Felizmente há luar, Rita

1. Felizmente há luar!
Rita
● Faz parte do povo
● Esposa de Manuel (Que era o mais consciente dos populares.)
● Mulher sensível e solidária
● Apaixonada pelo marido
● Preocupada
○ O que a levava a contrariar as ideias do marido porque esta tinha medo
de este ser preso como Gomes Freire.
Aparece no 1º acto, mas é no 2º acto que se individualiza e adquire mais relevo
No primeiro ato, existe um diálogo entre Rita, Manuel e os populares que incide sobre
a miséria que o povo vive. E a esperança que Gomes Freire pode trazer.
1. Presencia a prisão e a violência exercida sobre Gomes Freire -
a. Rita (Relata o facto) com certa emoção - Eu vi o general sair de casa.
Arrombaram-lhe as portas e nem lhe deram tempo a vestir-se. Só
conseguiu calçar as botas à saída.
2. Descrição do estado de Matilde após a prisão do seu general.
a. A mulher ficou a chorar até de manhã. Passei-lhe à porta e ouvi-a
soluçar.
b. Deu-me vontade de fugir, de largar a correr por essas ruas fora e de me
deitar ao Tejo!
c. Como ela chorava, Santo Deus!
d. Parece que ainda a estou a ouvir...
3. Rita mostra a sua piedade relativamente a Matilde de sousa, ao contar o relato
que envolve a prisão e condenação de Gomes Freire e implora a Manuel para
não se meter “nestas coisas”.
a. “Nunca te metas nestas coisas, Manuel! Haja o que houver, nunca te
metas com eles. Prefiro ver-te com fome, a perder-te”.
4. Esta acusa o povo de cobardia, mas depois compreende-o. (Porque estes não
conseguem fazer nada perante os mais poderosos.
5. Rita não dominava muito bem as suas emoções agindo de forma muito
precipitada.
a. “Levanta-se dum salto, vai buscar um caixote que coloca junto de
Matilde e ajuda-a a sentar-se, falando ao mesmo tempo.”
b. Refreada por Manuel que a protege das suas emoções, beija Matilde
“num gesto impulsivo” quando lhe entrega a moeda representativa das
relações de solidariedade dos mais ricos.
6. É solidária com Matilde no gesto final. É com comoção que a beija, depois de
lhe entregar a moeda, símbolo da sua cumplicidade.
a. Não é uma esmola. Dou-lha para que a use ao peito, como uma
medalha. Tivesse eu mais, e dava-lhe trinta - as trinta moedas por que

2. se vende a alma. Quem as pague ou as receba, perde o direito à
esperança, senhora.
(Rita entrega a moeda a Matilde. Num gesto impulsivo, beija-a e corre a
juntar-se aos seus. A luz que iluminava o povo apaga-se gradualmente
e apenas Matilde permanece iluminada.(...))
7. A solidariedade para com Matilde é marcante, pois como mulher compreende a
perda irremediável do amor e da família. Esta solidariedade nasce da
comunhão de sentimentos – ambas sabem como o regime pode afectar a vida
familiar
8. No entanto Manuel e Rita, após momentos de recriminação a Matilde, de que a
oferta de uma moeda como esmola é símbolo de humilhação, manifestam-lhe a
sua solidariedade moral −
“Não a podemos ajudar, senhora. Deus não nos deu nozes e os homens
tiraram-nos os dentes...”.
Rita acaba também por simbolizar a falta de esperança, a desilusão, a frustração de
toda a população de miseráveis face à quase impossibilidade de mudança da situação
opressiva em que vivem.