesses de classe e na dimensão dos acidentes e das doenças
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19. resultantes do trabalho ocorre a ampliação e a visibilidade que marcam essas con‑
tradições existentes. Por isso a necessária ruptura com perspectivas conservadoras,
neoconservadoras e moralizadoras presentes na área, as quais vêm se constituindo
em obstáculos, principalmente, para a promoção de políticas voltadas para a saúde
do trabalhador, que representem a defesa da saúde enquanto direito.
Portanto, as mediações políticas, teóricas e metodológicas processadas pelo
assistente social na sua imersão na área da saúde do trabalhador expressam amplas
possibilidades, as quais devem ser construídas a partir da participação das forças
políticas, de estabelecer mecanismos que superem a fragmentação das políticas
específicas e transversais da saúde do trabalhador, reconhecimento e elevação do
papel do Estado, na ampla necessidade de compreender que só há efetivo desen‑
volvimento social à luz do reconhecimento da defesa do trabalho e da saúde.
Os desafios apontados na interface entre Serviço Social e saúde do trabalhador,
devem orientar novas problematizações para a área, contribuir para o avanço do
conhecimento e, acima de tudo, enfrentar o que se identificou aqui como uma dis‑
persa demanda. Essa demanda é constitutiva da direção ético‑política da profissão
e das exigências impostas pela realidade social.
Nessa perspectiva é que se assinala a necessidade imperiosa da plena apro‑
priação de referenciais teóricos e metodológicos como definidores do trabalho
profissional e da contribuição para área da saúde do trabalhador. Para tanto é im‑
prescindível sua incorporação na agenda política da categoria em articulação com
outras forças políticas comprometidas com a saúde do trabalhador. É preciso pensar
na saúde do trabalhador para além de condição necessária à reprodução social da
classe trabalhadora, mas como um direito social inerente ao homem, condição in‑
dispensável para a vida e a sociabilidade humana.
Recebido em 8/4/2011
n
Aprovado em 13/6/2011
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