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Sensemaking
Análise Organizacional – Profa. Jackeline Amantino
Fillipe Souza
Luís Sebastião
Agenda
 Karl Weick: influência nos estudos organizacionais;
 Organização como sistema interpretativo:
 Organizing;
 Enactment;
 Sensemaking;
 Reflexões.
Karl Weick: influência nos
estudos organizacionais
 The Social Psychology of Organizing (1969, 1979, edição
em português em 1973)
 Ramos-Rodriguez e Ruiz-Navarro (2004): 24º trabalho mais
citado em gestão estratégica (apud ANDERSON, 2006)
 Miner (2003): dentre 95 acadêmicos pesquisados o trabalho de
Weick tem índice de importância de 5,51 em 7 (apud
ANDERSON, 2006).
 Weick é o autor mais citado quando falamos em Organizing
e Sensemaking (GRESELE et al., 2015)
Karl Weick: influência nos
estudos organizacionais
Autores Citações
Thompson 3980
March e
Simon
3659
Pfeffer e
Salancik
2909
Katz e Kahn 2696
Weick 2510
Lawrence e
Lorsch
2227
Karl Weick: influência nos
estudos organizacionais
 Katz, Daniel, and Robert L. Kahn 1966 The social
psychology of organizations
 Lawrence, Paul R., and Jay W. Lorsch 1967 Organization
and environment: Managing differentiation and
integration
 March, James G., and Herbert A. Simon 1958 Organizations
 Pfeffer, Jeffrey, and Gerald R. Salancik 1978 The external
control of organizations
 Thompson, James D. 1967 Organizations in action.
Karl Weick: influência nos
estudos organizacionais
 Conceitos mais frequentemente citados:
 12 listados pelo autor, destaques:
 1º ENACTMENT
 2º EQUIVOCALITY
 3º ACTION PRECEDES GOALS
 4º ORGANIZING x ORGANIZATION
 8º SENSEMAKING
 Categorização em 578 contextos de citação:
 27 críticos aos conceitos (4,7%)
 18 resultados empíricos (3,1%)
Organização como sistema
interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)
 As pessoas estão tentando interpretar o que fizeram, definir
o que aprenderam, resolver o problema
do que fazer em seguida;
 Intepretações do ambiente: necessidade básica;
 O processo de construção da interpretação pode ser
influenciado pela natureza da resposta procurada, pelas
características do ambiente, pela experiência prévia do
questionador e pelo método usado para adquiri-la.
Organização como sistema
interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)
 A informação acerca do mundo externo deve ser obtida,
filtrada e processada num sistema nervoso central de
classificações em que as escolhas são feitas. A organização
deve encontrar caminhos para conhecer o ambiente.
 Pressupostos da organização como sistema interpretativo:
 As organizações são sistemas sociais abertos que processam a
informação do ambiente.
 Interpretações individuais versus organizacionais;
 Os gestores do nível estratégico formulam a interpretação
organizacional;
 as organizações diferem sistematicamente no modo ou no
processo como interpretam o ambiente.
Organização como sistema
interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)
 A interpretação é o processo de tradução desses eventos,
de desenvolvimento de modelos para compreensão, de
descoberta de significados e de montagem de esquemas
conceituais por gestores-chaves.
Organização como sistema
interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)
 Modelo da intepretação organizacional:
 Pressupostos sobre o ambiente: analisável ou não analisável
 Intrusão Organizacional: ativo ou passivo
 Varredura e características dos dados;
 Processo de interpretação dentro da organização; e
 Estratégia e processos de decisão que caracterizam cada
modo.
 A interpretação dá sentido aos dados;
 A interpretação é o fenômeno pelo qual a informação
recebe significado e as ações são escolhidas.
Organizing
 Organizing x Organization
 Processos: fluidez das organizações;
 Conceitos importantes:
 Ambiente
 Equivocidade
 Ciclos de comportamentos interligados
 Regras de Reunião
 Criação, Seleção e Retenção
 Feedback Loops
Organizing
Apud Gresele et al. (2015)
Enactment
 Enactment = Processo (enact) + Produto (ambiente
enactado)
 Preconceitos individuais  Ação  Reforço dos
preconceitos = Criação do ambiente
 Atribuição de significados a eventos de informações
 Ação no ambiente com o objetivo de modificá-lo
Sensemaking
 How can I know what I think until I see what I say?
(Como posso saber o que penso até que eu veja o que
digo?)
 Sensemaking:
 Organizing Weick: criação, seleção e retenção;
 Maclean et al (2012): localizar, fazer sentido e tornar-se; (apud
WEICK, 2011);
 Jeong e Brower (2008): percepção, interpretação e ação (apud
WEICK, 2011).
Sensemaking
 Conceito Weick (2008): desenvolvimento retrospectivo e
contínuo de imagens plausíveis que permitem racionalizar o
que as pessoas estão fazendo.
 Características:
 Construção da identidade: individual e coletiva;
 Retrospectivo;
 Enactment
 Social;
 Contínuo/Dinâmico
 Sinais
 Plausível
Sensemaking
Weick (2012, apud Correa et al., 2014) complementa afirmando
que o sensemaking se dá quando as pessoas estão em
vivenciando uma experiência social contínua (ongoing) em
uma interrupção, elas atribuem sentido a algo (enact),
retrospectivamente (retrospect) percebem sinais significativos
do que anteriormente foi atribuído sentido (enacted),
interpretam e retém versões significativas do que os sinais
significam para o indivíduo e para a identidade coletiva
(identity) e aplicam ou alteram significados plausíveis
(plausible) na construção de sentido subsequente (enactement)
e da retrospectiva percebida.
Sensemaking
Reflexões
 Evento  Interpretação  Comunicação/Ação  Interpretação
 Sensemaking
 Comunicação:
 A comunicação é o meio para estabelecer novos significados?
 Linguagem, fala e comunicação;
 Narrativas  Ciclos de Comportamento do Organizing  Redução
de ambiguidade
 Organizing
 Racionalidade narrativa
 Interpretação;
 Mudança;
 Ativação do sensemaking: igual ou diferente?

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  • 1. Sensemaking Análise Organizacional – Profa. Jackeline Amantino Fillipe Souza Luís Sebastião
  • 2. Agenda  Karl Weick: influência nos estudos organizacionais;  Organização como sistema interpretativo:  Organizing;  Enactment;  Sensemaking;  Reflexões.
  • 3. Karl Weick: influência nos estudos organizacionais  The Social Psychology of Organizing (1969, 1979, edição em português em 1973)  Ramos-Rodriguez e Ruiz-Navarro (2004): 24º trabalho mais citado em gestão estratégica (apud ANDERSON, 2006)  Miner (2003): dentre 95 acadêmicos pesquisados o trabalho de Weick tem índice de importância de 5,51 em 7 (apud ANDERSON, 2006).  Weick é o autor mais citado quando falamos em Organizing e Sensemaking (GRESELE et al., 2015)
  • 4. Karl Weick: influência nos estudos organizacionais Autores Citações Thompson 3980 March e Simon 3659 Pfeffer e Salancik 2909 Katz e Kahn 2696 Weick 2510 Lawrence e Lorsch 2227
  • 5. Karl Weick: influência nos estudos organizacionais  Katz, Daniel, and Robert L. Kahn 1966 The social psychology of organizations  Lawrence, Paul R., and Jay W. Lorsch 1967 Organization and environment: Managing differentiation and integration  March, James G., and Herbert A. Simon 1958 Organizations  Pfeffer, Jeffrey, and Gerald R. Salancik 1978 The external control of organizations  Thompson, James D. 1967 Organizations in action.
  • 6. Karl Weick: influência nos estudos organizacionais  Conceitos mais frequentemente citados:  12 listados pelo autor, destaques:  1º ENACTMENT  2º EQUIVOCALITY  3º ACTION PRECEDES GOALS  4º ORGANIZING x ORGANIZATION  8º SENSEMAKING  Categorização em 578 contextos de citação:  27 críticos aos conceitos (4,7%)  18 resultados empíricos (3,1%)
  • 7. Organização como sistema interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)  As pessoas estão tentando interpretar o que fizeram, definir o que aprenderam, resolver o problema do que fazer em seguida;  Intepretações do ambiente: necessidade básica;  O processo de construção da interpretação pode ser influenciado pela natureza da resposta procurada, pelas características do ambiente, pela experiência prévia do questionador e pelo método usado para adquiri-la.
  • 8. Organização como sistema interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)  A informação acerca do mundo externo deve ser obtida, filtrada e processada num sistema nervoso central de classificações em que as escolhas são feitas. A organização deve encontrar caminhos para conhecer o ambiente.  Pressupostos da organização como sistema interpretativo:  As organizações são sistemas sociais abertos que processam a informação do ambiente.  Interpretações individuais versus organizacionais;  Os gestores do nível estratégico formulam a interpretação organizacional;  as organizações diferem sistematicamente no modo ou no processo como interpretam o ambiente.
  • 9. Organização como sistema interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)  A interpretação é o processo de tradução desses eventos, de desenvolvimento de modelos para compreensão, de descoberta de significados e de montagem de esquemas conceituais por gestores-chaves.
  • 10. Organização como sistema interpretativo (DAFT; WEICK, 1984)  Modelo da intepretação organizacional:  Pressupostos sobre o ambiente: analisável ou não analisável  Intrusão Organizacional: ativo ou passivo  Varredura e características dos dados;  Processo de interpretação dentro da organização; e  Estratégia e processos de decisão que caracterizam cada modo.  A interpretação dá sentido aos dados;  A interpretação é o fenômeno pelo qual a informação recebe significado e as ações são escolhidas.
  • 11. Organizing  Organizing x Organization  Processos: fluidez das organizações;  Conceitos importantes:  Ambiente  Equivocidade  Ciclos de comportamentos interligados  Regras de Reunião  Criação, Seleção e Retenção  Feedback Loops
  • 13. Enactment  Enactment = Processo (enact) + Produto (ambiente enactado)  Preconceitos individuais  Ação  Reforço dos preconceitos = Criação do ambiente  Atribuição de significados a eventos de informações  Ação no ambiente com o objetivo de modificá-lo
  • 14. Sensemaking  How can I know what I think until I see what I say? (Como posso saber o que penso até que eu veja o que digo?)  Sensemaking:  Organizing Weick: criação, seleção e retenção;  Maclean et al (2012): localizar, fazer sentido e tornar-se; (apud WEICK, 2011);  Jeong e Brower (2008): percepção, interpretação e ação (apud WEICK, 2011).
  • 15. Sensemaking  Conceito Weick (2008): desenvolvimento retrospectivo e contínuo de imagens plausíveis que permitem racionalizar o que as pessoas estão fazendo.  Características:  Construção da identidade: individual e coletiva;  Retrospectivo;  Enactment  Social;  Contínuo/Dinâmico  Sinais  Plausível
  • 16. Sensemaking Weick (2012, apud Correa et al., 2014) complementa afirmando que o sensemaking se dá quando as pessoas estão em vivenciando uma experiência social contínua (ongoing) em uma interrupção, elas atribuem sentido a algo (enact), retrospectivamente (retrospect) percebem sinais significativos do que anteriormente foi atribuído sentido (enacted), interpretam e retém versões significativas do que os sinais significam para o indivíduo e para a identidade coletiva (identity) e aplicam ou alteram significados plausíveis (plausible) na construção de sentido subsequente (enactement) e da retrospectiva percebida.
  • 18. Reflexões  Evento  Interpretação  Comunicação/Ação  Interpretação  Sensemaking  Comunicação:  A comunicação é o meio para estabelecer novos significados?  Linguagem, fala e comunicação;  Narrativas  Ciclos de Comportamento do Organizing  Redução de ambiguidade  Organizing  Racionalidade narrativa  Interpretação;  Mudança;  Ativação do sensemaking: igual ou diferente?

Notas do Editor

  1. A primeira edição do livro A psicologia social da organização foi em 1969, sua segunda edição foi lançada em 1979 e a edição em Português foi lançada em 1973. Anderson publicou um estudo em 2006 onde foram analisadas citações e contexto de citações desta obra de Weick, e a partir disso foram feitas algumas considerações, entre elas a que é o 24º trabalho mais citado em gestão estratégica e que o índice de importância da obra é de 5,51 em 7. Além desse trabalho, Gresele fez uma análise bibliométrica em 2015 que tratava sobre identidade organizacional, organizing e sensemaking, identificando que Weick é o autor mais citado quando o assunto é organizing e sensemaking. O interessante desse estudo é como a situação é temporária, visto que utilizando os mesmos critérios da pesquisa de Gresele a ordem dos artigos mais citados foi alterada. O artigo de 2005 que foi indicado para leitura deixou de ser segundo e passou a ser o primeiro mais citado em relação a sensemaking e o primeiro, também de Weick THE COLLAPSE OF SENSEMAKING IN ORGANIZATIONS - THE MANN GULCH DISASTER 1993 passou a ser o terceiro.
  2. Anderson também fez uma comparação com a obra Psicologia Social com cinco estudos clássicos de organizações e constatou que a obra de Weick continua sendo citada com altos níveis.
  3. Dentre os conceitos mais frequentemente citados listamos os que possuem uma relação direta com esta apresentação. Durante a apresentação trataremos destes temas. Além disso, o autor identificou que apenas uma pequena parte dos estudos tratavam de estudos críticos que refutavam o autor ou de estudos empíricos. Em resumo o livro a psicologia social da organização mantém-se como um clássico altamente relevante e duradouro, e foi a base para outras obras que trataram mais especificamente dos temas citados.
  4. Um dos trabalhos posteriores a este livro foi o modelo de organização como um sistema interpretativo. Desde 1984 Weick visualiza que a ação precede a análise, que após a realização de uma ação, as pessoas tentam interpretar e dar sentido a sua ação, colocando tudo como um processo de aprendizagem. A construção de interpretações acerca do ambiente é uma necessidade básica dos indivíduos e das organizações.
  5. Os gestores podem não concordar completamente sobre suas percepções (Starbuck, 1976), há um fio de coerência entre eles, e é isso que caracteriza as interpretações organizacionais. A obtenção de coerência entre os membros caracteriza o ato de organizar (Weick, 1979) e habilita a organização a fazer interpretações como um sistema .
  6. Diversos eventos acontecem diariamente nas organizações, alguns deles são analisados, outros são ignorados, mas todos geram informações. A primeira etapa é a varredura que consiste no monitoramento do ambiente e fornecimento de dados. É a fase da coleta de informações/de dados por meio de contatos pessoais e impessoais. A partir desta coleta os dados serão interpretados, recebendo significados, assim, a interpretação dá sentido aos dados. Surge assim a interpretação organizacional que é a tradução dos eventos e compartilhamento do entendimento/significado e de esquemas conceituais entre os membros da administração superior. E a última etapa é a de aprendizagem: é uma nova resposta ou ação baseada na interpretação. É o desenvolvimento do conhecimento a partir do resultado da ação entre a organização e o ambiente.
  7. O modelo de organização como um sistema interpretativo dos autores define as organizações em algumas modalidades, e isso decorre de algumas dimensões e características organizacionais: A primeira são os pressupostos do ambiente se ele é ou não analisável: a organização poderá presumir se o ambiente é concreto, com eventos consistentes, mensuráveis, e assim levantar os dados, realizar a varredura e interpretar de maneira condizente com este ambiente. Mas a organização poderá presumir se o ambiente é não analisável, tornando o processo mais pessoal fazendo com que a interpretação ocorra a partir de um ambiente inventado. A segunda trata-se de como a organização irá agir diante do ambiente e são divididas em passivas e ativas. As passivas aceitam qualquer informação que o ambiente fornece, não buscam descobrir nem manipular o ambiente. Sistema interpretativo: é um sistema de processamento de informações que procura reduzir a ambigüidade de informações recebidas. Além dessa redução a interpretação tenta dar sentido aos dados. Diante disso, iremos direcionar nossa atenção para a perspectiva do Organizing, Enactment e Sensemaking com uma base interpretativa.
  8. Utilizar o verbo no gerúndio denota movimento, ação, significa que a organização está em um processo contínuo de mudança. Processos: a organização pode ser compreendida pelos processos que a constituem, e que qualquer organização é a maneira pela qual se desenvolvem esses processos, para Weick, uma organização se traduz nas atividades de seus membros, e tais atividades estão centradas na compreensão do ambiente. Ambiente: não se trata de um ambiente físico, mas sim em um ambiente de informações que os indivíduos reagem, percebem, criam significados e agem.; Equivocidade: é a ambiguidade/entendimento que ocorre entre os membros organizacionais. Trata-se da redução da incerteza das mensagens quando ocorrem em diversas interpretações Ciclos de comportamentos: são elementos básicos que são combinados de diferentes formas para compor os processos que permitem a organização. São os comportamentos que ocorrem entre os atores organizacionais, normalmente de maneira repetitiva. Ocorre através da comunicação. Regras de reunião: são literalmente regras/critérios que identificam o nível de familiaridade/equivocidade dos eventos e que procuram retrospectivamente respostas compatíveis com a situação. Criação é a primeira fase do organizing, é onde ocorre o enactement. Trata-se da criação do ambiente simultaneamente a atribuição de significado a eventos de informações. É a identificação de que houve mudanças no ambiente de informações, o nível de equivocidade é determinado, e são solicitados regras e ciclos para realizar a interpretação e redução da equivocidade. A seleção é a segunda fase do organizing, onde as regras e ciclos solicitados anteriormente surgem. As regras e os ciclos de comportamentos são levantados e analisados, definindo quais destes deverão ser escolhidos para processamento futuro. A ideia é reduzir a equivocidade. A retenção é a última fase, quando os desvios potenciais são analisados, as regras de reunião e ciclos de comportamentos são direcionados para estes, e a partir daí verificam-se os desvios que mais se adaptam, ou seja, os desvios que conseguem reduzir a equivocidade e ser aplicados em eventos futuros. E os feedebacks loops são os sistemas de mensagem que mantem as fases do organizing conectados, mantendo uma coordenação entre estas fases.
  9. Então este é o modelo do organizing, traduzido e que traz todos os conceitos abordados. A partir deste modelo iremos abordar um pouco mais sobre o encatment e o sensemaking.
  10. As organizações e os indivíduos são parcialmente responsáveis por criar o ambiente que eles enfrentam (ANDERSON, 2006); Os atores organizacionais possuem alguns preconceitos estabelecidos e suas ações e interpretações iniciais são guiadas por eles. Diante destas ações e interpretações iniciais surgem os níveis de equivocidade. Ou seja, diante de eventos ocorre uma mudança ecológica que gera uma equivocidade, toda essa dinâmica poderá reforçar os preconceitos existentes e gera um ambiente de informações que precisam ser resignificados. Essa construção de significado ou reconstrução ocorre através do sensemaking.
  11. Esta receita destaca como o sensemaking é um processo retrospectivo no qual os indivíduos agem primeiro e depois refletem sobre suas ações para interpretar o que elas significam (ANDERSON, 2006) Weick não visualiza que as pessoas planejam e agem de acordo com o que planejaram, mas sim que agem baseado em interpretações antigas, e sobre a ação reinterpretam os resultados, significando e ressignificando. O SENSEMAKING se concentra no papel do indivíduo. O sensemaking parte do índivíduo para enactar o ambiente. O Sensemaking se desenolve através do organizing. E Weick trouxe como ocorre o desenvolvimento do sensemaking para outros autores. Conseguimos fazer comparações entre o sistema interpretativo, o organizing e as abordagens destes autores.
  12. Construção da identidade: a partir da mudança/evento/ambiguidade identificada a identidade do individuo está em jogo, e Weick entende que a identidade é mutável. Na interação com os demais atores a sua identidade é construída/reconstruída, resultando também na identidade coletiva. Retrospectivo: o setindo presente é baseado em experiências passadas Enactment: a criação de um novo ambiente que será vivido pelos atores; Social: ocorre através da interação social; Contínuo/Dinâmico: é um fluxo contínuo que não se identifica com início e nem fim Sinais: são literalmente os sinais, as pistas, que atraves dos processos retrospectivos e ciclos de comportamento geram a interpretação e a construção do sentido. Plausível: a construção do sentido não requer precisão, mas sim uma coerência, um significado plausível para as ações, decisões e atuações dos membros organizacionais.
  13. Poderemos fazer um comparativo entre o sistema interpretativo abordado por Daft e Weick e o Modelo de Organizing de Weick, idenfiticando que a fase de criação o ambiente tem relação com a varredura, coleta de dados, é onde as informações acontecem, os desvios/eventos surgem, as equivocidades são criadas. Em seguida, na fase de seleção há a interpretação destes dados, onde eles são gerenciados, os desvios potenciais são considerados. E por fim na fase de retenção é onde ocorre o aprendizado que retorna para as outras fases.
  14. O caso da enfermagem pediátrica abordada por Weick et al. demonstra claramente como ocorre o sensemaking e consegue nos fazer identificar que o sensemaking acontece a partir da interpretação de eventos que por meio da comunicação, ação e interação dos membros implicará na interpretação e construção do sentido das ações. As organizações são espaços de múltiplas narrativas e histórias e que a construção do sentido se dá nas interações cotidianas e não somente em momentos formais da atividade de organizar. Cunliffe e Coupland (2012); Essa ambiguidade pode ser reduzida através do processo de comunicação, em que os sujeitos utilizam-se das narrativas para relatar suas experiências com os demais membros. Nesse sentido, através da interação social os sujeitos se utilizam dos processos de comunicação para estabelecer coerência e reduzir o grau de ambigüidade desse conjunto de informações, constituindo um mundo mais ordenado. O sensemaking narrativo nas organizações refere-se também a reconhecer e responder a múltiplas narrações: um processo usualmente mais de contestação do que de consenso […]. Sentido e organizing emergem quando uma história começa a completar-se, identidades começam a fazer sentido, identidades e ações passam a dar sentido a racionalidade narrativa e nós podemos conectar trama e personagem. No entanto, devemos estar conscientes sobre histórias dominantes apresentadas sob uma visão unívoca, se por um tempo estas histórias podem inspirar ordem, elas podem limitar outras formas de construção de sentido e ação. (CUNLIFFE; COUPLAND, 2012, p. 81) A narrativa desempenha um papel preponderante para tornar o organizing possível, pois é através dessa relação entre a ação e a narrativa que a realidade se estrutura e se organiza, possibilitando organizar os eventos em dado espaço de tempo (CZARNIAWSKA; GAGLIARDI, 2003). Weick 2005: Sensemaking é uma questão de linguagem, fala e comunicação; A Comunicação é um elemento constituinte do Organzing Weick (1995) afirma que o sensemaking se diferencia da interpretação, pois se pauta no modo como as pessoas geram o que elas interpretam, sendo considerado um processo ou uma atividade. Em contrapartida, a interpretação pode ser considerada um processo que apenas descreve um objeto ou fenômeno que se estabelece em determinado contexto, aguardando apenas para ser descoberto. Processo de mudança é inerentemente guiado pelo sensemaking, já que , conforme afirmam Montenegro e Bulgacov (2009), a organização é vista como um sistema aberto e que ao se deparar com as pressões ambientais, os sujeitos na organização mediante ao fluxo de informações, utilizam o organizing para reduzir o grau de ambiguidade, com isso, quanto maior e melhor os sujeitos interagem na ação do cotidiano com as informações, menor é ambiguidade organizacional. O próprio Weick diz que que o sensemaking é ativado diante da pergunta igual ou diferente? Apesar desse questionamento, o que poderemos levar em consideração é que a pergunta poderá sempre existir, uma vez que diferentes eventos surgem cotidianamente, e os conteúdos da fase de retenção são preservados e colocados em dúvida quando são retornados para a fase de criação e seleção.